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FIEMT - Industriais de Sinop discutem propostas para melhoria do setor
Publicada em 23/11/2015 pela FIEMT.
“A agenda da competitividade é que vai permitir uma saída estrutural dessa crise”, afirmou o doutor em Política Econômica e consultor da Confederação
Nacional da Indústria (CNI), Reynaldo Rubem, que esteve em Sinop para ministrar uma palestra para empresários industriais do município durante o ‘Dia do
Empresário da Indústria’, além de participar dos painéis sobre Tributação e Inovação no ‘Diálogo para Integração Industrial’. Como resultado destes debates,
será construída a Carta da Indústria de Sinop com propostas de soluções aos problemas vivenciados pelo setor industrial da cidade e região. Os eventos,
realizados pela Federação das Indústrias no Estado de Mato Grosso (Fiemt) e Sindicato das Indústrias Madeireiras do Norte do Estado de Mato Grosso
(Sindusmad), ocorreram no último dia 17/11.
“Nos painéis eu percebi que há uma preocupação muito grande, por parte dos empresários, em estar sintonizados com a agenda da competitividade. E o que a
nossa palestra trouxe, que complementa essa questão do ‘Diálogo’, foi mostrar como pós-crise o mundo estará no ponto de vista econômico, quais são as
perspectivas. Citei o exemplo da China neste contexto que, de certa forma, ao mudar o seu ritmo de crescimento, vem buscando mercados e tem vantagens
competitivas em relação ao Brasil, que não podem ser desconsideradas. O intuito foi também explorar os principais problemas estruturais que afetam a
competitividade da indústria brasileira”, explicou Rubem.
Na palestra ‘Crise global, fragilidades competitivas da indústria brasileira e a ameaça chinesa’, o doutor avaliou ainda a má gestão na política macroeconômica
e a aposta na política de incentivo ao consumo, tida por ele como um equívoco, sem ponderar uma política de atração de investimentos. “Isso terminou se
traduzindo em uma série de dificuldades e fragilidades, do ponto de vista da competitividade do setor industrial brasileiro. Tal fato vai exigir que essa agenda da
competitividade, que hoje vem sendo liderada pela CNI a partir de uma discussão junto às Federações possa, na realidade, ser enfrentada. Mas para isso os
empresários terão que se unir, fortalecer seus sindicatos e as federações para dar suporte político à Confederação. Só assim acredito que essa agenda irá
avançar e, de fato, poderá ser implementada através do Congresso”.
Rubem destacou que o Brasil chegou ao pior momento, que é o da crise de confiança. “A própria CNI tem captado isso nas pesquisas, que não há só uma crise
de confiança, há um sentimento de falta de esperança. É como se tirasse a perspectiva de como sair dessa situação, e isso tem levado a uma angústia muito
grande por parte do setor empresarial”. De acordo com ele, a tal crise de confiança resulta de outras três que o Brasil enfrenta atualmente: as crises econômica,
política e ética.
“Por isso, é muito importante que toda essa discussão capitaneada pela CNI e as Federações, como o Programa de Desenvolvimento Associativo (PDA), seja
cada vez mais fortalecida. Ao trabalharem a ideia de sensibilização e organização dos empresários para enfrentarem esses desafios, essas ações se tornam
fundamentais para evitar que o sentimento de desesperança vá se aprofundando. Pois se isso ocorre, fatalmente, teremos implicações extremamente
negativas a médio e longo prazo”, avaliou.
Para o presidente do Sindusmad, Gleisson Tagliari, os eventos contribuíram muito com as indústrias de Sinop. “Temos que parabenizar a CNI e a Fiemt pela
iniciativa de buscar as bases da indústria, onde realmente se consegue mensurar e ver quais são os problemas enfrentados no dia a dia. Tivemos um grande
aproveitamento dos painéis, e com a participação de todos conseguimos levar uma carta de intenções com as propostas a serem apresentadas aos governos
estadual, federal e à própria CNI”.
O presidente do Sindusmad enfatizou ainda a relevância da palestra do ‘Dia do Empresário’. “Foi uma belíssima apresentação. Sinop está de parabéns por ter
conseguido trazer um profissional de alto gabarito, nos colocando a visão macro da economia brasileira, principalmente relacionada à indústria. Pudemos
visualizar o cenário e qual é a nossa real condição em termos de competitividade em nível nacional e internacional. Foi uma oportunidade ímpar para a
sociedade de Sinop”, disse.
Segundo a professora e coordenadora do Núcleo de Inovação da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) de Sinop, Roberta Nogueira, que participou de
todas as atividades realizadas no município, os eventos terão desdobramentos positivos nas indústrias da região Norte do Estado. “Foram abordados pontos
macros e importantes dentro da nossa perspectiva regional, principalmente, por estarmos um pouco distante dos grandes centros consumidores. Os conteúdos,
quase que escolhidos a dedo, terão grande impacto quando se pensa em tributação e inovação dentro da empresa. Acho que esse papel de articulação que a
Fiemt faz junto à Confederação realmente traz um diferencial benéfico a todos”.
De acordo com a empresária Sinara Tagliari, neste período de crise o empreendedor tem que inovar e buscar alternativas para sobreviver. “Acho que o
empresariado tem que fazer a diferença, buscar alternativas e cada vez mais se unir para fazer as mudanças, porque não podemos só esperar do governo.
Temos que, cada vez mais, juntar forças para concretizar mudanças nas políticas e no nosso próprio mercado, fazer o processo produtivo diferente”.
Ainda segundo ela, o evento contribui para aproximar o empresariado da Universidade. “Tínhamos a universidade como algo distante, e hoje o professor da
UFMT apresentou uma instituição que está aí para colaborar conosco na busca por alternativas. Sobre a palestra, foi muito válida, ampliou nossa visão do
mundo e o quanto ele influencia e impacta no setor produtivo, incluindo Sinop”, finalizou.
Os eventos contaram com as presenças do vice-reitor da UFMT, João Carlos Maia, do membro do Conselho Desenvolvimento Industrial e Regional (Codir) da
Fiemt, Ernani Lucio Pinto, o assessor tributário da Fiemt, José Lombardi, e o superintendente da Fiemt, João José de Amorim. O ‘Dia do Empresário da
Indústria’ integra as ações do PDA, uma iniciativa da CNI em parceria com o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae).
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