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OuRinhOs ganha
projeto verde em
calçadas para
salvar córregos
67
ANO VI
setembro|2011
Alunos e professores da UNESP de Ourinhos iniciam projeto para permeabilizar bairros da cidade que
sofrem com a erosão causada pela canalização de córregos. A campanha Um Rio em Minha Rua pretende
incentivar moradores a inserir árvores e canteiros em calçadas e jardins para combater o problema.
Circulação Mensal. 13mil exemplares.
Municípios_ Avaré • Óleo • santo Cruz do
Rio Pardo • Ourinhos • Piraju • Timburi •
Bernardino de Campos • Manduri • Cerqueira
César • Águas de santo Bárbara • Fartura • são
Pedro do Turvo • Espírito santo do Turvo •
ipaussu • Chavantes • Botucatu • são Manuel
• Areiópolis • Cândido Mota • ibirarema •
Palmital • Assis • Tatuí • Agudos • Canitar • Piratininga
Pontos Rodoviários_
Graal
Paloma • Graal Kafé • Graal Kafé • Rodoserv •
Rodostar • Orquidário Restaurante Café •
www.
caderno360.com.br
especial_ no mês do idoso,
•p.3 _ •p.10
Índice
Paola_
foto: Flavia Rocha | 360
homenagem a • Fernando Quagliato
e entrevista com
• Nilda Caricati,
pessoas que
entraram para a
história como
exemplos de
cidadania
e permanente
alegria de viver
•p.13
Em mês de
início da Primavera e
comemoração do
Dia da Árvore, nossa
pequena repórter
conta sua experiência
de identificação de
árvores em praça de
caminhada de Santa
Cruz do Rio Pardo
•p.14
foto: Flavia Rocha | 360
360 na internet:
Calçada em rua de
Santa Cruz que
conserva canteiros
largos para plantio
de árvores frondosas
foto: Flavia Rocha | 360
Leia o
foto: Flavia Rocha | 360
Varanda do suco • Cia. da Fazenda |
2_ editorial _oração
3_agro_especial
7_ ponto de vista
8_gastronomia
10_meio ambiente
12_bem viver
14_meninada
13_bem viver
15_agenda cultural
16_gente
19_astrologia
2 • editorial
Poder. Uma palavra para a qual a gente sempre torce
o nariz. E por que? Porque o poder é solitário. Quem
assume o poder terá que decidir sozinho muitas e muitas vezes, e decidir por todos. Essa situação delicada e
muitas vezes angustiante, se revela natural em muitas
pessoas, como os principais personagens desta edição.
O primeiro, não poderia deixar de ser homenageado por este periódico, como aparece em AGRONEGÓCIO ESPECIAL.
Seria no mínimo falta de sensibilidade
jornalística. A decisão de fazer um jornal para a região impõe que pessoas de
grande destaque sejam notícia. E ninguém que eu conheça na atualidade
tem o poder de Fernando Quagliato.
Algo que ele assumiu moço e exerceu
com maestria. Para alegria de muita
gente, inveja de muita gente também.
vaso, uma calçada com ou sem árvores e canteiros.
Uma rua com ou sem árvores frondosas. Muros de
cerca viva certamente são mais eficientes e belos que
feitos de tijolos, de grades. Tudo com o verde fica melhor, inclusive a cidade, que pode se livrar de problemas estruturais graças a ele, como nos conta um
agrônomo de Ourinhos que está lançando, com um
grupo de professores e estudantes da
Unesp um projeto chamado lindamente
de “Um rio na minha rua.”, que você confere em MEIO AMBIENTE.
Poder
para
fazer o
mundo
melhor!
Aliás, impossível não ser invejado estando no poder. E ser duramente criticado também. Dona Nilda, minha
professora da pre escola sabe muito
bem disso. E não dá importância, fator
fundamental para se manter no poder.
Ela o exerce com vigor e por isso a cidade pode receber pessoas idosas em
seu Lar municipal com todo o amor,
aconchego e respeito que um idoso merece, com podemos conferir em BEM VIVER.
Poder fazer o bem, poder partilhar, poder decidir
jogar-se inteiro, não pela metade. Mergulhar, em vez
de molhar as pontas dos pés. Todo ser humano pode
assumir o poder. Muitas vezes concentrando-o apenas
em sua própria existência, mas isso não o diminui.
Poder ir, poder vir. Poder olhar o horizonte. Respirar
o ar puro desta terra. E ver o verde mudar de tom com
a chegada das estações.
A edição traz muito verde para o leitor. Como o da foto
ao lado, que não resisti publicar. O verde que invariavelmente deixa tudo, qualquer lugar, mais bonito. É
só experimentar e comparar um canto com ou sem um
A edição segue cheia de mais notícias boas
e interessantes, pode comprovar. Paola
conta o que anda fazendo, os colunistas
falam do que pensam e do que sentem e
há muitas coisas boas para se fazer por
aqui, que aparecem na AGENDA CULTURAL
deste mês. Para completar GASTRONOMIA,
a coluna mais lida do 360, vem com duas
receitas, da minha querida tia Dalva, que
é poderosa no comando das panelas e no
trato das plantas e pomar de sua casa,
lugar de capricho em
todos os cantos.
Aviso aos leitores que
este texto não será revisado. Ou o jornal não sai
amanhã. Neste caso, por mais que
nas páginas a seguir eu tenha o poder
de decidir tudo, o poder da impressão
é da gráfica.
Parabéns a todos os idosos no seu dia.
Eu realmente amo as pessoas mais
velhas e compreendo o quanto
podem nos ajudar a sermos pessoas
melhores se tratarmos de ouvi-las.
Boa leitura!
Flávia Manfrin _ editora 360
| [email protected]
Ora,
Ação!
Isaias 139
Vs: 23-24
“Sonda-me, ó Deus, e conhece o meu
coração; prova-me, e conhece os meus pensamentos. E vê se há em mim algum caminho mau, e guia-me pelo caminho eterno.”
e xpediente
360 é uma publicação mensal da eComunicação. Todos os direitos reservados. Tiragem desta
edição: 13 mil exemplares Circulação:• Águas de Sta. Bárbara • Agudos • Areiópolis • Assis •
Avaré • Bernardino de Campos • Botucatu • Cândido Mota • Canitar • Cerqueira César • Chavantes • Espírito Sto. do Turvo • Fartura • Ibirarema • Ipaussu • Manduri • Óleo • Ourinhos
• Palmital • Piraju • Piratininga •São Manuel • São Pedro do Turvo • Sta. Cruz do Rio Pardo •
Tatuí • Timburi e paradas das rodovias Castello Branco, Raposo Tavares, Eng. João Baptista
Cabral Rennó e Orlando Quagliato. Redação e Colaboradores: Flávia Rocha Manfrin ‹editora, diretora de arte e jornalista responsável | Mtb 21563›, Luiza Sanson Menon ‹revisão›, Odette
Rocha Manfrin ‹separação, receitas›, André Andrade Santos ‹correspondente SP›, Paola Pegorer
Manfrim ‹repórter especial›, Elaine Moraes ‹assistente de produção›. Colunistas: José Mário
Rocha de Andrade, Fernanda Lira, Tiago Cachoni e Adriana Righetti Ilustradores: Franco Catalano Nardo, Clara Basseto, Sabato Visconti e Wellington Ciardulo. Impressão: Fullgraphics. Artigos assinados não expressam necessariamente a opinião desta publicação. • Endereço: Praça
Dep. Leônidas Cama-rinha, 54 - CEP 18900-000 – Sta. Cruz do Rio Pardo/SP • F: 14 3372.3548 _14
9653.6463
• Redação: [email protected]
• Publicidade/Assinaturas:
[email protected] • 360 on Line: www.caderno360.com.br| setembro_2011
3 • agronegócio
especial
A passagem do VEnCEdOR
por Flávia Rocha Manfrin
O comendador Fernando Luiz Quagliato mostra que
até mesmo na hora da morte, foi um afortunado.
foto: Flavia Rocha | 360
Fernando Luiz Quagliato em
uma de suas últimas fotos,
durante almoço dos 40 anos
da FIO, fundação educacional
que ele ajudou a transformar
em um campus universitário
Avida de um vencedor não acaba. Ela permanece. Através de seus ensinamentos, de
sua sabedoria, de sua trajetória, de seus
sucessores. Fernando Quagliato só não é
um mito porque Deus o fez pessoa palpável, acessível, afável. Que o digam todos os
que tiveram a sorte de partilhar sua amizade. Que não era pouca coisa. Tudo que
ele fazia, fazia magistralmente.
Desbravador, empreendedor, líder nato,
consolidou com os irmãos o legado do pai,
assumindo, como primogênito, o papel de
maior responsabilidade. Morador da fazenda Santa Maria, onde está instalada a
Usina São Luiz, ali viveu uma saga de sucessos que trouxe à família notoriedade
local, regional e, por que não dizer, nacional, em suas áreas de atuação – produção
de açúcar e álcool e criação de gado. Incansável, levou para a comunidade sua capacidade de realizar, sendo um incontestável agente para que Ourinhos, cidade
que abrigou seus negócios, se transformasse num modelo de crescimento.
Isso tudo fez dele cidadão admirado, invejado e, claro, contestado também. O fato é
que bastava citar o seu nome para alguém
dizer: “É o homem mais rico da cidade.”
Ou o contrário. Quando alguém perguntava quem era a pessoa de maior poder e
fortuna da região, seu nome logo surgia.
Realmente ele era um homem riquíssimo,
mas não só no campo financeiro. Isso não
basta para alguém se destacar tanto e em
todo lugar. Fernando Quagliato era um
homem rico de vida. De luz, de energia e
capacidade de realizar obras. Era também
dono de destacada coragem, inteligência e
talento para fazer acontecer. Mas quando
lhe perguntavam qual o segredo de tantas
conquistas, ele respondia: trabalho. Contava que sempre trabalhou muito, desde a
infância e muitas vezes em condições difíceis, como o leitor poderá comprovar na
entrevista que reproduzimos nesta edição,
concedida ao 360 em abril de 2006. “Trabalhar muito, gastar pouco e ter sorte”,
dizia sobre o segredo da prosperidade.
Um conquistador nato
Minha admiração por aquele homem bravio que conheci na adolescência, apavorando a moçada com sua voz alta e suas
regras rígidas, como fazia o meu e tantos
outros pais da linha dura italiana, ao longo
dos últimos anos, tornou-se imensa. Não
pela riqueza material que ele conquistou,
isso não é importante nas minhas escolhas, apesar de ser importante para a sociedade em que vivemos, inclusive para
partilhar com os menos favorecidos. O que
me fascinava era sua visão de mundo, sua
capacidade de se reinventar, de mudar, de
evoluir, de enfrentar a vida e tudo o que ela
lhe trouxe, mesmo com o passar do tempo,
mesmo na adversidade, mesmo chegando
ao final da vida. Com isso, ele nos fazia entender que não devemos desistir, amolecer, esmorecer. Devemos sim é aprender,
perseverar, seguir em frente... sempre e
com muita fé.
Ele foi repousar. E repousou. O repouso eterno. De Deus, para
o que cremos na onipotência divina, ou dele próprio, como poderia dizer um esotérico, um ateu. Assim se despediu da vida
entre nós o primogênito de um homem que fez memória – e
fortuna – na região do Oeste Paulista. Algo que ao longo de
mais de seis décadas estendeu-se também em outros pontos do
país. Prestes a completar 84 anos fartamente vividos, como
era de sua natureza, ele era altivo, belo, trabalhador, humilde,
corajoso, determinado, inteligente, talentoso, comprometido
e entusiasmado, entre outros atributos, em níveis que o destacava dos demais. Ele se sobressaia. Onde fosse, onde chegasse. E fazia sua permanência ser um acontecimento.
O realizador de sonhos
O prazer em fazer, estar, ser, transbordava
de Fernando Quagliato. Por isso ele era
um acontecimento. Era temido, respeitado
e muito amado por quem teve a sorte de
conviver com sua brava figura. Ele também se mostrava ciente de sua condição
humana. E encarava com maestria todos
os percalços e escolhas que se faz na vida.
Era dono de uma incrível capacidade de
aprender e de acertar. Por isso, sua falta
será sentida por muitos e em muitas situações, tanta a sua capacidade de realização.
Ele se manteve na presidência da Usina
São Luiz por 50 anos com total apoio do
sócios, todos seus irmãos e também donos
de uma boa e memorável história. Dali irradiava ações para todos os campos. Cada
vez mais diversos e comunitários. Um dos
seus grandes feitos foi criar e consolidar a
FAPI, a feira agropecuária e industrial de
Ourinhos que acontece há mais de quatro
décadas e faz a região toda viver em torno
dela durante mais de 10 dias.
A sorte que se espalha
A coragem e a inteligência aliada à sorte
que Fernando Quagliato acreditava existir
em medidas diferentes para cada pessoa,
quando eminentes numa pessoa com a
personalidade e capacidade de realização
e liderança fazem grandes marcos na vida
das pessoas e no lugar onde ela vive.
Conhecida como a grande empresa da região, a Usina São Luiz, sempre manteve
empregos e solidez financeira, atraindo
empresas para a região, especialmente
para Ourinhos, essa cidade incrível que
tem a capacidade de abraçar a tudo e a
todos e que soube aproveitar a generosidade do líder do Grupo Quagliato. Muitas
gerações de muitas famílias fizeram lá a
sua história de prosperidade, de realização
e de amizade. E continuam a fazer, cada
vez com mais conforto. Foi ainda com Fernando Quagliato na ativa que a USL transformou-se em uma das empresas
exemplares no ranking de qualidade de
uma associação do setor, a Coopersucar,
assumindo compravado padrão internacional de qualidade.
A sorte de Fernando Quagliato também
aparece nas edições da FAPI e no dia a dia
de jovens que participam dos projetos sociais mantidos pela empresa, que têm podido constatar que oportunidades existem
de verdade e que da vida pacata na fazenda
foto: acervo de famíia
Muitas obras são fruto de sua iniciativa.
Como a escola agrícola de Santa Cruz, instalada numa fazenda doada por ele e seus
irmãos. No campo da ajuda a entidades,
ele tratava de fazer da melhor maneira, garantindo aos beneficiados o direito de se
sentir digno. Ele contava com gosto histórias de projetos que a empresa que liderava patrocinava. E organizava eventos
como ninguém, como o Encontro Nacional de Muladeiros, que transformava o
vasto jardim de sua residência em área
para demonstração de habilidades de cavaleiros e animais, reunindo gente de todo
lugar, de qualquer condição, na mesma
mesa, unidas apenas pelo apreço pelos
moares.
fotos: Flavia Rocha | 360
Com a esposa, Marly, formou
uma família únida, sempre
presente em suas celebrações,
como a festa de aniversário de
sua hemodiálise, celebrada
com funcionários e amigos,
no hospital público que tratou
de equipar, em Ourinhos
Com os irmãos Luizito, Roque e Chicão no Encontro Nacional de Muladeiros.
Sociedade, união e amizade capaz de permear as novas gerações da família
podem surgir viagens frequentes além
mar, com a segurança do apoio da USL,
basta ter esforço, dedicação, boa vontade.
peito dele, mas naturalmente, não teremos
tudo, temos a sua presença. Seja numa
crônica de despedida, nas lembranças de
outras pessoas, que colaboraram com esta
edição, e na visão dele próprio, na entrevista que reprisamos a seguir.
Também no campo da saúde Fernando
Quagliato deixa sua marca de sorte. A maneira positiva e resoluta de encarar as dificuldades que a idade traz, garantiram a
pacientes com necessidade de hemodiálise
poder contar com um ótimo centro na ci- O presidente
da USL
dade de Ourinhos, para onde muitos pahasteia a
cientes da região convergem regularmenbandeira do
te, como ele fazia, como seu irmão faz.
O coração festeiro
A minha saudade será das boas conversas,
do abraço carinhoso, do sorriso amigo, já
que ele tinha dificuldade de visão, algo que
evidenciava sua capacidade de lidar com a
adversidade, transformando-a em bravura
e em festa. Afinal, Fernando Quagliato celebrava a vida.
As páginas seguintes trazem mais a res-
Brasil na
abertura do
Encontro Nacional de
Muladeiros,
realizado
nos jardins
de sua
residência
O REALiZAdOR de obras
A usina foi montada no município de Santa Cruz?
FLQ: sim, mas por estratégia
política a área da fazenda
passou a fazer parte de Ourinhos. na época, o Lulu Camarinha era deputado e
achou que ampliando a área
territorial de Ourinhos – que
era um dos menores municípios do Estado, enquanto
santa Cruz era um dos maiores – terminaria a rivalidade
e ele formaria um reduto
eleitoral na região. Mas não
adiantou. não votaram nele.
Depois do açúcar, o gado,
como foi isso?
FLQ: Quando assumimos o
negócio, depois da morte de
meu pai, concluímos que era
interessante diversificar, não
colocar os ovos numa só cesta, como se costuma dizer.
Por que foram para regiões
distantes, como Goiás e
Pará?
FLQ: A terra aqui era cara.
nós tínhamos uma fazenda
de 250 alqueires em Pirapozinho, mas era muito pouco
para criação de gado. Então
compramos uma fazenda
em Goiás. depois, para partir para um negocio
grande, fomos para o Pará.
Era 1970. Foi um trabalho
árduo, pois não tinha estrada. A terra era barata porque exigia do comprador
investimentos para se estabelecer ali. Era tudo difícil.
Falando no Pará, o Grupo
tem sido acusado de realizar trabalho escravo na
fazenda, isso é verdade?
FLQ: não. A verdade é que
fomos autuados por avaliarem que as instalações, na
época, eram inadequadas.
Para o fiscal não importa
onde você está, quais os
hábitos locais. As regras
são as mesmas dos grandes centros. Os trabalhadores armavam acampamentos para facilitar o trabalho de formação da fazenda. Eles acharam que era
inadequado. E lei é lei. Tratamos de fazer a casa e atender as determinações que
nos colocaram.
Esse tema sempre é lembrado. Isso o incomoda?
FLQ: não. A fazenda funciona de acordo com as regras trabalhistas. Qualquer
pessoa pode visitar, a qualquer hora. Fizemos um belo
trabalho lá e nos orgulhamos disso.
O governo deveria interferir mais na agropecuária?
FLQ: Ele tem que ajudar. Ele
esqueceu a agropecuária. A
política atual* do Lula tem
erros e acertos. O povo não
gosta de esmola, ninguém
gosta. É um negocio ruim
estar vivendo de esmola.
Esse é um problema sério,
porque você dá uma esmola
todo mês, dá uma cesta básica e ela acaba muito rápido, é muito pouco para
uma família. O país não
cresce assim. Cresce com trabalho. O povo quer trabalhar
para chegar ao fim do mês e
ter dinheiro para gastar com
“Meu pai e meu avô mostraram que
precisa trabalhar, nunca nos obrigaram.
desde os nove anos eu já trabalhava,
ajudando meu pai
no armazém da fazenda.”
Como o grupo Quagliato
ganhou dinheiro?
FLQ: Gastando menos do
que ganha. isso é importante. E trabalhando muito.
não temos domingo, nem
feriado. Quando começamos, éramos eu e meu pai
na fazenda, mais dois irmãos
e só tínhamos um carro. Meu
pai não trancava a empresa
por fora. só por dentro, e
sem chave, com tranca. Então sempre tinha alguém tomando conta, trabalhando
nela. É assim até hoje. Quando os chefes saem, os filhos
ficam.nunca sai todo mundo.
fotos: Flavia Rocha | 360
Como que surgiu o grupo
Quagliato?
FLQ: Meu pai sempre quis
ter uma usina de açúcar. Viemos para cá e ele passou a
lidar com o café em sociedade com o Onofre Rosa.
Eles enfrentaram a baixa do
café. Por dois anos só compraram. Em 1949 deu uma
alta, o preço triplicou e eles
ganharam um bom dinheiro. Então meu pai pode
montar a usina em sociedade com meu tio Luiz, que
acabou vendendo a parte
dele. Quando meu pai faleceu, no início da década de
60, eu e meus irmãos – três
homens e três mulheres –
passamos a tocar o negócio.
dois anos depois meus cunhados decidiram vender a
parte de minhas irmãs e o
grupo ficou como está hoje.
Trechos de entrevista concedida
ao Caderno 360 em março de
2006, na Usina São Luis
Isso é uma vocação para o
trabalho ou isso foi passado
pelo seu pai?
“Toda pessoa é rica se está satisfeita com o
que tem. se não está satisfeita, mesmo se
tiver muito, é um pobre coitado.”
suas necessidades. Quando
se está empregado há ganho, com ganho há consumo e consumindo há
aumento de produção, de
emprego.*abr/2006
O que o Brasil precisa para
ter esse desenvolvimento,
gerar empregos?
FLQ: desviar menos. sempre foi assim. Antigamente a
imprensa não publicava
essas coisas, mas havia.
Quando construíram Brasília
foi uma barbaridade. Muita
gente ficou rica trabalhando
pouco.
FLQ: Meu avô passou para o
meu pai e meu pai passou
para nós. Eles mostraram
que precisa trabalhar, nunca
nos obrigaram. desde os
nove anos eu já trabalhava,
ajudando meu pai no armazém da fazenda. no começo
da usina era o Chico e eu.
não tinha agrônomo. ia dormir às sete da noite, às duas
da manhã meu pai me acordava para ir para a usina, as
seis, seguia para a lavoura.
Quando tinha baile, ele fa-
lava: “Volte a hora que quiser, mas cinco e meia esteja
pronto para trabalhar”.
Como é a vida do funcionário que mora aqui na fazenda onde funciona a usina?
FLQ: Ele tem casa, escola,
dentista. Aqui ele não paga
médico. A criançada ganha
uniforme, caderno. Já tivemos uma “Professora nota
10” do Estado de são Paulo.
As pessoas trabalham contentes, não deixo faltar nada
na escola.
Da para um bóia fria fazer
carreira na Usina São Luiz?
FLQ: Temos muita gente
aqui que já cortou cana. O
Vadinho, por exemplo, fez
uma bela carreira na empresa e na vida pública. E já
cortou cana. (Vadinho trabalha na área de Rh da usina e
é um dos mais expressivos
vereadores de Ourinhos).
Como a região pode se desenvolver em sua opinião?
FLQ: Acho que a região precisa de representatividade
política para promover o desenvolvimento das cidades.
Podemos ter gente nas esferas estadual e federal.
Como as ações de responsabilidade social do Grupo
são definidas?
FLQ: Elas vão acontecendo.
Cada um trabalha para uma
entidade, em alguns casos
trabalhamos juntos. Todo
mundo, quando precisa, corre aqui. Ajudamos o Lar são
Vicente, a Fermino Magnani,
a Creche do Frei Chico, a
APAE. no caso da fundação
educacional de Ourinhos
(FiO) o Roque resolveu trabalhar lá. hoje a escola tem
três mil alunos e deve chegar
a oito mil. Os cursos melhoraram, as instalações também. Fazemos doações de
terra em alguns casos, como
em Ourinhos, Chavantes e
Canitar, para construção de
casas populares. Em santa
Cruz, doamos 80 alqueires
para criar a escola agrícola.
Anos depois um prefeito
vendeu 25% das terras, a
melhor parte da fazenda.
Agora nossas doações prevêem que o benefício seja
permanente.
“Eu não canso de
aprender. E aprendo
fácil porque não
tenho vergonha de
perguntar.”
O senhor é um dos homens
mais abastados e influentes
da região, junto com seus irmãos. Imaginava isso?
FLQ: nunca pensei em ser o
que sou, ter o que eu tenho e
saber o que eu sei.
Como foi a sua infância?
FLQ: não foi fácil, tinha
pouco dinheiro e andava
cinco quilômetros a pé para
ir a escola.
Como é trabalhar em família? Sua relação com os irmãos é boa?
FLQ: A relação é boa, perfeita. Trabalhar junto é muito
difícil, tem que engolir muito
sapo e não guardar rancor.
Mas conseguimos estabelecer a união entre nós. E com
os filhos, graças a deus, é a
mesma coisa.
Quais as perspectivas para
o grupo daqui a 10,20 anos?
FLQ: O futuro ninguém sabe.
hoje você pode ter uma fortuna, amanhã você não sabe.
não há segurança. Meu pai
falava que o melhor negócio
era a terra, porque o ladrão
pode pernoitar nela, mas
não roubá-la. E hoje ele vem
e se apossa dela. E o governo
não toma conhecimento.
Apesar de todo o envolvimento comunitário da família, vocês são criticados.
Como reage?
FLQ: Trabalhando mais e
mostrando o que é que eu
sou capaz de fazer.
O senhor foi acometido por
um problema que lhe cau-
Poucas pessoas tiveram a oportunidade de conviver
com uma pessoa que tenha tanta sabedoria e consiga
transmití-la de forma tão simples e precisa como eu
tive. Fernando Luiz Quagliato foi uma dessas pessoas
que, com a sua elegante simplicidade, sabia tratar a
todos com o devido respeito e educação.
sou deficiência na visão.
Como lida com isso?
FLQ: Comecei a perder a visão de um olho, depois do
outro. Fui aos melhores médicos, ninguém sabe explicar
a causa e indicar um tratamento. Fiquei desanimado.
Pensei: ”Então vou ficar
cego?”. Mas numa viagem a
uberaba, conheci um peão
de uma perna só. um homem simples de 27 anos,
sem recursos. Estava lá, tocando boi, montado a cavalo, feliz da vida. isso me fez
mudar. Criar coragem e enfrentar a situação. não conseguia ler mais nada. Então
fui atrás de um aparelho, que
só tem nos Estados unidos,
para poder ler. Agora leio até
bula de remédio.
Qual o seu maior patrimônio, sua maior riqueza?
FLQ: A minha família. Casaria
de novo com a mesma mulher e teria os mesmos filhos.
Falta realizar algum sonho?
FLQ: não, sou um homem
satisfeito com a vida, sempre
fui. desde a infância. nunca
quis ter o que o outro tinha,
nunca tive inveja.
Qual sua maior realização?
FLQ: Ter conseguido formar
um patrimônio e realizar a
Qual a receita pra chegar lá?
Trabalho e economia. Gastar
menos do que se ganha.
Qual o seu recado para os
leitores do jornal?
FLQ: A sorte não é para to-
“A sorte não é
para todos.
A pessoa não deve
ter inveja . nem
os dedos da mesma
mão são iguais.”
do campo, tinha como hobbie criar moares. sempre
me recordo quando chegávamos à fazenda. Ele prenprendia os equinos no curral e passava a tarde toda
curtindo e nos ensinando aquilo que lhe dava prazer.
Caíto e seu avô Fernando, em
visita à FAPI, há alguns anos
foto: acervo de famíia
um ser honesto que gostava de trabalhar mais do que
o normal, para quem a preguiça era uma palavra desconhecida. um visionário, que até mesmo com idade
Como explica essa sua disposição para fazer eventos?
FLQ: sempre fui meio líder.
Realizava bailes na juventude. sempre com capricho.
dos, infelizmente, mas não
pode ter inveja, tem que ser
feliz com cada conquista. definir uma meta na vida e ir
atrás, com trabalho e economia. E ajudar sempre que
puder, ajude. Mas sem esperar nada de volta. O retorno
será em dobro.
uM super herói de verdade
Esse foi meu avô, um homem sempre muito autênautêntico, que não perdia a classe nem mesmo na hora em
que dava uma bronca em alguém. E esse alguém
ainda o idolatrava, um paradoxo.
Vestia-se de forma elegante, normalmente com um
lenço no pescoço. Chegava nos lugares falando seus
bordões: “ Vamo lá, vamo lá”, “Ô rapaaaiz”, eternizaeternizados por quem o conhecia. Bordões simples que enentram na cabeça e não saem mais. E, quando a gente
menos espera está falando igualzinho, às vezes, tententando imitar até a sua voz.
feira, que está na 40ª edição.
Tempos atrás, começamos a
fazer uma em santa Cruz, o
projeto de lá fui eu que fiz,
mas entrou política no meio
e não deu certo.
avançada tinha uma visão mais elaborada das situsituações do que os mais novos. Muito ligado às tradições
Quando vinha visitá-lo, contava-me histórias que me
deixavam com vontade de escrever um livro, que com
certeza seria um best seller. Algumas delas não dava
nem para acreditar, era coisa de super herói, assim
como quando ele lutava com o jacaré na piscina para
entreter os filhos e sobrinhos. Tinha gente que torcia
pelo jacaré, mas ele sempre ganhava.
Para ser sincero, meu avô, o conhecido seu Fernando,
não precisava contar história nenhuma, pois a mais
legal de todas foi a história da sua vida, que foi admiadmirada por muitos devido aos seus valores e princípios.
Eternas saudades
Carlos Manfrin Quagliato (Caíto)
de vista
PERdidO,
pero no mucho
Domar me lembra
“Megera domada”, a
peça de Shakespeare.
Megera todo mundo
sabe o que é. A mulher irascível, iracunda,
um nome ótimo e horrível para dizer de
um gênio pior ainda. Megera domada?
Acho que desde que aboliram as torres e
os cintos de castidade isso não existe
mais. Mulheres de hoje são todas, felizmente, indômitas, indomáveis.
Laço são os laços com a família, com os
amigos, laços que eu faço, desfaço, laços
com o Rio Pardo, laços que me laçam,
laços que eu lanço, agarro, laços que,
mesmo esperneando, não desenlaçam.
No espírito dessas histórias, dos laços,
sem sino, sem sinal, num apertar do
lan
:F
a ta
art e ranco C
o
ard
on
|3
6
peito,
numa
vontade de baixar para o papel
meus sentimentos, nasceu uma vontade de fazer uma homenagem ao tio
Fernando, assim, no palpitar de
meu coração, palavras ao
léu, mais sentimento que
sentido, como numa
balada caipira eu o vi
assim: “Um desejo indômito de vencer,
tomado por uma vontade irrefreável de
avançar, laços, muitos
laços, na família, nos amigos, no trabalho, o cavaleiro é
cavalheiro, é comendador. Do laço ao
paço, um passo e são laços que se entrelaçam. Cavalgando orgulhoso de seu
trabalho nas feiras de Ourinhos, um
comendador no palácio real da Suécia,
tio Fernando a morte leva, mas devolve à
vida dos que ficam, como uma troca, ou
recompensa, um gosto a mais pela vida.
E a morte implacável permite um leve
sabor de vitória sobre a própria morte.
Uma vida que fica num laço que envolve,
une e engrandece a todos com quem,
um dia, tio Fernando teve seus laços”.
*médico santa-cruzense que vive em Campinas |
[email protected]
saber dar um perdido é
poder curtir um tempo que
era para algo como estudos, tratrabalho, sem comprometer o resultado.
E sem aborrecer alguém além do limite,
porque o perdido sempre implica desrespeitar os outros. O perdido traz, por isso, a
culpa, mesmo na hora do bel prazer. Culpa
mais ou menos amena, depende da situ ação, do momento, da pessoa. Quanto
menor a culpa, sinal que mais fraco está o
caráter.
A história do perdido, me traz à mente a
vontade que a gente tem de deixar de
fazer o que tem que fazer. Matar aula, por
exemplo. Quem nunca teve essa vontade?
Muitos não “matam” a vontade. Temem se
arriscar, acham que podem perder algo,
preferem a presença, sempre. são conhecidos como CdFs, na escola, e Caxias,
no trabalho. Chefes e professores adoram
quem se comporta assim.
Pessoas mais espertas, em vez de dar um
perdido, inventam uma desculpa. Afinal,
quem nunca inventou uma dor de barriga?
não matou a avó? Eu nunca matei a minha,
mas lembro bem de uma amiga, colega de
nti |
3
Lembro da primeira vez que
ouvi: dar um perdido. Ou seja,
dar o cano em alguém e sumir
para não ter que dar expli cações. dar um perdido tam bém significa um reaparecimento a curto prazo,
afinal, toda irresponsabilidade tem limite. E o
“perdido” se aplica no
campo profissional, se
bem que muita gente faz
isso com o companheiro, os
amigos, o namorado.
ato
Visc
o
Quando ouço o Orlandinho, o
Caíto, o Daniel, o Lui, suas
estórias são cavalos arreados, domados na
garra de seu cavaleiro,
pés no estribo, uma
mão na sela, outra que
gira e, no galope, no rodeio,
lança o laço que alça em vôo
livre o céu azul e cai certeiro a cingir a cabeça do gado em disparada
que o laço freia e o boi arria. É música
para meus ouvidos. Histórias que me
transportam para a Santa Cruz da
minha infância e adolescência,
histórias que eu trago para
os dias de hoje e enriquecem minha vida.
0
*José Mário Rocha de Andrade
faculdade,
que fez isso com o
emprego que tinha arruarrumado, onde eu também, por
meio dela, comecei minha vida
profissional.
: sab
uMA balada
caipira
60
*Fernanda Lira
arte
7 • ponto
Exageros à parte, quem decide por
dar um perdido corre o risco de perder
a credibilidade, a confiança e o valor.
Porque ninguém vai apostar firmemente
ou por muito tempo em quem não com parece sem dar satisfações e reaparece na
maior cara de pau. isso incomoda. não
apenas quem se sobrecarrega pela falta
que o outro causa, especialmente no tratrabalho, que é ação coletiva. incomoda tamtambém quem está acima do pequeno golpista, pois sinaliza que talvez ele seja inadequado para a função. Em outras
palavras, não há talento que resista à irresponsabilidade.
Talvez mais dialogo e sinceridade
pudessem evitar todo o desconforto de
quem leva um perdido. Mas aí, perderia um
pouco a graça. Então, antes de dar o seu
perdido, pondere. Aproveite para vivê-los
em momentos mais frívolos, por períodos
bem curtos e em horários estratégicos,
como de manhã, aparecendo logo após o
almoço. Ou a tarde, tipo depois das 14h.
Pesa menos, você minimiza a culpa, manmantém o prazer e talvez, quem sabe, ninguém
desista de você.
*jornalista paulistana que adora o interior |
[email protected]
8 • gastronomia
Acho que já escrevi ensta coluna que
se fosse preciso escolher apenas um
alimento para viver, o milho seria a
minha opção. Doce ou salgado, ele assume diferentes sabores e é ótimo
para acompanhar qualquer prato.
MiLhO verde
em receitas
da tia dalva
Uma opção fávil de fazer é assá-lo na
brasa, em dias de churrasco, Quando
ficam meio tostadinhos, basta passar
azeite e sal. E quanto mais novo, mais
macio e saboroso, pode acreditar.
O milho, além de versátil e saboroso,
é um alimento muito saudável. De
origem milenar e típico das Américas,
sempre foi consumido pelos índios e
transformou-se num importante ingrediente da cozinha brasileira. Entre
suas vantagens, está a de não conter
glútem, ser altamente energético e
rico em fibras e vitaminas.
Na casa de dona Odette, o milho frito
é acompanhamento constante para
carnes em geral. Exigente, ela gosta
do milho bem verde, miúdo, para
garantir mais maciez e sabor.
Chipaguaçu
receita de Dalva Rocha de Andrade
Tomara ela me ajude a publicar nova
série de delícias da família Rocha.
receita de Dalva Rocha de Andrade
Ingredientes:
150g de manteiga
900g de milho verde fresco cortado
1 copo de iogurte natural
4 ovos inteiros
1 colher rasa de sal
1 cebola media picadinha
1 colher de sopa de pó Royal
queijo minas curado a gosto
Preparo: lEm uma frigideira coloque 50g de
manteiga e frite a cebola. Reserve. no liquidificador coloque o milho verde, o iogurte
, os inteiros, 100g de margarina e o sal.
Bater bem e então adicionar o pó Royal. Bata
mais um pouco. Misture na massa a cebola
frita. unte a forma com manteiga e farinha
de rosca. na massa, despeje pedaços de
queijo minas ou outro de sua preferência,
como gorgonzola. Asse por 45 minutos.
Torta de Amarela
Nesta edição, receitas da minha
amada tia Dalva, dona de um livro de
receitas que vive aberto tanta sua disposição para testar receitas que ela
tira de todo lugar. Por isso sua casa é
perfumada de “aroma culinário”.
fotos: Flávia Rocha | 360
Flávia Rocha Manfrin | editora 360
O chipaguaçu é um prato de origem paraguaia.
Vai bem com saladas e carnes. Ou sozinho.
Além do queijo minas, pode levar bacon ou
linguiça fatiada previamente fritos
Ingredientes:
Massa:
1 copo de requeijão natural
1,5 xícara de farinha de trigo
2 colheres de sopa de manteiga
1 colher de chá de pó Royal
Recheio:
2 colheres de bacon picado
2 colheres de cebola picadas
1 dente de alho amassado
2 claras em neve
1 lata de milho verde
1 lata de creme de leite sem soro
1 colher de farinha de trigo
2 colheres de sopa queijo minas ralado
2 xícara de leite
Preparo: Junte os ingredientes da massa,
amasse bem e abra. Leve ao forno para
assar e reserve. Refogue o alho e a cebola e
frite o bacon à parte para juntar ao refogado. Adicione o milho, o queijo ralado e o
creme deleite. Acrescente a farinha de trigo
dissolvida em1 xícara de leite e mexa para
engrossar um pouco. Coloque sobre a
massa já assada. Bata duas claras em neve e
cubra o recheio. salpique o queijo de minas
ralado sobre a e leva ao forno para assar.
10 • bem
viver
Da entrada a todos os
cômodos, o Lar São
Vicente de Paulo de
Santa Cruz é um
exemplo de como os
idosos merecem e
devem ser tratados
COMO dar um lar de verdade
aos idosos
Flavia Manfrin_editora 360
Dona Nilda foi minha primeira professora. Ela
não usa mais a peruca chanel que me deixava
deslumbrada quando balançava a cabeça. A
elegante senhora de 76 anos é energia pura.
Não para nunca. É cidadã ativa, engajada.
Seja qual for a causa, ela está lá querendo
saber do que se trata, manifestando-se e mobilizando pessoas.
Dona Nilda nasceu em Pederneiras e vive em
Santa Cruz há 43 anos. Depois de curto período como professora concursada da rede pú blica, no caso, um maternal, passou a trabalhar como voluntária de projetos de assis tência social. Faz isso há 40 anos, dos quais 28
anos dedicados ao “Lar”, como ela gosta de
chamar o que tantos conhecem como asilo.
Ela pensa rápido. Deu um show de entrevista.
Tanto, que para não perder nada, transcrevo
aqui suas respostas. Sua eloquência dispensa
edição de texto e nos faz querer incluir tudo,
pois sabe muito bem do que fala. Dona Nilda
é uma lição de vida. Abram aspas para ela:
Dona Nilda e a casa que
construiu no quintal do Lar
fotos: Flavia Rocha | 360
Nilda Pereira dos Santos Caricati, presidente
do Lar São Vicente de Paulo, de Santa Cruz do
Rio Pardo, é uma mulher inigualável. Com
essa convicção, deixei o “Lar”, como ela sa biamente denomina a entidade para idosos
que ela administra de maneira intensa.
“Comecei a trabalhar como voluntária em
um Lar em Pederneiras, aos 12 anos de
idade. Ia aos domingos, fazer visita para
os idosos, levar alegria e amor, que eles
precisam muito, e fazer as orações com
eles”, conta, afirmando que sua atuação
no Lar é feita à sua maneira. Cada um trabalha do seu jeito. Dizem que sou exigente, e sou. Porque aqui temos que
pensar não na gente, mas nos idosos. É
por causa deles que estamos aqui. E eles
são muito bem cuidados mesmo. Eu exijo
que os idosos tenham qualidade de vida.
Por isso temos bons funcionários, assistente social, médico, fisioterapeuta, enfermaria.”
Comunidade – “Santa Cruz é uma comunidade que tem 13 entidades e todas
estão muito bem cuidadas. Tudo que a
gente precisa, pedimos socorro e a comunidade está aqui. A única que eu sinto
muito é que eles não vêm visitar os idosos. A gente tem que pensar que um dia a
gente chega lá. E eles gostam muito de visita”, diz demonstrando seu apego aos
moradores do lar.
A entidade tem hoje 65 idosos e capacidade para dar asilo a 80 pessoas. “As famílias têm que entender que aqui não é
um hospital. Eles têm que trazer os idosos antes de ficarem ruim de saúde, para
que tenham qualidade de vida e possam
viver mais e melhor”, alerta. Ela conta que
há instalações também em apartamentos,
para pensionistas. “São 10 apartamentos
que podem ser usados por curtas ou longas temporadas. Eu soube que aqui tem
muitas mulheres morando sozinhas. Se
não quer mais viver sozinha, pode vir para
cá”, sugere.
Ela mesma pretende se mudar com o marido para o lar. Tanto que construiu uma
casa ali mesmo, que dá para o quintal da
entidade, assim como os apartamentos.
Ali pretende fazer melhorias, inclusive
uma piscina para os idosos se exercitarem. “Quero passar o resto da minha vida
morando aqui dentro, na casa que fizemos com o dinheiro da minha irmã, que
morou aqui”, revela.
Longevidade – “Nós éramos de uma
geração muito reprimida. Acho que é isso.
Hoje gosto de fazer tudo que as pessoas
mais novas gostam. Gosto de dançar, de
carnaval, de conversar, de passear”,
afirma a ágil senhora que faz fisioterapia
e hidroginástica para manter a saúde e a
boa forma. “Agora estou meio paradinha
porque estamos com muito serviço por
causa da Conferência Regional do Idoso.
Consegui trazer esse evento para Santa
Cruz e reuniremos aqui representantes de
Ela mostra com orgulho a
rouparia, onde tudo é mantido
limpo e organizado.
Além de debater a questão do idoso, o
evento marcará a inauguração da Praça
do Idoso, instalada dentro do lar graças à
doação da Madtrat, empresa da cidade
que faz os equipamentos em madeira que
começam a se multiplicar em praças públicas de vários municípios, através de
projeto do governo do Estado (apareceram em matéria da edição 59 do 360).
Para abrigar todas essas pessoas, ela recorre ao bem montado salão de festas do
próprio Lar. O local é alugado para eventos particulares, como fonte de aumentar
os escassos recursos repassados pelos poderes públicos, que não cobrem mais que
20% do custo mensal da manutenção do
Lar, que gira em torno de R$ 35 mil. O
total de R$ 6.810,00 recebidos a cada mês
é rateado entre o governo federal (R$
2.150,00), estadual (R$ 3.840,00) e a
prefeitura municipal (R$ 820,00).
As melhorias ela consegue indo atrás de
políticos que sempre prometem ajuda em
fotos: Flavia Rocha | 360
52 municípios.”, conta D. Nilda, dando
mais um exemplo de ser caráter aguerrido
e de seu poder de realização.
época de eleições. “Desde a primeira vez
fomos atendidas muito bem”, garante
dando uma lista de deputados que já conseguiram verbas para o Lar e adiantando
qual será o próximo benfeitor.
Apoio comunitário – Se o Lar de
Santa Cruz é tão bem cuidado, como mostram as fotos desta edição, seguramente é
por causa da ajuda da comunidade, inclusive das empresas, que doam óleo (Special Dog), arroz (arrozeiras), feijão (vem
de Ipaussu) e carne (do frigorífico e do
matadouro). O restante das contas são
pagas pelos eventos que a comunidade
promove, como o leilão anual de animais,
bingos e campanhas de arrecadação de
diversos itens de consumo, como carne,
sabonete, papel higiênico, entre outros,
realizadas por 300 voluntárias durante
todo o ano.
“É um trabalho muito bem organizado.
São grupos de 10 mulheres tendo uma
coordenadora”, explica D. Nilda. Em dezembro, elas se reúnem para um chá de
confraternização, um evento já famoso na
cidade. “Um dia uma amiga me parou na
rua e me perguntou: ‘Como faço para
poder ir ao chá anual do Lar?’ Junte mais
nove amigas, forme um grupo arrecade 10
quilos de carne moída todo mês, entregue
no Lar e você e suas amigas já estão convidadas, respondi.”
Ela não economiza elogios aos colaboradores. “Tocamos o Lar com a ajuda dessas senhoras e sem o leilão não sobreviveríamos”, afirma fazendo questão de lembrar de outros colaboradores, como as arrozeiras, o frigorífico e o matadouro.
“Quando chega o inverno, acho que o Erik
(outro ex-aluno) lembra da professora e
manda um abrigo novo para os idosos”,
conta satisfeita. Agora ela festeja a doação
da Madtrat dos equipamentos para atividades física desenvolvido especificamente
para exercitar idosos.
“O trabalho voluntário enche o coração, enche a vida da gente.
Temos que fazer o trabalho voluntário para agradecer a Deus pela vida que ele nos deu. Pela vida do marido, dos filhos, dos netos.”
O convívio dos idosos com a família acontece em visitas aos domingos e quartasfeiras. “Se estiverem com a família todos
os dias, não conseguem se acostumar a ficar aqui, mas as pessoas da cidade podem
vir aqui qualquer dia para conviver com
eles”, convida.
Para completar, o orçamento, o Lar recebe a aposentadoria dos internos (segundo o estatuto do idoso determina que
Uma boa oportunidade, segundo ela, são
as missas, que acontecem no segundo sábado do mês. “Gostaríamos de ter missa
todos os sábados”, destaca. “Foi através
da missa que ingressei aqui. Eu vinha
todos os sábados e me tornei vicentina
para poder trabalhar aqui”, diz.
No Lar, há salão
de beleza para
mulheres e
barbearia para
os homens . Na
foto à esquerda,
a Praça do Idoso
Profissão de fé –
Além da capacidade
de fazer a coisa acontecer, e da melhor
maneira possível, D.
Nilda é uma fonte de sabedoria sobre a
vida. “Eu me sinto bem fazendo esse trabalho em vez de ficar em casa sem fazer
nada. Não foi isso que Jesus pediu . Ele
não veio ao mundo para nos salvar. Ele
veio nos ensinar como nos salvar. E eu
acho que para a gente se salvar tem que
ser amando o seu semelhante”, acredita a
presidente do Lar.
fotos: Flavia Rocha | 360
70% da aposentadoria do idoso vá para a
instituição onde ele vive e 30% para a família dele). “Achamos isso um absurdo,
porque nós damos tudo para eles aqui, comida, roupas remédios. Então quando
conversamos com a família eles acabam
doando a parte deles também. Tudo registrado, pago com cheque. Tudo é documentado aqui”, enfatiza.
Mensagem aos leitores – “Quem tem
idoso em casa venha aqui para ver como
eles são cuidados e podem trazer para
passar o dia. As pessoas precisam de alegria. Mesmo que você não seja tão idoso,
venha passar umas horas. Fazer esse trabalho voluntário dá vida para a gente”,
afirma D. Nilda Caricati concluindo uma
aula que jamais vou esquecer.
“Ganhar a Praça do Idoso nos deixou muito felizes. Temos um projeto de abrir a praça para os idosos da comunidade usarem também.
Queremos fazer um grupo, porque não é só o pobre que precisa participar de um grupo, mas o rico também. Tivemos uma pessoa aqui que era
bem rica, mas precisava do nosso amor e do nosso carinho.”
13 • meio
ambiente
Uma ideia simples pode embelezar as
ruas, ajudar a solucionar problemas e
amenizar a falta de planejamento ur bano. É o que o projeto Um Rio em
Minha Rua pretende colocar em prá tica com os moradores de Ourinhos
CALçAdAs verdes
podem salvar córregos
André Andrade Santos | 360
Quem não prefere uma rua cheia de
árvores, canteiro gramado e sombra
para aquele dia quente de verão, do
que fritar com pisos e concreto que
parecem tornar o calor ainda mais insuportável? É o que os alunos de
Geografia da Unesp de Ourinhos querem resgatar, com apoio da população da cidade, com o projeto Um Rio
em Minha Rua. Uma ação que na superfície resolve o bem estar das pessoas e no subsolo, ajuda a salvar o
córrego Água da Veada (afluente do
Rio Pardo), ameaçado pela voçoroca grandes fendas na superfício causadas pela erosão. A ação é simples: ao
permeabilizar as calçadas com árvores e canteiros, aumenta a absorção
de água pelo solo, o que pode evitar a
erosão da região.
A presença de árvores e canteiros
nas calçadas, bem como em quintais e entradas das residências permite é importante para evitar
também as enchentes e o assoreamento de rios e córregos. Quando
tudo é coberto de pedras e cimento,
toda a água que não é absorvida pelo
solo acaba escoando pela superfície.
Como o concreto e o asfalto cobrem
vastaa áreas, a água ela escoa com velocidade e quando chega perto da
mata e dos rios, leva a cobertura de
terra da superfície embora. Isso provoca a erosão e também o assoreamento de rios e córregos, pois a terra
levada pela água se acumula neles, diminuindo seu leito.
Arborização dos bairros – Na
Água da Veada, a voçoroca tem mais
de 800 metros de comprimento e
chega a 20 metros de profundidade
em alguns pontos. Em 2010 o grupo
da Unesp começou um levantamento
sobre as calçadas dos bairros afetados
por esse problema – Brilhante, Esmeralda, Paineiras, Ideal e Esplendor. "Descobrimos que 75% das
calçadas estão totalmente impermeabilizadas", conta Rafael Béccheri Cortez, engenheiro agrônomo formado
pela Esalq e aluno especial do curso
da Unesp. Para tentar reverter a situação, o grupo da Unesp busca mobilizar a população e também tenta
receber apoio da prefeitura.
Ver de perto – Através do projeto Um Rio Minha Vida, os moradores serão visitados e receberão
material com explicações sobre o problema. Também será feito um cadastro das pessoas interessadas em
receber o plantio de árvores em suas
calçadas e quintais. Esse relatório,
será encaminhado à Secretaria de
Meio Ambiente do município, responsável pelo distribuição das mudas
e plantio.
Também haverá trabalhos práticos.
"Estão agendadas duas ações para
trabalhos práticos: uma é o dia de
campo na voçoroca, no dia 17/09,
quando as pessoas poderão se familiarizar com a proporção do problema. A outra atividade será no dia
24/09, com o plantio de árvores em
uma área pública próxima aos bairros
citados", informa Rafael.
Além disso, estão previstas visitas a
escolas e associações de bairro para
palestras de educação ambiental.
"Trata-se de um projeto piloto que
visa o desenvolvimento sustentável
de nossa cidade. Gostaríamos muito
de alcançarmos resultados positivos
neste projeto e de expandi-lo para as
outras microbacias urbanizadas de
Ourinhos", afirma o agrônomo.
Ação conjunta – Paralelamente
às ações comunitárias, os integrantes
do grupo da Unesp pretende propor à
prefeitura mudanças no planejamento ambiental. "Queremos que o
projeto de macrodrenagem da região
leve em consideração os fatores ambientais e que não haja canalização,
como ocorreu com outros dois córregos da cidade", ressalta Rafael.
Com essas medidas simples, muitos
problemas podem ser evitados, como
o rompimento de galerias, que acontecem quando há a voçoroca. Por isso,
preservar o verde não é apenas estético. A cidade precisa do verde para se
manter de forma sustentável. Quem
quiser apoiar o projeto Um Rio em
Minha Rua pode entrar em contato
com o Rafael – fones 14 3324.9921 e
14 9778.3478.
VANTAGENS DA
PERMEABILIZAÇÃO
: redução das enchentes
: melhoria da qualidade do ar
: geração de sombra
: abrigo e alimento para pássaros
: redução de erosões
: melhoria da paisagem
: conscientização de
desenvolvimento urbano
PARTICIPE
17/09 - Dia de Campo na Voçoroca
: entendendo o problema
24/09 - Plantio de Mudas
: primeiro passo para mudar
PINGO
14 • meninada
Era uma vez um sofá. Era uma vez
porque o sofá, que uma vez existiu, o
Pingo destruiu.
conquista a vitória
Come daqui, morde dali, foi um tal de
roer e roer que Pingo parecia ser da
família dos roedores. Pingo, você é
primo dos esquilos? Acho que não.
Talvez seja só curiosidade. O que será
que há dentro de um sofá?
E
spe
e
Paola
c
QUE
árvore
é essa?
Cachorros não constroem. Cachorros
brincam e destroem, latiu Pingo. Au!
Au! E saiu correndo.
O que é…
…O que tem a idade do mundo
e todo mês nasce?
6
0
R
Os alunos do Colégio
Camões fizeram
uma ação para a
preservação da Praça
São Sebastião, em
Santa Cruz do Rio
Pardo, no dia
primeiro de agosto.
Tudo começou
quando a advogada
Fernanda Cassita
Pegorer, mãe da Lia,
estudante do
Camões.
Ela resolveu fazer
esse projeto de identificação das árvores
da praça, que tem
pista de caminhada
e equipamentos
de ginástica.
…Voa pelo ar feito balão, aos vivos
dá alimento, aos mortos consolação ?
…nasce no mato, no mato se cria
e só dá uma cria?
Ela apresentou o
projeto para a
prefeitura e para o
Colégio Camões e os
dois abraçaram essa
causa.
Então os alunos do
1º ao 5º ano
começaram a
pesquisa sobre o
assunto, pesquisando
o nome científico das
árvores identificadas
por seus nomes populares pelos técnicos
da prefeitura.
Depois, para fechar
com chave de ouro,
os alunos colocaram
as placas de identificação das árvores na
praça.
GATOS Mestiços
GRÁTIS!
Doamos filhotes de gato
siamês-ltigrado-malhado.
Lindinhos de olhos azuis!
Contato:
14 9778.7510 (Marcos)
14 9141.0029 (Flavia)
VOLTA àS AULAS 2
Pingo juntou 8 objetos do
Alvinho. Ajude-o a encontrar o nome
de cada um deles no diagrama abaixo:
REsPOsTAs: Adivinha: 1- A lua. 2. A abelha. 3. A babaneira. .
Passatempo:vide diagrama ao lado
er
Pingo arranca um pedaço de couro, é
espuma que sai, madeira, fios, Pingo
morde, rói, arranca, rói, o chão
coberto de espuma. Pronto. Era uma
vez um sofá. Pingo conquistou sua
primeira vitória. Não foi fácil. Todo
dia a mãe do Alvinho ficava muito,
muito brava. Pingo foi persistente.
ial
3
pórt
artes: Wellington Ciardulo | 360
P
I
N
G
O
15 • agenda
cultural
AVARÉ
Choronas (Música). Quatro musicistas que encantam e comovem o público tocando ritmos brasileiros.
Repertório repleto de obras consagradas a desconhecidas, tradicionais e recentes | Teatro Municipal |
23/09 _ 20h | class.: livre
BoTUCATU
A Alma imoral - Clarice niskier (Teatro) Sucesso
de público, Prêmio Shell de Melhor Atriz de 2007 e o
Prêmio Qualidade Brasil de Melhor Atriz de 2008
Teatro Municipal | 29/09 _ 20h30 | class.: 18 anos
oURinHos
do Jeito que Você Gosta (Teatro) _ Com a Cia. do
Elevador de Teatro Panorâ-mico é tida como a melhor
comédia escrita por William Shakespeare. | Teatro
Municipal | 03/09 _20h30 | class.: 12 anos
foto:divulgação
BeRnARdino de CAMpos
Almoço Beneficiente ApAe. 11/09 | Lar São
Vicente de Paula | a partir das 12h | R$ 12,00.
info.: 014 3346.3100
iii Festival Regional Jovencanta.Em parceria com
as cidades da Associação Cultural do Vale do
Paranapa-nema | Palácio da Cultura | 17/09_ 19h
5ª primavera de Museus - Exposição de fotos de
mulheres que marcaram épocas e fazem parte da
memória de Santa Cruz do Rio Pardo e apresentação
do Coral Municipal no dia 21/09 às 19h30. | Museu do
Brinquedo da Fafil | 19 a 25/09_19h - 23h
piRAJU
A Alma imoral - Clarice niskier (Teatro) Sucesso
de público, Prêmio Shell de Melhor Atriz de 2007 e o
Prêmio Qualidade Brasil de Melhor Atriz de 2008 |
Cinemax | 07/09 _ 20h30 | class.: 18 anos
noel Rosa, o poeta da Vila e seus amores
(teatro). A Cia Coisas Nossas encena a vida do poeta e
compositor brasileiro | Palácio da Cultura | 24/09 _
20h | class.: 14 anos
sAnTA CRUZ do Rio pARdo
projeto "Vá ao Cinema" . Exibição de filmes nacionais. Grátis para alunos e professores das escolas
estaduais,municipais, associações de bairros, grupos
da 3ª idade, APAE, Projeto Guri, Polícia Militar, Polícia
Civil e Corpo de bombeiros 2 a 29/09 _ 2ª a 6ª : 9h e
14h _ sab. e dom.: 14h | Palácio da Cultura |
info.: 14 3372.1227
exposições_ Rádio - Uma grande paixão Homenagem ao advogado e radialista José Eduardo
Catalano_ Associação Comercial Empresarial de
Santa Cruz do Rio Pardo | 30/09_ 19h30
Jornal deBATe _ Museu Ernesto Bertoldi |
3ª a 6ª: 8h_ 17h - sab. e dom.: 9h_ 17h
Coleção de lápis do Mundo todo (Baiano)_
Museu Ernesto Bertoldi | ter. a sex. 8h - 17h, sab. e
*Tiago Cachoni
dom. 9h - 17h.
obras da artista plástica Lídia M.
Tokomoto (in memorian) _ Palácio da
Cultura | 8h - 22h
sÃo MAnoeL
A Cuca Fofa de Tarsila (Teatro)
Homenagem à pintora brasileira conta
uma história de amor, cheia de aventura,
magia e boa música | Cine Teatro Municipal
| 04/09 _19h | class.: 3 anos
sÃo pAULo
Festival sesi de Música. Para todos os estilos da
música brasileira. São três fases: preliminar (análise de
material), semifinal (apresentações entre 23 e 26/11)
e final, com show de encerramento e cerimônia de
premiação no SESI Itapetininga (27/11). Aberto para
trabalhadores de indústria no Estado de São. Os classificados receberão kit de participação e haverá prêmios
de R$ 5mil, R$ 3 mil e R$ 2 mil. inscrições grátis até
23/09. info.: www.sesisp.org.br
Final de ano
COnCORRidO
Há exatamente um ano escrevi uma coluna tecendo
loas àquele que se projetava um semestre sem precedentes no quesito grandes shows e festivais no Brasil.
Não imaginava que tornaria a escrever, com entusiasmo, sobre o mesmo assunto. Isto porque o final de
2011 é de fazer sorrir (e quebrar o porquinho) o sujeito
que gosta de peregrinar por bons shows.
A maratona começa neste dia 23, com o famosíssimo
Rock In Rio e seu tradicional balaio de gato no qual
Ivete Sangalo, Shakira, Metallica, System of a Down e
vários outros dividem o mesmo evento. Não me empolguei, mas, pra quem gosta de um oba-oba, está valendo.
Para poucos e bons, enquanto o Red Hot Chili Peppers
estiver se apresentando no Rio de Janeiro, o Primal
Scream trará a São Paulo, no dia 24, o show de
comemoração dos 20 anos do seminal disco “Screamadelica”, um marco do rock anos 90.
O mestre Eric Clapton se apresenta no Morumbi, no dia
12/10, mesmo local em que o Pearl Jam fará shows
históricos em 03 e 04/11. O Aerosmith também volta
ao Brasil, no dia 30/10.
E o Planeta Terra, que tem se firmado de maneira impressionante (ingressos esgotados em 14 horas, com
apenas 4 atrações confirmadas), trará Strokes (em má
fase), e Beady Eye, que nada mais é do que o Oasis sem
seu gênio, Noel Gallagher.
Outro festival se firmando é o SWU, cuja segunda
edição, agora em Paulínia, mesmo sem as atrações
históricas da edição anterior, tem desenhado um bom
panorama, com os ótimos Faith No More, Sonic Youth,
Kanye West e Alice In Chains. E grandes atrações ainda
estão para ser anunciadas. Bobagens sempre existirão,
como o Black Eyed Peas (o É o Tchan americano), mas
tudo se encaixa na proposta democrática do evento.
Haja dinheiro e disposição!
músico fascinado por shows, e este ano garante presença no Pearl Jam e SWU,
trazendo aos leitores o relato dos eventos
TATUÍ
5º encontro internacional de percussão. Integra
a série de Encontros Internacionais do Conservatório.
Atividades pedagógicas e artísticas – workshops,
masterclasses, recitais e concertos. Ins-crições: de
05/09 a 31/10. Evento: de 09 a 12/11. Taxa R$ 20,
Info.: 15 3205.8444
conservatoriodetatui.org.br/epercussao
Divulgue seu evento aqui
grátis!
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16 • gente_
drops
Mafagafos, a banda
pop rock que
agrada a gregos e
troianos sempre
reúne gente bonita
Barrica_SCruz
Fotos:Flávia Rocha | 360
SOLIDARIEDADE
em Avaré
A prova da solidariedade, parte da Gincana de integração dos alunos do 6º ao 9º
ano da FReA (Colégio Universítário de
Avaré), arrecadou 2.800 litros de leite que
serão doados a seis entidades assistenciais
da cidade. A partir de 02/09, a arrecadação
será de fraldas geriátricas, com o mesmo
propósito.info. F: 14 9774.6933
[email protected]
No Ingá Náutico
Clube cidadãos
contrários às
PCHs no Rio Pardo
mostram a cara
e pedem não!
Barrica_SCruz
RIO PARDO: muita água
ainda vai rolar
A polêmica envolvendo o Rio pardo e a
construção de usinas hidrelétricas ainda
vai tomar tempo de cidadãos e autoridades. O processo de concessão de licença ambiental, primeiro passo para as
obras, ainda não foi concluído pela
Cetesb, órgão estadual responsável pela
análise e autorização. Documentos comprovando a inviabilidade ou proibição às
obras podem ser encaminhados ao Ministério público. Todo cidadão tem o
direito de se manifestar e contribuir para
a preservação de um dos poucos rios
ainda não poluídos do Estado de São
Paulo que abastece nossa região.
o que os astros nos proporcionam no mês de setembro
Tempo de ExCELênCiA
*Adriana Righetti
O enfoque será a excelência em tudo o
que fizermos, já que este signo gosta
que tudo saia bem feito. Porém, Mercúrio fica retrógrado e retorna em Virgem
no dia 10, sugerindo que deveremos ter
atenção em evitarmos críticas e exigências excessivas, tanto com as pessoas que nos rodeiam como com nós
mesmos. Devemos aceitar erros e
aprender com eles. Todavia, nossas
ideias estarão mais nítidas e nossa expressão mais clara.
Já Vênus sairá deste signo e entrará em
Libra, onde os afetos e relacionamentos serão enfatizados. Será possível
atender às nossas necessidades emocionais com maior eficiência e desta
forma, dar suporte para pessoas que
tanto amamos. Teremos maior consciência do que devemos fazer para melhorar e acentuar as afinidades com
entes queridos, já que família, amigos
e todo tipo de parceria e convívio estará
enfatizada.
As atividades rotineiras e domésticas
não aborrecerão tanto, já
que nos envolveremos
arte: Clara Basseto | 360
O mês de setembro será beneficiado
pela influência de Virgem, pois o Sol se
encontrará neste signo até o dia 22.
com elas de forma mais harmônica, afinal, Marte se encontra em Câncer,
signo que rege a família, a casa e todos
os assuntos relacionados. Teremos
maior responsabilidade e compromisso, tanto nas relações como na rotina, deixando-as organizadas para
podermos fazer novas coisas, pois a
partir do dia 20, Marte ingressa em
Leão, restaurando a confiança em tudo o
que fizermos,
permitindo
novos investimentos, seja
no plano profissional como no
pessoal. Vamos
viver intensamente, já que
os astros conspiram a favor!
*astróloga
paulistana que
vive em São
Tomé das Letras
|adrianarighetti@
hotmail.com
J uci m ar Ol ivar B raga gan ho u a ja qu eta
ver m elh a d a P ro m o ção D ia do s Pai s
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OuRinhOs ganha projeto verde em calçadas para salvar córregos