COMUNICADO Prejuízos atingem 64 milhões de Euros devido a provisões extraordinárias JERÓNIMO MARTINS IMPLEMENTA REESTRUTURAÇÃO E MANTÉM PARCERIA COM A AHOLD O Conselho de Administração de Jerónimo Martins, SGPS, SA, decidiu não exercer o direito de readquirir a participação que a Ahold detém em JMR, Gestão de Empresas de Retalho, SGPS, SA. Com esta decisão procurou evitar esforços financeiros excessivos, que pudessem afectar o crescimento e rentabilidade futura de operações valiosas para o Grupo, tais como a Biedronka ou a Sé. Quanto ao fecho do exercício de 2000, o Grupo Jerónimo Martins mostrou uma evolução positiva da vendas, que atingiram cerca de 3,9 mil milhões de Euros (+19,4% do que em 1999). Esta evolução é tanto mais positiva quanto conseguida sem sacrifício de margem bruta. A quota de mercado do Grupo em Portugal também subiu (de 28,8% para 29,8%), facto notável visto ser o único grupo a ganhar quota no ano 2000, de acordo com dados da Associação Portuguesa de Empresas de Distribuição. O exercício de 2000 revelou um perda líquida de 64 milhões de Euros, que pode ser explicada essencialmente por 3 factores. Por um lado, e explicando quase todo este valor, ocorreram encargos de caracter excepcional de natureza não recorrente, no valor de 62,5 milhões de Euros. Destaca-se a constituição destas provisões que visam reconhecer de forma prudente as consequências de um período de mudança acelerada para a gestão do Grupo. Estas provisões permitirão a alienação e amortização de activos circulantes de valor questionável (activos de baixa rotação e créditos de cobrança duvidosa) bem como de activos fixos associados a operações com contribuições negativas. Por outro lado, verificou-se alguma perda de eficiência operacional, devido ao valor anormal de quebra de inventário - mais 1% das Vendas acima dos parâmetros aceitáveis para a natureza das operações de distribuição. No que se refere aos custos operacionais, estes reflectem alguma perda de produtividade. Em 2001, esta situação será corrigida pelo plano de redução de custos permitido pelos novos sistemas de informação e pela eliminação de um conjunto significativo de lojas com reduzida produtividade. Além disso, o aumento da maturidade média do parque instalado contribuirá para a recuperação do nível de custos – em percentagem de vendas – já obtido no passado. Por fim, os resultados líquidos negativos reflectem um agravamento dos encargos financeiros, que resultou do aumento do endividamento e das taxas de juro. O crescimento dos encargos financeiros determinou a necessidade de proceder a uma profunda reestruturação com vista a reequilibrar o Balanço e assegurar o crescimento sustentado do Grupo. Desta forma, o Conselho de Administração da Jerónimo Martins, SGPS, SA decidiu propor, em Assembleia Geral, o destaque de todos os activos financeiros não ligados à distribuição alimentar (identificados em Anexo), mediante um processo de cisão simples e a admissão à cotação das acções da sociedade com eles constituída (JM Investimentos). Como consequência deste processo, a estrutura societária do Grupo Jerónimo Martins focaliza as suas actividades, dando origem a uma grande empresa de distribuição internacional. O Conselho de Administração tem também conhecimento de que o accionista maioritário deliberou o lançamento de uma oferta pública de aquisição, que garantirá a todos os investidores a possibilidade de alienação das acções detidas na empresa destacada (JM Investimentos). Finalmente, será proposto um aumento de capital reservado a accionistas que permitirá um encaixe de 300 milhões de Euros correspondente à emissão de 60 milhões de acções ao valor nominal de 5 Euros. Tal valor, acrescido do cash flow libertado durante o exercício de 2001 e a prevista redução do capital circulante como consequência das medidas tomadas no que se refere à sua gestão, permitirá, até ao final do ano, atingir a relação de equilíbrio entre a dívida financeira e os capitais permanentes dos accionistas que constituiu a política do Grupo até 1999. Com este plano de reestruturação financeira e com o programa de acções visando a retoma de eficiência operacional, estão asseguradas as condições necessárias para a obtenção dos níveis de rentabilidade pretendidos. O primeiro trimestre de 2001 já revelou sinais de crescimento das vendas em todas as operações do Grupo, com excepção do segmento de hipermercados na Polónia. Lisboa, 29 de Março de 2001