1 UNIVERSIDADE DO ESTADO DE SANTA CATARINA CENTRO DE CIÊNCIAS TECNOLÓGICAS DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO E SISTEMAS PAULO FERNANDO GEHLEN PADRONIZAÇÃO DE COMPONENTES EM UNIDADES HIDRÁULICAS UTILIZANDO DFMA EM UMA EMPRESA DE PEQUENO PORTE DA ÁREA DE HIDRÁULICA INDUSTRIAL JOINVILLE – SC – BRASIL 2011 2 UNIVERSIDADE DO ESTADO DE SANTA CATARINA CENTRO DE CIÊNCIAS TECNOLÓGICAS DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO E SISTEMAS PAULO FERNANDO GEHLEN PADRONIZAÇÃO DE COMPONENTES EM UNIDADES HIDRÁULICAS UTILIZANDO DFMA EM UMA EMPRESA DE PEQUENO PORTE DA ÁREA DE HIDRÁULICA INDUSTRIAL Trabalho de Graduação apresentado à Universidade do Estado de Santa Catarina, como requisito parcial para obtenção do título de Engenheiro de Produção e Sistemas. Orientador: Dr. Régis Kovacs Scalice JOINVILLE – SC – BRASIL 2011 3 PAULO FERNANDO GEHLEN PADRONIZAÇÃO DE COMPONENTES EM UNIDADES HIDRÁULICAS UTILIZANDO DFMA EM UMA EMPRESA DE PEQUENO PORTE DA ÁREA DE HIDRÁULICA INDUSTRIAL Trabalho de Graduação aprovado como requisito parcial para a obtenção do título de Engenheiro do curso de Engenharia de Produção e Sistemas da Universidade do Estado de Santa Catarina. Banca Examinadora: Orientador: ______________________________________ Dr. Régis Kovacs Scalice Membro: ______________________________________ Ms. Leandro Zvirtes Membro: ______________________________________ Dra. Danielle Bond Joinville, 2011 4 Dedico este trabalho ás pessoas mais importantes na minha vida e que sempre estarão ao meu lado, minha família. 5 AGRADECIMENTOS Agradeço a minha mãe Carmem e ao meu Pai Zaime por estarem sempre ao meu lado, sendo por toda minha vida um abraço nos momentos difíceis e um sorriso nas horas de alegria e por serem meus exemplos e minha vida. Agradeço a minhas irmãs Priscila e Patrícia pelo apoio e por me incentivarem na busca dos meus objetivos e dos meus sonhos. Agradeço a Deus por me dar saúde, pelo sucesso e pelas conquistas que me permitiu alcançar. Agradeço algumas pessoas que passaram de colegas de turma para amigos pela vida inteira, Thiago (Napo), Vico, Djefe, Nelson, Fábio, Nillo e Bruno. Agradeço aos mestres do curso de Engenharia de Produção e Sistemas por todo o conhecimento que me foi passado, que me tornarão um profissional de sucesso. Ao meu orientador Régis pela atenção e apoio neste trabalho. A Hidraultec, principalmente aos Srs. Tobias e Cláudio primeiramente pela oportunidade, por acreditar e apoiarem o meu trabalho e permitirem a realização de muitos sonhos. OBRIGADO!! 6 “A imaginação é mais importante que o conhecimento” (Albert Einstein) “As pessoas não sabem o que querem, até mostrarmos a elas.” (Steve Jobs) 7 PAULO FERNANDO GEHLEN PADROINIZAÇÃO DE COMPONENTES EM UNIDADES HIDRÁULICAS UTILIZANDO DFMA EM UMA EMPRESA DE PEQUENO PORTE DA ÁREA DE HIDRÁULICA INDUSTRIAL RESUMO Atualmente empresas competitivas são aquelas que produzem no menor tempo, com a maior qualidade e com o custo mais baixo. Para alcançar esses objetivos existem muitas ferramentas que podem ser utilizadas, entre elas o DFMA. É uma filosofia que utiliza diversas ferramentas para fazer com que o produto tenha componentes padronizados, menor quantidade possível de itens, auxilia na definição das matérias primas e processos de fabricação mais adequados, assim como demonstra as maneiras mais indicadas para o processo de montagem. Esses conceitos básicos devem ser aplicados tanto no desenvolvimento de um produto novo quanto na melhoria de um que já esteja no portfólio de produtos da empresa. Dessa forma este estudo visa a otimização de uma linha de produtos de uma empresa de pequeno porte da região de Joinville, envolvendo seis modelos de unidades hidráulicas (UH) da linha de misturadores de concreto. Essas UH's possuem a mesma função básica, porém o processo produtivo e os componentes básicos são diferentes e isso exige que a empresa mantenha em estoque uma grande quantidade de itens para a produção de todos os modelos, em um prazo curto. Quando algum problema ocorre como com a falta matéria de prima ou durante processo produtivo os produtos acabam sendo entregue com atraso. Diante dessa situação os produtos foram desmontados virtualmente, seus componentes foram analisados para que fossem padronizados ou modificados facilitando o processo produtivo. Outro ponto explorado foi a eliminação de itens considerados desnecessários, resultando na redução a quantidade de itens mantidos em estoque, após isso o processo de montagem foi estudado na afim de que, através de algumas melhorias, como a utilização de montagens com peças servindo de base e divisão do produto em sub montagens que podem ser compartilhadas com todos os modelos de UH, o processo ganhasse agilidade. As melhorias foram então sugeridas pela equipe de engenharia através de Brainstorming e do método da galeria. As melhores ideias foram então aplicadas e resultaram na redução do número de componentes no estoque, facilitação do controle dos itens e redução do lead time de montagem. PALAVRAS-CHAVE: Padronização, DFMA, Otimização. 8 LISTA DE FIGURAS Figura 1 – Redução do Número de Componentes na Montagem.............................................16 Figura 2 – “Montagem Por Cima”............................................................................................17 Figura 3 – Peça Soldada x Peça Dobrada.................................................................................18 Figura 4 – Unidade Hidráulica..................................................................................................26 Figura 5 – Modelos UH’s Misturadores...................................................................................27 Figura 6 – Características UH’s Misturadores..........................................................................30 Figura 7 – Modificação no Layout de Furação do Reservatório...............................................34 Figura 8 – Flange Fixação SAE-A 2.........................................................................................34 Figura 9 – Módulo Conjunto Motor Bomba.............................................................................35 Figura 10 – Comparação Esquemas Hidráulicos 10240 com 9950..........................................36 Figura 11 – Modificação Profundidade Furos de Fixação........................................................37 Figura 12 – Montagem Ideal Para UH’s Misturadores.............................................................38 Figura 13 – Sub Montagens......................................................................................................39 Figura 14 – Explosão Montagens..............................................................................................39 Figura 15 – Montagem Unidirecional UH’s.............................................................................40 Figura 16 – Montagem dos Produtos Finais.............................................................................41 9 LISTA DE TABELAS Tabela 1 – Lista de Componentes em Estoque para UH’s Misturadores..................................28 Tabela 2 – Parte da BOM List Integrada..................................................................................32 Tabela 3 – Check-List DFMA..................................................................................................42 Tabela 4 – Lista de Componentes em Estoque UH’s Misturadores Atualizadas......................43 Tabela 5 – Lead Time de Montagem UH’s Misturadores........................................................45 10 LISTA DE ABREVIATURAS DFM Design For Manufacture DFA Design For Assembly DFMA Design For Manufacture and Assembly UH Unidade de Força Hidráulica BOM Bill of Materials PÇS Peças GM General Motors 11 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................... 12 2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ..................................................................................... 14 2.1 DFMA ................................................................................................................................ 14 2.1.1 DFA ................................................................................................................................. 15 2.1.2 DFM ................................................................................................................................ 17 2.1.3 Projeto Modular............................................................................................................... 19 2.1.3 Relação Dos Fatores Produtivos Com Os Custos Do Produto ........................................ 20 2.2 BRAINSTORMING........................................................................................................... 21 2.3 MÉTODO DA GALERIA ................................................................................................. 22 3 METODOLOGIA ............................................................................................................... 23 3.1 CLASSIFICAÇÃO DA PESQUISA .................................................................................. 23 3.2 ETAPAS DA PESQUISA .................................................................................................. 23 4 RESULTADOS E DISCUSSÃO ........................................................................................ 25 4.1 APRESENTAÇÃO DA EMPRESA .................................................................................. 25 4.2 UNIDADE DE FORÇA HIDRÁULICA ........................................................................... 26 4.3 SITUAÇÃO ATUAL ......................................................................................................... 27 4.4 PROPOSTA DE MELHORIA ........................................................................................... 30 4.4.1 Definição das Funções .................................................................................................... 31 4.4.2 Bill Of Materials Integrada ............................................................................................. 31 4.4.3 Modificações nos Projetos .............................................................................................. 33 4.4.4 Projeto de Montagem ...................................................................................................... 38 4.5 RSULTADOS OBTIDOS .................................................................................................. 40 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................................ 46 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................................. 48 APENDICES ........................................................................................................................... 51 12 1 INTRODUÇÃO Atualmente empresas competitivas são aquelas que produzem no menor tempo, com a maior qualidade e com o custo mais baixo. Para alcançar esses fatores o produto precisa ter componentes padronizados e de fácil fabricação e que tenha uma montagem simples e rápida. O Design For Manufacture and Assembly (DFMA) é uma filosofia que utiliza diversas ferramentas e técnicas para otimizar a fabricação e a montagem de componentes e produtos. O Design For Manufacture (DFM) analisa a melhor forma de fabricar os componentes que formarão o produto, já o Design For Assembly (DFA) procura a melhor forma de montar o produto no menor tempo e com o menor custo. Segundo Boothroyd e Dewhurst (1988) “a chave para o sucesso da aplicação de DFM é a simplificação da manufatura do produto. Enquanto que as técnicas de DFA primeiramente objetivam a simplificação da forma do produto, assim os custos com a montagem são reduzidos”. O DFMA pode ser utilizado no projeto preliminar do produto ou com o produto em manufatura, no presente projeto os produtos já são fabricados e as técnicas serão utilizadas para revisão dos mesmos. Atualmente os produtos da linha de misturadores de concreto fabricados pela empresa são os que exigem a revisão e modificação do projeto, ao todo são 6 produtos que executam a mesma função mas possuem poucos componentes em comum. Essa falta de padronização faz com que a empresa tenha uma grande quantidade de itens em estoque, sendo que cada um dos produtos possui procedimentos diferentes de montagem. Muitas vezes itens acabam faltando gerando atraso na entrega e a falta de um procedimento de montagem faz com que os produtos tenham qualidade abaixo da desejada. Com a implantação do projeto, pretende-se tornar os produtos modulares e com componentes padronizados, reduzindo assim o número de itens facilitando o controle e evitando a falta dos mesmos. Deseja-se também criar procedimentos padronizados para montagem, utilizando uma montagem empilhada e mantendo em estoque os módulos prémontados, com isso pretende-se reduzir lead time de fabricação dos produtos. Espera-se que o projeto conscientize a direção e colaboradores da empresa quanto à importância da 13 padronização e os benefícios que ela trás. Para alcançar o resultado alguns objetivos específicos foram traçados: Análise da comunalidade dos componentes; Avaliação quanto à necessidade dos itens; Eliminar parafusos, porcas e arruelas; Padronizar parafusos porcas e arruelas; Modificação nos blocos hidráulicos e reservatório para que se tornem itens comuns nos produtos; Comparação do projeto antes e depois. A grande concorrência que a empresa vem sofrendo hoje em dia não permite que certas falhas sejam cometidas como, atraso na entrega, produtos abaixo da qualidade desejada pelo cliente. Tais falhas fazem com que os clientes procurem outros fornecedores que atendam a suas necessidades. A aplicação do projeto irá padronizar o produto, com isso o número de itens será reduzido facilitando o controle e evitando que falte, o valor “parado” de componentes também será diminuído, pois teremos menos itens estocados. A padronização também facilitará a montagem assim a qualidade do produto aumentará e o tempo para sua produção será menor. Analisando grandes e bem sucedidas organizações vê-se que elas sempre utilizam métodos e pesquisas para melhorar seus processos e produtos, portanto empresas que estão crescendo precisam seguir esses exemplos e investir na pesquisa e desenvolvimento para alcançar o sucesso. O projeto em questão será apresentado em cinco capítulos. O primeiro capítulo terá a introdução do estudo, com uma breve apresentação sobre tema, definição do problema, os objetivos geral e específicos da pesquisa. O segundo capítulo apresentada a fundamentação teórica das ferramentas e dos conceitos utilizados durante a execução do projeto. No terceiro capítulo será apresentada a metodologia utilizada durante a realização do projeto. O quarto capítulo terá uma breve apresentação da empresa e dos produtos que foram estudados, as propostas de melhorias na fabricação e na montagem dos mesmos, avaliação do projeto final e as melhorias que tais mudanças proporcionarão. Por fim o quinto capítulo expõe as conclusões finais a respeito do projeto. 14 2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA Com a intenção de apresentar com maior profundidade o projeto, foram escolhidos e comentados os assuntos que servem de base para o desenvolvimento do mesmo. Os temas analisados serão: DFMA o DFA o DFM o Projeto Modular o Relação dos Fatores Produtivos Com os Custos do Produto BRAINSTORMING MÉTODO DA GALERIA 2.1 DFMA DFMA é uma filosofia que utiliza várias ferramentas, conceitos e métodos para otimizar a fabricação de componentes e/ou facilitar a montagem de produtos. Para Oliveira et al. (2006) DFMA visa utilizar melhor os processos, obtendo simplificação na fabricação e montagem e redução de custos. Conforme Boothroy, Dewhurst e Knight (2002) o termo DFM significa o projeto para facilitar a fabricação do conjunto de componentes que irão formar a montagem já DFA significa o projeto para facilitar a montagem, assim DFMA é uma combinação de DFM com DFA. Para demonstrar a sua importância Boothroy, Dewhurst e Knight (2002) afirmam que a General Motors (GM) utiliza DFM/DFA como principal condutor da qualidade e redução de custo: Tem impacto em todos os sistemas do veículo; Parte integral no treinamento de engenharia e de funcionários de fabricação; Fornece conhecimento para pessoas e organizações; Fornece melhorias técnicas para o produto e processo; 15 Não é uma opção é um requisito. Algumas regras básicas para obter o melhor desempenho com DFMA segundo Horta e Rozenfeld (2006) são: Projetar para um número mínimo de componentes; Projetar componentes para serem multifuncionais; Utilizar componentes e processos padronizados; Desenvolver uma abordagem de projeto Modular; Utilizar uma montagem empilhada/Unidirecional; Facilitar alinhamento e inserção de todos os componentes; Eliminar parafusos, molas, roldanas, chicotes de fios; Eliminar ajustes; Procurar padronizar materiais, acabamentos e componentes; Ter sempre em mente as possibilidades de automação; Utilizar e promover o trabalho em equipe. Observa-se nos projetos inicialmente existe uma quantidade excessiva de componentes, Oliveira et al. (2006) afirma que além da redução da quantidade de componentes, durante as análises de DFMA deve-se considerar também fatores como: transporte, componentes multifuncionais e padronizados, conceitos similares entre outros produtos, detalhes para facilitar orientação e posicionamento do componente através do tato, reduzir ajustes, sua obtenção e manuseios. 2.1.1 DFA DFA é a parte responsável pelo projeto de montagem do produto. Para Back et al. (2008) montagem é um conjunto de operações que são realizadas durante e após o processo de fabricação, onde peças ou conjuntos de peças são envolvidas para obtenção do produto final. Compreende-se por montagem a união, com todos os trabalhos auxiliares necessários, durante e após a produção do componente, assim como no canteiro de obras (PAHL et al. 2005) 16 Boothroyd (1992) diz que o DFA deve ser considerado em todas as etapas do projeto, quando a equipe de projetos está desenvolvendo as alternativas de solução deve considerar seriamente a facilidade de montagem do produto ou subconjunto durante a produção. Como comentado a utilização do DFA pretende fazer com que a montagem seja facilitada, Back, Ogliario, Dias e C. da Silva (2008) consideram alguns princípios gerais para isso: Reduzir o custo de montagem, minimizando o número de peças; Facilitar o armazenamento ou empilhamento de peças em preparação para montagem; Facilitar a manipulação dos componentes; Facilitar a inserção e a fixação dos componentes; Prever controle de posicionamento final da montagem. Em alguns casos o projeto possui peças redundantes e aplicando a ideia de reduzir o número de componentes esses itens podem ser identificados e eliminados, como mostra a Figura 1, onde a) é a situação inicial e b) depois da melhoria eliminando os pinos e a arruela. Figura 1 – Redução do número de componentes na montagem. Fonte: Boothroyd (1991) Back, Ogliario, Dias e C. da Silva (2008) afirmam que uma estrutura adequada de montagem pode ser alcançada pela decomposição, diminuição, padronização e simplificação das operações de montagem e para isso algumas diretrizes devem ser seguidas: Subdivisão em conjuntos de construção a fim de possibilitar etapas de montagem com pré-montagem e montagem final. Subdivisão em conjuntos de montagem independentes a fim de permitir montagem paralela. 17 Evitar ajustes no curso de uma montagem. Barbosa (2007) cita que se deve submontar componentes antes de sua montagem final, simplificando o processo de fabricação, aumenta a flexibilidade da produção, aumentando a qualidade e confiabilidade do produto. Na Figura 2 pode ser verificada uma das regras que visam maximizar a facilidade na montagem, a “montagem por cima”, fazendo com que a montagem seja feita em uma única direção. Figura 2 – “Montagem por cima” Fonte: Boothroyd, Dewhurst, Knight (2002) 2.1.2 DFM DFM é a parte responsável pelo projeto de manufatura do produto. As ferramentas do DFM são baseadas em produtos específicos e na medida do desempenho de interesse e são 18 utilizados nas fases de desenvolvimento do produto que tem o maior impacto na performance. (Herrmann et al. 2004). Canciglieri Jr, Kovalchuck, e Batocchio (2009) falam que DFM é uma ferramenta que ajuda no processo de desenvolvimento para atender as necessidades do chão de fábrica, e tal ferramenta pode ajudar na análise de fatores complexos no processo de fabricação resultando em vantagens como a redução do número de peças. Back et al. (2008) fala que o projeto para manufatura é uma sistemática onde se procura desenvolver o conjunto de componentes do produto, de maneira que simplifique a fabricação com o menor custo. Em sua obra Bralla (1999) mostra uma série de princípios que se seguidos podem resultar no desenvolvimento de um produto de baixo custo: simplicidade, materiais e componentes padronizados, projeto padronizado do próprio produto, liberar tolerâncias, uso de materiais que tenham melhor processamento, trabalho em conjunto com a manufatura, evitar operações secundárias e projetar para o nível de produção desejado. A aplicação do DFM em um projeto geral, sem a definição de um processo, deve, segundo Sanchéz R. e Cortés R. (2005), levar em conta alguns elementos: Estimar o Custo de Fabricação; Reduzir o Custo dos Componentes; Reduzir o Custo das montagens; Reduzir o Custo de Produção; Considerar o impacto das decisões DFM sobre outros fatores. Utilizando regras básicas do DFM pode-se otimizar um produto ou componente, como afirma Dewhurst na obra de Geng (2004), citando um exemplo que pode ser visto na Figura 3, fabricação de um componente com 2 peças soldadas e depois uma peça dobrada. Figura 3: Peça soldada x Peça dobrada Fonte: Geng (2004) Para Bralla (1999) um projeto otimizado deve seguir algumas regras gerais: 19 Simplificar o projeto reduzindo o número de componentes necessários; Projetar para um baixo custo de mão de obra quando possível; Evitar informações generalizadas que dificultem o entendimento por parte da manufatura; Dimensionamento deve ser feito sobre superfícies ou pontos específicos e não em pontos no espaço; Dimensões devem estar sempre de uma linha de referência; Projetar com o menor peso possível; Não projetar componentes que necessitem de ferramentas especiais; Evitar cantos vivos; Projetar para que o componente receba o maior número de operações possível sem ser movimentado; Utilizar sempre que possível peças fundidas; 2.1.3 Projeto Modular Valeri, Paranaguá e Rozenfeld (1999) dizem que projeto modular são produtos ou sistemas que executam suas funções através da combinação de diferentes módulos. Silva (2006), comenta que modularidade é uma estratégia usada para construir produtos mais complexos a partir de subsistemas, que são desenvolvidos individualmente mas que possuem funcionamento integrado e que a combinação dos subsistemas gera a produção de diferentes produtos. Uma das grandes vantagens desse tipo de estratégia de projeto segundo Miguel, Netto e Marioka (2009) é que geralmente quando é necessário uma modificação no projeto de um dos módulos isso não interfere no demais módulos evitando a necessidade de uma revisão total do projeto, Valeri, Paranaguá e Rozenfeld (1999) comentam também que com a modularidade é possível que se tenha uma gama variada de produtos e devido a independência dos módulos aumenta-se a intensidade de inovações do projeto. Quando as funções de cada subsistema é identificado são também definidos os elementos de interface, esse tipo de modularidade é conhecido como modularidade de produto (MIGUEL, NETTO E MARIOKA, 2009). 20 Valeri, Paranaguá e Rozenfeld (1999) citam um exemplo da importância da modularidade para indústria. “Com a modularidade a Kodak nos anos 90 venceu a concorrência com a Fuji e aumentou sua participação no mercado. A Kodak desenvolveu diferentes modelos de uma mesma plataforma em comum. Entre 1989 e 1990, a empresa reprojetou seus produtos de modo que compartilhassem módulos e processos de produção em comum, que resultou em reduzido tempo de desenvolvimento de produto e baixos custos.[...] “ 2.1.4 Relação Dos Fatores Produtivos Com Os Custos Do Produto A análise do produto para melhorar sua fabricação tem sempre como objetivo principal a redução de custos e o aumento da produtividade. Conforme Bralla (1999), engenheiros ao analisar métodos para produção de um produto são confrontados com custos variáveis relacionados com materiais, processos, ferramentas etc., a relação entre essas variáveis deve ser verificada detalhadamente para avaliar adequadamente o seu impacto sobre os custos da produção do item. Boothroyd (1992) afirma que para a fabricação de um produto a empresa deve levar em conta muitos fatores que afetam a escolha do método de montagem, quando essa análise leva a facilitar o processo de montagem o potencial para redução de custos e melhorar a produtividade é muito maior. O projetista ou desenvolvedor tem influência decisiva na avaliação dos fatores que afetam a fabricação do produto segundo Pahl et al. (2005), eles citam ainda os fatores mais importantes como: Relação projeto – produção – projetar produtos considerando a sua produção utilizando as regras básicas “simplicidade” e “clareza” e também o emprego das normas comuns e das normas internas da empresa. Estrutura da construção apropriada à produção – dividir a estrutura de um produto ou artefato em subconjuntos de produção e componentes. Configuração de peças brutas considerando a produção – adotar forma, dimensões, acabamento, ajustes e tolerâncias de acordo com a capacidade da produção. 21 Seleção adequada à produção, de materiais e semiacabados – selecionar materiais que sejam adequados ao processo produtivo. Utilização de peças padronizadas e compras de terceiros – utilizar componentes que não precisem ser produzidos para um só pedido ou produto e que possam ser adquiridos de terceiros no mercado. Documentação considerando a produção – detalhar os projetos com o maior número de informações possível, porém evitando informações desnecessárias a produção. 2.2 BRAINSTORMING Um dos métodos utilizados para buscar ideias de melhoria foi o brainstorming. O método foi criado por Alex Osborn e suas regras originais estão no livro “Applied Imangination: Principals and Procedures of Creative Thinking” (1953). Pahl et al. (2005) diz que este método objetiva criar ideias imparciais em um grupo e que essas poderão levar os outros integrantes do grupo a terem novas ideias e assim chegar em uma solução cada vez melhor. Guimarães (2005) afirma que o método é uma “proposta de resolução de problemas”, onde os integrantes comunicam qualquer ideia que venha em sua mente sem medo de ser reprimido e pode ser aplicada em qualquer fase do desenvolvimento de um projeto Para Bomfim (1984) e Pahl et al (2005) existem algumas regras que devem ser seguidas: É proibido criticar; “Livre Pensar”, os membros podem desenvolver ideias e pensamentos como quiser; O maior número de ideias possível deve ser expressa; A ideia é do grupo e não de uma pessoa, cada membro pode “pegar” uma ideia de outro e desenvolve-la. 22 2.3 MÉTODO DA GALERIA É um método de busca de solução desenvolvido por Hellfritz (1978), Pahl et al.(2005) e Carvalho (2009) afirma que é um método que tem a combinação do trabalho individual e do trabalho em equipe, é apropriado para problemas de configuração pois permite que as sugestões de solução sejam expressas na forma de esboços. O método possui algumas etapas: Apresentação do problema; Formação de ideias de solução preliminares com ajuda de esboços; Exposição das ideias a todos os membros do grupo, para que possam ser discutidas e melhoradas; As ideias escolhidas na etapa anterior são desenvolvidas pelos membros do grupo; Por as propostas são revistas e complementadas se necessário e as que parecerem mais promissoras são escolhidas. Para Pahl et al. (2005) o método se destaca por proporcionar um trabalho intuitivo em equipe, intercâmbio eficaz de ideias, devido aos esboços, permite identificar as contribuições individuais e a documentação gerada é fácil de classificar e avaliar. 23 3 METODOLOGIA Este capítulo mostra como a pesquisa foi desenvolvida e a metodologia utilizada, de maneira que se possam entender melhor os passos que nortearam o pesquisador e o levaram as conclusões a respeito do problema levantado. 3.1 CLASSIFICAÇÃO DA PESQUISA Como critérios de classificação considerando os objetivos essa pesquisa é classificada como Pesquisa-ação. Como afirma Gil (1991) esse tipo de classificação se caracteriza por contar com o interesse coletivo na resolução de um problema ou suprimento de uma necessidade e também quando tem o envolvimento participativo ou cooperativo dos pesquisadores e demais participantes no trabalho de pesquisa (THIOLLENT, 1986, p.14), complementa: “Pesquisa-ação é um tipo de pesquisa social com base empírica que é concebida e realizada em estreita associação com uma ação ou com a resolução de um problema coletivo e no qual os pesquisadores e os participantes representativos da situação ou problema estão envolvidos de modo cooperativo ou participativo.” 3.2 ETAPAS DA PESQUISA Uma das atividades do departamento de engenharia da empresa pesquisada é a melhoria nos produtos e processos, foi então escolhido a linha de produtos que tem maior importância quanto ao volume de fabricação e faturamento mensal para aplicação de um método diferenciado para melhoria. Iniciou-se uma pesquisa bibliográfica com os principais autores que tratam dos temas DFMA, DFM e DFA, Boothroyd e Bralla, para estruturar as etapas que deveriam ser seguidas para a identificação de falhas e para aplicar as melhorias necessárias. Após a pesquisa foi definido que os produtos deveriam incialmente ser desmontados virtualmente, isto é, os projetos em CAD 3D dos produtos seriam explodidos em CAD. Após 24 essa explosão os componentes foram identificados e uma lista de materiais diferenciada foi criada com todos os componentes de todos os produtos. As funções de cada componente foram identificadas e iniciou o processo de análise em busca de padronização, comunalidade, otimização de processos produtivos. Foram sugeridas então várias melhorias, através de brainstorming e método da galeria, que posteriormente foram analisadas quanto a sua viabilidade, respeitando os requisitos do cliente e suas funções. Com as melhorias feitas foi então analisado o processo de montagem dos produtos, objetivando a otimização e redução do lead time. Por fim foram comparados os produtos antes e depois e verificado as melhorias alcançadas com as ações que foram tomadas. O procedimento foi então dividido em passos e padronizado para que possa ser utilizado e aplicado nos demais produtos fabricados pela empresa. 25 4 RESULTADOS E DISCUSSÃO No decorrer deste capítulo serão apresentadas as soluções encontradas para a padronização de uma linha de produtos da empresa pesquisada e como elas foram definidas, assim como os resultados obtidos com a melhoria. 4.1 APRESENTAÇÃO DA EMPRESA Os produtos estudados são fabricados por uma empresa sediada em Joinville, Santa Catarina. Fundada como Micro e Pequena Empresa em dezembro de 2001, atuava principalmente na área de serviços, prestando assistência técnica para máquinas e equipamentos óleo hidráulicos, buscando um atendimento diferenciado às principais empresas industriais instaladas na região de Joinville, um pólo metal mecânico de injeção de plástico, fundição, metalurgia e na fabricação de ferramental e matrizes da região sul do Brasil. Em 2008 a empresa mudou o foco de atuação de manutenção para venda de equipamentos hidráulicos, passou então a fabricar atuadores hidráulicos lineares e unidades hidráulicas, esses 2 produtos representam hoje o maior faturamento da empresa. Após uma decisão estratégica a empresa retirou a linha de pneumática do seu portfólio de produtos vendidos. Está situada às margens da BR101, em um prédio próprio, com capacidade instalada para produção de atuadores desde Ø25mm até Ø250mm, unidades hidráulicas desde 10L até 500L, assistência e manutenção de equipamentos hidráulicos, usinagem própria, ferramentas, dispositivos e bancadas para teste de bombas, válvulas, motores e cilindros hidráulicos. A empresa possui uma Política de Qualidade definida como uma “Empresa voltada para a venda, desenvolvimento e manutenção da linha hidráulica. Trabalhando em parceria com marcas conceituadas em qualidade e tecnologia, isto significa que o cliente você pode ter total credibilidade em nossos produtos e serviços, sabendo que iremos atendê-lo plenamente”. Tem como missão “Apresentar soluções em hidráulica, com compromisso constante de proporcionar satisfação aos nossos clientes, por meio do fornecimento de produtos e serviços de qualidade e atendimento eficaz, em harmonia com os interesses dos sócios, colaboradores, fornecedores e comunidade”. 26 A visão da empresa está definida como “Superar os padrões de satisfação de nossos clientes para assim obtermos o reconhecimento na prestação de serviços e produtos para sistemas hidráulicos e pneumáticos, nos destacando como a melhor empresa deste segmento no mercado”. 4.2 UNIDADE DE FORÇA HIDRÁULICA Neste projeto será enfocada a melhoria do projeto de unidades de força hidráulicas (UH’s). UH’s são equipamentos responsáveis por fornecer uma vazão de óleo sob uma pressão pré-definida, são compostas pelo reservatório e acessórios, conjunto motor-bomba, bloco ou blocos de comando elétrico ou manual, conforme Figura 4. Figura 4 – Unidade Hidráulica Fonte: Base de dados da empresa pesquisada, 2011 A empresa estudada tem experiência tanto na manutenção quanto na fabricação de UH’s e atualmente a fabricação delas representa o maior faturamento da empresa. Inicialmente todos os projetos eram especiais e após começar a focar em clientes fabricantes de máquinas alguns projetos começaram a se repetir até virarem “produtos de linha”. Este estudo é focado em produtos que fazem parte desse grupo, daí a importância em padronizá-los e melhorar seu processo de montagem. 27 4.3 SITUAÇÃO ATUAL Dentro dos considerados “produtos de linha” pela empresa pesquisada estão as UH’s para misturadores de concreto, que são vendidas a um cliente da região norte do estado de Santa Catarina. Em quantidade de UH’s são as que representam o maior volume de vendas. A linha de UH’s para misturadores possui 6 modelos: 10240 – UH para 1 comporta com acionamento manual; 10250 – UH para 2 comportas com acionamento manual de 1 das comportas; 10300 – UH para 3 comportas com acionamento manual de 1 das comportas. 9950 – UH para 1 comporta sem acionamento manual; 9960 – UH para 2 comportas sem acionamento manual; 9970 – UH para 3 comportas sem acionamento manual; A figura 5 mostra os 6 modelos. Figura 5 – Modelos UH’s Misturadores Fonte: Base de dados da empresa pesquisada, 2011 Em média são vendidas 10 unidades por mês entre todos os modelos não existindo predominância na produção de um modelo ou outro. Por acordo estabelecido, a empresa deve manter em estoque material necessário para produção de 5 unidades, de qualquer modelo. A Tabela 1 mostra a quantidade necessária de cada componente para atender a exigência do cliente. 28 Tabela 1 – Lista de Componentes em estoque para UH’s Misturadores. 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 41 42 43 Item Parafuso Sextavado M6x1,0x30 Arruela M6 Porca M6x1,0 - Auto-Travante Parafuso de cabeça fendida M5x0,8x20 Parafuso Sextavado M8x1,25x20 Parafuso Allen M10x1,4x25 Parafuso Sextavado M10x1,5x45 Arruela M10 Porca M10x1,5 - Auto Travante Parafuso Allen M5x0,8x45 - Meia Rosca Barra roscada Inox M5x0,8x110 Porca M5x0,8 Especial POM05E Reservatório 30L RE030.9880 - Furação 9950 Reservatório 30L RE030.9880 - Furação 10240 Chapa Aço 1008 20x2x2000 Filtro de Ar BE-761 Visor de Nível LN40-TB Motor Elétrico 3CV IV Pólos B5D Flange Ligação PL200/3/1 Acoplamento RM46 Usinado Bomba Engr. 11.101.004.009 Filtro Sucção S-14 Bloco Manifold BH-9950 Bloco Manifold BH-9960 Bloco Manifold BH-9970 Bloco Manifold BH-10240 Bloco Manifold BH-10250 Bloco Manifold BH-10300 Direcional DCV03-2H51/02400-E1 (Ventagem) Direcional DCV03-3Y11/02400-E1 Direcional DCV03-3H11/02400-E1 Retenção Modular 2RJV1-06-CS Reguladora de Pressão 504082 Conector DIN 43650 c/ Led e Supressor Isoladora FT290-14 Manômetro Vertical DN63 - 0-315bar - 1/4"NPT Bujão com Sextavado interno 1/8"NPT Bujão com Sextavado interno 1/4"NPT Bujão Galvanizado 1/2"NPT Bujão Sextavado Interno 3/8"BSP Meia Luva Aço 1/2" NPT Adapt. Reto 1/2"NPT x JIC10 UMA 1/2"NPT x Tubo 12 Qtd 50 50 50 15 15 10 20 20 20 20 60 60 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 15 5 15 5 35 15 5 40 5 5 10 5 10 5 29 Tabela 1 – Lista de Componentes em estoque para UH’s Misturadores. (Continuação) 44 45 46 47 Cotovelo MF 1/2"NPT Galvanizada Curva MM 1/2"NPT Galvanizada Tubo Aço Inoxidável 304/316 Ø 12 Mangueira 100R2, 3/8", terminais retos giratórios JIC10 x 400mm 5 5 750mm 5 Fonte: Base de dados da Empresa pesquisada, 2011. Um problema que ocorre é no momento da montagem faltar um ou mais componentes, para resolver o problema, o setor compras dispara pedidos urgentes e por isso não consegue negociar preços melhores e muitas vezes paga mais caro para que o produto chegue mais rápido. Os componentes mais críticos são os que têm o maior prazo de entrega pelo fornecedor, ou seja os reservatórios e os blocos hidráulicos. As UH’s são definidas de acordo com algumas características: Volume do reservatório; Potência; Vazão; Acionamento. Através dessas características os módulos foram definidos: Módulo Reservatório; Módulo Conjunto Motor-Bomba; Módulo Bloco Hidráulico; Módulo Bomba Manual. A figura 6 mostra as montagens existentes atualmente. Cada cor representa a variação dos módulos. Como pode ser visto existem dois grupos, UH’s com e sem bomba manual, para isso existem dois processos de montagens, não padronizados. Essa falta de padronização reduz a qualidade do produto, pois o montador faz a montagem de acordo com a sua vontade e não existe uma repetibilidade no processo. 30 Figura 6 – Característica UH’s Misturadores Fonte: Primária, 2011 4.4 PROPOSTA DE MELHORIA Visando a melhoria no produto quanto a eliminação de atrasos na entrega, redução do custo de materiais em estoque, melhoria na qualidade do produto final e padronização do processo de montagem, a equipe de engenharia se reuniu e iniciou uma análise do produto visando a sua modificação. 31 4.4.1 Definição das Funções Inicialmente foram definidas as funções de cada módulo, considerando as características principais exigidas pelo cliente e necessárias tecnicamente para a funcionalidade dos produtos. Módulo Reservatório: o Armazenar 30L de óleo; o Permitir a visualização do nível; o Permitir a visualização da temperatura do óleo; o Permitir entrada de ar; o Permitir enchimento; o Servir de base para montagem dos componentes; Módulo Conjunto Motor Bomba: o Fornecer uma vazão de óleo correspondente a 7 lpm, a uma pressão de 140 kgf/cm³; o Filtragem do óleo; Módulo Bloco Hidráulico: o Direcionar o óleo; o Ter interface para conexão dos atuadores (3/8” BSP) 1, 2 ou 3 atuadores; o Ter interface para conexão com a bomba hidráulica (1/2” BSP) o Ter interface para ligação da bomba manual; o Permitir alívio da pressão para tanque; o Ventar a bomba hidráulica quando o sistema estiver em repouso; o Permitir visualização da pressão; o Permitir regulagem da pressão; o Acionamentos elétricos 24vcc. 4.4.2 Bill Of Materials Integrada Com os produtos desmontados virtualmente os componentes começaram ser revisados e através de brainstormings e do método da galeria várias sugestões de melhoria foram levantadas. 32 Para uma melhor visualização dos modelos e das melhorias sugeridas foi criada uma Bill Of Materials (BOM) integrada, Tabela 2, nela estão os componentes e serviços que são necessários para cada UH e também as funções de cada item. Na coluna “melhorias” estão as sugestões de melhorias definidas pela engenharia. Tabela 2 – Parte da BOM List Integrada 1 2 3 5 6 9950 - 1 Comporta 9960 - 2 Comportas 9970 - 3 Comportas 10240 - 1 Comporta + Bomba Manual 10250 - 2 Comportas + Bomba Manual 10300 - 3 Comportas + Bomba Manual Função Melhorias 10 10 10 10 10 10 Fixação tampa reservatório Parafuso Sextavado M8x1,25x30 10 10 10 10 10 10 Fixação tampa reservatório Arruela M8 Porca M8x1,25 AutoTravante Parafuso Sextavado M6x1,0x3 0 Arruela M6 Porca M6x1,0 AutoTravante Parafuso Sextavado M8x1,25x 20 Parafuso Allen M10x1,4x 25 10 10 10 10 10 10 Fixação tampa reservatório 3 3 3 3 3 3 Fixação Bloco na Tampa do reservatório Parafuso Sextavado M8x1,25x30 2 2 2 2 2 2 Fixação Bomba ne Flange de ligação Parafuso Sextavado M8x1,25x30 10 Parafuso Allen M5x0,8x4 5 - Meia Rosca 0 4 4 0 4 4 Fixação Direcional Ventagem Barra roscada Inox M5x0,8x60 + 04 porca M05 Especial POM05E 14 Chapa Aço 1008 20x2x200 0 1 1 1 1 1 1 Borda Reservatório Eliminar 15 Furação Reservató rio Mesma furação para todas as montagens 20 21 Acoplame nto RM46 - Sem Usinagem Usinagem Acoplame nto FU9950 FU9950 FU9950 FU10240 FU10240 FU10240 Posicionamento dos compontes no reservatório 1 1 1 1 1 1 Unir os Eixos da Bomba com o do Motor Comprar o acoplamento usinado 24H7 18H7 24H7 18H7 24H7 18H7 24H7 18H7 24H7 18H7 24H7 18H7 Usinagem Acoplamento Eliminar 24 Bloco Manifold BH-9950 BH-9960 BH-9970 BH-1024 BH-10250 BH-10300 36 Bujão Sextavado Interno 3/8"BSP 0 2 2 0 2 2 Fonte: Primária, 2011 A tabela completa pode ser vista em Apêndice A Distribuir o óleo da bomba para as direcionais e tanque Fechar conexões válvula de ventagem Reduzir a variedade dos blocos Não usinar Conexão da Ventagem 33 4.4.3 Modificações nos Projetos Seguindo as sugestões de melhoria listadas pela engenharia foram feitas mudanças nos projetos nos 3 módulos pricipais existentes nos produtos. As primeiras mudanças foram feitas nos reservatórios. Inicialmente existia 1 modelo de reservatório, porém 2 layouts de furação diferentes, onde os demais componentes são fixados. Um layout era para as UH’s com acionamento manual e o outro era para UH’s sem acionamento manual. Conforme definido anteriormente o ideal seria que existisse somente 1 modelo de reservatório com 1 layout de furação. O fator crítico para a criação desse layout único o posicionamento da bomba manual e quando o produto fosse sem ela não tivesse uma estética fora dos padrões adotados pela empresa. A solução encontrada foi utilizar como base a furação já existente para UH’s com bomba manual e modificar a posição do bloco hidráulico pela questão estética. Para fixação da tampa do reservatório eram utilizados: 10 peças (pçs) – Parafuso sextavado M6x1,0 x 30; 10pçs – Arruela M6; 10pçs – Porca M6x1,0 auto-travante. Em todas os outros modelos de UH’s fabricados pela empresa os parafusos, porcas e arruelas utilizados na fixação da tampa do reservatório eram: Parafuso sextavado M8x1,25 x 30; Arruela M8; Porca M8x1,25 auto-travante; Foi definido então a utilização dos elementos de fixação já padronizados pela empresa, com isso o layout de furação sofreu mais uma alteração, mudança dos furos das extremidades de Ø6,5 para Ø8,5. A tampa do reservatório conta com uma borda para evitar que o óleo oriundo de algum vazamento, ou durante alguma manutenção escorra para o chão, essa borda inicialmente era soldada e durante o processo, que levava em torno de 25 minutos, e entortava a tampa. Foi decidido então modificar o projeto da tampa do reservatório, fazendo com que a borda passasse a ser uma dobra na tampa. As mudanças realizadas permitiram alcançar o objetivo de ter um modelo de reservatório com 1 layout de furação. A Figura 7 mostra essas modificações. 34 Figura 7 : Modificação no Layout de Furação do Reservatório Fonte: Base de dados da empresa pesquisada, 2011 O conjunto motor-bomba é o mesmo em todas as montagens, então as modificações sugeridas para ele foram mais simples. A bomba é fixada ao flange de ligação por: 02 parafuso allen M10x1,5x25. Seguindo a padronização dos parafusos, foi avaliada a possibilidade de utilizar o mesmo parafuso que fixa a tampa do reservatório no baú: Parafuso Sextavado M8x1,25x30. Como pode ser visto na Figura 8, o diâmetro onde é colocado o parafuso na bomba hidráulica para fixação é de 11mm. Utilizando um parafuso M8 a folga seria de 3mm, muito acima do recomendado 1mm. Figura 8 – Flange Fixação SAE-A 2 Fonte: Catálogo Hidrodinâmica, Série Aluminibeta, 2011 35 Portanto nesse caso foi mantido o parafuso allen M10 que já era utilizado. Para unir os eixos da bomba hidráulica e do motor elétrico é utilizado um acoplamento, que é comprado sem a usinagem para o encaixe dos eixos. Essa usinagem é terceirizada e o custo 47% do total do conjunto acoplamento mais usinagem. Foi então desenvolvido um novo fornecedor desse componente, já usinado com o mesmo custo da peça comprada anteriormente sem a usinagem, gerando então uma economia de 47% nesse conjunto. A Figura 9 mostra o módulo conjunto motor bomba montado. Figura 9 – Módulo Conjunto Motor Bomba Fonte: Base de dados da empresa pesquisada, 2011 Por fim, foram feitas as modificações nos módulos bloco hidráulico. Conforme comentado no capítulo 4.3 existem 6 blocos hidráulicos diferentes, um para cada modelo de UH. A sugestão principal de melhoria para esse componente era a redução de 6 para 3 modelos diferentes. Analisando os esquemas hidráulicos percebeu-se que o bloco que era utilizado na UH 10240 (BH-10240) tinha somente uma diferença em relação ao utilizado na UH 9950 (BH9950), 2 conexões auxiliares nas linhas de A1 e B1 para conexão da bomba manual, conforme figura 10. Da mesma forma acontecia entre os blocos BH-10250 com BH-9960 e BH-10300 com BH-9970, com isso decidiu-se pela eliminação dos blocos BH-9950, 9960 e 9970. 36 Os blocos BH-10240, 10250 e 10300 passaram a ser itens comuns entre as UH’s, quando estes forem usados em UH’s sem acionamento manual as saídas auxiliares A1x e B1x serão bloqueadas com bujões allen com cabeça 1/4” BSP. Os blocos eram fixados com: 03 parafuso sextavado M8x1,25 x 20 Estes foram substituídos pelos mesmos parafusos utilizados na fixação da tampa do reservatório: 03 parafuso sextavado M8x1,25 x 30 Para que estes parafusos pudessem ser utilizados foi preciso aumentar a profundidade dos furos de fixação do bloco de 25mm para 30mm conforme Figura 11. Figura 10 : Comparação Esquemas Hidráulicos 10240 com 9950 Fonte: Base de dados da Empresa pesquisada, 2011 37 Figura 11 – Modificação profundidade furos de fixação Fonte: Base de dados da Empresa pesquisada, 2011 Com a as modificações realizados as variações de cada módulo fora redefinidas. Módulo Reservatório: 1 variação com a mesma furação para as UH’s com e sem bomba manual; Módulo Conjunto Motor Bomba: 1 variação conforme utilizado atualmente; Módulo Bloco Hidráulico: 3 variações: o Variação 1 para acionamento de 1 comporta com ou sem bomba manual; o Variação 2 para acionamento de 2 comportas com ou sem bomba manual; o Variação 3 para acionamento de 3 comportas com ou sem bomba manual; Assim foi possível chegar ao modelo ideal para montagem das UH’s conforme Figura12. 38 Figura 12 – Montagem Ideal para UH’s Misturadores Fonte: Primária, 2011 4.4.4 Projeto de Montagem Depois das melhorias aplicadas nos componentes e na redefinição dos módulos dos produtos foi definido que sub montagens serão mantidas em estoque ao invés dos componentes separados, para reduzir o lead time de montagem do produto final. A montagem final foi subdividida em conjuntos de construção a fim de possibilitar etapas de montagem com pré-montagem e montagem final. Essas subdivisões são independentes a fim de permitir a montagem paralela e evitar também operações da produção no curso de uma montagem, como polimento, furações etc. A Figura 13 mostra que a montagem das UH’s já possui as sub montagens divididas que correspondem aos módulos da montagem. 39 Figura 13 -Sub Montagens Fonte: Base de dados da empresa pesquisada, 2011 Pode-se perceber pela explosão das sub montagens (Figura 14) que todas ela possuem uma peça base para realização da montagem. Utilizar essa base faz com a montagem seja mais rápida e eficiente, evitando que o montador necessite movimentar o conjunto, que muitas vezes pode ser pesado e difícil de manejar, como no caso do conjunto reservatório e do conjunto motor bomba. Figura 14 – Explosão Montagens Fonte: Base de dados da empresa pesquisada, 2011 A montagem final do produto será feita com a união dos módulos conforme figura 16. Uma das diretrizes mais importantes do DFMA fala da comunalidade dos 40 componentes, na figura 16 pode-se ver que todos os componentes são utilizados em mais de um produto, demonstrando a sua comunalidade. O módulo reservatório (MR) e o módulo conjunto motor bomba (MCMB) fazem parte de todas as montagens, MR servirá também de base para a montagem final, que será feita de forma unidirecional, como demonstrado na figura 15. Figura 15 – Montagem Unidirecional UH’s Fonte: Fonte: Base de dados da empresa pesquisada, 2011 O processo de melhorias foi então finalizado, os resultados de tais mudanças serão discutidas no capítulo 4.5. 4.5 RSULTADOS OBTIDOS As melhorias aplicadas nos componentes e nas montagens trouxeram grandes resultados para empresa. 41 Analisando incialmente o processo de melhoria vê-se através do check-list DFMA (Tabela 3) que a maioria dos itens foram aplicados, demonstrando que o produto foi otimizado. Os itens que não foram aplicados não se aplicam ao produto. Figura 16 – Montagem dos Produtos finais Fonte: Base de dados da empresa pesquisada, 2011 42 Tabela 3 – Check-List DFMA Estratégias (aplicar também estratégias específicas para cada processo) DFM Aplicável (S/N) Justificativa (Como fazer; Porque não aplicar) Eliminação de: borda reservatório, parafusos e arruelas Projeto já é Modularizado Variação dos blocos, furação do reservatório Cada componente tem somente uma aplicação Blocos e reservatório utilizados em mais de 1 produto Eliminação da borda soldada por uma borda dobrada A montagem não exige ajustes Montagem dos módulos separados Materiais já estão definidos Materiais já são normalizados Processos comuns O volume de produção é baixo Não existem tolerâncias rígidas Minimizar o número de partes S Desenvolver projetos modulares S Minimizar as variações das partes S Projetar as partes para serem multifuncionais N Projetar as partes para serem multiuso S Projetar as partes para fácil fabricação S Eliminar ou simplificar os ajustes. Minimizar a manipulação. Usar material de mais fácil processamento. Usar materiais e componentes normalizados. Utilizar as características especiais dos processos Projetar de acordo com o volume esperado Liberar as tolerâncias DFA O número global de componentes deve ser minimizado Mínimo uso de elementos de fixação separados S S N S N N N Projetar o produto com um componente BASE S Não reposicionar a base durante a montagem N Utilizar uma sequência de montagem eficiente Evitar componentes com características que complicam a captação Projetar componentes para um tipo específico de captação, manipulação e inserção Projetar todos os componentes com simetria em torno de um eixo perpendicular ao eixo de inserção Projetar todos os componentes com simetria em torno de seus eixos de inserção. Projetar componentes sem possibilidade de simetria, claramente antissimétricos. Projetar os componentes para que a montagem das uniões ocorra em linha reta e todas na mesma direção. Fazer uso de chanfros, reentrâncias e da flexibilidade para facilitar a inserção e alinhamento. Maximizar a acessibilidade dos componentes S Cada modulo tem uma base e a montagem final também É necessário movimentar a base para montagem Sequência eficiente S São componentes de fácil manuseio N São componentes de fácil manuseio N Não existem componentes simétricos N Não existem componentes simétricos S Componentes claramente antissimétricos S Uniões de sempre em uma única direção N Não foram projetados S Componentes são de fácil acessibilidade S Redução dos componentes, parafusos, arruelas S Fonte: Própria, baseado no material de aula da disciplina de EP2TEP1. 43 A modificação dos componentes possibilitou a eliminação de alguns itens que representavam um grande valor parado em estoque, e essas peças fazem parte do grupo com o maior lead time de entrega pelo fornecedor, em torno de 15 dias úteis. Os componentes em questão são: Reservatório 30L RE030.9880 - Furação 10240; Chapa Aço 1008 20x2x2000 (borda); Bloco Manifold BH-10240; Bloco Manifold BH-10250; Bloco Manifold BH-10300. Somente com a eliminação desses itens a redução do valor total dos componentes necessários em estoque foi reduzido em 21,75%, a empresa não permitiu revelar os valores reais somente porcentagem. Além dessa redução o controle será facilitado pois a variedade desses itens foi reduzida pela metade, espera-se que os problemas com a falta de materiais seja reduzida ou até eliminada. A aquisição dos acoplamentos já usinados trouxe uma redução de custo no produto. O valor é pequeno menos de 1% do custo total do produto, porém não é mais necessário ter a preocupação e o controle dos acoplamentos para saber se já estão usinados e se a usinagem foi feita corretamente, fatores que só eram vistos no momento da montagem final. A padronização dos parafusos de fixação da tampa do reservatório fez com que a empresa pudesse eliminar do estoque os parafusos antigos mantendo somente o que já era padronizado e utilizado na montagem dos demais modelos de UH da empresa. Com isso o processo de montagem ganhará agilidade visto que não ocorrerá mais a preocupação em utilizar parafusos diferentes nas montagens das UH’s dos misturadores. Essas reduções fizeram com que a tabela 4 passasse de 47 para 39 itens. Tabela 4 – Lista de Componentes em estoque para UH’s Misturadores Atualizada 1 2 3 4 5 6 7 8 9 Item Parafuso de cabeça fendida M5x0,8x20 Parafuso Sextavado M8x1,25x20 Parafuso Allen M10x1,4x25 Parafuso Sextavado M10x1,5x45 Arruela M10 Porca M10x1,5 - Auto Travante Parafuso Allen M5x0,8x45 - Meia Rosca Barra roscada Inox M5x0,8x110 Porca M5x0,8 Especial POM05E Qtd 15 15 10 20 20 20 20 60 60 44 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 Reservatório 30L RE030.9880 - Furação 9950 Filtro de Ar BE-761 Visor de Nível LN40-TB Motor Elétrico 3CV IV Pólos B5D Flange Ligação PL200/3/1 Acoplamento Bowex 19 - 24 Bomba Engr. 11.101.004.009 Filtro Sucção S-14 Bloco Manifold BH-9950 Bloco Manifold BH-9960 Bloco Manifold BH-9970 Direcional DCV03-2H51/02400-E1 (Ventagem) Direcional DCV03-3Y11/02400-E1 Direcional DCV03-3H11/02400-E1 Retenção Modular 2RJV1-06-CS Reguladora de Pressão 504082 Conector DIN 43650 c/ Led e Supressor Isoladora FT290-14 Manômetro Vertical DN63 - 0-315bar - 1/4"NPT Bujão com Sextavado interno 1/8"NPT Bujão com Sextavado interno 1/4"NPT Bujão Galvanizado 1/2"NPT Bujão Sextavado Interno 3/8"BSP Meia Luva Aço 1/2" NPT Adapt. Reto 1/2"NPT x JIC10 UMA 1/2"NPT x Tubo 12 Cotovelo MF 1/2"NPT Galvanizada Curva MM 1/2"NPT Galvanizada Tubo Aço Inoxidável 304/316 Ø 12 Mangueira 100R2, 3/8", terminais retos giratórios JIC10 x 400mm 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 15 5 15 5 35 15 5 40 5 5 10 5 10 5 5 5 750mm 5 Fonte: Base de dados da Empresa pesquisada, 2011. O processo de montagem do produto era feito peça por peça, todos os componentes eram separados e o montador fazia a sua montagem sem uma padronização. Avaliando os módulos separadamente pôde-se ver que eles poderiam ser montados utilizando um componente sempre como base, conforme citado no capítulo 4.4.4. Dessa maneira foi então definido que as subconjuntos ficariam no estoque, portanto a Tabela 6 será o controle dos itens, porém as peças estarão todas montadas. Para a montagem final basta então separar os módulos necessários para cada produto e montar utilizando o módulo reservatório como base. O processo de montagem peça por peça levava em torno de 4h sem bomba manual e 5,5h com bomba manual para ser concluído. Após as modificações 5 unidades com bomba 45 manual e 5 unidades sem bomba manual foram montadas e os tempos foram medidos e através de média aritmética chegou-se ao tempo aproximado do processo, os tempos passaram para 1h55min sem bomba manual e 2h35min. conforme Tabela 5. Tabela 5 – Lead Time de Montagem UH’s Misturadores Processo Tempo Posicionar e fixar módulo conjunto motor bomba na base 1 reservatório 20min Posicionar e fixar módulo bloco 2 hidráulico na base reservatório 15min Conectar mangueira da bomba para o bloco hidráulico Encher reservatório com óleo Teste Esvaziar reservatório Limpar reservatório Fixar tampa 20min 3min 30min 2min 5min 20min 3 4 5 6 7 8 total sem bomba manual 115min 3.1 *instalação bomba manual total com bomba manual 40min 155min Fonte: Primária, 2011 Analisando os resultados e verificando a eficiência do processo, a equipe de engenharia elencou as etapas utilizadas durante o processo e criou um procedimento simples para aplicação das melhorias nos demais produtos da empresa. As etapas foram definidas como: Desmontar Virtualmente o produto; Criar um BOM com as funções; Avaliar se existe comunalidade entre os componentes; Propor Melhorias através de brainstormings e do método da galeria; Avaliar as propostas e aplicar quando possível; Padronizar parafusos, porcas e arruelas; Dividir o produto em sub montagens e torna-las independentes; Utilizar peças base para realização das montagens. Aplicando as otimizações nos demais produtos pretende-se melhorar a qualidade da fabricação e da montagem e por consequência do produto final, fazendo com que a empresa tenha maior credibilidade no mercado, aumentando o faturamento e fazendo a empresa crescer. 46 CONSIDERAÇÕES FINAIS Durante o desenvolvimento do projeto ficou evidente a importância em analisar os componentes quanto a sua importância e em busca de padronização, os processos que estes componentes são submetidos e os procedimentos de montagem. O projeto tratou de uma linha de produtos muito importante para a empresa por representar uma parcela grande do faturamento mensal e por ser o cliente que tem o maior volume de compras atualmente, porém deve-se salientar a necessidade de aplicar os conceitos e ferramentas trabalhadas em todos os novos produtos e em produtos que já fazem parte do portfólio da empresa. Utilizando os conceitos básicos da filosofia DFMA, padronização, comunalidade, montagem com uma peça base etc. foi possível alcançar resultados importantes e que proporcionaram melhoria na qualidade final do produto, redução do custo e do lead time de montagem. A proposta desse projeto era na otimização dos produtos, promovendo melhorias quanto a quantidade de componentes, facilitação da fabricação e montagem do produto e padronização do seu processo de montagem, para isso alguns objetivos específicos foram traçados e posteriormente foram analisados: Análise da comunalidade dos produtos: quando as funções dos 6 modelos de UH’s foi verificado pôde-se perceber que todas eram semelhantes mas formavam 3 duplas, onde a diferença das duplas era a quantidade de acionamentos e a diferença dos produtos da dupla era o acionamento manual, com ou sem. Análise quanto a necessidade de componentes: Quando os blocos hidráulicos foram padronizados, foi verificado que 3 dos modelos não eram necessários, a chapa metálica que era comprada para ser soldada na tampa para servir de borda também. Padronização e eliminação de parafusos, porcas e arruelas: Os elementos de fixação são geralmente os primeiros componentes a serem verificados, quanto a sua necessidade e a possibilidade de padronização e eliminação dos mesmos, neste projeto conseguiu-se modificar e padronizar muitos deles, e não somente padronizar com modelos já utilizados no produto mas comparando com outros produtos da empresa buscando uma padronização geral, como feito com os 47 parafusos de fixação da tampa, que eram M6 e foram substituídos com M8 que eram utilizados nos demais produtos da empresa. Modificação nos blocos hidráulicos e reservatório para que se tornem itens comuns nos produtos: Analisando os blocos e suas funções pôde-se identificar que poderiam ser comuns entre os modelos de UH’s e assim reduzindo pela metade a variedade existente, de 6 para 3 modelos. Com o reservatório também, inicialmente existiam 2 modelos que eram diferenciados pela furação da tampa onde os componentes eram encaixados. Modificando o layout pôdese chegar a 1 único modelo de furação e com isso somente 1 modelo de reservatório. Comparando os produtos antes e depois das melhorias vê-se uma redução no número de componentes necessários para a montagem das UH’s, com isso o valor parado em estoque diminuiu e o controle dos produtos também foi facilitado com essa redução. A modificação no processo de montagem, mantendo em estoque os sub conjuntos montados reduziu o lead time de montagem das UH’s, com isso os atrasos na entrega serão reduzidos ou até mesmo eliminados, essa modificação também fez com que quando acontecer a falta de algum componente, isso será identificado na montagem dos sub conjuntos e não mais na montagem do produto final. Os procedimentos utilizados neste projeto servirão de base e de caminho para a melhoria nos demais produtos da empresa. O contato com a filosofia DFMA fez com que a equipe de engenharia percebesse que existem diversas ferramentas que podem ser utilizadas no desenvolvimento de novos produtos. O desenvolvimento do projeto também uniu a equipe, e direcionou o pensamento de todos para o mesmo caminho, da padronização, comunalidade de componentes e na busca por fazer com que o produto tenha o menor custo e a maior qualidade, da mesma forma com o processo de fabricação e de montagem. Também conscientizou a diretoria da empresa que para o crescimento da empresa é necessário investimento em pesquisa e desenvolvimento e que os métodos e filosofias existentes podem ser aplicados tanto por empresas de grande porte quanto por empresas de porte pequeno. 48 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BACK, Nelson. OGLIARIO, André. Da SILVA, Jonny C.. Projeto Integrado de Produtos: Planejamento, Concepção e Modelagem. 1 ed., Barueri – SP. Manole, 2008. BOOTHROYD, Geoffrey. DEWHURST, Peter. KNIGHT, Winston. 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Aesso em: setembro 2011. 51 APENDICES A – BOM List Integrada 52 Apendice A – BOM List Integrada 9950 - 1 Comporta 9960 - 2 Comportas 9970 - 3 Comportas 10240 - 1 Comporta + Bomba Manual 10250 - 2 Comportas + Bomba Manual 10300 - 3 Comportas + Bomba Manual Função Melhorias 1 Parafuso Sextavado M6x1,0x30 10 10 10 10 10 10 Fixação tampa reservatório Parafuso Sextavado M8x1,25x30 2 Arruela M6 10 10 10 10 10 10 Fixação tampa reservatório Arruela M8 3 Porca M6x1,0 Auto-Travante 10 10 10 10 10 10 Fixação tampa reservatório Porca M8x1,25 Auto-Travante 4 Parafuso de cabeça fendida M5x0,8x20 3 3 3 3 3 3 Fixação Filtro de Ar 5 Parafuso Sextavado M8x1,25x20 3 3 3 3 3 3 Fixação Bloco na Tampa do reservatório Parafuso Sextavado M8x1,25x30 6 Parafuso Allen M10x1,4x25 2 2 2 2 2 2 Fixação Bomba ne Flange de ligação Parafuso Sextavado M8x1,25x30 7 Parafuso Sextavado M10x1,5x45 4 4 4 4 4 4 Fixação Motor na Tampa do Reservatório 8 Arruela M10 4 4 4 4 4 4 Fixação Motor na Tampa do Reservatório 9 Porca M10x1,5 - Auto Travante 4 4 4 4 4 4 Fixação Motor na Tampa do Reservatório 53 Apendice A – BOM List Integrada (Continuação) 10 Parafuso Allen M5x0,8x45 Meia Rosca 0 4 4 0 4 4 Fixação Direcional Ventagem Barra roscada Inox M5x0,8x60 + 04 porca M05 Especial POM05E 11 Barra roscada Inox M5x0,8x110 4 8 12 4 8 12 Fixação Direcionais Cilindros + Retenção 12 Porca M5x0,8 Especial POM05E 4 8 12 4 8 12 Fixação Direcionais Cilindros + Retenção 13 Reservatório 30L RE030.9880 1 1 1 1 1 1 Armazenar óleo, base de montagem dos componentes 14 Chapa Aço 1008 20x2x2000 1 1 1 1 1 1 Borda Reservatório Eliminar 15 Furação Reservatório FU9950 FU9950 FU9950 FU10240 FU10240 FU10240 Posicionamento dos compontes no reservatório Mesma furação para todas as montagens 16 Filtro de Ar BE761 1 1 1 1 1 1 Permitir o Enchimento de óleo e entrada de ar no reservatório 17 Visor de Nível LN40-TB 1 1 1 1 1 1 Visualização do Nível e Temperatura 18 Motor Elétrico 3CV IV Pólos B5D 1 1 1 1 1 1 Movimentar a bomba hidráulica 54 Apendice A – BOM List Integrada (Continuação) 19 Flange Ligação PL200/3/1 1 1 1 1 1 1 Unir Bomba e motor 20 Acoplamento RM46 - Sem Usinagem 1 1 1 1 1 1 Unir os Eixos da Bomba com o do Motor Comprar o acoplamento usinado 21 Usinagem Acoplamento 24H7 18H7 24H7 18H7 24H7 18H7 24H7 18H7 24H7 18H7 24H7 18H7 Usinagem Acoplamento Eliminar 22 Bomba Engr. 11.101.004.009 1 1 1 1 1 1 Prover Vazão de óleo para o sistema 23 Filtro Sucção S14 1 1 1 1 1 1 Filtrar o óleo que a bomba succiona BH10300 Distribuir o óleo da bomba para as direcionais e tanque 24 Bloco Manifold BH-9950 BH-9960 BH-9970 BH-1024 BH10250 25 Direcional DCV032H51/02400E1 (Ventagem) 0 1 1 0 1 1 Ventar Bomba 26 Direcional DCV033Y11/02400-E1 0 2 3 0 2 3 Direcionar óleo para os Atuadores 27 Direcional DCV033H11/02400E1 1 0 0 1 0 0 Ventar Bomba e Direcionar óleo para os Atuadores Reduzir a variedade dos blocos 55 Apendice A – BOM List Integrada (Continuação) 28 Retenção Modular 2RJV1-06-CS 1 2 3 1 2 3 Evitar que o atuador se movimente sem o acionamento das direcionais 29 Reguladora de Pressão 504082 1 1 1 1 1 1 Regular Pressão da UH 30 Conector DIN 43650 c/ Led e Supressor 2 5 7 2 5 7 Transmitir Tensão Elétrica para a Válvula Direcional 31 Isoladora FT290-14 1 1 1 3 3 3 Isolar óleo 32 Manômetro Vertical DN63 - 0-315bar 1/4"NPT 1 1 1 1 1 1 Medição da Pressão 33 Bujão com Sextavado interno 1/8"NPT 2 6 8 2 6 8 Fechar Furos de construção no Bloco Manifold 34 Bujão com Sextavado interno 1/4"NPT 1 1 1 1 1 1 Fechar Furos de construção no Bloco Manifold 35 Bujão Galvanizado 1/2"NPT 1 1 1 1 1 1 Fechar Dreno Reservatório 56 Apendice A – BOM List Integrada (Continuação) 36 Bujão Sextavado Interno 3/8"BSP 0 2 2 0 2 2 Fechar conexões válvula de ventagem 37 Meia Luva Aço 1/2" NPT 1 1 1 1 1 1 Dreno do Reservatório 38 Adapt. Reto 1/2"NPT x JIC10 2 2 2 2 2 2 Conectar a Mangueira Hidr. Da bomba para o bloco 39 UMA 1/2"NPT x Tubo 12 1 1 1 1 1 1 Retorno do óleo 40 Cotovelo MF 1/2"NPT Galvanizada 1 1 1 1 1 1 Conectar o filtro de sucção na bomba 41 Curva MM 1/2"NPT Galvanizada 1 1 1 1 1 1 Conectar o filtro de sucção na bomba 42 Tubo Aço Inoxidável 304/316 Ø 12 150mm 150mm 150mm 150mm 150mm 150mm Retorno do óleo 43 Mangueira 100R2, 3/8", terminais retos giratórios JIC10 x 400mm 1 1 1 1 1 1 Transferir o óleo da bomba para o bloco Não usinar Conexão da Ventagem