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Política
O Estado do Maranhão - São Luís, 22 de fevereiro de 2012 - Quarta-feira
Panorama
político
A negociação
A
lém de querer a vice, o DEM coloca como condição para
apoiar o PSDB na disputa pela prefeitura de São Paulo
a ampliação de sua participação no governo Geraldo Alckmin. O partido ocupa a Secretaria de Desenvolvimento Social, considerada um cargo "simbólico". O DEM quer uma pasta "mais robusta". O partido também conversa com o PMDB,
cujo candidato é Gabriel Chalita.
O PSD não é problema
O DEM quer ainda reciprocidade do PSDB em outras capitais, principalmente Salvador e Recife. Na capital baiana, a cúpula dos dois partidos já fechou um acordo para apoiar ACM Neto (DEM), mas o deputado Jutahy Júnior (PSDB-BA) resiste. No Recife, a proximidade do PSDB
com o governador Eduardo Campos (PSB) incomoda. Em São Paulo, a
provável candidatura de José Serra facilita a aliança, já que nenhum dos
quatro pré-candidatos tucanos era considerado competitivo pelo DEM.
Nem a presença do PSD na chapa é um empecilho. Dirigentes do DEM
dizem que o problema seria se o PSD fosse cabeça de chapa.
"Terei comportamento republicano.
A contribuição que darei aos
partidos da base é um grande
esforço de eficiência administrativa"
presidente Dilma, na reunião do Conselho Político, sobre sua
participação nas eleições
André Coelho/15-02-2012
MÉDIO PRAZO.Apesar de o PSD votar com a base aliada no Congresso,
a ocupação de um ministério pelo partido se daria apenas em um eventual segundo governo da presidente Dilma. Isso estava no radar do presidente do PSD, Gilberto Kassab, ao negociar uma aliança com o PT nas
eleições para a prefeitura de São Paulo. As conversas foram suspensas
quando José Serra resolveu reavaliar sua candidatura na capital paulista.
Privilégio
O Senado gastou em janeiro R$ 65 mil em reembolso de despesas
médicas de três ex-senadores. Ex-presidente do PT, José Eduardo
Dutra recebeu R$ 32.958. Senadores e seus dependentes têm direito a
plano de saúde vitalício.
Correlação de força
Pré-candidato à prefeitura de Fortaleza, o senador José Pimentel
(PSB-CE) tem como suplente Sérgio Novais (PSB). Dos 13 senadores
do PT, seis têm suplentes de outros partidos. O PSB tem dois, e PSC, PR,
PDT e PP têm um cada.
Suando a camisa
A prioridade do presidente do PT, Rui Falcão, é tentar pacificar o
partido em Fortaleza, Belo Horizonte e Recife para as eleições municipais. Apesar de seu esforço para evitar prévias em Fortaleza, a prefeita
Luizianne Lins, presidente do diretório regional, é a favor da disputa
interna, que considera um sinal de vitalidade do partido. E ela não se
sente à vontade para impor uma decisão de cima para baixo, já que
foi vítima disso quando era pré-candidata e quase foi tratorada pelo PT
nacional.
Dança das cadeiras
Embaixadora do Brasil na ONU, em Genebra, Maria Nazareth
Farani Azevêdo está cotada para assumir a missão do Brasil junto à
OEA, em Washington, no lugar de Ruy de Lima Casaes e Silva. Ele será
cônsul-geral do Brasil em Lisboa.
PEC da Música
Músicos e cantores preparam mobilização para pressionar o
Senado a votar proposta que garante isenção tributária para CDs,
DVDs e mídias digitais produzidos no Brasil. O relator na CCJ será o
senador Eunício Oliveira (PMDB-CE).
zzz
LADEIRA ABAIXO. A briga do PT de Niterói vai parar na Executiva Nacional. Lideranças do PT do Rio se preocupam com a autofagia no partido. "Está faltando juízo ao PT", disse um dirigente.
O ITAMARATY vai reunir diplomatas brasileiros sediados no
Oriente Médio, na próxima quinta-feira, em Istambul, para discutir a Primavera Árabe.
TROCA-TROCA. O senador Clésio Andrade (PR-MG) SE filia ao
PMDB no dia 5, em cerimônia na Assembleia Legislativa de Minas.
O vice-presidente Michel Temer é esperado no evento.
FERNANDA KRAKOVICS com Isabel Braga, sucursais e correspondentes
E-mail para esta coluna: [email protected]
Candidato do PT em São
Paulo, Fernando Haddad
prefere enfrentar tucano
Ex-ministro não expõe preferência publicamente para não desagradar
Lula, que quer a aliança com o PSD exatamente para inviabilizar o PSDB
S
ÃO PAULO - O pré-candidato do PT à Prefeitura de São Paulo, Fernando Haddad, disse a aliados
que prefere disputar a eleição
tendo como adversário tucano o ex-governador José Serra. Segundo interlocutores, o
ex-ministro não manifesta publicamente a posição para não
desagradar ao seu mentor, o
ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Lula e seu entorno advogam
a tese da composição com o
PSD não apenas para desorganizar o campo adversário, mas
também para evitar que Serra
entre na disputa. Internamente, o PT avalia que Serra é o nome mais forte, ainda que tenha
alto índice de rejeição, segundo pesquisas.
Haddad disse a mais de um
correligionário nos últimos dias
que prefere Serra porque este
cenário retoma a lógica da polarização PT x PSDB e "coloca
as coisas em seu devido lugar".
A lógica do pré-candidato petista, porém, contraria o pragmatismo político da cúpula petista, que trabalha abertamente pela aliança com o prefeito.
Ontem, Haddad visitou a
sede do Sindicato dos Comerciários de São Paulo. A entidade é comandada pelo sindicalista Ricardo Patah, que também preside a União Geral
dos Trabalhadores (UGT) e é
filiado ao PSD.
Haddad argumentou que o
PT nunca foi prioridade de
aliança para o partido do prefeito Gilberto Kassab, que preferiria apoiar o tucano José
Serra .
O ex-ministro aproveitou
também para alfinetar Serra, ao
ser questionado sobre as pretensões nacionais do tucano e
o episódio em que o ex-governador assinou, em 2004, um
documento comprometendose a cumprir o mandato de prefeito integralmente, mas, após
eleito, deixou a Prefeitura em
2006 para disputar a Presidên-
Rápida
Base governista
Aliados nacionalmente, os
partidos que dão sustentação
à presidente Dilma Rousseff
devem patrocinar disputas
entre si em praticamente
todas as capitais nas eleições
municipais de outubro,
informa reportagem de Maria
Clara Cabral e Simone Iglesias,
publicada na Folha de ontem.
Levantamento feito pela
Folha tendo como base os
sete principais partidos da
aliança dilmista (PT, PMDB,
PDT, PSB, PC do B, PP e PTB)
mostra que em
17 capitais o confronto entre
mais de três dessas siglas é
bem provável.
Agência Brasil
Ex-ministro Fernando Haddad quer disputar com Serra, mas prefere seguir a orientação de Lula
cia. "Eu levo em consideração
o compromisso que as pessoas
assumem publicamente", disse Haddad.
Segmentos do PT que trabalhavam abertamente pela
aliança do partido com o PSD
do prefeito Gilberto Kassab na
capital paulista - e apostavam
nessa união para atingir um
eleitorado mais conservador já iniciaram uma revisão da estratégia eleitoral em que consideram a entrada do ex-governador José Serra (PSDB) na
disputa.
A avaliação de dirigentes
próximos ao ex-presidente Luiz
Inácio Lula da Silva, que deu o
pontapé para o PT negociar
com Kassab, é que o pré-candi-
dato petista, Fernando Haddad,
terá de montar, com urgência,
uma agenda específica de aproximação com empresários e
grupos religiosos.
Essa estratégia seria necessária diante da boa interlocu-
ção de Serra com os dois segmentos no estado, na avaliação
dos petistas. E mais: temas como segurança pública devem
se destacar na campanha por
terem apelo direto desse eleitorado que o PT busca atingir.
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Candidato do PT em São Paulo, Fernando Haddad