ar pl em ex is át gr OuRinhOs ganha projeto verde em calçadas para salvar córregos 67 ANO VI setembro|2011 Alunos e professores da UNESP de Ourinhos iniciam projeto para permeabilizar bairros da cidade que sofrem com a erosão causada pela canalização de córregos. A campanha Um Rio em Minha Rua pretende incentivar moradores a inserir árvores e canteiros em calçadas e jardins para combater o problema. Circulação Mensal. 13mil exemplares. Municípios_ Avaré • Óleo • santo Cruz do Rio Pardo • Ourinhos • Piraju • Timburi • Bernardino de Campos • Manduri • Cerqueira César • Águas de santo Bárbara • Fartura • são Pedro do Turvo • Espírito santo do Turvo • ipaussu • Chavantes • Botucatu • são Manuel • Areiópolis • Cândido Mota • ibirarema • Palmital • Assis • Tatuí • Agudos • Canitar • Piratininga Pontos Rodoviários_ Graal Paloma • Graal Kafé • Graal Kafé • Rodoserv • Rodostar • Orquidário Restaurante Café • www. caderno360.com.br especial_ no mês do idoso, •p.3 _ •p.10 Índice Paola_ foto: Flavia Rocha | 360 homenagem a • Fernando Quagliato e entrevista com • Nilda Caricati, pessoas que entraram para a história como exemplos de cidadania e permanente alegria de viver •p.13 Em mês de início da Primavera e comemoração do Dia da Árvore, nossa pequena repórter conta sua experiência de identificação de árvores em praça de caminhada de Santa Cruz do Rio Pardo •p.14 foto: Flavia Rocha | 360 360 na internet: Calçada em rua de Santa Cruz que conserva canteiros largos para plantio de árvores frondosas foto: Flavia Rocha | 360 Leia o foto: Flavia Rocha | 360 Varanda do suco • Cia. da Fazenda | 2_ editorial _oração 3_agro_especial 7_ ponto de vista 8_gastronomia 10_meio ambiente 12_bem viver 14_meninada 13_bem viver 15_agenda cultural 16_gente 19_astrologia 2 • editorial Poder. Uma palavra para a qual a gente sempre torce o nariz. E por que? Porque o poder é solitário. Quem assume o poder terá que decidir sozinho muitas e muitas vezes, e decidir por todos. Essa situação delicada e muitas vezes angustiante, se revela natural em muitas pessoas, como os principais personagens desta edição. O primeiro, não poderia deixar de ser homenageado por este periódico, como aparece em AGRONEGÓCIO ESPECIAL. Seria no mínimo falta de sensibilidade jornalística. A decisão de fazer um jornal para a região impõe que pessoas de grande destaque sejam notícia. E ninguém que eu conheça na atualidade tem o poder de Fernando Quagliato. Algo que ele assumiu moço e exerceu com maestria. Para alegria de muita gente, inveja de muita gente também. vaso, uma calçada com ou sem árvores e canteiros. Uma rua com ou sem árvores frondosas. Muros de cerca viva certamente são mais eficientes e belos que feitos de tijolos, de grades. Tudo com o verde fica melhor, inclusive a cidade, que pode se livrar de problemas estruturais graças a ele, como nos conta um agrônomo de Ourinhos que está lançando, com um grupo de professores e estudantes da Unesp um projeto chamado lindamente de “Um rio na minha rua.”, que você confere em MEIO AMBIENTE. Poder para fazer o mundo melhor! Aliás, impossível não ser invejado estando no poder. E ser duramente criticado também. Dona Nilda, minha professora da pre escola sabe muito bem disso. E não dá importância, fator fundamental para se manter no poder. Ela o exerce com vigor e por isso a cidade pode receber pessoas idosas em seu Lar municipal com todo o amor, aconchego e respeito que um idoso merece, com podemos conferir em BEM VIVER. Poder fazer o bem, poder partilhar, poder decidir jogar-se inteiro, não pela metade. Mergulhar, em vez de molhar as pontas dos pés. Todo ser humano pode assumir o poder. Muitas vezes concentrando-o apenas em sua própria existência, mas isso não o diminui. Poder ir, poder vir. Poder olhar o horizonte. Respirar o ar puro desta terra. E ver o verde mudar de tom com a chegada das estações. A edição traz muito verde para o leitor. Como o da foto ao lado, que não resisti publicar. O verde que invariavelmente deixa tudo, qualquer lugar, mais bonito. É só experimentar e comparar um canto com ou sem um A edição segue cheia de mais notícias boas e interessantes, pode comprovar. Paola conta o que anda fazendo, os colunistas falam do que pensam e do que sentem e há muitas coisas boas para se fazer por aqui, que aparecem na AGENDA CULTURAL deste mês. Para completar GASTRONOMIA, a coluna mais lida do 360, vem com duas receitas, da minha querida tia Dalva, que é poderosa no comando das panelas e no trato das plantas e pomar de sua casa, lugar de capricho em todos os cantos. Aviso aos leitores que este texto não será revisado. Ou o jornal não sai amanhã. Neste caso, por mais que nas páginas a seguir eu tenha o poder de decidir tudo, o poder da impressão é da gráfica. Parabéns a todos os idosos no seu dia. Eu realmente amo as pessoas mais velhas e compreendo o quanto podem nos ajudar a sermos pessoas melhores se tratarmos de ouvi-las. Boa leitura! Flávia Manfrin _ editora 360 | [email protected] Ora, Ação! Isaias 139 Vs: 23-24 “Sonda-me, ó Deus, e conhece o meu coração; prova-me, e conhece os meus pensamentos. E vê se há em mim algum caminho mau, e guia-me pelo caminho eterno.” e xpediente 360 é uma publicação mensal da eComunicação. Todos os direitos reservados. Tiragem desta edição: 13 mil exemplares Circulação:• Águas de Sta. Bárbara • Agudos • Areiópolis • Assis • Avaré • Bernardino de Campos • Botucatu • Cândido Mota • Canitar • Cerqueira César • Chavantes • Espírito Sto. do Turvo • Fartura • Ibirarema • Ipaussu • Manduri • Óleo • Ourinhos • Palmital • Piraju • Piratininga •São Manuel • São Pedro do Turvo • Sta. Cruz do Rio Pardo • Tatuí • Timburi e paradas das rodovias Castello Branco, Raposo Tavares, Eng. João Baptista Cabral Rennó e Orlando Quagliato. Redação e Colaboradores: Flávia Rocha Manfrin ‹editora, diretora de arte e jornalista responsável | Mtb 21563›, Luiza Sanson Menon ‹revisão›, Odette Rocha Manfrin ‹separação, receitas›, André Andrade Santos ‹correspondente SP›, Paola Pegorer Manfrim ‹repórter especial›, Elaine Moraes ‹assistente de produção›. Colunistas: José Mário Rocha de Andrade, Fernanda Lira, Tiago Cachoni e Adriana Righetti Ilustradores: Franco Catalano Nardo, Clara Basseto, Sabato Visconti e Wellington Ciardulo. Impressão: Fullgraphics. Artigos assinados não expressam necessariamente a opinião desta publicação. • Endereço: Praça Dep. Leônidas Cama-rinha, 54 - CEP 18900-000 – Sta. Cruz do Rio Pardo/SP • F: 14 3372.3548 _14 9653.6463 • Redação: [email protected] • Publicidade/Assinaturas: [email protected] • 360 on Line: www.caderno360.com.br| setembro_2011 3 • agronegócio especial A passagem do VEnCEdOR por Flávia Rocha Manfrin O comendador Fernando Luiz Quagliato mostra que até mesmo na hora da morte, foi um afortunado. foto: Flavia Rocha | 360 Fernando Luiz Quagliato em uma de suas últimas fotos, durante almoço dos 40 anos da FIO, fundação educacional que ele ajudou a transformar em um campus universitário Avida de um vencedor não acaba. Ela permanece. Através de seus ensinamentos, de sua sabedoria, de sua trajetória, de seus sucessores. Fernando Quagliato só não é um mito porque Deus o fez pessoa palpável, acessível, afável. Que o digam todos os que tiveram a sorte de partilhar sua amizade. Que não era pouca coisa. Tudo que ele fazia, fazia magistralmente. Desbravador, empreendedor, líder nato, consolidou com os irmãos o legado do pai, assumindo, como primogênito, o papel de maior responsabilidade. Morador da fazenda Santa Maria, onde está instalada a Usina São Luiz, ali viveu uma saga de sucessos que trouxe à família notoriedade local, regional e, por que não dizer, nacional, em suas áreas de atuação – produção de açúcar e álcool e criação de gado. Incansável, levou para a comunidade sua capacidade de realizar, sendo um incontestável agente para que Ourinhos, cidade que abrigou seus negócios, se transformasse num modelo de crescimento. Isso tudo fez dele cidadão admirado, invejado e, claro, contestado também. O fato é que bastava citar o seu nome para alguém dizer: “É o homem mais rico da cidade.” Ou o contrário. Quando alguém perguntava quem era a pessoa de maior poder e fortuna da região, seu nome logo surgia. Realmente ele era um homem riquíssimo, mas não só no campo financeiro. Isso não basta para alguém se destacar tanto e em todo lugar. Fernando Quagliato era um homem rico de vida. De luz, de energia e capacidade de realizar obras. Era também dono de destacada coragem, inteligência e talento para fazer acontecer. Mas quando lhe perguntavam qual o segredo de tantas conquistas, ele respondia: trabalho. Contava que sempre trabalhou muito, desde a infância e muitas vezes em condições difíceis, como o leitor poderá comprovar na entrevista que reproduzimos nesta edição, concedida ao 360 em abril de 2006. “Trabalhar muito, gastar pouco e ter sorte”, dizia sobre o segredo da prosperidade. Um conquistador nato Minha admiração por aquele homem bravio que conheci na adolescência, apavorando a moçada com sua voz alta e suas regras rígidas, como fazia o meu e tantos outros pais da linha dura italiana, ao longo dos últimos anos, tornou-se imensa. Não pela riqueza material que ele conquistou, isso não é importante nas minhas escolhas, apesar de ser importante para a sociedade em que vivemos, inclusive para partilhar com os menos favorecidos. O que me fascinava era sua visão de mundo, sua capacidade de se reinventar, de mudar, de evoluir, de enfrentar a vida e tudo o que ela lhe trouxe, mesmo com o passar do tempo, mesmo na adversidade, mesmo chegando ao final da vida. Com isso, ele nos fazia entender que não devemos desistir, amolecer, esmorecer. Devemos sim é aprender, perseverar, seguir em frente... sempre e com muita fé. Ele foi repousar. E repousou. O repouso eterno. De Deus, para o que cremos na onipotência divina, ou dele próprio, como poderia dizer um esotérico, um ateu. Assim se despediu da vida entre nós o primogênito de um homem que fez memória – e fortuna – na região do Oeste Paulista. Algo que ao longo de mais de seis décadas estendeu-se também em outros pontos do país. Prestes a completar 84 anos fartamente vividos, como era de sua natureza, ele era altivo, belo, trabalhador, humilde, corajoso, determinado, inteligente, talentoso, comprometido e entusiasmado, entre outros atributos, em níveis que o destacava dos demais. Ele se sobressaia. Onde fosse, onde chegasse. E fazia sua permanência ser um acontecimento. O realizador de sonhos O prazer em fazer, estar, ser, transbordava de Fernando Quagliato. Por isso ele era um acontecimento. Era temido, respeitado e muito amado por quem teve a sorte de conviver com sua brava figura. Ele também se mostrava ciente de sua condição humana. E encarava com maestria todos os percalços e escolhas que se faz na vida. Era dono de uma incrível capacidade de aprender e de acertar. Por isso, sua falta será sentida por muitos e em muitas situações, tanta a sua capacidade de realização. Ele se manteve na presidência da Usina São Luiz por 50 anos com total apoio do sócios, todos seus irmãos e também donos de uma boa e memorável história. Dali irradiava ações para todos os campos. Cada vez mais diversos e comunitários. Um dos seus grandes feitos foi criar e consolidar a FAPI, a feira agropecuária e industrial de Ourinhos que acontece há mais de quatro décadas e faz a região toda viver em torno dela durante mais de 10 dias. A sorte que se espalha A coragem e a inteligência aliada à sorte que Fernando Quagliato acreditava existir em medidas diferentes para cada pessoa, quando eminentes numa pessoa com a personalidade e capacidade de realização e liderança fazem grandes marcos na vida das pessoas e no lugar onde ela vive. Conhecida como a grande empresa da região, a Usina São Luiz, sempre manteve empregos e solidez financeira, atraindo empresas para a região, especialmente para Ourinhos, essa cidade incrível que tem a capacidade de abraçar a tudo e a todos e que soube aproveitar a generosidade do líder do Grupo Quagliato. Muitas gerações de muitas famílias fizeram lá a sua história de prosperidade, de realização e de amizade. E continuam a fazer, cada vez com mais conforto. Foi ainda com Fernando Quagliato na ativa que a USL transformou-se em uma das empresas exemplares no ranking de qualidade de uma associação do setor, a Coopersucar, assumindo compravado padrão internacional de qualidade. A sorte de Fernando Quagliato também aparece nas edições da FAPI e no dia a dia de jovens que participam dos projetos sociais mantidos pela empresa, que têm podido constatar que oportunidades existem de verdade e que da vida pacata na fazenda foto: acervo de famíia Muitas obras são fruto de sua iniciativa. Como a escola agrícola de Santa Cruz, instalada numa fazenda doada por ele e seus irmãos. No campo da ajuda a entidades, ele tratava de fazer da melhor maneira, garantindo aos beneficiados o direito de se sentir digno. Ele contava com gosto histórias de projetos que a empresa que liderava patrocinava. E organizava eventos como ninguém, como o Encontro Nacional de Muladeiros, que transformava o vasto jardim de sua residência em área para demonstração de habilidades de cavaleiros e animais, reunindo gente de todo lugar, de qualquer condição, na mesma mesa, unidas apenas pelo apreço pelos moares. fotos: Flavia Rocha | 360 Com a esposa, Marly, formou uma família únida, sempre presente em suas celebrações, como a festa de aniversário de sua hemodiálise, celebrada com funcionários e amigos, no hospital público que tratou de equipar, em Ourinhos Com os irmãos Luizito, Roque e Chicão no Encontro Nacional de Muladeiros. Sociedade, união e amizade capaz de permear as novas gerações da família podem surgir viagens frequentes além mar, com a segurança do apoio da USL, basta ter esforço, dedicação, boa vontade. peito dele, mas naturalmente, não teremos tudo, temos a sua presença. Seja numa crônica de despedida, nas lembranças de outras pessoas, que colaboraram com esta edição, e na visão dele próprio, na entrevista que reprisamos a seguir. Também no campo da saúde Fernando Quagliato deixa sua marca de sorte. A maneira positiva e resoluta de encarar as dificuldades que a idade traz, garantiram a pacientes com necessidade de hemodiálise poder contar com um ótimo centro na ci- O presidente da USL dade de Ourinhos, para onde muitos pahasteia a cientes da região convergem regularmenbandeira do te, como ele fazia, como seu irmão faz. O coração festeiro A minha saudade será das boas conversas, do abraço carinhoso, do sorriso amigo, já que ele tinha dificuldade de visão, algo que evidenciava sua capacidade de lidar com a adversidade, transformando-a em bravura e em festa. Afinal, Fernando Quagliato celebrava a vida. As páginas seguintes trazem mais a res- Brasil na abertura do Encontro Nacional de Muladeiros, realizado nos jardins de sua residência O REALiZAdOR de obras A usina foi montada no município de Santa Cruz? FLQ: sim, mas por estratégia política a área da fazenda passou a fazer parte de Ourinhos. na época, o Lulu Camarinha era deputado e achou que ampliando a área territorial de Ourinhos – que era um dos menores municípios do Estado, enquanto santa Cruz era um dos maiores – terminaria a rivalidade e ele formaria um reduto eleitoral na região. Mas não adiantou. não votaram nele. Depois do açúcar, o gado, como foi isso? FLQ: Quando assumimos o negócio, depois da morte de meu pai, concluímos que era interessante diversificar, não colocar os ovos numa só cesta, como se costuma dizer. Por que foram para regiões distantes, como Goiás e Pará? FLQ: A terra aqui era cara. nós tínhamos uma fazenda de 250 alqueires em Pirapozinho, mas era muito pouco para criação de gado. Então compramos uma fazenda em Goiás. depois, para partir para um negocio grande, fomos para o Pará. Era 1970. Foi um trabalho árduo, pois não tinha estrada. A terra era barata porque exigia do comprador investimentos para se estabelecer ali. Era tudo difícil. Falando no Pará, o Grupo tem sido acusado de realizar trabalho escravo na fazenda, isso é verdade? FLQ: não. A verdade é que fomos autuados por avaliarem que as instalações, na época, eram inadequadas. Para o fiscal não importa onde você está, quais os hábitos locais. As regras são as mesmas dos grandes centros. Os trabalhadores armavam acampamentos para facilitar o trabalho de formação da fazenda. Eles acharam que era inadequado. E lei é lei. Tratamos de fazer a casa e atender as determinações que nos colocaram. Esse tema sempre é lembrado. Isso o incomoda? FLQ: não. A fazenda funciona de acordo com as regras trabalhistas. Qualquer pessoa pode visitar, a qualquer hora. Fizemos um belo trabalho lá e nos orgulhamos disso. O governo deveria interferir mais na agropecuária? FLQ: Ele tem que ajudar. Ele esqueceu a agropecuária. A política atual* do Lula tem erros e acertos. O povo não gosta de esmola, ninguém gosta. É um negocio ruim estar vivendo de esmola. Esse é um problema sério, porque você dá uma esmola todo mês, dá uma cesta básica e ela acaba muito rápido, é muito pouco para uma família. O país não cresce assim. Cresce com trabalho. O povo quer trabalhar para chegar ao fim do mês e ter dinheiro para gastar com “Meu pai e meu avô mostraram que precisa trabalhar, nunca nos obrigaram. desde os nove anos eu já trabalhava, ajudando meu pai no armazém da fazenda.” Como o grupo Quagliato ganhou dinheiro? FLQ: Gastando menos do que ganha. isso é importante. E trabalhando muito. não temos domingo, nem feriado. Quando começamos, éramos eu e meu pai na fazenda, mais dois irmãos e só tínhamos um carro. Meu pai não trancava a empresa por fora. só por dentro, e sem chave, com tranca. Então sempre tinha alguém tomando conta, trabalhando nela. É assim até hoje. Quando os chefes saem, os filhos ficam.nunca sai todo mundo. fotos: Flavia Rocha | 360 Como que surgiu o grupo Quagliato? FLQ: Meu pai sempre quis ter uma usina de açúcar. Viemos para cá e ele passou a lidar com o café em sociedade com o Onofre Rosa. Eles enfrentaram a baixa do café. Por dois anos só compraram. Em 1949 deu uma alta, o preço triplicou e eles ganharam um bom dinheiro. Então meu pai pode montar a usina em sociedade com meu tio Luiz, que acabou vendendo a parte dele. Quando meu pai faleceu, no início da década de 60, eu e meus irmãos – três homens e três mulheres – passamos a tocar o negócio. dois anos depois meus cunhados decidiram vender a parte de minhas irmãs e o grupo ficou como está hoje. Trechos de entrevista concedida ao Caderno 360 em março de 2006, na Usina São Luis Isso é uma vocação para o trabalho ou isso foi passado pelo seu pai? “Toda pessoa é rica se está satisfeita com o que tem. se não está satisfeita, mesmo se tiver muito, é um pobre coitado.” suas necessidades. Quando se está empregado há ganho, com ganho há consumo e consumindo há aumento de produção, de emprego.*abr/2006 O que o Brasil precisa para ter esse desenvolvimento, gerar empregos? FLQ: desviar menos. sempre foi assim. Antigamente a imprensa não publicava essas coisas, mas havia. Quando construíram Brasília foi uma barbaridade. Muita gente ficou rica trabalhando pouco. FLQ: Meu avô passou para o meu pai e meu pai passou para nós. Eles mostraram que precisa trabalhar, nunca nos obrigaram. desde os nove anos eu já trabalhava, ajudando meu pai no armazém da fazenda. no começo da usina era o Chico e eu. não tinha agrônomo. ia dormir às sete da noite, às duas da manhã meu pai me acordava para ir para a usina, as seis, seguia para a lavoura. Quando tinha baile, ele fa- lava: “Volte a hora que quiser, mas cinco e meia esteja pronto para trabalhar”. Como é a vida do funcionário que mora aqui na fazenda onde funciona a usina? FLQ: Ele tem casa, escola, dentista. Aqui ele não paga médico. A criançada ganha uniforme, caderno. Já tivemos uma “Professora nota 10” do Estado de são Paulo. As pessoas trabalham contentes, não deixo faltar nada na escola. Da para um bóia fria fazer carreira na Usina São Luiz? FLQ: Temos muita gente aqui que já cortou cana. O Vadinho, por exemplo, fez uma bela carreira na empresa e na vida pública. E já cortou cana. (Vadinho trabalha na área de Rh da usina e é um dos mais expressivos vereadores de Ourinhos). Como a região pode se desenvolver em sua opinião? FLQ: Acho que a região precisa de representatividade política para promover o desenvolvimento das cidades. Podemos ter gente nas esferas estadual e federal. Como as ações de responsabilidade social do Grupo são definidas? FLQ: Elas vão acontecendo. Cada um trabalha para uma entidade, em alguns casos trabalhamos juntos. Todo mundo, quando precisa, corre aqui. Ajudamos o Lar são Vicente, a Fermino Magnani, a Creche do Frei Chico, a APAE. no caso da fundação educacional de Ourinhos (FiO) o Roque resolveu trabalhar lá. hoje a escola tem três mil alunos e deve chegar a oito mil. Os cursos melhoraram, as instalações também. Fazemos doações de terra em alguns casos, como em Ourinhos, Chavantes e Canitar, para construção de casas populares. Em santa Cruz, doamos 80 alqueires para criar a escola agrícola. Anos depois um prefeito vendeu 25% das terras, a melhor parte da fazenda. Agora nossas doações prevêem que o benefício seja permanente. “Eu não canso de aprender. E aprendo fácil porque não tenho vergonha de perguntar.” O senhor é um dos homens mais abastados e influentes da região, junto com seus irmãos. Imaginava isso? FLQ: nunca pensei em ser o que sou, ter o que eu tenho e saber o que eu sei. Como foi a sua infância? FLQ: não foi fácil, tinha pouco dinheiro e andava cinco quilômetros a pé para ir a escola. Como é trabalhar em família? Sua relação com os irmãos é boa? FLQ: A relação é boa, perfeita. Trabalhar junto é muito difícil, tem que engolir muito sapo e não guardar rancor. Mas conseguimos estabelecer a união entre nós. E com os filhos, graças a deus, é a mesma coisa. Quais as perspectivas para o grupo daqui a 10,20 anos? FLQ: O futuro ninguém sabe. hoje você pode ter uma fortuna, amanhã você não sabe. não há segurança. Meu pai falava que o melhor negócio era a terra, porque o ladrão pode pernoitar nela, mas não roubá-la. E hoje ele vem e se apossa dela. E o governo não toma conhecimento. Apesar de todo o envolvimento comunitário da família, vocês são criticados. Como reage? FLQ: Trabalhando mais e mostrando o que é que eu sou capaz de fazer. O senhor foi acometido por um problema que lhe cau- Poucas pessoas tiveram a oportunidade de conviver com uma pessoa que tenha tanta sabedoria e consiga transmití-la de forma tão simples e precisa como eu tive. Fernando Luiz Quagliato foi uma dessas pessoas que, com a sua elegante simplicidade, sabia tratar a todos com o devido respeito e educação. sou deficiência na visão. Como lida com isso? FLQ: Comecei a perder a visão de um olho, depois do outro. Fui aos melhores médicos, ninguém sabe explicar a causa e indicar um tratamento. Fiquei desanimado. Pensei: ”Então vou ficar cego?”. Mas numa viagem a uberaba, conheci um peão de uma perna só. um homem simples de 27 anos, sem recursos. Estava lá, tocando boi, montado a cavalo, feliz da vida. isso me fez mudar. Criar coragem e enfrentar a situação. não conseguia ler mais nada. Então fui atrás de um aparelho, que só tem nos Estados unidos, para poder ler. Agora leio até bula de remédio. Qual o seu maior patrimônio, sua maior riqueza? FLQ: A minha família. Casaria de novo com a mesma mulher e teria os mesmos filhos. Falta realizar algum sonho? FLQ: não, sou um homem satisfeito com a vida, sempre fui. desde a infância. nunca quis ter o que o outro tinha, nunca tive inveja. Qual sua maior realização? FLQ: Ter conseguido formar um patrimônio e realizar a Qual a receita pra chegar lá? Trabalho e economia. Gastar menos do que se ganha. Qual o seu recado para os leitores do jornal? FLQ: A sorte não é para to- “A sorte não é para todos. A pessoa não deve ter inveja . nem os dedos da mesma mão são iguais.” do campo, tinha como hobbie criar moares. sempre me recordo quando chegávamos à fazenda. Ele prenprendia os equinos no curral e passava a tarde toda curtindo e nos ensinando aquilo que lhe dava prazer. Caíto e seu avô Fernando, em visita à FAPI, há alguns anos foto: acervo de famíia um ser honesto que gostava de trabalhar mais do que o normal, para quem a preguiça era uma palavra desconhecida. um visionário, que até mesmo com idade Como explica essa sua disposição para fazer eventos? FLQ: sempre fui meio líder. Realizava bailes na juventude. sempre com capricho. dos, infelizmente, mas não pode ter inveja, tem que ser feliz com cada conquista. definir uma meta na vida e ir atrás, com trabalho e economia. E ajudar sempre que puder, ajude. Mas sem esperar nada de volta. O retorno será em dobro. uM super herói de verdade Esse foi meu avô, um homem sempre muito autênautêntico, que não perdia a classe nem mesmo na hora em que dava uma bronca em alguém. E esse alguém ainda o idolatrava, um paradoxo. Vestia-se de forma elegante, normalmente com um lenço no pescoço. Chegava nos lugares falando seus bordões: “ Vamo lá, vamo lá”, “Ô rapaaaiz”, eternizaeternizados por quem o conhecia. Bordões simples que enentram na cabeça e não saem mais. E, quando a gente menos espera está falando igualzinho, às vezes, tententando imitar até a sua voz. feira, que está na 40ª edição. Tempos atrás, começamos a fazer uma em santa Cruz, o projeto de lá fui eu que fiz, mas entrou política no meio e não deu certo. avançada tinha uma visão mais elaborada das situsituações do que os mais novos. Muito ligado às tradições Quando vinha visitá-lo, contava-me histórias que me deixavam com vontade de escrever um livro, que com certeza seria um best seller. Algumas delas não dava nem para acreditar, era coisa de super herói, assim como quando ele lutava com o jacaré na piscina para entreter os filhos e sobrinhos. Tinha gente que torcia pelo jacaré, mas ele sempre ganhava. Para ser sincero, meu avô, o conhecido seu Fernando, não precisava contar história nenhuma, pois a mais legal de todas foi a história da sua vida, que foi admiadmirada por muitos devido aos seus valores e princípios. Eternas saudades Carlos Manfrin Quagliato (Caíto) de vista PERdidO, pero no mucho Domar me lembra “Megera domada”, a peça de Shakespeare. Megera todo mundo sabe o que é. A mulher irascível, iracunda, um nome ótimo e horrível para dizer de um gênio pior ainda. Megera domada? Acho que desde que aboliram as torres e os cintos de castidade isso não existe mais. Mulheres de hoje são todas, felizmente, indômitas, indomáveis. Laço são os laços com a família, com os amigos, laços que eu faço, desfaço, laços com o Rio Pardo, laços que me laçam, laços que eu lanço, agarro, laços que, mesmo esperneando, não desenlaçam. No espírito dessas histórias, dos laços, sem sino, sem sinal, num apertar do lan :F a ta art e ranco C o ard on |3 6 peito, numa vontade de baixar para o papel meus sentimentos, nasceu uma vontade de fazer uma homenagem ao tio Fernando, assim, no palpitar de meu coração, palavras ao léu, mais sentimento que sentido, como numa balada caipira eu o vi assim: “Um desejo indômito de vencer, tomado por uma vontade irrefreável de avançar, laços, muitos laços, na família, nos amigos, no trabalho, o cavaleiro é cavalheiro, é comendador. Do laço ao paço, um passo e são laços que se entrelaçam. Cavalgando orgulhoso de seu trabalho nas feiras de Ourinhos, um comendador no palácio real da Suécia, tio Fernando a morte leva, mas devolve à vida dos que ficam, como uma troca, ou recompensa, um gosto a mais pela vida. E a morte implacável permite um leve sabor de vitória sobre a própria morte. Uma vida que fica num laço que envolve, une e engrandece a todos com quem, um dia, tio Fernando teve seus laços”. *médico santa-cruzense que vive em Campinas | [email protected] saber dar um perdido é poder curtir um tempo que era para algo como estudos, tratrabalho, sem comprometer o resultado. E sem aborrecer alguém além do limite, porque o perdido sempre implica desrespeitar os outros. O perdido traz, por isso, a culpa, mesmo na hora do bel prazer. Culpa mais ou menos amena, depende da situ ação, do momento, da pessoa. Quanto menor a culpa, sinal que mais fraco está o caráter. A história do perdido, me traz à mente a vontade que a gente tem de deixar de fazer o que tem que fazer. Matar aula, por exemplo. Quem nunca teve essa vontade? Muitos não “matam” a vontade. Temem se arriscar, acham que podem perder algo, preferem a presença, sempre. são conhecidos como CdFs, na escola, e Caxias, no trabalho. Chefes e professores adoram quem se comporta assim. Pessoas mais espertas, em vez de dar um perdido, inventam uma desculpa. Afinal, quem nunca inventou uma dor de barriga? não matou a avó? Eu nunca matei a minha, mas lembro bem de uma amiga, colega de nti | 3 Lembro da primeira vez que ouvi: dar um perdido. Ou seja, dar o cano em alguém e sumir para não ter que dar expli cações. dar um perdido tam bém significa um reaparecimento a curto prazo, afinal, toda irresponsabilidade tem limite. E o “perdido” se aplica no campo profissional, se bem que muita gente faz isso com o companheiro, os amigos, o namorado. ato Visc o Quando ouço o Orlandinho, o Caíto, o Daniel, o Lui, suas estórias são cavalos arreados, domados na garra de seu cavaleiro, pés no estribo, uma mão na sela, outra que gira e, no galope, no rodeio, lança o laço que alça em vôo livre o céu azul e cai certeiro a cingir a cabeça do gado em disparada que o laço freia e o boi arria. É música para meus ouvidos. Histórias que me transportam para a Santa Cruz da minha infância e adolescência, histórias que eu trago para os dias de hoje e enriquecem minha vida. 0 *José Mário Rocha de Andrade faculdade, que fez isso com o emprego que tinha arruarrumado, onde eu também, por meio dela, comecei minha vida profissional. : sab uMA balada caipira 60 *Fernanda Lira arte 7 • ponto Exageros à parte, quem decide por dar um perdido corre o risco de perder a credibilidade, a confiança e o valor. Porque ninguém vai apostar firmemente ou por muito tempo em quem não com parece sem dar satisfações e reaparece na maior cara de pau. isso incomoda. não apenas quem se sobrecarrega pela falta que o outro causa, especialmente no tratrabalho, que é ação coletiva. incomoda tamtambém quem está acima do pequeno golpista, pois sinaliza que talvez ele seja inadequado para a função. Em outras palavras, não há talento que resista à irresponsabilidade. Talvez mais dialogo e sinceridade pudessem evitar todo o desconforto de quem leva um perdido. Mas aí, perderia um pouco a graça. Então, antes de dar o seu perdido, pondere. Aproveite para vivê-los em momentos mais frívolos, por períodos bem curtos e em horários estratégicos, como de manhã, aparecendo logo após o almoço. Ou a tarde, tipo depois das 14h. Pesa menos, você minimiza a culpa, manmantém o prazer e talvez, quem sabe, ninguém desista de você. *jornalista paulistana que adora o interior | [email protected] 8 • gastronomia Acho que já escrevi ensta coluna que se fosse preciso escolher apenas um alimento para viver, o milho seria a minha opção. Doce ou salgado, ele assume diferentes sabores e é ótimo para acompanhar qualquer prato. MiLhO verde em receitas da tia dalva Uma opção fávil de fazer é assá-lo na brasa, em dias de churrasco, Quando ficam meio tostadinhos, basta passar azeite e sal. E quanto mais novo, mais macio e saboroso, pode acreditar. O milho, além de versátil e saboroso, é um alimento muito saudável. De origem milenar e típico das Américas, sempre foi consumido pelos índios e transformou-se num importante ingrediente da cozinha brasileira. Entre suas vantagens, está a de não conter glútem, ser altamente energético e rico em fibras e vitaminas. Na casa de dona Odette, o milho frito é acompanhamento constante para carnes em geral. Exigente, ela gosta do milho bem verde, miúdo, para garantir mais maciez e sabor. Chipaguaçu receita de Dalva Rocha de Andrade Tomara ela me ajude a publicar nova série de delícias da família Rocha. receita de Dalva Rocha de Andrade Ingredientes: 150g de manteiga 900g de milho verde fresco cortado 1 copo de iogurte natural 4 ovos inteiros 1 colher rasa de sal 1 cebola media picadinha 1 colher de sopa de pó Royal queijo minas curado a gosto Preparo: lEm uma frigideira coloque 50g de manteiga e frite a cebola. Reserve. no liquidificador coloque o milho verde, o iogurte , os inteiros, 100g de margarina e o sal. Bater bem e então adicionar o pó Royal. Bata mais um pouco. Misture na massa a cebola frita. unte a forma com manteiga e farinha de rosca. na massa, despeje pedaços de queijo minas ou outro de sua preferência, como gorgonzola. Asse por 45 minutos. Torta de Amarela Nesta edição, receitas da minha amada tia Dalva, dona de um livro de receitas que vive aberto tanta sua disposição para testar receitas que ela tira de todo lugar. Por isso sua casa é perfumada de “aroma culinário”. fotos: Flávia Rocha | 360 Flávia Rocha Manfrin | editora 360 O chipaguaçu é um prato de origem paraguaia. Vai bem com saladas e carnes. Ou sozinho. Além do queijo minas, pode levar bacon ou linguiça fatiada previamente fritos Ingredientes: Massa: 1 copo de requeijão natural 1,5 xícara de farinha de trigo 2 colheres de sopa de manteiga 1 colher de chá de pó Royal Recheio: 2 colheres de bacon picado 2 colheres de cebola picadas 1 dente de alho amassado 2 claras em neve 1 lata de milho verde 1 lata de creme de leite sem soro 1 colher de farinha de trigo 2 colheres de sopa queijo minas ralado 2 xícara de leite Preparo: Junte os ingredientes da massa, amasse bem e abra. Leve ao forno para assar e reserve. Refogue o alho e a cebola e frite o bacon à parte para juntar ao refogado. Adicione o milho, o queijo ralado e o creme deleite. Acrescente a farinha de trigo dissolvida em1 xícara de leite e mexa para engrossar um pouco. Coloque sobre a massa já assada. Bata duas claras em neve e cubra o recheio. salpique o queijo de minas ralado sobre a e leva ao forno para assar. 10 • bem viver Da entrada a todos os cômodos, o Lar São Vicente de Paulo de Santa Cruz é um exemplo de como os idosos merecem e devem ser tratados COMO dar um lar de verdade aos idosos Flavia Manfrin_editora 360 Dona Nilda foi minha primeira professora. Ela não usa mais a peruca chanel que me deixava deslumbrada quando balançava a cabeça. A elegante senhora de 76 anos é energia pura. Não para nunca. É cidadã ativa, engajada. Seja qual for a causa, ela está lá querendo saber do que se trata, manifestando-se e mobilizando pessoas. Dona Nilda nasceu em Pederneiras e vive em Santa Cruz há 43 anos. Depois de curto período como professora concursada da rede pú blica, no caso, um maternal, passou a trabalhar como voluntária de projetos de assis tência social. Faz isso há 40 anos, dos quais 28 anos dedicados ao “Lar”, como ela gosta de chamar o que tantos conhecem como asilo. Ela pensa rápido. Deu um show de entrevista. Tanto, que para não perder nada, transcrevo aqui suas respostas. Sua eloquência dispensa edição de texto e nos faz querer incluir tudo, pois sabe muito bem do que fala. Dona Nilda é uma lição de vida. Abram aspas para ela: Dona Nilda e a casa que construiu no quintal do Lar fotos: Flavia Rocha | 360 Nilda Pereira dos Santos Caricati, presidente do Lar São Vicente de Paulo, de Santa Cruz do Rio Pardo, é uma mulher inigualável. Com essa convicção, deixei o “Lar”, como ela sa biamente denomina a entidade para idosos que ela administra de maneira intensa. “Comecei a trabalhar como voluntária em um Lar em Pederneiras, aos 12 anos de idade. Ia aos domingos, fazer visita para os idosos, levar alegria e amor, que eles precisam muito, e fazer as orações com eles”, conta, afirmando que sua atuação no Lar é feita à sua maneira. Cada um trabalha do seu jeito. Dizem que sou exigente, e sou. Porque aqui temos que pensar não na gente, mas nos idosos. É por causa deles que estamos aqui. E eles são muito bem cuidados mesmo. Eu exijo que os idosos tenham qualidade de vida. Por isso temos bons funcionários, assistente social, médico, fisioterapeuta, enfermaria.” Comunidade – “Santa Cruz é uma comunidade que tem 13 entidades e todas estão muito bem cuidadas. Tudo que a gente precisa, pedimos socorro e a comunidade está aqui. A única que eu sinto muito é que eles não vêm visitar os idosos. A gente tem que pensar que um dia a gente chega lá. E eles gostam muito de visita”, diz demonstrando seu apego aos moradores do lar. A entidade tem hoje 65 idosos e capacidade para dar asilo a 80 pessoas. “As famílias têm que entender que aqui não é um hospital. Eles têm que trazer os idosos antes de ficarem ruim de saúde, para que tenham qualidade de vida e possam viver mais e melhor”, alerta. Ela conta que há instalações também em apartamentos, para pensionistas. “São 10 apartamentos que podem ser usados por curtas ou longas temporadas. Eu soube que aqui tem muitas mulheres morando sozinhas. Se não quer mais viver sozinha, pode vir para cá”, sugere. Ela mesma pretende se mudar com o marido para o lar. Tanto que construiu uma casa ali mesmo, que dá para o quintal da entidade, assim como os apartamentos. Ali pretende fazer melhorias, inclusive uma piscina para os idosos se exercitarem. “Quero passar o resto da minha vida morando aqui dentro, na casa que fizemos com o dinheiro da minha irmã, que morou aqui”, revela. Longevidade – “Nós éramos de uma geração muito reprimida. Acho que é isso. Hoje gosto de fazer tudo que as pessoas mais novas gostam. Gosto de dançar, de carnaval, de conversar, de passear”, afirma a ágil senhora que faz fisioterapia e hidroginástica para manter a saúde e a boa forma. “Agora estou meio paradinha porque estamos com muito serviço por causa da Conferência Regional do Idoso. Consegui trazer esse evento para Santa Cruz e reuniremos aqui representantes de Ela mostra com orgulho a rouparia, onde tudo é mantido limpo e organizado. Além de debater a questão do idoso, o evento marcará a inauguração da Praça do Idoso, instalada dentro do lar graças à doação da Madtrat, empresa da cidade que faz os equipamentos em madeira que começam a se multiplicar em praças públicas de vários municípios, através de projeto do governo do Estado (apareceram em matéria da edição 59 do 360). Para abrigar todas essas pessoas, ela recorre ao bem montado salão de festas do próprio Lar. O local é alugado para eventos particulares, como fonte de aumentar os escassos recursos repassados pelos poderes públicos, que não cobrem mais que 20% do custo mensal da manutenção do Lar, que gira em torno de R$ 35 mil. O total de R$ 6.810,00 recebidos a cada mês é rateado entre o governo federal (R$ 2.150,00), estadual (R$ 3.840,00) e a prefeitura municipal (R$ 820,00). As melhorias ela consegue indo atrás de políticos que sempre prometem ajuda em fotos: Flavia Rocha | 360 52 municípios.”, conta D. Nilda, dando mais um exemplo de ser caráter aguerrido e de seu poder de realização. época de eleições. “Desde a primeira vez fomos atendidas muito bem”, garante dando uma lista de deputados que já conseguiram verbas para o Lar e adiantando qual será o próximo benfeitor. Apoio comunitário – Se o Lar de Santa Cruz é tão bem cuidado, como mostram as fotos desta edição, seguramente é por causa da ajuda da comunidade, inclusive das empresas, que doam óleo (Special Dog), arroz (arrozeiras), feijão (vem de Ipaussu) e carne (do frigorífico e do matadouro). O restante das contas são pagas pelos eventos que a comunidade promove, como o leilão anual de animais, bingos e campanhas de arrecadação de diversos itens de consumo, como carne, sabonete, papel higiênico, entre outros, realizadas por 300 voluntárias durante todo o ano. “É um trabalho muito bem organizado. São grupos de 10 mulheres tendo uma coordenadora”, explica D. Nilda. Em dezembro, elas se reúnem para um chá de confraternização, um evento já famoso na cidade. “Um dia uma amiga me parou na rua e me perguntou: ‘Como faço para poder ir ao chá anual do Lar?’ Junte mais nove amigas, forme um grupo arrecade 10 quilos de carne moída todo mês, entregue no Lar e você e suas amigas já estão convidadas, respondi.” Ela não economiza elogios aos colaboradores. “Tocamos o Lar com a ajuda dessas senhoras e sem o leilão não sobreviveríamos”, afirma fazendo questão de lembrar de outros colaboradores, como as arrozeiras, o frigorífico e o matadouro. “Quando chega o inverno, acho que o Erik (outro ex-aluno) lembra da professora e manda um abrigo novo para os idosos”, conta satisfeita. Agora ela festeja a doação da Madtrat dos equipamentos para atividades física desenvolvido especificamente para exercitar idosos. “O trabalho voluntário enche o coração, enche a vida da gente. Temos que fazer o trabalho voluntário para agradecer a Deus pela vida que ele nos deu. Pela vida do marido, dos filhos, dos netos.” O convívio dos idosos com a família acontece em visitas aos domingos e quartasfeiras. “Se estiverem com a família todos os dias, não conseguem se acostumar a ficar aqui, mas as pessoas da cidade podem vir aqui qualquer dia para conviver com eles”, convida. Para completar, o orçamento, o Lar recebe a aposentadoria dos internos (segundo o estatuto do idoso determina que Uma boa oportunidade, segundo ela, são as missas, que acontecem no segundo sábado do mês. “Gostaríamos de ter missa todos os sábados”, destaca. “Foi através da missa que ingressei aqui. Eu vinha todos os sábados e me tornei vicentina para poder trabalhar aqui”, diz. No Lar, há salão de beleza para mulheres e barbearia para os homens . Na foto à esquerda, a Praça do Idoso Profissão de fé – Além da capacidade de fazer a coisa acontecer, e da melhor maneira possível, D. Nilda é uma fonte de sabedoria sobre a vida. “Eu me sinto bem fazendo esse trabalho em vez de ficar em casa sem fazer nada. Não foi isso que Jesus pediu . Ele não veio ao mundo para nos salvar. Ele veio nos ensinar como nos salvar. E eu acho que para a gente se salvar tem que ser amando o seu semelhante”, acredita a presidente do Lar. fotos: Flavia Rocha | 360 70% da aposentadoria do idoso vá para a instituição onde ele vive e 30% para a família dele). “Achamos isso um absurdo, porque nós damos tudo para eles aqui, comida, roupas remédios. Então quando conversamos com a família eles acabam doando a parte deles também. Tudo registrado, pago com cheque. Tudo é documentado aqui”, enfatiza. Mensagem aos leitores – “Quem tem idoso em casa venha aqui para ver como eles são cuidados e podem trazer para passar o dia. As pessoas precisam de alegria. Mesmo que você não seja tão idoso, venha passar umas horas. Fazer esse trabalho voluntário dá vida para a gente”, afirma D. Nilda Caricati concluindo uma aula que jamais vou esquecer. “Ganhar a Praça do Idoso nos deixou muito felizes. Temos um projeto de abrir a praça para os idosos da comunidade usarem também. Queremos fazer um grupo, porque não é só o pobre que precisa participar de um grupo, mas o rico também. Tivemos uma pessoa aqui que era bem rica, mas precisava do nosso amor e do nosso carinho.” 13 • meio ambiente Uma ideia simples pode embelezar as ruas, ajudar a solucionar problemas e amenizar a falta de planejamento ur bano. É o que o projeto Um Rio em Minha Rua pretende colocar em prá tica com os moradores de Ourinhos CALçAdAs verdes podem salvar córregos André Andrade Santos | 360 Quem não prefere uma rua cheia de árvores, canteiro gramado e sombra para aquele dia quente de verão, do que fritar com pisos e concreto que parecem tornar o calor ainda mais insuportável? É o que os alunos de Geografia da Unesp de Ourinhos querem resgatar, com apoio da população da cidade, com o projeto Um Rio em Minha Rua. Uma ação que na superfície resolve o bem estar das pessoas e no subsolo, ajuda a salvar o córrego Água da Veada (afluente do Rio Pardo), ameaçado pela voçoroca grandes fendas na superfício causadas pela erosão. A ação é simples: ao permeabilizar as calçadas com árvores e canteiros, aumenta a absorção de água pelo solo, o que pode evitar a erosão da região. A presença de árvores e canteiros nas calçadas, bem como em quintais e entradas das residências permite é importante para evitar também as enchentes e o assoreamento de rios e córregos. Quando tudo é coberto de pedras e cimento, toda a água que não é absorvida pelo solo acaba escoando pela superfície. Como o concreto e o asfalto cobrem vastaa áreas, a água ela escoa com velocidade e quando chega perto da mata e dos rios, leva a cobertura de terra da superfície embora. Isso provoca a erosão e também o assoreamento de rios e córregos, pois a terra levada pela água se acumula neles, diminuindo seu leito. Arborização dos bairros – Na Água da Veada, a voçoroca tem mais de 800 metros de comprimento e chega a 20 metros de profundidade em alguns pontos. Em 2010 o grupo da Unesp começou um levantamento sobre as calçadas dos bairros afetados por esse problema – Brilhante, Esmeralda, Paineiras, Ideal e Esplendor. "Descobrimos que 75% das calçadas estão totalmente impermeabilizadas", conta Rafael Béccheri Cortez, engenheiro agrônomo formado pela Esalq e aluno especial do curso da Unesp. Para tentar reverter a situação, o grupo da Unesp busca mobilizar a população e também tenta receber apoio da prefeitura. Ver de perto – Através do projeto Um Rio Minha Vida, os moradores serão visitados e receberão material com explicações sobre o problema. Também será feito um cadastro das pessoas interessadas em receber o plantio de árvores em suas calçadas e quintais. Esse relatório, será encaminhado à Secretaria de Meio Ambiente do município, responsável pelo distribuição das mudas e plantio. Também haverá trabalhos práticos. "Estão agendadas duas ações para trabalhos práticos: uma é o dia de campo na voçoroca, no dia 17/09, quando as pessoas poderão se familiarizar com a proporção do problema. A outra atividade será no dia 24/09, com o plantio de árvores em uma área pública próxima aos bairros citados", informa Rafael. Além disso, estão previstas visitas a escolas e associações de bairro para palestras de educação ambiental. "Trata-se de um projeto piloto que visa o desenvolvimento sustentável de nossa cidade. Gostaríamos muito de alcançarmos resultados positivos neste projeto e de expandi-lo para as outras microbacias urbanizadas de Ourinhos", afirma o agrônomo. Ação conjunta – Paralelamente às ações comunitárias, os integrantes do grupo da Unesp pretende propor à prefeitura mudanças no planejamento ambiental. "Queremos que o projeto de macrodrenagem da região leve em consideração os fatores ambientais e que não haja canalização, como ocorreu com outros dois córregos da cidade", ressalta Rafael. Com essas medidas simples, muitos problemas podem ser evitados, como o rompimento de galerias, que acontecem quando há a voçoroca. Por isso, preservar o verde não é apenas estético. A cidade precisa do verde para se manter de forma sustentável. Quem quiser apoiar o projeto Um Rio em Minha Rua pode entrar em contato com o Rafael – fones 14 3324.9921 e 14 9778.3478. VANTAGENS DA PERMEABILIZAÇÃO : redução das enchentes : melhoria da qualidade do ar : geração de sombra : abrigo e alimento para pássaros : redução de erosões : melhoria da paisagem : conscientização de desenvolvimento urbano PARTICIPE 17/09 - Dia de Campo na Voçoroca : entendendo o problema 24/09 - Plantio de Mudas : primeiro passo para mudar PINGO 14 • meninada Era uma vez um sofá. Era uma vez porque o sofá, que uma vez existiu, o Pingo destruiu. conquista a vitória Come daqui, morde dali, foi um tal de roer e roer que Pingo parecia ser da família dos roedores. Pingo, você é primo dos esquilos? Acho que não. Talvez seja só curiosidade. O que será que há dentro de um sofá? E spe e Paola c QUE árvore é essa? Cachorros não constroem. Cachorros brincam e destroem, latiu Pingo. Au! Au! E saiu correndo. O que é… …O que tem a idade do mundo e todo mês nasce? 6 0 R Os alunos do Colégio Camões fizeram uma ação para a preservação da Praça São Sebastião, em Santa Cruz do Rio Pardo, no dia primeiro de agosto. Tudo começou quando a advogada Fernanda Cassita Pegorer, mãe da Lia, estudante do Camões. Ela resolveu fazer esse projeto de identificação das árvores da praça, que tem pista de caminhada e equipamentos de ginástica. …Voa pelo ar feito balão, aos vivos dá alimento, aos mortos consolação ? …nasce no mato, no mato se cria e só dá uma cria? Ela apresentou o projeto para a prefeitura e para o Colégio Camões e os dois abraçaram essa causa. Então os alunos do 1º ao 5º ano começaram a pesquisa sobre o assunto, pesquisando o nome científico das árvores identificadas por seus nomes populares pelos técnicos da prefeitura. Depois, para fechar com chave de ouro, os alunos colocaram as placas de identificação das árvores na praça. GATOS Mestiços GRÁTIS! Doamos filhotes de gato siamês-ltigrado-malhado. Lindinhos de olhos azuis! Contato: 14 9778.7510 (Marcos) 14 9141.0029 (Flavia) VOLTA àS AULAS 2 Pingo juntou 8 objetos do Alvinho. Ajude-o a encontrar o nome de cada um deles no diagrama abaixo: REsPOsTAs: Adivinha: 1- A lua. 2. A abelha. 3. A babaneira. . Passatempo:vide diagrama ao lado er Pingo arranca um pedaço de couro, é espuma que sai, madeira, fios, Pingo morde, rói, arranca, rói, o chão coberto de espuma. Pronto. Era uma vez um sofá. Pingo conquistou sua primeira vitória. Não foi fácil. Todo dia a mãe do Alvinho ficava muito, muito brava. Pingo foi persistente. ial 3 pórt artes: Wellington Ciardulo | 360 P I N G O 15 • agenda cultural AVARÉ Choronas (Música). Quatro musicistas que encantam e comovem o público tocando ritmos brasileiros. Repertório repleto de obras consagradas a desconhecidas, tradicionais e recentes | Teatro Municipal | 23/09 _ 20h | class.: livre BoTUCATU A Alma imoral - Clarice niskier (Teatro) Sucesso de público, Prêmio Shell de Melhor Atriz de 2007 e o Prêmio Qualidade Brasil de Melhor Atriz de 2008 Teatro Municipal | 29/09 _ 20h30 | class.: 18 anos oURinHos do Jeito que Você Gosta (Teatro) _ Com a Cia. do Elevador de Teatro Panorâ-mico é tida como a melhor comédia escrita por William Shakespeare. | Teatro Municipal | 03/09 _20h30 | class.: 12 anos foto:divulgação BeRnARdino de CAMpos Almoço Beneficiente ApAe. 11/09 | Lar São Vicente de Paula | a partir das 12h | R$ 12,00. info.: 014 3346.3100 iii Festival Regional Jovencanta.Em parceria com as cidades da Associação Cultural do Vale do Paranapa-nema | Palácio da Cultura | 17/09_ 19h 5ª primavera de Museus - Exposição de fotos de mulheres que marcaram épocas e fazem parte da memória de Santa Cruz do Rio Pardo e apresentação do Coral Municipal no dia 21/09 às 19h30. | Museu do Brinquedo da Fafil | 19 a 25/09_19h - 23h piRAJU A Alma imoral - Clarice niskier (Teatro) Sucesso de público, Prêmio Shell de Melhor Atriz de 2007 e o Prêmio Qualidade Brasil de Melhor Atriz de 2008 | Cinemax | 07/09 _ 20h30 | class.: 18 anos noel Rosa, o poeta da Vila e seus amores (teatro). A Cia Coisas Nossas encena a vida do poeta e compositor brasileiro | Palácio da Cultura | 24/09 _ 20h | class.: 14 anos sAnTA CRUZ do Rio pARdo projeto "Vá ao Cinema" . Exibição de filmes nacionais. Grátis para alunos e professores das escolas estaduais,municipais, associações de bairros, grupos da 3ª idade, APAE, Projeto Guri, Polícia Militar, Polícia Civil e Corpo de bombeiros 2 a 29/09 _ 2ª a 6ª : 9h e 14h _ sab. e dom.: 14h | Palácio da Cultura | info.: 14 3372.1227 exposições_ Rádio - Uma grande paixão Homenagem ao advogado e radialista José Eduardo Catalano_ Associação Comercial Empresarial de Santa Cruz do Rio Pardo | 30/09_ 19h30 Jornal deBATe _ Museu Ernesto Bertoldi | 3ª a 6ª: 8h_ 17h - sab. e dom.: 9h_ 17h Coleção de lápis do Mundo todo (Baiano)_ Museu Ernesto Bertoldi | ter. a sex. 8h - 17h, sab. e *Tiago Cachoni dom. 9h - 17h. obras da artista plástica Lídia M. Tokomoto (in memorian) _ Palácio da Cultura | 8h - 22h sÃo MAnoeL A Cuca Fofa de Tarsila (Teatro) Homenagem à pintora brasileira conta uma história de amor, cheia de aventura, magia e boa música | Cine Teatro Municipal | 04/09 _19h | class.: 3 anos sÃo pAULo Festival sesi de Música. Para todos os estilos da música brasileira. São três fases: preliminar (análise de material), semifinal (apresentações entre 23 e 26/11) e final, com show de encerramento e cerimônia de premiação no SESI Itapetininga (27/11). Aberto para trabalhadores de indústria no Estado de São. Os classificados receberão kit de participação e haverá prêmios de R$ 5mil, R$ 3 mil e R$ 2 mil. inscrições grátis até 23/09. info.: www.sesisp.org.br Final de ano COnCORRidO Há exatamente um ano escrevi uma coluna tecendo loas àquele que se projetava um semestre sem precedentes no quesito grandes shows e festivais no Brasil. Não imaginava que tornaria a escrever, com entusiasmo, sobre o mesmo assunto. Isto porque o final de 2011 é de fazer sorrir (e quebrar o porquinho) o sujeito que gosta de peregrinar por bons shows. A maratona começa neste dia 23, com o famosíssimo Rock In Rio e seu tradicional balaio de gato no qual Ivete Sangalo, Shakira, Metallica, System of a Down e vários outros dividem o mesmo evento. Não me empolguei, mas, pra quem gosta de um oba-oba, está valendo. Para poucos e bons, enquanto o Red Hot Chili Peppers estiver se apresentando no Rio de Janeiro, o Primal Scream trará a São Paulo, no dia 24, o show de comemoração dos 20 anos do seminal disco “Screamadelica”, um marco do rock anos 90. O mestre Eric Clapton se apresenta no Morumbi, no dia 12/10, mesmo local em que o Pearl Jam fará shows históricos em 03 e 04/11. O Aerosmith também volta ao Brasil, no dia 30/10. E o Planeta Terra, que tem se firmado de maneira impressionante (ingressos esgotados em 14 horas, com apenas 4 atrações confirmadas), trará Strokes (em má fase), e Beady Eye, que nada mais é do que o Oasis sem seu gênio, Noel Gallagher. Outro festival se firmando é o SWU, cuja segunda edição, agora em Paulínia, mesmo sem as atrações históricas da edição anterior, tem desenhado um bom panorama, com os ótimos Faith No More, Sonic Youth, Kanye West e Alice In Chains. E grandes atrações ainda estão para ser anunciadas. Bobagens sempre existirão, como o Black Eyed Peas (o É o Tchan americano), mas tudo se encaixa na proposta democrática do evento. Haja dinheiro e disposição! músico fascinado por shows, e este ano garante presença no Pearl Jam e SWU, trazendo aos leitores o relato dos eventos TATUÍ 5º encontro internacional de percussão. Integra a série de Encontros Internacionais do Conservatório. Atividades pedagógicas e artísticas – workshops, masterclasses, recitais e concertos. Ins-crições: de 05/09 a 31/10. Evento: de 09 a 12/11. Taxa R$ 20, Info.: 15 3205.8444 conservatoriodetatui.org.br/epercussao Divulgue seu evento aqui grátis! [email protected] 16 • gente_ drops Mafagafos, a banda pop rock que agrada a gregos e troianos sempre reúne gente bonita Barrica_SCruz Fotos:Flávia Rocha | 360 SOLIDARIEDADE em Avaré A prova da solidariedade, parte da Gincana de integração dos alunos do 6º ao 9º ano da FReA (Colégio Universítário de Avaré), arrecadou 2.800 litros de leite que serão doados a seis entidades assistenciais da cidade. A partir de 02/09, a arrecadação será de fraldas geriátricas, com o mesmo propósito.info. F: 14 9774.6933 [email protected] No Ingá Náutico Clube cidadãos contrários às PCHs no Rio Pardo mostram a cara e pedem não! Barrica_SCruz RIO PARDO: muita água ainda vai rolar A polêmica envolvendo o Rio pardo e a construção de usinas hidrelétricas ainda vai tomar tempo de cidadãos e autoridades. O processo de concessão de licença ambiental, primeiro passo para as obras, ainda não foi concluído pela Cetesb, órgão estadual responsável pela análise e autorização. Documentos comprovando a inviabilidade ou proibição às obras podem ser encaminhados ao Ministério público. Todo cidadão tem o direito de se manifestar e contribuir para a preservação de um dos poucos rios ainda não poluídos do Estado de São Paulo que abastece nossa região. o que os astros nos proporcionam no mês de setembro Tempo de ExCELênCiA *Adriana Righetti O enfoque será a excelência em tudo o que fizermos, já que este signo gosta que tudo saia bem feito. Porém, Mercúrio fica retrógrado e retorna em Virgem no dia 10, sugerindo que deveremos ter atenção em evitarmos críticas e exigências excessivas, tanto com as pessoas que nos rodeiam como com nós mesmos. Devemos aceitar erros e aprender com eles. Todavia, nossas ideias estarão mais nítidas e nossa expressão mais clara. Já Vênus sairá deste signo e entrará em Libra, onde os afetos e relacionamentos serão enfatizados. Será possível atender às nossas necessidades emocionais com maior eficiência e desta forma, dar suporte para pessoas que tanto amamos. Teremos maior consciência do que devemos fazer para melhorar e acentuar as afinidades com entes queridos, já que família, amigos e todo tipo de parceria e convívio estará enfatizada. As atividades rotineiras e domésticas não aborrecerão tanto, já que nos envolveremos arte: Clara Basseto | 360 O mês de setembro será beneficiado pela influência de Virgem, pois o Sol se encontrará neste signo até o dia 22. com elas de forma mais harmônica, afinal, Marte se encontra em Câncer, signo que rege a família, a casa e todos os assuntos relacionados. Teremos maior responsabilidade e compromisso, tanto nas relações como na rotina, deixando-as organizadas para podermos fazer novas coisas, pois a partir do dia 20, Marte ingressa em Leão, restaurando a confiança em tudo o que fizermos, permitindo novos investimentos, seja no plano profissional como no pessoal. Vamos viver intensamente, já que os astros conspiram a favor! *astróloga paulistana que vive em São Tomé das Letras |adrianarighetti@ hotmail.com J uci m ar Ol ivar B raga gan ho u a ja qu eta ver m elh a d a P ro m o ção D ia do s Pai s