Biologia – 1ª Série Resumo - Reprodução Humana Data: 5 de março de 2008 Assim como as casas são feitas de tijolos, todos os organismos são formados por pequenas unidades, chamadas células. Extremamente pequenas, cabem centenas de células num pingo de um “i” Toda a “programação” de cada organismo está contida no núcleo de suas células, nos genes. Para que a reprodução sexuada ocorra com sucesso, cada indivíduo deve formar células contendo metade das informações genéticas. Essas células sexuais são os gametas e as estruturas que os produzem são as gônadas. Nos seres mais evoluídos, os gametas não podem viver em liberdade. Por isso, nesses seres, há órgãos responsáveis por permitir a união das células sexuais. Ao se juntarem esses gametas, o novo indivíduo terá um conjunto completo de informações genéticas. Reprodução é a capacidade que os indivíduos têm de originar outros semelhantes, assegurando a sobrevivência da espécie. Na maioria dos seres a reprodução se inicia quando o gameta masculino se funde com o gameta feminino, no momento da fecundação. A partir desse momento, inicia-se o desenvolvimento do novo indivíduo. A reprodução sexuada permite variadas combinações gênicas, aumenta a variabilidade genética, oferece maior estabilidade para as espécies. Qualquer tipo de agressão como um vírus, por exemplo, será incapaz de destruir toda uma população já que seus indivíduos são tão diversificados. Sem contar as inúmeras outras vantagens e as maravilhas de os indivíduos serem diferentes uns dos outros. A fim de que possam se unir, os gametas têm formas e características diferentes. Os espermatozóides são pequenos, numerosos e móveis, para que possam penetrar no outro organismo e encontrar o outro gameta. O óvulo é grande e pouco móvel para ser encontrado mais facilmente. À primeira vista nada é tão diferente como os órgãos genitais masculino e feminino. Porém, esta aparente diferença é irreal. A origem durante o desenvolvimento é a mesma e as estruturas são correspondentes. Na prática, são como dedos de uma luva, um virado para dentro e o outro para fora, um deve receber gametas e o outro, lançá-los para fora. Cada qual tem duas glândulas ou gônadas que produzem gametas e um conduto que os comunica com o exterior. A grande diferença é que os órgãos femininos ocultos servirão como ninho para o desenvolvimento do futuro ser. Alguns autores dizem que aí começam os problemas decorrentes da diferença. “Se o papel do homem se encerra no fim do ato sexual, o da mulher que foi fecundada está apenas começando e seguirá durante a gestação, parto e cuidado dos seus descendentes daí para frente.” Até bem pouco tempo, o ato sexual era relacionado com a idéia de procriação. Com o passar do tempo, ele foi desvinculado da reprodução com o advento dos métodos anticoncepcionais. Nos últimos anos, com os avanços da Biotecnologia, conseguimos desvincular definitivamente uma idéia da outra. Já se pode pensar em fazer amor sem gerar novos seres e, o que é mais impressionante, ter filhos sem fazer amor. Aparelho reprodutor masculino O sistema reprodutor masculino é formado pelos seguintes órgãos: testículos, epidídimo, canal deferente, canal ejaculador, vesícula seminal, próstata, glândula de Cowper, uretra, pênis. Os testículos são as gônadas masculinas, do tamanho de uma ameixa, que produzem espermatozóides e são também considerados glândulas porque produzem hormônios, substâncias que vão para o sangue e influenciam na atividade de outros órgãos. Os testículos estão dentro de um saco de pele, o saco escrotal. No seu interior, há túbulos seminíferos onde estão as células responsáveis pela formação dos espermatozóides. Os túbulos seminíferos se juntam num epidídimo, que acumula temporariamente os espermatozóides. De cada epidídimo (um para cada testículo, num total de dois por indivíduo) sai um canal deferente (que conduz para fora) e se continua no canal ejaculador. Ele recebe o líquido seminal da vesícula seminal e atravessa a próstata que secreta o líquido prostático. A glândula de Cowper produz um líquido viscoso que é eliminado durante o estímulo sexual, para lubrificação, facilitando o ato sexual. O pênis é o órgão copulador do homem, do tamanho aproximado de um dedo. Contém grande parte da uretra, os corpos cavernosos e o corpo esponjoso. A uretra é um canal envolto pelo corpo esponjoso e que impulsiona os espermatozóides para fora na hora do orgasmo, visando alcançar o colo do útero o mais rapidamente possível. Abre-se num orifício na glande (parte mais volumosa do pênis) chamado meato uretral. A uretra também transporta a urina para fora do organismo. Como a urina é ácida, atacaria os Colégio I. L. Peretz - Morá Anita 1/5 Biologia – 1ª Série Resumo - Reprodução Humana Data: 5 de março de 2008 espermatozóides. Para impedir isso, urina e esperma não se encontram, a próstata regula a circulação de ambos. Além disso, há uma secreção de glândulas da uretra, para limpar os vestígios de urina e, ao mesmo tempo, cobrir o esperma com um líquido viscoso que lhe permite permanecer por mais tempo na vagina da mulher em vez de escorrer como água. A cada ereção, um pouco deste fluido vaza para lubrificar a glande, o que é interpretado por alguns como perda freqüente de esperma. A circuncisão Muitos povos (como os judeus e os muçulmanos) fazem a circuncisão, ou seja, a retirada do prepúcio, uma prega de pele que envolve a glande. Sabemos que a circuncisão traz inúmeras vantagens. O prepúcio produz um sebo que rapidamente fica rançoso. Sem ele não há acúmulo deste tipo de sebo que poderia causar irritações e infecções. Não há o risco de fimose, e diminui muito a transmissão de DST, sem contar que mulheres casadas com homens circuncidados têm menor incidência de câncer de colo de útero. A ereção A ereção acontece por ação do sistema nervoso. Os corpos cavernosos e o esponjoso se enchem de sangue, tornando o pênis uma estrutura rija. Potência é a capacidade que o homem tem de levar seu pênis à ereção e impotência é a incapacidade. Entre os impulsos mais freqüentes para promover a ereção estão os estímulos hormonais (muito freqüentes na puberdade), causados por excitação de imagens ou idéias excitantes, por afrodisíacos, por estimulação mecânica (carícias) ou por repleção da bexiga. Sabemos hoje que assim como a ereção começa no cérebro, a maioria dos problemas de impotência também são fruto de medo e imaginação. Orgasmo e ejaculação O orgasmo no homem é acompanhado pela ejaculação. A ejaculação é a expulsão do sêmen (espermatozóides mais os fluidos), para que ele atinja o útero da parceira. Para percorrer toda a distância necessária ele é impulsionado por contrações dos tubos por onde passa. Como a produção é ininterrupta, acontece que os espermatozóides podem ser eliminados automaticamente à noite, o que chamamos de polução noturna. Figura 1. 1. testículo; 2. epidídimo; 3. canal deferente; 4 ampola do canal deferente; 5. vesícula seminal 6. canal ejaculador; 7. próstata; 8. uretra; 9 meato uretral; d. glândula de Cowper; e. corpo esponjoso; f. corpos cavernosos; g. glande. Colégio I. L. Peretz - Morá Anita Figura 2. corte de testículo e epidídimo. 2/5 Biologia – 1ª Série Resumo - Reprodução Humana Data: 5 de março de 2008 Aparelho reprodutor feminino Observe as estruturas que compõem o aparelho reprodutor feminino, na figura a seguir. figura 3. Órgãos do aparelho reprodutor feminino. Figura 4. 1. ovário; 2. tuba uterina; 3. útero; 4. cavidade uterina; 5. vagina; a. franjas da tuba Figura 5. a. grandes lábios; b. pequenos lábios; c. hímen; d. entrada da vagina; e. Clitóris; f. meato uretral; g. ânus; h. púbis. Figura 6. Visão comparativa dos aparelhos reprodutores feminino e masculino. Colégio I. L. Peretz - Morá Anita 3/5 Biologia – 1ª Série Resumo - Reprodução Humana Data: 5 de março de 2008 Os ovários são as gônadas femininas porque produzem os gametas femininos, ou seja, os óvulos. Como também produzem hormônios, são considerados glândulas sexuais femininas. Na superfície dos ovários podem ser vistos folículos de Graaf, que formam normalmente um único óvulo a cada ciclo menstrual. Cada mulher tem dois ovários que se alternam na função, de forma que cada um ovula de dois em dois meses. Quando o óvulo está maduro, o folículo se rompe, eliminando-o. O óvulo é recolhido pelas franjas da tuba (ou trompa) uterina ou oviduto e impelido para o útero. O útero é um órgão musculoso com grande capacidade de distensão. Na mulher não grávida tem o tamanho menor que o de uma pêra. Ao final de uma gestação seu volume é comparável ao de uma melancia. A vagina é o canal de comunicação do útero com o meio externo. Vulva é a genitália externa, por onde a vagina se abre para o meio externo. Nela se localizam os grandes e os pequenos lábios, bem como o clitóris e o hímen, nas mulheres virgens. A cavidade interna do útero fabrica um muco, análogo ao muco nasal. Se a produção de muco for excessiva, escorre como um nariz. A saída de um pouco de muco é normal durante a excitação sexual, antes ou depois da menstruação. Deve ser pouco, e sem odor. Se for intenso e mal cheiroso pode ser indicativo de alguma doença ou problema que deve ser investigado. A mulher e o ciclo menstrual Enquanto um homem tem sua atividade sexual comparada ao ciclo solar, que nasce e se põe todos os dias, a mulher é comparável a ciclo lunar, varia num ritmo de quatro semanas. No início do ciclo, um óvulo começa a ser formado e o ovário manda hormônios para que o útero prepare uma camada interna, o endométrio, que irá receber o embrião. Quando o óvulo é liberado para as tubas, o corpo começa a aumentar este endométrio. Caso a fecundação não ocorra, o óvulo se desfaz e o endométrio é descamado na forma de menstruação. Durante o ciclo, muitas coisas mudam no corpo da mulher: sua pele, seus cabelos e pêlos, sua disposição, etc. Algumas pessoas relatam dores de cabeça, irritabilidade, sensibilidade aumentada nos dias que antecedem a menstruação, definindo a Tensão Pré Menstrual. O ato sexual deve culminar com o orgasmo para ambos os parceiros. O orgasmo tem, biologicamente, duas finalidades. Por ser prazeroso, o ato sexual é desejado e repetido, perpetuando a espécie. Além disso, nos homens, o orgasmo está a serviço da eliminação do esperma e nas mulheres, relaciona-se com a sua sucção e recepção. Caso ocorra a fecundação, o embrião é formado na tuba uterina e impulsionado para o útero, onde vai se aninhar. Surge uma interface de contato entre a mãe e o embrião, que é a placenta, por onde a mãe passa nutrientes, oxigênio, hormônios, anticorpos, etc. Por sua vez, o embrião manda para o corpo materno o gás carbônico, excretas, entre outras substâncias. O desenvolvimento ocorre dentro do útero até que o nenê tenha condições de ser expulso pelo parto e viver fora do corpo da mãe. O parto ocorre por contrações uterinas, sob influência hormonal. A vagina se dilata permitindo a passagem do filhote. O mesmo hormônio que provocou a contração uterina na hora do orgasmo promove sua contração na hora do parto. A placenta também se destaca e é expulsa no momento do parto. Se, por algum motivo, o parto não ocorrer de forma normal, recorre-se ao parto cesáreo. Após o nascimento, o corpo da mãe está preparado para manter seu filho através da amamentação, que além de nutrir o nenê ainda fornece a ele inúmeros anticorpos funcionando como uma prevenção natural a uma série de doenças. Como já dissemos, o ato sexual há muito deixou de ser só uma estratégia meramente reprodutora. Quem pensa assim pode tranqüilamente tirar os seus quadros da parede, matar seus animais de estimação, destruir todas as flores. Afinal, para que o prazer? Hoje pensamos no ato sexual como um ato de amor entre duas pessoas. Nesse sentido, desenvolveram-se muitos métodos para evitar a concepção, os métodos contraceptivos. Os principais métodos contraceptivos são: 1. Método natural da tabelinha, também chamado método rítmico ou tabela de Ogino-Knaus que consiste em limitarem-se as relações sexuais aos dias de infertilidade da mulher; 2. Côndon ou "camisinha-de-vênus", preservativo elástico muito fino de borracha, que também protege contra o contágio das doenças sexualmente transmissíveis (DST), como a blenorragia (gonorréia), a sífilis, AIDS e outras; 3. O diafragma, dispositivo de borracha fina que é colocado no fundo da vagina cobrindo o colo uterino; 4. Pílula ou anticoncepcional de uso oral, usado como comprimidos contendo hormônios que impedem a ovulação e, conseqüentemente, a fecundação; 5. Geléias espermicidas que, introduzidas na Colégio I. L. Peretz - Morá Anita 4/5 Biologia – 1ª Série Resumo - Reprodução Humana Data: 5 de março de 2008 vagina, acidificam o meio intravaginal e provocam a morte mais rápida dos espermatozóides que ali sejam depositados; 6. Esterilização, compreendendo os procedimentos cirúrgicos que impedem a fertilidade da pessoa. Nesse caso, estão a laqueadura tubária, a histerectomia (retirada do útero) e a vasectomia (rescisão de um segmento de cada canal deferente do homem). Há também estratégias muito utilizadas como o coito ante-portas ou “nas coxas”, no qual não há penetração. O pênis é mantido entre os lábios vaginais ou entre as coxas. Muito usado por jovens que não querem perder a virgindade, não impede a fecundação, pois os espermatozóides, muito móveis podem rapidamente entrar em direção ao óvulo. O coito interrompido também é usado, retirando-se o pênis da vagina na iminência da ejaculação. Não garante que nenhum espermatozóide escape junto com as secreções uretrais e se isso acontecer um deles pode fecundar o óvulo, mesmo que seja improvável. Colégio I. L. Peretz - Morá Anita 5/5