I N O VA Ç Ã O Recursos públicos para criar gerador de ozônio nacional Cuca Jorge Samy Menasce já era um executivo bem-sucedido quando lhe foi apresentada uma solução inovadora para tratamento de água com ozônio. Foram quatro anos de desenvolvimento experimental da nova tecnologia, consumindo recursos próprios para montar o primeiro protótipo de um equipamento para sanitizar piscinas. Samy soube da existência da incubadora de empresas no Cietec por meio de um amigo, que o ajudou Menasce: quem inova precisa de apoio financeiro a viabilizar a Brasil Ozônio em seus primórdios. Já graduado da Marinha Brasileira, e a Universidade incubadora, afirma a importância que o de Criciúma. Hoje, a Brasil Ozônio conta com um endereço inicial teve para seu negócio: “Para uma empresa nascente que tem consultor contratado especificamente apenas uma boa ideia, estar próximo para elaboração e desenvolvimento de um grande centro tecnológico traz de projetos para captação de recurcredibilidade.” E ainda aponta: “A grande sos. “Esses desenvolvimentos tomam vantagem do Cietec era estar sempre muito tempo e precisam de atenção. informado de todos os tipos de finan- Dessa maneira, posso focar melhor no ciamentos que existiam, principalmente negócio”, disse Samy. A empresa saiu das piscinas e os de fundo perdido.” O primeiro recurso de subvenção ganhou um mar de oportunidades. Já que ele captou foi um CNPq, em são mais de 48 aplicações compro2006, para financiar a mão de obra vadas de soluções à base de ozônio pesquisadora que desenvolveria o pri- em processos de tratamento e sanitimeiro gerador do sistema de ozônio. zação de água, afluentes e efluentes “O segundo CNPq que pedimos foi de industriais, gases tóxicos e odorosos, R$ 100 mil, para desenvolvimento de soluções fitossanitárias, alimentos e aplicação para o gerador, e o terceiro em processos de esterilização de CNPq, de R$ 250 mil, acaba agora em materiais cirúrgicos. A Brasil Ozônio atende gigantes multinacionais e posjunho”, completa. A Brasil Ozônio conta ainda com um sui clientes ilustres, como a Granja do Pipe 2 da Fapesp, de R$ 350 mil, que Torto, em Brasília. Seu negócio navega de vento em levou dois anos para ser liberado, para viabilizar um novo equipamento para o popa, com faturamento anual na casa mercado. Samy aponta a dificuldade de dos R$ 3,5 milhões. Mas Samy aponta trabalhar com esse tipo de recurso, que o calcanhar de aquiles das empresas além de tudo exige uma prestação de inovadoras: “Esse segmento precisa contas detalhada: “Se não tiver organiza- ter fundos de fomento diferenciados. ção na empresa, não se consegue fazer.” É preciso achar uma sistemática para A empresa ainda pleiteia uma linha que o dinheiro chegue às empresas de de subvenção de R$ 9,5 milhões forma mais rápida. O empreendedor do Funtec para um projeto em con- que inova não aguenta fazer tudo com junto com a Fundação Pátria, da fundos próprios, ele fica à deriva.” n 34 inovação.indd 34 Química e Derivados - maio - 2012 23/05/2012 17:48:23