2 Política Panorama político O Estado do Maranhão - São Luís, 27 de outubro de 2011 - quinta-feira Ilimar Franco Vetado? P or causa do embate na votação do Código Florestal na Câmara, a presidente Dilma tem dúvidas sobre a nomeação do deputado Aldo Rebelo (PCdoB-SP) para o Ministério do Esporte. Relator do Código e aliado dos ruralistas, Aldo é o nome preferido pelo partido para a pasta. O futuro ministro será conhecido hoje ou amanhã, e, para evitar prato feito, a presidente pediu várias "alternativas". A tarefa do futuro ministro do Esporte A saída de Orlando Silva não resolve os problemas da pasta, na visão de assessores no Palácio do Planalto. A presidente Dilma quer que o futuro ministro faça uma limpa, tirando os militantes que respondiam pelas áreas onde há irregularidades. Por isso, Dilma está refletindo sobre a capacidade de um novo ministro do PCdoB fazer o que tem de ser feito: cortar na própria carne. Segundo um assessor, "as coisas ainda não estão claras na cabeça da presidente". Além disso, há petistas contrários à nomeação de Aldo. Veem no ministério um trampolim para que ele volte a disputar a presidência da Câmara em 2013. Agência Senado AFIRMATIVO. Buscando construir sua candidatura presidencial, o senador Aécio Neves (PSDB-MG) promoveu ontem uma sessão especial, para políticos e jornalistas, do filme "Tancredo, a travessia", de Silvio Tendler. O político mineiro quer vincular sua imagem à luta pela redemocratização do país, enquanto é alvo de cobranças internas em seu partido para que assuma uma postura mais ativa e enérgica de oposição ao governo Dilma. “Vamos acabar com essas prerrogativas do Ibama. O Ibama quer parar o Brasil. Não vai parar não” Flexa Ribeiro, senador (PSDB-PA) Estrago menor Tinha gente no PCdoB lamentando ontem que o partido não tivesse construído uma saída para o ministro Orlando Silva (Esporte) na última sexta-feira, quando ele conversou com a presidente Dilma, antes da abertura do inquérito pelo STF. Ser ou não ser As bancadas do Rio e do Espírito Santo estão divididas quanto à obstrução da DRU para pressionar o governo a negociar a redistribuição dos royalties do petróleo. A maior entusiasta é a vice da Câmara, deputada Rose de Freitas (PMDB-ES). "Está todo mundo com medo de obstruir a DRU. Temos que mostrar que nós existimos", disse ela. No grupo dos moderados está o deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ). Ele ponderou que a medida vai implodir todas as pontes de negociação com o governo. Dois senhores O governador Eduardo Campos (PE) fez ontem discurso sob medida para a festa do heterogêneo PSD: elogiou o ex-presidente FH pela regulamentação do sistema financeiro nacional; e o ex-presidente Lula, pelo combate à pobreza. Pressão Os líderes governistas na Câmara condicionaram a votação da DRU, no dia 8, à liberação das emendas parlamentares. O xeque-mate foi dado ontem, em reunião, com as ministras Ideli Salvatti, Gleisi Hoffmann e Miriam Belchior. zzz A DEPUTADA Luciana Santos (PCdoB-PE) ganhou um entusiasta defensor de sua nomeação para o Ministério do Esporte: o governador Eduardo Campos (PSB-PE). O outro cotado, Aldo Rebelo, concorreu com sua mãe, Ana Arraes, que ontem assumiu o TCU. A MINISTRA Ideli Salvatti (Relações Institucionais) comemora. O Pronatec foi aprovado em seis meses, o ProUni demorou dois anos. O PRESIDENTE do PSDB, deputado Sérgio Guerra (PE), conseguiu, na terça-feira, convencer o deputado Berinho Bantim (RR) a não migrar para o PSD. [email protected] Orlando Silva diz que deixa Ministério do Esporte para salvar sua honra e o PCdoB Titular da pasta sempre negou desvio de verba e afirma que policial que o acusou mente; secretário-executivo assume interinamente o ministério B RASÍLIA - O ministro do Esporte, Orlando Silva, deixou o cargo no início da noite de ontem após uma reunião de mais de uma hora com a presidente Dilma Rousseff no Palácio do Planalto. A saída de Orlando Silva é o resultado de quase duas semanas de desgaste político depois da divulgação da denúncia de que o ministro teria participação em um esquema de desvio de dinheiro público do Programa Segundo Tempo, destinado a promover o esporte em comunidades carentes. O próprio ministro fez o anúncio, em uma entrevista coletiva depois do encontro com a presidente. Silva, que tinha ao lado o presidente nacional do PCdoB, Renato Rabelo, disse que examinou com Dilma a “crise” que, segundo afirmou, foi produzida com as denúncias sobre ele. "Examinamos essa crise criada nos últimos dias, os ataques que sofri. Reafirmei para a presidente que não há, não houve e não haverá prova que possa comprometer minha honra", declarou. Silva afirmou que foi ele quem tomou a iniciativa de pedir demissão. "Eu pedi o afastamento do governo. Decidi sair do governo para que possa defender a minha honra, o trabalho do Ministério do Esporte e defender o meu partido", afirmou. "Saio com o sentimento do dever cumprido. A injustiça está em calúnias ganharem ar de veracidade", disse o ex-ministro. O presidente do PCdoB, Renato Rabelo, declarou que a decisão sobre o substituto de Orlando Silva "cabe à presidente da República. O que posso adiantar é o seguinte: a presidente vai resolver isso logo". Segundo ele, o partido mantém “relação de grande intimidade e grande identidade” com o governo da presidente Dilma Rousseff. "Contribuímos para o êxito e a vitória de Lula em 2002 e em 2006 e agora da presidente Dilma, em 2010", declarou. Rabelo afirmou que Orlando Silva é 'honesto, competente e de grande capacidade. Nada do que o acusam foi provado", disse. Crise - A demissão do ministro se deu um dia depois do anúncio José Cruz/ ABr Silva fez o anúncio de sua saída, em uma entrevista depois do encontro com a presidente de que o Supremo Tribunal Federal (STF) autorizou a instauração de inquérito para investigar o ministro, a pedido da Procuradoria Geral da República (PGR). No fim da tarde de ontem, o ministro da Secretaria Geral da Presidência, Gilberto Carvalho, anunciou que Silva deixaria o comando da pasta e que a “tendência” é de que o ministério fique com o PCdoB e de que haja uma solução de “interinidade”, para que depois assuma um sucessor definitivo. Silva foi acusado pelo policial militar João Dias Ferreira, em reportagem publicada pela revista "Veja" no domingo, dia 16, de ter recebido um pacote com notas de R$ 50 e R$ 100 na garagem do ministério. O ministro sempre negou participação no suposto esquema e afirmou que não há provas contra ele. Em audiência no Senado, disse que a denúncia era uma tentativa de tirá-lo à força do ministério. Também classificou a acusação como uma "reação" à cobrança, pelo ministério, de cerca de R$ 3 milhões de ONGs do policial por supostas irregularidades em convênios. Mais Com a saída de Orlando Silva, são cinco os ministros que deixaram o governo sob denúncias de irregularidades após quase 10 meses do mandato da presidente Dilma Rousseff. Antes de Silva, pediram demissão Antonio Palocci (Casa Civil), Alfredo Nascimento (Transportes), Wagner Rossi (Agricultura) e Pedro Novais (Turismo). Secretário-executivo assume interinamente A Secretaria de Comunicação da Presidência informou na noite de ontem que o secretário-executivo do Ministério do Esporte, Waldemar Manoel Silva de Souza, assumirá o comando da pasta interinamente. Ainda segundo o Planalto, Dilma não definiu quem substituirá Orlando Silva em definitivo. O Planalto informou também que a exoneração, a pedido, de Orlando Silva será publicada no Diário Oficial da União de hoje. Mais cedo, o presidente do PCdoB, Renato Rabelo, afirmou que a decisão sobre quem substituirá Silva no comando do Ministério do Esporte será tomada 'logo' pela presidente Dilma Rousseff. "Quem vai decidir a substituição do ministro que tanto vocês perguntam, é a presidenta da República. Cabe a presidenta da República manter ou tirar ministros. A presidenta vai resolver isso logo", disse Rabelo. Orlando Silva deixou o cargo no início da noite de ontem após uma reunião de mais de uma hora com a presidente Dilma no Palácio do Planalto. Ele disse que pretende agora 'defender com mais ênfase' sua honra. "Honra que foi ferida sem nenhuma prova cabal", afirmou o ministro. O procurador-geral da República, Roberto Gurgel, afirmou ontem que as investigações referentes às denúncias contra o ministro vão continuar mesmo após a saída de Oralndo Silva do cargo. "A gente tem que investigar independentemente. A saída dele [Orlando Silva] do ministério não altera a necessidade de investigação porque a primeira aparência é a de que todo esse programa Segundo Tempo tem sérios problemas de irregularidades em todo o país", afirmou Gurgel antes da sessão do Supremo Tribunal Federal (STF).