Central de Cases CASO DEL VALLE: o desafio de se manter líder www.espm.br/centraldecases Central de Cases CASO DEL VALLE: o desafio de se manter líder Preparado pelo Prof. Sydney Manzione, ESPM-SP. Recomendado para as disciplinas de: Marketing, Comunicações, Embalagens, Ambiente. Este caso foi escrito inteiramente a partir de informações cedidas pela empresa e outras fontes mencionadas ao longo do texto. Não é intenção do autor avaliar ou julgar o movimento estratégico da empresa em questão. Este texto é destinado exclusivamente ao estudo e à discussão acadêmica, sendo vedada a sua utilização ou reprodução em qualquer outra forma. A violação aos direitos autorais sujeitará o infrator às penalidades da Lei. Direitos Reservados ESPM. 2007 www.espm.br/centraldecases RESUMO A Del Valle iniciou suas atividades no Brasil no ano de 1997, começando as operações com a importação de produtos do México. Lançou um produto de qualidade e apresentou um posicionamento atrativo, embasado na ideia de uma vida mais saudável. Atuando somente no ponto-de-venda de maneira eficiente, o produto deslanchou de tal forma que a matriz mexicana resolveu iniciar uma operação no Brasil, criando sua fábrica em 1999. Desde o seu lançamento até agora, a Del Valle apresenta constantes crescimentos de volumes de vendas e é um exemplo da força da comunicação boca a boca. O cenário do mercado tem se modificado nos últimos anos com a chegada de novos players fortes e de marcas de preço baixo, fazendo com que haja crescimento da categoria. PALAVRAS-CHAVE Marketing, comunicação boca a boca, posicionamento, estratégias de crescimento, atividade no ponto-de-venda, embalagem, suco pronto para beber. | Central de Cases 3 SUMÁRIO Histórico................................................................................................... 5 O mercado................................................................................................ 7 A sucos Del Valle.................................................................................... 10 O desafio................................................................................................ 12. Questões para discussão....................................................................... 12 | Central de Cases 4 Histórico Logo após a Segunda Guerra Mundial, em 1947, Luis Cetto, até então voltado ao mercado de vinhos, acreditou que poderia incrementar seus negócios através do lançamento de sucos de uva na Cidade do México. Durante muito tempo a empresa se especializou nesse emergente mercado de sucos até que, em 1978, a família Albarrán, à frente de um grupo de investidores, assumiu o controle acionário da empresa. Continuando em seu desenvolvimento, a Del Valle, em 1998, percebeu um grande e crescente mercado hispânico, principalmente mexicano, existente nos Estados Unidos e lançou sua linha de produtos naquele país, onde conquistou mercado chegando a ter seu produto principal considerado um dos melhores do país. Nessa ocasião já possuía, no México, uma das mais modernas e equipadas fábricas da América Latina. Acreditando na expansão, a Del Valle, em 1997, iniciou suas operações no Brasil e, posteriormente, na Venezuela e em Porto Rico. A Del Valle, mesmo antes de seu processo de exteriorização, demonstrava preocupação com produtos de sucos de fruta como seu foco de negócios, além de definir claramente que sua missão é a geração de valor para seus stakeholders. No Brasil, a operação da Del Valle começou com a importação de produtos do México. Os volumes de vendas do país são crescentes, com grande parte dos investimentos praticamente, só em ponto-de-venda. Entre as possibilidades de comunicação, a Del Valle optou por foco no ponto-de-venda, apenas. Os significativos volumes atingidos pela SDV (Sucos Del Valle) e o crescimento expressivo das suas vendas entusiasmaram a família Albarrán que, em 1999, inaugurou a fábrica da Del Valle na cidade de Americana, em São Paulo, dando, de fato, o início da operação brasileira. A direção estratégica da empresa continuou, com investimentos direcionados a ponto-de-venda e degustação, acreditando em sua qualidade e excelência da embalagem. Pouco, ou nada, era direcionado a outros expedientes de comunicação. Em 2002/2003 a Del Valle investiu em mídia (TV – Campanha Boca a Boca), como agradecimento aos seus consumidores. Em 2004 lançou a bebida à base de soja. Em 2006 retornou à mídia com o novo posicionamento “Natural na Vida”. Ano a ano, a empresa incorpora novos produtos à sua linha lançando suco em lata, linha infantil (Mini) e a linha Mix, mistura de sabores. O suco Del Valle é um produto premium, no mercado de sucos. Com um target voltado às classes A e B. Para explorar esses segmentos a Del Valle lançou a linha Play Max, uma bebida mista, com preço mais acessível, voltado para as classes C e D, basicamente para concorrer com Kapo. Desde o início de suas atividades a comunicação boca a boca se intensifica, gerando maior conhecimento da marca e experimentação espontânea. O planejamento estratégico de longo prazo definia que a empresa estaria voltada, de 2005 a 2010, em fazer a marca crescer através da inovação e busca de novos consumidores, inclusive através de novas segmentações de mercado, focando seus esforços no target primário feminino, composto por mulheres de 25 a 45 anos das classes A e B. Com a sedimentação da empresa no Brasil, a Del Valle declara sua missão, similar à Mexicana, porém adaptada ao país: | Central de Cases 5 Somos uma empresa multinacional, jovem, inovadora, especializada em bebidas frutais, que satisfaz e antecipa os desejos do consumidor, gerando valor a nossos colaboradores, clientes, fornecedores e acionistas. A visão da empresa é declarada como: Ganhar a preferência do consumidor, ao oferecer a melhor opção de bebidas frutais, atuando com paixão e responsabilidade. Os valores da Del Valle nacional são: • Comprometimento • Qualidade • Disciplina • Honestidade • Justiça • Positivismo • Respeito e amizade dentro de um ambiente de trabalho saudável e produtivo Durante o ano de 2006, a SDV se concentrou na manutenção de share of mind, obtida durante os anos de operação e ameaçada pelo acirramento da concorrência. Além disso, deu atenção a atributos como os valores nobres da marca e o aspecto família, carinho e afeto, simplicidade e desconcentração. Todos os atributos extrínsecos de apelo à humanização da marca. Foi, também, o momento de criar uma campanha intermediária e preparatória para passos a serem dados no futuro. Surge o mote “Natural na vida”. Esse posicionamento está em linha com a visão que surgia no mercado, em que Del Valle aparece como uma marca humana, nova, refrescante, saudável, original e simpática. (1) No fator “refrescância” , na realidade, o ponto de entrada para a categoria de produtos, o suco Del Valle foi considerado melhor que Coca-Cola e Guaraná Antarctica, segundo a pesquisa de marcas Cool 2006. A Del Valle passa a sair do consumo nos lares e a conquistar outros pontos de consumo, buscando atender, hoje, uma tendência mundial: o chamado consumo on the go, que ocorre entre um ponto e outro, de casa para o trabalho, ou do trabalho para a escola, para se exemplificar. Outro fator importante para o composto da Del Valle é a manutenção de um produto (e imagem) natural, que encontra respaldo na tendência mundial de busca por uma vida saudável, fator que, inclusive, vem causando a queda de consumo de outras categorias. A Del Valle, hoje num mercado altamente concorrido, mantém sua liderança e crescimento de volumes de vendas, mas enfrenta o desafio do crescimento da sua participação de mercado, ameaçada por grandes players e marcas de baixo preço. | Central de Cases 6 (1) As palavras “refrescância” e “saudabilidade” são neologismos usados na indústria de bebidas, que, ainda, não constam de dicionários. O mercado O mercado brasileiro de bebidas pode ser visto como a soma das bebidas alcoólicas e as não alcoólicas. O primeiro mercado se subdivide em, pelo menos, dez categorias diferentes, entre elas aguardente, licores e vodca. Já o mercado de bebidas não alcoólicas é composto pelos refrigerantes, pelas cervejas (para efeitos de mercado e devido ao tipo de consumo e distribuição, a cerveja é considerada uma bebida não alcoólica) e pelas bebidas chamadas de não alcoólicas, não carbonatadas. O mercado nacional de refrigerantes, que representa perto de 13% do mercado mundial, monta cerca de US$ 7.800 milhões, somente para se ter uma ideia. O grupo de bebidas NANCS (não alcoólicas, não carbonatadas) é composto por águas, chás prontos, bebidas isotônicas, energéticos e sucos (suco de frutas concentrados, sucos em pó, sucos prontos para consumo e sucos à base de soja). O grupo das NANCS vem, mundialmente, apresentando crescimento de consumo, em virtude de apresentarem apelos de saúde e de serem mais naturais. Junte-se a isso o fato de a presença de gás carbônico nos refrigerantes não tem sido bem aceita, principalmente nos países europeus. O mercado de sucos, especificamente, é composto por quatro segmentos independentes: sucos em pó, sucos concentrados, sucos prontos para consumo e bebidas à base de soja. Cada um desses segmentos possui características próprias e caminhos estratégicos únicos. Cada um deles tem um target diferenciado, seus consumidores têm hábitos de consumo próprios e cada segmento apresenta características diferentes em termos de preço, distribuição e, claro, marcas. Cada segmento forma, como diria Porter, um grupo estratégico diferente, principalmente se definirmos como fim de cada um deles ser o mesmo: “refrescância” e matar a sede. A divisão de mercado pode ser vista no Gráfico 1. Gráfico 1 - Participação dos Segmentos Mercado de Sucos Fonte: Del Valle - dados Nielsen média abril a novembro de 2006 Base Lojas alimentares: Supermercados e lojas tradicionais. Participação Participação em Volume em Valor Fonte: Del Valle - dados Nielsen média abril a novembro de 2006 Base Lojas alimentares: Supermercados e lojas tradicionais Sucos em pó Sucos concentrados Sucos prontos Bebidas a base de soja | Central de Cases 7 Hoje, esse segmento é composto por perto de 200 marcas, mas se iniciou em 1997 pela própria Del Valle, pela Jandaia e pela Santal. O mercado de sucos prontos, apesar de representar somente 7% da participação, apresenta um terço (33%) dos valores. É um segmento, portanto, de maiores margens e menores pressões por preços, se comparado aos outros segmentos. A pequena participação em volumes de sucos prontos se deve, principalmente, ao seu preço e posicionamento que fazem que seu segmento de atuação sejam as classes econômicas mais altas. Dois caminhos, no entanto, podem ser vistos para a categoria. No Gráfico 2 vemos a penetração de mercado dos segmentos, ou seja, do total de lares do País, quantos consomem aquele tipo de produto. Os sucos prontos têm menos da metade da penetração dos sucos em pó. Daí os caminhos: aumentar o número de consumidores ou a venda média por consumidor. 94.8 Fonte: Del Valle dados Nielsen - 1“ Semestre 05 X 06 - Home Scan 06 Total Brasil Refrigerantes Sucos em pó 84.4 Água Mineral 41.8 Sucos Prontos 40.2 Suco concentrado 33.2 Sucos à base de soja 15.8 Chá Pronto 2.6 O segmento de sucos prontos apresenta evolução constante em seus volumes de vendas, bem como nos valores vendidos, como se pode ver no Gráfico 3. 500,000 Fonte: Del Valle - dados Nielsen média abril a novembro de 2006 Base Lojas alimentares: Supermercados e lojas tradicionais. 1,200,000 450,000 962,000 400,000 350,000 808,000 300,000 250,000 200,000 207,000 800,000 264,000 691,000 558,000 167,000 1,000,000 227,000 600,000 400,000 150,000 100,000 200,000 50,000 - - 2003 2004 2005 2006 O crescimento do mercado vem acontecendo em função não só de SDV, que, apesar de aumentar seus volumes, perde participação, mas em função do surgimento e crescimento de novos players e das marcas com mais baixo preço, como pode ser verificado no Gráfico 4. Em valor, o mercado cresce 72%, enquanto em volume, 58% (de 2003 a 2006). | Central de Cases 8 37.8 6.4 6.2 6.0 9.3 34.0 32.0 10.1 3 3.4 8.6 7.7 7.4 5.8 8.7 12.4 12.7 37.8 6.4 6.2 6.0 9.3 Fonte: Del Valle - dados Nielsen base Lojas Outras Alimentares: Supermercados e Tampico lojas tradicionais 41.4 Maguary 5.2 7.0 7.3 8.4 Su Fresh Kapo 10.8 9.1 Minute Maid / Mais Del Valle 28.5 25.7 23.5 21.5 2003 2004 2005 2006 Outras 41.4 Tampico Maguary 5.2 7.0 7.3 8.4 Su Fresh Kapo 10.8 9.1 Minute Maid / Mais 23.5 21.5 Del Valle Do ponto 2005 2006de vista de concentração de vendas, 54% das vendas ocorrem em São Paulo. Em termos de distribuição, a alocação de seus volumes de vendas é dividida equilibradamente entre os tamanhos de lojas. Com 47% das vendas da Del Valle feitas por distribuidores, a companhia, além dos mercados apresentados (supermercados e lojas tradicionais – padarias, leiterias, empórios, mercearias...) busca e vem aumentando sua participação em restaurantes, fast foods, hospitais e eventos, sempre mantendo sua marca. O mercado, hoje, é composto por perto de 200 marcas; muitas delas com preços abaixo da média, criando um segmento de preços baixos. Esse segmento vem fazendo a categoria como um todo apresentar aumento de vendas e, como as taxas de crescimento são superiores às das marcas tradicionais, as marcas de preço baixo apresentam incremento de participação de mercado. Considerando-se os produtos com maior similaridade, os concorrentes mais significativos da Del Valle são Minute Maid/Mais, Maguary, Su-Fresh. Minute Maid/Mais é marca da Coca-Cola, que vem investindo fortemente em produtos fora da linha de refrigerantes. Foi lançado, no Brasil, em 2006, com forte suporte de comunicação (do lançamento até agora, três campanhas já foram veiculadas: Chegou o sabor natural da fruta – janeiro de 2006; Frutas selecionadas – junho de 2006; e Leve a natureza para a sua manhã – agosto de 2006). Com grande variedade de sabores, tem um posicionamento de natural e opção saudável e conta com a força de distribuição de Coca-Cola. Sua participação, que já foi maior, está perto de 9%. | Central de Cases 9 Kapo é outro produto da Coca-Cola, lançado em 2001, é direcionado a crianças e tem o apelo de possuir cálcio em sua formulação, sendo bebida mista. É comercializado em embalagens de 200 ml em vários sabores. Das marcas principais, apresenta manutenção de participação, atingindo média de 8,5% de share de mercado. A Su-Fresh, marca da WOW, apresentada em 200 ml, 1 litro e lata, também tem posicionamento de natural feito com frutas selecionadas. Possui 9 sabores mais dois mix e teve apoio de campanha, porém sem filmes. É proprietária da marca Feel Good. Apresenta crescimento de participação, atingindo a marca de 8,3%. Tampico, marca da Vale Dourado, se apresenta com produto de sabor, com vitaminas, mais direcionado a crianças. Sua atividade de comunicação se restringe a merchandising. Hoje, tem perto de 4,5% de participação, e vem apresentando queda. Maguary é uma marca tradicional de sucos pertencente à Kraft. Possui uma boa distribuição e não tem investido em comunicação. Sua participação gira em torno de 5% e é decrescente. A sucos Del Valle Desde sua entrada no mercado em 1997, a SDV já contava com um produto de qualidade, com aspectos visuais extremamente atraentes. De início, como não havia uma estrutura local, a empresa optou por trabalhar fortemente sua distribuição operando via distribuidores, fato que alavancou as vendas em função de ser um produto atraente para o mix de qualquer supermercado. Uma preocupação sempre existiu para SDV: seu posicionamento. Parte dele foi gerado de forma estudada e vinculada ao próprio produto, parte acabou por se incorporar ao produto de forma “natural”. A SDV sabia, de antemão, que passar um posicionamento de um produto de consumo de massa para o consumidor depende fortemente de comunicação. Como não estava em seus planos de investimento fazer essa comunicação, o posicionamento foi “entendido” pelo consumidor a partir do material de ponto-de-venda e da forte comunicação boca a boca que surgiu de forma espontânea. A atividade do boca a boca ocorreu, mais intensamente, nos anos de 2001 a 2003, período em que a experimentação do produto cresceu vertiginosamente, gerando experimentação e recompra. Nesse momento o consumidor passa a recomendar o produto como falando de alguém. Ele passa a se sentir responsável pela construção da marca. Na mente dos consumidores a Del Valle passou a ser vista como humana. Além disso consideravam a marca como: • Nova • Refrescante • Saudável • Original • Simpática São fatores importantes para o posicionamento de uma bebida. O fato de transparecer a ideia de um suco que mantém as características naturais da fruta também auxiliou na memorização dos outros fatores. | Central de Cases 10 De forma natural, a SDV passou a ideia de ser um produto saudável e refrescante, atingindo um público ávido pela junção dessas características. A imagem vinculada ao produto era a de fruta, líquido, doce, denso e vermelho. O fato de a embalagem ser vermelha contribuiu muito com o fator de experimentação e recompra. A presença do produto nas prateleiras chama a atenção. Além de imaginar o que é SDV, o consumidor vislumbra o que não é, fator de extrema importância para a construção de um posicionamento. Dessa forma, Del Valle não é: • Salgado • Químico • Artificial (em pó, com gás) • Junk food • Pálido • Desapercebido Fatores que reforçam o natural e a saudabilidade. Quanto ao produto ter embalagem vermelha, segundo o professor Fábio Mestriner, coordenador do Núcleo de Estudos de Embalagem da ESPM, não existe uma ciência que permita que se encontrem cores certas para os produtos, mas pesquisas indicam que os consumidores consideram o vermelho como principal item da identidade da Del Valle. A SDV se “apropriou” do vermelho, que passou a fazer parte de sua personalidade. Diz ainda o professor Mestriner que, dentre as categorias de alimentação, metade dos líderes adotam a cor vermelha. A embalagem, desenvolvida no Brasil, passou a ser padrão em todos os países de operação da Del Valle. A Del Valle, ao entrar no mercado brasileiro, trás algumas características importantes em seu conceito, que agradam ao consumidor brasileiro. Geram, com isso, experimentação, recompra e indicação, criando um forte esquema de boca a boca. Os principais pontos de seu conceito são: 1. Ser um suco pronto 2. Ter excelente qualidade 3. Ter um aspecto (embalagem) visual muito agradável 4. Passar a imagem de um produto natural e saudável. O caminho para o novo posicionamento estava traçado e, com isso surge o “Natural na vida”, que se apoia no apelo de natural e saudável e de fazer parte da vida do consumidor. Com um investimento de R$ 12 milhões em propaganda, com os filmes “Ciúme”, “Curiosidade” e “TPM”, a Del Valle obteve um ótimo retorno em mídia. A SDV ainda tem, a seu favor, a liderança no setor, o que lhe dá a prerrogativa de dar o “tom” da comunicação, além de haver criado vínculos emocionais com o consumidor. | Central de Cases 11 O desafio O contínuo crescimento dos volumes de Del Valle a torna um excelente caso de sucesso. Desde seu lançamento no mercado nacional em 1997 até o momento, os volumes de vendas sempre cresceram a taxas significativas. Com um bom produto e um posicionamento muito bem determinado e direcionado, a Del Valle iniciou o segmento de sucos prontos para beber fazendo-o ter importância, tornando-o cobiçado por outros players. O mercado se abriu a uma centena de marcas, muitas das quais, sem ter a mesma qualidade, apresentam um crescimento muito alto, baseado nos preços de venda mais baixos que a média de mercado. A categoria, no entanto, apresenta taxas de crescimento maiores que as de SDV, quase todas em função de preço e algumas ações de empresas que fornecem produtos de qualidade. Com um histórico de bom produto, bom posicionamento, custos baixos de comunicação, boa presença no ponto-de-venda e trabalho de merchandising e promoção muito fortes, com uma comunicação boca a boca efetiva, a Del Valle encontra, hoje, um cenário diverso do que encontrou na década de 1990, quando aportou no Brasil. A categoria sofreu mudanças nos últimos anos e a Del Valle manteve sua participação de mercado. O grande desafio está em mantê-la, sem que, para isso, abra mão da imagem que conquistou ou da própria qualidade. Questões para discussão 1.Quais, em sua opinião, devem ser as estratégias adotadas pela Del Valle para aumentar sua participação de mercado? 2.O posicionamento deve ser mudado? Se sim qual o novo? Se não, justifique. 3.O que fez com que a propaganda boca a boca surgisse com tanto efeito? 4.A estratégia de ação no ponto-de-venda e pouco investimento em propaganda devem continuar? 5.Não está na hora de a Del Valle mexer no preço? Por quê? 6.O que você acredita que deveria ser feito em comunicação? 7.Esboce como seria a PFOA da Del Valle. 8.Qual o real desafio da Del Valle? 9.Que mudanças você sugere para a distribuição da SDV? 10.Que medidas podem ser tomadas para “controlar” a comunicação boca a boca? | Central de Cases 12