bRUCE wILKINSON
com
david kopp
vOCÊ NASCEU PARA ISSO
como deus faz milagres e abençoa pessoas
através de você
Traduzido por VANDERLEI ORTIGOZA
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1
Uma nova maneira de
enxergar o mundo
Você nasceu para experimentar um milagre, hoje
Qual seria sua reação se eu dissesse que ontem você deixou de experimentar
um milagre? E não apenas um milagre qualquer, mas um prodígio que o
céu gostaria de realizar por seu intermédio com o objetivo de mudar a vida
de outra pessoa, ou talvez a sua?
Sem dúvida eu compreenderia se você ficasse desconfiado.
Apesar disso, a maioria das pessoas se identifica com uma experiência
quase universal. Praticamente todos os seres humanos, não obstante suas
crenças religiosas, podem identificar um acontecimento na vida delas que
parece ter sido planejado no céu, alguma coisa impossível de explicar sem
usar expressões como: “Não acredito! Só pode ser um milagre!”. Costumamos chamar essas experiências de coincidências divinas, momentos milagrosos e providência sobrenatural. Independente da terminologia, o fato
é que tendemos a valorizar esses episódios com tal intensidade a ponto de
recontá-los repetidamente, muitas vezes por anos a fio. “Nunca me esqueço
daquele dia em que...” ou “Algum dia minha filha contará a você sobre...”.
Por que nos lembramos desses episódios com tanta clareza? A razão,
creio eu, está no fato de termos sido tocados pelo céu. É como se o próprio
Deus tivesse saído detrás da cortina que separa o visível do invisível para fazer algo maravilhoso em nossa vida, algo que somente ele poderia realizar.
E aqui está a melhor parte: durante a experiência, ouvimos uma mensagem pessoal e inesquecível da parte de Deus, algo do tipo: “Eu estou aqui.
Eu me importo com você. Posso fazer por você algo que não pode fazer por
si mesmo”.
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Partindo dessa experiência humana quase universal, esse livro se propõe a tratar de algumas questões simples, porém intrigantes:
◆◆ Por que essas experiências são tão raras para a maioria das pessoas?
◆◆ Quais seriam as implicações de experimentarmos milagres diariamente?
◆◆ E se Deus estiver convidando pessoas comuns como você e eu para
formar uma parceria divina a fim de distribuir milagres às pessoas?
Se essas questões fizerem você visualizar pessoas em toda parte vivendo todos os dias com a expectativa de participar constantemente de momentos milagrosos, terá compreendido um pouco do que estou dizendo.
Um encontro misterioso
Quero relatar um encontro misterioso que tive com um garçom chamado
Jack em um restaurante nos arredores de Denver. Considero o encontro
misterioso porque tudo parecia normal: cinco amigos ocupando uma mesa
de seis lugares, garçons indo e vindo, conversas, ruídos, enfim, exatamente
o tipo de ambiente que se espera de um restaurante movimentado. No fim
do jantar, entretanto, todos os envolvidos perceberam, sem sombra de dúvida, que estávamos ali para um compromisso divino.
Era como se o próprio Deus tivesse caminhado em nossa direção e
dito: “Obrigado por guardar um lugar para mim. Eu estava esperando esse
momento para fazer algo por Jack”.
Eis a história.
Jack nos serviu muito bem durante o jantar. Entretanto, ele falou pouco, exceto quando explicou alguns itens do cardápio e anotou os pedidos.
Enquanto isso, a conversa ao redor da mesa girava em torno de alguns dos
ensinamentos mais extremos de Jesus: “Peçam, e lhes será dado” e “Há mais
felicidade em dar do que em receber”. Durante o papo senti de repente uma
cutucada do céu para tentar algo que eu nunca havia feito antes; ao mesmo
tempo, percebi que tinha a ver com Jack.
O experimento envolvia colocar três notas de cem dólares “em risco”.
Não se espante com a quantia, pois o dinheiro não era meu e, acredite ou
não, quem o entregou a mim esperava que eu o distribuísse (falarei sobre
isso em um capítulo posterior).
Quando o garçom voltou para servir mais água, fiz a seguinte pergunta:
— Jack, alguma vez você ouviu o ditado: “Há mais felicidade em dar do
que em receber”?
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— Ouvi.
— E acredita nisso?
— É, acho que sim — disse ele, parecendo confuso.
— Muito bem. Nesse caso, tenho uma proposta interessante para você.
— Coloquei uma nota de cem dólares sobre a mesa. — Jack, você está diante
de uma escolha fora do comum. Essa nota de cem dólares pode ser sua,
como um presente, e não como gorjeta... — Fiz uma pausa. Jack me olhava
com atenção, e os dois casais sentados comigo à mesa pareciam ter prendido a respiração. Voltei a falar com Jack.
— Ou você pode rejeitá-la e, em vez disso, presentear-nos com uma
sobremesa, o que implicaria ter de pagá-la com seu dinheiro, e não como
cortesia do restaurante. Não é possível fazer as duas coisas e não há uma
escolha certa ou errada. O que você gostaria de fazer: dar ou receber?
Jack permaneceu imóvel, segurando a jarra de água. Perguntou duas
vezes se eu estava falando sério e ao final disse:
— Fico com a nota de cem dólares.
Cumprindo com minha palavra, entreguei-lhe a nota.
— Obrigado! — disse ele, e voltou para a cozinha.
Depois que Jack saiu e meus amigos voltaram a respirar normalmente,
conversamos um pouco para tentar entender o que havia acontecido. Será
que minha proposta foi justa? O que Jack estaria pensando naquele momento? E, caramba, o que ele estaria dizendo ao pessoal da cozinha?
Enquanto conversávamos, um sentimento de inquietação começou a
tomar conta de mim. Deixe-me explicar: antes da proposta eu havia colocado duas notas de cem dólares embaixo do meu prato. Caso Jack tivesse rejeitado a nota e comprado sobremesas para nós — acreditando que é melhor
dar do que receber — eu daria a ele os duzentos dólares escondidos. Estava
torcendo para que ele optasse em favor da abnegação, pois eu acreditava
que Deus queria entregar a Jack aqueles duzentos dólares como incentivo.
Mais tarde, quando Jack retornou à mesa, perguntei-lhe:
— Estou curioso, Jack. Acha mesmo que fez a escolha certa?
— Claro! — respondeu empolgado. — Na verdade, foi um milagre!
Sabe, sou pai solteiro. — Ele pegou a carteira e nos mostrou a foto de seu
filho de três anos de idade. — Vejam que garoto maravilhoso! — exclamou
com um enorme sorriso. Em seguida, explicou sua reação. — Tenho de trabalhar em três empregos durante quatro dias da semana a fim de cuidar do
meu filho nos outros três dias, quando minha ex-esposa está trabalhando.
E, mesmo assim, estou em sérias dificuldades financeiras. Hoje de manhã,
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precisei emitir um cheque de cem dólares para pagar a pensão alimentícia,
apesar de minha conta no banco estar estourada. Esta tarde, enquanto dirigia para o trabalho, fiz uma oração: “Deus, por favor! Preciso de cem dólares, e preciso hoje à noite!”.
Eu e meus amigos emudecemos. Quem poderia imaginar que nosso
garçom estava com problemas financeiros? E como saber de sua oração pedindo cem dólares?
Agora era a minha vez de dar explicações. Contei-lhe que, ainda que
ele tivesse escolhido dar em vez de receber, eu havia planejado dar-lhe duzentos dólares naquela noite. — Mas agora que ouvi sua história, concordo
que você fez a escolha certa.
Então me veio à mente o que precisava acontecer em seguida.
— Jack, esse dinheiro não é meu — disse a ele. — O verdadeiro dono me
pediu para entregá-lo como uma espécie de mensagem à pessoa certa. Sem
dúvida, você é a pessoa certa.
Levantei o prato e peguei as outras duas notas de cem dólares.
— Está claro que Deus quis dar os cem dólares a você, e ele quer que
você fique com estas notas também.
O que para Deus é normal
O que aconteceu aqui? Vamos analisar:
◆◆ Jack foi trabalhar em seu emprego de garçom, porém naquela noite
ele tinha uma necessidade urgente e secreta.
◆◆ Eu saí de Atlanta em viagem de negócios e acabei jantando com
amigos no restaurante em que Jack trabalhava no Colorado.
◆◆ Sem que Jack e meus amigos soubessem, eu tinha planos de entregar um dinheiro que não me pertencia a alguma pessoa em necessidade financeira.
◆◆ Naquela noite, Deus usou uma pessoa para entregar um presente a
outra em situação de necessidade e de uma forma claramente milagrosa para todos os envolvidos.
Talvez o leitor tenha uma reação diferente. Pode imaginar, por exemplo:
“Não tenho uma nota de cem dólares sobrando e, mesmo que tivesse, por
que a entregaria a um estranho? Além disso, como saber a quem entregar?”.
Estudaremos essas e outras reações semelhantes em detalhes nas próximas páginas. Você verá, e isso é uma promessa, que Deus também tem
planos para notas de cinco ou vinte dólares, e que ele nunca nos pede para
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servi-lo de um modo que esteja em desacordo com nossa personalidade e
circunstâncias.
Por enquanto, coloque-se na história do
Deus usou uma pessoa para
jantar que acabei de descrever. Imagine como
entregar um presente a outra
você se sentiria ao sair do restaurante sabendo
em situação de necessidade
que teve uma participação no plano de proe de uma forma claramente
vidência de Deus para suprir a necessidade
milagrosa.
de um jovem pai desesperado. Melhor ainda,
imagine uma vida de encontros semelhantes
nos quais Deus opera por intermédio de você e em circunstâncias inexplicáveis a fim de realizar milagres — e de modo rotineiro.
Esse tipo de vida não apenas é possível, como é o que Deus entende
por vida normal quando pensa em você.
Veja, Deus não o colocou na terra para que você o visse se manifestar
apenas uma ou duas vezes em sua vida. Você não foi criado para ficar de
fora de todas as oportunidades de perceber a
Deus não o colocou na terra
presença maravilhosa de Deus e seu poder.
para que você o visse se maPelo contrário, você nasceu para viver
nifestar apenas uma ou duas
uma vida sobrenatural e realizar a obra de
Deus por meio do poder dele. Você nasceu
vezes em sua vida.
para levantar todas as manhãs acreditando
que Deus o usará para proporcionar um milagre indispensável ainda hoje.
Este livro mostrará como fazer isso.
A Terra do Milagre Cotidiano
Em se tratando de milagres, a maioria das pessoas que conheço enxerga o
mundo como se fosse dividido em duas partes.
Em um extremo, situa-se a região que poderíamos chamar de Terra
dos Sinais e Prodígios, uma terra em que aparentemente ocorrem milagres
espetaculares o tempo todo, embora poucos tenham o privilégio de presenciá-los. Na maioria das vezes, ouvimos falar desse mundo fabuloso apenas
na televisão, em poucas e extraordinárias igrejas e em lugares muito distantes. Mesmo assim, é um lugar fantástico no qual os cegos voltam a enxergar
e os inválidos atiram sua bengala para cima e correm como crianças no jardim de infância.
No outro extremo, localiza-se a Terra das Boas Obras. Ali não há espetáculos, mas felizmente é um lugar cheio de gente bondosa que se ajuda
mutuamente e realiza boas obras. Sem dúvida isso agrada a Deus.
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Interessante observar que na Terra das Boas Obras muitas pessoas
acreditam em milagres e gastam tempo estudando-os. Entretanto, não esperam presenciar nenhum milagre e muito menos participar deles de forma rotineira. Quando louvam a Deus por algum milagre, exaltam-no por
coisas que ocorreram há muitos anos. Na Terra das Boas Obras não há deslumbramentos, ao contrário da Terra dos Sinais e Prodígios, porém as coisas são mais controláveis, mais previsíveis.
A maior desvantagem de viver na Terra das Boas Obras é que Deus raramente se manifesta de modo sobrenatural. E por que deveria? Ninguém
ali está à espera de um milagre. Além disso, as coisas funcionam bem dessa
forma, ou pelo menos é assim que parece.
Em qual terra você vive a maior parte do tempo?
A maioria das pessoas vive na Terra das Boas Obras. Ainda que alguns
afirmem ter experimentado milagres pessoais e significativos no passado,
talvez durante um despertar espiritual ou um momento de crise, creem que
tais experiências são raras. E o mais importante: acreditam que os milagres
ocorrem, ou não, independente de nossa participação no processo, de modo
que não há razão para sairmos de casa com a expectativa de presenciá-los.
Quero chamar sua atenção para o fato de que, independente da Terra
em que você viva, você negligencia a região mais promissora de todas. Entre
o fascínio da Terra dos Sinais e Prodígios e os deveres da Terra das Boas
Obras existe um amplo e próspero território.
Neste livro chamaremos esse território de Terra do Milagre Cotidiano, uma região em que as pessoas acreditam que Deus deseja intervir — e
de fato intervém — de modo sobrenatural e rotineiro nos acontecimentos
humanos. Aqui pessoas comuns enxergam as necessidades humanas como
oportunidades valiosas para Deus manifestar sua presença por meio delas
e em quase todos os momentos. Essas pessoas não esperam que Deus lhes
conceda poderes especiais ou mova montanhas a seu favor. Antes, são pessoas que vivenciaram milagres e sabem, sem sombra de dúvida, que os milagres são para elas e para os outros, aqui e agora.
Aqueles que vivem na Terra do Milagre Cotidiano já fizeram duas
constatações surpreendentes.
A primeira é bastante animadora: para onde quer que olhem elas sempre enxergam, em qualquer situação, oportunidades em potencial para um
encontro divino inesquecível, um encontro não causado por coincidências,
mas um momento no qual Deus se revela pessoalmente por intermédio de alguém a fim de suprir uma necessidade real que somente ele pode prover.
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Em determinados dias essas pessoas têm a impressão de que Deus possui
uma pilha de milagres para pronta-entrega!
A segunda observação é desalentadora: eles estão praticamente sozinhos.
Você concorda que poucas pessoas hoje vivem na Terra do Milagre
Cotidiano? Escrevi este livro para ajudá-lo a perceber que o seu verdadeiro
país é a terra do milagre pessoal e rotineiro. Em vez de focalizar a natureza sobrenatural dos milagres que Deus é capaz de realizar, este livro convida o leitor a examinar os milagres que Deus realiza de modo rotineiro e
a assumir seu lugar na parceria divina a fim de tornar esses milagres uma
realidade.
Você descobrirá que o único requisito de Deus para que esses encontros
divinos aconteçam é nossa disposição para servir. Não é necessária experiência anterior, nem um histórico de perfeição, nem dons ou qualificações
religiosas. Este livro chamará essas pessoas comuns de “entregadores” de
Deus, homens e mulheres que dizem ao Senhor: “Por favor, envia-me hoje a
realizar a tua obra por meio do teu poder!”.
Foi exatamente isso o que Jimmy fez.
Jimmy, o “entregador”
Jimmy é um dos caras mais realistas que conheço. Sabe consertar qualquer
coisa, encontrar qualquer coisa e improvisar com qualquer coisa. Jimmy é a
pessoa ideal para se ter por perto se você estiver perdido em uma ilha deserta. E quando precisar de alguém para programar em seu iPhone o horário
para levar o cachorro passear, já sabe a quem chamar. Apenas não o convide para conversar a respeito de relacionamentos ou meditar sobre o sentido
do universo.
“Isso aí não é comigo”, pensou Jimmy a primeira vez que ouviu falar
sobre cooperar rotineiramente com Deus em acontecimentos extraordinários. Afinal, ele trabalhava no ramo da construção civil, e não em um ministério. Ele demonstrou dificuldade para indicar uma única ocasião nos
últimos dez anos em que poderia afirmar, com algum grau de certeza, ter
presenciado um acontecimento sobrenatural. Considerou a ideia de vivenciar milagres diariamente algo tão ilusório quanto um passeio pelo sistema solar.
Entretanto, durante uma conferência a respeito do tema deste livro,
Jimmy percebeu que gostaria de aprender a ser um parceiro de Deus e
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participar da obra divina. Dando um grande passo em direção ao desconhecido, Jimmy assumiu o compromisso de ser um entregador de Deus,
quando e onde o Senhor o chamasse.
Na manhã seguinte, enquanto descarregava janelas em uma obra,
Jimmy começou a conversar com um carpinteiro chamado Nick. O carpinteiro contou que seu casamento estava falido e havia pouca esperança de
salvá-lo. Ao que tudo indicava, Nick queria apenas desabafar com alguém.
Em casos assim, Jimmy normalmente teria expressado algumas palavras de consolo e, em seguida, mudado rapidamente para um assunto muito menos íntimo. Dessa vez, porém, Jimmy continuou a conversa, ouviu o
que Nick tinha a dizer, identificou-se com as dificuldades e fez algumas
perguntas. Em determinado momento, percebendo receptividade em Nick,
propôs uma pergunta simples, porém convidativa, que havia aprendido na
conferência: — Nick, eu gostaria de ajudar. Há alguma coisa que eu possa
fazer por você?
Sem hesitar, o homem respondeu:
— Você poderia me dizer como devo agir. Eu quero muito salvar meu
casamento, mas não tenho a menor ideia do que fazer.
Jimmy entrou em pânico. Aconselhar outro homem a resolver problemas conjugais? “Isso aí não é comigo!” Mas ele respirou fundo e, dando
um passo de fé, disse:
— Traga papel e caneta e, quando voltar, eu lhe direi como salvar seu
casamento.
Para dizer a verdade, Jimmy estava tentando ganhar tempo, pois não
tinha a mínima ideia do que dizer a Nick. Mesmo assim, conforme me explicou mais tarde, Jimmy se apegou a algumas coisas que eu havia dito na
conferência: “Relaxe! O milagre não é seu, mas de Deus” e “Dê espaço para
Deus agir”. Parecia que algo ou alguém estava no comando daquela conversa, e Jimmy estava disposto a cooperar.
Quando o carpinteiro retornou, Jimmy disse, sem pensar: “Você precisa ir para casa e arrumar a cama”.
Ele não sabia de onde aquela frase havia saído, nem o que significava.
— Isso é tudo o que tenho a dizer — disse Jimmy a Nick desculpando-se. —Acho que você nem precisa escrever.
O carpinteiro, no entanto, fitou-o de queixo caído.
— Como você sabe disso? — disse, admirado. — Esse é um dos nossos
maiores pontos de conflito! Sou sempre o último a levantar e nunca arrumo
a cama. Minha esposa diz que isso é um sinal de tudo o que está errado em
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nosso casamento. Nunca entendi o que ela quis dizer com isso, mas sabe
de uma coisa? Depois do almoço irei para casa e arrumarei a cama antes de
minha esposa chegar.
Para mim, essa história demonstra a disposição de Deus para realizar
milagres na vida das pessoas, caso estejamos dispostos a agir como entregadores. Nick não esperava receber ajuda de um estranho, e Jimmy não
esperava ser capaz de ajudar. Tudo o que Jimmy tinha a oferecer era sua
disposição de entregar aquilo que Deus o levou a dizer.
Entretanto, a melhor parte da história é perceber o amor de Deus. O
Senhor se importa com os problemas pessoais de um carpinteiro chamado
Nick, e quis que Nick soubesse disso. Deus se importa o suficiente para
oferecer a Nick um conselho prático que dissesse mais a sua esposa do que
uma carta de amor, criando uma possibilidade de mudança para o casal.
E tudo o que Deus precisava era de Jimmy, o entregador.
Realizando o que Deus deseja ver realizado
Talvez você seja como Jimmy, alguém completamente despreparado e sem
nenhuma qualificação, porém com disposição para fazer algo diferente.
Talvez você tenha crescido na igreja e possua um longo currículo de realizações religiosas, ou talvez seja como Nick, indeciso quanto à existência de
Deus ou seu interesse por nós. O céu, entretanto, opera de um modo que
parece se aplicar a qualquer circunstância, independente de nossas inclinações espirituais.
Talvez você tenha ouvido falar do meu livro A oração de Jabez. Nele,
mostro como uma oração pouco conhecida de três mil anos atrás ainda
pode resultar em muitas bênçãos e influência de Deus sobre as pessoas em
nossos dias. Milhões compraram o livro, fizeram a oração e ficaram perplexos com o que Deus começou a realizar em sua vida. Acredito que uma das
razões de o livro ter produzido essa repercussão em tantas pessoas é o fato
de ter tornado o ministério (que nada mais é que fazer o que Deus quer ver
feito no mundo) acessível como um estilo de vida.
Jabez viveu em Israel na Antiguidade. A Bíblia declara que ele foi “mais
ilustre do que seus irmãos”; porém, no meu entender, sua fama não estava
ligada à sua condição de superioridade espiritual. Creio que ele foi o “mais
ilustre” porque pediu, de todo o coração, que Deus realizasse em sua vida
todas as coisas que havia planejado realizar.
E a Bíblia declara: “E Deus lhe concedeu o que lhe tinha pedido”.1
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