10 GESTAÇÃO EM PARCERIA EM BUSCA DE PROPORCIONAR UMA GRAVIDEZ TRANQUILA ÀS COLABORADORAS, EMPRESAS OFERECEM PROGRAMAS PARA GESTANTES FOTOS: DIVULGAÇÃO GRUPO AMAZONAS É fato: o número de mulheres no mercado de trabalho aumenta a cada ano. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em dez anos, houve um aumento de 24% de mulheres empregadas no País. Se em 2000 elas representavam 35,4% do total de trabalhadores, em 2010, chegaram a 43,9%. Mas o que isso muda na realidade das empresas? Segundo a Diretora de Educação Corporativa da Leme Consultoria, Márcia Vespa, esse cenário, aliado a outros fatores como a escassez de mão de obra e o bom momento da economia, torna ainda mais necessária a preocupação com as pessoas e com as fases que elas vivem. Dessa forma, além de ser um compromisso social, o investimento em programas para as gestantes se torna uma forma de reter profissionais e garantir um bom índice de produtividade, além de uma baixa taxa de absenteísmo. “A presença do filho é um fator que sempre estará presente na decisão da mulher ingressar ou se manter no mercado de trabalho”, afirma Márcia. Segundo a diretora da Leme Consultoria, ainda que a presença de crianças pequenas seja um limitador real da atividade feminina, algumas variáveis podem contribuir para que elas se mantenham produtivas no emprego. É o caso do Projeto Gestante, criado pelo Grupo Amazonas, empresa produtora de derivados da borracha, com sede em Franca (SP). Ainda em 1991, quando o tema não era tão discutido, a área social da organização decidiu desenvolver ações que pudessem auxiliar suas colaboradoras e esposas de funcionários no momento da maternidade. Mari Lane Figueiredo, Coordenadora Social do Grupo Amazonas, conta que a empresa sempre se preocupou em cuidar das pessoas e por isso criou o Projeto Gestante, que já preparou mais de 350 mulheres para se tornarem mães. “O projeto auxilia essas mulheres a entenderem a fase pela qual elas estão passando”, conta. COLABORADORAS E ESPOSAS DE FUNCIONÁRIOS NA ÚLTIMA ETAPA DO PROJETO GESTANTE DO GRUPO AMAZONAS, EM QUE PEÇAS DE ENXOVAL SÃO DOADAS PELA EMPRESA. O ACOMPANHAMENTO COM AS GRÁVIDAS ACONTECE DURANTE 13 SEMANAS, PERÍODO EM QUE ELAS RECEBEM ORIENTAÇÕES DE DIVERSOS PROFISSIONAIS, COMO PSICÓLOGO, NUTRICIONISTA, PEDIATRA, ENTRE OUTROS. RH EM FOCO ALÉM DE INFORMAR E EDUCAR, O PROJETO PROPORCIONA INTERAÇÃO ENTRE AS GESTANTES E CONSCIENTIZAÇÃO DA IMPORTÂNCIA DESSA FASE EM SUAS VIDAS. “PARA NÓS, É UMA FORMA DA PESSOA SE SENTIR RESPEITADA E VALORIZADA, OU SEJA, É CUIDAR DAS PESSOAS”, MARI LANE FIGUEIREDO, COORDENADORA SOCIAL DO GRUPO AMAZONAS. EDUCAÇÃO E APOIO A Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) garante alguns direitos às gestantes e mães no que diz respeito à relação com o empregador: ausência para consultas médicas, licença maternidade, estabilidade no emprego, entre outros. No entanto, os direitos sociais, garantidos pelo governo, muitas vezes não são cumpridos, possibilitando ou mesmo obrigando que a empresa abrace também essa causa. Para a consultora Márcia Vespa, esse é outro fator que contribui para a criação de programas como o do Grupo Amazonas. “Se eu, como empresa, não posso contar com os serviços públicos de direito, gero alternativas razoáveis para manter a saúde do meu profissional”, explica. Saúde física e emocional: esses são os principais objetivos do Projeto Gestante. Para garantir uma gravidez tranquila e apoiar as mulheres na transição para essa nova fase, o Grupo Amazonas oferece um acompanhamento de 13 semanas. Durante esse período, as gestantes se consultam com diversos profissionais, como fonoaudiólogo, dentista, psicólogo, nutricionista, ginecologista, pediatra, entre outros. Além disso, fazem aulas de Shantala, técnica de massagem para bebês, e recebem um pequeno enxoval da empresa, ao final do curso. “Através do Projeto, proporcionamos uma vivência muito rica para essas mulheres, além de condições para que as famílias possam lidar com essa fase da vida, tanto o antes, como o depois”, relata Mari Lane. Atualmente, o Projeto Gestante é oferecido em parceria com a Unimed, que possui um programa na área, oferecendo apoio aos clientes. Isso aconteceu devido à redução da demanda do Grupo Amazonas, como conta a Coordenadora Social: “No início do projeto, atendíamos a cerca de 30 gestantes anualmente. Hoje, esse número caiu para próximo de 15, acompanhando a queda na taxa de natalidade no Brasil”. GRATIDÃO EM FORMA DE RESULTADO Mari Lane explica que o maior resultado conquistado pelo Grupo Amazonas é a contribuição com a sociedade. “Para nós, é uma forma da pessoa se sentir respeitada e valorizada, ou seja, é cuidar das pessoas. O Grupo Amazonas tem essa característica e as pessoas sabem disso. Essa é a visão dos colaboradores e da sociedade sobre a empresa”, ressalta. Já para a Diretora da Leme Consultoria, esses ganhos são mesuráveis e passam por redução do índice de absenteísmo, aumento da produtividade e qualidade da entrega, redução do turnover, redução de desperdício e de retrabalhos. “Esta mesma mulher, bem cuidada, propagará no ambiente externo a alegria de se fazer pertencer, o que redundará ainda em melhora no índice de atração de pessoas”, completa Márcia Vespa. E a diretora ainda finaliza: “Programas corporativos estendidos às esposas gestantes dos colaboradores devem fazer parte do portfólio de benefícios, pois demonstram claramente sua responsabilidade social e afetiva com a integralidade da vida. Isso para o colaborador não tem preço. Os laços se estreitam e a troca é perfeita. É a esperança da construção de um país melhor, com adultos melhores e novas gerações perpetuando valores”.