Vida Urgente SM retoma ações para salvar vidas Parado desde 2012, programa retoma ações de conscientização através de teatro e campanha. Espetáculo foi encenado em dois espaços da cidade. No colégio Sant’Anna, reuniu mais de 400 estudantes (Fotos Juliano Mendes/A Razão) Mais de 400 jovens assistiam atentos aos atores que se movimentavam com rapidez no palco: o tema do espetáculo girava em torno dos sonhos e expectativas de quatro amigos, também jovens, que, após uma inconsequência, perdem a vida em um acidente de carro. A ficção da peça de teatro Exército de Sonhos é baseada em fatos reais, na realidade de um trânsito que preocupa cada vez mais. De acordo com informações da Fundação Thiago de Moraes Gonzaga, impulsionadores do Programa Vida Urgente no Estado, um milhão e trezentas mil pessoas perdem a vida no trânsito. A manhã de teatro no Colégio Sant’Anna foi a ação de retomada dos trabalhos do Vida Urgente em Santa Maria. Ao final do espetáculo, os atores chamaram a atenção dos jovens, mais uma vez, para a necessidade de vigilância e cuidado no trânsito. A peça tem 15 anos de existência e se apresentou em Santa Maria durante esta terça-feira em dois locais: no Colégio Sant’Anna e no Caixa Preta, na Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). A peça será encenada até o final de maio, com o patrocínio do Departamento Estadual de Trânsito (Detran/RS), em diversos municípios do Estado. A primeira apresentação do espetáculo ocorreu no Caixa Preta, há 15 anos. Em Santa Maria, o núcleo do Vida Urgente esteve parado desde dezembro de 2012. “Dei uma parada com o Vida Urgente em função dos meus problemas particulares, não me sentia legal em continuar o trabalho em uma situação difícil para mim. No ano passado, as pessoas começaram a questionar os motivos da parada e a pedir para que voltássemos. Decidimos retomá-lo de vez”, informa Ceres Zasso Zago, coordenadora do programa em Santa Maria. A retomada de vez do projeto ocorreu ontem, durante a apresentação da peça de teatro Exército dos Sonhos e do lançamento da nova campanha. “Em fevereiro, com o início das aulas na Unifra, iniciamos um trabalho com o curso de Designer da instituição e fizemos uma campanha com os alunos. Em março, conversei com o pessoal de Porto Alegre e eles me ofereceram a peça para apresentar aqui na cidade. Também lançamos toda uma campanha de cara nova, organizada pela Agência Gema, da Unifra”, informa Ceres. Atividades – Além da peça, está programada como ação do Vida Urgente uma Blitz durante o dia, inicialmente na Polícia Rodoviária Federal, com entrega de adesivos do programa e informações para cuidado no trânsito. Para outras atividades desenvolvidas pelo projeto, como o Madrugada Viva (que incentiva o retorno das festas com táxis e caronas, através de motoristas não alcoolizados), Ceres informa que precisarão ser realizados ajustes. “É um trabalho de formiguinha. Quando eu tinha sede, chegávamos a ter 200 inscrições de voluntários. Mas, para uma blitz, conseguimos fazer com oito a dez pessoas”, relembra Ceres. André Corrêa, produtor do espetáculo Exército de Sonhos, comenta que o fluxo de estudantes da Federal contribui para a rotatividade dos voluntários. “A Fundação Thiago Gonzaga organiza o Vida Urgente que, dentro deste programa, são desenvolvidos outros inúmeros projetos”, explica André, a respeito das diversas ações voltadas para públicos diferentes dentro do programa. A opinião dos jovens Pedro Fortes tem 17 anos e gostou da peça Exército de Sonhos. “Achei muito importante essa iniciativa, estamos chegando à idade de tirar carteira de motorista, é um momento em que cabe a conscientização, além de informações e dicas. Conheço o Programa já e meu pai foi examinador de trânsito, então sempre recebemos em casa muita instrução sobre o tema, nunca andamos de carro sem cinto, por exemplo. Lá em casa isso é bem forte”, afirma. As amigas Cristina Cassol, 18, e Laura Lopes, 16, acharam a iniciativa muito interessante. “No calor do momento, as pessoas fazem coisas sem pensar. Na peça, existia a ‘consciência’, o que nos alerta para ouvirmos a nossa, ou ouvir as pessoas que nos avisam sobre. Penso em tirar a carteira, tenho consciência sobre a questão do trânsito, mas acho bom reforçar”, salienta Cristina. Laura reforça. “Gostei muito da peça, é importante mostrar que não devemos nos deixar influenciar pela pressão dos amigos em casos de risco”, diz a jovem.