Combustão em motores de combustão interna alternativos de Ciclo Otto e Diesel Composição do ar Símbolo Peso Molecular Análise Volumétrica Peso Relativo Análise Volumétrica Volume Relativo Análise em Peso O2 31,998 0,2095 6,703 0,2095 1 0,231 N2 28,012 0,7809 21,874 A 39,948 0,0093 0,372 CO2 44,009 0,0003 0,013 0,7905 3,773 0,769 1,0000 28,962 1,0000 4,762 1,000 Total Nitrogênio atmosférico = 28,16 kg/kmol Equação da combustão C O2 3,773N 2 CO2 3,773N 2 393,510kJ 1 H 2 O2 H 2 O 241,818 kJ 2 Equação da combustão para um hidrocarboneto genérico CaHbOc Ca HbOc d (O2 3,773N2 ) eCO2 fH 2O g3,773N2 Balanço de carbono: a = e Balanço de hidrogênio: b = 2f Balanço de oxigênio: c + 2d = 2e + f Balanço de nitrogênio: 3,773d = 3,773g Equação da combustão para um hidrocarboneto genérico CaHbOc Ca HbOc d (O2 3,773N2 ) eCO2 fH 2O g3,773N2 a=e b = 2f c + 2d = 2e + f 3,773d = 3,773g e=a f = b/2 d = a + b/4 – c/2 g=d Equação da combustão para um hidrocarboneto genérico CaHbOc Ca HbOc d (O2 3,773N2 ) eCO2 fH 2O g3,773N2 b c b b c Ca H bOc a (O2 3,773N 2 ) aCO2 H 2O 3,773 a N 2 4 2 2 4 2 Combustão estequiométrica b c b b c Ca H bOc a (O2 3,773N 2 ) aCO2 H 2O 3,773 a N 2 4 2 2 4 2 ( A / F ) ST massa de ar necessária para a combustão completa de um kmol de combustíve l massa de um kmol de combustíve l ( A / F ) ST b c a 1 32 3,773 28,16 4 2 a 12,011 b 1,008 c 16 Relação de mistura - l (A/F)atual l (A/F)ST Taxa de equivalência - (F/A)atual (F/A)ST Combustão estequiométrica b c b b c Ca H bOc l a (O2 3,773N 2 ) aCO2 H 2O 3,773 a N 2 4 2 2 4 2 l 1 mistura pobre (excesso de ar) l = 1 mistura estequiométrica (ar estequiométrico) l < 1 mistura rica (falta de ar) Relação de mistura - Lambda Fig.1 Fig.2 Fig.3 Exercício • Determine a relação (A/F)ST do etanol (C2H5OH). Exercício • Considerando que o gás natural veicular (GNV) seja composto de 92% de metano (CH4) e 8% de etano (C2H6), determine a relação (A/F)ST deste combustível. Exercício • No Brasil uma mistura de gasolina A (CnH1,87n) com 20% a 25% de etanol anidro combustível (C2H5OH) é comercializada nos postos de abastecimento (gasolina C). Determine a relação (A/F)ST quando: • A) 20% AEAC • B) 25% AEAC Combustíveis para motores de combustão interna alternativos de Ciclo Otto e Diesel Combustíveis para motores de combustão interna Derivados do petróleo ou hidrocarbonetos • Saturados: CaHb – ligações simples entre átomos de carbono: parafinas e cicloparafinas • Insaturados: CaHb – ligações duplas ou triplas entre os átomos de carbono: olefinas e aromáticos Oxigenados ou hidrocarbonetos oxigenados • Álcoois (R – OH ) • Éteres (R – O – R) Combustíveis para motores de combustão interna FAMÍLIA FÓRMULA ESTRUTURA SATURADO Parafínicos CnH2n+2 cadeia sim Olefínicos CnH2n cadeia não Diolefínicos CnHn-2 cadeia não Naftenos/Cicloparafinas CnH2n cíclica sim benzenos CnH2n-6 cíclica não naftalenos CnH2n-12 cíclica não Aromáticos Família das parafinas METANO – CH4 • 1 - metano • 2 - etano • 3 - propano ETANO – C2H6 4 - butano 5 - pentano 6 - hexano 7 - heptano 8 – octano 9 - nonano 10 - decano Família das olefinas ETENO – C2H4 • Caracterizam-se por estrutura em cadeia aberta como as parafinas, porém são não saturadas, podendo aparecer ligações duplas ou triplas entre os átomos de carbono. Utilizam o sufixo eno para identificá-las e os mesmos prefixos das parafinas Família dos aromáticos BENZENO – C6H6 XILENO – C8H10 Combustíveis oxigenados para motores de combustão interna – álcool (R-OH) METANO ETANO – C2H6 METANOL ETANOL Combustíveis oxigenados para motores de combustão interna – éteres (R – O – R) MTBE Combustíveis para motores de combustão interna Propriedades físicas • • • • • • • • • • Pressão de vapor Características de destilação Calor de vaporização Poder calorífico Densidade Poder anti-detonante Temperatura de auto-ignição Flash point Tensão superficial Viscosidade Pressão de vapor • Propriedade que determina a qualidade das características de volatilidade do combustível. • A Agência Nacional do Petróleo (ANP) utiliza as normas ASTM D4953, D5190, D5191 e D5482 e ABNT NBR 4149 e NBR 14156. • Em uma câmara fechada imersa em um banho a temperatura de 38,7°C é colocado o combustível líquido numa relação de ar/combustível de 4:1. Com a evaporação do combustível a pressão da câmara sobe até atingir o equilíbrio das fases. A pressão de equilíbrio é então denominada pressão de vapor ou pressão “Reid”, em homenagem ao propositor do teste. Calor de vaporização • É a energia necessária para converter um mol de líquido para vapor, ou seja, a energia necessária para a mudança de fase líquido/vapor. • Hidrocarbonetos convencionais que compõem as gasolinas apresentam calores de vaporização em torno dos 300 kJ/kg, já para os oxigenados, como o etanol, estes valores são superiores a 500 kJ/kg, • Surge aqui um paradoxo, se por um lado torna-se mais difícil a evaporação de um oxigenado, a grande redução da temperatura da mistura promove melhor enchimento do cilindro aumentando a eficiência volumétrica Poder calorífico superior • Poder calorífico superior (PCS) de um combustível representa a quantidade de energia liberada pela combustão de uma unidade de massa em um calorímetro de volume constante com recuperação de toda a energia de vaporização da água formada pela combustão. Poder calorífico inferior • Poder calorífico inferior (PCI) de um combustível representa a quantidade de energia liberada pela combustão de uma unidade de massa em um calorímetro de volume constante menos a energia consumida para vaporizar a água formada pela combustão. Densidade • é a massa de uma unidade de volume de combustível, ou também a relação entre o massa de um volume de combustível com a massa de um mesmo volume de água a 15°C e 101,325 MPa, cuja densidade nestas condições é igual a 1 (densidade relativa). • a densidade do combustível é muito importante para economia, pois ela está bem relacionada com o conteúdo de energia do mesmo. As densidades das gasolinas comuns estão na faixa de 0,72 e 0,78 e depende dos tipos das frações de hidrocarbonetos que fazem sua composição. Os hidrocarbonetos aromáticos apresentam as maiores densidades, as olefinas apresentam densidades médias entre estas e as parafinas com as menores densidades. Poder anti-detonante • Representa a maior ou menor resistência do combustível de poder permanecer exposto, quando misturado ao ar, a altas temperaturas na câmara de combustão sem entrar em combustão espontaneamente. • Quando o combustível apresenta baixa resistência à auto-ignição, pode ocorrer o fenômeno conhecido por detonação, ou seja, a autoignição da mistura em pontos distintos da câmara antes da chegada da frente de chama, o que ocasiona uma combustão extremamente rápida e descontrolada (detonação) e com um ruído bem característico devido a uma prejudicial vibração da câmara de combustão. • A qualidade antidetonante do combustível é representada pelo Número de Octanas (NO), isto é, quanto maior o NO, maior será sua capacidade de resistir à detonação. O NO de um combustível qualquer equivale ao NO de uma mistura de frações de isoctano (C8H18) e heptano (C7H17) que tenham qualidades antidetonantes semelhantes. Temperatura de auto-ignição • É a temperatura que o combustível entra em ignição espontaneamente em contato com o ar. • Esta característica é dependente das condições de pressão e temperatura. • Em geral a temperatura mínima de auto-ignição decresce com o aumento da pressão. • Para álcoois, éteres e hidrocarbonetos leves, em ar a pressão atmosférica esta temperatura está entre 500°C e 600°C e para os hidrocarbonetos mais pesados com cadeias longas (C8 – C10) com algumas parafinas e olefinas em torno de 200°C a 250°C. Flash point (temperatura de vapor) • O flash point de um combustível é a mais baixa temperatura em que uma mistura de vapor de combustível e ar entra em ignição. Tensão superficial • Tensão superficial é um efeito físico que ocorre na camada superficial de um líquido que leva a sua superfície a se comportar como uma membrana elástica. As moléculas situadas no interior de um líquido são atraídas em todas as direções pelas moléculas vizinhas e, por isso, a resultante das forças que atuam sobre cada molécula é praticamente nula. As moléculas da superfície do líquido, entretanto, sofrem apenas atração lateral e inferior. Esta força para o lado e para baixo cria a tensão na superfície, que faz a mesma comportar-se como uma película elástica Viscosidade • É a propriedade física que caracteriza a resistência de um fluido ao escoamento, a uma dada temperatura; Combustíveis para motores de combustão interna Propriedades físicas ETANOL Densidade (Kg/m³) Temperatura de vapor (°C) Pressão de Vapor Reid (kPa) Temperatura de auto-ignição (°C) Calor de vaporização (kJ/kg) PCI (kJ/kg) MTBE XILENOS GASOLINA 720,0 a 780,0 26,7 a 225,0 55,2 a 103,4 794,0 744,0 873,3 77,8 55,0 140,3 15,9 53,8 0,7 422,8 435,0 506,0 257,2 921,1 321,0 347 348,9 26,7 35,1 40,9 41,9 Combustíveis para motores de combustão interna • • • • • Gasolina automotiva tipo A Gasolina automotiva tipo B Gasolina automotiva tipo C Álcool etílico anidro combustível (AEAC) Álcool etílico hidratado combustível (AEHC) UNIDADE ESPECIFICAÇÃO MÉTODO ABNT/ASTM Cor — (1) Visual (2) Aspecto — (3) visual (2) Álcool Etílico Anidro Combustível – AEAC %vol (4) NBR 13992 Massa específica a 20ºC kg/m3 Anotar Destilação 10% evaporado, máx. 50% evaporado, máx. 90% evaporado, máx.(5) PFE, máx. Resíduo, máx. ºC ºC ºC ºC %vol 65,0 80,0 190,0 220,0 2,0 Nº de Octano Motor – MON, mín. — 82,0 (9) Índice Antidetonante - IAD, mín.(6) — 87,0 Kpa 69,0 máx. NBR 4149 NBR 14156 D 4953 D 5190 D 5191 D 5482 mg/100 ml 5 NBR 14525 D 381 Min 360 NBR 14478 D 525 — 1 NBR 14359 D 130 Enxofre, máx. (8) % massa 0,10 NBR 6563 NBR 14533 D 1266 D 2622 D 3120 D 4294 D 5453 Benzeno, máx. (8) %vol 1,0 Chumbo, máx. (12) g/L Aditivos (9) — CARACTERÍSTICA Pressão de Vapor a 37,8 ºC (7) Goma Atual Lavada, máx. Período de Indução a 100ºC, mín. Corrosividade ao Cobre a 50ºC, máx. Hidrocarbonetos: (8) (10) NBR 7148 NBR 14065 D 1298 D 4052 NBR 9619 D 86 MB 457 D 2700 MB 457 D 2699 D 2700 — D 3606 D 5443 D 6277 0,005 — D 3237 — — — MB 424 D 1319 %vol Aromáticos, máx. (11) 45 Olefínicos, máx. (11) 30 UNIDADE ESPECIFICAÇÕES MÉTODO ABNT/ASTM Aspecto - Límpido e isento de impurezas Visual Cor - Incolor Visual Acidez total (como ácido acético), máx. mg/L 30 9866 D 1613 Condutividade elétrica, máx. µS/m 500 10547 D 1125 Massa específica a 20ºC kg/m3 811,0 5992 D 4052 Teor alcoólico ºINPM 93,8 5992 - - 8,0 10891 - mg/100Ml 5 8644 - Teor de hidrocarbonetos, máx. %vol. 3,0 13993 - Íon Cloreto, máx. mg/kg 1 10894/10895 D 512(7) Teor de etanol, mín. %vol. 95,1 - D 5501 Íon Sulfato, máx. mg/kg 4 10894/12120 - Ferro, máx. mg/kg 5 11331 - Sódio, máx. mg/kg 2 10422 - Cobre, máx. mg/kg - 10893 - CARACTERÍSTICA Potencial hidrogeniônico (pH) Resíduo por evaporação, máx. Teste de Qualidade de Combustíveis Gasolina: A) Cor e aspecto B) Massa específica e temperatura da amostra ou massa específica a 20ºC C) Teor de álcool Gasolina Cor e Aspecto a) expressar os resultados de aspecto observados da seguinte forma: I – Límpido e isento de impurezas; II – Límpido e com impureza; III – Turvo e isento de impurezas, ou IV – Turvo e com impurezas. b) expressar a cor visual. Teor de Álcool na Gasolina Material: a) proveta de vidro de 100mL graduada em subdivisões de 1ml com boca esmerilhada e tampa; b) solução aquosa de cloreto de sódio a 10% peso/volume (100g de sal para cada litro de solução). Teor de Álcool na Gasolina Procedimento: a) colocar 50ml da amostra na proveta previamente limpa, desengordurada e seca, observando a parte inferior do menisco; b) adicionar a solução de cloreto de sódio até completar o volume de 100mL, observando a parte inferior do menisco; c) misturar as camadas de água e amostra através de 10 inversões sucessivas da proveta, evitando agitação enérgica; d) deixar a proveta em repouso por 15 minutos de modo a permitir a separação completa das duas camadas; e) anotar o aumento da camada aquosa em mililitros. Teor de Álcool na Gasolina Teor de álcool na gasolina Cálculo e Resultado: a) V = (A x 2) + 1, onde: V = Teor de álcool (AEAC) na gasolina, e A = aumento em volume da camada aquosa (álcool e água) Teste de Qualidade de Combustíveis Álcool Etílico Hidratado Combustível – AEHC a) Aspecto e Cor b) Massa específica e temperatura da amostra ou massa específica a 20ºC c) Teor Alcoólico Teste de Qualidade de Combustíveis Diesel: A) Aspecto e Cor B) Massa específica e temperatura da amostra ou massa específica a 20ºC