ISSN 1808-2815 Erechim/RS – Março de 2015 – Ano 38 – Nº. 422 Mensagem do Papa para o Dia da Paz e Quaresma 2015 Reflexões de Dom José Página 09 Página 03 São José oficializado Padroeiro da Diocese Página 16 Notícias diocesanas e outras Página 17 Agenda do Bispo (Março) Agenda pastoral (Março) - 07, 09h30, Santuário Santo Antonio, Bento Gonçalves, ordenação episcopal do Pe. Adelar Baruffi, Bispo eleito de Cruz Alta. - 09, 14h, reunião do Conselho Presbiteral. - 10, Reunião da Província Eclesiástica de Paso Fundo. - 11, Visita Pastoral na Paróquia de Mariano Moro, 09h30, comunidade São José, Rio Branco; 14h30, comunidade São Valentim; 19h30, São Pedro, Três Pinheiros. - 12, Continuação da Visita Pastoral em Mariano Moro, 09h30, Santa Lúcia; 14h30, São Domingos; 19h30, São Paulo; 21h30, Escola Estadual de Mariano Moro. - 13, Contato com professores, alunos e funcionários das Escolas de Mariano Moro, 08h, Três Pinheiros; 09h e 15h30, Escola Estadual da cidade; 10h, Rio Branco; 11h e 13h, Várzea; 14h30, Creche.19h, igreja São Caetano, Severiano de Almeida, ordenação diaconal de Vicente Colla. - 14, Visita aos doentes da cidade de Mariano Moro; 14h30, comunidade São Roque, Linha Várzea; 19h, na igreja São Francisco de Assis da cidade. - 15, 10h, início do ministério episcopal de Dom Adelar Baruffi na Diocese de Cruz Alta. - 17, 15h, encontro dos Bispos com o Governador do Estado. - 17 e 18, Reunião dos Organismos do Regional Sul 3 da CNBB, na Vila Betânia, Porto Alegre. - 19, Na visita pastoral à Paróquia São Caetano de Severiano de Almeida, 09h, N. Sra. de Fátima, Linha Doze; 14h, São Sebastião; 19h30, Santa Terezinha, Coronel Teixeira. - 20, Na visita pastoral à Paróquia de Severiano de Almeida, 09h30, São Miguel; 14h30, N. Sra. Aparecida, Tiradentes; 19h30, São Cristóvão. - 21, 16, missa na Catedral São José, com consagração do Altar e oficialização de São José como padroeiro da Diocese. - 24, Reunião dos Presbíteros e Diáconos, no Centro Diocesano. - 25, 19h, na Catedral de Caxias do Sul, ordenação episcopal do Pe. Leomar Brustolin, nomeado Bispo auxiliar da Arquidiocese de Porto Alegre. - 26, Na visita pastoral à Paróquia de Severiano de Almeida, 14h30, comunidade São Pedro, Linha Antas; 19h30, Santo Antonio, Cerro do Meio Dia. - 27, Em Severiano de Almeida, 09h, comunidade São José, Sanga Funda; 14h30, São Braz; 19h30, Sto Agostinho, Linha Mirim. - 28, 08h30, na Gruta de Mariano Moro, encontro com os/as catequistas de Mariano Moro, Severiano de Almeida e Três Arroios; depois, visita aos doentes da cidade de Severiano de Almeida; 19h, na igreja São Caetano. - 29, Ramos - 31, Na visita pastoral em Severiano de Almeida, comunidade São João Batista, Linha Norte. - 1º, Abertura das atividades do ano do Movimento Familiar Cristão. - 02, Às 8h30, reunião com as coordenadoras paroquiais da Infância e Adolescência Missionária, no Centro Diocesano; 14h, reunião com as coordenadoras paroquiais das zeladoras das capelinhas, no Centro Diocesano; às 14h30, reunião da diretoria do Apostolado da Oração. - 03, Às 8h30, reunião da área pastoral de Gaurama, em Áurea. - 05, 19h30, início do Curso de Extensão de Teologia para leigos, Seminário de Fátima. - 07, Reunião da equipe de Coordenação do Núcleo dos Religiosos de Erechim; 09h30, em Bento Gonçalves, ordenação episcopal de Pe. Adelar Baruffi, eleito Bispo de Cruz Alta. - 09, 09h reunião da Comissão dos Ministros e Servidores, no Seminário; às 09h reunião com representantes das paróquias do Apostolado da Oração, no Centro Diocesano; às 14h, reunião Conselho Presbiteral, Centro Diocesano; 08h30, reunião da equipe regional da Pastoral Litúrgica, na CNBB – Porto Alegre. - 10, Às 09h, reunião da Província de Passo Fundo e abertura ano letivo do ITEPA, em Passo Fundo. - 11, Encontro de estudo das Pastorais Sociais, no Centro Diocesano. - 12, Às 08h30, reunião da Área Pastoral de Erechim, no Centro Catequético da Paróquia são Cristóvão; às 19h, reunião dos representantes paroquiais de liturgia, Centro Diocesano. - 13, Às 19h, Ordenação Diaconal de Vicente Cola, em Severiano de Almeida. - 13 e 14, “24 horas para o Senhor” – momento de oração penitencial convocado pelo Papa. - 14, Das 14h às 18h, e 15, das 08h30 às 11h30, na Catedral, preparação ao casamento, (a cargo da paróquia da Salete). - 16, Às 09h, reunião dos representantes paroquiais da Pastoral da Saúde, no Centro Diocesano. - 17, Às 08h30, reunião da Pastoral da Educação, no Centro Diocesano; às 14h, reuniões dos Coordenadores paroquiais da Caritas. Reunião da Comissão Regional de Presbíteros, em Porto Alegre; início da trezena de Santo Antonio na igreja da Salette, Três Vendas, Erechim; 19h30, reunião da Área de Severiano de Almeida, em Mariano Moro. - 17 e 18, Encontro dos Organismos Regionais, Casa de encontros Vila Betânia, Porto Alegre. - 18 a 20, às 18h15, tríduo em preparação a festa de São José, na Catedral. - 19, Às 08h30, reunião do Conselho Missionário Regional, em Porto Alegre; às 19h, reunião Área de São Valentim, em Barão de Cotegipe. - 20, Às 14h30, encontro de oração do Apostolado da Oração, na igreja Santa Luzia, Atlântico, Erechim. - 21 e 22, EFAIAM (Encontro de Formação para Assessores da Infância e Adolescência Missionária.), no Centro Diocesano; Curso para animadores da Pastoral da Juventude, em Erechim. - 21, Às 16h, missa na Catedral com dedicação do novo Altar, oficialização de São José como Padroeiro da Diocese e inauguração das reformas. - 22, Às 8h30, 3º Encontro de Formação para os cursilhistas, no Seminário. - 23, Às 18h30, reunião da Coordenação Diocesana de Pastoral, no Centro Diocesano; Reunião da Organização dos Seminários e Institutos do Brasil do Regional Sul da CNBB, em Porto Alegre. - 24, Às 8h30, reunião dos presbíteros e diáconos, no Centro Diocesano; - 24 e 25, Reunião da Pastoral Vocacional-Serviço de Animação Vocacional, Sul 3, em Erechim. - 26, às 13h30, reunião dos líderes paroquiais da Pastoral da Pessoa Idosa, no Centro Diocesano - 27 e 28, Encontro da Conferência dos Religiosos do Brasil - Regional. - 28, Às 09h, encontro das lideranças das paróquias da Área de Gaurama, em Viadutos. - 29, Ramos – Coleta da Solidariedade. EXPEDIENTE: COMUNICAÇÃO DIOCESANA Boletim Informativo da Diocese de Erexim SECRETARIADO DIOCESANO DE PASTORAL Av. Sete de Setembro, 1251 – Caixa Postal, 795 2 - COMUNICAÇÃO DIOCESANA – Março / 2015 Mensagem do Papa Francisco para a celebração da 48ª Jornada Mundial da Paz – 1º/01/2015 Já não escravos, mas irmãos 1. No início dum novo ano, que acolhemos como uma graça e um dom de Deus para a humanidade, desejo dirigir, a cada homem e mulher, bem como a todos os povos e nações do mundo, aos chefes de Estado e de Governo e aos responsáveis das várias religiões, os meus ardentes votos de paz, que acompanho com a minha oração a fim de que cessem as guerras, os conflitos e os inúmeros sofrimentos provocados quer pela mão do homem quer por velhas e novas epidemias e pelos efeitos devastadores das calamidades naturais. Rezo de modo particular para que, respondendo à nossa vocação comum de colaborar com Deus e com todas as pessoas de boa vontade para a promoção da concórdia e da paz no mundo, saibamos resistir à tentação de nos comportarmos de forma não digna da nossa humanidade. Já, na minha mensagem para o 1º de Janeiro passado, fazia notar que «o anseio duma vida plena (…) contém uma aspiração irreprimível de fraternidade, impelindo à comunhão com os outros, em quem não encontramos inimigos ou concorrentes, mas irmãos que devemos acolher e abraçar». 1 Sendo o homem um ser relacional, destinado a realizar-se no contexto de relações interpessoais inspiradas pela justiça e a caridade, é fundamental para o seu desenvolvimento que sejam reconhecidas e respeitadas a sua dignidade, liberdade e autonomia. Infelizmente, o flagelo generalizado da exploração do homem pelo homem fere gravemente a vida de comunhão e a vocação a tecer relações interpessoais marcadas pelo respeito, a justiça e a caridade. Tal fenómeno abominável, que leva a espezinhar os direitos fundamentais do outro e a aniquilar a sua liberdade e dignidade, assume múltiplas formas sobre as quais desejo deter-me, brevemente, para que, à luz da Palavra de Deus, possamos considerar todos os homens, «já não escravos, mas irmãos». À escuta do projeto de Deus para a humanidade 2. O tema, que escolhi para esta mensagem, inspira-se na Carta de São Paulo a Filêmon; nela, o Apóstolo pede ao seu colaborador para acolher Onésimo, que antes era escravo do próprio Filêmon, mas agora tornou-se cristão, merecendo por isso mesmo, segundo Paulo, ser considerado um irmão. Escreve o Apóstolo dos gentios: «Ele foi afastado por breve tempo, a fim de que o recebas para sempre, não já como escravo, mas muito mais do que um escravo, como irmão querido» (Flm 15-16). Tornando-se cristão, Onésimo passou a ser irmão de Filêmon. Deste modo, a conversão a Cristo, o início duma vida de discipulado em Cristo constitui um novo nascimento (cf. 2 Cor 5, 17; 1 Ped 1, 3), que regenera a fraternidade como vínculo fundante da vida familiar e alicerce da vida social. Lemos, no livro do Génesis (cf. 1, 27-28), que Deus criou o ser humano como homem e mulher e abençoou-os para que crescessem e se multiplicassem: a Adão e Eva, fê-los pais, que, no cumprimento da bênção de Deus para ser fecundos e multiplicar-se, geraram a primeira fraternidade: a de Caim e Abel. Saídos do mesmo ventre, Caim e Abel são irmãos e, por isso, têm a mesma origem, natureza e dignidade de seus pais, criados à imagem e semelhança de Deus. Mas, apesar de os irmãos estarem ligados por nascimento e possuírem a mesma natureza e a mesma dignidade, a fraternidade exprime também a multiplicidade e a diferença que existe entre eles. Por conseguinte, como irmãos e irmãs, todas as pessoas estão, por natureza, relacionadas umas com as outras, cada qual com a própria especificidade e todas partilhando a mesma origem, natureza e dignidade. Em virtude disso, a fraternidade constitui a rede de relações fundamentais para a construção da família humana criada por Deus. Infelizmente, entre a primeira criação narrada no livro do Génesis e o novo nascimento em Cristo – que torna, os crentes, irmãos e irmãs do «primogénito de muitos irmãos» (Rom 8, 29) –, existe a realidade negativa do pecado, que interrompe tantas vezes a nossa fraternidade de criaturas e deforma continuamente a beleza e nobreza de sermos irmãos e irmãs da mesma família humana. Caim não só não suporta o seu irmão Abel, mas mata-o por inveja, cometendo o primeiro fratricídio. «O assassinato de Abel por Caim atesta, tragicamente, a rejeição radical da vocação a ser irmãos. A sua história (cf. Gen 4, 1-16) põe em evidência o difícil dever, a que todos os homens são chamados, de viver juntos, cuidando uns dos outros». 2 3 - COMUNICAÇÃO DIOCESANA – Março / 2015 Também na história da família de Noé e seus filhos (cf. Gen 9, 18-27), é a falta de piedade de Cam para com seu pai, Noé, que impele este a amaldiçoar o filho irreverente e a abençoar os outros que o tinham honrado, dando assim lugar a uma desigualdade entre irmãos nascidos do mesmo ventre. Na narração das origens da família humana, o pecado de afastamento de Deus, da figura do pai e do irmão torna-se uma expressão da recusa da comunhão e traduz-se na cultura da servidão (cf. Gen 9, 25-27), com as consequências daí resultantes que se prolongam de geração em geração: rejeição do outro, maus-tratos às pessoas, violação da dignidade e dos direitos fundamentais, institucionalização de desigualdades. Daqui se vê a necessidade duma conversão contínua à Aliança levada à perfeição pela oblação de Cristo na cruz, confiantes de que, «onde abundou o pecado, superabundou a graça (…) por Jesus Cristo» (Rom 5, 20.21). Ele, o Filho amado (cf. Mt 3, 17), veio para revelar o amor do Pai pela humanidade. Todo aquele que escuta o Evangelho e acolhe o seu apelo à conversão, torna-se, para Jesus, «irmão, irmã e mãe» (Mt 12, 50) e, consequentemente, filho adoptivo de seu Pai (cf. Ef 1, 5). No entanto, os seres humanos não se tornam cristãos, filhos do Pai e irmãos em Cristo por imposição divina, isto é, sem o exercício da liberdade pessoal, sem se converterem livremente a Cristo. Ser filho de Deus requer que primeiro se abrace o imperativo da conversão: «Convertei-vos – dizia Pedro no dia de Pentecostes – e peça cada um o baptismo em nome de Jesus Cristo, para a remissão dos seus pecados; recebereis, então, o dom do Espírito Santo» (At 2, 38). Todos aqueles que responderam com a fé e a vida àquela pregação de Pedro, entraram na fraternidade da primeira comunidade cristã (cf. 1 Ped 2, 17; At 1, 15.16; 6, 3; 15, 23): judeus e gregos, escravos e homens livres (cf. 1 Cor 12, 13; Gal 3, 28), cuja diversidade de origem e estado social não diminui a dignidade de cada um, nem exclui ninguém do povo de Deus. Por isso, a comunidade cristã é o lugar da comunhão vivida no amor entre os irmãos (cf. Rom 12, 10; 1 Tes 4, 9; Heb 13, 1; 1 Ped 1, 22; 2 Ped 1, 7). Tudo isto prova como a Boa Nova de Jesus Cristo – por meio de Quem Deus «renova todas as coisas» (Ap 21, 5)3 – é capaz de redimir também as relações entre os homens, incluindo a relação entre um escravo e o seu senhor, pondo em evidência aquilo que ambos têm em comum: a filiação adoptiva e o vínculo de fraternidade em Cristo. O próprio Jesus disse aos seus discípulos: «Já não vos chamo servos, visto que um servo não está ao corrente do que faz o seu senhor; mas a vós chamei-vos amigos, porque vos dei a conhecer tudo o que ouvi ao meu Pai» (Jo 15, 15). As múltiplas faces da escravatura, ontem e hoje 3. Desde tempos imemoriais, as diferentes sociedades humanas conhecem o fenómeno da sujeição do homem pelo homem. Houve períodos na história da humanidade em que a instituição da escravatura era geralmente admitida e regulamentada pelo direito. Este estabelecia quem nascia livre e quem, pelo contrário, nascia escravo, bem como as condições em que a pessoa, nascida livre, podia perder a sua liberdade ou recuperá-la. Por outras palavras, o próprio direito admitia que algumas pessoas podiam ou deviam ser consideradas propriedade de outra pessoa, a qual podia dispor livremente delas; o escravo podia ser vendido e comprado, cedido e adquirido como se fosse uma mercadoria qualquer. Hoje, na sequência duma evolução positiva da consciência da humanidade, a escravatura – delito de lesa humanidade4 – foi formalmente abolida no mundo. O direito de cada pessoa não ser mantida em estado de escravidão ou servidão foi reconhecido, no direito internacional, como norma inderrogável. Mas, apesar de a comunidade internacional ter adoptado numerosos acordos para pôr termo à escravatura em todas as suas formas e ter lançado diversas estratégias para combater este fenómeno, ainda hoje milhões de pessoas – crianças, homens e mulheres de todas as idades – são privadas da liberdade e constrangidas a viver em condições semelhantes às da escravatura. Penso em tantos trabalhadores e trabalhadoras, mesmo menores, escravizados nos mais diversos sectores, 4 - COMUNICAÇÃO DIOCESANA – Março / 2015 a nível formal e informal, desde o trabalho doméstico ao trabalho agrícola, da indústria manufatureira à mineração, tanto nos países onde a legislação do trabalho não está conforme às normas e padrões mínimos internacionais, como – ainda que ilegalmente – naqueles cuja legislação protege o trabalhador. Penso também nas condições de vida de muitos migrantes que, ao longo do seu trajeto dramático, padecem a fome, são privados da liberdade, despojados dos seus bens ou abusados física e sexualmente. Penso em tantos deles que, chegados ao destino depois duma viagem duríssima e dominada pelo medo e a insegurança, ficam detidos em condições às vezes desumanas. Penso em tantos deles que diversas circunstâncias sociais, políticas e económicas impelem a passar à clandestinidade, e naqueles que, para permanecer na legalidade, aceitam viver e trabalhar em condições indignas, especialmente quando as legislações nacionais criam ou permitem uma dependência estrutural do trabalhador migrante em relação ao dador de trabalho como, por exemplo, condicionando a legalidade da estadia ao contrato de trabalho... Sim! Penso no «trabalho escravo». Penso nas pessoas obrigadas a prostituírem-se, entre as quais se contam muitos menores, e nas escravas e escravos sexuais; nas mulheres forçadas a casar-se, quer as que são vendidas para casamento quer as que são deixadas em sucessão a um familiar por morte do marido, sem que tenham o direito de dar ou não o próprio consentimento. Não posso deixar de pensar a quantos, menores e adultos, são objeto de tráfico e comercialização para remoção de órgãos, para ser recrutados como soldados, para servir de pedintes, para atividades ilegais como a produção ou venda de drogas, ou para formas disfarçadas de adopção internacional. Penso, enfim, em todos aqueles que são raptados e mantidos em cativeiro por grupos terroristas, servindo os seus objetivos como combatentes ou, especialmente no que diz respeito às meninas e mulheres, como escravas sexuais. Muitos deles desaparecem, alguns são vendidos várias vezes, torturados, mutilados ou mortos. Algumas causas profundas da escravatura 4. Hoje como ontem, na raiz da escravatura, está uma concepção da pessoa humana que admite a possibilidade de a tratar como um objeto. Quando o pecado corrompe o coração do homem e o afasta do seu Criador e dos seus semelhantes, estes deixam de ser sentidos como seres de igual dignidade, como irmãos e irmãs em humanidade, passando a ser vistos como objetos. Com a força, o engano, a coação física ou psicológica, a pessoa humana – criada à imagem e semelhança de Deus – é privada da liberdade, mercantilizada, reduzida a propriedade de alguém; é tratada como meio, e não como fim. Juntamente com esta causa ontológica – a rejeição da humanidade no outro –, há outras causas que concorrem para se explicar as formas atuais de escravatura. Entre elas, penso em primeiro lugar na pobreza, no subdesenvolvimento e na exclusão, especialmente quando os três se aliam com a falta de acesso à educação ou com uma realidade caracterizada por escassas, se não mesmo inexistentes, oportunidades de emprego. Não raro, as vítimas de tráfico e servidão são pessoas que procuravam uma forma de sair da condição de pobreza extrema e, dando crédito a falsas promessas de trabalho, caíram nas mãos das redes criminosas que gerem o tráfico de seres humanos. Estas redes utilizam habilmente as tecnologias informáticas modernas para atrair jovens e adolescentes de todos os cantos do mundo. Entre as causas da escravatura, deve ser incluída também a corrupção daqueles que, para enriquecer, estão dispostos a tudo. Na realidade, a servidão e o tráfico das pessoas humanas requerem uma cumplicidade que muitas vezes passa através da corrupção dos intermediários, de alguns membros das forças da polícia, de outros atores do Estado ou de variadas instituições, civis e militares. «Isto acontece quando, no centro de um sistema económico, está o deus dinheiro, e não o homem, a pessoa humana. Sim, no centro de cada sistema social ou económico, deve estar a pessoa, imagem de Deus, criada para que fosse o dominador do universo. Quando a pessoa é deslocada e chega o deus dinheiro, dá-se esta inversão de valores». 5 Outras causas da escravidão são os conflitos armados, as violências, a criminalidade e o terrorismo. Há inúmeras pessoas raptadas para ser vendidas, recrutadas como combatentes ou exploradas sexualmente, enquanto outras se veem obrigadas a emigrar, deixando tudo o que possuem: terra, casa, propriedades e mesmo os familiares. Estas últimas, impelidas a procurar uma alternativa a tão terríveis condições, mesmo à custa da própria dignidade e sobrevivência, arriscam-se assim a entrar naquele círculo vicioso que as torna presa da miséria, da corrupção e das suas consequências perniciosas. Um compromisso comum para vencer a escravatura 5. Quando se observa o fenómeno do comércio de pessoas, do tráfico ilegal de migrantes e de outras faces conhecidas e desconhecidas da escravidão, fica-se frequentemente com a impressão de que o mesmo tem lugar no meio da indiferença geral. Sem negar que isto seja, infelizmente, verdade em grande parte, apraz-me mencionar o enorme trabalho que muitas congregações religiosas, especialmente femininas, realizam silenciosamente, há tantos anos, a favor das vítimas. Tais institutos atuam em contextos difíceis, por vezes dominados pela violência, procurando quebrar as cadeias invisíveis que mantêm as vítimas presas aos seus traficantes e exploradores; cadeias, cujos elos são feitos não só de subtis mecanismos psicológicos que tornam as vítimas dependentes dos seus algozes, através de chantagem e ameaça a eles e aos seus entes queridos, mas também através de meios materiais, como a apreensão dos documentos de identidade e a violência física. A atividade das congregações religiosas está articulada a três níveis principais: o socorro às vítimas, a sua reabilitação sob o perfil psicológico e formativo e a sua reintegração na sociedade de destino ou de origem. Este trabalho imenso, que requer coragem, paciência e perseverança, merece o aplauso da Igreja inteira e da sociedade. Naturalmente o aplauso, por si só, não basta para se pôr termo ao flagelo da exploração da pessoa humana. Faz falta também um tríplice empenho a nível institucional: prevenção, proteção das vítimas e ação 5 - COMUNICAÇÃO DIOCESANA – Março / 2015 judicial contra os responsáveis. Além disso, assim como as organizações criminosas usam redes globais para alcançar os seus objetivos, assim também a ação para vencer este fenómeno requer um esforço comum e igualmente global por parte dos diferentes atores que compõem a sociedade. Os Estados deveriam vigiar por que as respectivas legislações nacionais sobre as migrações, o trabalho, as adopções, a transferência das empresas e a comercialização de produtos feitos por meio da exploração do trabalho sejam efetivamente respeitadoras da dignidade da pessoa. São necessárias leis justas, centradas na pessoa humana, que defendam os seus direitos fundamentais e, se violados, os recuperem reabilitando quem é vítima e assegurando a sua incolumidade, como são necessários também mecanismos eficazes de controle da correta aplicação de tais normas, que não deixem espaço à corrupção e à impunidade. É preciso ainda que seja reconhecido o papel da mulher na sociedade, intervindo também no plano cultural e da comunicação para se obter os resultados esperados. As organizações intergovernamentais são chamadas, no respeito pelo princípio da subsidiariedade, a implementar iniciativas coordenadas para combater as redes transnacionais do crime organizado que gerem o mercado de pessoas humanas e o tráfico ilegal dos migrantes. Torna-se necessária uma cooperação a vários níveis, que englobe as instituições nacionais e internacionais, bem como as organizações da sociedade civil e do mundo empresarial. Com efeito, as empresas6 têm o dever não só de garantir aos seus empregados condições de trabalho dignas e salários adequados, mas também de vigiar por que não tenham lugar, nas cadeias de distribuição, formas de servidão ou tráfico de pessoas humanas. A par da responsabilidade social da empresa, aparece depois a responsabilidade social do consumidor. Na realidade, cada pessoa deveria ter consciência de que «comprar é sempre um ato moral, para além de económico».7 As organizações da sociedade civil, por sua vez, têm o dever de sensibilizar e estimular as consciências sobre os passos necessários para combater e erradicar a cultura da servidão. Nos últimos anos, a Santa Sé, acolhendo o grito de sofrimento das vítimas do tráfico e a voz das congregações religiosas que as acompanham rumo à libertação, multiplicou os apelos à comunidade internacional pedindo que os diversos atores unam os seus esforços e cooperem para acabar com este flagelo.8 Além disso, foram organizados alguns encontros com a finalidade de dar visibilidade ao fenómeno do tráfico de pessoas e facilitar a colaboração entre os diferentes atores, incluindo peritos do mundo académico e das organizações internacionais, forças da polícia dos diferentes países de origem, trânsito e destino dos migrantes, e representantes dos grupos eclesiais comprometidos em favor das vítimas. Espero que este empenho continue e se reforce nos próximos anos. Globalizar a fraternidade, não a escravidão nem a indiferença 6. Na sua atividade de «proclamação da verdade do amor de Cristo na sociedade»,9 a Igreja não cessa de se empenhar em ações de carácter caritativo guiada pela verdade sobre o homem. Ela tem o dever de mostrar a todos o caminho da conversão, que induz a voltar os olhos para o próximo, a ver no outro – seja ele quem for – um irmão e uma irmã em humanidade, a reconhecer a sua dignidade intrínseca na verdade e na liberdade, como nos ensina a história de Josefina Bakhita, a Santa originária da região do Darfur, no Sudão. Raptada por traficantes de escravos e vendida a patrões desalmados desde a idade de nove anos, haveria de tornar-se, depois de dolorosas vicissitudes, «uma livre filha de Deus» mediante a fé vivida na consagração religiosa e no serviço aos outros, especialmente aos pequenos e fracos. Esta Santa, que viveu a cavalo entre os séculos XIX e XX, é também hoje testemunha exemplar de esperança10 para as numerosas vítimas da escravatura e pode apoiar os esforços de quantos se dedicam à luta contra esta «ferida no corpo da humanidade contemporânea, uma chaga na carne de Cristo».11 Nesta perspectiva, desejo convidar cada um, segundo a respectiva missão e responsabilidades particulares, a realizar gestos de fraternidade a bem de quantos são mantidos em estado de servidão. Perguntemo-nos, enquanto 6 - COMUNICAÇÃO DIOCESANA – Março / 2015 comunidade e indivíduo, como nos sentimos interpelados quando, na vida quotidiana, nos encontramos ou lidamos com pessoas que poderiam ser vítimas do tráfico de seres humanos ou, quando temos de comprar, se escolhemos produtos que poderiam razoavelmente resultar da exploração de outras pessoas. Há alguns de nós que, por indiferença, porque distraídos com as preocupações diárias, ou por razões económicas, fecham os olhos. Outros, pelo contrário, optam por fazer algo de positivo, comprometendo-se nas associações da sociedade civil ou praticando no dia-a-dia pequenos gestos como dirigir uma palavra, trocar um cumprimento, dizer «bom dia» ou oferecer um sorriso; estes gestos, que têm imenso valor e não nos custam nada, podem dar esperança, abrir estradas, mudar a vida a uma pessoa que tateia na invisibilidade e mudar também a nossa vida face a esta realidade. Temos de reconhecer que estamos perante um fenómeno mundial que excede as competências de uma única comunidade ou nação. Para vencê-lo, é preciso uma mobilização de dimensões comparáveis às do próprio fenómeno. Por esta razão, lanço um veemente apelo a todos os homens e mulheres de boa vontade e a quantos, mesmo nos mais altos níveis das instituições, são testemunhas, de perto ou de longe, do flagelo da escravidão contempo- rânea, para que não se tornem cúmplices deste mal, não afastem o olhar à vista dos sofrimentos de seus irmãos e irmãs em humanidade, privados de liberdade e dignidade, mas tenham a coragem de tocar a carne sofredora de Cristo,12 o Qual Se torna visível através dos rostos inumeráveis daqueles a quem Ele mesmo chama os «meus irmãos mais pequeninos» (Mt 25, 40.45). Sabemos que Deus perguntará a cada um de nós: Que fizeste do teu irmão? (cf. Gen 4, 9-10). A globaliza- ção da indiferença, que hoje pesa sobre a vida de tantas irmãs e de tantos irmãos, requer de todos nós que nos façamos artífices duma globalização da solidariedade e da fraternidade que possa devolver-lhes a esperança e levá-los a retomar, com coragem, o caminho através dos problemas do nosso tempo e as novas perspectivas que este traz consigo e que Deus coloca nas nossas mãos. Vaticano, 8 de Dezembro de 2014. / FRANCISCUS Mensagem do Papa para a Quaresma 2015 Fortalecei os vossos corações (Tg 5, 8) Amados irmãos e irmãs, Tempo de renovação para a Igreja, para as comunidades e para cada um dos fiéis, a Quaresma é sobretudo um «tempo favorável» de graça (cf. 2 Cor 6, 2). Deus nada nos pede, que antes não nô-lo tenha dado: «Nós amamos, porque Ele nos amou primeiro» (1 Jo 4, 19). Ele não nos olha com indiferença; pelo contrário, tem a peito cada um de nós, conhece-nos pelo nome, cuida de nós e vai à nossa procura, quando O deixamos. Interessa-Se por cada um de nós; o seu amor impede-Lhe de ficar indiferente perante aquilo que nos acontece. Coisa diversa se passa conosco! Quando estamos bem e comodamente instalados, esquecemo-nos certamente dos outros (isto, Deus Pai nunca o faz!), não nos interessam os seus problemas, nem as tribulações e injustiças que sofrem; e, assim, o nosso coração cai na indiferença: encontrando-me relativamente bem e confortável, esqueço-me dos que não estão bem! Hoje, esta atitude egoísta de indiferença atingiu uma dimensão mundial tal que podemos falar de uma globalização da indiferença. Trata-se de um mal-estar que temos obrigação, como cristãos, de enfrentar. Quando o povo de Deus se converte ao seu amor, encontra resposta para as questões que a história continuamente nos coloca. E um dos desafios mais urgentes, sobre o qual me quero deter nesta Mensagem, é o da globalização da indiferença. Dado que a indiferença para com o próximo e para com Deus é uma tentação real também para nós, cristãos, temos necessidade de ouvir, em cada Quaresma, o brado dos profetas que levantam a voz para nos despertar. A Deus não Lhe é indiferente o mundo, mas ama-o até ao ponto de entregar o seu Filho pela salvação de todo o homem. Na encarnação, na vida terrena, na morte e ressurreição do Filho de Deus, abre-se definitivamente a porta entre Deus e o homem, entre o Céu e a terra. E a Igreja é como a mão que mantém aberta esta porta, por meio da proclamação da Palavra, da celebração dos Sacramentos, do testemunho da fé que se torna eficaz pelo amor (cf. Gl 5, 6). O mundo, porém, tende a fechar-se em si mesmo e a fechar a referida porta através da qual Deus entra no mundo e o mundo n’Ele. Sendo assim, a mão, que é a Igreja, não deve jamais surpreender-se, se se vir rejeitada, esmagada e ferida. Por isso, o povo de Deus tem necessidade de renovação, para não cair na indiferença nem se fechar em si mesmo. Tendo em vista esta renovação, gostaria de vos propor três textos para a vossa meditação. 1. «Se um membro sofre, com ele sofrem todos os membros» (1 Cor 12, 26): A Igreja. Com o seu ensinamento e sobretudo com o seu testemunho, a Igreja oferece-nos o amor de Deus, que rompe esta reclusão mortal em nós mesmos que é a indiferença. Mas, só se pode testemunhar algo que antes experimentámos. O cristão é aquele que permite a Deus revesti-lo da sua bondade e misericórdia, revesti-lo de Cristo para se tornar, como Ele, servo de Deus e dos homens. Bem nô-lo recorda a liturgia de Quinta-feira Santa com o rito do lava-pés. Pedro não queria que Jesus lhe lavasse os pés, mas depois compreendeu que Jesus não pretendia apenas exemplificar como devemos lavar os pés uns aos outros; este serviço, só o pode fazer quem, primeiro, se deixou lavar os pés por Cristo. Só essa pessoa «tem a haver com Ele» (cf. Jo 13, 8), podendo assim servir o homem. A Quaresma é um tempo propício para nos deixarmos servir por Cristo e, deste modo, tornarmo-nos como 7 - COMUNICAÇÃO DIOCESANA – Março / 2015 Ele. Verifica-se isto quando ouvimos a Palavra de Deus e recebemos os sacramentos, nomeadamente a Eucaristia. Nesta, tornamo-nos naquilo que recebemos: o corpo de Cristo. Neste corpo, não encontra lugar a tal indiferença que, com tanta frequência, parece apoderar-se dos nossos corações; porque, quem é de Cristo, pertence a um único corpo e, n’Ele, um não olha com indiferença o outro. «Assim, se um membro sofre, com ele sofrem todos os membros; se um membro é honrado, todos os membros participam da sua alegria» (1 Cor 12, 26). A Igreja é communio sanctorum, não só porque, nela, tomam parte os Santos mas também porque é comu- nhão de coisas santas: o amor de Deus, que nos foi revelado em Cristo, e todos os seus dons; e, entre estes, há que incluir também a resposta de quantos se deixam alcançar por tal amor. Nesta comunhão dos Santos e nesta participação nas coisas santas, aquilo que cada um possui, não o reserva só para si, mas tudo é para todos. E, dado que estamos interligados em Deus, podemos fazer algo mesmo pelos que estão longe, por aqueles que não poderíamos jamais, com as nossas simples forças, alcançar: rezamos com eles e por eles a Deus, para que todos nos abramos à sua obra de salvação. 2. «Onde está o teu irmão?» (Gn 4, 9): As paróquias e as comunidades Tudo o que se disse a propósito da Igreja universal é necessário agora traduzi-lo na vida das paróquias e comunidades. Nestas realidades eclesiais, consegue-se porventura experimentar que fazemos parte de um único corpo? Um corpo que, simultaneamente, recebe e partilha aquilo que Deus nos quer dar? Um corpo que conhece e cuida dos seus membros mais frágeis, pobres e pequeninos? Ou refugiamo-nos num amor universal pronto a comprometer-se lá longe no mundo, mas que esquece o Lázaro sentado à sua porta fechada (cf. Lc 16, 19-31)? Para receber e fazer frutificar plenamente aquilo que Deus nos dá, deve-se ultrapassar as fronteiras da Igreja visível em duas direções. Em primeiro lugar, unindo-nos à Igreja do Céu na oração. Quando a Igreja terrena reza, instaura-se reciprocamente uma comunhão de serviços e bens que chega até à presença de Deus. Juntamente com os Santos, que encontraram a sua plenitude em Deus, fazemos parte daquela comunhão onde a indiferença é vencida pelo amor. A Igreja do Céu não é triunfante, porque deixou para trás as tribulações do mundo e usufrui sozinha do gozo eterno; antes pelo contrário, pois aos Santos é concedido já contemplar e rejubilar com o facto de terem vencido definitivamente a indiferença, a dureza de coração e o ódio, graças à morte e ressurreição de Jesus. E, enquanto esta vitória do amor não impregnar todo o mundo, os Santos caminham conosco, que ainda somos peregrinos. Convicta de que a alegria no Céu pela vitória do amor crucificado não é plena enquanto houver, na terra, um só homem que sofra e gema, escrevia Santa Teresa de Lisieux, doutora da Igreja: «Muito espero não ficar inativa no Céu; o meu desejo é continuar a trabalhar pela Igreja e pelas almas» (Carta 254, de 14 de Julho de 1897). Também nós participamos dos méritos e da alegria dos Santos e eles tomam parte na nossa luta e no nosso desejo de paz e reconciliação. Para nós, a sua alegria pela vitória de Cristo ressuscitado é origem de força para superar tantas formas de indiferença e dureza de coração. Em segundo lugar, cada comunidade cristã é chamada a atravessar o limiar que a põe em relação com a sociedade circundante, com os pobres e com os incrédulos. A Igreja é, por sua natureza, missionária, não fechada em si mesma, mas enviada a todos os homens. Esta missão é o paciente testemunho d’Aquele que quer conduzir ao Pai toda a realidade e todo o homem. A missão é aquilo que o amor não pode calar. A Igreja segue Jesus Cristo pela estrada que a conduz a cada homem, até aos confins da terra (cf. At 1, 8). Assim podemos ver, no nosso próximo, o irmão e a irmã pelos quais Cristo morreu e ressuscitou. Tudo aquilo que recebemos, recebemo-lo também para eles. E, vice-versa, tudo o que estes irmãos possuem é um dom para a Igreja e para a humanidade inteira. Amados irmãos e irmãs, como desejo que os lugares onde a Igreja se manifesta, particularmente as nossas paróquias e as nossas comunidades, se tornem ilhas de misericórdia no meio do mar da indiferença! 3. «Fortalecei os vossos corações» (Tg 5, 8): Cada um dos fiéis Também como indivíduos temos a tentação da indiferença. Estamos saturados de notícias e imagens impressionantes que nos relatam o sofrimento humano, sentindo ao mesmo tempo toda a nossa incapacidade de intervir. 8 - COMUNICAÇÃO DIOCESANA – Março / 2015 Que fazer para não nos deixarmos absorver por esta espiral de terror e impotência? Em primeiro lugar, podemos rezar na comunhão da Igreja terrena e celeste. Não subestimemos a força da oração de muitos! A iniciativa 24 horas para o Senhor, que espero se celebre em toda a Igreja – mesmo a nível diocesano – nos dias 13 e 14 de Março, pretende dar expressão a esta necessidade da oração. Em segundo lugar, podemos levar ajuda, com gestos de caridade, tanto a quem vive próximo de nós como a quem está longe, graças aos inúmeros organismos caritativos da Igreja. A Quaresma é um tempo propício para mostrar este interesse pelo outro, através de um sinal – mesmo pequeno, mas concreto – da nossa participação na humanidade que temos em comum. E, em terceiro lugar, o sofrimento do próximo constitui um apelo à conversão, porque a necessidade do irmão recorda-me a fragilidade da minha vida, a minha dependência de Deus e dos irmãos. Se humildemente pedirmos a graça de Deus e aceitarmos os limites das nossas possibilidades, então confiaremos nas possibilidades infinitas que tem de reserva o amor de Deus. E poderemos resistir à tentação diabólica que nos leva a crer que podemos salvar-nos e salvar o mundo sozinhos. Para superar a indiferença e as nossas pretensões de omnipotência, gostaria de pedir a todos para viverem este tempo de Quaresma como um percurso de formação do coração, a que nos convidava Bento XVI (Carta enc. Deus caritas est, 31). Ter um coração misericordioso não significa ter um coração débil. Quem quer ser misericordioso precisa de um coração forte, firme, fechado ao tentador mas aberto a Deus; um coração que se deixe impregnar pelo Espírito e levar pelos caminhos do amor que conduzem aos irmãos e irmãs; no fundo, um coração pobre, isto é, que conhece as suas limitações e se gasta pelo outro. Por isso, amados irmãos e irmãs, nesta Quaresma desejo rezar convosco a Cristo: «Fac cor nostrum secundum cor tuum – Fazei o nosso coração semelhante ao vosso» (Súplica das Ladainhas ao Sagrado Coração de Jesus). Teremos assim um coração forte e misericordioso, vigilante e generoso, que não se deixa fechar em si mesmo nem cai na vertigem da globalização da indiferença. Com estes votos, asseguro a minha oração por cada crente e cada comunidade eclesial para que percorram, frutuosamente, o itinerário quaresmal, enquanto, por minha vez, vos peço que rezeis por mim. Que o Senhor vos abençoe e Nossa Senhora vos guarde! Vaticano, Festa de São Francisco de Assis, 4 de Outubro de 2014. / Francisco Reflexões de Dom José Homilia na ordenação diaconal de Jacir Lichinski (13/12/14) Lema: “Tu me ensinaste, Senhor, o caminho da vida” (At 2,28) Saúdo o caro irmão Dom Girônimo Zanandréa, o Revmo. Pe. Edinaldo, pároco desta Paróquia, e, através dele saúdo todos os sacerdotes aqui presentes, os diáconos, os religiosos, as religiosas, os seminaristas, as autoridades civis e militares. Quero saudar de modo especial a família do Jacir, sua esposa Lúcia, seus filhos Cristiane e William, seu neto Braian, os irmãos e irmãs desta e de outras comunidades aqui presentes. Estamos vivendo o tempo do Advento, tempo de preparação, para celebrarmos juntos a festa do Natal do Senhor Jesus, a festa da manifestação do amor de Deus. Mas, para a nossa Diocese de Erexim, podemos dizer que este é o ano da graça do Senhor. Celebramos o Ano da Família, iniciamos o Ano da Iniciação Cristã, e, em comunhão e solidariedade, o Ano da Paz no Brasil, e o ano da Vida Consagrada, proclamado pelo Papa Francisco para a Igreja em todo o mundo. Queridos irmãos e irmãs, temos vários motivos para louvarmos e agradecermos à Trindade Santa, que acompanha a vida da Igreja, Igreja povo de Deus a caminho da casa do Pai. Mas Deus, no seu amor infinito, é generoso conosco. Neste ano dedicado à família, Ele nos concede a graça de estarmos aqui hoje, e vivermos juntos este momento da ordenação diaconal de Jacir Lichinski. Pai de família, mas vendo as necessidades da Igreja povo de Deus, e sentindo no seu coração este chamado para servir a Deus e aos irmãos, aceitou colocar-se a serviço do Evangelho, como diácono. Jacir, hoje serás ordenado diácono, mas creio que a tua vocação de servir ao Senhor foi cultivada desde os tempos de menino. Nunca abandonaste o teu sonho. Deus, porém, te guiou por outros caminhos, te fez descobrir e viver a beleza da vida matrimonial, de construir e amar uma família, e da família receber amor, apoio e o consentimento para viver este chamado de Jesus: “Tu me ensinaste, Senhor, o caminho da vida...”. A nossa Diocese de Erexim tem a sua história marcada pela simples, frutuosa e significativa presença dos Diáconos permanentes desde a sua origem. Estes foram restabelecidos na Igreja pelo Concílio Vaticano II, como um fator de renovação na Igreja. Graças a uma releitura histórica da Igreja dos primeiros séculos, quando os diáconos se distinguiram pela vida de santidade e fidelidade 9 - COMUNICAÇÃO DIOCESANA – Março / 2015 no serviço da Igreja e da comunidade. Com a missão de servir à Igreja e ao povo de Deus é que foi instituído o diaconato na Igreja primitiva, e neste serviço entregaram a vida a Deus os diáconos e mártires Estevão, Lourenço e tantos outros. Queridos irmãos, na vida da Igreja, estão presentes uma variedade de carismas que fazem parte da vida e da corresponsabilidade de todos os batizados. Mas alguns batizados veem que podem exercitar um carisma pessoal, colocando-o a serviço da Igreja, em nome da fé. Por isso, o ministério diaconal, também está a serviço dos carismas e dos dons do Espírito Santo junto ao povo de Deus. Na qualidade de ministro ordenado, o diácono é escolhido, consagrado e enviado para representar sacramentalmente, em toda a sua vida e por toda a vida, o Cristo servo, do qual a Igreja nasce. Fazendo isso, o diácono empurra a Igreja para fora de si mesma, abrindo-a à acolhida do pobre, do estrangeiro e dos excluídos, sobre o rosto dos quais se apresenta o rosto de Cristo. Neste sentido, os diáconos são colaboradores naturais do bispo para garantir e promover a identidade apostólica de uma Igreja “serva”, a exemplo de Jesus seu Mestre e Senhor. O diácono também representa Cristo servo e bom samaritano, enquanto exprime o seu caráter de serviço eclesial; e representa Cristo pastor em virtude da sua responsabilidade no cuidado pastoral em relação à comunidade na qual exerce o seu ministério. Podemos dizer que é essencial na vida do diácono o serviço da caridade. Este se manifesta no serviço sacramental à mesa da eucaristia e no atendimento aos pobres. Mas é igualmente essencial na vida do diácono a proclamação da palavra. O diácono “é mestre quando proclama a Palavra de Deus; é santificador quando administra o sacramento do batismo e os sacramentais; e guia quando é animador da comunidade e dos setores da vida eclesial”. O diácono deve ter na sua missão e serviço o modelo de Jesus Cristo: enviado por Deus para completar a obra de salvação da humanidade. Portanto, os diáconos representam Jesus Cristo na sua diaconia, isto é, no seu serviço e na sua missão. Por isso, o diácono é revestido com a dalmática no dia da sua ordenação, não é enfeite “é o avental do serviço”. Ouvimos no evangelho, bem-aventurados os pobres, os aflitos, os mansos, os que têm fome e sede de justiça, os misericordiosos, os puros de coração, os que promovem a paz... Jacir, sê para todos eles instrumento do amor, da ternura e da bondade de Deus. Tem compaixão de todos aqueles que de ti se aproximarem buscando ajuda e consolo, revela no teu serviço a face paterna de Deus, como nos apresentou o seu filho Jesus Cristo. Que Maria Santíssima, mãe e serva do seu Filho Jesus, te ensine e nos ensine sempre a segui-lo e servi-lo nos irmãos necessitados. Amém. A luz do Natal para a humanidade Homilia na noite de Natal na Catedral São José. Estimados sacerdotes, religiosos, religiosas, irmãos e irmãs, desta comunidade paroquial, de outras comunidades da Diocese, e os visitantes de outras Dioceses, que vieram rever os familiares e celebrar a Festa do Natal conosco. No livro do Gênesis, o primeiro da Bíblia, está escrito que no início do mundo as trevas recobriam os abismos quando Deus disse: “faça-se a luz” (Gn 1, 2-3). Luz é a primeira palavra que Deus pronuncia na Bíblia, palavra que marca o início da criação. E a partir do momento em que Deus disse que a luz era uma coisa boa, o homem nunca mais deixou de amá-la e buscá-la, mas tem medo das trevas e da escuridão. As trevas lembram a morte, e essa o ser humano não deseja encontrar. Quem nasce vem à luz. A luz é aquilo que de mais imaterial conhecemos Por isso, entre todos os povos, foi interpretada como o símbolo da espiritualidade de Deus. O Senhor – diz o salmista – “está revestido de luz como de um manto” (Sl 104). O Natal é a festa da esperança e da luz. Nela celebramos a vinda ao mundo da luz verdadeira, aquela que ilumina cada ser humano. Mas é uma luz que deve confrontar-se com as trevas do mundo, num encontro dramá10 - COMUNICAÇÃO DIOCESANA – Março / 2015 tico porque – segundo Jesus – “os homens preferiram as trevas à luz, porque as suas obras não eram boas. Quem faz o mal odeia a luz e não se expõe à luz para que suas obras más não sejam descobertas” (Jo 3,19-20). Nesta noite de Natal, nós lembramos a escuridão da gruta onde Jesus nasceu. Ela representa as trevas que envolviam o mundo antes da sua vinda. Mas celebramos também a realização de uma profecia do profeta Isaías: “O povo que caminhava na escuridão viu uma grande luz; para os que habitavam nas sombras da morte, uma luz resplandeceu”. Para descrever a imensa alegria pelo surgimento desta luz divina, o profeta faz duas comparações ligadas à cultura e à experiência do seu povo: “todos se regozijam em tua presença como alegres ceifeiros na colheita ou como exaltados guerreiros ao dividirem os despojos”. Com o nascimento de Jesus, tornou-se visível ao mundo a benevolência de Deus, foi anunciada a salvação para todos os homens. Se nesta noite santa, o Filho de Deus tivesse vindo do céu para nos dizer que só os bons se salvam, não teríamos motivos para nos alegrar, porque não seríamos iluminados por essa nova luz. A alegria desta noite, da festa do Natal, torna-se contagiante quando nos damos conta de que o Filho de Deus veio para anun- ciar a salvação para todos os homens e todas as mulheres, porque é graça, é dom e não depende da nossa fidelidade, mas da sua. Nas nossas casas e nas nossas igrejas, é comum a presença do presépio. Ele nos leva a refletir sobre a Encarnação do Verbo de Deus, sobre o mistério do Natal. O presépio nos leva a refletir sobre a humanidade de Deus ali apresentada, a sua transparência e a revelação da sua autêntica humanidade. Ali nós podemos contemplar o Jesus homem, na fragilidade de uma criança, na humildade do seu nascimento, na profecia da manjedoura e das faixas. Nesta imagem, estão presentes de certa forma, todos os acontecimentos históricos de Jesus. Deus revela a sua divindade, na humanidade de Jesus, na sua compaixão por aqueles que padecem e sofrem, na sua misericórdia para com os pecadores, no seu amor sem limite pela humanidade ferida pelo pecado que destrói a vida, a ponto de doar a própria para salvar a todos. Quando falamos do Natal ou lembramos das ações de Deus na história da humanidade e na nossa história pessoal, podemos correr o risco de não recordarmos do Deus Pai, revelado pela humanidade de Jesus Cristo. E acabamos construindo a imagem de um Deus que rege o mundo pela força e pela violência, um Deus que se cala do alto, oprimindo e punindo o ser humano, subjugado pelo pecado, pela corrupção e pela falta de justiça, que tira a dignidade de vida de tantos irmãos. Esse não é o Deus revelado por Jesus Cristo, mas pode ser a projeção dos nossos sonhos mesquinhos de grandeza e de poder. A humanidade de Jesus, transparência da sua divindade, revela o ápice da aliança entre Deus e o homem. Ela nos revela um Deus solidário, benevolente, misericordioso, manso, acolhedor, hospitaleiro, capaz de perdoar. Na humanidade de Jesus, podemos contemplar a nossa verdadeira humanidade, fragilizada pela condição humana, mas divinizada pelo amor, pela ternura, bondade e misericórdia do Pai. Celebramos a liturgia do Natal durante a noite, para reproduzir ou recordar também a escuridão vencida pela palavra do Criador e as trevas da nossa condição humana, iluminadas pela vinda do nosso Salvador Jesus Cristo. Estimado irmão e estimada irmã, nesta noite em que celebramos o nascimento do menino Jesus, peço a Deus Pai que a “luz do mundo” brilhe no teu coração, no coração dos enfermos, no coração daqueles que cuidam dos enfermos, no coração dos pais e mães de família e no coração dos filhos. Que juntos, possamos caminhar para a casa do Pai, como filhos e filhas da luz, guiados por Jesus. Um Feliz e abençoado Natal a todos. Louvado seja nosso Senhor Jesus Cristo. O verdadeiro sentido do Natal Homilia de Dom José na missa da manhã de Natal no Santuário de Fátima – Natal 2014 Saúdo os estimados irmãos e irmãs aqui presentes, os que nos acompanham através da Rádio Virtual e da Rádio Aratiba, você que está na sua casa, você que está enfermo, aos que cuidam dos enfermos, aos que estão trabalhando neste dia de Festa, em que celebramos o Natal do senhor Jesus. Este dia pode trazer presente, na história de nossa vida, muitas recordações sobre acontecimentos, bonitos e alegres, da nossa infância, quando tínhamos muitas expectativas sobre o dia do Natal. Com o tempo, na medida em que fomos nos tornando adultos, talvez, a Festa do Natal tenha tido um novo sentido, muitas coisas podem ter mudado na nossa vida e no jeito de nos prepararmos para celebrarmos o Natal. Mas o que não mudou nestes dois mil anos é o sentido do Natal, porque a fidelidade de Deus é mais forte do que as nossas fragilidades humanas. A nossa confiança e a nossa esperança no Senhor diminuem quando esquecemos Deus e confiamos somente nas realidades e ilusões deste mundo que prometem a felicidade plena, mas acabam nos levando à desilusão e à solidão. Porém, o Senhor que é sempre fiel não nos abandona e sempre está pronto para nos libertar: “Eis que está chegando o teu salvador, com a recompensa já em suas mãos e o prêmio à sua disposição”. São Paulo indica na vinda de Jesus Cristo ao mundo a salvação para os homens. A sua encarnação é um acontecimento marcado pela graça de Deus. Graças à abundância do seu amor, nos fomos libertados da morte. Na descrição do evangelista Lucas que ouvimos, coexistem a humildade dos pastores, a simplicidade do ambiente e da manjedoura que acolhe o menino Jesus, o silêncio de Maria que permanece em meditação. Da mesma forma, estão presentes a glória daquele evento e o entusiasmo pelo nascimento do Filho de Deus no mundo. Os dois aspectos encontram conciliação no próprio menino Jesus: criatura frágil e ao mesmo tempo salvação potente para o povo de Israel. O anúncio do nascimento de Jesus, o Filho de Deus, não foi feito primeiro aos reis nos palácios, mas aos simples pastores. Eles simbolizam todos aqueles que eram considerados impuros e indignos de se aproximarem de Deus. No entanto, foram eles que ouviram o primeiro anúncio do anjo na noite de Natal: “Não tenhais medo! Eu vos anuncio uma grande alegria, que o será para todo o povo: hoje, na cidade de Davi, nasceu para vós um salvador, que é o Cristo Senhor” (Lc 2,11). Aqueles pastores acolheram a mensagem celeste, colocaram-se a caminho, rumaram para Belém, em busca 11 - COMUNICAÇÃO DIOCESANA – Março / 2015 do Salvador e, encontrando-o, foram comunicar a todos a sua alegria de terem visto o Messias tão esperado pelo povo de Israel. As etapas percorridas pelos pastores são aquelas que toda pessoa que quer alcançar a vida deveria percorrer. O primeiro passo é tomar consciência da própria condição de infidelidade ao Senhor. Depois, na escuridão da noite em que está envolvida, deve elevar os olhos ao céu de onde vem a palavra de salvação e a indicação da estrada que leva a Cristo Jesus. Não fica parado, não se entrega ao próprio pecado, mas parte à procura do Salvador, como fizeram os pastores. Encontrando-o, corre para dizer a todos da alegria do encontro com aquele que doa a vida. Queridos irmãos e irmãs, vamos celebrar a Festa do Natal, com o coração em festa, porque Ele está entre nós, nos conduzindo no caminho que leva ao Pai. Feliz Natal a todos. Feliz Natal a você, mãe e pai de família, que, mesmo diante das dificuldades, não desanimam, não abandonam os filhos, não abandonam a família. Feliz Natal a você, enfermo, e se deixa cuidar por aquela pessoa que está a seu lado. Feliz Natal para quem cuida dos nossos enfermos. Muitas vezes, o cansaço, o desânimo fazem com que se tenha vontade de abandonar quem sofre, mas aí, no enfermo, está presente o Jesus do Natal, o Jesus da Cruz que deu sua vida por todos. Feliz Natal a você que está trabalhando nos hospitais, cuidando dos enfermos. Feliz Natal a você que está na prisão. Jesus nasceu também para você. Feliz Natal a você, jovem que se deixou levar pelo caminho das drogas e às vezes perdeu o sentido da vida. O Natal nos lembra que a vida é dom de Deus, que vale a pena lutar pela via e defendê-la, a acreditar no amanhã, a não deixar morrer a esperança, na certeza de que Deus nos dá a paz e Jesus nos ama. Que todos nós nos sintamos amados e acolhidos por Deus. Maria que acolheu Jesus em seu seio, que o acolheu em seus braços, acolhe a todos nós e nos ajuda no caminho de encontrar Jesus e de segui-lo para a casa do Pai. Feliz Natal para todos. Louvado seja nosso Senhor Jesus Cristo. Saudação e acolhida a Dom Odelir na Catedral de Chapecó (1º/02/15) Como Administrador Apostólico desta Diocese, em nome de seus organismos, especialmente dos presbíteros e de todos os diocesanos, com alegria, saúdo e acolho neste momento, o caríssimo irmão Dom Odelir José Magri, que hoje inicia o seu ministério episcopal como 5° Bispo desta Diocese de Chapecó. Agradecemos a Deus, ao Papa Francisco e a Dom Giovanni D’Aniello, Núncio Apostólico no Brasil e a seus colaboradores, pela atenção dispensada à Diocese no encaminhamento de todo o processo da sua escolha para ser o pastor e guia desta porção do povo de Deus. Caro irmão, és filho desta Igreja Diocesana, mas sentido no teu coração o chamado do Mestre Jesus, do “vem e segue-me”, na tua adolescência, deixaste tua família, tua comunidade e esta terra para segui-lo. Ele te conduziu e te fez encontrar o seu rosto no rosto de tantos irmãos e irmãs que encontraste nesta longa estrada que percorreste antes de retornar. Esta estrada te fez reconhecer os irmãos na Europa, na realidade da missão na África e no serviço da Congregação dos Missionários Combonianos do Coração de Jesus, em sua direção central em Roma. Neste longo caminho, a graça de Deus esteve sempre contigo, mas pôde manifestar-se na tua vida graças à tua disponibilidade de amar, seguir e servir a Jesus Cristo e à sua Igreja, povo de Deus a caminho da casa do Pai. 12 - COMUNICAÇÃO DIOCESANA – Março / 2015 Hoje inicias o teu ministério de pastor nesta Diocese de Chapecó, trazendo contigo toda a riqueza da espiritualidade e do carisma da tua Congregação, mas também toda a riqueza da espiritualidade do povo de Deus, que encontraste na tua trajetória de vida, em realidades tão distintas, mas enriquecedoras. De modo especial, do povo de Deus da Diocese de Sobral, a tua primeira Diocese, o teu primeiro amor como bispo, sucessor dos apóstolos. Dom Odelir, retornas para casa, para esta Igreja, este povo e esta terra. O povo rezou pelo novo bispo, mas penso que Deus ouviu também a oração de alguém que rezava e pedia sempre para que viesses para mais perto, sua querida mãe, dona Lúcia. Um feliz retorno à sua terra natal, sejas bem-vindo; a tua família, o clero, os religiosos, os seminaristas e o povo de Deus da Diocese de Chapecó, integrado em quarenta paróquias, com suas mil quatrocentas e sessenta e oito comunidades, te acolhem de braços abertos e com o coração em festa, felizes pela tua disponibilidade de servir e por tê-lo como pastor. Que o Espírito Santo ilumine o teu ministério, e que o povo possa ouvir a voz do pastor: “Vinde em meu seguimento e farei de vós pescadores de homens”. Dom Odelir, sejas feliz na condução desta Igreja e no pastoreio deste querido povo de Deus. Homilia na missa de exéquias de Libino Inácio Streher (Sede Dourado, 08/02/2015) Saúdo os sacerdotes aqui presentes, as religiosas, o povo de Deus desta paróquia, que tem demonstrado espírito de comunidade, celebrando com alegria as festas comunitárias, mas também sabe estar presente e ser solidário, quando a irmã morte visita as famílias. Unidos pela mesma fé em Cristo Jesus, nos reunimos aqui, de vários lugares, para prestarmos nossa solidariedade e expressar nossos sentimentos à família Streher pelo falecimento do seu Libino. Solidariedade de modo especial ao Pe. Olírio, seus irmãos, irmãs, cunhados, cunhadas, sobrinhos e sobrinhas. Em menos de um mês, vocês viram a querida mãe e nona, dona Atelma e o querido pai e nono Libino partirem. Termina assim um capítulo de uma longa história de amor, fundamentada no amor de Deus. Porque o Deus de Jesus Cristo que se manifesta no amor e por amor criou o homem, também deu-lhe a capacidade de amar. O amor uniu a senhora Atelma e o senhor Libino para formarem uma família, e nessa família, os filhos foram acolhidos, amados, aprenderam a dar e receber amor. Vivemos numa sociedade do amor egoísta e descartável, onde muitos duvidam que seja possível amar ou encontrar um amor verdadeiro, que perdure ao longo de toda uma vida, sem esquecer daqueles que anunciam que o amor é uma utopia. Hoje nós temos aqui um testemunho, que nos diz, não com palavras, mas na realidade concreta da vida, que o amor existe e que é possível viver um amor verdadeiro, fiel e forte entre duas pessoas; um amor que traz paz e alegria; um amor que une duas pessoas, fazendo-as sentirem-se livres no respeito recíproco. Um amor vivido em comunhão, onde não há espaço para separação, nem para aquela provocada pela irmã morte. Libino, no dia da morte de sua querida esposa, disse: “Como podes partir sem mim...?!” Juntos percorreram uma longa estrada nesta terra, escolheram percorrer juntos aquela que leva à eternidade na casa do Pai. Que esta história de amor, de vida familiar, alicerçada numa profunda fé em Jesus Cristo, nos valores cristãos, nos valores da família, nos valores da vida em comunidade, nestes tempos em que a família é tão provada e desafiada, possa falar aos nossos corações, aos corações dos jovens, para que não tenham medo de viver um grande amor; para que não tenham medo de assumir os compromissos de família, achando que não é possível viver o amor familiar. Aqueles que deixaram este mundo comprovam que é possível; que é possível quando no coração se tem perdão, gratidão, reconciliação, estima pelo outro, amor pelo outro. Que esta lição de vida de família possa nos ajudar a vivermos intensamente a nossa vida na responsabilidade, com lugar para Deus e possamos cultivar, acima de tudo, a dimensão maior do amor que se doa, acolhe, espera, sente saudade, saudade da pessoa amada. É difícil ficar distante porque, unidos na vida, muitas vezes se unem também na morte. Onde há amor infinito, ninguém pode dividir, nem os homens, nem Deus, expressão máxima do amor porque Ele é amor. Tocados pela Palavra de Deus e por sua presença em nós, possamos amar e manifestar ao longo de nossa existência, cada um do seu jeito de ser, esta força de Deus presente em cada um de nós. A luz de Deus está entre nós (Voz da Diocese, 21/12/2014) Estimados Diocesanos! No Natal, os cristãos lembram e celebram a data histórica do nascimento de um menino. Para os cristãos, este menino é o Filho de Deus, e, quando adulto, ao assumir a missão de anunciar o Reino de Deus, será conhecido como Jesus de Nazaré. Por isso, quando os cristãos celebram o Natal, não deveriam apenas recordar o nascimento histórico de Jesus para si mesmos, mas também terem presente seu compromisso missionário. Isto é, celebrando um fato do passado, anunciá-lo a todos como o Messias, o Salvador, a luz do mundo, o Cristo Jesus, o Filho de Deus Pai. Em nossas comunidades e em nossas famílias, temos várias formas de nos prepararmos e expressarmos os nossos sentimentos e a nossa alegria na preparação e na celebração do Natal. Muitos pais acolhem este momento como uma oportunidade para transmitir aos filhos tradições familiares e centenárias sobre esta celebração. Outras vivem o Natal, como um momento forte de confraternização, de reconciliação e de construção da paz. Temos muitas formas para representar o Natal, mas creio que o presépio nos fala no silêncio do despojamento e da simplicidade da vinda de Jesus entre nós. Ele nos leva a refletir sobre a encarnação e o mistério do Natal. A refletir sobre a humanidade de Deus, a sua transparência e a sua revelação de uma humanidade autêntica, descrita de forma simples e profunda. 13 - COMUNICAÇÃO DIOCESANA – Março / 2015 Nele contemplamos o Jesus homem, na fragilidade de uma criança, na humildade do seu nascimento. Nesta imagem tão frágil, estão presentes todos os acontecimentos históricos de Jesus, o Salvador. O Deus revelado por Jesus não é apresentado com os traços da prepotência e da força, mas revelado na sua humanidade. Nesta humanidade de Jesus, transparece a sua divindade, e nele se revela o ponto mais alto da aliança entre Deus e o ser humano. Deus manifesta-se solidário, benevolente, misericordioso, manso, acolhedor, hospitaleiro e capaz de perdoar. No Natal, somos convidados a contemplar a humanidade de Cristo na nossa verdadeira humanidade. O menino Jesus é a luz que veio ao mundo e que resplandece nas trevas para nos guiar para a casa do Pai. Que a luz de Jesus ilumine o vosso coração e a vossa vida. Um feliz e abençoado Natal a todos. Uma família para amar (Voz da Diocese, 28/12/2014) Estimados Diocesanos! Neste último domingo do ano, celebramos a festa da Sagrada Família, na qual recordamos aquela família simples de Nazaré, formada por Jesus, Maria e José. Mas na simplicidade daquele lar, no coração dos seus moradores, existia algo de muito precioso, que não se pode comprar e nem vender. Esse bem precioso que existia no lar de Nazaré chama-se “amor”. E o amor foi importante para acolher aquela criança, cuidá-la e ajudá-la a crescer e viver no mundo a missão que Deus lhe havia confiado. O amor da família marcou a vida de Jesus e marca também a vida de cada um de nós. Todo ser humano que vem a este mundo precisa de amor, independentemente da condição social de quem o gerou e da família ou lugar que o acolhe. Os filhos são um dom de Deus para o mundo e são de todos, porque através deles a humanidade se renova. A família é o lugar privilegiado para a formação e a educação básica da vida de uma pessoa, mas não é a única. Toda criança também precisa integrar-se numa comunidade para que possa crescer, amadurecer, encontrar os irmãos e irmãs e aprender a acolher a disponibilidade gratuita, a colaboração, a tolerância e o perdão. Mas para isso é preciso que a família se abra a novos horizontes, porque, quando esta se fecha no seu pequeno mundo de afetos e interesses, pode perder o contato com a comunidade, deixando de construir fraternidade, alimentando apenas uma certa idolatria da instituição familiar. Os pais e mães de família passam por momentos difíceis quando os filhos devem partir. Por esta experiência passou também a família de Nazaré, quando Jesus partiu para cumprir a missão de anunciar o Reino. Passam por esta experiência também os pais e mães dos sacerdotes, dos consagrados e consagradas, que entregam a vida a Deus. Maria e José são um modelo para todos os pais e mães de família, aos quais Deus confia os seus filhos. Estes são dons do céu para doar ao mundo, lembrando que a família querida por Deus, na verdade, é aberta, é uma etapa da vida, tendo presente que a família definitiva dos filhos e filhas de Deus é a do Pai celestial. É tempo de refletir e construir! (Voz da Diocese, 04/01/2015) Estimados Diocesanos! Come- çamos o Ano Novo, entre fogos de artifício e comemorações, e creio que muitos ficaram alheios ao início de mandato das autoridades do poder executivo e legislativo em nível federal e estadual, que irão conduzir o nosso País pelos próximos quatro anos. Das políticas públicas destes governantes, dependerão, de certa forma, o emprego, a assistência à saúde, a educação, o combate à miséria, que ainda atinge milhões de brasileiros, mesmo com todos os programas de combate à pobreza implantados ao longo dos últimos anos. Sem esquecer as tão sonhadas e esperadas melhorias nas infraestruturas dos transportes, (os gargalos: ferrovias, estradas, portos e aeroportos) que afetam vários setores produtivos do nosso País, tirando da nossa indústria a 14 - COMUNICAÇÃO DIOCESANA – Março / 2015 competitividade nos mercados internacionais. Aguardamos também a conclusão do já anunciado, iniciado, reiniciado projeto da transposição do Rio São Francisco, que deverá levar água para amenizar os efeitos da seca e proporcionar melhores condições de vida a milhões de brasileiros que vivem no sertão nordestino. Os desafios que os nossos governantes terão pela frente são muitos, mas o nosso País também possui muitos recursos naturais. Temos um parque industrial bastante diversificado e a força da nossa agricultura, que alimenta a agroindústria em vários setores. Mas também merece, por parte das autoridades, um olhar e uma atenção especial a agricultura familiar, que emprega muitas famílias e dependem de politicas públicas adequadas, para continua- rem produzindo grande parte dos alimentos que consumimos no nosso dia a dia. Malgrado as notícias de corrupção tenham ocupado um espaço considerável nos noticiários depois das eleições, pelas cifras citadas, o que torna mais vergonhoso é que o foco central da corrupção atingiu uma estatal símbolo de tantas lutas populares para mantê-la sob o controle do Estado. Pesa também para o Governo Federal a responsabilidade de continuar financiando moradias populares, para dar condições dignas aos milhões de brasileiros que vivem nas favelas e cortiços, bem como as obras de saneamento básico, principalmente nas periferias, porque destas dependem também a melhoria das condições básicas de saúde da nossa população. Outro desafio que atinge a nossa sociedade é a violência. Podemos simplesmente dizer que é uma questão de segurança pública, mas precisamos nos conscientizar de que a paz, se constrói com a participação de todos. O primeiro anel desta corrente da paz é a família. É ela o primeiro ambiente de educação para a paz e para sermos construtores de paz. Não teremos uma sociedade que valorize a paz, sem termos famílias que acolham a vida e cuidem da vida num ambiente de paz. O primeiro dia do ano, no qual comemoramos a chegada do Ano Novo, há 48 anos, é o Dia Mundial da Paz. Vamos juntos construir a paz, durante todo este ano de 2015, dedicado à paz, em nosso País, para termos este dom divino anunciado na noite de Natal aos homens e mulheres de boa vontade, na nossa vida, nas nossas famílias, nas escolas, nas comunidades e na sociedade em geral. Que o Senhor faça de ti, caro ouvinte, um instrumento da sua paz. Batizados em nome da Trindade (Voz da Diocese, 11/01/2015) Estimados Diocesanos! Neste ano de 2015, o 12° Plano da Ação Evangelizadora da nossa Diocese traz como prioridade a “Iniciação à Vida Cristã”. Dom Bruno Forte, Bispo italiano, no livro Breve introdução aos sacramentos, define iniciação cristã como “caminho de experiência progressiva do mistério de Cristo, dividido por etapas, que alimentam e celebram a fé”. Portanto, o objetivo da iniciação cristã é levar a pessoa a percorrer o caminho do encontro com Cristo. Segundo Tertuliano, pensador e escritor dos primeiros tempos da Igreja, nesse caminho, através dos sacramentos, “a carne é lavada, para que a alma seja purificada; a carne é ungida, para que a alma seja fortificada; a carne é sombreada pela imposição da mão, para que a alma seja iluminada pelo Espírito; a carne é alimentada pelo corpo e pelo sangue de Cristo, para que a alma seja saciada de Deus” (Tertuliano, De resurrectione, 8). O primeiro dos sacramentos é o batismo, e neste domingo a Igreja celebra a Festa do Batismo do Senhor Jesus. Ele foi pessoalmente até o Rio Jordão para ser batizado por João Batista. Aquele que batizaria com o Espírito Santo aceitou ser batizado com água por aquele que não se achava digno nem de desamarrar as suas sandálias. Creio que é uma oportunidade para refletirmos sobre como estamos vivendo o nosso Batismo. É uma reflexão necessária, porque ser cristão é viver o Batismo e não compreendemos o nosso Batismo sem compreender previamente o mistério de Cristo. O batismo com a água no nome da Trindade é um ato querido pelo Senhor para dar início à existência da nova criatura. Essa vida nova nasce da participação na morte e ressurreição de Jesus, tornada presente no batismo mediante o sinal da água. Pelo batismo, fomos sepultados com ele na morte, para que, como Cristo foi ressuscitado dos mortos pela ação gloriosa do Pai, assim também nós vivamos uma vida nova. O batismo é mistério e sacramento do encontro com Deus Pai e com seu Filho, Jesus Cristo; enquanto participação na sua morte e ressurreição, é também sacramento da ação do Espírito Santo. No Espírito, o batizado é configurado ao Filho Jesus Cristo na plenitude do seu mistério: “Se alguém não tem o Espírito de Cristo, não pertence a Cristo”, ensina São Paulo (Rm 8,9). Queremos juntos, como Igreja povo de Deus, nos aproximar do Senhor Jesus, caminho verdade e vida que nos conduz ao Pai. Itinerantes por missão (Voz da Diocese, 18/01/2015) Estimados Diocesanos! Estamos no início do ano, e todos nós temos projetos que gostaríamos de vê-los realizados. Mas, na vida da Igreja e na sua missão junto ao povo de Deus, o projeto principal a ser levado adiante é o do anúncio do Reino. Todas as outras ações ganham signi- ficado quando estão ligadas a esta missão que cabe a todos os batizados. Pelo batismo, todos nós somos chamados a viver o discipulado e o engajamento na missão, não aquela ad gentes, mas aquela no ambiente da família, no mundo do 15 - COMUNICAÇÃO DIOCESANA – Março / 2015 trabalho, feita mais pelo testemunho de vida do que por palavras. Dentre os batizados, alguns foram chamados e consagrados, outros ordenados para exercerem a vocação e a missão no serviço aos fiéis na Igreja. É indispensável viver esse ministério e serviço como um chamado do Senhor Jesus. Porque é na comunhão com Ele que está o sentido da vocação religiosa e sacerdotal, que se alimenta no cotidiano e no serviço da missão numa íntima comunhão com o Senhor. Sem essa comunhão, o serviço na missão pode parecer demasiado exigente, desgastante e pouco gratificante do ponto de vista econômico e social. Porém, quando nos sentimos chamados a estar com Jesus, a serviço das relações pessoais dele com cada irmão e irmã, a nossa missão ganha um novo sentido, porque ligada à missão que Jesus recebeu de seu Pai e foi delegada aos seus discípulos através do Espírito Santo. Podemos di- zer que a missão não será evangélica, se na sua origem, não estiver ligada a uma intimidade com o Senhor. Na missão de servir o povo de Deus, os religiosos e os sacerdotes também são chamados a viver a itinerância dos discípulos. Por isso, é comum na Diocese, que o Bispo, com o Conselho Presbiteral, ouvindo solicitações dos padres, tendo presente as necessidades de atendimento ao povo e o bem da Igreja, promova algumas transferências de sacerdotes. É importante para a comunidade que o sacerdote saiba agradecer a colaboração de tantos leigos e leigas engajados na vida paroquial, que ajudam o sacerdote na sua missão. Mas é também importante para a sua missão que o padre seja bem acolhido no lugar onde for trabalhar. Da comunhão com o Senhor e da comunhão entre si, depende a saúde espiritual do pastor e do rebanho. São José oficializado Patrono da Diocese de Erexim Seguindo os passos previstos, Dom José encaminhou consulta aos padres, diáconos, religiosos e leigos para a oficialização de São José como padroeiro da Diocese de Erexim. Após receber as folhas com muitas assinaturas favoráveis, apresentou o pedido à Congregação do Culto Divino e da Disciplina dos Sacramentos. Esta, em dezembro passado, enviou o seguinte Decreto, confirmando oficialmente São José como Padroeiro da Diocese: CONGREGAÇÃO DO CULTO DIVINO E DA DISCIPLINA DOS SACRAMENTOS. Na verdade, na data de 13 de novembro de 2014, o mesmo solicitou em carta insistentemente que esta eleição e aprovação fossem confirmadas segundo as normas relativas aos Padroeiros. Em decorrência disso, a Congregação do Culto Divino e da Disciplina dos Sacramentos, em virtude das faculdades outorgadas pelo Sumo Pontífice Francisco e tendo constatado que, diante das razões expostas, a eleição e a aprovação foram realizadas de acordo com as prescrições do direito, acolhe benevolamente as solicitações externadas e confirma SÃO JOSÉ, ESPOSO DA BEMAVENTURADA VIRGEM MARIA, PATRONO JUNTO DE DEUS DA DIOCESDE DE EREXIM Prot. N. 351/14. O clero e os fiéis da Diocese de Erexim veneram com grande devoção São José, esposo da Bem-aventurada Virgem Maria, o qual, varão justo, nascido da estirpe de Davi, foi constituído pai do Filho de Deus, Jesus Cristo que quis ser chamado filho de José e a ele ser submisso como filho ao pai e se tornou senhor da sua família. Por esta razão, sua Excelência Reverendíssima Dom José Gislon, bispo de Erexim, após consulta de praxe ao clero e à população e acolhendo os votos comuns, aprovou, segundo os ritos, a eleição de São José, esposo da Bem-aventurada Virgem Maria, como patrono junto de Deus da diocese de Erexim. 16 - COMUNICAÇÃO DIOCESANA – Março / 2015 com todos os direitos e privilégios litúrgicos decorrentes, segundo as rubricas. Não obstante qualquer coisa em contrário. Da sede da Congregação do Culto Divino e da Disciplina do Sacramento, 2 de dezembro de 2014. Arturus ROCHE, Arcebispo secretário. R.P. Conradus MAGGIONI, S.M.M., Subsecretário. (O texto veio em latim. A tradução foi de Bertilo Brod) Notícias diocesanas e outras Falecimento de Ir. Paula Francisca Petkovicz Às vésperas de completar 93 anos, depois de longa enfermidade, faleceu, dia 15 de dezembro, em Viadutos, Ir. Paula Francisca Petkovicz, das Irmãs Franciscanas da Sagrada Família de Maria. Em nossa região, Irmã Paula trabalhou em Viadutos, Capoerê, Paulo Bento e Erechim. Desde 1998, estava na Casa da Congregação Imaculada Conceição em Viadutos. Em longa enfermidade, Ir. Paula ficava em seu quarto, fazendo suas orações e devoções. Precisou de muita paciência nos momentos de sofrimento e de dor. Oferecia suas orações por muitas pessoas. O velório de Ir. Paulo se dá na própria casa das Irmãs de Viadutos. A missa de corpo presente será na igreja Sagrado Coração de Jesus de Viadutos na tarde desta terça-feira, 16. Dados biográficos de Ir. Paula Ir. Idelise Lurdes Selski - SF Ir. Paula nasceu no dia 21 de dezembro de 1921 em Carlos Gomes – Rs. Era filha de João e Stanislava Petkovicz, os quais tiveram 19 filhos. Ingressou na Congregação das Irmãs Franciscanas da Sagrada Família de Maria no dia 1º de setembro de 1942, na comunidade das Irmãs em Carlos Gomes. Sua formação no Postulantado foi no ano de 1943 e em dezembro do mesmo ano foi admitida ao noviciado em Curitiba, no Paraná. Professou os primeiros Votos Religiosos em 05 de dezembro de 1944 e os Votos Perpétuos no dia 08 de dezembro de 1951em Curitiba. Uma de suas irmãs, Cristina, também foi religiosa da mesma Congregação. Ir. Paula trabalhou em diversas comunidades no Paraná e no Rio Grande do Sul. Na Província do Rio Grande do Sul e Santa Catarina, com sede em Erechim, atuou em Guarani das Missões, Bom Jardim, Viadutos, Capoerê, Paulo Bento e Erechim. Desde 1998 estava na casa das Irmãs Imaculada Conceição de Viadutos. Realizava todos os seus trabalhos com amor, dedicação e responsabilidade. Eram serviços gerais: cozinha, horta, lavanderia, e também trabalhos manuais como crochê e tricô. Nas horas vagas não perdia tempo, sempre tricotava, fazia blusas para as Irmãs e também ensinava os trabalhos manuais a quem lhe pedia. Como Irmã, era piedosa e passava muito tempo na capela rezando. A Missa e a Eucaristia eram sua força e seu alimento espiritual. Nunca faltava na celebração eucarística, participava sempre que tinha oportunidade. Era devota do Sagrado Coração de Jesus e também de Maria. Ir. Paula rezava o terço diariamente e nas festas de Nossa Senhora e outros momentos fortes, principalmente em sua enfermidade, rezava o rosário. Fazia orações ao Espírito Santo, São José, às almas do purgatório e também à Divina Misericórdia. Ela afirmou que sentiu maior entusiasmo, alegria e crescimento espiritual quando começou a rezar muito pelos outros. Assim, crescia mais na fé e no amor fraterno. Seu ponto de apoio nas horas difíceis era Jesus no Santíssimo Sacramento. Agradecia sempre a Jesus a vocação religiosa e as graças recebidas de Deus durante a sua vida. Os últimos anos de sua vida foram marcados pela enfermidade. Ir. Paula ficava em seu quarto e ali fazia suas orações e devoções. Precisou de muita paciência nos momentos de sofrimento e de dor. Oferecia suas orações por muitas pessoas. Coordenação de Pastoral encerra atividades do ano com avaliação Dom José presidiu a última reunião do ano da coordenação diocesana de pastoral na noite do dia 15 de dezembro com avaliação das atividades realizadas e encaminhamentos para 2015. Em relação ao ano em curso, houve destaque para: Ano da família com suas diversas ações; o estudo da prioridade Iniciação à Vida Cristã em vista de ser o destaque em 2015; escolas catequéticas; escola de servidores; escola de formação de agentes comunitários a curto prazo por área; estudos de documentos da CNBB sobre a Paróquia e a questão agrária; encontros vocacionais; escola da juventude; ro17 - COMUNICAÇÃO DIOCESANA – Março / 2015 maria; curso dos padres; visitas pastorais de Dom José; curso bíblico em paróquia; assembleia da juventude; ordenação de diácono permanente, Jacir Lichinski; formação dos diáconos; encontros do apostolado da oração e zeladoras de capelinhas; a participação da diocese através de seus coordenadores das diversas pastorais em seminários e cursos de formação em nível regional e nacional; a nomeação de Dom Girônimo como referencial na Pastoral da Pessoa Idosa no Regional Sul 3 da CNBB; visitas dos padres aos doentes; acompanhamento da Caritas nas comunidades indígenas proporcionando os sacramentos da Iniciação à vida Cristã. Indicações para 2015: continuar e intensificar a formação dos agentes e lideranças; maior comunhão entre paróquias e diocese; estudo mais aprofundado do documento sobre a renovação paroquial; ação caritativa mais intensa; fomentar o Ano da Paz; envolver mais os leigos na promoção vocacional; apoiar a agricultura familiar; contemplar a realidade da região na pastoral social; um olhar especial à pastoral do adolescente; um olhar mais atento às questões políticas; implementar o destaque Iniciação à Vida Cristã. Entre as comunicações, Ir. Luiza informou que no próximo ano a representante dos religiosos na coordenação será outra religiosa. Assegurou sentir-se feliz por ter participado até agora. O coordenador de pastoral, Pe. Valtuir Bolzan, retomou as datas das reuniões e outras atividades já previstas para o próximo ano. Por fim, Dom José agradeceu a todos pelos trabalhos realizados na Diocese, com votos antecipados de Natal feliz e 2015 abençoado. Bispo, padres e colaboradores do Centro Diocesano e familiares vivem encontro de Natal Dia 16 de dezembro, depois do expediente, Dom José se encontrou com os padres, os colaboradores e seus cônjuges ou namorados para uma reflexão e jantar por ocasião do Natal e passagem de ano. No momento orante, o Bispo manifestou seu reconhecimento a todos pelo serviço à Diocese e o objetivo de reforçar os laços de convivência também com quem está mais perto de cada um. O Vigário geral e Coordenador da Cúria, Pe. Dirceu Balestrin, ressaltou o espírito de equipe entre os colaboradores e seu esforço de buscar qualificação para prestar seus serviços com maior competência. O ecônomo da Diocese, Ildo Benincá, mencionou a importância da unidade entre todos e o valor do momento de oração semanal. Centenário de nascimento da Irmã Consolata A Paróquia São Cristóvão, o CECRIS, as irmãs Franciscanas Missionárias de Maria Auxiliadora e alguns membros do antigo Coral Sabiazinho organizaram missa comemorativa dos 100 anos de nascimento de Irmã Consolata, de grande atuação naquele Bairro e em outros da cidade, dia 20 de dezembro, o último sábado antes do Natal. A missa foi presidida pelo pároco, Pe. Edinaldo dos Santos Bruno e concelebrada p elo ex-pároco, Pe. Valtuir Bolzan, acompanhados pelo diácono Jacir Lichinski. Membros do Coral Sabiazinho, que era de adolescentes e jovens dirigido pela Ir. Consolata, animaram os cantos da celebração litúrgica. No início da celebração, Joselito Onhate, membro do antigo Coral Sabiazinho, lembrou alguns dados biográficos da Ir. Consolata. No seu final, Ir. Estelita Tonial, que teve Ir. Consolata como sua formadora, deu depoimento a respeito dela. 18 - COMUNICAÇÃO DIOCESANA – Março / 2015 Dados biográficos Ir. Consolata, cujo nome civil era Agnes Graber, nasceu no dia 22 de dezembro de l9l4 na cidade de Rankweil, situada na região dos vales e lagos, na Áustria. Filha de um músico profissional e de uma dona de casa, Irmã Consolata tinha sete irmãos, sendo um homem e 6 mulheres. Conforme ela mesma escreveu em sua autobiografia, foi com a família que aprendeu o necessário para a vida, num clima de fé profunda, trabalho, estudos, lazer e compromissos sociais. “Com muito amor, firmeza e coragem, meus pais me educaram, em nossa casa toca-se piano, flauta, violino, violoncelo, órgão, cítara e outros instrumentos musicais, o nosso lema era fazer feliz os outros e ser feliz” disse ela, ao falar da família, há 23 anos atrás, quando ainda estava entre nós. Neste dia especial em que celebramos os 100 anos do seu nascimento, lembramos dos bons exemplos da irmã Consolata, que chegou a Erechim com apenas 24 anos, no dia 25 de janeiro de l938, quando nossa cidade era ainda um campo pequeno, com apenas 20 anos de existência e três mil habitantes. Irmã Consolata chegou em nossa cidade como professora, mesmo sem saber falar nossa língua. Ministrou aulas de música, alfabetizou crianças e já se apaixonou pelo Brasil. Mas Ela, buscava a felicidade, pois veio para o Brasil como missionária não professora. Passados 15 anos de estada na Capital da Amizade, Erechim começava a crescer e nos bairros da cidade concentravam-se os moradores, mais pobres e humildes. Na Vila Operária, formada à beira do Rio Tigre, Irmã Consolata encontrou um banhado e poucos operários. A maioria era sem rumo ou não tinha profissão. Ali, ela arregaçou as mangas e começou a trabalhar na humanização das pessoas. E como contava, “tudo começou com um saco de laranjas” que trouxe e distribui para os moradores. Passados 76 anos desde que Irmã Consolata chegou a Erechim, a Vila Operária não existe mais. Aqui ficou o legado dessa serva do Senhor, enviada por Deus, que transformou a Vila Operária no próspero e desenvolvido bairro São Cristóvão. Em cada um de nós ficou um pouco da irmã Consolata, que transformou pessoas em famílias, não só no São Cristóvão, mas também no bairro Progresso e São José, promoveu a dignidade humana e ajudou a construir um pedaço de Erechim. Paróquia de Áurea conclui curso de Bíblia De março a dezembro, a Paróquia de Áurea realizou um curso de Bíblia com um encontro mensal, aos sábados pela manhã, num total de 10 e quarenta horas-aula, com assessoria do Pe. Jair Carlesso, Diretor do Itepa Faculdades de Passo Fundo. Dia 13 de dezembro, houve o encerramento do curso na missa da comunidade, presidida pelo Pe. Valtuir Bolzan, Coordenador Diocesano de Pastoral, concelebrada pelo pároco, Pe. Claudino Talaska, pelo próprio assessor do curso e pelo Pe. Hermes José Novakoski, da Congregação dos Pobres Servos da Divina Providência, natural daquela Paróquia. No final da celebração, os 67 participantes do curso receberam certificado de conclusão pelo Itepa Faculdades. O curso proporcionou a eles uma visão geral da Sagrada Escritura, do Novo e do Antigo Testamento. No início do Ano da Vida Consagrada, jovem de Severiano de Almeida assume Vida Religiosa Na manhã do dia 21 de dezembro, o último antes do Natal, com a chuva muito esperada pelos agricultores, a jovem Ir. Clarice Julieta Bisol professou os votos definitivos de religiosa na Congregação das Irmãs Franciscanas Missionárias de Maria Auxiliadora, na igreja São Caetano de Severiano de Almeida, no início do Ano da Vida Consagrada, instituído pelo Papa Francisco. O rito de consagração religiosa se deu em missa presidida pelo Frei Capuchinho Doraci Tartari, Mestre de estudantes da Congregação, e concelebrada pelo Pároco local, Pe. Sidmar Rech, por outro frei capuchinho, Claudecir Fantini, pelo animador vocacional da Diocese, Pe. Anderson Faenello, e Pe. Isalino Rodrigues, natural da mesma Paróquia. Mais de 50 Irmãs da Congregação, muitos parentes da nova Irmã e grande número de fiéis participaram da celebração. O rito de Consagração de Ir. Clarice Concluída a Proclamação da Palavra, a Superiora Provincial, Ir. Marinês Burin, chamou a candidata, Ir. Clarice Bisol, dando início ao Rito da sua Consagração. Frei Doraci lhe fez as perguntas próprias do rito, pelas quais a candidata manifestou sua disposição de servir a Deus e buscar a perfeição da caridade. Fez também seu pedido de ingressar na Congregação das Irmãs à sua superiora, sendo prontamente aceita. Então, Ir. Clarice colocou-se de joelhos enquanto a assembleia cantava a ladainha de todos os santos, após a qual, proferiu sua profissão, prometendo cumprir os votos de pobreza, obediência e castidade, com fidelidade à Igreja, a serviço do povo cristão. Assinou sua profissão e entregou-a à Superiora que a depositou sobre o Altar e entregou à nova irmã 19 - COMUNICAÇÃO DIOCESANA – Março / 2015 o livro das Constituições da Congregação, indicando sua completa pertença à família religiosa. Na sequência, Frei Doraci, acompanhado da Superiora, Ir. Marinês, invocou a bênção divina sobre a neoprofessa, ladeada pelos familiares. Por fim, como gesto de reconhecimento à família da neoprofessa, a comunidade das irmãs entregou-lhe uma imagem de Nossa Senhora. A homilia de Frei Doraci. Em sua reflexão, Fr. Doraci iniciou recordando frase da fundadora, Madre Bernarda: “do contato com Cristo emerge a pessoa consagrada, de uma inigualável beleza espiritual”. Lembrou que deste encontro surgiram muitos vocacionados e vocacionadas ao longo da História da Igreja, entre os quais Francisco, Clara de Assis, Santa Maria Bernarda... Recordou alguns aspectos do perfil de quem assume a vida religiosa. Observou à Ir. Clarice que a vida consagrada depende da qualidade do amor a Jesus Cristo. Convivendo com Ele, aprenderá a ser sua missionária, a exemplo de Madre Bernarda, a fundadora da Congregação. Manifestações no final da celebração O Pároco, Pe. Sidmar, em nome da Paróquia expressou sua alegria pela celebração, felicitou a neoprofessa e seus familiares e colocou a paróquia sempre à disposição para a presença das irmãs, que têm casa no local. Pe. Anderson, em nome da Pastoral Vocacional, cumprimentou a nova irmã, assegurando-lhe orações. Assinalou também que sua consagração se dá no contexto do Ano da Vida Consagrada. Expressou o desejo de que o gesto da Ir. Clarice seja semente de vocações na Diocese e em toda a Igreja. Representante da fraternidade onde Ir. Clarice reside atualmente, o Lar de Nazaré, em Marau, recordou aspectos particulares da vida da Ir. Clarice, evidenciando sua simplicidade, amabilidade, relacionamento fraterno e compromisso com Deus e com a Igreja. Ir. Marinês, a superiora provincial, ressaltou que Ir. Clarice acabava de entregar sua vida nas mãos de Deus para estar a serviço dele. Manifestou gratidão a Deus por este gesto e o compromisso da Congregação de acompanhá-la sempre. Expressou a gratidão da Congregação à família e à toda a comunidade. Exortou também as jovens presentes a refletirem sobre possível chamado de Deus a algumas delas para a vida religiosa. Por fim, falou Ir. Clarice. Assegurou ter dado um sim a Deus com toda convicção, confiada na sua graça. Agradeceu às pessoas que a acompanharam na formação, religiosos e religiosas, membros da comunidade, especialmente à sua família, berço da sua vocação. (Sua mensagem igualmente está mais à frente). O Ano da Família na Paróquia de Viadutos Com o incentivo do Pároco, Pe. Valdemar Zapelini, leigos da Paróquia de Viadutos, constituíram o grupo da pastoral familiar que planejou e coordenou a realização de diversas atividades em favor da família neste ano a ela dedicado na Diocese de Erexim, conforme seu Plano da Ação Evangelizadora. De março a dezembro, o grupo realizou uma atividade marcante em cada mês, com destaque para a visita às famílias da sede paroquial e cinco encontros de famílias nas comunidades rurais, em maio, julho, setembro, outubro e novembro; encenação do rosário no mês de maio; participação na preparação da festa do Sagrado Coração de Jesus e Santo Antonio, em junho; palestra com integrante da Escola de Pais de Erechim, Dr. Cezar Detoni na semana da família em agosto e tríduo de N. Sra. da Saúde em dezembro. Jovens em noite de oração antes do Natal Jovens de Paróquias de Erechim e de diversas localidades da região, como Severiano de Almeida, Aratiba, Jacutinga, Getúlio Vargas, Campinas do Sul e Passo Fundo, participaram da vigília de Natal desde as 22h do dia 23 de dezembro até às 06h do dia seguinte , no Santuário de Fátima. O encontro iniciou com missa às 22h, presidida pelo Pe. Maicon Malacarne e concelebrada pelos padres 20 - COMUNICAÇÃO DIOCESANA – Março / 2015 Sidmar Rech, Jóssi Golembiewski, Cezar Menegat e Valtuir Bolzan. No final da missa, dois jovens encenaram Maria e José. Depois da missa, os jovens foram alternando cantos, leituras bíblicas, recitação de salmos, silêncio e reflexões partilhadas. Participaram também em momentos da oração Dom Girônimo e o Pe. Cleocir Bonetti. Religiosos celebram datas especiais no Bairro Atlântico Pe. Fiorelo Collet celebrou 80 anos de vida e seu irmão, Frei Domingos, 60 de vida religiosa na Ordem dos Capuchinhos, em missa na manhã do dia 21 de dezembro, último domingo antes do Natal, na igreja Santa Luzia, Bairro Atlântico, concelebrada pelo pároco local, Pe. Moacir Noskoski, e Pe. Adelar De Davi, que ajuda na Paróquia. A celebração litúrgica, seguida de almoço de confraternização, reuniu familiares e amigos dos dois, especialmente do Pe. Fiorelo que residiu e atuou pastoralmente naquela paróquia em 2011 e que atualmente reside em Goiânia, GO, Arquidiocese à qual pertence. Frei Domingos, que não é o padre, mas irmão capuchinho, reside na Paróquia de André da Rocha, RS. Pe. Fiorelo Collet Nasceu Chapadão, paróquia de Paulo Bento, no dia 11 de julho de 1934. Ele é o quinto dos nove filhos de Ângelo Eugênio Collet e Amábile Mazzorollo Collet, já falecidos. Há bastante tempo, a família se transferiu para a cidade de Erechim. Pe. Fiorelo cursou o fundamental, ensino médio, filosofia e teologia nas casas de formação dos freis capuchinhos. Tem também pós-graduação em Sociologia e Orientação Educacional pela PUC de Belo Horizonte, MG; mestrado em Ciências da Religião, pela PUC de Goiânia, GO, curso de história no México e trabalho de pesquisa na América Latina, Caribe e Estados Unidos. Foi ordenado padre no dia 19 de dezembro de 1960, em Porto Alegre, RS. Seu lema de ordenação é: Eu vim para que todos tenham vida (Jo 10,10). Como padre, foi pároco de Rio Verde, GO, de 1963 a 1975. Vigário Paroquial e Pároco em Campo Grande, MS, de 1987 a 2000; Pároco e Vigário Paroquial em diversas paróquias de Goiânia, de 2001 a 2006; coordenador da Pastoral Universitária na PUC de Goiânia, de 2007 a 2010. Atuou no campo social e educacional, fundando uma Escola de Promoção Humana em Rio Verde, onde também participou ativamente da implantação do Ensino Superior. Foi professor universitário por muitos anos. Há mais dez anos, passou a integrar o presbitério da Arquidiocese de Goiânia, à qual ainda pertence. Frei Domingos Collet Nasceu no dia 02 de agosto de 1936, em Chapadão, Paulo Bento. Em 1947, entrou no Seminário dos capuchinhos. Fez seus primeiros votos em 31 de julho de 1955. Trabalhou nas seguintes localidades: Caxias do Sul, no jornal Correio Riograndense, por 5 anos; Aparecida do Tabuá, Mato Grosso, por 4 anos; em Veranópolis, no Seminário, por um ano; Em Bagé, no Instituto de Menores, por 20 anos; em Maracujá, SC, no Seminário, por 4 anos; em Bagé, novamente no Instituo de Menores, por 4 anos; em Caxias do Sul, no Correio Riograndense, por 10 anos; André da Rocha, na Paróquia, há 3 anos. No sepultamento da mãe do Pe. Olírio, Bispo destaca amor materno A Paróquia São Pedro de Sede Dourado, município de Aratiba, viveu o velório e o sepultamento de Atelma Streher, mãe do Pe. Olírio, dia 16 de janeiro. A missa de corpo presente foi presidida por Dom José e concelebrada por Dom Girônimo e 13 padres. Contou com a participação de dois diáconos, diversos ministros, representantes das paróquias de Gaurama, Jacutinga, Aratiba, Erechim e parentes de outras cidades do Estado e de fora dele. No início de sua homilia, Dom José se referiu ao luto de duas famílias, a Streher e a presbiteral, pois a mãe de um padre, por extensão, torna-se mãe dos outros presbíteros. A partir da leitura da missa, da primeira carta de São João, sobre o amor de Deus, o Bispo ressaltou o amor da mãe, que acolhe e protege a vida. Ela é o coração da família. Por isso, quando uma mãe falece, parte do coração da família vai para o céu com ela. A mãe é a ternura de Deus. É um ombro amigo em todas as fases de nossa vida. São João deixa claro que o amor vem de Deus Pai que nos ama com o coração de mãe. Vivendo esta experiência amorosa, Atelma ensinou a seus filhos este amor, ensinou o caminho cristão, o caminho da fé, da participação na comunidade, nas celebrações. A mãe parte, mas o testemunho fica. Testemunho de fé e de vida. O amor com que amou a levou até Deus. O coração que ama nunca se esvazia. Concluindo, fez um convite: não deixemos de amar, não deixemos morrer o amor em nós, pois o amor a Deus e aos irmãos é o caminho para a casa do Pai. 21 - COMUNICAÇÃO DIOCESANA – Março / 2015 Em nome dos presbíteros Pe. Bolzan destacou a presença muito especial do Pe. Olírio na família presbiteral e externou a comunhão e a solidariedade de todos com ele e com os familiares. Pe. Olírio em nome da família agradeceu a presença dos bispos, padres, diáconos, ministros, familiares, parentes e comunidades. Observou que este era o 4º momento em que todos os membros da família estavam presentes. O 1º foi na sua ordenação e primeira missa, o 2º nas bodas de ouro dos pais, o 3º nas bodas de diamante dos pais e o 4º neste dia, na partida da mãe. Concluiu com uma frase da mãe: “Eu tenho uma vida boa”! Há menos de dois meses, dia 25 de novembro, na mesma comunidade, houve velório e missa de corpo presente do pai do Pe. Altair Steffen. Atelma Ely Streher Atelma nasceu no dia 29 de outubro de 1927, em Linha Liso, Município de Aratiba. Tem duas irmãs e 4 irmãos, todos falecidos. Atelma, sendo a mais velha, foi a última a falecer. Com dois anos de vida, foi, com sua família, morar na Linha Santa Cecília, estrada entre Sede Dourado e Aratiba, local da sua morada até hoje. Casou-se com Libino Inácio Streher no dia 2 de fevereiro de 1946. Atelma tem dez filhos: Ari (casado com Loiri Maria Hilgert), Iraci Maria (casada com Flávio Kottwitz), Elói (casado com Ivaldina Isotton), Egon Antônio (casado com Cleusa Alves Pereira), Pe. Olírio, Valdir (casado com Ana Odete Dudek), Ademir (Casado com Zabelita Tonin), Gilmar (casado com Ires Trentin), Valdecir (casado com Marli Madalozzo) e Rosane Fátima (casada com Elói Matté). Atelma tem 21 netos, 13 bisnetos e 1 trineta. Incansável trabalhadora, manhã, tarde e noite. Muito atenciosa aos afazeres da casa. ‘Nas horas de folga’, ia trabalhar na horta, no jardim ou na roça. No domingo, a principal coisa a fazer: participar da missa, o que a impedia de fazer no último ano, devido às forças físicas debilitadas. Alegria dela era a família, família unida e reunida. Alegria especial era acolher a visita de seus filhos. Uma das últimas palavras ditas, ao ser perguntada por um filho: - “A mãe está contente?” - “Sim! Eu não tenho nenhum motivo para estar reclamando”, disse ela. Paróquias de Aratiba e Dourado reúnem animadores de canto Pe. Rudinei Lolato, Pároco da Paróquia São Tiago de Aratiba e Administrador Paroquial da Paróquia São Pedro de Sede Dourado, reuniu animadores de canto das comunidades para ensaio com o Pe. Olírio Streher, Pároco de Gaurama, na noite do dia 21 de janeiro, festa de Santa Inês, jovem mártir do início da Igreja. Com sua metodologia envolvente, Pe. Olírio fez os 79 participantes vibrarem com canções do tempo quaresmal, especialmente o hino da Campanha da Fraternidade deste ano, que tem como tema: Fraternidade, Igreja e Sociedade e o lema “Eu vim para servir”. O CD, o folheto o caderno com a partitura dos cantos ensaiados estão à disposição na Livraria Diocesana. Paróquia São Pedro de Erechim acolhe novo vigário paroquial Em missa às 18h, no dia 24 de janeiro, na igreja São Pedro de Erexim, dom José apresentará o novo vigário paroquial Pe. Adelar Pedro De David, que substituirá o Pe. Jóssi Golembiewski, que exercerá a mesma função na paróquia N. Sra. do Rosário de Barão de Cotegipe a partir do dia 30 de janeiro. Pe. Adelar será também responsável pela capelania do Hospital de Caridade, em conjunto com o Pároco, Pe. Paulo Bernardi. Pe. Jóssi foi vigário paroquial da São Pedro em 2010 e 2011 e em 2014. Em 2012 e 2013, foi Pároco da Paróquia N. Sra. Aparecida, Bela Vista. Nesses cinco anos, foi capelão do Hospital de Caridade e do Lar dos Velhinhos. 22 - COMUNICAÇÃO DIOCESANA – Março / 2015 Pe. Adelar Pedro De David Nasceu no dia 21 de julho de 1945, na Linha Lambedor de Severiano de Almeida. Estudou no Seminário de Fátima de Erechim, parte da filosofia no Seminário N. Sra. Imaculada Conceição de Viamão e parte na Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Fez Teologia na Pontifícia Universidade Católica de Porto Alegre. Posteriormente, já como padre, fez Mestrado em Teologia da Missão na América Latina em São Paulo. Foi ordenado padre no dia 16 de dezembro de 1972, em Severiano de Almeida. Trabalhou no Seminário de Fátima de 1973 a 1975, atuando também em Bairros da cidade e acompanhando a JOC, Ju- ventude Operária Católica. Por solicitação da CNBB, foi cedido pela Diocese para ser assistente da Juventude Operária Católica de 1976 a 1979, acompanhando também a Ação Católica Operária e a Pastoral Operária. De 1980 a 1981, trabalhou na Diocese de Nova Iguaçu, no Rio de Janeiro, onde foi assistente dos jovens, acompanhou os movimentos sociais com atuação de cristãos e participou da comissão pró-criação da Diocese de Duque de Caxias, na Baixada Fluminense. Passou a trabalhar na nova Diocese de 1982 a setembro de 2013, quando teve um ano sabático, tempo de estudo, reflexão e revigoramento, residindo em Severiano de Almeida e em Erexim. De outubro do ano passado até agora, ajudou na Paróquia Santa Luzia, Bairro Atlântico, onde motivou a criação de um núcleo local da Cooperativa de Habitação Central do Brasil, Coohabras. Na Diocese de Duque de Caxias exerceu diversas funções: foi o primeiro vigário geral, foi Coordenador de Pastoral, membro do Conselho de Presbíteros, vigário episcopal de uma região, foi pároco em cinco paróquias e por algum tempo responsável por três paróquias junto com dois padres e um diácono. Ajudou a constituir muitas Comunidades Eclesiais de Base e atuou nos movimentos populares, no projeto de combate à miséria e à fome e no do combate à desnutrição materno-infantil, no processo da Constituinte e no movimento pela ética na política. É um dos fundadores da Organização Não Governamental Centro de Ação Comunitária, CETAC, para a formação de militantes sindicais e de movimentos sociais. Bispo preside sepultamento de pai de funcionário da Cúria Diocesana Às 09h do dia 26 de janeiro, na igreja N. Sra. Aparecida, Bairro Bela Vista, Dom José, junto com o pároco, Pe. Cezar Menegat, e outros seis padres, presidiu missa de corpo presente do Senhor Roberto Darci Petzhold, pai de Juliano, funcionário da Cúria Diocesana há mais de vinte anos. Dom José refletiu com os fiéis sobre a experiência da morte, comum na vida de todos. Mesmo que não se queira pensar nela, é uma realidade, mas na fé em Cristo, ela é passagem para a ressurreição. O próprio Cristo assumiu a morte para abrir-nos o caminho da vida eterna, conforme a leitura da missa. Marta, figura do evangelho da celebração, manifestou que via em Cristo esperança de vida: “Se tivesses estado aqui, meu irmão teria morrido”. Mas ele lhe assegura: “Eu sou a ressurreição e a vida”. Toda pessoa, ao nascer, inicia a história de sua vida. Quem casa, inicia uma história de vida familiar. Partilha sua vida. Além da família, a comunidade é forma de partilhar a vida. Roberto, em sua vida, constituiu família e estava integrado na comunidade. A história de sua vida vai além dele e da própria família. Vai ser lembrado pela comunidade. Assim como as pessoas foram manifestar solidariedade a Marta e Maria, pela morte do irmão, Lázaro, os membros da comunidade se solidarizam com a família do falecido. Os familiares têm o consolo e o conforto das pessoas porque foi solidário e de grande de fé. Ninguém poderá apagar a história de sua vida. Por fim, desejou que Maria, a mãe de Jesus, acompanhe Roberto para apresenta-lo ao Pai. Roberto nasceu no dia 13 de fevereiro de 1939, em Getúlio Vargas. Aos 13 anos, quando a família já se mudara para Erechim, foi trabalhar na madeireira dos Irmãos Menegatti até se aposentar. Em 1962, casou com Delcyra Secchi, com quem teve 4 filhos (Rosângela, Roseleine, Clariston e Juliano) que lhe deram 4 netos (Bruna, Jéssica, Bernardo e João Felipe). Membro da comunidade N. Sra. Aparecida há 31 anos, foi coordenador do seu Conselho por dois períodos. Em consequência de acidente vascular cerebral, estava enfermo há 10 anos. Assembleia da Paróquia São Tiago, Aratiba Sob a coordenação do Pároco, Pe. Rudinei Lolatto, 147 lideranças das comunidades rurais e urbanas participaram de assembleia paroquial no dia 27 de janeiro, no Salão Comunitário de Aratiba. Pe. Rudinei apresentou a Pastoral do Dízimo e a prestação de contas da Paróquia no exercício de 2014. As lideranças também fizeram a avaliação dos trabalhos pastorais e administrativos realizados no ano que passou e levantaram sugestões para o corrente ano. Entre as diversas atividades previstas para este ano, a Paróquia terá a visita pastoral do Bispo Diocesano, Dom José Gislon. Para o Pároco, a assembleia é momento de afirmar a unidade na caminhada da Paróquia, em sintonia com a Diocese, e também de proporcionar às lideranças o exercício de pertença à Igreja’. 23 - COMUNICAÇÃO DIOCESANA – Março / 2015 Pe. Cleocir e Pe. Jóssi na condução da Paróquia de Barão de Cotegipe Dom José Gislon, acompanhado de 16 padres, muitos ministros, seminaristas e coroinhas, oficializou os padres Cleocir Bonetti e Jóssi Golembiewski no ministério de pároco e de vigário paroquial da Paróquia N. Sra. do Rosário de Barão de Cotegipe, em missa nesta sexta-feira, 30, às 19h30. No início da celebração, Pe. Altair, o pároco que concluía seu período na paróquia, acolheu o bispo e a todos os participantes, justificando a ausência do Pe. Luiz Warken, até agora vigário paroquial, em razão de estar em recuperação de cirurgia na clavícula esquerda, em consequência de acidente de carro. Dom José apresentou os dois padres que passam a conduzir a paróquia, com a leitura da provisão de sua nomeação. Pe. Cleocir Bonetti Pe. Cleocir nasceu no dia 07 de agosto de 1972, em Vista Alegre, Município e Paróquia de São Valentim. Fez o curso fundamental na Escola de Vista Alegre e no Colégio de São Valentim. Cursou o segundo grau no Seminário de Fátima, filosofia no Seminário de Viamão e teologia no Instituto de Teologia e Pastoral de Passo Fundo. Foi ordenado padre no dia 06 de fevereiro de 1999, na igreja de São Valentim. Trabalhou no Seminário de Fátima de 199 a 2001. De 2002 a agosto de 2005, foi vigário paroquial da Paróquia São Cristóvão de Erechim. De agosto de 2005 a agosto de 2008, esteve em Roma em curso de especialização em História da Igreja. De 2009 a 2014, foi assistente dos seminaristas da filosofia e teologia da Diocese de Erexim, em Passo Fundo. É professor do Instituto de Teologia de Passo Fundo. Pe. Jóssi Golembiewski Nasceu no dia 10 de setembro de 1980, em Gaurama. É o terceiro dos 4 filhos de Carlos Golembiewski (já falecido) e de Judite Lavandoski Golembiewski. Sua família residia no interior do município de Centenário, comunidade Lajeado Valeriano, pertencente à Paróquia Santa Ana, em Carlos Gomes. Atualmente, a mãe e o Túlio residem na comunidade Cristo Rei de São João da Urtiga, Diocese de Vacaria. Pe. Jóssi ingressou no Seminário Nossa Senhora de Fátima - Erechim, em 1995, cursando a oitava série. No ano de 1999 fez o curso Propedêutico e iniciou o curso de Filosofia na UPF- Universidade de Passo Fundo. Fez a Teologia no Instituto de Teologia e Pastoral, Itepa, em Passo Fundo. Foi ordenado diácono no início de 2009. No mesmo ano, exerceu o ministério diaconal na Paróquia Santa Luzia, Atlântico, Erechim. Foi ordenado padre no dia 19 de setembro de 2009. Como padre, continuou na Paróquia Santa Luzia até o final de 2009. Como Diácono e como Padre ajudava também na Paróquia de Erval Grande. Em 2010 e 2011, foi vigário-paroquial da Paróquia São Pedro, Erechim. Em 2012 e 2013, foi Pároco da Paróquia Na. Sra. Aparecida, Bairro Bela Vista, Erechim. De março de 2014 a janeiro de 2015, Vigário Paroquial da Paróquia são Pedro, Erechim. Itatiba do Sul viveu missões jovens De 5 a 8 de fevereiro, a Paróquia São Roque de Itatiba do Sul, na preparação da comemoração de seu jubileu de ouro, viveu as missões jovens, atividade da Pastoral da Juventude da Diocese no início de cada ano. Mais de 110 jovens de diversas paróquias da Diocese, da Arquidiocese de Passo Fundo e da Diocese de Vacaria visitaram as famílias, os estabelecimentos comerciais, as comunidades proporcionando momentos de oração com a bênção das casas e celebrações. 24 - COMUNICAÇÃO DIOCESANA – Março / 2015 O lema das atividades foi versículo do evangelho de São João: “Se vocês quiserem ser felizes, vão e coloquem isso em prática”. O símbolo foi o girassol, a flor que se volta para o sol da manhã à noite, lembrando que toda pessoa deve voltar-se a Cristo, Sol da justiça. Dom José esteve na abertura das missões, estimulando os jovens nesta iniciativa evangelizadora. Pe. Maicon, assessor diocesano da Pastoral da Juventude, e Pe. Cleberton Piotrowski, Pároco, presidiram a celebração de abertura e de conclusão das missões. Em menos de um mês, Pe. Olírio e irmãos sepultam mãe e pai No dia 07 de fevereiro, no hospital comunitário de Aratiba, faleceu Libino Inácio Streher, pai do Pe. Olírio, cuja mãe, Atelma, falecera no dia 15 passado. O sepultamento foi no dia seguinte, 08, domingo, às 16h, com missa de corpo presente na igreja São Pedro de Sede Dourado, presidida pelo Bispo Diocesano e concelebrada por Dom Girônimo e 17 padres, além do Pe. Olírio. Expressiva caravana de Gaurama, onde Pe. Olírio é Pároco, participou da missa. Bom número de pessoas de Jacutinga, onde ele também foi Pároco, e de Erechim, por sua ligação com o Santuário, também participou da missa, junto com muitos membros da comunidade e os familiares do falecido. De seus 10 filhos, apenas aquele que reside no Mato Grosso não conseguiu estar pela impossibilidade de chegar em tempo. Dom José falou do amor que uniu Libino e Atelma que ultrapassa a própria morte. (A íntegra da homilia do Bispo está acima, no bloco Reflexões de Dom José) No final da celebração, Pe. Olírio agradeceu a todos pela presença, especialmente ao irmão e cunhada que cuidaram dos pais até sua morte. Recordou que o corpo do seu pai estava num lugar em que muitas vezes estivera. Quando a igreja foi construída, ele foi um dos primeiros que ajudou a quebrar pedras e assentar a base dela. Nessa igreja, filhos dele casaram e ele foi ordenado padre. Em fevereiro de 1996, celebraram aí as bodas de ouro dos pais e em 2006, as de diamante, junto com outras datas jubilares da família, entre elas as de prata sacerdotal do próprio Pe. Olírio. Registrou, que pelo testemunho do irmão e da cunhada que cuidaram dos pais, os últimos anos foram o tempo em que mais namoraram. Ouviam-nos dizer: “Há quantos anos estamos juntos”, manifestando serem plenamente felizes. Por esta razão, quando Libino chegou à capela mortuária para o velório da esposa, exclamou: “Quase 70 anos juntos e tu vais embora?!” Concluiu testemunhando: “estamos todos com o coração dolorido, mas agradecido.” Antes de dar a bênção, Dom José registrou que o Pe. Olírio estaria de aniversário nesta segunda-feira, dia 09, apresentando-lhe os cumprimentos de todos e votos de que continue vivendo com alegria e plena doação seu ministério. Dados biográficos Filho de João Ströher e Etelvina Klein Ströher, Libino Inácio Streher nasceu no dia 25 de Novembro de 1920, em Picada Cará, Município de Feliz, na época, Município de São Sebastião do Caí. De 2 de maio de 1939 até 02 de abril de 1940, em tempo de 2ª Guerra Mundial, Libino serviu no Exército, 8 meses em São Leopoldo e 4 em Pelotas, na Unidade do 9º Regimento da Infantaria. Nesse tempo, foi mudado seu sobrenome: de Ströher para Streher. Ainda solteiro, Libino veio das “colônias velhas” no dia 1º de junho de 1941. Chegou em Três Arroios, onde permaneceu um mês. Depois foi trabalhar um ano na casa de seu irmão mais velho, José, na capela Nossa Senhora dos Navegantes, Porto Itá, Município de Aratiba. Morou três anos com sua irmã Leonora, casa do Claudino Schuch, em Sede Dourado Casou-se com Atelma Ely no dia 2 de fevereiro de 1946. Tiveram dez filhos: Ari Afonso (casado com Loiri Maria Hilgert), Iraci Maria (casada com Flávio Kottwitz), Elói Blasius (casado com Ivaldina Isotton), Egon Antônio (casado com Cleusa Alves Pereira), Pe. Olírio, Valdir (casado com Ana Odete Dudek), Ademir Roque (Casado com Zabelita Tonin), Gilmar Francisco (casado com Ires Trentin), Valdecir Pedro (casado com Marli Madalozzo) e Rosane Fátima (casada com Elói Matté). Os filhos lhes deram 21 netos, 13 bisnetos e 1 trineta. Libino foi internado no Hospital de Aratiba na tarde de sábado, dia 7 de fevereiro, vindo a falecer no mesmo dia às 21 horas. Há poucos dias, no dia 15 de janeiro, faleceu sua esposa Atelma Ely Streher. No dia 02 de fevereiro de 2015, teriam celebrado 69 anos de vida matrimonial. Agora, convivem eternamente no amor fiel que testemunharam em vida neste mundo. Paróquia São Pedro, de Sede Dourado, Aratiba realiza assembleia O Administrador Paroquial, Pe. Rudinei Lolatto, coordenou assembleia com 76 lideranças das comunidades da matriz e capelas, dia 26 de janeiro, no Salão Comunitário de Sede Dourado. Pe. Rudinei apresentou a Pastoral do Dízimo no exercício de 2014. As lideranças também fizeram a avaliação dos trabalhos pastorais e administrativos realizados no ano que passou e levantaram sugestões para o corrente ano. Entre as diversas atividades previstas para este ano, a Paróquia terá a visita pastoral do Bispo Diocesano, Dom José Gislon. Também esta Paróquia, a partir de maio, terá novamente seu novo pároco, Pe. Jorge Elias Dal’Agnol, atualmente pároco de Capoerê, para onde irá o Pe. Altair Steffen, natural de Sede Dourado. 25 - COMUNICAÇÃO DIOCESANA – Março / 2015 Dom Demétrio celebra jubileu de ouro de ordenação presbiteral e 75 anos de vida Dom Luiz Demétrio Valentini, Bispo de Jales, SP desde 15 agosto de 1982, natural de São Valentim, da Diocese de Erexim, completou 75 anos de vida no dia 31 de janeiro e 50 anos de ordenação sacerdotal, no dia 06 de fevereiro, com celebrações onde nasceu e onde trabalhou como padre. No dia 30, às 19h30, celebrou missa de ação de graças na igreja N. Sra. Medianeira, da Paróquia da Barra do Rio Azul, onde foi administrador paroquial de janeiro de 1978 a maio de 1982; No dia 31, às 18h, missa na igreja São Tiago, Aratiba, onde foi pároco também de janeiro de 1978 a maio de 1982; Dia primeiro de fevereiro, às 08h, missa no Santuário de Fátima, pois foi professor e reitor do Seminário de 1965 a 1977; às 10h30, missa na igreja São Valentim de São Valentim, de onde é natural e onde foi ordenado padre. Em cada celebração destacou algum aspecto marcante de sua vida na localidade. A celebração na Barra do Rio Azul O pároco, Pe. Nelson Longo, acolheu o Bispo jubilar. Presença especial na celebração foi a de seu colega de estudos, Dom José Mário Stroeher, Bispo de Rio Grande, bem como a de dois padres de Jales. Além do pároco, outros três padres e um diácono da Diocese de Erexim participaram da celebração, que teve especial animação por um vibrante grupo de canto. Na homilia, a partir do evangelho da última Ceia de Cristo, na qual instituiu a Eucaristia, o jubilar ressaltou que ela é o que de melhor e maior o padre pode realizar. Recordou que em sua ordenação episcopal, recebeu de presente daquela Paróquia o vaso para os óleos dos sacramentos, que tinha consigo. O sacramento que o bispo mais celebra é a crisma. Nos seus quase 33 anos de bispo confirmou muitas pessoas e ultimamente os filhos dos primeiros, o que o faz perceber o transcurso do tempo. Mais ainda como a fé se transmite de pais para filhos. Lembrou também seu trabalho na Diocese de Erexim na animação vocacional, cujos frutos são um bom número de padres. Fez relação da padroeira da Barra, N. Sra. Medianeira, com a Diocese de Santa Maria, onde se cultiva intensamente a devoção à Medianeira. Escolhendo esta padroeira, os fundadores expressaram sua com a Diocese a que então pertenciam. Por fim, lembrou sua sobrecarregada agenda de trabalhos quando pároco de Aratiba e Barra, com aulas na Universidade em Erechim e em escola em Aratiba. No final da celebração, os dois padres de Jales usaram da palavra para expressar a estima a seu bispo e o reconhecimento à Diocese de Erexim da qual ele é natural. 26 - COMUNICAÇÃO DIOCESANA – Março / 2015 O diácono Neudir Bagatini, saudou o jubilar destacando a vocação abraçada e a forma edificante como a vive. Dom José Mário, registrou que na véspera de sua ordenação presbiteral, em Roma, seu colega Demétrio lhe desejou que fosse um bom padre. Enalteceu no jubilar sua dedicação a Deus e à Igreja, com especial empenho pela justiça e pelos pobres. Caracterizou-o como bispo amigo, que transmite aos outros o amor de Deus derramado em seu coração. Destacou sua tenacidade e a capacidade de trabalho. Desejou que N. Sra. Medianeira acompanhe a todos sob seu manto azul e exortou o amor à família. Por mais problemas que haja na própria família, é sempre melhor do que não ter família. Pe. Valdemar recordou que foi pároco de Aratiba e Barra logo após Dom Demétrio ser nomeado Bispo. Também se referiu ao ritmo intenso de atividades dele. Manifestou admiração pelo entusiasmo e vitalidade de Dom José Mário. Por fim, o coordenador do conselho econômico da comunidade, Sílvio Madalozzo, em nome de todos, entregou um brinde ao jubilar. Concluída a celebração, houve jantar com padres e algumas lideranças. A celebração em Aratiba No dia de seus 75 anos de vida, 31 de janeiro, festa de São João Bosco, Dom Demétrio Valentini, Bispo de Jales, com Dom José e seis padres, presidiu missa na igreja São Tiago de Aratiba, celebrando seu jubileu de ouro de ordenação presbiteral. Depois do canto inicial, o pároco, Pe. Rudinei Lolatto, acolheu a todos e manifestou a alegria pela presença do ex-pároco, hoje bispo, acompanhado de dois padres de sua diocese. Em seguida, Dom José saudou o jubilar, destacando seu trabalho na diocese e disponibilidade ao chamado de Deus para assumir a função de sucessor dos apóstolos em Diocese distante daqui. Enalteceu também o gesto de retornar e celebrar o jubileu nas paróquias em que atuou antes de ser eleito bispo. Ao falar aos ex-paroquianos, Dom Demétrio afirmou ter muitos motivos de louvar a Deus, e o fazia a partir de alguns fatos. Começou por lembrar que recebeu de presente da Paróquia de Aratiba o anel de bispo. Mas não era o mesmo que está usando, pois um dia passou por um assalto em sua residência. Levaram-lhe o anel, algum dinheiro e alguns pertences. Mas não lhe levaram o mais importante a vida. A partir do episódio, disse agradecer a Deus por protegê-lo de muitos perigos, de acidentes no trânsito nas muitas vezes que viajou de carro a Brasília, a serviço da CNBB, percorrendo 882 km. Referindo-se mais diretamente às Paróquias de Aratiba e Barra, onde trabalhou de 1978 a maio de 1982, ressaltou a pluralidade cultural pela presença de várias etnias. Mencionou a presença dos franciscanos que atendiam a região a partir de Três Arroios. No seu espírito evangelizador, deram nomes de apóstolos a algumas comunidades: São Pedro, para Sede Dourado; São Tiago, para Aratiba; São João para Lajeado Ouro. Recordou o intenso trabalho no atendimento às duas paróquias, citando um domingo em que precisou celebrar duas missas em Aratiba, uma na Barra, duas em comunidades com festa, uma de sepultamento e participar de outra no encerramento de encontro de jovens, chamado Treinamento de Liderança Cristã (TLC). Registrou ter sido em Aratiba que recebeu correspondência da Nunciatura Apostólica informando de sua nomeação episcopal para Jales, que estava sem Bispo há um ano, o que denotava possíveis problemas. No final da missa, a coordenadora de Catequese Mengéle Fátima Wermeier Dalpont, em nome da comunidade, saudou o jubilar. Manifestou-lhe que muitos, em Aratiba, tiveram sua vida marcada pela presença de Dom Demétrio quando pároco. Deixou marcas, grande legado de fé e muitas boas lembranças. Citou frase do santo do dia, São João Bosco: “com amor, torna-te forte, humilde, robusto. A seu tempo, tudo compreenderás”. Citou também frase de texto do próprio jubilar: Precisamos animar pessoas com o nosso exemplo, acolhendo a Boa Nova no coração, deixando, como Cristo, um exemplo supremo de amor e torná-lo fonte inspiradora de nosso viver. Em nome da comunidade, o casal coordenador do Conselho Econômico lhe entregou um brinde. Depois da missa, o pároco convidou os dois bispos e os padres para o jantar, preparado pela funcionária da casa paroquial e por membros do Conselho Econômico. A celebração no Santuário de Fátima Depois da celebração jubilar nas paróquias em que trabalhou como padre, Barra do Rio Azul e Aratiba, Dom Demétrio presidiu missa de ação de graças por seus 50 anos de ordenação presbiteral no Santuário de Fátima, na manhã do dia primeiro de fevereiro, concelebrada pelo Pe. Valter Girelli, Diretor do Seminário, por dois padres de Jales e pelo Pe. Antonio Valentini Neto, do Centro Diocesano. No início da missa, Dom Demétrio agradeceu a oportunidade da celebração, pois lhe proporcionava reviver seus anos de estudo e seus trabalhos ligados ao Seminário: 5 anos como aluno, 3 anos como professor, 5 como reitor e 5 como coordenador diocesano da pastoral vocacional. Na homilia, referiu-se à leitura da missa que falava da bondade de Deus que a todos enriquece com sua graça em Cristo e nele escolhe pessoas para os serviços da Igreja e ao evangelho que narrava a instituição da eucaristia e a recomendação aos discípulos de serem servidores. Ressaltou que é sempre reconfortante ouvir que somos chamados e santificados por Deus. Disse que nestes dias, está recordando inúmeros momentos da vida e pessoas com quem viveu. Do Seminário de Fátima, destacou o ano de 1953, quando foi inaugurado e ele foi um dos seus primeiros 36 alunos. Funcionava numa construção de madeira. A construção do seminário de Tapera e de Erechim se deve a Dom Cláudio Colling, primeiro bispo da Diocese de Passo Fundo, criada em 10 de março de 1951. Antes pertencia a Santa Maria. Ainda no final de 1951, o seminário de Tapera estava pronto e iniciou suas atividades em 1952, onde foi dos primeiros alunos. Quem dirigiu as obras do seminário de Erechim foi o Cônego Dionísio Basso. A madeira veio das colônias de Monte Alegre. Os tijolos, de olaria da chácara do Seminário. Assegurou que aquele foi o melhor ano de seus estudos. A primeira aula, com o professor Vitalino Bevilaqua, foi debaixo de uma árvore, perto do campinho de futebol. Depois, foram no refeitório. Os alunos trabalhavam e estudavam. Colocaram cerca ao redor de todo o extenso terreno. Quando chegava um caminhão com tijolos para a construção do Seminário, interrompiam os estudos e iam descarregá-los. Faltavam condições, mas eram contentes e felizes. Em 1955, foi inaugurada a primeira ala, com a presença do Núncio Apostólico, Armando Lombardi. Em 1957, a segunda, com a presença do Presidente da República, Juscelino Kubitscheck de Oliveira. Em 1965, logo após sua ordenação sacerdotal, retornou ao seminário como professor. Estes e outros fatos do Seminário de Fátima, como aluno e como professor, lhe davam motivos de ação de graças. No final da celebração, o popular “Tuca” dirigiu breve saudação a Dom Demétrio, testemunhando que fora um pai para ele, no tempo em que estudou no seminário. Enalteceu sua competência e sua autenticidade. Em seguida, o Vereador Lucas Farina, entregou ao Bispo jubilar mensagem com votos de congratulações aprovada pela Comissão Representativa da Câmara Municipal de Vereadores de Erechim, por requerimento de sua autoria. A celebração em sua terra natal, São Valentim Concluindo as celebrações de seu jubileu de ouro presbiteral na região, na manhã deste domingo, Dom Demétrio presidiu missa na igreja São Valentim de São Valentim, onde foi ordenado no dia 6 de fevereiro de 1965, tendo a seu lado o colega de estudos e de trabalhos, o bispo emérito, Dom Girônimo Zanandréa, dois padres de Jales e cinco padres da Diocese. Na impossibilidade da presença do pároco, Pe. João Zappani, em missa em numa 27 - COMUNICAÇÃO DIOCESANA – Março / 2015 comunidade da paróquia, Pe. Antoninho fez o encaminhamento da missa, apresentando os bispos e os padres. Presença especial foi da senhora Inês Vaccaro, com 95 anos, madrinha de ordenação do jubilar. Em sua terra natal, na homilia, Dom Demétrio recordou o despertar de sua vocação, padres que marcaram os primeiros anos da Paróquia de São Valentim, seus estudos em Roma, no período do Concílio, e sua ordenação alguns meses depois de retornar de lá, para se reintegrar na realidade local. Fez referência ao Côn. Estanislau Pollon, por 40 anos Pároco da Paróquia de Barão de Cotegipe, à qual São Valentim pertencia até 1944. Criada a Paróquia, foram iniciados os trabalhos de construção da igreja da sede paroquial. Inicialmente, era para ser no morro atrás da atual. Porém, pela dificuldade de fazer o rebaixamento e de o povo depois ter acesso ao templo, ela foi construída embaixo. Foi erguida ao redor da antiga igrejinha de madeira, sem demoli-la, até que a nova estivesse quase pronta. Outro padre a que se referiu foi o primeiro pároco de São Valentim, de 1944 a 1958, Estêvão Vonsowski, simples, humilde, zeloso e com atenção especial às vocações, a quem se deve, certamente, a ordenação de diversos padres na paróquia. Na festa do padroeiro de 1944, no início da Paróquia, esteve presente o representante do bispo de Santa Maria, Mons. Oscar Bertoldo. Tendo ouvido que o menino Demétrio queria ser padre, deu-lhe uma moeda, com o valor, na época, de dois mil reis. Em 1950, com dez anos, foi para o seminário de Frederico Westphalen, levando quase dois dias para chegar lá. Mencionou ainda o Pe. Atalibo Lise, pároco de São Valentim de janeiro 1959 a maio de 1966, e que está enfermo há quase 9 anos. Com oração e sua enfermidade continua a fazer muito bem para a Paróquia e para a Diocese. Por fim, ressaltou que, com estas recordações históricas, com seu tempo de estudos e de trabalhos na Diocese como padre, 13 anos no Seminário e 4 e meio nas Paróquias de Aratiba e Barra do Rio Azul, se sentia feliz em celebrar missa de ação de graças com seus parentes e conterrâneos. Antes da conclusão da celebração, a senhora Lucimar Cortina dirigiu significativa mensagem a Dom Demétrio e um representante do conselho lhe entregou um brinde. Após a missa, houve almoço no salão paroquial, preparado e servido com esmero, competência e cordialidade pelo conselho econômico e colaboradores. Dom Demétrio Valentini Dom Luiz Demétrio Valentini nasceu no dia 31 de janeiro de 1940, em São Valentim-RS. Seus pais, já falecidos: Antônio Valentini e Tereza Bertoldi. Fez o primeiro grau nos Seminários de Frederico Westphalen, Tapera e Erechim, RS; o segundo grau no Seminário Menor, Erechim, de 1956 a 1958. Cursou Filosofia no Seminário Maior de Viamão, RS, de 1957 a 1960 e teologia na Pontifícia Universidade Gregoriana, em Roma, de 1960 a 1964. Mais tarde, fez a faculdade de Letras em Palmas, PR. Foi ordenado padre no dia 06 de fevereiro de 1965, em São Valentim, por Dom Cláudio Colling, então Bispo de Passo Fundo. Foi ordenado Bispo no dia 31 de julho de 1982, na Catedral São José, Erechim, também por Dom Cláudio Colling, mas agora Arcebispo de Porto Alegre. Como padre, exerceu as seguintes funções: Professor no Seminário Menor Na Sra. de Fátima de Erechim (1965-1969); Reitor do mesmo Seminário de Erechim (1968-1972); Professor na Universidade de Passo Fundo e no Centro Universitário de Erechim-RS; Promotor Vocacional da Diocese de Erexim (1973-1977); Coordenador do Setor Vocações e Ministérios e Professor na Escola de Servidores de Comunidade da Diocese de Erexim (1972-1978); Pároco de Aratiba e Administrador Paroquial da Barra do Rio Azul (1978-1982). Suas atividades como Bispo são: Responsável pela Pastoral Rural no Regional Sul 1; Membro da Comissão Episcopal de Pastoral da CNBB e, como tal, responsável pelo Setor de Pastoral Social, Presidente da Cáritas Brasileira e acompanhante da Comissão Brasileira de Justiça e 28 - COMUNICAÇÃO DIOCESANA – Março / 2015 Paz - por dois mandatos (1991-1998); Delegado à Assembleia Especial do Sínodo dos Bispos para a América por eleição da Assembleia da CNBB e confirmado pelo Papa João Paulo II (1997); Membro da Comissão Pós-Sinodal do Sínodo da América; Membro da Comissão Episcopal Pastoral para o Serviço da Caridade, da Justiça e da Paz-CNBB e novamente Presidente da Cáritas (2007-2011). Como Bispo de Jales, mantém diversos programas de rádio e redige muitos textos. Seu lema de Bispo é: “Venho para Servir”. A saudação do Papa ao jubilar Ao Venerável Irmão, Dom Luiz Demétrio Valentini, Bispo de Jales! No dia 06 do próximo mês de fevereiro, com alegria completarás 50 anos de tua Ordenação sacerdotal. Este evento singular de tua vida, por tantos dons concedidos neste longo espaço de tempo, se torna motivo de ação de graças Àquele de quem procedem todos os bens. Chamado a seguir os passos de Cristo, completados os estudos filosóficos e teológicos, seja no Seminário Arquidiocesano de Porto Alegre no Brasil, ou na Pontifícia Universidade Gregoriana em Roma, com ulterior formação literária, recebeste o Sacerdócio, e assumiste não poucos encargos na Diocese de Erexim, onde foste professor no Seminário Menor, e Reitor do Maior, Professor na Universidade, Promotor Vocacional e Pároco. Em 1982, por ato de nosso antecessor, o Santo Papa João Paulo Segundo, de feliz memória, foste nomeado Bispo da Diocese de Jales, com a finalidade precípua de orientar os fiéis, instruí-los e santificá-los, tendo um especial cuidado dos fiéis leigos, convocando-os a empenhar suas forças na missão evangelizadora, “que é o primeiro serviço que a Igreja pode prestar ao homem e à humanidade inteira em nosso tempo, que fez admiráveis progressos, mas parece ter perdido o sentido das coisas supremas e de sua própria vida” (Redemptoris Missio). Além disto, conhecemos o teu trabalho que prestaste e continuas prestando junto à Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, onde foste também responsável pela Cáritas, e também como delegado eleito para o Sínodo Especial para a América, e como membro da Comissão Especial do mesmo Sínodo. Celebrando pois o Jubileu de Ouro Sacerdotal, Venerável Irmão, muito te convém celebrar os louvores ao Pai Celeste, proclamando: “ó Senhor de todas as virtudes, quem será semelhante a ti?... Tu és meu Pai, meu Deus e o refúgio de minha vida” (Salmo 89, 9.27). Cristo, o Príncipe dos Pastores, sob o auspício de Nossa Senhora Aparecida, Padroeira do Brasil, com a intercessão de todos os santos desta Nação, de guarde, fortaleça e sustente, em sua providência e clemência. E como sinal e expressão de nossa fraterna caridade, seja a Bênção Apostólica, que desta sede de São Pedro te concedemos, e por teu meio, a toda a tua comunidade eclesial. Estejam sempre convosco, caríssimos filhos brasileiros, “a graça e a paz de Deus nosso Pai e de Cristo nosso Salvador!”. (Tit.1, 14. Vaticano, aos 08 de janeiro do ano de 2015, segundo de nosso Pontificado. Assinado: Francisco Para Dom José, Campanha da Fraternidade aborda realidades urgentes Às 18h do dia 18 de fevereiro, quarta-feira de cinzas, no subsolo da Catedral diocesana, Dom José fez a abertura da Campanha da Fraternidade deste ano para toda a região, com transmissão de diversas emissoras de rádio. Na ocasião, ele assim se pronunciou: Saúdo com estima e afeto fraterno os irmãos e irmãs que se encontram aqui no subsolo da Catedral São José. Saúdo a todos os rádio-ouvintes da rede de emissoras da região, em cadeia com a rádio Difusão Sulriograndense AM de Erechim. Saúdo a você que está enfermo, tendo presente a compaixão de Jesus por aqueles que padecem com a enfermidade. A celebração da vida de fé do povo de Deus é marcada pelos acontecimentos que envolvem a sua caminhada na história. Ao longo dos últimos cinquenta anos, através da Campanha da Fraternidade, a Igreja Católica no Brasil tem abordado temas pertinentes da nossa sociedade, que afligem milhões de irmãos e irmãs. Graças a ela, muitas realidades que amarguravam a vida do nosso povo tornaram-se conhecidas e receberam atenção especial por parte da sociedade e das autoridades competentes. A Campanha da Fraternidade de 2015 tem como tema: “Fraternidade: Igreja e Sociedade”. E o lema: “Eu vim para servir” (Mc 10,45). O objetivo geral desta campanha é aprofundar, à luz do Evangelho, o diálogo e a colaboração entre a Igreja e a sociedade, propostos pelo Concílio Ecumênico Vaticano II, como serviço ao povo brasileiro, para a edificação do Reino de Deus. Neste tempo da Quaresma, queremos recordar juntos, como povo de Deus a caminho da casa do Pai, o mandato missioná- rio de Jesus. Lembrando que na sua essência, a Igreja é, antes de tudo, uma comunidade em saída (em missão). A Missão recebida do próprio Senhor é de anunciar o Reino, sem medo, indo ao encontro dos excluídos, e convidá-los para seguirem Jesus, caminho, verdade e vida, que nos conduz ao Pai. Por isso, tomo a liberdade de convidar você a fazer deste tempo da Quaresma um tempo especial da graça de Deus em sua vida, a caminho da Páscoa do Senhor. Quaresma é tempo de conversão. No Antigo Testamento, conversão significa dar meia volta, voltar atrás, de um caminho errado. Quem erra a estrada deve voltar sobre os próprios passos e buscar o caminho certo, mas, sobretudo deve voltar a uma Pessoa que o espera, o Pai de misericórdia que o ama e aguarda o seu retorno. Na vida não é importante a situação da qual iniciamos um processo de conversão, mas aquela aonde queremos chegar. O Reino de Deus está entre nós na pessoa de Jesus, e entra na realidade concreta da vida de cada um pedindo para ser aceito. Estimados irmãos, em comunhão com todas Dioceses do Brasil, declaro aberta a CF – 2015 na Diocese de Erexim e convoco os ministros ordenados, instituídos e oficializados, outros agentes de pastoral, as comunidades e as famílias da Diocese a viver com alegria e muitos frutos de conversão este tempo quaresmal. Exorto a todas as pessoas de boa vontade a trabalharmos juntos na superação de tudo o que fere a dignidade de cada pessoa humana. Invoquemos a bênção Deus para vivermos com proveito este tempo especial que Ele nos oferece. 29 - COMUNICAÇÃO DIOCESANA – Março / 2015 Cinzas, sinal da transitoriedade humana e da misericórdia divina Acompanhado pelos padres da Catedral e da Cúria, Dom José presidiu missa com imposição de cinzas às 18h15 do dia 18 de fevereiro, no subsolo da Catedral, após ter feito a abertura da Campanha da Fraternidade deste ano, sobre Igreja e Sociedade, com o lema “eu vim para servir”. Ressaltou que o rito da imposição das cinzas, no início da caminhada quaresmal, quer recordar o quanto é frágil e passageiro o ser humano, mas também o quanto ele é amado pela misericórdia de Deus e precioso aos seus olhos, que, em sua generosidade, não deixou de dar o seu próprio Filho para a sua salvação. Daí que este tempo de preparação à Páscoa é um chamado a cada pessoa se reencontrar consigo mesmo, ajudado por uma vida espiritual mais intensa, marcada pela oração, pelo jejum e pela caridade. Destacou que, através da Campanha da Fraternidade convida seus filhos e filhas a trabalharem para que as estruturas, as leis, a organização da sociedade estejam a serviço de todos, a exemplo de Cristo que veio para servir e não para ser servido. Mencionou a mensagem do Papa Francisco para a Quaresma na qual ele exorta a todos a superar a tentação da indiferença para com Deus e para com o próximo, ouvindo o brado dos profetas que levantam a voz para as pessoas tomarem consciência do que se passa. Advertiu também para o risco da incoerência de professar o ser cristão com os lábios, mas negá-lo com as ações e atitudes, que escandalizam, ferem e fazem sofrer os irmãos da própria comunidade. Milhares de romeiros da Terra em David Canabarro Mais de dez mil pessoas participaram da 38ª Romaria da Terra, dia 17 de fevereiro, em David Canabarro, Arquidiocese de Passo Fundo. Bom grupo da Diocese de Erexim estava entre elas. A partir das 07h30, os romeiros foram acolhidos pelo Arcebispo de Passo Fundo, Dom Antonio Carlos Altieri e equipe de recepção em frente à igreja Sagrada Família. Para Dom Altieri, “nesse dia, a Arquidiocese se torna casa comum onde se reúnem os filhos e filhas com a maternal bênção da Mãe Aparecida”. De lá partiram em procissão num percurso de aproximadamente 2 km até o Módulo Esportivo Municipal. A procissão teve três paradas para reflexão sobre temáticas específicas, dentro do tema geral da Romaria, sucessão rural familiar, políticas públicas e sustentabilidade social, à luz do seu lema: eu darei esta terra à sua descendência, que é a promessa de Deus a Abraão. A primeira parada esteve a cargo da Emater, e abordou a sucessão rural familiar. A segunda, a cargo da Cáritas Arquidiocesana, destacou o pedido do Papa: “Por favor, continuem na luta pela dignidade da família rural, pela água, pela vida e para que todos possam se beneficiar dos frutos da terra”. A terceira, sob a coordenação do MST, aprofundou a temática das políticas públicas. Na culminância da procissão, houve a missa presidida pelo Arcebispo de Passo Fundo e concelebrada por outros 8 bispos do Rio Grande do Sul e pelo Bispo de Chapecó e muitos padres. (Estavam presentes, além do Ar30 - COMUNICAÇÃO DIOCESANA – Março / 2015 cebispo local, Dom Jaime Spengler, Arcebispo de Porto Alegre, Dom José Gislon, de Erexim, Dom José Mário Stroeher, de Rio Grande, Dom Canísio Klaus, de Santa Cruz do Sul, Dom Sinésio Bohn, emérito de Santa Cruz do Sul, Dom Remídio José Bohn, de Cachoeira do Sul, Dom Liro Vendelino Meurer, de Santo Ângelo, Dom Odelir José Magri, de Chapecó e Dom Alessandro Rufinoni, de Caxias do Sul). Na homilia, Dom Altieri citou o Papa Francisco, que, no encontro com representantes de Movimentos Populares, em outubro passado, destacava três grandes aspirações e necessidades de todo ser humano: terra, casa e trabalho. Recordou a mensagem bíblica sobre a criação que indica a missão do homem e da mulher de serem os guardiães da terra, que deve ser um grande jardim onde todos possam viver com dignidade, sem as desigualdades e a corrupção presentes em nossa sociedade. Mencionou o anseio dos jovens pelo uso consciente da terra. Concluiu com um louvor e uma exortação. “Bendito o fruto da terra e do trabalho humano. Bendito o suor de quem o produz. Benditas as famílias do mundo inteiro que acreditam e não deixam morrer a fé, a história, as lutas, a utopia e o júbilo da esperança que se concretiza no bem de todos. Que a fé no Deus de toda Terra, que o testemunho dos mártires de nossas Américas, que o grito de nossos lábios e do nosso coração convertido ao Amor e a força de nossa união despertem as autoridades responsáveis pelo cuidado de nosso povo, pelo bem viver de todos”. Jovens em acampamento e na Romaria da Terra Nos dois dias anteriores à Romaria da Terra, mais de 450 jovens do Estado participaram do 10º Acampamento da Juventude. Mais de 40 eram da Diocese de Erexim. No primeiro dia, domingo, houve painéis sobre Gênero, Modelo de produção, Sustentabilidade e Direitos Humanos. No segundo dia, segunda-feira, os grupos aprofundaram aspectos levantados nos painéis, especialmente sobre a sucessão rural e as questões de gênero. Realizaram também atividades sobre mística e espiritualidade das causas sociais, abelhas nativas, teatro e juventude rural, filtro dos sonhos, agitação e propaganda, sucessão rural familiar e autonomia, sistemas agroecológicos e frutas nativas, necessidades e desejos da juventude rural, cooperativismo e sindicalismo, juventudes e protagonismo por culturas de paz, juventude e reforma política, produção de insumos alternativos e economia popular solidária. Para dom Altieri, o 10º Acampamento da Juventude foi “uma oportunidade para a juventude se sentir parte integrante e responsável na luta pela justiça e pela paz entre os povos. A força da juventude é fundamental nesta empreitada da vida”. Os jovens do 10º Acampamento da Juventude tiveram participação intensa também na Romaria da Terra, acolhendo os romeiros e romeiras e auxiliando nos momentos de celebração, mística e animação. Mostra de Ações Sociais Solidárias Já na última Romaria de N. Sra. Aparecida, no mês de outubro, em Passo Fundo, houve uma Mostra de Ações Sociais da Arquidiocese, visando divulgar e fortalecer o trabalho de promoção humana. Na Romaria da Terra, a experiência foi repetida, sendo coordenada pela Cáritas Arquidiocesana, com a participação de mais de 60 grupos, entre eles empreendimentos da Economia Popular Solidária e agroindústrias da região. Entre os produtos comercializados estavam artesanatos, panificação, lanches, sucos, hortigranjeiros e orgânicos. Carta da 38ª Romaria da Terra Na conclusão das atividades do dia, com a bênção do envio, foi lida a Carta desta Romaria da Terra. Ela inicia lembrando o tema e o lema da mesma: Sucessão Rural Familiar, Políticas Públicas e Sustentabilidade Social, com o lema: “Eu darei esta terra à sua descendência”. Defende um projeto social que garanta a vida, colocando no centro o ser humano e a vida na terra. Apresenta alguns compromissos, entre eles: denúncia do sistema capitalista, intrinsecamente perverso; defesa da democracia e do direito do povo brasileiro escolher o seu caminho; luta contra a privatização dos serviços públicos: combate à desmoralização, à criminalização e à repressão dos Movimentos Sociais Populares e suas causas; retomada e aprofundamento da Reforma Agrária, condição inclusive para avançar na agroecologia e na agricultura familiar e camponesa; esforço para exigir o compromisso do Congresso Nacional com o Plebiscito oficial por uma Constituinte Exclusiva e Soberana pela Reforma do Sistema Político; denúncia e combate da violência e extermínio das juventudes, especialmente a pobre, negra e marginalizada e outros. Na conclusão da carta, os romeiros se declaram animados e encorajados por tantas testemunhas que doaram suas vidas por estas causas, e, inspirados pelas palavras do Papa Francisco no encontro com os movimentos populares, quando afirmou “O amor pelos pobres está no centro do Evangelho” e que “Terra, teto e trabalho são direitos sagrados”. Manifestam sua confiança no Reino de Deus, cuja plenitude só se realizará quando não houver “nenhuma família sem casa, nenhum camponês sem terra, nenhum trabalhador sem direitos”. Renovam o desejo de que os bons frutos desta Romaria da Terra possam repercutir na vida de todas as nossas comunidades de fé e de luta. Local da próxima Romaria da Terra A 39ª Romaria da Terra do Rio Grande do Sul e o Décimo Primeiro Acampamento da Juventude serão no município de São Gabriel, na Diocese de Bagé. Os eventos comemorarão os 260 anos da morte de Sepé Tiaraju, líder indígena na defesa da terra do seu povo, e o início das romarias, em 1978. (Com informações e fotos de Pe. Valtuir Bolzan e Victória Holzbach, assessora de comunicação da Arquidiocese de Passo Fundo). 31 - COMUNICAÇÃO DIOCESANA – Março / 2015 A alegria do Evangelho: uma Igreja que se renova Ao enviar os discípulos, Jesus dirigiu-os “às ovelhas perdidas”. A missão deles era proclamar a proximidade do Reino dos Céus. Por isso, eles deviam “curar os doentes, ressuscitar os mortos, purificar os leprosos, expulsar os demônios”. Tudo devia ser feito no espírito de gratuidade: “De graça recebestes, de graça dai” (Mt 10,6-8). E foram enviados para tornarem todas as nações “discípulos” de Jesus (Mt 28,19). Vê-se, portanto, que a perspectiva missionária, transformadora e geradora de vida perpassa a missão de Jesus. O Evangelho é sempre o fundamento de nossa fé, da vida cristã e da missão da Igreja. À luz da Palavra de Jesus, a missão da Igreja é evangelizar, isto é, dar continuidade àquilo que Jesus “começou a fazer e ensinar” (At 1,1). Por isso, assim se expressou o Papa Paulo VI: “... a tarefa de evangelizar todos os homens constitui a missão essencial da Igreja [...]. Evangelizar constitui, de fato, a graça e a vocação própria da Igreja, a sua mais profunda identidade. Ela existe para evangelizar” (EN 14). Com o Concílio Vaticano II (1962-1965), a Igreja entendeu-se mais como discípula da Palavra de Deus, abrindo-se ao mundo moderno com espírito de diálogo. Por isso afirmou que “as alegrias e os sofrimentos, as esperanças e as angústias dos homens do nosso tempo, são também as alegrias e os sofrimento, as esperanças e as angústias dos discípulos de Cristo...” (GS 1). Diante do contexto sócio eclesial atual, o Papa Francisco, com a Exortação Apostólica A Alegria do Evangelho, convida toda a Igreja para uma “nova etapa evangelizadora”, marcada pela “alegria” do anúncio do Evangelho. Seu objetivo é “indicar caminhos para o percurso da Igreja nos próximos anos” (n. 1). Quer mostrar, portanto, por onde a Igreja deve caminhar. Nas palavras introdutórias (n. 1-18), o Papa destaca: a necessidade de abrir-se ao outro, não se fechando nos próprios interesses (n. 2); a importância do encontro pessoal com Jesus Cristo (n. 3); o valor da Palavra de Deus na evangelização (n. 4); a beleza de compreender o projeto de Jesus como fonte de alegria: “para que a vossa alegria seja completa” (Jo 15,11) (n. 5); a importância da simplicidade de vida (n. 7); a grandeza da abertura ao outro: “quem deseja viver com dignidade e em plenitude, não tem outro caminho senão reconhecer o outro e buscar o seu bem” (n. 9). Na sequência, o Papa Francisco ressalta que “na doação, a vida se fortalece” e, “no comodismo e no isolamento”, ela “se enfraquece”. Por isso, ele faz um forte apelo: “recuperemos e aumentemos o fervor de espírito, ‘a suave e reconfortante alegria de evangelizar, mesmo quando for preciso semear com lágrimas!’” (n. 10). Para ele, “a Igreja cresce não por proselitismo, mas ‘por atração’” (n. 14). Segundo o Papa Francisco, “a atividade missionária”, no contexto atual, “representa o máximo desafio para a Igreja” e “a causa missionária deve ser [...] a primeira de todas as causas” da Igreja (n. 15). Questões para refletir: 1. Que relação há entre a missão que Jesus deu aos apóstolos e a missão da Igreja, hoje? 2. Que Igreja quer o Papa Francisco para os dias atuais? Cuidado, frágil! Há algum tempo, apareceu uma reflexão sobre o celular e a Bíblia. O texto lembra que o aparelho se tornou peça onipresente na vida das pessoas. Para algumas, é o primeiro objeto a colocar na bolsa ou no bolso. Perceber-se sem ele, causa-lhes inquietação e insegurança. A propósito, o autor questionava: por que não se dá a mesma atenção para a Bíblia? A pergunta poderia significar também: por que não se dá a mesma atenção à oração, à celebração litúrgica dominical da comunidade, ao diálogo na família e no ambiente de trabalho, à participação voluntária e solidária em obras sociais e serviços comunitários, à preservação pessoal contra a corrupção e qualquer tipo de ilícito...? 32 - COMUNICAÇÃO DIOCESANA – Março / 2015 A inscrição e os sinais nas embalagens comerciais e de viagem podem também sugerir especial reflexão. Trata-se das palavras: “cuidado, frágil” e da seta virada para cima, indicando a posição em que o objeto deve ser mantido. À inscrição e à seta, pode-se juntar as normas para o transporte de animais de estimação em viagens e os cuidados que as pessoas dedicam a eles. E se fosse ter o mesmo cuidado com a vida humana, especialmente das pessoas mais frágeis, as crianças, os doentes, as de situação de vulnerabilidade social? Mencionando isto, alguém me dizia incisivamente: mas é assunto polêmico. Mas nem por isto deve ser silenciado. Nada contra os bichinhos de estimação. São Francisco tratava os animais com familiaridade, mesmo o lobo feroz que ameaçava a população de Assis. Mas será que se dá o mesmo carinho dedicado a eles às pessoas da convivência diária? Este carinho será mesmo altruísta ou esconde sutil egoísmo que os transforma em mero objeto de compensação? E o que é canalizado a eles em alimentação, em tempo, em tratamento de saúde e de higiene, enquanto a tantas pessoas faltam estes cuidados? Segundo dados da Abinpet (Associação Brasileira da Indústria de Produtos para Animais de Estimação), em seu site, em 2012, as indústrias ligadas ao setor faturaram R$ 14,2 bilhões. Os Estados Unidos lideram o mercado mundial (30%), seguidos em segundo lugar por Brasil e Japão (8%), Reino Unido (7%), França (6%) e Alemanha (6%). Conforme a mesma associação, gastos com animais de estimação chegam a ocupar 44,7% do orçamento da classe E. As estimativas são de que há 60 milhões de animais domésticos nas casas brasileiras. Muitas delas chegam a gastar R$ 600,00 por mês com os seus. A seta nas embalagens indica para cima. E se procurássemos sempre os “valores do alto”, como recomenda São Paulo: “Se ressuscitastes com Cristo, buscai as coisas do alto, onde Cristo está sentado à direita de Deus. Afeiçoai-vos às coisas lá de cima e não às da terra. Porque estais mortos e a vossa vida está escondida com Cristo em Deus”. Se nunca invertêssemos a ordem dos valores e princípios fundamentais da vida? Papa Francisco, na exortação A Alegria do Evangelho, falando de alguns desafios a serem enfrentados na evangelização, adverte que na “cultura dominante, ocupa o primeiro lugar aquilo que é exterior, imediato, visível, rápido, superficial, provisório. O real cede o lugar à aparência. Em muitos países, a globalização comportou uma acelerada deterioração das raízes culturais com a invasão de tendências pertencentes a outras culturas, economicamente desenvolvidas mas eticamente debilitadas” (nº 62). Na sequência, Francisco alerta que “vivemos numa sociedade da informação que nos satura indiscriminadamente de dados, todos postos ao mesmo nível, e acaba por nos conduzir a uma tremenda superficialidade no momento de enquadrar as questões morais. Por conseguinte, torna-se necessária uma educação que ensine a pensar criticamente e ofereça um caminho de amadurecimento nos valores” (nº 64). Lembra também a importância de uma cultura popular evangelizada, pois contém “valores de fé e solidariedade que podem provocar o desenvolvimento duma sociedade mais justa e crente, e possui uma sabedoria peculiar que devemos saber reconhecer com olhar agradecido” (nº 68). Na atual crise hídrica, com racionamento de água e ameaça de colapso na energia elétrica, percebe-se mais vivamente a necessidade do cuidado com este dom natural, indispensável para a vida neste planeta. Porém, muitos permanecem insensíveis. Logo que passar, volta-se ao desperdício rotineiro. Muitos cientistas apontam para a situação dramática do meio ambiente. O cuidado com ele se torna um desafio cada vez mais dramático e urgente. Mas ninguém cede. Países ricos não querem renunciar à quota necessária de diminuição do nível de consumo a que chegaram. No evangelho, Cristo admoesta a respeito da atitude do descuido, da falta de atenção para a realidade, lembrando o tempo de Noé, quando ninguém dava a mínima e veio o dilúvio e os levou a todos (Mt 24,36-39). O cuidado tem, pois, muitas dimensões. A fundamental é a humana. Papa Francisco exorta com frequência a superarmos a cultura da indiferença para sermos solidários com todos, especialmente com os mais necessitados. Entre eles, estão os mais frágeis, as crianças e os idosos. Devemos cuidar de nós próprios e dos outros, da vida e dos dons que com ela Deus nos concede. A carta aos colossenses pede o cuidado para que ninguém nos engane com filosofias e vãos sofismas baseados nas tradições humanas, nos rudimentos do mundo, em vez de se apoiar em Cristo. São frequentes também os apelos bíblicos à vigilância, à atenção para não haver nenhum desvio do caminho de Deus. “Vigiai” recomenda Cristo, porque não se sabe nem o dia nem a hora... (Mt 24, 42; Mc 13,33ss). A carta aos Hebreus recomenda com firmeza: “Cuidai para que ninguém abandone a graça de Deus. Que nenhuma raiz venenosa cresça no meio de vós, tumultuando e contaminando a comunidade” (Hb 12, 15). Leonardo Boff afirma que há uma falta incomensurável de cuidado. Esta falta tem como consequência número sempre maior de pobres, de crianças nas ruas, idosos sem assistência, milhões de pessoas sem viverem o tempo que poderiam e a terra explorada predatoriamente, comprometendo o futuro da vida no Planeta. Para ele, sem cuidado, o ser humano não sobrevive. “Um recém-nascido deixado a si mesmo, após poucas horas, morre. Se não cuidarmos de nossa saúde, de nossa formação permanente e de nossa espiritualidade, lentamente, vamos degenerando, adoecemos, nos desatualizamos e embrutecemos. O cuidado é a maior força que se opõe à lei suprema da entropia, vale dizer, do desgaste natural das coisas. Tudo o que cuidamos dura muito mais, desde a camisa que usamos até as mãos que escrevem este texto” (site do autor - https://leonardoboff. wordpress.com). Deus cuida de nós e de toda a sua obra. Nós devemos cuidar de nós, dos outros e de tudo o que nos rodeia e que faz parte de nossa vida. O desafio é o cuidado do essencial, daquilo de que devemos cuidar mais e do que nem tanto. Conforme ainda Leonardo Boff, sem este “cuidado, transformado em paradigma de compreensão e de atuação e articulado com a solidariedade e a responsabilidade poderá salvar a vida, a espécie humana e o planeta Terra. Sem ele não há paz nem alegria de viver”. Erechim, 21 de fevereiro de 2015. Pe. Antonio Valentini Neto, a serviço no Centro Diocesano. 33 - COMUNICAÇÃO DIOCESANA – Março / 2015 Dinâmica do Setor Animação Bíblico-Catequética (69) Tânia Madalosso, coordenadora. Dinâmica de Acolhida: Esta é bem conhecida, mas sempre bom relembrar e aplicar (pode-se aplicar em todas as etapas). Ao iniciar um encontro de Catequese, é importante acolher bem nossos catequizandos. Durante a narrativa da história o grupo deve fazer gestos a cada vez que aparecem as palavras, procurando pessoas diferentes a cada vez que o gesto se repetir. Incentive a turma a fazer os gestos com rapidez, sem retardar o ritmo da narrativa. PAZ – Um aperto de mão NARRATIVA: Era uma vez uma pessoa chamada Amor. Aquela pessoa chamada Amor sonhava sempre com a paz. Certo dia, descobriu que a vida só teria sentido quando ele encontrasse a paz. E foi exatamente naquele dia que o Amor saiu à procura da paz. Chegou ao local aonde ia todos os dias e encontrou os seus amigos com um sorriso nos lábios. Então, Amor começou a perceber que o sorriso dos amigos comunicava a paz. E percebeu que a paz existe no íntimo de cada pessoa e, para vê-la basta aprender a dar um sorriso. No mesmo instante, seus amigos perguntaram juntos: Amor, ó Amor! Você sabe onde está a paz? Ao que ele respondeu: Sim, encontrei a paz. Ela existe dentro de cada um de nós. Basta sabermos dar um sorriso. Então, todos os que têm Amor tragam a paz e o sorriso para cá. E assim, todos ouçam: Bem-vindo! AMOR – Bater palmas três vezes SORRISO – Uma gargalhada Ervas e alimentos medicinais (74) Pe. Ivacir Franco CNF/MT nº. 0120. Ipê Amarelo dwith Tabebuia alba, San- Pertence à família das Bignoneáceas Também conhecido como: Ipê, árvore-símbolo-do-Brasil O Ipê Amarelo é uma árvore adaptada ao Brasil todo. Quando adulto chega atingir 15 metros de altura. Apresenta folhas verdes compostas de três folíolos ásperos. As suas flores são de cor amarelo-dourado e floresce na primavera na região Sul. É a árvore símbolo do Brasil. Propriedades medicinais: Pode ser usado dele a entre casca, os ramos novos e a flor. Consumindo suas flores em forma de chá encontra-se moderadamente a vitamina C que é um antioxidante que tem capacidade de proteger o organismo dos danos 34 - COMUNICAÇÃO DIOCESANA – Março / 2015 provocados pelo estresse, e equilibra o organismo todo. Para quem utilizar fazer o chá de sua casca ou os ramos novos o mesmo é moderadamente depurativo do sangue, pois ajuda a eliminar os pruridos e eczemas do organismo e da pele toda. Também desta forma é feito o chá que auxilia bastante a diminuir as dores provocadas pelo reumatismo e dores ligadas aos ossos. Também o chá de sua casca ajuda no combate de ulceras, e ajuda a diminuir as inflamações na mucosa, feridas na boca na gengiva e na garganta. Muitos usam do mesmo também em forma de chá para eliminar a água do inchaço das pernas e diminuir as dores em geral, pois o mesmo é um ótimo calmante. Para quem consumir o chá dos brotos novos o mesmo age contra tumores internos e ao mesmo tempo diminuindo a dor que também é moderadamente analgésico. Nossos índios e primitivos usam fazer o banho com a flor do mesmo para diminuir a dor provocada por entorses, hematomas e dores em geral. Muitos usam também fazer o banho do mesmo misturando as flores e os brotos novos para purificar feridas e também para eliminar coceiras diversas. Obs.: A mulher no período da gestação ou lactação não deve consumir o chá do mesmo. 73ª Receita de Culinária Daniela Guerra, Erval Grande Estrogonofe de Chocolate INGREDIENTES - duas latas de leite condensado; - 395 ml de leite; - seis colheres de chocolate em pó; - seis ovos; - uma colher de sopa de manteiga - uma cx. de creme de leite; - 100 g de nozes picadas - 400 g de chocolate ao leite em lascas; MODO DE PREPARO: 1. Misture o leite condensado, o leite e o chocolate em pó. 2. Junte as gemas peneiradas e a manteiga e leve ao fogo baixo sem parar de mexer até ponto de brigadeiro mole. Deixe esfriar. 3. Bata as claras em neve e incorpore-as devagar ao creme. 4. Acrescente o creme de leite, as nozes, o chocolate ao leite em lascas e o rum. Mexa e distribua em taças. Sirva gelado. - 50 ml de Rum. Falecimento do Diácono emérito Domingos Coan Na manhã do dia 06 de janeiro, faleceu o diácono emérito da comunidade N. Sra. do Rosário, Rio Negro, da Paróquia da Catedral São José, Domingos Coan. Seu sepultamento foi no dia seguinte, 07 de janeiro, com missa de corpo presente naquela comunidade, presidida pelo Bispo Diocesano, Dom José Gislon. Domingos nasceu no dia 16 de abril de 1928. Estava, pois, com 86 anos. Era o primeiro dos seis filhos de Bernardo e Irene Coan, membros do grupo de fundadores da comunidade. Ele casou com Clarice Tereza Calegaro em 14 de maio de 1955. O casal teve cinco filhos - Maria Nilce, Inésia, Carlos, Ivete e Neu- sa. Sempre atuante na comunidade, especialmente na liturgia, em 1975, fez o curso de preparação ao diaconato. Foi ordenado diácono no dia 05 de junho de 1983. Em 31 de outubro de 2006, o então Bispo Diocesano, Dom Girônimo Zanandréa, aceitou seu pedido de renúncia ao ofício de diácono, por “sentir-se debilitado fisicamente e por já contar com setenta e oito anos de idade”, passando a ser diácono emérito. (A foto é de primeiro de maio de 2011, por ocasião da missão canônica de Adélia Dariva, em missa presidida por Dom Girônimo Zanandréa, com a participação do Pároco, do Diácono Domingos e de vários ministros). 35 - COMUNICAÇÃO DIOCESANA – Março / 2015 ALELUIA! CRISTO RESSUSCITOU! No Ano da Paz em nosso País, com o Papa Francisco, o Bispo e os padres desejam a você a Paz que Cristo transmitiu aos apóstolos no dia da Páscoa e que “a força transformadora que brota da sua Ressureição alcance a todos em sua dimensão pessoal, familiar, social e cultural e fortaleça em cada coração sentimentos de fraternidade e de viva cooperação”.