doi: 10.4025/10jeam.ppeuem.03023
CONTRIBUIÇÕES DE HUGO DE SÃO VITOR PARA EDUCAÇÃO
DO SÉCULO XII NO OCIDENTE
DEGANELLO, Diucimara (UEM-GTSEAM)
OLIVEIRA, Terezinha (DFE/PPE/UEM-GTSEAM)
O objetivo deste trabalho é apresentar as contribuições de Hugo de São Vitor, para
Educação. Ele destaca em sua obra “Didascálicon: Da Arte de Ler”, a leitura como
instrumento para formação das pessoas, apresentado à disciplina, o método, a organização,
como forma de realizá-la, por ser um elemento fundamental para a educação, tanto para o
período medieval, como para a atualidade.
Destacaremos como a ética e a educação eram ensinadas por meio da leitura. Para o
Mestre Vitorino ela é um modo de viver, sendo preciso impor regras para realizá-la, como
por exemplo, saber o que ler, em que ordem deve-se ler e como se deve ler. Ao definir
estes três princípios como sendo os iniciais e fundamentais, para o processo de formação
da pessoa, o mestre indica os caminhos para se alcançar a sabedoria. Verificaremos, assim,
como o mestre explicita, valoriza e propõe a formação ética do homem medieval de seu
tempo, por meio da leitura.
Esse período estava passando por diversas transformações em diferentes âmbitos,
principalmente na educação. Assim, se faz necessário, para compreendermos a proposta de
Hugo de São Vitor, entendermos um pouco da história medieval e suas transformações.
Com o fim das invasões, a partir do século X, a civilização europeia passa a ter uma
relativa tranquilidade, “[...] o século X foi, se não uma época de restauração, pelo menos
um período de estabilização e de relativa paz” (PIRENNE, 1964, p.71). Essa relativa paz
possibilitou o desenvolvimento e a instauração do sistema feudal, que principiou as
atividades comerciais, por meio do trabalho e das relações sociais, criando assim, as novas
cidades e com elas o renascimento do comércio.
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As cidades antigas e os burgos desempenharam, pois, na história das
cidades, um papel essencial. Foram, por assim dizer, pedras de espera.
Será à volta das suas muralhas que se formarão as novas cidades, logo
que se manifeste o renascimento econômico de que surpreendemos os
primeiros sintomas no decurso do século X (PIRENNE, 1964, p. 70).
A partir da citação podemos observar o início da construção das novas cidades que
estavam por ser formadas no Ocidente europeu, as quais seriam as responsáveis pelas
transformações econômicas, sociais, educacionais do século XII.
Verifica-se assim, que as cidades foram uma das principais manifestações e um dos
motores essenciais da culminação medieval, que atinge a atividade econômica. Uma nova
civilização, marcada pelo cunho urbano e também rural, pois o que se produzia no campo
vinha a ser comercializado na cidade.
Segundo Le Goff (1992), o surgimento das cidades principiou o aumento das
tensões, precipitam as trocas, urdem incessantemente a vida dos homens, além de
afirmarem sua personalidade. Essas cidades conheceram, ao longo de um século e meio,
um intenso crescimento, com fases de aceleração e de desaceleração. Ocasionando a
construção de novas muralhas, que foram o elemento mais importante da realidade física e
simbólica das cidades medievais.
[...] A muralha foi à base material da identidade urbana e estabeleceu uma
dialética do interior e do exterior que dominou a atividade urbana,
dialética que a cidade medieval ocidental não chegará a realizar
plenamente, até a perfeita distinção entre o interior e o exterior. A cidade
medieval situa-se entre dois tipos de cidades que souberam, com ou sem
muralha, separar-se radicalmente do campo: a cidade antiga, que vivia na
oposição urbs/rus e mantinha a rusticidade no exterior, e a cidade
industrial e pós-industrial, que devorou o campo (LE GOFF, 1992, p. 15).
Nesse sentido, é necessário destacar quais os aspectos responsáveis pelo
desenvolvimento das cidades, que foram o aumento da natalidade, suscitando o
crescimento demográfico; a produção do excedente no campo, causado pelo melhoramento
dos equipamentos e técnicas de plantio; e, por fim, a criação de escolas laicas ao redor das
cidades para os filhos da nova civilização que estava se formando e além de ler e escrever
precisava aprender fazer cálculo, conhecer a história e a geografia para realizar as
transações comerciais.
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O comércio, tanto a praticada no local, como a vindo do exterior, uniram-se para
que esta atividade econômica não deixasse de se desenvolver. Com isso, no século XII os
progressos já eram surpreendentes, “[...] progredindo gradualmente, transforma, em
definitivo, a Europa Ocidental. Libertou-a do tradicional imobilismo a que a condenava
uma organização social que unicamente dependia das ligações do homem com a terra”
(PIRENNE, 1964, p. 87).
As necessidades primordiais da vida comercial, a facilidade de comunicações e a
necessidade de segurança, permitiram a população imigrada do comércio, começar a
absorver os antigos habitantes, ocasionando a vinda da população rural para a cidade.
Essas cidades ofereciam aos habitantes do campo um meio de adquirir os produtos de todas
as espécies, causando a divisão do trabalho entre o campo e a cidade.
Entretanto, para diversos camponeses vinculados a um senhor, era mais difícil
conseguir sua liberdade e dessa maneira imigrar para a cidade. Com isso, muitos
trabalhadores resistiam às exigências senhoriais. E os próprios senhores não permitiam que
os camponeses deixassem suas terras, por ser à base da exploração. Assim, eles fizeram
com que os lavradores começassem a produzir além de suas necessidades para vender seu
trabalho, “[...] libertando assim parte da mão-de-obra rural para outras tarefas; começavam
a preferir pagamentos em dinheiro em vez de serviço” (DUBY, 1980, p.110).
Essas mudanças também possibilitaram modificações significativas na agricultura,
com a substituição dos animais para puxar o arado, que antes era feita com os bois e passou
a ser realizado pelos cavalos e a utilização do metal que se tornou mais comum,
introduzindo na sociedade rural trabalhadores especialistas. Com isso, o aperfeiçoamento
do arado e da junta, foi fundamental para o progresso econômico e o crescimento
demográfico em geral.
[...] A pressão demográfica, melhor equipamento e mais terras parecem
ter assegurado à aristocracia uma tal prosperidade que, no fim do século
XII, podia dar-se ao luxo de permitir, ainda que temporariamente, um
ligeiro abrandamento da pressão econômica sobre a massa da população
trabalhadora (DUBY, 1980, p.226).
Segundo Duby (1980), as prosperidades do campo ocasionaram o crescimento
urbano, ao canalizar os produtos excedentes para as cidades, por meio dos impostos
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senhoriais e pela ocupação da população, que a conquista agrária não podia reabsorver
completamente.
Outro ponto importante de destacar, em relação às transformações no Ocidente, é
referente à educação. Antes ela era destinada aos religiosos, nobres e aos cavalheiros. Com
o desenvolvimento do comércio houve a necessidade de ampliar as escolas e serem
destinadas aos filhos dos mercadores, artesãos, entre outros. Para que pudessem aprimorar
o conhecimento em relação ao comércio.
Segundo Pirenne (1968), o renascimento comercial foi responsável pela criação das
primeiras escolas para os filhos dos burgueses. Em primeiro momento esses frequentavam
as escolas monásticas com a finalidade de aprenderem os rudimentos de latim, pois eram
necessários para a correspondência comercial. Mas aos poucos perceberam que era
necessário um conhecimento mais amplo com atenção aos conhecimentos práticos exigidos
pela vida comercial. “[...] as cidades, abriram, na segunda metade do século XII, pequenas
escolas que se podem considerar como o ponto de partido do ensino leigo na Idade Média”
(p. 129).
Dessa forma, a partir do século XII, foram criadas escolas, ao lado das monásticas,
muitas laicas, nas principais cidades da região que estavam se desenhando como Europa,
em toda a cidade, além das que já existia.
Le Goff (1992) destaca que as escolas religiosas, em contato com a cidade
transformam-se, profundamente, e uma das novidades que surgem neste período foi à
preocupação com a escolarização das crianças, pois com o crescimento das trocas, os
comerciantes perceberam a necessidade da leitura e escrita para realizar as atividades
econômicas.
Em meados do século XII, os conselhos municipais se preocuparam em
fundar para os filhos da burguesia escolas que são as primeiras escolas
laicas da Europa desde o fim da Antiguidade. Por elas, o ensino deixa de
conceder seus benefícios exclusivamente aos noviços dos mosteiros e aos
futuros padres das paróquias (LE GOFF, 1992, p.197).
Esta nova aquisição para os burgueses é uma imensa conquista, pois a escola passa
a, além de ensinar preceitos religiosos a ensinar, também saberes próprios para uma vida
nesta nova sociedade que adquiria contornos urbanos. Assim, o século XII inaugura essa
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necessidade com o desenvolvimento e crescimento econômico proporcionado pela
crescente vida urbana.
Evidencia-se assim, que a educação proporcionou novos caminhos aos habitantes
presente nessas cidades medievais, o qual conduzia o ensino à laicização. Assim, as
diversas transformações ocorridas no Ocidente, oportunizaram mudanças significativas no
modo de viver, agir e pensar.
Nesse sentido, as contribuições de Hugo de São Vitor foram fundamentais para
educação medieval. Ele apresenta a leitura como instrumento para formação da pessoa,
sendo necessário ter organização e método para realiza-lá.
De todas as obras de Hugo de São Vitor, o livro Didascálicon: Da arte de Ler,
escrita em 1127, é, segundo a historiografia, a mais significativa, por ser uma introdução
ao saber, no qual apresenta as disciplinas e auxilia o estudante deste período a organizar os
estudos, priorizando o que pretendia ensinar. A obra torna-se referência tanto aos
estudantes como aos professores das recentes escolas catedráticas. Ela fica conhecida como
o currículo de toda Europa Medieval.
Hugo de São Vitor, no século XII, destaca que ao percorremos o caminho da leitura
a primeira coisa a ser buscada é a Sapiência - para ele a Sapiência é Deus - por ela ser a
nossa origem, ou seja, conhecendo-a, conhecemos a nós mesmos. “De todas as coisas a
serem buscadas, a primeira é a Sapiência, na qual reside a forma do bem perfeito” (HUGO
DE SÃO VITOR, 2001. L. I c. 1 § 1). Assim, naquele período a leitura foi o caminho a ser
percorrido pelas pessoas que buscavam conhecimento, seja no mosteiro, seja nas recentes
cidades que emergiam, filhas das transformações sociais.
Segundo Hugo de São Vitor (2001), ao ser iluminada a mente do homem pela
Sapiência, ele volta ao seu princípio, ou seja, não é preciso procurar em outros lugares sua
origem, pois é suficiente aquilo que ele é. Assim, para chegar até Deus nesse período, o
homem precisa alcançar a sabedoria que era possível por meio da leitura. Ela ocasionará
mudanças em seu conhecimento, por sua mente ser capaz de absorver todas as coisas. Ou
seja, todos têm a capacidade de adquirir conhecimento, mas nem todos os desenvolvem da
mesma maneira.
Nesse período a procura da Sapiência também foi dada o nome de filosofia, por ser
considerada uma disciplina de doutrina daquelas coisas que fossem verdadeiras e
possuíssem uma substância imutável, assim como a alma do homem. Portanto, de acordo
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com Hugo de São Vitor (2001) a filosofia é “[...] o amor, a procura, e uma certa amizade
para com a Sapiência, mas não aquela sabedoria que se ocupa de tecnologias e de ciências
produtivas, e sim aquela Sapiência que, não carecendo de nada, é mente viva (HUGO DE
SÃO VITOR, 2001. L. I, c.2 §2).
Assim, ao conhecer a filosofia o homem assegura a verdade de seu pensamento e de
seus atos. Mas para ocorrer isso de forma adequada é preciso que o indivíduo nasça, cresça
e alimente-se para continuar vivendo. Nesse sentido, a Sapiência conduz a atos bons e
verdadeiros, definindo o caráter do homem, mas necessitam ser precedidos por uma
moderada Sapiência. Com isso, a filosofia também pode ser definida como uma disciplina
que investiga as razões de todas as coisas humanas e divinas.
Portanto, a leitura faz parte de todos os atos humanos. Sendo todas as ações e
esforços guiados pela Sapiência, para que possa restabelecer a integridade de nossa
natureza. Entretanto, de acordo com o Mestre Vitorino, existe no homem o bem e o mal.
[...] O bem, sendo que é a natureza originária, visto que ficou diminutivo,
deve ser restabelecido através do empenho pessoal. O mal, dado que é
depravação, dado que corrupção, sendo que não é natureza originária,
deve ser extirpado. E se não pode ser extirpado pela raiz, pelo menos
deve ser reprimido com a aplicação de um remédio. Isto é exatamente
aquilo que deve ser feito para que a natureza seja recuperada e o vício
eliminado (HUGO DE SÃO VITOR, 2001. L. I c. 5 § 2).
De acordo com o Mestre Vitorino, a integridade da natureza humana se realiza pelo
conhecimento e pela virtude, que são as semelhanças que temos com as substâncias
superiores e divinas. As substâncias que o homem está sujeito são a mortalidade e
mutabilidade no qual existem princípios e fins. Já as eternas têm início e não são limitadas
por nenhum fim. Assim, para adquirirmos a virtude, seja ela intelectual ou moral, é preciso
percorrer o caminho da leitura, para alcançarmos à sabedoria, devido à mente humana ser
capaz de captar todas as coisas, por ser formada de cada substância e natureza que possa
representar em si a imagem das coisas semelhantes a ela.
[...] a finalidade de todas as ações humanas é direcionada para dois fins:
1) ou para que em nós seja reparada a imagem divina, 2) ou para que se
proveja às necessidades desta vida, a qual, quanto mais pode ser
danificada pelas adversidades, tanto mais precisa ser nutrida e conservada
(HUGO DE SÃO VITOR, 2001. L. I c. 7 § 2).
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O homem é semelhante a Deus quando é sábio e justo, mas para construir isso é
necessária a especulação da verdade, ou seja, procurar coisas boas e verdadeiras. Investigar
os fatos e o exercício da virtude, ser humilde para realizar suas ações, mas também, precisa
‘nutrir e conservar a vida’ e isso se dá mediante o trabalho. Por não separar o mundo
mental/religiosidade do mundo do trabalho o Mestre Vitorino destaca que os homens
devem usar a “inteligência”, por se ocupar das coisas superiores, e as “ciências”, por se
ocupar das coisas inferiores.
A inteligência, por sua vez, dado que trabalha: a) na investigação da
verdade e b) na reflexão sobre os costumes, é dividida em duas partes: 1)
uma teórica, ou seja, especulativa, 2) a outra prática, ou seja, ativa, e está
se chama também ética, ou seja, moral. (L. I c. 8 § 5)
A ciência, por outro lado, dado que realiza as ações humanas,
apropriadamente é chamada mecânica, ou seja, adulterina (HUGO DE
SÃO VITOR, 2001. L. I c. 8 § 6).
É possível perceber nesta citação como Hugo de São Vitor valoriza as duas ações
dos homens, tanto a teórica (inteligência), como a prática (bem comum). Mas para os
homens porem em prática suas ações, é necessário também o uso da lógica, que é uma
maneira de raciocinar com clareza. A lógica é fundamental, pois ninguém pode discutir
sobre as coisas, os acontecimentos, sem o seu conhecimento, ou seja, temos que saber
antes qual o raciocínio que assegura o caminho verdadeiro das discussões, e não apenas os
aspectos que têm aparência verdadeira.
A lógica, portanto, é ultima no tempo, mas primeira na fila. Ela é a
primeira a dever-se estudar pelos iniciantes na filosofia, pois nela é
ensinada a natureza das palavras e dos conceitos, sem os quais nenhum
tratado de filosofia pode ser explicado de maneira racional (HUGO DE
SÃO VITOR, 2001. L. I c. 11 § 3).
Para o Mestre Vitorino, a lógica é ensinada pela natureza das palavras e conceitos,
sem os quais, nenhum tratado de filosofia pode ser explicado de maneira racional.
Portanto, as ciências que abrangem todas as outras são: a teórica, que trata das
investigações da verdade; a prática, que estuda a disciplina dos costumes; a mecânica, que
ordena as ações desta vida; e, enfim a lógica, que ensina a falar corretamente.
Vale salientar que as ciências eram compreendidas na filosofia da seguinte forma:
apresenta as artes que fazem parte do saber filosófico, que são: teologia, física,
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matemática, aritmética, música, geometria, astronomia, a especificidade de cada arte, a
divisão da mecânica em sete ciências: de lã, ciências da arma, navegação, agricultura, caça,
medicina, teatro. A gramática, e também a teoria da argumentação.
A ciência pode ser interpretada de duas formas, sendo como disciplina ou como um
conhecimento que faz parte da filosofia, como parte divisível ou integral. Dessa forma, a
filosofia se divide em teórica, prática, mecânica e lógica. Assim, ao estudar deve-se
investigar, comparar as coisas que entendeu menos, para depois estar seguro nas discussões
e não ter medo de errar. Com isso, Hugo de São Vitor (2001) destaca características
necessárias e essências aos estudantes.
Três coisas são necessárias aos estudantes: 1) as qualidades naturais, 2) o
exercício e 3) a disciplina. As qualidades naturais, para que entenda
facilmente aquilo que ouve e memorize firmemente aquilo que entendeu.
O exercício, para que eduque as qualidades naturais mediante o trabalho e
a persistência. A disciplina, para que, vivendo de modo louvável,
harmoniza a conduta com o saber (HUGO DE SÃO VITOR, 2001. L. III
c. 6 § 1).
Hugo de São Vitor destaca nessa citação que ao se dedicar ao saber teórico é
preciso dispor, ao mesmo tempo, de inteligência (que descobre) e de memória (que guarda
a sabedoria), pois se um faltar não é possível atingir a perfeição, porque estão interligados
um ao outro. Assim, o exercício da inteligência se dá mediante a duas atividades:
[...] a leitura e a meditação. Na leitura, a partir de quanto foi escrito,
ficamos formados nas regras e nos preceitos. E há três tipos de leitura: 1)
do docente, 2) do discente e 3) do autodidata. De fato, nós dizemos “leio
um livro para ele” e “leio um livro apresentado por ele” e “leio um livro”.
Na leitura devem ser tidos em máxima consideração a ordem e o método
(HUGO DE SÃOVITOR, 2001. L. III c. 7 § 3).
Outro aspecto exposto por Hugo de São Vitor (2001) é a ordem na leitura, que
devem ser observadas nas disciplinas (dependendo da natureza da disciplina) ou nos livros
(segundo o autor ou da matéria relacionada), ou na narração (de acordo com a disposição,
podendo ser natural ou artificial), ou na exposição de textos (obedecem ao nível de
informações).
O modo de ler consiste em dividir, pois ao aprendermos iniciamos pelas coisas mais
conhecidas, determinadas e abrangentes, mas aos poucos vamos conquistando o saber e
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aumentando o repertório de aprendizagem. Para depois, por fim, abrangermos as coisas
singulares, investigando a natureza das coisas ai contidas. Isto é, é preciso começar do que
conhecemos para tornar o conhecimento mais amplo, por meio da pesquisa, ou seja, da
leitura.
Segundo Hugo de São Vitor (2001), o início da aprendizagem está na leitura e o fim
na meditação, que é pensar frequente com discernimento, investigando prudentemente a
causa e a origem, o gênero e a utilidade de cada coisa. Em relação à meditação, existem
três tipos diferentes:
[...] O primeiro consiste no exame da conduta, o segundo no
conhecimento minucioso dos mandamentos, o terceiro na investigação
das obras divinas. A conduta consiste nos vícios e nas virtudes. O
mandamento divino é ora preceptivo, ora promitente, ora aterrador. É
obra de Deus seja aquilo que sua potência cria, seja aquilo que a sua
Sapiência guia, seja aquilo que a sua graça reforça (L. III. c. 10 § 4).
Todas estas coisas, de quanta admiração elas sejam dignas, tanto mais
sabe-o o homem, quando mais atentamente acostumou-se a meditar as
obras admirandas de Deus (HUGO DE SÃOVITOR, 2001. L. III c. 10 §
5).
Nesse sentido, é importante ao estudante sempre lembrar-se que, a inteligência
investiga e descobre, enquanto a memória guarda, resumindo. Desenvolver a memória é
fundamental para definir a comunicação entre as pessoas. Assim, ao escrever o que lemos,
estamos criando possibilidades de registros em nossa memória. Ela permite transpor
barreiras levando-nos há tempos distintos do nosso, por meio da história. Somente sabemos
o que ocorreu em outros tempos, devido às pessoas lembrarem os acontecimentos e
descreverem o que aconteceu, ou seja, é por meio da lembrança e da memória que
compreendemos a organização da sociedade desde os tempos mais primitivos.
Dessa maneira o Mestre Vitorino salienta que, aos estudantes é fundamental não se
alegrarem excessivamente, por lerem muitas coisas, mas por entenderem muitas coisas.
O começo da disciplina moral é a humildade, da qual existem muitos
ensinamentos, três dos quais interessam mais ao estudante: 1) primeiro,
não reputar de pouco valor nenhuma ciência e nenhum escrito; 2)
segundo, não ter vergonha de aprender de qualquer um; 3) terceiro, não
desprezar os outros depois de ter alcançado o saber (HUGO DE SÃO
VITOR, 2001. L. III c. 13 § 1).
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Na prática da leitura, os estudantes precisam ser humildes e não desprezarem
escrito algum. Assim, quando estiver livre leia algo, pois todo escrito propunha algo
desejável. Mas se você não pode ler todas as obras, lê as mais úteis. É preciso ouvir todos
com prazer, ler de tudo, não desprezar escrito algum, pessoa alguma e nem doutrina
alguma. Pois, todo conhecimento é importante por ser bom, com isso, é fundamental a
humildade, por parte dos estudantes.
O bom estudioso deve ser humilde e manso, afastado totalmente das
preocupações vãs e dos ilícitos das volúpias, diligente e constante, para
que aprenda com prazer de todos, nunca presuma de sua ciência, fuja dos
atores de doutrinas perversas como do veneno, aprenda a refletir
longamente sobre alguma coisa antes de julgá-la, não queira aparecer
douto, mas sê-lo, ame os ensinamentos aprendidos dos sábios e procure
tê-los sempre diante dos olhos como espelho do seu próprio rosto. E se,
pó acaso, certas coisas mais obscuras não são admitidas por sua
inteligência, o bom estudioso não prorrompa em impropérios, como se
cresse que nada é bom a não ser aquilo que ele pode entender. Esta é a
humildade da disciplina dos estudantes (HUGO DE SÃO VITOR, 2001.
L. III c. 13 § 10).
Para o estudante se dedicar a pesquisa é necessário mais de ação que de
ensinamento, para compreender quanto os antigos suportaram pelo amor a sabedoria e
virtudes deixaram para a próxima geração. Com isso, é interessante aos estudantes,
desenvolver esta atividade da pesquisa para que a sabedoria nunca envelheça.
“Quase todas as forças do corpo mudam nos velhos, e, enquanto cresce
apenas a Sabedoria, todas as outras decrescem”. A velhice daqueles que
construíram a sua adolescência em atos honestos com a idade se torna
mais douta, com a prática mais calejada, com o andar do tempo mais
sábia, e recolhe os frutos dulcíssimos dos estudos anteriores (HUGO DE
SÃO VITOR, 2001. L. III c. 14 § 2).
Portanto, é importante seguir os quatro conselhos destinados à disciplina e ao
exercício. O primeiro diz respeito à quietação da vida, para que o interior da mente não
seja permitido desejos ilícitos e ao seu exterior seja permitido o trabalho de estudos
honestos e úteis, no qual pertence à disciplina moral. Enquanto a meditação, que é a análise
minuciosa, pertence ao exercício que se faz presente na dedicação a pesquisa, seja por
meio do trabalho ou por meio da meditação.
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Ao se dedicar aos estudos é preciso não ir ao alcance das coisas supérfluas, sem
valor, mas procurar a virtude de seus atos, mesmo que isso signifique aprender devagar a
trocar primeiramente estas coisas visíveis e transitórias, para que depois consiga deixá-las.
Nesse sentido, Hugo de São Vitor, apresenta aos estudantes deste período, principalmente,
a leitura dos livros sagrados, destacando o número e ordem dos livros, seus autores e
tradutores, autores do novo testamento, significados dos nomes dos livros sagrados,
concílios, escritos autênticos ou apócrifos.
Portanto, deve-se saber que a Escritura Sagrada apresenta três maneiras de entendêlas, que são: o modo histórico, o modo alegórico e por fim tropológico (moral). Mas nem
todos os discursos divinos devem ser forçados a terem essas interpretações. Assim, o
Mestre Vitorino apresenta aos estudantes algumas particularidades da Escritura e o modo
de lê-la.
Não deve ser incomoda ao estudante diligente a nossa exposição tão
variada e minuciosa sobre o número, a ordem e os nomes das Sagradas
Escrituras, porque pode acontecer que estas coisas pequenas, quando
ignoradas, escurecem o conhecimento de coisas grandes e úteis. É bom
que o estudante fique livre disso de uma vez, de modo que, uma vez
escancaradas estas coisas logo no começo como se fossem portas, com
passo livre ele possa percorrer o caminho que se propõe e não deva, a
cada novo livro da Escritura, procurar novamente os princípios
elementares (HUGO DE SÃO VITOR, 2001. L. V c.1 § 1).
Por isso, é fundamental tratar as Sagradas Escrituras de modo a não procurar em
todo lugar somente a história ou a alegoria ou a tropologia. Mas sim procurar todas juntas
nos textos, por terem diversos significados. Assim, o significado das coisas é excelente,
pois foi dito pela natureza, enquanto o significado das palavras se impôs pelo costume. A
palavra é a voz do homem, enquanto as coisas é a voz de Deus aos homens.
[...] A razão da mente é a palavra interna, que se manifesta pelo som da
voz, isto é, pela palavra externa. Mas a Sapiência divina, que o Pai emitiu
do seu coração, invisível em si, é conhecido pelas criaturas e nas
criaturas. Disto se deduz admiravelmente quão profundo entendimento
deve ser exigido nas Escrituras Sagradas, onde pela palavra se chega ao
conceito, pelo conceito à coisa, pela coisa à razão, pela razão à verdade.
Os menos eruditos, por não levar em conta este dado, acham que nas
Escrituras não existe alguma sutilidade na qual os engenhos possam
exercitar-se, e por esta razão se voltam para os escritos dos filósofos
pagãos, pois, de fato, nas Escrituras não enxergam outra coisa senão a
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superfície da palavra, ignorando a força da verdade (HUGO DE SÃO
VITOR, 2001. L. V c. 3 § 2).
Portanto, verifica-se assim, que ao lermos é necessária a meditação, para que
possamos compreender o que as palavras querem transmitir, seja nas Sagradas Escritura ou
em outros textos. O importante é ter organização é método para realizar a leitura, no qual
Hugo de São Vitor apresenta o modo e a ordem da leitura, pois assim o estudante deverá
saber a que deva dedicar o estudo para aprender. “[...] o estudante deve ser primeiro
instruído sobre aquilo que deve evitar, e depois deve ser informado sobre como levar a
termo aquilo que deve ser feito (L. V c. 5 § 1).
Todavia, existem alunos que se destacam pelo desempenho ao dedicarem-se com
afinco, mas são poucos que conseguem chegar ao saber. E outros que têm dificuldade na
aprendizagem por serem lentos, precisando trabalhar longamente, mas não impede de
avançarem nos estudos. Sendo preciso saber que em qualquer trabalho são necessárias duas
coisas:
[...] a aplicação e o método da aplicação, e estas duas coisas são tão
conexas entre si, que uma sem a outra é inútil ou pouco eficiente. Com
efeito, se diz que “a prudência é melhor que a força”, porque às vezes
levantamos com a habilidade os pesos que não podemos mover com as
força físicas. O mesmo se dá em qualquer estudo. Aquele que trabalha
sem método, trabalha muito, sim, mas não avança e, como a chicotear o
ar, espalha as forças ao vento. (HUGO DE SÃO VITOR, 2001. L. V c. 5
§ 3).
Dessa maneira, Hugo de São Vitor (2001) destaca três aspectos importantes que
costumam opor-se ao estudo: a negligência, que ocorre quando deixamos de lado o que
deve ser aprendido, devendo ser repreendido; a imprudência, que ocorre quando não
mantemos a ordem e o método apropriado no que aprendemos, devendo ser instruído; e,
por fim a má sorte, que se dá por algum evento de causa natural, devendo ser ajudado. Ao
adentrarmos nesse caminho, da leitura e do estudo, devemos ser provocados por elas, para
procurarmos não somente a beleza das palavras, mas sim a verdade e a virtude das
palavras.
Nada se deve querer sem motivo, nem provoca desejos aquilo que não
promete utilidade. O fruto da leitura sagrada é duplo, pois ou 1) instrui a
mente com o conhecimento ou 2) a adorna com os bons costumes. Ela
ensina aquilo que agrada saber e aquilo que vale a pena imitar. Dos dois,
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um, isto é, o conhecimento, está relacionado mais à história e à alegoria,
o outro, o ensino dos costumes, mais a tropologia. Toda a Sagrada
Escritura é direcionada para esta finalidade (HUGO DE SÃO VITOR,
2001. L. V c. 6 § 2).
Muitos procuram na leitura das Escrituras mais o saber que a virtude. No entanto,
podemos verificar com a citação acima que os dois são necessários e louváveis. Assim,
este conhecimento é oferecido de duas maneiras: pelo exemplo, quando lemos as ações dos
santos e pela doutrina, quando aprendemos os seus ensinamentos propícios para a vida
disciplinada.
Dessa forma, a leitura não deve ser motivo de aborrecimento, mas de
contentamento, buscando a verdade dos fatos e não somente a pompa das palavras. Hugo
de São Vitor (2001) deixa claro que é possível, aos leitores serem dignos de louvor, ao
aprenderem com prazer. Contudo a leitura também pode ser causa de aborrecimento,
dependendo da qualidade e do seu conteúdo.
[...] Se, todavia, você deseja ser doutor, escute o que fazer: a humildade
do seu hábito e a simplicidade do rosto, a inocência da vida e a santidade
do seu falar devem ensinar os homens. [...] A leitura pode ser para você
um exercício, mas não um propósito. A instrução é boa, mas é dos
principiantes. Você, ao contrario, havia prometido de tornar-se perfeito, e
por isso não lhe basta igualar-se aos principiantes. É necessário que você
faça mais. Considere, portanto, onde está, e saberá facilmente aquilo que
deve fazer (HUGO DE SÃO VITOR, 2001. L. V c. 8 § 3).
Dessa forma, para alcançar o saber é preciso de discernimento, instrução, meditação
e esforço, para obter a contemplação conhecendo a si mesmo e adquirindo a sabedoria, no
qual, neste período, permite chegar-se até Deus.
Se, portanto, você lê e tem o entendimento e já sabe o que deve ser feito,
isto é o começo do bem, mas ainda não lhe basta, ainda não é perfeito. (L.
V c. 9 § 4).
Suba, portanto, para a fortaleza do discernimento, e medite como
conseguir cumprir as obrigações que aprendeu. Muitos, com efeito, têm o
conhecimento, mas poucos sabem de que maneira é oportuno praticar o
conhecimento (HUGO DE SÃO VITOR, 2001. L. V c. 9 § 5).
Observa-se que nada na vida conseguimos sozinhos, sempre precisamos do auxílio
de outras pessoas, principalmente de Deus. Assim, a boa obra é a via pela qual podemos
alcançar a sabedoria e chegar até Deus. “Você vê, portanto, como a perfeição vai de
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encontro aos que ascendem por estes degraus, de modo que quem ficou embaixo não pode
ser perfeito” (HUGO DE SÃO VITOR, 2001. L. V c. 9 § 9).
Portanto, Hugo de São Vitor (2001), mostra em sua obra Didascálicon, como as
Escrituras devem ser lidas por aqueles que ainda estão buscando somente o conhecimento.
Para alcançar o conhecimento e ter discernimento é necessário percorrer o caminho da
ordem e do método, pois quando é realizado com afinco, abrirá, facilmente, o caminho da
leitura.
Hugo de São Vitor (2001) diz que, para se tornar um sábio é necessário que não se
despreze nada. Como nas virtudes, também nas ciências existem degraus a serem vencidos:
é preciso analisar tudo o que aprendemos, pois tem coisas que estudamos e pensamos que
não tem utilidades, mas quando comparada a outras coisas as quais estão ligadas, verá que
são necessárias e procedentes. “Aprenda tudo, e verá depois que nada é supérfluo. O saber
limitado não é alegre” (L. VI c. 3 § 4).
É preciso analisar tudo o que aprendemos, pois tem coisas que estudamos e
pensamos que não tem utilidades, mas quando comparado a outras coisas as quais estão
ligadas, e começar examiná-las em conjunto, verá que são necessárias e naturais. Hugo de
São Vitor destaca os métodos de interpretação da leitura, no qual é preciso examiná-las
com grande discernimento, pois assim não tiram um sentido para a qual não foram escritas.
“É isto, estudante, aquilo que lhe propomos. Este campo do seu trabalho, bem sulcado com
o arado, lhe trará muitos frutos. Todas as coisas foram realizadas com ordem: proceda com
ordem” (L. VI c. 3 § 8).
Portanto, ao estudante é necessário instruir-se e informar-se. Dessa forma, a leitura
é fundamental para formação humana e ao realiza-lá é necessária que seja num ambiente
propício, permitindo compreender o que as palavras querem transmitir, ou seja, é preciso
que ela seja silenciosa e meditativa.
Por meio dos dados e informações apresentadas no decorrer deste texto, foi possível
evidenciarmos a importância da leitura na formação humana. Principalmente, porque ao
ser compreendida nos conduz para outros lugares e épocas distintas da nossa. Faz-nos
refletir, desenvolver o senso crítico, sempre valorizando a opinião de todos, além de
possibilitar conhecer a história de cada período, buscando entender nossa origem, nossa
história.
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Nesse sentido, a leitura é um caminho que deve ser percorrido por aqueles que
querem adquirir o saber, mas para torná-lo importante, é fundamental ter método e
organização para estudar. Portanto, o Didascálicon, proporcionou e proporciona as pessoas
adquirir conhecimento ao invés de apenas ler mecanicamente. Assim, o estudo diz respeito
ao conhecimento em si, no qual se relaciona com a importância da leitura como fonte de
sabedoria e o vincula-se a possibilidade de pensar, sempre, em mudanças educacionais,
distinta da nossa.
Hugo de São Vitor expõe que é preciso meditação, dedicação, disciplina e métodos
para realizar a leitura, para alcançarmos à sabedoria, que para o mestre é a Sapiência, pois
com ela conhecemos a nós mesmos, não sendo necessário procurar as coisas fora de si, ou
seja, a Sapiência ilumina o homem a percorrer um caminho certo para alcançarmos o saber
por meio da leitura. Com isso, o conhecimento deve ser do todo, de forma profunda, sendo
esta a condição para que possamos estar preparados para transmitir o que aprendemos.
A obra de Hugo de São Vitor foi importante para seu período e também é para
atualidade, por auxiliar a entender como a leitura é um modo de viver e este viver
possibilita alcançar o conhecimento e se ter uma visão diferente e consciente diante das
situações do nosso tempo presente. Assim, ao praticar a leitura é preciso saber, o que ler,
em que ordem ler e como se deve ler.
Dessa forma, para o Mestre Vitorino o ato de ler é um modo de viver um afeto de
amizade, um ato moral e social. Com isso, a obra “Didascálicon: Da arte de Ler” foi o
livro no século XII que representava a aurora de novos dias na Europa e na história.
REFERÊNCIA
DUBY, Georges. Guerreiros e camponeses: Os primórdios do Crescimento Econômico
Europeu do século VII ao século XII. Tradução de Elisa P. Ferreira. Lisboa: Editora
Estampa, 1980. p. 85 – 288.
LE GOFF, J. O apogeu da cidade medieval. Tradução Antônio de Pádua Danesi. São
Paulo: Martins Fontes, 1992.
PIRENNE, H. As cidades da Idade Média. Lisboa: Publicações Europa-América, 1964.
______. História Econômica e Social da Idade Média. São Paulo: mestre Jou, 1968.
SÃO VITOR, Hugo de. Didascálicon: Da arte de ler. Tradução: Antonio Marchionni.
Petrópolis, RJ: Vozes, 2001.
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contribuições de hugo de são vitor para educação do século xii no