PAULO RENATO GIESELER
USO DE FERTILIZANTE CORRETIVO NA LINHA DE SEMEADURA
E A LANÇO NA CULTURA DA SOJA
Ijuí - RS
Junho - 2013
1
PAULO RENATO GIESELER
USO DE FERTILIZANTE CORRETIVO NA LINHA DE SEMEADURA E A LANÇO
NA CULTURA DA SOJA
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado
como um dos requisitos para a obtenção do
título de Engenheiro Agrônomo, Curso de
Agronomia, Departamento de Estudos Agrários
da Universidade Regional do Noroeste do Rio
Grande do Sul.
Orientador: Prof. Roberto Carbonera
Ijuí - RS
Rio Grande do Sul – Brasil
Julho - 2013
TERMO DE APROVAÇÃO
PAULO RENATO GIESELER
USO DE FERTILIZANTE CORRETIVO NA LINHA DE SEMEADURA E A LANÇO
NA CULTURA DA SOJA
Trabalho de Conclusão de Curso de Graduação em Agronomia da Universidade
Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul, defendido perante a banca
abaixo subscrita.
Ijuí, 25 de julho de 2013.
Prof. MSc. Roberto Carbonera
DEAg/Unijuí – Orientador
__________________________
Prof. Dra. Sandra B. V. Fernandes
DEAg/Unijuí – Membro da Banca
__________________________
3
Dedico a todas as pessoas que contribuíram e
auxiliaram no desenvolvimento deste trabalho, aos
professores do Departamento de Estudos Agrários,
aos colegas da COTRIJUI, amigos do curso e,
especialmente, ao professor Roberto Carbonera.
4
AGRADECIMENTOS
Agradeço, primeiramente, a Deus por ter me dado saúde e força para enfrentar
obstáculos ao longo de minhas caminhadas.
À minha esposa Luciana, que com muita paciência, dedicação, amor e carinho, esteve
sempre ao meu lado, não medindo esforços nos momentos de dificuldades.
Aos amigos e colegas que me deram força nessa passagem, que tornaram mais
agradáveis estes anos de Universidade, com sua amizade e companheirismo.
Aos colegas funcionários da COTRIJUI pela ajuda em todo o desenvolvimento do
experimento.
Aos professores do Curso de Agronomia e em especial ao meu orientador Profº MSc.
Roberto Carbonera, meu agradecimento pelo tempo dedicado à orientação.
A todos muito obrigado!
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USO DE FERTILIZANTE CORRETIVO NA LINHA DE SEMEADURA E A LANÇO
NA CULTURA DA SOJA
Aluno: Paulo Renato Gieseler
Orientador: Roberto Carbonera
RESUMO
A evolução do manejo em sistemas de cultivo tem desafiado os padrões de conhecimentos e a
utilização de produtos utilizados para obter os rendimentos. O presente trabalho teve como
objetivo avaliar o desempenho de um fertilizante corretivo granulado à base de sulfato de
cálcio, carbonato de cálcio e magnésio e octaborato de sódio na cultura da soja. O estudo foi
conduzido no campo tecnológico da COTRIJUI, sendo avaliados três tratamentos, com oito
repetições, em parcelas de 1,6 m² em cada repetição. Foram avaliados os efeitos sobre o
rendimento de grãos, massa de mil grãos, rendimento biológico de palha, sob duas formas de
aplicação, sendo uma no sulco de plantio e a outra a lanço, em área total. Os dados foram
submetidos à análise de variância e ao teste de comparação de médias de Scott e Knott, ao
nível de significância de 5%. Quanto à produtividade, o melhor rendimento de grãos foi
obtido quando o produto foi colocado diretamente no sulco de plantio, não diferindo
estaticamente da aplicação a lanço, com rendimentos, respectivamente, de 3762 kg.ha-1 e
3611,25 Kg.ha-1. O menor rendimento ficou com a testemunha, sem aplicação de produto,
com 3327,5kg.ha-1. Quanto à massa de mil grãos, com o produto aplicado no sulco de plantio
alcançou 167,5 gramas por mil grãos, não diferindo estatisticamente do produto aplicado a
lanço e se deferindo estatisticamente do tratamento testemunha. O maior rendimento
biológico de palha foi alcançado com o tratamento testemunha, sem aplicação do produto, não
deferindo estatisticamente do tratamento com aplicação a lanço em toda área, e o menor
rendimento biológico de palha, inclusive com diferença estatística, foi com a aplicação do
produto na linha de plantio. O uso da tecnologia possibilitou que os tratamentos com
aplicação do produto no sulco de plantio e a lanço em área total, retornassem em um ganho
médio de R$ 251,21 ha-1 a mais que o tratamento testemunha.
Palavras-chave: fertilização, formas de aplicação, rendimento de grãos
LISTA DE TABELAS
Tabela 1. Composição química do composto CaSO42H2O e do gesso agrícola ..................... 13
Tabela 2. Resultado de análise de solo de 2 amostras coletadas nas profundidades de 0 a 15
cm e 15 a 30 cm ....................................................................................................................... 16
Tabela 3. Média mensal de precipitação pluvial (mm) no período de plantio até a colheita no
ano de condução do experimento (COTRIJUI- Ijuí/RS).......................................................... 19
Tabela 4. Análise de variância para as variáveis, rendimento de grãos (RG), massa de mil
grãos (MMG), rendimento biológico de planta (RBP), rendimento de palha por planta (RPP),
rendimento grãos por planta (RGP) e índice de colheita (ICP). Ijuí, 2012 .............................. 20
Tabela 5. Teste de comparação entre médias para as variáveis, rendimento de grãos (RG),
massa de mil grãos (MMG), rendimento biológico de planta (RBP), rendimento de palha por
planta (RPP), rendimento grãos por planta (RGP) e índice de colheita (ICP). Ijuí, 2012........ 21
Tabela 6. Resultado comparativo das produções de soja e ganho econômicos dos três modos
de aplicação do produto usado no experimento........................................................................ 24
7
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO....................................................................................................................... 8
1 REVISÃO DA LITERATURA .......................................................................................... 10
1.1 ASPECTOS GERAIS DA CULTURA DA SOJA............................................................. 10
1.2 UTILIZAÇÃO DE CALCÁRIO NA CULTURA DA SOJA ............................................ 11
1.3 USO DE GESSO AGRÍCOLA NA CULTURA DA SOJA .............................................. 12
2 MATERIAL E MÉTODOS ................................................................................................ 15
2.1 LOCAL, SOLO E CLIMA ................................................................................................. 15
2.2 DELINEAMENTO EXPERIMENTAL............................................................................. 15
2.3 ANÁLISE DE SOLO ......................................................................................................... 15
2.4 CONDUÇÃO DO EXPERIMENTO.................................................................................. 16
2.5 VARIÁVEIS MENSURADAS .......................................................................................... 18
2.6 ANÁLISE ESTATÍSTICA................................................................................................. 18
3 RESULTADOS E DISCUSSÕES ...................................................................................... 19
3.1 RENDIMENTO DE GRÃOS (RG).................................................................................... 21
3.2 MASSA DE MIL GRÃOS (MMG).................................................................................... 21
3.3 RENDIMENTO BIOLOGICO POR PLANTAS (RBP).................................................... 22
3.4 RENDIMENTO DE PALHA POR PLANTA (RPP)......................................................... 22
3.5 RENDIMENTO DE GRÃO POR PLANTA (RGP) .......................................................... 22
3.6 ÍNDICE DE COLHEITA (IC)........................................................................................... 23
3.7 RESULTADOS ECONÔMICOS...................................................................................... 23
CONCLUSÃO......................................................................................................................... 25
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................................. 26
ANEXOS ................................................................................................................................. 28
8
INTRODUÇÃO
A agricultura tem passado por uma série de transformações nos últimos anos. Estas
modificações aconteceram principalmente na busca de alternativas que possibilitem
incremento da produtividade, redução nos custos de produção, minimização dos impactos
ambientais e aumento na renda dos produtores rurais. Diante disto, vários pesquisadores,
instituições de pesquisa, bem como indústrias ligadas ao setor, estão constantemente,
pesquisando e disponibilizando ao mercado, novas tecnologias e produtos ligados à produção
agropecuária que possibilitam aos agricultores atingirem estas aspirações.
Entre as muitas alterações que ocorreram, a soja (Glycine max) passou a ser uma das
culturas mais importantes do país. Para o ano de 2012, está projetada uma produção de mais
de 72 milhões de toneladas. Devido à crescente demanda por esta oleaginosa, justifica-se
esforços no aumento de produtividade e, ou expansão das áreas de plantio.
A fertilidade adequada do solo é um item básico para quem busca um aumento na
produtividade. As plantas extraem grandes quantidades de nutrientes do solo e estes são cada
vez mais exigidos, tornando-se menos férteis. É de conhecimento básico de que as raízes das
plantas não se desenvolvem adequadamente em solos muito ácidos, contendo excesso de
alumínio ou teores muito baixo de cálcio. Nestas áreas, torna-se muito interessante o uso
adequado de corretivos e nutrientes, que permitam adequar o ambiente e suprir as exigências
das plantas, bem como assegurar a manutenção da qualidade do solo.
O surgimento de novos produtos no mercado, contendo principalmente misturas de
corretivos e fertilizantes e em algumas vezes, sem a devida comprovação da pesquisa oficial,
deixa os agricultores a mercê das indústrias. Isso faz com que novos produtos sejam
colocados no mercado, aumentando os custos de produção, sem uma garantia real de
eficiência.
Diante disso, o presente trabalho teve como objetivo, testar na cultura da soja, um
fertilizante corretivo granulado à base de sulfato de cálcio, carbonato de cálcio e magnésio e
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octaborato de sódio. O mesmo foi utilizado sob duas formas de aplicação, no sulco de plantio
e a lanço, em área total, procurando quantificar o efeito sobre o rendimento da cultura.
10
1 REVISÃO DA LITERATURA
1.1 ASPECTOS GERAIS DA CULTURA DA SOJA
A região Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul constitui-se essencialmente de
unidades de produção familiar, com predomínio de propriedades com pequenas superfícies de
área útil. Com a introdução da soja (Glycine max) na década de 1950, foi desenvolvida toda
uma estrutura industrial e comercial baseada na produção e exportação desta cultura, que
modificou profundamente toda a região.
Atualmente, a produção de soja ainda é tão significativa que representa 55% do
conjunto da produção agrícola regional. Porém, existe previsão, pelas tendências do quadro
atual da agricultura brasileira, que a produção da oleaginosa no País se concentrará cada vez
mais nas grandes propriedades do centro-oeste, em detrimento das pequenas e médias
propriedades da Região Sul. Estas unidades de produção, via de regara, não conseguem
atingir os níveis de reprodução social. Por isso, tenderão a migrar para atividades agrícolas
mais rentáveis, tais como a produção de leite, criação de suínos e de aves, cultivo de frutas e
de hortaliças, ecoturismo, entre outros. Estas atividades são mais intensivas no uso de mão de
obra, geralmente abundante em pequenas propriedades familiares, onde o recurso escasso é a
terra.
A soja (Glycine max) tem como centro de origem a região leste da China. Naquela
região, sofreu domesticação por volta do século XI a.C. No Brasil, o primeiro registro da
introdução da soja data de 1882, na Bahia, por Gustavo Dutra. Em meados de 1950, chegou
ao Noroeste do Rio Grande do Sul, tendo as suas primeiras áreas de cultivo localizadas na
cidade de Santa Rosa. A boa adaptação possibilitou a sua expansão e tornou-se uma das
culturas de maior importância econômica tanto para a região como para o país.
A soja é uma das principais fontes de proteína e óleo vegetal do mundo. Ela tem sido
cultivada comercialmente e utilizada na alimentação humana e animal por milênios.
De acordo com Verneti e Gastal (1979), a soja cultivada é uma planta herbácea
incluída na classe Magnoliopsida (Dicotiledônea), ordem Fabales, família Fabaceae,
subfamília Faboideae, gênero Glycine L. É uma planta com grande variabilidade genética,
tanto no ciclo vegetativo (período compreendido da emergência da plântula até a abertura das
primeiras flores), como no reprodutivo (período do início da floração até o fim do ciclo da
cultura), sendo também influenciada pelo meio ambiente. De modo geral, os cultivares
disponíveis no mercado brasileiro tem ciclos entre 100 e 160 dias, e podem ser classificados
11
em grupos de maturação precoce, semiprecoce, médio, semitardio e tardio, dependendo da
região.
A soja pode apresentar três tipos de crescimento, diretamente correlacionados com o
porte da planta: indeterminado, semideterminado e determinado. A planta de soja é
fortemente influenciada pelo comprimento do dia, ou fotoperíodo.
Quanto às exigências nutricionais, a soja é uma cultura muito exigente. A expressão
do potencial produtivo da soja depende do meio ambiente (incidência de luz solar,
temperatura, etc.), de técnicas adequadas de cultivo (preparo do solo, controle de pragas e
doenças, sistema de plantio, cultivares, etc.), dos fatores físicos do solo (matéria orgânica,
umidade, temperatura, textura, etc.), dos fatores químicos do solo (excesso de acidez, Al e Mn
ou deficiência de P, K, Ca, Mg, S, micronutrientes, etc.) (CAMPO ; HUNGRIA, 2000).
De acordo com Malavolta et al (1997), para produzir 1 tonelada de grãos de soja são
necessárias os seguintes nutrientes e suas respectivas quantidades: cerca de 100 kg de N
(NITROGÊNIO), 30 kg de P2O5 (FÓSFORO), 38 kg de K2O (POTÁSSIO), 23 kg de Ca
(CÁLCIO), 8 kg de S (ENXOFRE) , 12 kg de Mg (MAGNESIO), 67 g de Zn (ZINCO), 33 g
de B (BORO), 33 g de Cu (COBRE), 200 g de Mn (MANGANÊS), 3 g de Mo
(MOLIBDÊNIO) e 566 g de Fe (FERRO).
1.2 UTILIZAÇÃO DE CALCÁRIO NA CULTURA DA SOJA
O manejo de áreas em plantio direto, por vários anos, promove acúmulo de matéria
orgânica no solo, principalmente em superfície, refletindo em melhoria na agregação do solo,
aumento da atividade biológica, maior disponibilidade de nutrientes para as culturas,
complexação de elementos tóxicos, além de promover aumento da CTC (BAYER &
MIELNICZUK, 2008). No entanto, devido ao longo período de tempo sem revolvimento,
essas áreas podem apresentar impedimentos físicos e químicos para o aprofundamento do
sistema radicular das culturas.
Verifica-se que a acidez do solo tem grande importância na produtividade agrícola e
nas práticas de manejo do solo. Esta característica do solo pode, de certa maneira, afetar
diretamente o desenvolvimento e a constituição nutricional das plantas pela diminuição ou
aumento da solubilidade de certos nutrientes, tornando-se necessário a sua correção através do
uso de calcário.
A calagem é a prática mais comumente utilizada para neutralizar a acidez, aumentar a
disponibilidade de nutrientes, diminuir o teor de elementos tóxicos, melhorar o ambiente
12
radicular e restaurar a capacidade produtiva dos solos (CAIRES et al., 2006). A reação do
calcário, entretanto, é geralmente limitada ao local de sua aplicação no solo. A calagem não
tem um efeito rápido na redução da acidez do subsolo, que depende da lixiviação de sais
através do perfil do solo. O calcário, quando misturado ao solo e com água, dissolve-se e o
carbonato de cálcio dissocia-se. Os produtos da dissolução do calcário reagem com os
coloides do solo e, nessa reação, elevam o pH, os teores de Ca, Mg e a saturação por bases,
diminuindo o Al e o Mn trocáveis no solo.
Segundo Raij et al. (1996), a reação do calcário é restrita a uma pequena distância do
local da aplicação, assim o benefício máximo é obtido com a aplicação antecipada,
distribuição uniforme e a incorporação profunda. No sistema plantio direto, diversos trabalhos
têm demonstrado que o efeito da calagem aplicada na superfície para a correção das camadas
sub superficiais varia com a dose e granulometria do produto; forma de aplicação; tipo de
solo; condições climáticas, especialmente regime hídrico; sistema de cultivo; e tempo
decorrido da aplicação (CAIRES et al., 1999, 2000, 2002, 2003, 2006; RHEINHEIMER et al.,
2000; MELLO et al., 2003), o que torna a eficiência dessa prática controvertida,
particularmente na correção da acidez do subsolo.
1.3 USO DE GESSO AGRÍCOLA NA CULTURA DA SOJA
Quando nos referimos ao gesso agrícola, estamos tratando de um produto residual
oriundo da fabricação do acido fosfórico, também chamado de fosfogesso, o qual possui
impurezas que fazem com que o mesmo apresente um comportamento diferenciado ao
produto obtido por mineração.
No Brasil, são produzida milhões de toneladas de gesso agrícola anualmente.
Paolinelli et al (1986) afirmam que para cada tonelada de P2O5 produzida são produzidos 4,7
toneladas de gesso agrícola, cuja composição encontra-se na Tabela 1.
No caso de aplicações de gesso agrícola em altas doses (acima de oito toneladas por
hectare), o fósforo residual contido no mesmo torna-se importante na nutrição vegetal na
cultura do milho. O flúor é uma impureza geralmente desprezada nas considerações sobre
gesso agrícola, mas o elemento pode ser importante para a eliminação de alumínio do solo.
Quando se trabalha com gesso agrícola deve-se ter em mente, que a neutralização da acidez
do solo se dá pelo uso de produtos receptores de prótons (o íon H+ é um próton) e o gesso em
solução apresenta os íons Ca2+ e SO24- (e o par iônico CaSO04) que na faixa de valores de pH
13
existentes em solos, não é um receptor de prótons (RAIJ, 1988). Por isto, pode se concluir que
o gesso agrícola não é um produto eficiente para ser utilizado como redutor de pH do solo.
Tabela 1. Composição química do composto CaSO42H2O e do gesso agrícola.
CaSO4.2H2O
(Composição Teórica)
Cálcio (CaO), %
32,6
Enxofre(S), %
18,6
Flúor(F), %
Fósforo, (P2O5) %
R2O3 (óxido do 3ºgrupo)
SiO2(resíduo insolúvel),%
Umidade livre, %
(1)composição apresentada por Malavolta et al (1981).
(2)Composição apresentada por Paulinelli et al (1986).
Componente
Gesso Agrícola
(1)(Sem Secar)
26
15
0,75
0,63
0,37
1,26
17
(2) (Seco)
30,9
17,7
0,67
0,23
0,59
3,20
15,5
O alumínio trocável é o elemento problema, por ser tóxico às plantas, prejudicando o
desenvolvimento das raízes. Ele ocupa parte da acidez do solo, e ao ocorrer a neutralização da
acidez dos solos, primeiro desaparece a maior parte do alumínio e, só depois o hidrogênio.
Um dos efeitos direto e simples do gesso ocorre na redução da saturação de alumínio.
Por exemplo, um solo com SB=0,1cmolc L‫־‬1 e Al3+ =0,61cmolc L‫־‬1 se receber 1cmolc L‫־‬1 de
Ca2+ como gesso (2 tom há-1 20 cm) terá a saturação de alumínio diminuída de 86% para
35%. No caso o que ocorre é uma diluição do alumínio com o sulfato de cálcio. Isto
certamente é benéfico para desenvolvimento radicular das plantas, mas não pode ser
interpretado como uma redução da acidez ou de alumínio. Também a formação do par iônico
AlSO+4 não pode ser considerada como neutralização do alumínio, pois o que acontece é uma
associação de íons em solução ocasionando cancelamento mutuo de cargas e não a
transferência de prótons. Por isto, será considerada como efeito na redução da acidez, a
diminuição dos teores absolutos de alumínio trocável no solo (RAIJ, 1988).
Raij (1988) cita diversos trabalhos realizados com gesso que demonstram, por
exemplo, o efeito do gesso percolado através do solo, em reduzir o alumínio no subsolo.
Com a consolidação do plantio direto e o não revolvimento do solo uma parte dos
solos do Brasil apresenta problemas de acidez subsuperficial, uma vez que a incorporação do
calcário nem sempre é prática recomendável em lavouras comerciais. Assim, camadas mais
profundas do solo, abaixo de 0,20 m, podem continuar com excesso de Al, mesmo quando
tenha sido efetuada uma calagem considerada adequada (CAIRES et al., 2006). Em situações
14
como esta, a aplicação de doses adequadas de gesso agrícola pode auxiliar na neutralização
desse elemento e reduzir sua interferência no crescimento das raízes no subsolo,
possibilitando maior produtividade de grãos (SORATTO & CRUSCIOL, 2008).
Pavan relata que os estudos científicos realizados com o uso de gesso na cultura da
soja ainda são em números reduzidos e que os resultados não são unânimes. Isto porque a
aplicação de gesso pode ser utilizada em solos ácidos para melhorar as características
químicas, como fonte de Ca² e SO4-2 redução dos teores de Al3+ e aumento dos teores de
Ca²+ principalmente na subsuperfície do solo. Com isso, ocorre maior penetração das raízes
em profundidade e, consequentemente, melhora a utilização de água e nutrientes e minimiza
os efeitos de veranicos. Mas nem sempre isto resulta em incremento na produtividade. O autor
cita trabalhos que relataram que a aplicação de gesso agrícola foi eficiente na melhoria do
ambiente radicular no subsolo, aumentou a concentração de P na camada superficial do solo e
no tecido foliar da soja, causou redução no teor de Mg no solo e nas folhas e não ocasionou
melhoria na produção de grãos.
Em trabalho realizado na Fazenda Primavera, situada no município de Serranópolis
(GO), com o objetivo de avaliar o uso do gesso agrícola e o rendimento de grãos de soja na
região sudeste de Goiás, Neis et al (2010) não obtiveram resposta, em termos de rendimento
de grãos de soja, às doses de gesso aplicadas tanto em plantio direto sem revolvimento quanto
em plantio direto com revolvimento.
15
2 MATERIAL E MÉTODOS
2.1 LOCAL, SOLO E CLIMA
Este estudo foi realizado no município de Ijuí, mais especificamente na linha 5 leste,
na área experimental e demonstrativa pertencente à COTRIJUI (Cooperativa Agropecuária &
Industrial). O local possui a localização geográfica de 28º 22´ 23.60´´ de latitude sul e 53º
51´18.89´´de longitude norte, apresenta altitude em torno de 360 metros.
O solo é caracterizado como Latossolo Vermelho distroférrico típico originário do
basalto da formação da Serra Geral, pertencente à unidade de mapeamento Santo Ângelo,
conforme classificação da (EMBRAPA, 2006).
O clima da região caracteriza-se como sendo um clima subtropical úmido, com verão
quente sem estiagem típica e prolongada. As chuvas distribuem-se normalmente ao longo do
ano.
2.2 DELINEAMENTO EXPERIMENTAL
O experimento foi constituído por seis parcelas de 300 metros quadrados de onde
foram colhidas 24 amostras de 1,6 metros quadrados, em modelo fatorial simples, envolvendo
dois tratamentos e uma testemunha.
Foram usados os seguintes tratamentos:
1) Tratamento 1 (T1) 200 kg ha‫־‬¹ de Fidagran SG 10 + Boro , e 250 kg ha-1 de fertilizante
02-20-20 misturados e colocados na linha de plantio;
2) Tratamento 2 (T2) 200 kg ha‫־‬¹ de Fidagran SG 10+Boro colocados a lanço em área
total mais 250 kg ha -1 de fertilizante 02-20-20 na linha de plantio.
3) Tratamento 3 (T3) testemunha sem Fidagran SG 10+Boro e somente 250 kg ha-1 de
fertilizante 02-20-20 colocados na linha de plantio;
2.3 ANÁLISE DE SOLO
Como o produto testado é um fertilizante corretivo, é interessante conhecer as
características do solo onde foi usado, por isto procedeu-se a coleta das amostras de solo. As
áreas amostradas estão sendo manejadas sob o Sistema de Plantio Direto há mais de sete anos,
16
constituindo então um sistema consolidado. Desta forma, seguindo o modelo tradicional de
coleta, usou-se trado calador. Foram coletadas duas amostras, compostas por dez subamostras
e em duas profundidades, sendo uma amostra de 0 a 15 cm e a outra de 15 a 30 cm de
profundidade, cujos resultados estão apresentados na Tabela 2.
.
Tabela 2. Resultado da análise de solo coletada em duas profundidades de 0 a 15 cm e de 15 a
30 cm. Cotrijuí, Ijuí, 2011.
pH H²O
Índice SMP
P
K
MO
Al3+
Ca2+
Mg2+
Camada
Argila
cm
%
0-15
66
5,2
5,7
19,4
186
3,0
0,4
4,9
2,0
15-30
83
5,0
5,6
4,1
134
2,2
0,8
3,7
1,3
----- mg dm‫־‬³ ----
%
------------------- Cmol dm‫־‬³ -------------------
Continuação...
Camada
cm
H + AL
CTC
----Cmol dm‫־‬³-----
Saturação de BASES
Saturação de Al
------------------ % ------------------
S
Zn
Cu
B
Mn
------------------ Cmol dm‫־‬³-------------------
0-15
6,2
13,6
54,2
5,1
10,7
3,1
5,3
0,5
13
15- 30
6,9
12,2
43,8
13,1
19
1,4
7,6
0,2
14
2.4 CONDUÇÃO DO EXPERIMENTO
A dessecação da área foi realizada 15 dias antes do plantio, foram usados 2,5 lt ha‫־‬¹ de
glifosato, 100 gr ha‫־‬¹ de Panzer e 0,5 lt ha‫־‬¹. Para o plantio foi utilizada uma semeadeira de
plantio direto marca IMASA, modelo PHD 145, com 5 linhas. A semeadura foi realizada
dentro da época recomendada pelo zoneamento agroclimático, com a variedade V-Max (NK7059), sendo usado um espaçamento de 0,4 metros entre linha de plantio e 12 sementes por
metro linear. A semente foi tratada com micronutrientes (glutamim CoMo) na dose de 2 ml/kg
de semente , fungicida Maxin XL (Fludioxonil +Metalaxyl-M) na dose de 1 ml/kg de
semente e o inseticida Cruiser 350 FS (Thiametoxan 350 g/l). Como fertilização de base
foram usados 250 kg ha‫־‬ˡ da formula 02-20-20 (N-P2O5-K2O) em toda a área.
No tratamento 01 o fertilizante corretivo granulado à base de sulfato de cálcio,
carbonato de cálcio e magnésio e octaborato de sódio na dose de 200 kg ha‫־‬¹ foi misturado no
fertilizante e aplicado na linha de plantio. No tratamento 02, o fertilizante foi aplicado
normalmente na linha de plantio, e não foi aplicado o fertilizante corretivo granulado à base
de sulfato de cálcio, carbonato de cálcio e magnésio e octaborato de sódio. No tratamento 03
17
o fertilizante foi aplicado normalmente na linha de plantio e o fertilizante corretivo granulado
à base de sulfato de cálcio, carbonato de cálcio e magnésio e octaborato de sódio na dose de
200 kg ha‫־‬¹ foi colocados a lanço em área total.
O controle de invasoras foi realizado com a cultura em estádio V4, usando-se
herbicida a base de Glifosate. Para o controle de lagartas da soja, foram feitas duas aplicações.
Uma em estádio V6 com o produto Rimom (Novaluron) na dose 0,1 lt ha‫־‬¹ e outra em R4,
com o produto Curion (Lufenuron+Profenofós) na dose de 0,3 lt ha‫־‬¹. Para controle de
percevejos e ácaros foi aplicado uma mistura de produtos contendo Engeo Pleno (Thianetoxan
+ Lambdacialotrina) na dose de 0,2 lt ha‫־‬¹ e Abamex (Abamectin) na dose de 0,25 lt ha‫־‬¹.
Estes tratamentos asseguraram o controle de pragas eficiente e as mesmas não causaram
danos ou comprometam o bom desenvolvimento da cultura.
O controle de doenças fúngicas foi realizado em três épocas. O primeiro controle foi
efetuado antes do fechamento vegetativo da cultura (estádio V4), com o produto Score
(Difeconolazole) na dose de 0,2 lt ha‫־‬¹ com um volume de calda de 120 L.ha-1 O segundo
controle foi efetuado no momento em que a maioria das plantas encontrava-se no estádio de
florescimento (estádio R1) com a aplicação do fungicida Priore Extra (Azoxystrobin +
Ciproconazol) na dose de 300ml.ha-1, com um volume de calda de 120 L.ha-1. O terceiro
controle foi efetuado no momento em que a maioria das plantas encontrava-se no estádio
formação de grãos com a aplicação do fungicida Priore Extra (Azoxystrobin + Ciproconazol)
na dose de 300ml.ha-1, com um volume de calda de 120 L.ha-1. Para as aplicações, foi
utilizado o trator com pulverizador de barras.
A colheita foi realizada cortando-se com foice a área útil da parcela quando a cultura
estava com a massa dos grãos em torno de 13 % de umidade. A área útil da parcela colhida foi
de 1,6 metros quadrados. Foram coletadas em cada parcela quatro amostra de 2 metros de
comprimento por 80 centímetros de largura, as amostras foram trilhadas com batedor de
grãos, embaladas separadamente e pesadas, posteriormente determinou-se o percentual de
umidade dos grãos em um determinador “universal”; foi determinado o de peso médio de
1000 grãos.
18
2.5 VARIÁVEIS MENSURADAS
Foram avaliados o rendimento de grãos, massa média de 1000 grãos, rendimento de
massa biológica, rendimento de palha por planta, rendimento de grão por planta, índice de
colheita de plantas e a viabilidade econômica do uso desta tecnologia. A massa média de 1000
grãos foi obtida por amostras coletadas dentro da produção total da parcela de 300 metros
quadrados e avaliados no laboratório de sementes da COTRIJUI. O rendimento de grãos foi
obtido por meio de pesagem da massa total de grãos obtida com a trilha da área de
amostragem (2m x 0,8m), sendo esse peso transformado para kg ha‫־‬¹ e seu peso corrigido
para 13 % de umidade. O rendimento de palha por planta, rendimento de grão por planta,
índice de colheita de plantas foram obtidos através de avaliação feita em plantas coletadas
dentro das 6 parcelas de 300 m².
A viabilidade econômica do uso desta tecnologia foi calculada pela diferença da
produção de grãos em sacas transformada em reais e subtraindo o custo do fertilizante
corretivo e das aplicações.
2.6 ANÁLISE ESTATÍSTICA
Os resultados obtidos foram submetidos à análise de variância para detecção do efeito
dos tratamentos e o teste de comparação entre médias, utilizando-se Programa Genes,
desenvolvido por CRUZ, 2006.
19
3 RESULTADOS E DISCUSSÕES
No ano de implantação e condução do experimento as condições climáticas em termos
de precipitações pluviométricas foram praticamente normais, com exceção do mês de
dezembro de 2011, onde ocorreram precipitações muito abaixo da média. No restante do
período, as precipitações pluviométricas foram bem distribuídas e os volumes praticamente
dentro das médias históricas para a região, com reduções nos meses de março e abril.
Tabela 3. Média mensal de precipitação pluvial (mm) no período de plantio ate a colheita em
Ijui no período 2011/2012 ano de condução do experimento. Dados obtidos pela Cotrijuí,
2011.
Ano
Mês
2011
Outubro
Novembro
Dezembro
Janeira
Fevereiro
Março
Abril
2012
Média
Precipitação
(mm)
201
172
24
142
123
66
70
106,6
Precipitação (mm)
Historica
194
150
164
155
150
128
148
158,12
Embora as precipitações tenham ficado um pouco abaixo da média, a escolha da
cultivar de soja V-Max foi acertada. Ela possui uma capacidade de enraizamento muito
agressiva, o que proporciona certa tolerância a períodos com alguma restrição a
disponibilidade de água. Desta forma, a cultivar desenvolveu e apresentou um
desenvolvimento normal, não havendo sintomas aparentes de deficiência e nem fitotoxicidade
de nutrientes nos tratamentos estudados.
Quanto às características do solo utilizado, segundo dados apresentados na Tabela 2,
pode-se observar que as amostras coletadas de 0 a 15 cm de profundidade apresentaram o pH
em água baixo. A saturação de bases foi baixa. a saturação por alumínio foi baixa e o solo foi
classificado na classe 1. O teor de matéria orgânica foi médio, os teores de fósforo e potássio
estão muito altos e a CTC média. Nestas condições de solo, o uso do fertilizante com
corretivo pode disponibilizar mais nutriente e potencializar a cultura que teve um
20
condicionamento favorável para seu desenvolvimento, podendo assim a variedade expressar
seu alto potencial produtivo.
Após colheita e a coleta dos dados, os mesmos foram submetidos à análise de
variância e ao teste de comparação de médias. Os resultados da análise de variância estão
apresentados na Tabela 4.
O rendimento médio de grãos do experimento foi de 3570 kg.ha-1. A média da massa de
mil grãos foi de 161,83 gramas. O rendimento biológico de plantas foi de 132 gramas. O
rendimento de palha por planta foi de 67 gramas e o rendimento de grão por planta foi de 65
gramas por planta. O índice de colheita foi de 49,33 %, tendo havido diferenças significativas
para todos os atributos avaliados.
Tabela 4. Análise de variância para as variáveis rendimento de grãos (RG), massa de mil
grãos (MMG), rendimento biológico de planta (RBP), rendimento de palha por planta(RPP),
rendimento grãos por planta (RGP) e índice de colheita (ICP). Ijuí, 2013.
Fonte de GL
variação
Tratamento 2
RG
(kg.ha-1)
389373*
Quadrado médio
MMG
RBP
(Gramas) (Gramas)
320.66*
771.12*
Resíduo
21
87411.5
71.90
113.60
23.0476
48.702
.000276
Total
Média
Geral
23
3566.9
161.83
132
67
65
0.4933
8,28
5,23
8,07
7,16
10,73
3,36
CV (%)
* diferença significativa a 5% de significância
RPP
(Gramas)
1022.0*
RGP
(Gramas)
52.625*
ICP
(%)
.017867*
Fonte: do autor
De acordo com os dados apresentados, não houve diferença estatística entre os
resíduos, para as variáveis estudadas.
Na tabela 4, pode-se observar também a média geral e o coeficiente de variação. O
coeficiente de variação para rendimento de grãos, massa de mil grãos, rendimento de palha de
planta, rendimento de grãos por planta e índice de colheita foi de baixa magnitude. Isto
significa que há confiabilidade dos dados e o experimento foi conduzido com exatidão.
Na tabela 5 são apresentados os resultados de comparação de médias para as diferentes
variáveis estudadas.
21
3.1 RENDIMENTO DE GRÃOS
Quanto ao rendimento de grãos (RG), a analise diz que não há diferença entre o
Tratamento 1 (T1) com a aplicação do fertilizante corretivo quando colocado na linha de
plantio, com rendimento de grãos de 3762 kg.ha-1 de soja. O mesmo não se diferenciou do
Tratamento 2, cuja média foi 3611 kg.ha-1, quando o fertilizante corretivo foi aplicado a
lanço. No entanto, a aplicação do fertilizante corretivo apresentou diferença significativa em
relação à testemunha.
Tabela 5. Teste de comparação entre médias para as variáveis, rendimento de grãos ( RG),
massa de mil grãos (MMG), rendimento biológico por planta (RBP), rendimento de palha por
planta(RPP), rendimento grãos por planta (RGP) e índice de colheita (ICP). Ijuí, 2013.
Tratamento
RG kg.ha-1
Trat. 1 Linha
3762 a*
MMG g.
RBP g.
RPP g.
RGP g.
IC %
167 a
131.62 b
64 b
67.62 a
0.51 b
Trat. 2 Lanço
3611,25 a
163 a
122,37 b
57,5 c
62,5 c
0.53 a
Trat. 3 Test.
3327,5 b
155 b
142 a
79,5 a
64.87b
0.44 c
*médias seguidas por letras distintas diferem significativamente a 5 % de probabilidade.
Fonte: do autor.
O tratamento 3 (T3), testemunha, sem aplicação de fertilizante corretivo granulado
apresentou o menor rendimento de grãos, ficando com um rendimento de 3327 kg.ha-1 de
soja, e diferenciou-se dos demais tratamentos, em nível de teste de significância de 5% em
relação aos outros tratamentos.
3.2 MASSA DE MIL GRÃOS
Pode-se observar na tabela 3, que os tratamentos que apresentaram maior massa de mil
grãos foram o Tratamento 1 (T1) com aplicação de fertilizante corretivo granulado misturados
e colocados na linha de plantio, com 167,5 gramas, e o Tratamento 2 (T2) com aplicação do
fertilizante corretivo granulado a lanço em área total de plantio com
163 gramas, não
diferenciando entre si, em nível de significância de 5%.
A testemunha apresentou a menor massa de mil grãos, com 155 gramas e se diferindo
estatisticamente da aplicação do corretivo à lanço ou em linha, em nível de significância de
5% .
22
3.3 RENDIMENTO BIOLÓGICO POR PLANTA (RBP)
Verificou-se que o tratamento sem emprego de corretivo fertilizante granulado na
linha ou á lanço apresentou o maior rendimento biológico de plantas, ficando com 142 gramas
e se diferenciando dos demais, em nível de significância de 5% de diferença. Já o tratamento
com uso de fertilizante corretivo granulado, misturado e colocado na linha de plantio e o
Tratamento de fertilizante corretivo granulado na linha de plantio, obtiveram um rendimento
biológico de plantas de 131,63 gramas e 122,38 respectivamente. Estes dados foram inferiores
ao tratamento 1, mas não se diferenciando entre si, em nível de significância de 5%.
3.4 RENDIMENTO DE PALHA POR PLANTA (RBP)
Os resultados mostram que o tratamento testemunha sem fertilizante corretivo
granulado apresentou maior rendimento de palha por planta com 79,5 gramas e se
diferenciando dos demais tratamentos em nível de significância de 5%. O segundo melhor
rendimento de palha por planta foi o tratamento 200 kg ha‫־‬¹ de fertilizante corretivo
granulado à base de sulfato de cálcio, carbonato de cálcio e magnésio e octaborato de sódio e
250 kg ha-1 de fertilizante 02-20-20 misturados e colocados na linha de plantio com 64
gramas e se diferenciando dos demais tratamentos em nível de significância de 5%, e o
tratamento 200 kg ha‫־‬¹ de fertilizante corretivo granulado à base de sulfato de cálcio,
carbonato de cálcio e magnésio e octaborato de sódio colocados a lanço em área total mais
250 kg ha
-1
de fertilizante 02-20-20 na linha de plantio, obtiveram um rendimento de 57,5
gramas e se diferenciando dos demais tratamentos em nível de significância de 5%.
3.5 RENDIMENTOS DE GRÃO POR PLANTA (RGP)
De acordo com os resultados obtidos, pode-se observar que o tratamento com 200 kg
ha‫־‬¹ de fertilizante corretivo granulado à base de sulfato de cálcio, carbonato de cálcio e
magnésio e octaborato de sódio
e 250 kg ha-1 de fertilizante
02-20-20 misturados e
colocados na linha de plantio apresentou um rendimento de 67,63 gramas de grãos por planta ,
o segundo melhor foi o tratamento 200 kg ha‫־‬¹ de fertilizante corretivo granulado à base de
sulfato de cálcio, carbonato de cálcio e magnésio e octaborato de sódio colocados a lanço em
área total mais 250 kg ha
-1
de fertilizante 02-20-20 na linha de plantio com uma média de
23
64,88 gramas de grão por planta e o pior resultado foi o tratamento
testemunha sem
fertilizante corretivo granulado à base de sulfato de cálcio, carbonato de cálcio e magnésio e
octaborato de sódio e somente 250 kg ha-1 de fertilizante 02-20-20 colocados na linha de
plantio com uma média de 62,5 gramas de grãos por planta.
3.6 ÍNDICE DE COLHEITA (IC)
Segundo dados obtidos, podemos observar que o tratamento com 200 kg ha‫־‬¹ de
fertilizante corretivo granulado à base de sulfato de cálcio, carbonato de cálcio e magnésio e
octaborato de sódio colocados a lanço em área total mais 250 kg ha -1 de fertilizante 02-20-20
na linha
de plantio, foi o que apresentou melhor índice de colheita com 53 % de
aproveitamento e se diferenciando dos demais em nível de significância de 5%. O tratamento
com 200 kg ha‫־‬¹ de fertilizante corretivo granulado à base de sulfato de cálcio, carbonato de
cálcio e magnésio e octaborato de sódio , e 250 kg ha-1 de fertilizante 02-20-20 misturados e
colocados na linha de plantio apresentou o segundo melhor índice de colheita com 51 % de
aproveitamento também se diferenciando entre si, e dos demais em nível de significância de
5%. Sendo que o pior resultado foi o tratamento testemunha sem fertilizante corretivo
granulado à base de sulfato de cálcio, carbonato de cálcio e magnésio e octaborato de sódio e
somente 250 kg ha-1 de fertilizante 02-20-20 colocados na linha de plantio com um índice de
colheita de 44 %.
3.7 RESULTADOS ECONÔMICOS
Com os resultados obtidos no experimento, podemos observar que não houve
diferença estatística a nível de significância de 5 % entre os tratamentos na linha e a lanço, na
produção de grãos, mas houve se diferença da testemunha dos demais em nível de
significância de 5%.
A tabela 6 mostra que com o uso desta tecnologia possibilitou um
acréscimo considerável na produtividade da cultura de soja em relação a testemunha Os
tratamentos com o uso de fertilizante corretivo granulado colocado na linha de plantio e a
lanço em área total produziram em media 359,15 kg ha-1 de grãos ou seja uma 5,98 saca ha-1
de soja que sendo comercializada por R$ 55,00/saco representará um ganho de R$ 251,21 /
ha-1 em relação à testemunha sem a tecnologia.
24
Tabela 6. Resultado comparativo das produções de soja e ganho econômicos dos tratamentos
usados. Ijuí, 2013.
kg ha-1
Dif.
Diferença Custo
Produção da tecn.
da tecn.
sacas/ha-1
kg ha-1
sc/há-1
Custo da Resultado Resultado
Tecn.
Tecn. Em da Tecn.
Em R$
sc há-1
Em R$
Na linha 1
3.762
434,5
7,241
1,418
77,99
5,823
320,265
Á Lanço 2
3.611
283,8
4,73
1,418
77,99
3,312
182,16
Test.3
3.327
359,15
5,98
1,418
77,00
4,567
251,21
Tratamentos
Média
Grãos
Valor da tonelada do Fertilizante corretivo R$ 390,00
Valor da saca de soja de 60 kg R$ 55,00
Segundo Floss (2008), como resultado do uso mais eficiente de tecnologias e de
manejo das culturas, observam-se aumentos significativos no rendimento das principais
culturas no Brasil, nos últimos 30 anos. No entanto, quando se compara o rendimento médio
com aqueles obtidos nas melhores lavouras ou com os potenciais estimados através dos
experimentos, verifica-se que existem amplas possibilidades de aumento desse rendimento.
Esse aumento do rendimento, e da rentabilidade, será obtido pela adoção de um conjunto de
técnicas modernas que influem no desempenho das culturas, mesmo que individualmente,
cada fator tenha uma contribuição pequena.
25
CONCLUSÃO
Os resultados obtidos no experimento permite concluir que:
O maior rendimento de grãos foi obtido pelo tratamento com o uso de fertilizante
corretivo granulado colocado na linha de plantio que produziu 3.762 kg ha-1 porém, sem
diferir estatisticamente do tratamento com o uso de fertilizante corretivo granulado á lanço em
área total que produziu 3.611 kg ha-1.
O resultado econômico obtido com o uso do fertilizante corretivo granulado colocado
na linha de plantio e a lanço em área total, resultou, em um ganho médio de R$ 251,21 ha-1
em relação ao tratamento testemunha.
O uso desta tecnologia é tecnicamente recomendável e economicamente viável.
26
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