Os 7 obstáculos para criar um ambiente de empreendedorismo no Brasil
Francisco Saboya, presidente do Porto Digital, lista uma série de pontos que
dificultam a inovação no país
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Francisco Saboya, presidente do Porto Digital, começou sua palestra no evento Start it Up, de
Pequenas Empresas & Grandes Negócios, realizado hoje (19/11), com algumas definições
sobre empreendedorismo: a palavra francesa, que significa produzir algo por um custo
conhecido para vendê-lo por um valor desconhecido, implica basicamente em tomar riscos.
Para o presidente do parque tecnológico localizado no Recife (PE), o grande desafio de
qualquer nação que quer ser mais próspera é gerar renda e emprego, o que é outro significado
de empreender.
Para alcançar essa prosperidade, um país precisa de uma cultura empreendedora, ou seja,
gerar empreendedores em escala, que estejam dispostos a dedicar seus principais recursos
aos seus projetos, especialmente tempo e talento. Para Saboya, o Brasil ainda precisa
enfrentar sete obstáculos para alcançar esse ecossistema, mesmo com iniciativas como o
próprio Porto Digital, que, fundado em 2000, conta hoje com 240 empresas e tem um
faturamento de mais de R$ 1 bilhão. Confiram esses pontos abaixo:
1. Cultura: a mentalidade brasileira ainda demoniza diversos aspectos de empreender, o
enriquecimento, a ideia de que o fracasso é o fim para quem abre um negócio, e o berço da
inovação estar apenas nas universidades. "Ela sempre começou do mercado. É preciso
inverter a lógica de que ela só se inicia na academia", afirma Saboya.
2. Educação escolar: para o presidente do Porto Digital, as cartilhas escolares não
representam ou reconhecem a figura do empreendedor para a construção da economia de um
país.
3. Educação superior: esse universo ainda está extremamente centrado na parte científica e
acadêmica, com poucas disciplinas relacionadas ao empreendedorismo e exemplos escassos
de professores que também abrem seus próprios negócios.
4. Burocracia: “Hoje, abrir uma empresa só não é mais difícil do que fechá-la”, afirma Saboya,
resumindo o grande emaranhado de leis que sobrecarregam os empreendedores.
5. Custos: Uma lista enorme de taxas, impostos e encargos ficais e trabalhistas acabam com
os recursos do empreendedor.
6. A indústria do emprego público: um dos pontos mais enfatizados por Saboya foi sobre as
vagas do funcionalismo, que “sequestram” grandes e jovens talentos para ganhar salários e
benefícios que outras empresas não teriam condições de oferecer. “Eles perdem oportunidade
de trabalhar em atividades produtivas e inovadoras para ficar em cargos quase inertes”, diz.
7. Políticas de longo prazo: por último, Saboya salienta a falta de políticas públicas
consistentes de longo prazo, que levem em consideração objetivos maiores e o crescimento
continuado.
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FONTE: PEQUENAS EMPRESAS & GRANDES NEGÓCIOS
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