DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS FLORESTAIS Caixa Postal:3037 – CEP:37200-000 – LAVRAS-MG FONE/FAX: 55 353829-1411 Qualidade da Madeira para Fins Energéticos Prof. PAULO FERNANDO TRUGILHO E-Mail: [email protected] QUALIDADE DA MADEIRA Combinação de características físicas, químicas, mecânicas e anatômicas de uma árvore ou de suas partes que possam definir a melhor forma de utilização da sua madeira. A avaliação da qualidade da madeira DEPENDE de: 1. Definição de qualidade – o que se pretende; 2. Definição dos fatores que a afetam – na madeira; 3. Forma de determinação desses fatores – quantificação (amostragem); e 4. Avaliação do seu efeito na qualidade da madeira – tipo de análise usada na avaliação. ESQUEMA DA INTERRELAÇÃO ENTRE OS FATORES E A QUALIDADE DO PRODUTO classes árvores toras lâminas ambiente silvicultura genética produto agentes processamento bióticos abate e transporte Propriedades Importantes da Madeira Características de Crescimento DAP, Altura e Volume Individual Características Físicas Densidade Básica, Umidade e Massa Seca Estimada Característica Anatômica Espessura da Parede Celular, % de tecido Característica Química Teor de Lignina e Massa de Lignina Estimada Teor de extrativos e minerais TABELA 1 – Características de Interesse na Madeira Característica Acréscimo(+)/Decréscimo (-) DB Massa seca (volume x DB) Espessura parede Lignina Massa lignina (massa x Lignina) Teor de extrativos Teor de minerais Teor de umidade Poder Calorífico Carbono elementar Hidrogênio elementar Oxigênio elementar Enxofre elementar + + + + + + + + + - RELAÇÕES DESEJÁVEIS PARA FINS ENERGÉTICOS DB X Teor de extrativos DB X Espessura da Parede 0.600 0.600 0.540 DB (g/cm3) DB (g/cm3) 0.650 y = 0.0573x + 0.2927 R2 = 0.696 0.580 0.560 0.520 0.500 0.480 0.460 0.440 0.420 0.550 0.500 0.450 0.400 3.00 3.50 4.00 4.50 5.00 0.400 3.00 5.50 y = 0.0154x + 0.4735 R2 = 0.4316 4.00 5.00 6.00 ESPAR (um) 0.600 0.580 0.560 DB (g/cm3) DB (g/cm3) 0.600 0.550 0.500 4600 10.00 y = 0.0048x 2 - 0.2911x + 4.9445 R2 = 0.5385 0.540 0.520 0.500 0.480 0.460 y = 0.0002x - 0.1688 R2 = 0.4302 4500 9.00 DB X Teor de Lignina 0.650 0.400 4400 8.00 TET (%) DB X Poder Calorífico Superior 0.450 7.00 0.440 0.420 4700 PCS (Cal/g) 4800 4900 5000 0.400 25.00 26.00 27.00 28.00 29.00 30.00 31.00 LIG TOTAL (%) 32.00 33.00 34.00 35.00 Poder Calorífico Superior x Teor de Lignina 28.00 4500 y = 0.0067x - 5.3461 R2 = 0.3364 Poder Calorífico (cal/g) 29.00 Poder Calorífico Superior x Teor de Umidade LIGINS (% ) 27.00 26.00 25.00 24.00 23.00 22.00 21.00 20.00 4400 4000 3500 3000 2500 2000 1500 4500 4600 4700 4800 4900 5000 15 30 40 50 Umidade (%) PCS (Cal/g) Poder Calorífico Superior x Teor de Extrativos 5000 P C S (kca/kg ) 4900 Ideal é usar a madeira o mais seca Possível y = 85.125x + 4066.8 R2 = 0.7912 4800 4700 4600 4500 4400 4300 4.00 5.00 6.00 7.00 TET (%) 8.00 9.00 10.00 60 1400000 y = 14252x + 75445 1200000 2 R = 0.9752 800000 Massa de Lignina x Energia 600000 400000 200000 0 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 Massa Lignina (Kg) 1400000 1200000 y = -67165x + 5E+06 R2 = 0.4699 1000000 Holocelulose x Energia Energia (Kcal) Energia (Kcal) 1000000 800000 600000 400000 200000 0 58 60 62 64 Holocelulose (%) 66 68 70 SIMULAÇÃO DE PRODUÇÃO DE MASSA SECA IMA (m3/ha.ano) Clone DB (t/m3) 15 20 25 30 35 40 45 50 Idade 254 0.405 6.1 8.1 10.1 12.2 14.2 16.2 18.2 20.3 3 anos 178 0.452 6.8 9.0 11.3 13.6 15.8 18.1 20.3 22.6 3 anos 204 0.501 7.5 10.0 12.5 15.0 17.6 20.1 22.6 25.1 3 anos E. pellita 0.545 8.2 10.9 13.6 16.4 19.1 21.8 24.5 27.3 7 anos E. tereticornis 0.614 9.2 12.3 15.4 18.4 21.5 24.6 27.6 30.7 7 anos E. maculata 0.631 9.5 12.6 15.8 18.9 22.1 25.2 28.4 31.6 7 anos QUANTO MAIOR A PRODUÇÃO DE MASSA SECA É ESPERADO UMA MAIOR QUANTIDADE DE ENERGIA ESTOCADA NA MADEIRA BIOENERGIA EXEMPLO DE CASO Altura (m) Volume (m3) % DB MS Poder Calorífico Superior Energia Total Útil Vtcc Vtsc Vcasca Casca (g/cm3) (kg) Kcal/kg Kcal/m3 Kcal 1 33,20 32,00 1,266926 1,137458 0,129468 11,38 0,604 686,55 4568,69 2757592,0 3136634,5 2 32,70 30,00 1,314736 1,204285 0,110451 9,17 0,623 750,22 4606,34 2869572,7 3458071,6 3 31,80 30,00 1,298502 1,182137 0,116365 9,84 0,544 643,37 4580,06 2492663,7 2946673,2 4 34,00 32,00 1,019438 0,954345 0,065093 6,82 0,644 614,32 4759,19 3063543,9 2923618,0 31,80 30,00 1,064627 0,962516 0,102112 10,61 0,564 543,07 4422,45 2495244,9 2401699,9 6 32,30 30,00 1,066923 0,993027 0,073896 7,44 0,598 594,17 4600,15 2752443,0 2733271,1 7 30,60 28,00 1,009864 0,934764 0,075099 8,03 0,505 471,73 4394,90 2217912,3 2073206,2 8 39,90 38,00 1,725867 1,593721 0,132146 8,29 0,569 906,82 4405,12 2506494,7 3994650,9 9 29,00 28,00 1,401669 1,242388 0,159280 12,82 0,575 714,77 4509,46 2594379,3 3223226,7 31,50 30,00 1,481646 1,343362 0,138284 10,29 0,561 753,16 4597,64 2577676,1 3462758,5 Clone 5 1 Talhão 6 5 CONSIDERAÇÕES CARACTERÍSTICAS DE MADEIRA DEVEM CONJUNTAMENTE. CRESCIMENTO E DA SER AVALIADAS CARACTERÍSTICA ENERGÉTICA DA MADEIRA ESTÁ ASSOCIADA A TEOR DE LIGNINA E EXTRATIVOS. IMPORTANTE AS ESTIMATIVAS DE MASSA SECA E DE LIGNINA NA MADEIRA. DESEJÁVEL É ENCONTRAR INDIVÍDUOS COM ALTA DB, TEOR DE LIGNINA E EXTRATIVOS. QUALIDADE DESEJADA Madeira de elevada densidade básica, baixo teor de cinzas, alto teor de lignina e extrativos, baixa umidade e que possua fibras de menor largura e parede mais espessa. Que estas características devam estar associadas a madeira de elevado incremento volumétrico. OBRIGADO!