ABERTURA “Para todo homem e para cada acontecimento há um minuto, uma hora, soa uma certa badalada, em que ele próprio se torna história”. Péguy. A brilhante trajetória do Chanceler Edson Queiroz, em sua vitoriosa peregrinação ao longo do tempo, foi marcada por qualidades que revelam um caráter sem jaça: vontade, determinação, trabalho e solidariedade, a grande síntese dos melhores predicados na escala dos valores humanos. Sempre consciente das metas a que se propunha, jamais vacilou diante dos obstáculos encontrados no processo do fazer, arrostando, avassaladoramente, os óbices ameaçadores de suas realizações. Vitorioso em todos os setores da indústria e do comércio a que se dedicou, cedo concluiu que a educação leva o homem a compreender a própria estrutura da sociedade em que vive, tornandose consciente do que é, do que é capaz e fazendo-se um efetivo participante da comunidade em cujo seio atua. Com efeito, não padece dúvida de que Edson Queiroz fez de sua vida um esforço diuturno de doação aos seus semelhantes, materializada, dentre outros atos, na criação da Unifor, visando esta tão somente à meta sublime de dar à mocidade estudiosa oportunidades de auto-afirmação. Reconhece que os caminhos da cultura são o preâmbulo da dignificação do homem, quando, então, terá atingido o estágio que o conduzirá às opções essenciais de sua condição, diante de Deus, diante dos homens e diante da eternidade, seu destino maior. Este memorial, pelas transcrições de seus discursos e pelos comentários que se lhes seguem, testemunhará sua visão dos problemas humanos e seu acendrado idealismo sempre voltados ao profundo sentido da essência da vida. Memorial Edson Queiroz Memorial Edson Queiroz APRESENTAÇÃO “E aqueles que por obras valerosas Se vão da lei da Morte libertando Cantando espalharei por toda parte’’. (Camões) EDSON QUEIROZ OBSTINAÇÃO - LUTAS - CONQUISTAS “É para o homem um dever positivo devotar-se e agir... Todas as maneiras de viver não são equivalentes... Combatemos o nihilismo moral, seja qual for o nome que ele traga. Cremos na necessidade, na eficácia do esforço,” (André Mauroís, De um Programa para os Jovens). Edson Queiroz agiu a doutrina do realizar. Desde a infância tomou o caminho da vida estrênua, e o seu canto de sereia foi sempre a voz que o chamava para o trabalho. Não quis ser um homem comum. Visava a mais e, para isso, armou-se de vontade e determinação, procurando não a segurança, mas a oportunidade, fosse ela do mais difícil acesso. O estilo imprimido a sua forma de viver traz-nos de volta Cervantes, quando dizia: “a estrada é melhor que a estalagem”. Compreendeu, muito cedo, que o valor real da vida vem com a própria jornada e o que nela se cria, mercê do movimento, contínuo e desejado. Um homem nascido às primeiras décadas do século, que não adaptou seus passos aos dos vizinhos. Um homem que não teve medo de sonhar alto e, governado pela própria consciência, dotado de um intransigente poder decisório, abriu espaço e mostrou, em concretude, o que havia plasmado no território de suas aspirações. Talvez nunca tenha rezado por uma vida fácil, mas provavelmente rezou para ser cada vez mais forte. Não pediu tarefas condizentes com a força que acreditava ter, mas certamente uma energia igual às Memorial Edson Queiroz tarefas que pretendia encetar. A livre iniciativa era nele insone, estimulava-o a vender as tempestades e os desafios; o importante, e de maior valia, era trazer o navio ao porto certo.. Depois de erguer um vasto complexo industrial, olha para o alto e sente ainda incompleta sua missão. Percebe e assume a convicção de que não é bastante capitalizar ganhos e que não é o primeiro nem o último a fazê-lo. É precisamente desta reflexão que nasce a idéia da criação de uma Universidade. Um empreendimento ousado, capaz de ultrapassar os limites da temporariedade das instituições erguidas sob o signo comercial e financeiro e lançar projeções no desconhecido território do amanhã. Sobejas razões tinha para pensar assim, quando, olhando para o Estado e a região que lhe serviram de berço, constatava sua carência maior, o descompasso de uma estagnação que a mantinha fora do circuito tecnológico e desenvolvimentista apresentado por outras unidades da Federação. Primeiramente, para que o embrião de tão avultado projeto amadureça, é mister despertar, naqueles que o assessoram, um desejo ardente de que ele vingue, cresça e frutifique. Edson Queiroz sabe que não pode caminhar sozinho, tal a magnitude do que almeja criar. Em plena vigência se encontra o regime ditatorial, implantado pelo golpe de 1964. As restrições políticas implantadas pelo esgotamento das garantias constitucionais fecham e toldam o horizonte expansionista do Brasil. O sistema universitário debate-se em aguda crise e disso se ressente a empresa privada, que não dispõe de quadros técnicos, mormente no Ceará, onde as condições se agravam, pela falta absoluta de uma infra-estrutura educacional. As primeiras confidências a respeito do projeto acontecem junto à Dona Yolanda, sua mulher, que o encoraja a desencadear esforços para a criação de uma Fundação, que viesse resgatar, em parte, a dívida social, centenária, que têm os capitães de empresa do Ceará, para com seu Estado e o seu povo. Muitas, porém, foram as palavras tíbias a desaconselharem o projeto. Prudência e medo, às vezes, entram em conúbio, e é por demais difícil separá-los, diante das proporções de um obstáculo que se apresenta sólido e nítido em seus contornos. Edson Queiroz arma-se de perseverança, de paciência, Memorial Edson Queiroz cruza a barreira dos preconceitos, do conformismo e mergulha decidido nas águas turbulentas deste rio, que finalmente consegue atingir sua foz e desaguar, a 26 de março de 1971, quando emerge vitoriosa a Fundação Edson Queiroz, com personalidade jurídica e sem fins lucrativos. Finalmente, a 21 de março de 1973, no dizer do então Ministro da Educação Jarbas Passarinho: “Vi um homem chorar e uma Universidade nascer”. A comoção advém do fato de sentir quão funda e persistente foi a força interior a mobilizar a grandeza de um sonho quase impossível. A diferença, na verdade, esteve em que, entre grandes industriais, um deles teve a coragem de proclamar aos quatro ventos: farei uma Universidade. E gerada pela obstinação desta promessa latente surge a Universidade de Fortaleza, abarcando em concreto as arrojadas linhas, a emoção que foi capaz de neutralizar o medo, a autolimitação e a conivência com o receio compreensível da possibilidade de fracassar. Um homem ergue, nas cercanias de sua cidade, o monumento que é o fruto de sua inquietude, de sua insatisfação, de sua insaciável busca de realizações e obtém, desta erupção vulcânica da vontade, o direito inquestionável de cruzar o limiar da porta que conduz às fronteiras da História, repetindo Horácio, no livro 111 das Odes: Exegi monumentum aere perennius”. FRAGMENTOS E COMENTÁRIOS Memorial Edson Queiroz Memorial Edson Queiroz Discurso na solenidade do lançamento da pedra fundamental da Universidade de Fortaleza, em 14 de setembro de 1971. FRAGMENTOS “Há momentos que constituem um marco na existência das pessoas. Temos vivido e experimentado alguns de relevância, com a concretização de empreendimentos comerciais e industriais ou de iniciativas outras que projetam a vida cearense. Mas nenhum daqueles eventos se nos afigura tão importante como o que ora vivemos, ao ensejo do lançamento da pedra fundamental da Universidade de Fortaleza”, “Iniciamos a obra que todos testemunham, dentro de uma filosofia de servir com os melhores propósitos”. A Universidade não pertence à Fundação; pertence a todos vós, a quem concito juntar esforços em prol do desenvolvimento educacional do nosso Estado”. COMENTÁRIO “Alheias e nossas As palavras voam E, às vezes, pousam.” (Cecília Meireles) Corria o ano da graça de mil novecentos e setenta e um; o mês era setembro e o dia dezessete. Edson Queiroz lança a pedra fundamental da Universidade de Fortaleza. Em seu discurso faz menção à vivência de realizações outras, de caráter comercial e industrial, mas diz tratar-se o momento de circunstância especialíssima, uma vez que concretiza propósitos que transcendem os limites pragmáticos do investimento empresarial, para ganharem amplitude e perenidade, características das obras que desafiam o tempo, no arrojo de sua magnitude. Refere-se à filosofia do servir, afirmando Memorial Edson Queiroz que a Universidade é de todos, não pode nem deve sofrer o confinamento de pertencer, como bem imóvel, à Fundação. Ela se implanta sob a inspiração de um objetivo maior: juntar esforços no sentido de redimir o estado do Ceará, promover a aceleração de seu desenvolvimento, resgatar a enorme dívida para com seu povo sofrido e guerreiro, desde muito a merecer o espaço que lhe vem sendo negado ou embargado, por contigências diversas, incluindo a instabilidade de invernos e o comportamento, tantas vezes omisso, no trato de suas questões econômicas e sociais. É consciente das proporções gigantescas do empreendimento. Sabe que a tarefa demanda esforços inauditos e imbatível crença nos ideais que a motivam. Reconhece que não está lançando a pedra angular de uma entidade que mobilize apenas destreza administrativa e gerenciamento contábil, mas também a lucidez, o altruísmo e a coragem de assumir um compromisso bem mais profundo com os destinos da comunidade que dela fará uso e proveito. A criação da Universidade de Fortaleza é obraprima, peça de resistência com que Edson Queiroz se propõe a culminar sua inventiva e seu engenho, atingindo o coroamento de suas realizações, de suas lutas e conquistas. É através dela que chegará ao que acredita ser o prisma divino do ser humano: sua capacidade de criar, seu inconformismo diante da realidade que o cerca, sua vontade de lançar-se ao insofismável desejo de perpetuar a sua marca, em seu tempo. Segundo Horácio, ser autor de um começo é desencadear mais do que a metade do todo. No espírito de Edson Queiroz, ao germinar a idéia da criação da Universidade, talvez tenha-se delineado o questionamento incomodativo que assaltou HenryThoreau, o nativista americano sobretudo amante do pioneirismo: “Não basta ser industrioso; assim também são as formigas. Temos de nos perguntar: industrioso para quê?” Desta reflexão pode ter brotado o reconhecimento lúcido das carências mais urgentes do nosso Estado e da nossa região, tornando-se estas as molas propulsoras que levaram Edson Queiroz à consecução de uma meta singular, atemporal, trazendo em si o cunho indelével da imortalidade. Discurso por ocasião da 1a Sereia de Ouro, troféu conferido ao General Jaime Portela de Melo, comandante da 10a Região Militar, em Memorial Edson Queiroz 04 de setembro de 1971. FRAGMENTO “Reconhecer é, sem dúvida, uma das mais belas virtudes que pode caracterizar o comportamento do homem”. COMENTÁRIO Na Sereia de Ouro, cuja estréia data de 1971, Edson Queiroz reporta-se à gratidão, ao dever do reconhecimento das ações que ajudaram a nossa comunidade a vencer suas limitações e carências. Ao declarar ser a gratidão uma das mais belas virtudes a caracterizar o comportamento de um homem, ele deixa implícito que este nobre sentimento é fruto do cultivo de almas aprimoradas e pode ser encontrada naqueles que plenificaram a condição humana. A benemerência e a gratidão nem sempre andam juntas e em franca colaboração na terra. Muitas vezes se encontram esporadicamente. Advém daí o mérito indiscutível dos que sabem e agilizam o ato de ser gratos. Discurso na solenidade de inauguração da Universidade de Fortaleza, em 21 de março de 1973. FRAGMENTOS “A ciência a serviço do homem poderá servir às necessidades do homem, melhorar a sociedade humana e até mesmo o próprio homem” “Não é necessário que à pobreza da terra se alie a pobreza cultural do homem para que se eternize a pobreza material do povo.” “Somente a técnica e o trabalhador educado podem melhorar a produtividade de nosso solo hostil, aumentar a nossa produção industrial e os nossos bens de serviço. Eu acredito que para nós do Nordeste educação é problema de subsistência, é artigo de primeira necessidade.” “É possível explicar e até justificar nossa deficiência em Memorial Edson Queiroz educação através da pobreza do povo. Mas a pobreza da terra hostil jamais permite tolerar que nela continue indefinidamente a sobreviver um povo insuficientemente preparado para o trabalho racional e a tecnologia moderna. A pobreza da terra impõe ser compensada pela riqueza cultural do povo, se se quiser preservar a dignidade da condição humana.” “A região que mais necessita da pesquisa e da técnica, para poder melhorar a triste situação econômica de seu povo, que vive em terra hostil, é a que quantitativamente menos chance dá à nova geração, que não pode emigrar por carência de meios financeiros, de se beneficiar a si e a seu Estado de uma educação superior. COMENTÁRIO Segue-se a solenidade de Inauguração da Unifor. A Universidade ergue-se do agreste e é paisagem nova nos horizontes no bairro de Água Fria. A palavra de Edson Queiroz pousa, agora, nos beirais da concretude plena. A justificativa que apresenta a quantos o assistem é a de que não é necessário aliar à pobreza da terra a pobreza cultural do homem. Impõe-se, pois, colocar a ciência a serviço deste mesmo homem, para que este tenha condições de melhorar a sociedade em que vive, ao mesmo tempo em que promove o seu crescimento e assim garante o exercício do inalienável bem de ser livre. O discurso, na ocasião, enfatiza que a educação é prioritária, sob todos os aspectos, “artigo de primeira necessidade”, elemento básico, alicerce e sustentação da garantia de subsistência de qualquer povo. Há que admitir e aceitar a natureza hostil da terra nordestina, mas sem que haja inviabilização da iniciativa, determinada pelo despreparo para o trabalho e pela falta de uma tecnologia que atenda às exigências da modemidade. Há que abrir perspectivas às novas gerações, para que elas não sejam forçadas à perpetuação de um fluxo migratório que desonra nossas origens e atrasa nossa expansão, para que elas desfrutem, em igualdade de condições, dos direitos que asseguram o exercício da dignidade humana. O posicionamento de Edson Queiroz enquadra-se, aqui, Memorial Edson Queiroz com a proposta lobatiana de que um país se constrói com homens e com livros. Não há processo de desenvolvimento e conquista de autonomia onde inexiste Educação. A viagem em busca da Ciência é o meio legítimo de aplainar os caminhos que levam à emancipação cultural, social e econômica. O erro e a estagnação não vêm pressupostamente da malícia; são filhos legítimos e registrados da ignorância, do não acesso ao conhecimento, da não oportunidade de aprender e praticar. O saber fermenta o crescimento. Quanto mais se conhece, mais depressa atestamos um crescimento. O saber promove, ainda, a felicidade, mesmo que esta não se arquitete sob o signo da glória e da riqueza individuais. Para que uma comunidade conquiste respeito aos olhos das demais, necessário é que demonstre aculturação e discernimento. Da lenda árabe nos vem o justo conceito que duas espécies de homem podem eclodir de uma civilização; a primeira, como aquele que espreme uvas com as pontas dos dedos e delas extrai um mero suco aquoso. Quando a substância não fermenta passa a queixar-se de que as uvas não prestam. A segunda, aprende como esmagar completamente as uvas, extraindo delas toda a riqueza. Este não é levado à lamentação e ao conformismo, pois a substância fermentará e ele sabe que terá vinho excelente. Discurso na solenidade de Inauguração da Biblioteca Central, em 21 de março de 1974. FRAGMENTO “Não existe desenvolvimento sem educação”. COMENTÁRIO A declaração acima referida não é explicativa. Brota do conceito a linha terminal de uma conclusão. Os livros governam o mundo, segundo Voltaire, e as nações que não conseguiram sistematizar uma linguagem escrita, estarão fadadas, inexoravelmente, à extinção. O livro transcende à condição de Memorial Edson Queiroz objeto, porque fala, responde, guia e vive, na co-autoria do leitor. As grandes revoluções, os feitos que desencadearam mudanças básicas, começaram no silêncio cheio de vozes segredastes das Bibliotecas. Dotar, pois, a Universidade de Fortaleza de um espaço onde alunos, funcionários e professores pudessem ter acesso a um acervo bibliográfico de perene consulta, significava o estágio embrionário da pesquisa, sem a qual nada caminha, progride ou é corrigido, mediante o questionamento dialético das opiniões. Discurso na comemoração de seus 50 anos, em 12 de abril de 1975. FRAGMENTOS “Rendemo-nos à forma afetiva de um “complot” que nasceu em nossa casa sob a inspiração da minha Yolanda”. “Um sentido especial para nós tem esta festa, pois se realiza sob um teto que construímos com o mais puro amor. “Amor ao trabalho que ao homem propicia a plenitude da satisfação de suas conquistas e vitórias”. “É com palavras, entretanto, que os sentimentos são manifestados” E nós as dizemos de coração exposto, autenticando-as com a natural emoção de quem fala pouco, muito sente, e guarda para sempre”. COMENTÁRIO Em 1975, Edson Queiroz completa 50 anos. Descortina, entrementes, o ápice de sua vida e de sua carreira. Comovido, rende-se ao reconhecimento de que não escalou a sua montanha sozinho. Sente irreprimível desejo de patentear aos olhos do mundo que houve um “complot”, nascido em sua própria casa e fruto de laços de afetividade e ternura, onde desponta a imagem da companheira fiel, Dona Yolanda, que vela incansavelmente o destino de seus passos. Nesta alocução Edson Queiroz despe a armadura guerreira dos embates empresariais e se faz homem amado e amante, confessando que a casa é o território neutro que o recebe Memorial Edson Queiroz de portas abertas após as batalhas. O lugar onde pensa suas feridas e seus cansaços com o bálsamo que mãos generosas derramam prodigamente. O reduto onde se aloja a compreensão, o sentimento, o consolo, o silêncio eloqüente dos gestos de carinho e abnegação e a segurança de uma indevassável confiabilidade. Discurso na solenidade de 1ª Colação de Grau da UNIFOR, em 29 de dezembro de 1975. FRAGMENTOS “A formação das primeiras turmas de jovens profissionais assinala, com um sentido bem marcante, que a Universidade de Fortaleza abriu os seus próprios caminhos para vencer distâncias e dificuldades e surge como presença efetiva no sistema educacional superior do Nordeste”. “É a semente que germinou a curto prazo para se tomar árvore frutífera”. “Somente a dimensão das grandes obras minimiza o registro de fatos e incompreensões injustas e desfaz os vestígios na alma de quem os suporta” “Entendemos que na Universidade é que se cumpre o estágio final e superior de preparação do homem para o exercício consciente de uma profissão. E que o trabalho produtivo obtém o útil da vida e o duradouro que se constrói para os que vêm depois.” “Na consciência do dever alicerçareis as vossas grandes construções para o futuro”. COMENTÁRIO - Abrigando 5.000 universitários, 400 professores e 17 cursos autorizados, a Universidade de Fortaleza está em ascensão contínua. Na 1ª Colação de Grau, ao presidir a cerimônia, o Chanceler Edson Queiroz ressalta a importância do Memorial Edson Queiroz evento, dando ênfase à complexidade da tarefa que ainda estão por cumprir graduandos e dirigentes. Aquiesce em considerar o estágio inicial como ainda limitado, buscando a conscientização do muito a realizar no Campus Universitário, a despeito dos esforços já desenvolvidos por toda a equipe responsável pela implantação e funcionamento das unidades de Ensino e Administração. O discurso acolhe a premissa de que a formatura representa, simultaneamente, fim e começo, numa antítese que preconiza ser importante não cruzar os braços, não repousar sobre os louros inconstantes da vitória conquistada. Discurso na solenidade da 2ª Colação de Grau da UNIFOR, em 5 de agosto de 1976. FRAGMENTOS “Para o aspecto fundamental de Educação se volta a Unifor, que nasceu para abrir caminhos, capacitar vocações, desenvolver potencialidades e contribuir, positivamente, para uma dimensão maior do processo de desenvolvimento do Nordeste”. “Falo-vos por delegação de poderes. As palavras que vos dirijo traduzem os sentimentos da Patrona das vossas turmas, Dona Yolanda Queiroz, minha mulher, co-responsável pela criação da Universidade de Fortaleza, cuja presença em meus dias constitui uma fonte de energia e inspiração”. COMENTÁRIO Pronuncia-se a respeito da abertura de caminhos no sentido de capacitar as vocações, criar espaços para o eclodir das potencialidades e unir tudo isso ao objetivo maior de promover o processo desenvolvimentista do Nordeste. Discursa em nome de Dona Yolanda, sua mulher, Patrona dos concludentes, a quem define como co-autora, co-responsável pela criação da Universidade de Fortaleza, mais uma vez insistindo em ser ela a viga-mestra, a fonte generosa e perene de onde retira energia, inspiração e encorajamento para suas realizações. Memorial Edson Queiroz Discurso na solenidade em que recebeu o Troféu Mascate, conferido pela Confederação Nacional do Comércio, em 3 de setembro de 1976. FRAGMENTO “Creio, sinceramente, que a comissão, ao indicar meu nome, considerou com muita generosidade as minhas modestas realizações, pois elas pouco significam quando vemos o que se faz no Centro-Sul, onde empresários, altamente qualificados e dotados de extraordinária capacidade administrativa e técnica, sustentam a economia do nosso país”. COMENTÁRIO Ao receber o “Prêmio Mascate” expressa seus agradecimentos em tom modesto e discreto, alegando os grandes empreendimentos do Centro Sul, diante dos quais considera sua obra de pouca monta e reduzida importância. Acredita que a indicação de seu nome resultou da generosidade dos parceiros inclusos na Comissão de escolha à premiação e, talvez, vislumbrasse, no momento, cenas remotas de sua infância, na cidadezinha de Cascavel e na Fortaleza-província, quando escondia sua pequena e artesanal caixa de mascate, construída por ele mesmo, às escondidas da família, e que enchia de miudezas (alfinetes, agulhas, grampos, broches de segurança e cadarços de sapatos) destinadas à venda em trechos de muitas ruas da capital, em seus primeiros contatos com a atividade de comércio. Provavelmente, também deve ter aflorado à sua memória a sala de proieção do Cine Majestic, onde gastava, com doces e filmes, o dinheiro que sentia seu, batalhado, ganho no esforço e tenacidade de uma perseverança que o acompanharia ao longo de toda a vida. Estes fatos, quem sabe, justificariam, em suas reminiscências, a outorga do título conquistado. Memorial Edson Queiroz Discurso na solenidade da 3a Colação de Grau da UNIFOR, em 28 de dezembro de 1976. FRAGMENTO “As prerrogativas dos diferentes campos profissionais, somente as terão com as vitórias alcançadas nas muitas lutas e no meio de fortes competições”. COMENTÁRIO Reconhece, na palavra de encerramento dos trabalhos, haver sido transposta uma linha média, com referência ao programa de trabalho da UNIFOR. Atribui, mostrando sensibilidade e senso de justiça, esta conquista ao otimismo dinâmico da equipe dirigente e à fortaleza de espírito e tenacidade do povo cearense, do qual se orgulha de fazer parte e comungar da estóica perseverança que lhe é peculiar, no enfrentar desafios, sob as mais adversas condições. Discurso na solenidade da 4a Colação de Grau da UNIFOR, em 5 de agosto de 1977. FRAGMENTOS “Lembrem-se de que somente a tenacidade e o trabalho os levarão aonde aspiram a chegar”. “Com humildade, trabalho, persistência e fé procurem sempre vencer”. COMENTÁRIO O tema do discurso referente a esta Colação de Grau recebe um tratamento a bem dizer de conotação espartana. A mensagem está centrada no engajamento incondicional do vencer. Há clara instigação a que os concludentes procurem, incessante e incansavelmente, a vitória. Memorial Edson Queiroz O convite à luta é pleonástico, quase um refrão. Em determinado trecho (v. transcrições) ratifica um posicionamento típico dos fortes, dos que não temem o fardo da liderança, ou antes, desejam-no, “Malgré Tout.” Incita os formandos à necessidade de sempre melhorarem suas performances, em prol da aceleração do desenvolvimento do Ceará, do Nordeste e do Brasil. A derrota parece ser hipótese inaceitável em Edson Queiroz. Rendição e desistência soam como palavras proscritas em sua visão existencial. Discurso na solenidade da 5a Colação de Grau da UNIFOR, em 30 de dezembro de 1977. FRAGMENTO “Um mundo real se abre, em desafio, às energias do vosso talento, ao preparo que adquiristes pelos estudos, ao poder vocacional que identificou, desde cedo, as vossas opções acadêmicas”. COMENTÁRIO Desta solenidade já fazem parte os primeiros geólogos, engenheiros civis, mecânicos e eletricistas egressos da Universidade de Fortaleza. No discurso, Edson Queiroz prestigia e parabeniza os profissionais formados pela UNIFOR e comunica que a Universidade se encontra apta a oferecer 1.300 vagas no Concurso Vestibular. Alerta-os para o mundo real que porá à prova a competência e a capacidade dos graduandos. Aponta o poder vocacional como aliado no transpor os desafios do mercado de trabalho e da concorrência. Discurso na solenidade da 6a Colação de Grau da UNIFOR, em 4 de agosto de 1978. Memorial Edson Queiroz FRAGMENTO “É mais uma etapa vencida. Assim como não foi a primeira, também não será a última. Muitas outras metas ainda lhes restam”. COMENTÁRIO A imobilidade não é um estado de quietude permanente do homem. Cheio de dinamismo, os seus movimentos, as suas atitudes e atividades não são determinadas por forças, por agentes externos. No homem a ação nasce das suas decisões. Ele vê no querer a sua verdadeira característica específica. No processo do ser, o homem é um constante devir, está sempre em luta. É o trabalho que o aperfeiçoa, que o tempera, que o enriquece, que o qualifica. Discurso na solenidade da 7ª Colação de Grau da UNIFOR, em 30 de dezembro de 1978. FRAGMENTOS “Toda a riqueza essencial à vida encontra no homem sua afirmação mais categórica. É através dele que o destino das sociedades se define à procura de objetivos legítimos”. “Já se disse de modo bem preciso que no homem há dois seres: o divino e o humano. Com o primeiro põe ele os olhos em Deus, com o segundo, pisa a terra”. “Sejam a encamação deste dois seres, pois olhando para Deus encontrarão na força da fé a necessária disposição para o trabalho. E voltados para a terra, alcançarão pelo trabalho os degraus que se projetam em busca do eterno. COMENTÁRIO Memorial Edson Queiroz Raquel de Queiroz, a grande figura do romance regionalista da década de 30, está presente à solenidade. Edson Queiroz baseia seu discurso no tópico frasal”: no homem há 2 seres: o divino e o humano. Com o primeiro põe ele os olhos em Deus; com o segundo, pisa a terra”. Concita a que os formandos encarnem a dualidade acima referida. Louva a força da fé, que conduz à canalização da disponibilidade para o trabalho. Assesta, “no pisar a terra”, que o homem não deve passar incólume pela vida, deve-se predispor a correr os riscos necessários para firmar a sua identidade no chão que lhe pertence, fazendo da produção e do trabalho degraus direcionados ao eterno, sublimando empecilhos e ameaças de quedas, tirando do erro o acerto, do fracasso o desejo de resistir. A presença de Raquel de Queiroz ilustra, ao vivo, a peroração. Discurso na solenidade da 8ª Colação de Grau da UNIFOR, em 3 de agosto de 1979. FRAGMENTO “A responsabilidade e o talento de cada um definirão as vitórias a serem alcançadas, dando mais força e expressão à vossa conquista”. COMENTÁRIO Em seu discurso, Edson Queiroz faz empréstimo da temática virgiliana, retratada nos versos da “Eneida”, que assim predizem: “ Audentes fortuna juvat”, “a sorte favorece os audazes”. Alude à verificação de que esta máxima não retroage, é verossímil, comprovada. Como sorte entende o vencer, e como audaz classifica todo aquele que se empenha, cérebro e coração, na concretização de suas metas. A este está definitivamente assegurado o destaque e a realização. Discurso na solenidade da 9ª Colação de Grau da UNIFOR, em 28 de dezembro de Memorial Edson Queiroz 1979. FRAGMENTO “Há muito vimos ouvindo que só os fortes vencem. Ao passar dos tempos, verificamos que esta máxima cada vez mais verdadeira se torna.” COMENTÁRIO Vencer é um ato de vontade, que essencialmente caracteriza o homem: o “Homo Volens”. E nisso se distingue de todos os outros seres. A nossa vontade nunca está contente com o que realizou ou adquiriu. Um impulso potente de autotranscedência inquieta-a implacavelmente. O anseio de criar, de crescer, de realizar fá-Ia uma força que eleva o homem acima de suas faculdades ordinárias e toma-o capaz de projetar-se para além de sua comum energia, com o fito de atingir um estado superior de auto-afirmação. Palestra na Televisão Verdes Mares, sobre as causas e as conseqüências da greve dos alunos da UNIFOR no 1° semestre de 1980, proferida em 26 de abril de 1980. FRAGMENTOS “Há alguns anos formulamos um desejo: criar uma Universidade em Fortaleza. Desde os primeiros momentos esta vontade transformou- se em uma determinação que comandava toda a nossa capacidade de ação e devoção.” “O fenômeno de concentração de capitais produtivos e de oportunidades de trabalho era resultante de vários fatores, principalmente o cultural, que representava uma condição orgânica nordestina, incapaz de absorver os novos métodos de trabalho e de aproveitar as oportunidades que se ofereciam a todo o povo brasileiro”. Memorial Edson Queiroz “Urgia a mobilização de todas as forças para modificar o processo que estava ampliando o fosso existente entre o Nordeste e os centros sulistas”. “Convicto de que tínhamos o dever de nos engajar nessa luta, decidimos construir uma Universidade que viesse ampliar as oportunidades da nossa juventude, oportunidades estas que se achavam limitadas pela capacidade de vagas das escolas estatais. Assim nasceu a Universidade de Fortaleza, não como um sonho em si, mas como uma iniciativa que viesse ajudar a compatibilizar o Nordeste com as demais regiões do País; a de ver a nossa matéria-prima transformada, aqui mesmo, em produtos de exportação; a de criar tecnologia adequada para o aproveitamento das nossas riquezas agrícolas; a de ver erradicado o subdesenvolvimento estampado na face das nossas crianças”. “Nenhuma Fundação tem dono. A Fundação pertence àqueles que dela usufruem. Caracteriza-se como uma organização de usufruto social do capital, com fins determinados e específicos”. “Há, agora, uma greve visando à redução das anuidades da Unifor. É impossível fazê-lo sem determinar o desequilíbrio financeiro da entidade, comprometendo-lhe a vida no presente e no futuro”. “E apesar das injustiças e das mágoas, continuamos como administrador, com a mesma dedicação, enquanto vida tivermos e enquanto subsistir a Fundação”. COMENTÁRIO Em 26/04/80, Edson Queiroz profere palestra na Televisão, Canal 10, durante a ocorrência da maior e mais longa greve de alunos da Universidade de Fortaleza. É destacado, no texto do aludido discurso, o papel preponderante da Unifor, no resgate do aproveitamento de recursos humanos da região Nordeste, viabilizando esta a formação de uma nova geração de profissionais, nas mais diversas áreas, concedendo-lhes um espaço legítimo, onde possam desenvolver seu universo específico de conhecimento, Memorial Edson Queiroz sem que nada fiquem a dever aos que estão radicados em centros urbanos mais avançados, redistribuindo, assim, as oportunidades até então concentradas na região Sul. A Unifor é configurada por Edson Queiroz como mola impulsionadora deste novo Perfil Nordestino, agora finalmente encarando sua importância no contexto da Federação, voltada para os nossos interesses prioritários e regionais, resolvida a erradicar de nossas fronteiras os sintomas centenários e crônicos da miséria e do ilhamento cultural. Diz o Chanceler da necessidade premente e primeira de estabilizar o funcionamento da Universidade de Fortaleza, mediante um sistema organizacional que se recuse, terminantemente, a se confinar no âmbito de interesses pessoais, venham eles de onde vierem. Em meio ao conflito, deixa transparecer sua angústia e receio de que o futuro da instituição venha a ser comprometido, pelo não entendimento entre as partes que a constituem, alegando haver, na incompreensão do corpo discente, a implícita negação dos propósitos que embasaram a criação da Universidade. Ratifica, porém, a intenção notória de resistir, a todo custo, na convicção final de que a História fará Justiça a quem teve a coragem e o poder decisório de tornar concretas as linhas dimensionais de um grande e memorável Sonho. Discurso na solenidade da 10ª Colação de Grau da UNIFOR, em 14 de setembro de 1980. FRAGMENTOS “Recompensada está a UNIFOR com os serviços que vem prestando ao País, suprindo, de recursos humanos de qualidade, seu mercado de trabalho”. “Se algum dia vocês forem surpreendidos pela injustiça ou pela ingratidão, não deixem de crer na vida, de engrandecê-la pela decência, de construí-Ia pelo trabalho”. COMENTÁRIO Memorial Edson Queiroz Desta solenidade ficou a frase que, até o presente, norteia a filosofia da Fundação Edson Queiroz. A frase que é frontispício de sua identidade e personalidade. Afirmação esta que serviu de arquétipo para definir o prisma humanístico da visão do mundo de Edson Queiroz. Não ocorre, nem incidentalmente, o vocabulário do rancor, do ódio, do ressentimento, da vingança. Se, por instantes, sua voz pareceu irada, jamais foi apocalíptica, mas testemunho de que somente a fé e o perdão constroem para a solidariedade humana e geram frutos para a eternidade. É interessante observar a informalidade amistosa do tratamento dado aos concludentes (vocês) e que é conotativa do desejo de integração com o corpo de alunos, apesar dos indefectíveis percalços a que está sujeito todo aquele que é dotado de perseverança, pioneirismo e audácia e que tenta contribuir, obstinadamente, investindo nas transformações da sociedade, visando ao bem comunitário. Discurso na solenidade da 11ª Colação de Grau da UNIFOR, em 14 de março de 1981. FRAGMENTOS “O dia de hoje é prenúncio de conquistas, que serão creditadas à conta da inteligência e do esforço de cada um”. “Nunca deixem de alimentar a alma com nobreza, compreensão, altivez, confiança, paciência e muito amor”. COMENTÁRIO O discurso se desenvolve consoante citação que encerra, em sua mensagem, a crença na existência irrefutável de um saldo qualitativo, depositado à conta de cada investidor do crescimento e da promoção contínua do ser humano, como indivíduo e como sociedade. Refere-se ainda aos nutrientes de caráter firme, que faz valer a competência no trabalho e culmina por dizer que a mais difícil prova da racionalidade reside na Paciência, donde Memorial Edson Queiroz se originam as garantias de sucesso e permanência de todo empreendimento levado a bom termo. Discurso na Homenagem das Lideranças Empresariais, promovida pela Associação Comercial do Ceará, em 31 de julho de 1981. FRAGMENTO “Somos, em verdade, caminheiros de uma mesma peregrinação, em busca de objetivos superiores, que se confundem com as próprias aspirações, de uma região de controversas perspectivas”. COMENTÁRIO Em 1981, recebe homenagem das Lideranças Empresariais. Em suas palavras de agradecimento fala em peregrinação, o que subtende afirmar que muitos, e não somente ele, estiveram e estão na penosa e sofrida busca de objetivos superiores. Objetivos estes que chegam a ganhar a mesma amplitude de aspirações, palmilhados à custa de sacrifícios e incontáveis renúncias, numa região onde controversas perspectivas colidem a cada instante e onde a determinação e o enrijecimento da vontade se fazem requisitos indispensáveis para o alcance das metas pretendidas. Discurso na solenidade da 12 a Colação de Grau da UNIFOR, em 23 de agosto de 1981. FRAGMENTOS “Nenhuma missão é mais humana e socialmente produtiva do que a de definir vocações.” “Desejo-lhes pleno sucesso, que é a compensação legítima de todos os que sabem lutar”. Memorial Edson Queiroz COMENTÁRIO Edson Queiroz, em seu discurso, submete aos concludentes e seus convidados uma prestação de contas dos serviços cumpridos pela Universidade de Fortaleza. Usa a palavra missão para caracterizar os ideais mantidos pela Fundação. Posteriormente, afirma que sente na pele este processo vivenciado de esforço e dedicação, por ter, ele próprio, palmilhado, passo a passo, as etapas que levam ao coroamento das aspirações. Discurso na solenidade em que o Clube dos Diretores Lojistas lhe presta expressiva homenagem, em 28 de agosto de 1981. FRAGMENTO “Incluo-me entre os que mais vivem e sentem esta categoria empresarial. Somos, portanto, irmãos nos propósitos de afirmação, nas responsabilidades e na perseverança”. COMENTÁRIO Edson Queiroz sentia-se um homem integrado e atuante, no vasto e intrincado mundo dos negócios. Conhecedor profundo de seus meandros, sabia o quanto demanda estabilizar-se nele. Ressalta como pontos básicos o binômio de duas qualidades, sem as quais não é conseguida a senha que leva à realização dos empreendimentos: responsabilidade e perseverança. Como responsabilidade entende o abraçar fortemente os deveres, racionalizando suas implicações mais duras, inadiáveis, a cujo atendimento deve dobrar-se o homem que deseja a consecução de tudo que lhe é cobrado, como inerência de suas atribuições. Como perseverança decodifica a tenacidade de propósito, que será a causa-mater do efeito desejado. Necessário se faz aceitar, corajosamente, os desapontamentos, vê-los através do óculo de alcance da força Memorial Edson Queiroz de vontade, que os transforma em desafios para um esforço maior. A razão mesma da superioridade humana nasce do itinerante ato de querer. Querer com veemência, como a água que bate insistentemente no rochedo, até escavá-lo em passagem livre, que a colocará na superfície dos caminhos por onde deve fluir sem embargos ou impedimentos. Discurso na solenidade de Outorga de Honorífica Medalha pela Câmara Municipal de Fortaleza, em 30 de outubro de 9981. FRAGMENTO “Até com as pedras atiradas se constrói. Porque é se construindo que se faz uma sociedade justa”. COMENTÁRIO Nas dependências da Câmara Municipal ressalta o valor intrínseco do fazer. Usa da rusticidade de uma imagem estilística, metafórica, em que afirma que até mesmo pedras atiradas a esmo podem construir um relevo, a presença de algo novo. Nenhum esforço, por mais simples e menor que seja, deve ser subestimado ou posto de lado. Lembraríamos, numa digressão oportuna, o embricamento com a afirmação de Fernando Pessoa: “Tudo vale a pena, se a alma não é pequena”, o que igualmente acoplaríamos ao dizer de Hans Christian Andersen: “que me importa viver num ninho de patos, se tenho alma de cisne”. Discurso na solenidade da 13ª Colação de Grau da UNIFOR, em 5 de fevereiro de 1982. FRAGMENTO “O desempenho futuro de cada profissional constituirá um testemunho a mais do papel relevante, que a Universidade de Fortaleza desempenha em função dos seus objetivos educacionais”. Memorial Edson Queiroz COMENTÁRIO Esclarece, em sua oração, que o futuro explicitará a nobreza e a procedência do papel relevante que a Universidade vem desenvolvendo no seio da comunidade, e que o testemunho pessoal de cada concludente no seu desempenho profissional será prova incontestável de que a instituição permanece fiel e na defesa de seus ideais. Discurso na solenidade da outorga de Honorífica Medalha pela Federação das Indústrías do Ceará, em 25 de maio de 1982. FRAGMENTO “As dificuldades que afligem o setor, diminuindo-lhe a capacidade e obscurecendo suas perspectivas, são acentuadas pelas desigualdades regionais, que, por vezes, desestimulam os menos corajosos mas não arrefecem o ânimo dos que têm objetivos definidos.” COMENTÁRIO No ensejo da solenidade realizada em 1982, na Federação das Indústrias, Edson Queiroz aborda as dificuldades com que se depara o setor. Frisa as conseqüências desses bloqueios e entraves, afirmando que eles acabam por reduzir a capacidade de expansão e desenvolvimento e que obstáculos provêm de muitas causas, mormente aquelas ligadas às desigualdades regionais, à falta de um tratamento igualitário por parte dos poderes constituídos, resultando disso o desestímulo aos menos audazes, aos menos corajosos, fazendo com que recuem visivelmente na caminhada progressista. Afirma, no entanto, que estes impasses não são capazes de arrefecer os ânimos daqueles que definiram seus objetivos e não coabitam com a idéia de a eles renunciar, sem antes terem esgotado todas as possibilidades e recursos. HOMENAGENS “In Vita” Memorial Edson Queiroz Memorial Edson Queiroz HOMENAGENS “In Vita” Memorial Edson Queiroz Ainda em vida, a partir de 1969, seria condecorado e receberia honrarias, em reconhecimento a seu trabalho e participação: 1. em 2 de maio de 1969, recebeu a Medalha do Mérito Timbira, da Cidade de São Luís, outorgada pelo governador do Maranhão, José Samey, pela Lei n0 2.205, por ocasião do 350°- aniversário da cidade; 2. em março de 1971, a Medalha da Abolição, pelo governo do Ceará (Decreto nº 384); 3. em julho de 1972, Diploma de Honra, outorgado pela Confederação Brasileira de Desportos Universitários; 4. em março de 1973, a Medalha de Honra do Município da Prefeitura de Fortaleza (Decreto n° 4.006); 5. em dezembro de 1973, no dia 2, o título de Cidadão de São Luís, outorgado pela Câmara Municipal da cidade Lei Municipal nº 2.065; 6. em 1973, a Placa de Prata “Homem do Petróleo do Ano”, uma homenagem do Comércio Varejista de Combustíveis Minerais do Ceará; 7. ainda nesse ano, o título de “Colaborador Emérito do Projeto Rondon”; 8. em junho de 1975, o título de “Homem Tendência 1975”, da revista Tendência, do grupo Bloch Editores; 9. em agosto de 1975, o título de Sócio Honorário da Academia Cearense de Letras, no transcurso do 81° aniversário da instituição; 10. em setembro de 1976, o título “Mascate do Ano de 1976”, da Confederação Nacional do Comércio do Rio de Janeiro; 11. em outubro de 1976, a Medalha do Mérito, do Liceu do Ceará, durante as comemorações de fundação do colégio; 12. em novembro de 1976, os títulos de “Honra ao Mérito” e Memorial Edson Queiroz “Cidadão de Belém”, da Câmara Municipal da capital do Pará; 13. em dezembro de 1977, a Medalha Thomaz Pompeu de Souza Brasil, da Secretaria da Cultura, Desportos e Promoção Social do Estado do Ceará, em reconhecimento à colaboração prestada para as comemorações alusivas ao centenário da morte de José de Alencar; 14. em setembro de 1979, o Troféu da Gratidão, do Clube dos Diretores Lojistas de Fortaleza, durante a 16a Convenção Nacional do Comércio Varejista; 15. em fevereiro de 1980, o título de “Cavaleiro da Ordem Eqüestre do Santo Sepulcro de Jerusalém;” 16. em abril de 1980, o título de “Grande Colaborador da Cultura Portuguesa”, da Academia Antero de Quental; 17. em outubro de 1981, a Medalha Cidade de Fortaleza, da Câmara Municipal de Fortaleza; 18. em 25 de maio de 1982, Edson Queiroz receberia sua última homenagem em vida: a Medalha do Mérito Industrial, outorgada pela Federação das Indústrias do Estado do Ceará no “Dia da Indústria”. HOMENAGENS “post mortem” Memorial Edson Queiroz Memorial Edson Queiroz HOMENAGENS “Post - Mortem” Memorial Edson Queiroz 1. MEDALHA EDSON QUEIROZ: Instituída pela Assembléia Legislativa do Estado do Ceará, Lei n0 10.695, de 22.06.82, conferida ao Proto - Homenageado em primeiro lugar. 2. MEDALHA 30 ANOS DO BANCO DO NORDESTE 19.07.82. 3. MEDALHA MÉRITO DA RADIODIFUSÃO: conferida pela ABERT - Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão - 22.09.82, 4. MEDALHA EDUCADOR EDILSON BRASIL SOÁREZ: conferida pelo Sindicato dos Estabelecimentos de Ensino Particular do Estado do Ceará -14.10.82. 5. MEDALHA E TÍTULO DE SÓCIO BENEMÉRITO: conferidos pelo Centro dos Exportadores do Ceará - 29.10.82. 6. PLACA DE PRATA oferecida pelo Centro Educacional Joviniano Barreto - 08.12.82. 7. PLACA JUBILEU DE PRATA DA TRIBUNA DO CEARÁ -14.12.82. 8. MEMBRO DO QUADRO EFETIVO DA ORDEM NACIONAL DO MÉRITO EDUCATIVO - Grau de Comendador: conferido pelo Presidente da República, João Baptista Figueiredo - 05.04.83. 9. BAIRRO EDSON QUEIROZ: Nova denominação do antigo Bairro Água Fria em Fortaleza - 07.06.83. 1 0. RUA EDSON QUEIROZ: Denominação de rua na cidade de Teresina, Piauí - 07.06.83. 1 1. AGÊNCIA EDSON QUEIROZ: Denominação da Agência Metropolitana do Banco do Nordeste do Brasil em Fortaleza - 07.07.83. 12. APOSIÇÃO DE RETRATO E EXIBIÇÃO DE PEÇAS PESSOAIS no Museu Histórico e Antropológico do Ceará Memorial Edson Queiroz - 27.07.83. 13. RODOVIA EDSON QUEIROZ: Denominação da estrada que liga a sede do Município de Pacatuba à CE-021 07.08.83. 14. ESTÁTUA DE EDSON QUEIROZ: Homenagem do Município de Cascavel - 17.10.83. 15. MEDALHA DO MÉRITO LEGISLATIVO: concedida pela Câmara Municipal de Fortaleza - 28.10.83. 16. ESCOLA EDSON QUEIROZ: Denominação de Escola no Município de Quixeramobim, Ceará -15.11.83. 17. ESTÁTUA DE EDSON QUEIROZ: Homenagem prestada pelo industrial Jaime Aquino. Campus da UNIFOR dez/83. 18. ESCOLA EDSON QUEIROZ: Denominação de escola de 1º Grau no Distrito Industrial de Fortaleza -16.12.83. 19. MEDALHA DO MÉRITO ROTÁRIO: 1983. 20. ESTÁTUA DE EDSON QUEIROZ: Homenagem do Estado do Ceará. Praça da Imprensa em Fortaleza - 2.04.84, 21. AÇUDE EDSON QUEIROZ: Nova denominação do exaçude Serrote em Santa Quitéria, Ceará - 07.05.84. 22. PRAÇA EDSON QUEIROZ: Denominação de Praça no Bairro Nova Betânia na cidade de Mossoró, Rio Grande do Norte - 20.07.84. 23. PRÊMIO EDSON QUEIROZ: Denominação de prêmio instituído pela Universidade Federal do Ceará para concurso de monografia - 27.06.85. 24. PRÊMIO EDSON QUEIROZ: Denominação de prêmio instituído pela Associação Cearense de Imprensa para concurso de jornalismo -1986. 25. MEDALHA DO INSÍGNE EDUCADOR: conferida pela Academia Brasileira de Medicina Militar (Rio de Janeiro) - 22.03.86. 26. DIPLOMA DO CONSELHO DA ORDEM DO CONGRESSO Memorial Edson Queiroz NACIONAL - Grau de Oficial: outorgado pelo Congresso Nacional em sessão de 13.05.86. 27. PLACA CINQÜENTENÁRIA, DO SETOR DE GÁS NO BRASIL: oferecida pelo Sindigás -1987. 28. TROFÉU LÍDER EMPRESARIAL -12 anos de Balanço Anual da Gazeta Mercantil -1989. 29. AGÊNCIA EDSON QUEIROZ: Denominação de Agência da Caixa Econômica Federal no Bairro Edson Queiroz 05.01.90. 30. AVENIDA EDSON QUEIROZ: Denominação de avenida na cidade de Cascavel, Ceará -15.03.91. 31. LIONS CLUBE EDSON QUEIROZ: Denominação de clube no Distrito L-15 - 23.08.91 32. AGÊNCIA EDSON QUEIROZ: Denominação de Agência do Banco do Estado do Ceará no Bairro Edson Queiroz, Fortaleza -13.03.92. 33. CENTRO DE CONVENÇÕES EDSON QUEIROZ: Denominação do Centro de Convenções do Ceará, em Fortaleza. 34. TÍTULO DE EDUCADOR MÉRITO DA ANUP:concedido pela Associação Nacional das Universidades particulares12.10.92 35. PRÊMIO EDSON QUEIROZ: Denominação de prêmio instituído pela Unifor para concurso de monografia, em 15.10.93 36. DIPLOMA BENEMÉRITO DA CULTURA BRASILEIRA: concedido pelo CEPEDE - Instituto Lusíadas- 29.08.94 37. SEDE EDSON QUEIROZ - denominação da sede da Fundação da Criança-15.06.95. 38. MEDALHA DO MÉRITO CONTÁBIL: concedida pelo Conselho Federal de Contabilidade - 19.11.97. 39. MEDALHA DO MÉRITO JORNALÍSTICO: conferida pela Associação Cearense de Imprensa -26.01.98. Memorial Edson Queiroz 40. MEDALHA BOTICÁRIO FERREIRA: conferida pela Câmara Municipal de Fortaleza- 17.02.2003. 41. PLACA NO PLENÁRIO DA CÂMARA MUNICIPAL DE FORTALEZA com a frase que é fronstipício da identidade e personalidade do Chanceler Edson Queiroz: “Se algum dia vocês forem surpreendidos pela Injustiça ou pela Ingratidão, não deixem de crer na vida, de engrandecê-la pela decência, de construí-la pelo trabalho”- 17.02.2003. 42. TÍTULO DOUTOR HONORIS CAUSA da Universidade Estadual do Ceará, outorgado in memorian, em sessão de 26.06.2003. Memorial Edson Queiroz Memorial Edson Queiroz Infância OPEQUENO NEGOCIANTE Ao terminar o primário foi transferido para o Seminário da Prainha Edson Queiroz aos cinco anos de idade: noção das primeiras letras Memorial Edson Queiroz Adolescência ABRINDO OS HORIZONTES Edson Queiroz demonstrou talento para os negócios ainda muito jovem O cabo Edson Queiroz no 23º Batalhão Memorial Edson Queiroz Juventude RUMO AO PORTO SEGURO Edson e Yolanda no dia do casamento Edson Queiroz, D. Yolanda e filhos Edson formou-se em contabilidade Memorial Edson Queiroz Maturidade I FORMAÇÃO DO GRUPO Memorial Edson Queiroz Maturidade II UNIFOR MAIOR LEGADO Primeira Colação de Grau da Unifor Edson Queiroz discursa durante a inauguração da Unifor Memorial Edson Queiroz Impresso na Gráfica da Universidade de Fortaleza da Fundação Edson Queiroz Av. Washington Soares, 1321 Bairro Edson Queiroz Fone: (085) 3477.3000 - Fax: (085) 3477.3055 http://www.unifor.br CEP: 60.811-905 - Fortaleza - Ceará Memorial Edson Queiroz