PROT-C PATRIMÓNIO CULTURAL 1 protcentro plano regional de ordenamento do território do centro Património Cultural na Região Centro Ana Santiago Faria Março de 2008 Ana S. Faria, 2008.03.10 2 PROT-C PATRIMÓNIO CULTURAL INDICE I CARACTERIZAÇÃO I.1. INTRODUÇÃO 3 I.2. LEGISLAÇÃO 6 I.3. RIQUEZA E DIVERSIDADE DO PATRIMÓNIO CULTURAL DA REGIÃO CENTRO 7 I.3.1. Bens Imóveis de Interesse Internacional: Património Mundial 8 I.3.2. Bens imóveis de Interesse Nacional e Municipal: Monumentos Nacionais (MN), Imóveis de Interesse Público (IIP), e Imóveis de Interesse Municipal. Imóveis em Vias de Classificação (EV) 9 I.4 PATRIMÓNIO “RECONHECIDO” NA REGIÃO CENTRO 13 I.4.1. Património Arqueológico 13 I.4.2. Arquitectura Militar 15 I.4.3. Arquitectura Religiosa 16 I.4.4. Arquitectura Civil 19 I.4.5. Arquitectura Industrial 22 I.4.6. Outros elementos classificados 22 I.5 MUSEUS E ESPAÇOS MUSEOLÓGICOS 23 I.6 BIBLIOTECAS 36 I.7 TEATROS E CINE-TEATROS 38 I.8 OUTROS EQUIPAMENTOS CULTURAIS 38 II ANÁLISE SUMÁRIA DE POTENCIALIDADES E ESTRANGULAMENTOS NO QUE RESPEITA AO PATRIMÓNIO CULTURAL DA REGIÃO CENTRO 38 III OPÇÕES E OBJECTIVOS ESTRATÉGICOS E OPERATIVOS 42 BIBLIOGRAFIA 47 Ana S. Faria, 2008.03.10 PROT-C PATRIMÓNIO CULTURAL 3 I. Património Cultural na Região Centro “(...) Elemento essencial das identidades, o património cultural torna-se rapidamente um factor determinante quer do crescimento económico, quer da coesão social. Ele tem um papel cada vez mais importante, nomeadamente no que respeita aos jovens aos quais permite a compreensão do que são, donde vêm e qual o sentido da sua vida. Os monumentos, os lugares e os sítios, as obras de arte e os objectos do património, mas também as línguas, os costumes, as praticas comunitárias e as técnicas tradicionais são elementos constitutivos da identidade que dão um sentido à vida, quer seja no plano local, nacional ou regional. A noção de património cultural, em si mesma, tomou um sentido mais lato de modo a integrar as paisagens culturais, as tradições culturais vivas e os valores simbólicos e espirituais (…)” UNESCO –31 C/4 I.1. Introdução O Património Cultural é um elemento essencial na construção de um desenvolvimento sustentável e, nesse sentido, é imprescindível que o PROT-Centro, considere estratégias para a sua conservação, valorização e gestão, tendo em conta a sua aproximação aos cidadãos da região, que se quer cada vez maior, criando elos de identidade regionais, nacionais e europeus.1 É importante para a afirmação da Região Centro como um todo, o preservar da sua identidade cultural, sabendo aproveitar a diversidade de saberes e de culturas parcelares que cada sub-região ainda mantém, sendo capaz ao mesmo tempo de criar laços de articulação que sublinhem os pontos de encontro e afirmem as suas diferenças e as suas complementaridades. De facto, a cooperação intercultural permite o (re)conhecimento e o estreitar de laços dos povos entre si, bem como o abrir de 1 Em Outubro de 2003, o Parlamento e o Conselho da Europa pronunciaram-se sobre o Programa “Cultura 2000”, chamando a atenção para que “a futura regulamentação sobre os fundos estruturais após 2006 faça referência à cultura, e que o apoio ao sector cultural ao abrigo do actual programa seja analisado no momento da revisão intercalar dos fundos estruturais. O regulamento relativo ao Fundo de Desenvolvimento Regional (FEDER) indica que a participação do fundo visa, nomeadamente, o "investimento na cultura, incluindo a protecção do património cultural e natural"; e ainda que "é necessário um esforço suplementar no sentido de incluir a cultura nos outros sectores e acções comunitários, a fim de colocar a cultura no cerne da integração europeia". Assim, o Comité espera que no futuro a cooperação com outros fundos seja cada vez mais estreita, mormente nos programas no domínio das TIC (tecnologias da informação e da comunicação) ou da educação e juventude;”, in Proposta de decisão do Parlamento Europeu e do Conselho que altera a Decisão nº 508/2000/CE, de 14 de Fevereiro de 2000, que cria o programa "Cultura 2000" – Parecer do Comité das Regiões, 9 de Outubro de 2003. [COM(2003) 187 final – 2003/0076 (COD)] Ana S. Faria, 2008.03.10 4 PROT-C PATRIMÓNIO CULTURAL novas perspectivas e oportunidades de colaboração e de afirmação, que são condições de desenvolvimento. A criatividade do homem está profundamente ligada à Cultura e ao acesso que se tem à informação, não só do momento presente, mas também da memória colectiva do passado, que urge preservar, e que lhe permite fazer a ponte para o futuro. Por isso é necessário diversificar as oportunidades e fomentar as trocas interdisciplinares tendo em conta a formação dos indivíduos. CULTURA PATRIMÓNIO CULTURAL EDUCAÇÃO •pedagógica •investigação LAZER •entretenimento •turismo Ana Faria, Agosto 2007 Mas a Cultura não pode ser pensada isoladamente, porque ela intersecta e se liga profundamente à Educação, não só na sua componente pedagógica, mas também na da investigação, ao mesmo tempo que se interliga ao Lazer, nas suas componentes de entretenimento e de turismo. Assim, é urgente também a esse nível planificar actividades conjuntas que interajam e se reforcem, robustecendo-se e animando-se mutuamente. Não se pode conceber a Cultura sem a componente da investigação que a gera; deste modo a investigação deve fazer parte intrínseca dos programas culturais promovidos nos diferentes tipos de Equipamentos Culturais, nomeadamente nos Centros de Interpretação ligados a Monumentos / Centros Históricos, Museus, Arquivos e Bibliotecas; esse acervo cultural, por seu lado, não tem sentido se não for aberto ao conhecimento de todos, gerando por sua vez mais valias em termos da Educação, nomeadamente na sua vertente pedagógica. Por isso, todos estes Equipamentos Culturais deverão ter Serviços Educativos abertos às escolas, mas também à população em geral, com programas específicos de sensibilização e divulgação, adequados aos diferentes escalões etários e meios sociais que se pretendem atrair, de modo a interagir com a comunidade onde se inserem, criando reforços de pertença e transformando-se em pólos de animação sócio-cultural. Ana S. Faria, 2008.03.10 5 PROT-C PATRIMÓNIO CULTURAL O esforço da Cultura é da responsabilidade de todos e deve pertencer a todos, pelo que é de extrema importância o estímulo à organização e participação das comunidades através do apoio de actividades de âmbito cultural por elas desenvolvidas, que abranjam todos os escalões etários e promovam a utilização e animação dos espaços patrimoniais de cada sub-região. Por outro lado, esse esforço exige da parte dos agentes culturais aptidões e competências para conceber e promover reflexões e eventos, para articular diferentes sensibilidades e expressões, para divulgar os frutos da sua criatividade criando e fidelizando novos públicos, e promover intercâmbios abrindo-se ao acolhimento de outros universos culturais regionais, nacionais e estrangeiros. Para a realização destes objectivos, através de um indispensável trabalho em rede, é importante a estimulação e o desenvolvimento de estratégias de criação de parcerias verticais e horizontais, entre instituições/serviços públicos, a nível municipal, regional e nacional, entre si, bem como entre instituições privadas. A enorme riqueza do nosso património construído, distribuído por toda a extensão do território da região, compele também ao desenvolvimento de estratégias do seu aproveitamento no âmbito cultural e turístico, sem pôr em causa a sua mais valia identitária, na qual se integram a sua conservação e reabilitação, tendo o cuidado de preservar a sua “verdade, qualidade e viabilidade”2. Neste âmbito urge sensibilizar e dar uma formação exigente aos agentes culturais e a todos os intervenientes no terreno, bem como a todos os que dele cuidam e usufruem, de modo a que a vivência do património não colida com os cuidados a ter na salvaguarda das suas características ambientais e construtivas. Teremos assim, na Região Centro, uma vivência da Cultura, em geral, e do Património Cultural, em particular, que se faz e se alimenta no presente, mergulhando as raízes no passado, para se poder projectar no futuro “como instrumento para a felicidade, como arma para o civismo, como via para o entendimento dos povos”3. 2 3 RAPAGÃO, 1999, p. 28 e ss Helena Vaz da Silva Ana S. Faria, 2008.03.10 6 PROT-C PATRIMÓNIO CULTURAL I.2. Legislação4 As bases da política e o regime de protecção e valorização do património cultural, estão definidas na Lei nº 107/2001 de 8 de Setembro de 2001 [DR, I série – A], que visa “assegurar no território português, a efectivação do direito à cultura e à fruição cultural e a realização dos demais valores e das tarefas e vinculações impostas, neste domínio, pela Constituição e pelo direito internacional”. Esta lei define como Património cultural “todos os bens que, sendo testemunhos com valor de civilização ou de cultura portadores de interesse cultural relevante, devam ser objecto de especial protecção e valorização.” [Art.2, §1]. São bens de interesse cultural relevante aqueles que “reflectem valores de memória, antiguidade, autenticidade, originalidade, raridade, singularidade ou exemplaridade.” [Art.2, §3], bem como outros bens imateriais que “constituam parcelas estruturantes da identidade e da memória colectiva portuguesas”, [Art.2, §4] e ainda, aqueles que “como tal sejam considerados por força de convenções internacionais que vinculem o Estado Português, pelo menos para os efeitos nelas previstos.” [Art.2, §5] Há ainda a considerar que nalgumas situações, se têm que ter em conta “os respectivos contextos que, pelo seu valor de testemunho, possuam com aqueles (bens culturais) uma relação interpretativa e informativa”,[Art.2, §6] nomeadamente no que respeita aos valores das culturas tradicionais imanentes em cada região, de modo a que “se assegure a transmissão de uma herança (…) cuja continuidade e enriquecimento” possa unir as gerações [Art.3, §1], “promova e dignifique a pessoa humana” como “meio de democratização da cultura e esteio (…) da identidade nacional “ [Art.3, §2]. Há que distinguir dentro dos bens culturais materiais, os bens móveis e os bens imóveis, para além dos bens naturais, ambientais, paisagísticos e paleontológicos. [Art.14]. Os bens imóveis podem pertencer às categorias de Monumento, Conjunto ou 4 O alvará régio de 13 de Agosto de 1721 (D. João V) é a primeira legislação de protecção do património português e atribuiu à Academia Real da História Portuguesa Eclesiástica, e Secular “a providência para se conservarem os monumentos antigos, que podem servir para ilustrar, e certificar a verdade da mesma história." Determina o alvará que nenhuma pessoa destrua no todo ou em parte edifícios, ainda que esteja em parte arruinado… As Câmaras das Cidades e Vilas do Reino deverão ter “particular cuidado e conservar todas as antiguidades (…) darão conta ao Secretário da dita Academia Real…”. No que diz respeito a “tesouros” encontrados em demolições de casas ou outras situações, as Câmaras eram obrigadas a comprar moedas antigas, medalhas, etc.. pelo seu justo valor e a enviá-las à Academia Real, que as ressarcia do seu custo. In http://www.ipppar.pt [2007.05.23] Ana S. Faria, 2008.03.10 7 PROT-C PATRIMÓNIO CULTURAL Sítio, e podem ser de Interesse Nacional, de Interesse Público ou de Interesse Municipal. [Art.15] Os bens imóveis de interesse nacional, ou seja, quando o seu valor cultural tem significado nacional, designam-se por Monumentos Nacionais (MN), enquanto que os bens móveis se designam por Tesouro Nacional (TN) [Art.15, §3]. Quando, apesar do seu interesse cultural de âmbito nacional, as medidas de protecção e valorização desse bem como Monumento Nacional, se considerem desproporcionadas, a sua classificação designa-se de Interesse Público (IIP) [Art.15, §5]. Consideram-se de Interesse Municipal (IIM) os bens que representem um valor cultural para um município. Os bens classificados como Património Mundial (PM) consideram-se como bens de interesse nacional e internacional. Por outro lado, a legislação é explicita no que se refere à necessidade de coordenar a política do património cultural “articulando e compatibilizando o património cultural com as restantes políticas que se dirigem a idênticos ou conexos interesses públicos e privados, em especial as políticas de ordenamento do território, de ambiente, de educação e formação, de apoio à criação cultural e de turismo;” [Art.6, c)]. I.3. Riqueza e diversidade do Património Cultural na Região Centro O território da Região Centro, tem um património natural e paisagístico muito rico e diversificado, marcado pelas suas características de interface entre dois grandes rios peninsulares, o Douro e o Tejo, e parte das suas bacias hidrográficas, na última das quais se inclui o Rio Zêzere, bem como pelas bacias hidrográficas do maior rio nacional, o Mondego, e ainda as do Vouga e do Liz. uga re ze Zê Rio E rjes Rio eda Rio Águ Rio Côa o Rio V Rio Lis Bacias hidrográficas da Região Centro (Amorim Girão) Ana S. Faria, 2008.03.10 8 PROT-C PATRIMÓNIO CULTURAL A forte presença de um relevo acentuado5 em grande parte da Região Centro, determina o curso dos rios em vales profundos na maior parte do seu percurso e contrasta com as zonas de formação recente da Costa Atlântica, nomeadamente da Ria de Aveiro e das Gândaras, condicionando a paisagem e o povoamento, e ordenando também deste modo o surgimento do património construído em diversas épocas de ocupação, verificando-se a apropriação genérica de todo o território desde as épocas mais remotas6. Legenda: Carta geológica da Região Centro (Amorim Girão) I.3.1. Bens imóveis de interesse internacional: Património Mundial Dos 13 sítios portugueses considerados pela UNESCO como Património Mundial (PM)7, apenas um se insere totalmente na Região Centro, o Mosteiro de Santa Maria da Vitória, no Concelho da Batalha; porém o núcleo de Arte Rupestre da Faia, que se estende por Cidadelhe, no concelho de Pinhel, e Vale de Alfonsinho, no concelho de Figueira de Castelo Rodrigo, encontra-se classificado em ambos os concelhos como Monumento Nacional (MN), e integra-se no conjunto dos sítios arqueológicos do Vale do Côa, estando também abrangido pela classificação de Património Mundial (PM). 5 Logo abaixo do Rio Douro, junto à fronteira a Serra da Marofa, seguindo-se para Oeste as Serras de Leomil e da Lapa; entre o Douro e o Vouga, as Serras da Nave, da Cota, de São Macário, da Freita, da Arada, do Arestal, da Gralheira. Entre o Vouga e o Mondego as Serras do Caramulo e do Buçaco. A Sul do Mondego, a Serra da Estrêla, prolongamento da Meseta Ibérica e os seus contrafortes, as Serras do Açor, da Lousã e Sicó; Serra de Alvéolos, Muradal e Gardunha, que se prolonga para a Norte para a Serra das Mesas e a Sul, para a Serra de Penha Garcia, ambas junto à fronteira. Junto à foz do Mondego a Serra da Boa Viagem. Na zona de Leiria, as Serras de Aires e Candeeiros. 6 Cf. Anexo 1 7 UNESCO, Comité do Património Mundial, 2006 Ana S. Faria, 2008.03.10 9 PROT-C PATRIMÓNIO CULTURAL Nome Concelho Classificação Mosteiro de Santa Maria da Batalha PM Vitória Núcleo de Arte Rupestre da PM Faia: 1. Cidadelhe 1. Pinhel (MN) 2. Vale de Alfonsinho 2. Figueira de Castelo (MN) Rodrigo A zona Nordeste da Região Centro recebe ainda a influência da Região Demarcada do Alto Douro Vinhateiro, de que partilha uma pequena parte (Meda), e nela se encontra também incluída uma parte do Parque Arqueológico do Vale do Côa. Muito próximos e estendendo a sua área de influência e de atractividade sobre a Região Centro, estão ainda o Convento de Cristo, em Tomar, e o Mosteiro de Santa Maria de Alcobaça. I.3.2 – Bens imóveis de interesse nacional e municipal: Monumentos Nacionais (MN), Imóveis de Interesse Público (IIP) e Imóveis de Interesse Municipal (IIM). Imóveis em vias de classificação (EV). Os bens classificados como Monumentos Nacionais (140), Imóveis de Interesse Público (478) e Imóveis de Interesse Municipal (128) estão dispersos por todo o território da região8: NUT Nº de imóveis classificados e em vias de classificação Dão-Lafões 214 Baixo Mondego 166 Beira Interior Norte 159 Pinhal Interior Norte 113 Baixo Vouga 79 Beira Interior Sul 70 Cova da Beira 67 Pinhal Litoral 59 Serra da Estrela 47 Pinhal Interior Sul 39 Total 8 Cf. Anexo 2 Ana S. Faria, 2008.03.10 1013 10 PROT-C PATRIMÓNIO CULTURAL No que diz respeito aos concelhos, Coimbra apresenta-se com o maior número de imóveis classificados e em vias de classificação (62), seguindo-se a Figueira da Foz (47), Viseu (35), Guarda (34), Castelo Branco (29), Fundão (28), Aveiro e Oliveira do Hospital (27), e Idanha-a-Nova e Mangualde (25); a região tem dois concelhos sem nenhum imóvel classificado, nem em vias de classificação: Pampilhosa da Serra e Vagos. % de Imóveis classificados / NUT Pinhal Litoral 6% Pinhal Interior Sul 4% Serra da Estrêla 5% Baixo Mondego 16% Baixo Vouga 8% Pinhal Interior Norte 11% Beira Interior Norte 16% Dão-Lafões 20% Cova da Beira 7% Beira Interior Sul 7% Destacam-se nos meios urbanos, os Centros Históricos das Cidades com um conjunto notável de imóveis classificados: Coimbra (46), Figueira da Foz (30), Guarda (27), Aveiro (23), Covilhã (16) e Viseu (16), Pinhel (13), Castelo Branco (12) e Mangualde (11). Centros Históricos Nº de Imóveis classificados Ana S. Faria, 2008.03.10 Coimbra 46 Figueira da Foz 30 Guarda 27 Aveiro 23 Covilhã 16 Viseu 16 Pinhel 13 Castelo Branco 12 Mangualde 11 11 PROT-C PATRIMÓNIO CULTURAL 79,5% dos municípios da região tem processos de classificação em curso, somando 268 o conjunto dos processos que têm “despacho de abertura” (145) e dos já homologados (123). Destes, 3 estão propostos para Monumento Nacional (MN), 86 para Imóvel de Interesse Público (IIP) e 33 para Imóvel de Interesse Municipal (IIM). 35% dos municípios da região (27) não possuem nenhum imóvel com a classificação de Monumento Nacional (MN), sendo Coimbra com 27 MN, o concelho que apresenta maior número de MN (19%), seguido de Figueira de Castelo Rodrigo com 7 MN (5,0%), Viseu e Trancoso com 6 MN (4%). Os 77% restantes, encontramse distribuídos pelos outros 51 concelhos, sendo que dois concelhos têm 4 imóveis classificados como MN9, quinze concelhos com 3 MN10, onze concelhos com 2 MN11 e dezanove apenas possuem 1 imóvel com essa classificação12. Concelhos com maior nº de imóveis Nº classificados como MN imóveis Coimbra % 27 19,3 Figueira de Castelo Rodrigo 7 5,0 Viseu 6 4,3 Trancoso 6 4,3 No que diz respeito aos Imóveis de Interesse Público (IIP), apenas 5 concelhos (1%) não têm imóveis classificados nesta categoria. A maior percentagem encontra-se nos concelhos de Idanha-a-Nova e de Viseu, ambos com 17 IIP (3,5%), seguidos de perto por Coimbra, Figueira da Foz e Oliveira do Hospital, com 16 IIP (3,3%).13 9 Concelhos com maior nº de Nº classificados como IIP imóveis % Idanha-a-Nova 17 3,5 Viseu 17 3,5 Coimbra 16 3,3 Figueira da Foz 16 3,3 Oliveira do Hospital 16 3,3 Aguiar da Beira e Aveiro Almeida, Batalha, Belmonte, Carregal do Sal, Castelo Branco, Condeixa-a-Nova, Guarda, Mangualde, Meda, Oliveira do Hospital, Penela, Pinhel, Pombal, Sabugal e São Pedro do Sul. 11 Celorico da Beira, Figueira da Foz, Gouveia, Idanha-a-Nova, Leiria, Lousã, Montemor-o-Velho, Oliveira de Frades, Pedrógão Grande, Porto de Mós e Seia. 12 Águeda, Ansião, Arganil, Cantanhede, Castro Daire, Figueiró dos Vinhos, Fundão, Góis, Ílhavo, Mação, Penacova, Penalva do Castelo, Sátão, Sertã, Soure, Tondela, Vila de Rei, Vila Nova de Paiva e Vouzela. 13 Cf. Anexo 3 10 Ana S. Faria, 2008.03.10 12 PROT-C PATRIMÓNIO CULTURAL Em relação aos Imóveis de Interesse Municipal, 50% dos municípios não têm nenhum imóvel nesta categoria de classificação; dos restantes 50%, a Figueira da Foz apresenta o maior número (19), que corresponde a 15% dos IIM, seguindo-se a Lousã (9) com 7%, a Guarda (8), Mangualde (7) e Montemor-o-Velho (7) com 6%. Concelhos com maior nº de Nº classificados como IIM imóveis Figueira da Foz % 19 14,8 Lousã 9 7,0 Guarda 8 6,3 Mangualde 7 5,5 Montemor-o-Velho 7 5,5 No que diz respeito aos imóveis em Vias de Classificação (EV)14, o município de Coimbra apresenta o maior número de processos 16 (6%), seguindo-se Aveiro e Covilhã com 12, Castelo Branco e Fundão com 11, e Figueira da Foz e Pinhel com 10 processos de classificação. Concelhos com maior nº de imóveis Nº classificados como EV imóveis % Coimbra 16 6,1 Aveiro 12 4,5 Covilhã 12 4,5 Castelo Branco 11 4,1 Fundão 11 4,1 Figueira da Foz 10 3,8 Pinhel 10 3,8 Há ainda um grande número de edifícios inventariados, notáveis pela sua arquitectura e/ou pela sua função, que requerem uma especial atenção, muito embora não tenham classificação própria, mas apenas se encontrem protegidos por Zonas de Protecção de outros imóveis ou conjuntos classificados15. 14 Tomou-se a totalidade dos imóveis em vias de classificação (264), sem distinguir os homologados dos que estão apenas com “despacho de abertura”. 15 Estão nessa situação 239 imóveis. A título de exemplo, cita-se o Concelho de Almeida, que para além dos imóveis classificados, tem mais 40 imóveis inventariados, que se encontram nas Zonas Especiais de Protecção das Muralhas de Almeida (9) e da Aldeia de Castelo Mendo (31). É também o caso de certas malhas urbanas em núcleos históricos. (Cf. Anexo 4) Ana S. Faria, 2008.03.10 13 PROT-C PATRIMÓNIO CULTURAL I.4. Património “reconhecido” na Região Centro I.4.1. Património Arqueológico16 No que diz respeito ao Património Arqueológico, estão referenciados cerca de cinco mil sítios arqueológicos, dos quais 4.599 estão identificados. Destes, o maior número de sítios localiza-se na NUT de Dão–Lafões (1042), seguida da Beira Interior Sul (870), Beira Interior Norte (700), Baixo Mondego (496), Pinhal Litoral (361), Cova da Beira (313), Pinhal Interior Norte (308), Pinhal Interior Sul (226), Serra da Estrela (186) e Baixo Vouga (96), sendo que por Concelho surge Idanha-a-Nova com mais sítios referenciados (421), logo seguida de Castelo Branco (226), Cantanhede (212), Leiria (173) e Fundão (147). Estes sítios arqueológicos distribuem-se do Paleolítico à Idade Média, e ainda à época contemporânea (arqueologia industrial). Listagem dos sítios arqueológicos registados / NUT NUT Quant. Dão-Lafões 1042 Beira Interior Sul 870 Beira Interior Norte 700 Baixo Mondego 496 Pinhal Litoral 361 Cova da Beira 313 Pinhal Interior Norte 308 Pinhal Interior Sul 226 Serra da Estrela 186 Baixo Vouga 96 Total 4599 Destes 4599 Sítios Arqueológicos identificados, apenas 88 estão classificados e 32 em vias de classificação, sendo que 27 são Monumentos Nacionais, 52 são Imóveis de Interesse Público e 9 são Imóveis de Interesse Municipal. 29 municípios (37%) não têm nenhum património arqueológico classificado, sendo que o concelho com maior número de sítios classificados é Tondela (10), seguido de Viseu (9). Listagem dos sítios arqueológicos classificados Classificação Nº Monumentos Nacionais (MN) 27 Imóveis de Interesse Público (IIP) 52 Imóveis de Interesse Municipal (IIM) 9 Em vias de classificação (VC) 38 Total 16 126 Mapas e listagem geral de sítios (Cf. Anexo 1); gráficos e listagens fornecidos pelo IPA (Cf. Anexo 5) Ana S. Faria, 2008.03.10 PROT-C PATRIMÓNIO CULTURAL 14 Entre os sítios classificados como Monumentos Nacionais estão o núcleo de Arte Rupestre da Faia, atrás referido17; diversos Dólmenes (10), o maior número dos quais incide nos concelhos que formam a NUT de Dão-Lafões; dentro dos Castros e Povoados Fortificados classificados (23), quatro são Monumentos Nacionais: o Castro de Nossa Senhora da Guia, em Baiões (S. Pedro do Sul), o Castro de S. Miguel de Amêndoa (Mação), o Castro de Tintinolho, em Faia (Guarda) e o Castro do Bom Sucesso, em Chãs de Tavares (Mangualde)18. Sítios arqueológicos da Região Centro (IPA) Do período romano, com a classificação de Monumento Nacional, encontramse ainda as Ruínas Romanas de Conímbriga (Condeixa-a-Nova), a Cava de Viriato (Viseu), a Torre de Centum Cellas (Belmonte), as Ruínas Romanas de Bobadela (Oliveira do Hospital), o conjunto de Idanha-a-Velha (Idanha-a-Nova), as ruínas de Almofala (Figueira de Castelo Rodrigo), troço de calçada romana em S. Vicente da Beira (Castelo Branco), o acampamento romano chamado “Cidade dos Mouros”, em Antanhol (Coimbra), a Estação Arqueológica Romana de Vale do Junco, Ortiga 17 Cf. 3.1., Imóveis de Interesse Internacional: Património Mundial, p. 6 Dos outros 19 Castros e Povoados Fortificados, 11 estão classificados como Imóveis de Interesse Público (Águeda, Lamas do Vouga; Alvaiázere, Alvaiázere; Arganil, Secarias; Castro Daire, Parada de Ester; Covilhã, Orjais; Figueira da Foz, Ferreira-a-Nova; Guarda, São Pedro de Jarmelo; Mação, Mação; S. Pedro do Sul, Carvalhais e S. Pedro do Sul; Viseu, Abraveses); 1 está classificado como Imóvel de Interesse Municipal (Figueira de Castelo Rodrigo, Colmeal); 7 encontram-se em Vias de Classificação (Belmonte, Belmonte; Castelo Branco, Castelo Branco; Castro Daire, Cabril; Fundão, Vale de Prazeres; Tondela, Nandufe; Vouzela, Campia e Paços de Vilharigues;) 18 Ana S. Faria, 2008.03.10 15 PROT-C PATRIMÓNIO CULTURAL (Mação), Ruínas Romanas do Rabaçal (Penela) e a “piscina de D. Afonso Henriques”, em São Pedro do Sul, que fazia parte do complexo termal romano. I.4.2. Arquitectura militar Característicos da Idade Média cristã, chegam-nos as Torres de Atalaia19 e os Castelos20, por vezes construídos sobre Castros/Povoados Fortificados, que numa primeira fase (sec.s IX, X e XI) surgem para organização e defesa do território21. A partir do século XI, com a reconquista definitiva da maior parte do território da Região Centro, a maioria destes Castelos foi sendo reconstruída, reformulada e adaptada a novas exigências militares reforçados com novas construções, (sec. XIV e XV)22, de modo a estruturar as linhas de defesa de fronteira do interior e do litoral, e nos vales do Mondego e do Tejo. Castelos Medievais do sec. XII23 Castelos nos final da Idade Média24 Ao mesmo tempo, foram surgindo as muralhas, que envolviam um perímetro variável de modo a abrigar as populações, bens e gado, e que nos principais núcleos populacionais foram sendo ampliadas e reconstruídas sucessivamente25. 19 Não existe nenhuma classificada na Região Centro. Há 32 Castelos classificados na Região Centro, sendo 23 como Monumentos Nacionais (MN) e 6 como Imóveis de Interesse Público (IIP); há ainda 3 Castelos em Vias de Classificação (VC), estando um deles proposto para IIP. (Cf. Anexo 6). 21 Conhecem-se desta primeira fase, na Região Centro, a Torre Moçárabe, no Castelo de Trancoso (MN), já referida em documentação de c. 960; os Castelos de Moreira de Rei (MN), Longroiva (MN), Meda (MN), Ranhados (IIP), Marialva (MN), Terrenho, Castelo de Penalva, Travanca, Viseu (MN), e ainda Coimbra, cuja cerca muralhada está igualmente classificada como MN, bem como os Castelos do Vale do Mondego a ocidente de Seia: Santa Eulália (MN), Montemor-o-Velho (MN), Soure (IIP), Arouce (Lousã, MN), Penela (MN), Rabaçal (MN). (BARROCA, 2003, I, p. 98;). Mais tarde, no século XII, Leiria, Ourém, Pombal, Porto de Mós. 22 Teve especial importância o programa de restauro e conservação dos Castelos levado a cabo por D. Dinis, após o Tratado de Alcanices (1297), principalmente junto à fronteira. 23 Cf. BARROCA, 2003, I, 107; 24 Cf. MONTEIRO, 2003, I, 165; MONTEIRO, 1999, 24-25 25 Muralhas e portas antigas da Cidade de Viseu, MN; Cerca de Coimbra (MN); muralhas de Celorico (MN); muralhas de Castelo Rodrigo; muralhas de Monsanto (MN); muralhas de Trancoso (MN); muralhas de Castelo Branco (EV); restos da muralha de Sabugal (MN); nalguns casos, e apesar da extensão, a cerca amuralhada é classificada em conjunto com o Castelo: Castelo Mendo (MN); Sortelha (MN); Marialva (MN); Leiria, (MN); Montemor-o-Velho (MN), etc… 20 Ana S. Faria, 2008.03.10 16 PROT-C PATRIMÓNIO CULTURAL O século XVII, trouxe novas exigências no que diz respeito à arquitectura militar, tendo sido executadas algumas fortalezas26 segundo a tipologia de Vauban, para defesa das fronteiras terrestres e marítima. I.4.3. Arquitectura religiosa A arquitectura religiosa tem dispersos por todo o território da Região Centro, 307 imóveis classificados e em vias de classificação27, sobressaindo o concelho de Coimbra com a maior concentração de imóveis classificados (35), dos quais 21 são Monumentos Nacionais e 5 são Imóveis de Interesse Público. Segue-se a Figueira da Foz com 15 imóveis classificados e em vias de classificação; Batalha com 12; Aveiro e Montemor-o-Velho com 10; Viseu com 9; Arganil, Castelo Branco, Covilhã e Figueira de Castelo Rodrigo com 8 imóveis. Arquitectura religiosa Nº Imóveis Concelhos classificados e em vias Coimbra 35 Figueira da Foz 15 Batalha 12 Aveiro 10 Montemor-o-Velho 10 Quanto às tipologias de património religioso classificado e em vias de classificação, as Igrejas são os imóveis sobre os quais incidem o maior número de classificações (158), seguindo-se as Capelas e Ermidas (91), os Conventos e Mosteiros (29), e os Cruzeiros (12). Arquitectura Religiosa Nº Imóveis Tipologias mais representadas classificados e em vias Igrejas 158 Capelas e Ermidas 91 Conventos e Mosteiros 29 Cruzeiros 12 26 Na Região Centro: o Forte de Santa Catarina, com Capela de Santa Catarina (IIP), Figueira da Foz; a Fortaleza de Almeida (MN); 27 Cf. Anexo 7 Ana S. Faria, 2008.03.10 17 PROT-C PATRIMÓNIO CULTURAL Dentro da Arquitectura Religiosa classificada há: 57 MN, 134 IIP, 27 IIM e 89 EV, dos quais 30 estão propostos como IIP, 3 como IIM e 59 estão ainda em processo de abertura ou desconhece-se a classificação proposta. Arquitectura Religiosa Nº Imóveis Classificação classificados e em vias Monumentos Nacionais 57 Imóvel de Interesse Público 134 Imóvel de Interesse Municipal 27 Em vias de classificação 89 TOTAL 307 A organização eclesiástica levou à construção de Sés nos grandes centros urbanos, como Coimbra, Guarda, Viseu e mais tarde, Aveiro, e à construção da Igreja Matriz nas sedes paroquiais. A devoção e iniciativa pessoais e comunitárias levaram à edificação de Capelas em pequenos núcleos populacionais, disseminados por todo o território, bem como de Ermidas ou Capelas de Romaria em locais isolados, muitas vezes numa elevação que dominava uma determinada área territorial. Foram também feitas Capelas anexas aos Solares ou Casas Senhoriais, por vezes, incorporadas no próprio edifício. Interessa, no entanto, perceber os testemunhos impressos no território pelos diferentes povos que o ocuparam através da presença de património religioso de diferentes épocas, que por vezes se sobrepõem num mesmo templo: desde o Templo romano28, ao Baptistério paleo-cristão da época visigótica29, ou ainda a presença moçárabe30; o período românico está amplamente representado na arquitectura religiosa da região, quer nos templos mais representativos da orgânica eclesiástica, as 28 No Castro de Orjais (Covilhã): ruínas de um Templo romano junto da Capela de Nossa Senhora das Cabeças (IIP). Em Marialva, em escavações recentes foram postas a descoberto várias colunas do edifício onde se crê tenha sido o templo romano. A Devesa de Marialva, no seu conjunto, está em vias de classificação. 29 Estão neste caso o Baptistério paleo-cristão junto à “Catedral” de Idanha-a-Velha, ela própria muito provavelmente com raízes nessa época, embora com grandes modificações provocadas por intervenções posteriores, e o Mosteiro de Lorvão (MN), onde foi encontrada uma lápide visigótica. Há, no entanto, quem defenda que a sua fundação se deu apenas no século IX. A Igreja de São João de Almedina (Coimbra), que faz parte dos edifícios hoje ocupados pelo Museu Machado de Castro (MN): crê-se que foi reconstruída sobre um templo visigótico. 30 Igreja de São Pedro de Lourosa (MN) e a utilização da “Catedral” de Idanha-a-Velha como Mesquita. Ana S. Faria, 2008.03.10 PROT-C PATRIMÓNIO CULTURAL 18 Sés31, quer em Capelas32, Igrejas33, Conventos e Mosteiros cuja presença ainda hoje é bem marcante no território. O grande monumento representativo do gótico é o Mosteiro da Batalha, embora ele esteja presente em muitos imóveis classificados34; a fase tardia do gótico, é em Portugal, o Manuelino, amplamente representado na arquitectura religiosa35. O Renascimento36, o Maneirismo37 e o Barroco38 encontram-se também representados na Região Centro, sobretudo na decoração das Igrejas e Capelas, quer seja nos retábulos renascença da Escola Coimbrã39, quer nas talhas, azulejaria e pintura Maneiristas e Barrocas que ainda hoje ornamentam inúmeros templos da nossa região40. 31 Sé Velha de Coimbra (MN), românica, ameada; Sé de Viseu (MN), de origem românica; Pia baptismal da Sé Velha Coimbra – estilo misto gótico-manuelino tardio com elementos renascença. 32 A título de exemplo, a Capela da Senhora do Mileu (IIP), na Guarda. 33 Em Coimbra, a Igreja de São Tiago e a Igreja de São Salvador. Em Leiria, Igreja de São Pedro do Castelo. Igreja Matriz de Vouzela, romano-gótica, (MN). 34 Gótico: Sé da Guarda, (MN), gótica e manuelina; Claustro do Convento de Celas; o Baptistério, na Capela do Calvário da Sé de Viseu; em Coimbra: túmulo da Rainha Santa, no Convento de Santa Clara-a-Nova; Mosteiro de Santa Clara-a-Velha; Igreja de Nossa Senhora da Pena, no Castelo de Leiria; Mosteiro de São Marcos, Tentúgal; Igreja Velha de Santa Maria, Tondela; Capela de São Simão, em Figueiró dos Vinhos (Casal de São Simão). Também a escultura e imaginária tumular presente nos túmulos de Fernão Gomes de Góis (MN), na Igreja de Oliveira do Conde, Carregal do Sal; no Panteão dos Silvas, em São Marcos, Tentúgal, Montemor-o-Velho; de João de Albuquerque, hoje no Museu de Aveiro. 35 O Manuelino expandiu-se por todo o país, e está presente quer na arquitectura Religiosa quer na civil. Coimbra: Retábulo da Sé Velha de Coimbra; no Mosteiro de Santa Cruz de Coimbra, o Claustro do Silêncio, a Fonte de Paio Guterres e o Cadeiral; Capela de S. Miguel, da Universidade. No Mosteiro da Batalha (Capelas Imperfeitas), bem como na Igreja da Exaltação da Santa Cruz, matriz da Vila da Batalha. Em Pombal, na Igreja da Conceição, da Redinha. Na Igreja matriz de Soure. Na Sé de Viseu, na abóbada dos nós; também a Pia baptismal da Sé Velha Coimbra, que é representativa de um estilo misto gótico-manuelino tardio, já com elementos renascença. 36 O Renascimento: Porta Especiosa da Sé Velha de Coimbra; Jardim da Manga do Mosteiro de Santa Cruz, em Coimbra; Claustro da Sé de Viseu; Capela de Santa Catarina, em Alpedrinha (Fundão). No que diz respeito à escultura, foi de especial importância na região Centro a Escola de Coimbra, com Mestres como João de Ruão e Hodart que deixaram inúmeras obras no Vale do Mondego e em muitas outras Igrejas e Capelas da Região (Cantanhede, Capela da Varziela (MN); Pedrógão Grande, Igreja Matriz (MN); Pampilhosa da Serra; Montemor-o-Velho (Montemor-o-Velho, Verride, Tentúgal), Águeda, Oleiros (Álvaro), Botão (Souselas, Coimbra), Castelo Viegas (Coimbra), Guarda, Tondela, Penacova). 37 Em Coimbra: Sé Nova, Convento de Santa Clara-a-Nova, Claustro do Mosteiro de Lorvão (Penacova); é nesta época que surge uma arquitectura “racional da Restauração”, despida de ornamentação, com “grupos de janelas ritmados a espaços regulares” (KUBLER, 1988, p.135). 38 Em Aveiro, Capelas do Senhor das Barrocas, da Madre de Deus, de Nossa Senhora das Areias; em Ílhavo, Vista Alegre, Capela de Nossa Senhora da Penha; Igreja do Mosteiro de Semide; em Viseu, a fachada da Igreja da Misericórdia; conjunto chamado do “Jogo da Bola” na antiga cerca do Mosteiro de Santa Cruz de Coimbra; Coimbra teve por esta época o grande escultor Machado de Castro. 39 No que diz respeito à escultura, foi de especial importância na Região Centro a Escola de Coimbra, com Mestres renascentistas como João de Ruão e Hodart que deixaram inúmeras obras no Vale do Mondego e em muitas outras Igrejas e Capelas da Região (Cantanhede, Capela da Varziela (MN); Pedrógão Grande, Igreja Matriz (MN); Pampilhosa da Serra; Montemor-o-Velho (Montemor-o-Velho, Verride, Tentúgal), Águeda, Oleiros (Álvaro), Botão (Souselas, Coimbra), Castelo Viegas (Coimbra), Guarda, Tondela, Penacova). 40 Exemplos de Arquitectura Religiosa Maneirista: Capela de Nossa Senhora dos Verdes (IIP), em Aguiar da Beira, Maneirista; Exemplos de Arquitectura Religiosa Barroca: Igreja da Misericórdia de Vouzela: tecto de caixotões dourados, e paredes forradas a silhares de azulejos azuis e brancos. Convento e Capelas do Convento de S. Jorge de Milreu (EV-IIP), forrados por silhares de azulejos azuis e brancos. Ana S. Faria, 2008.03.10 19 PROT-C PATRIMÓNIO CULTURAL I.4.4. Arquitectura civil A arquitectura civil tem dispersos por todo o território da Região Centro, 526 imóveis classificados e em vias de classificação41, distribuídos do seguinte modo: Arquitectura Civil Nº Imóveis Classificação classificados Monumentos Nacionais 29 Imóvel de Interesse Público 278 Imóvel de Interesse Municipal 84 Em vias de classificação 135 TOTAL 526 O concelho da Figueira da Foz destaca-se pela maior concentração de imóveis classificados e em vias de classificação (25), dos quais um é Monumento Nacional e 5 são Imóveis de Interesse Público. Seguem-se Coimbra e Guarda com 22 imóveis classificados; Fundão com 18; Aveiro com 17; Castelo Branco e Viseu com 16; Lousã, Mangualde, Nelas e Oliveira do Hospital com 15 imóveis classificados. Arquitectura civil Nº Imóveis Concelhos classificados e em vias Figueira da Foz 25 Coimbra 22 Guarda 22 Fundão 18 Aveiro 17 Castelo Branco Viseu Lousã Mangualde Nelas Oliveira do Hospital 16 16 15 15 15 15 São diversas as tipologias abrangidas pela designação de Património Civil, que vão desde os pelourinhos, às fontes e chafarizes, pontes e viadutos, vias, imóveis 41 Dos 135 imóveis em vias de classificação (EV), 8 têm Despacho de Abertura como IIM e 27 como IIP; 27 estão Homologados como IIM, 39 como IIP e 1 como MN; desconhece-se a classificação proposta para os 60 restantes. Cf. Anexo 8 Ana S. Faria, 2008.03.10 20 PROT-C PATRIMÓNIO CULTURAL públicos e particulares diversos42. São também considerados como Património Histórico-Urbanístico conjuntos urbanos ou rurais43, bem como os Centros Históricos e “espaços” urbanos como ruas, praças, largos, etc.44 Arquitectura Civil Nº Imóveis Tipologias mais representadas classificados Imóveis diversos 233 Pelourinhos 174 Conjuntos urbanos 22 Quintas, parques e jardins 18 Pontes, aquedutos e viadutos 32 Fontes e chafarizes 14 No território da Região Centro encontram-se testemunhos de diferentes épocas e culturas desde a pré-história. Se a presença árabe ficou marcada de uma forma pontual no território, de Coimbra a Idanha-a-Velha45, pode dizer-se que genericamente, os Centros Históricos das principais cidades e vilas da Região se encontram ainda hoje imbuídos de um “espírito” medieval, característico do período de transição já para a Idade Moderna, não só nos edifícios em si como na estrutura urbana46. Da época Manuelina, de grande exuberância decorativa, há ainda uma forte presença em toda a região47; no 2º quartel do século XVI ao século XVIII, a arquitectura deixa a decoração exuberante do 42 Incluem-se nesta categoria os Paços ou grandes Casas Senhoriais, os Solares e Casas particulares, bem como edifícios que têm ou tiveram funções públicas, como edifícios de Câmaras Municipais, antigos Colégios, etc. 43 A título de exemplo, em Anadia, Tamengos, o conjunto urbano formado pelo Palace Hotel da Curia, o Challet Navega, a Capela da Senhora do Livramento, a Piscina Paraíso, garagem e Jardins (EV-IIP). Como conjunto rural, dá-se a título de exemplo, o conjunto arquitectónico constituído por um lagar de azeite, duas azenhas, um forno de cal e uma casa rural, Penacova, proposto para classificação como IIP (EV-IIP). 44 Não só os Centros Históricos das principais cidades da Região (Aveiro, Castelo Branco, Coimbra, Guarda, Leiria, Viseu), como também os das Vilas e Aldeias; entre muitos exemplos, citam-se os do conjunto das Aldeias Históricas (Almeida, Castelo Mendo, Belmonte, Castelo Rodrigo, Castelo Novo, Idanha-a-Velha, Monsanto, Marialva, Sortelha, Trancoso) ou o Centro Histórico de Caria (EV), e outros. 45 Em Coimbra conhecem-se partes da muralha islâmica e a Porta Moçárabe, junto ao Museu Nacional Machado de Castro, e o Arco de Almedina. Em Castelo Rodrigo, a cisterna. Em Idanha-a-Velha partes da muralha serão ainda islâmicas, provavelmente do século X, bem como a Porta Norte. 46 TRINDADE, 2002, p.18. Apenas título de exemplo, os Centros Históricos de Aveiro, Castelo Branco, Coimbra, Guarda, Leiria, Viseu; Aldeias Históricas de Castelo Mendo, Castelo Rodrigo, Sortelha, etc. 47 São exemplos do estilo Manuelino: os elementos decorativos nos vãos de diversas casas de habitação nas aldeias de Castelo Mendo (Almeida), Linhares (Celorico) e Prova (Trancoso), na Torre de Menagem do Castelo de Pinhel e no Solar dos Távoras, em Souro Pires (Pinhel); na Cidade da Guarda, em Coimbra, na Casa de Sub-Ripas, em Ega (Condeixa-a-Nova) no Paço dos Comendadores, e na cidade de Viseu; os fontanários de Marialva e Castelo Novo; os inúmeros Pelourinhos quinhentistas (Avô, Castelo Mendo, Marialva, Longroiva, Sortelha, Pinhel, Castelo Rodrigo, etc…; a Torre dos Ferreiros, nas muralhas da cidade da Guarda, de traçado manuelino; Ana S. Faria, 2008.03.10 PROT-C PATRIMÓNIO CULTURAL 21 manuelino, assume a forma de “arquitectura racional”48 que vai influenciar também a arquitectura civil pública e particular até aos séculos XIX e XX, “como uma linguagem vernácula de permanente valor, constituindo um sólido substrato para a excelente qualidade visual do quadro urbano português em cidades e aldeias, em casas de campo e urbanas, habilmente proporcionadas e decoradas com sobriedade”49. Do século XVIII encontram-se inúmeros Solares50 e Casas de Quinta51, edifícios públicos52, bem como numerosos fontanários53 e alguns jardins importantes54. Na transição do século XVIII para XIX, encontram-se várias obras Neoclássicas55 na Região Centro. A instabilidade social e política do século XIX leva a que a nível do património construído se mantenha um certo tipo de Arquitectura Chã56, enquanto que o movimento romântico trouxe um reviver dos estilos do passado, representados na Região Centro essencialmente no Neo-Manuelino57. Já no século XX salienta-se o movimento da Arte Nova, com alguma expressão na Região Centro58. É também importante considerar obras de arquitectos mais representativos da primeira metade do século XX59. 48 Como exemplo de Arquitectura do Renascimento: galeria do Paço Episcopal de Coimbra (Museu Machado de Castro) (MN); da Arquitectura Chã: Antigo Paço Episcopal e Seminário da Guarda (Museu Regional da Guarda) (IIP); Casa dos Arcos (IIP), em Santa Comba Dão. 49 KUBLER, 1988, p. 135. Da primeira fase desse período, por exemplo, na Casa da Nau, em Coimbra; antigos Paços do Concelho e cadeia de Rio de Moinhos (IIP) (Sátão), hoje Museu Etnográfico. 50 Exemplo: a Casa das Fidalgas (IIP), em Santar (Nelas); Solar dos Viscondes de Treixedo (IIP), (Viseu); Solar dos Condes de Prime (IIP), Viseu; 51 Solar da Quinta da Ínsua e respectivos jardins (IIP) (Mangualde); Solar de Almeidinha e jardins (IIP), em Almeidinha, Mangualde. 52 A Biblioteca Joanina, da Universidade de Coimbra; do último quartel do sec. XVIII, já dentro de uma linha neoclássica, o Laboratório Chimico e o Museu de História Natural da Universidade de Coimbra. 53 Como exemplos de Fontes do período Joanino, citamos a Fonte de El-Rei de Castelo Novo e o Chafariz de Alpedrinha, ambos no Concelho do Fundão, e em Coimbra, o Chafariz d’El-Rei e a Fonte Nova; os Chafarizes da Dorna (IIP) e de Sto André (IIP), na Guarda, são já um pouco posteriores. 54 Como o Jardim do Paço Episcopal de Castelo Branco, os Jardins de Santa Cruz de Coimbra e o Jardim Botânico de Coimbra, já no último quartel do sec. XVIII. Há na Região Centro diversos Jardins Históricos e Parques de Lazer classificados; cf Anexo 9 55 A “Casa Amarela” hoje com funções de Arquivo Distrital e Biblioteca Municipal de Viseu; o antigo Liceu Nacional de Aveiro 56 Há diversos solares do século XIX espalhados pela região em que se verifica este tipo de arquitectura. 57 Palace-Hotel do Buçaco (IIP), no Luso, Mealhada. 58 A título de exemplo: em Aveiro, Casa da Rua de Sá, n.º 3 e 5, hoje Centro Comunitário de Vera Cruz (IIM); Edifício na Rua João Mendonça, nº 5 a 7, hoje Casa da Cooperativa Agrícola (IIP); Casa do Major Pessoa na Rua Dr. Barbosa Magalhães, nº 9, 10 e 11 (IIP) ; Edifício da antiga Capitania do Porto de Aveiro ou Casa dos Arcos, Escola de Desenho Industrial Fernando Caldeira (IIP); Hospital da Misericórdia de Aveiro. Em Ílhavo, Casa Africana (EV-IIP). Conjunto arquitectónico constituído pelos edifícios da "Casa Paris"; "Ourivesaria Matias" e "Pastelaria Avenida" (EV-IIP): “Este conjunto de imóveis ilustra a evolução da arquitectura na cidade, entre o século XIX e o século XX período em que se destacou (…) a linguagem Arte Nova (…) verificando-se,(…) a abertura a uma tendência geometrizante, própria da denominada Art Déco” (IPPAR- Inventário, Aveiro). Em Estarreja, em Salreu, na Casa de Francisco Maria Simões, (IIP) e em Avanca, na Casa-Museu Egas Moniz (IIP). Em Anadia, as Termas da Cúria (EV-IIP). Em Leiria, Vila Hortênsia (IIP); Covilhã, Palacete Jardim (EV-IIP); 59 Adães Bermudes (em Coimbra: Escola Primária na Av. Fernão de Magalhães; Edifício do Banco de Portugal, em Coimbra); Raúl Lino (em Coimbra: Governo Civil; Jardim Escola João de Deus, na Alameda Júlio Henriques; em Leiria: Edifício José de Sousa Charters;) Cristino da Silva (Liceu Infanta D. Maria, em Coimbra; Edifício da Caixa Geral de Depósitos, em Castelo Branco); Ernesto Korrodi (em Leiria: Edifício da Câmara Municipal; Villa Hortênsia (IIP); Mercado de Sant’Ana; Edifício do Banco de Portugal;) Carlos Ramos (em Coimbra: Liceu José Falcão;) Ana S. Faria, 2008.03.10 PROT-C PATRIMÓNIO CULTURAL 22 No que respeita a equipamentos colectivos, desenvolvidos sobretudo a partir do último quartel do século XIX, as construções escolares, quer no que respeita às Escolas Primárias60 quer aos Liceus61, são marcantes no território. I.4.5. Arquitectura Industrial Apenas 2 edifícios estão classificados como património industrial: um no Concelho da Covilhã como Imóvel de Interesse Público, e outro no Concelho da Lousã, como Imóvel de Interesse Municipal. Há, mais 4 edifícios em Vias de Classificação nos Concelhos da Covilhã (2), Manteigas (1) e Marinha Grande (1), e mais 2 edifícios em estudo, nos Concelhos de Leiria e Sertã62. I.4.6. Outros elementos classificados Na Região Centro há 133 árvores e maciços arbóreos que se distinguem pelo seu porte, desenho, idade e raridade, constituindo um património de elevadíssimo valor ecológico, paisagístico, cultural e histórico, pelo que são classificadas como Património de Interesse Público, o que lhes confere um estatuto semelhante ao do património construído63. Há ainda a referir as Falésias do Cabo Mondego, situadas em Buarcos, no Sector Ocidental do Cabo Mondego, na Serra da Boa Viagem, que foram classificadas como Monumento Natural64. Estas falésias constituem um conjunto de afloramentos jurássicos de excepcional importância nacional e internacional, abrangendo uma área de cerca de 12 mil hectares. 60 No último quartel do século XIX inicia-se a construção das Escolas Primárias Conde Ferreira, de que se citam a título de exemplo: Cantanhede, Condeixa-a-Nova, Estarreja, Figueira da Foz, Lousã. No início do século XX são construídas as Escolas Primárias com o projecto do Arqº Adães Bermudes (exemplos: Guarda, Oliveira do Hospital, Penacova, Seia.), a que seguem as chamadas Escolas do Plano dos Centenários, na Região Centro elaboradas sob projecto dos Arqºs Rogério de Azevedo e Raúl Lino (Escola Primária Amarela, de Leiria). Estas Escolas estão presentes ainda em todos os Concelhos correndo, no entanto, o risco do seu desaparecimento/adulteração pela alteração profunda do parque escolar a que se vem assistindo nos últimos anos, por vezes com reutilizações e adaptações, ou simplesmente pelo abandono. 61 Do século XIX: Antigo Liceu Nacional de Aveiro (1854-60); Liceu Nacional de Leiria (1892). Do século XX: Liceu Nacional da Guarda, projecto-tipo elaborado pelo Arqº Adães Bermudes, em 1905; Liceu Nacional Dr. Júlio Henriques (hoje José Falcão), em Coimbra (1930); Liceu Nacional de Castelo Branco (1941); Liceu Nacional de Viseu (1941); Liceu Feminino Infanta D. Maria Coimbra (1943). 62 Cf. Anexo 10 63 Cf. Anexo 11 64 Decreto Regulamentar nº 82/07 de 3 de Outubro de 2007; a gestão deste Monumento é feita pelo Instituto da Conservação da Natureza e da Biodiversidade (ICNB, I.P.) Ana S. Faria, 2008.03.10 23 PROT-C PATRIMÓNIO CULTURAL I.5. Museus e espaços Museológicos Do inquérito realizado em 2004/2005, a todas as Câmaras da Região Centro, obtiveram-se 277 respostas, que incluem todos os géneros de espaços, desde Museus Nacionais e Museus incluídos na Rede Portuguesa de Museus, até pequeníssimos espaços cuja gestão pertence a pessoas individuais e colectivas empenhadas na preservação da cultura e dos bens culturais65. A sua distribuição pelas NUT III é a seguinte: NUT Nº de % Nº de Concelhos Museus em relação ao sem qualquer total da Região espaço museológico Centro Baixo Mondego 46 16,6 0 Baixo Vouga 39 14,1 2 Beira Interior Norte 26 9,4 1 Beira Interior Sul 24 8,7 0 Cova da Beira 29 10,5 0 Dão-Lafões 27 9,7 6 Pinhal Interior Norte 27 9,7 3 Pinhal Interior Sul 15 5,4 1 Pinhal Litoral 22 7,9 0 Serra da Estrêla 21 7,6 1 277 99,6 14 TOTAL Verifica-se que cerca de um terço das infraestruturas museológicas da Região se situa em duas NUT.s do Litoral: no Baixo Mondego e no Baixo Vouga. Mesmo assim, a percentagem deste tipo de infraestruturas nas NUT.s do Interior é equilibrada entre si, variando entre 8% e 11% com excepção do Pinhal Interior Sul que não vai além dos 5,4%. 65 Cf. Anexo 12 Ana S. Faria, 2008.03.10 24 PROT-C PATRIMÓNIO CULTURAL DISTRIBUIÇÃO DOS MUSEUS / NUT 7,9% 7,6% 16,6% 5,4% 14,1% 9,7% 9,4% 9,7% 10,5% Baixo Mondego Cova da Beira Pinhal Litoral Baixo Vouga Dão-Lafões Serra da Estrêla 8,7% Beira Interior Norte Pinhal Interior Norte Beira Interi Pinhal Inte Observa-se pois, que a cobertura regional de infraestruturas museológicas abrange 82,1% dos concelhos, sendo evidente a carência de espaços museológicos na NUT do DãoLafões, onde não há qualquer estrutura museológica em 6 dos seus 14 concelhos. Nº Concelhos NUT.s que não têm Museus 1 Albergaria-a-Velha Baixo Vouga 2 Vagos Baixo Vouga 3 Trancoso Beira Interior Norte 4 Aguiar da Beira Dão-Lafões 5 Mangualde Dão-Lafões 6 Mortágua Dão-Lafões 7 Penalva do Castelo Dão-Lafões 8 Santa Comba Dão Dão-Lafões 9 Sátão Dão-Lafões 10 Ansião Pinhal Interior Norte 11 Figueiró dos Vinhos Pinhal Interior Norte 12 Vila Nova de Poiares Pinhal Interior Norte 13 Oleiros Pinhal Interior Sul 14 Fornos de Algodres Serra da Estrêla Ana S. Faria, 2008.03.10 25 PROT-C PATRIMÓNIO CULTURAL Nº DE CONCELHOS SEM MUSEUS / NUT III 6 6 5 4 3 3 2 2 1 1 1 1 0 Bx Vouga Sª Estrêla P. Int.Sul P. Int.Nte Dão-Lafões Bª Int. Nte No entanto, é visível um crescente movimento de criação de Museus e Espaços Museológicos diversificados, bem como de reorganização e de valorização de espaços anteriormente existentes e, ainda, de uma melhor organização e exposição do espólio, principalmente por parte das Câmaras Municipais, mas também por parte de diversas pessoas individuais e colectivas, como as Paróquias, as Misericórdias, os Grupos Etnográficos, os Estabelecimentos de Ensino Superior, as Associações de Defesa do Património e outras. É o caso de 17,3% das 277 respostas obtidas, nas quais se nota a preocupação em dotar os Museus e Espaços Museológicos, de instalações condignas, bem como de melhorar os aspectos de exposição do espólio e do acolhimento dos públicos-alvo. Museus - renovação 33% 37% 24% a inaugurar em projecto em instalação 6% em remodelação Muito embora se assista a esta vontade de renovação, há ainda muito trabalho a desenvolver no âmbito da inventariação e das condições de exposição, para que todas as colecções possam integrar-se pelo menos na categoria de Colecção Visitável, tal como a Lei prevê66. 66 - Lei nº 47/2004 de 19 de Agosto, art. 4º.1; é o caso de várias pessoas individuais e colectivas, que no âmbito da sua acção social, desenvolveram colecções de objectos de arte e/ou ligados à vivência e actividades do dia-a-dia do homem. Ana S. Faria, 2008.03.10 26 PROT-C PATRIMÓNIO CULTURAL Quanto à Tutela dos Museus e Espaços Museológicos da Região Centro existem apenas 13 museus (5%) incluídos na Rede Portuguesa de Museus (RPM), sendo que o Instituto Português dos Museus (IPM) tem a tutela de apenas 6 museus (2%). Tutela dos Museus na Região Centro 140 122 120 100 76 80 60 40 12 7 20 19 24 9 12 0 r s io ro er ut up O ºS ns .E st In s õe aç nd os Fu fic rá og tn a .E ic G ól at C ja re as Ig di ór ic er is M s ia qu ar ut A M IP A Lei-quadro dos Museus prevê que “quaisquer entidades públicas e privadas” possam criar museus (Lei nº 47/2004 de 19 de Agosto, art. 5); tem sido notório o esforço que se vem verificando por parte da Administração Local, detentora de 44% da tutela dos Museus e Espaços Museológicos da Região, para assumir essa responsabilidade face ao património existente; destes, a maioria são dependentes das Câmaras Municipais, havendo no entanto 11% dos espaços tutelados por Juntas de Freguesia. 27% dos Museus e Espaços Museológicos são tutelados por grupos de pessoas individuais e colectivas, que assumem um papel activo e interventivo nas diferentes comunidades; há que destacar a função extremamente importante na recolha e preservação do património etnográfico e antropológico regional que tem sido levada a cabo pelos Grupos Etnográficos, que se dedicam à recolha de diversos tipos de documentação oral e material, e que para além de constituírem Grupos de Danças e Cantares, organizam Museus e Espaços Museológicos (8%), com colecções de objectos e mostras diversificadas, por vezes, com o maior interesse. Ana S. Faria, 2008.03.10 27 PROT-C PATRIMÓNIO CULTURAL Tutela dos Museus da Região Centro 2% 27% 44% 4% 9% 3% 7% 4% IPM Autarquias Misericórdias Igreja Católica G.Etnográficos Fundações Inst.Ensº Superior Outros Tendo em conta as tipologias definidas pelo ICOM e pelo IPM, determinaram-se as seguintes categorias tipológicas de classificação para os Museus e Espaços Museológicos da Região Centro, que se distribuem deste modo: Tipologia de Museus na Região Centro67 Nº de Museus % 1. Museus de Arte (incluindo a Arte Sacra) 38 14% 2. Museus de Arqueologia e História 30 11% 3. Museus de Ciências Naturais e História Natural 13 5% 4. Museus das Ciências e de Técnica 38 14% 5.Museus de Etnografia e Antropologia 86 31% 6. Museus Mistos e pluridisciplinares 53 19% 7. Monumentos Museolisados 1 0% 8. Eco-museus 3 1% 12 4% 3 1% 9. Sítios Arqueológicos 10. Outros museus e espaços museológicos 67 Não foram inquiridos os Monumentos, Centros Históricos, Jardins zoológicos e botânicos, reservas naturais, etc… Ana S. Faria, 2008.03.10 28 PROT-C PATRIMÓNIO CULTURAL Tipos de Museus 90 80 70 60 50 40 30 20 10 0 86 53 38 38 30 13 1 A B C D E F 12 3 G H I 3 J Legenda: A - Arte Sacra; B - Arqueologia e História; C - Ciências Naturais e História Natural; D - Ciências e de Técnica; E- Etnografia e Antropologia; F - Mistos e pluridisciplinares; G - Monumentos Museolisados; H - Eco-museus; I - Sítios Arqueológicos; J - Outros museus e espaços museológicos Cerca de um terço dos Museus e Espaços Museológicos da Região Centro têm como tema maioritário, os aspectos etnográficos ligados às diferentes actividades domésticas, agrícolas e artesanais da zona de implantação, sendo 61% da responsabilidade de Grupos Etnográficos e outros, enquanto que as Autarquias se responsabilizam por 38%. Museus Etnográficos e Antropológicos da Região Centro 15 15 10 12 11 10 9 8 7 4 6 4 5 0 Bxo Mondego Bª Int. Sul Pinhal Int Nte Serra da Estrela Bxo Vouga Cova da Beira Pinhal Int Sul Bª Int. Nte Dão-Lafões Pinhal Litoral 19% dos Museus da Região têm um acervo museológico misto, que inclui geralmente colecções de Arte, incluindo Arte Sacra, Arqueologia e História, Etnografia e outras. A sua tutela pertence maioritariamente às Autarquias (53%), havendo 3 Museus que são tutelados pelo Instituto Português de Museus68. 68 Museus Mistos tutelados pelo IPM, e inseridos na Rede Portuguesa de Museus: Museu da Guarda; Museu Nacional Machado de Castro, em Coimbra, que se encontra em reestruturação e cuja abertura está prevista para 2009; Museu Grão Vasco, em Viseu. Ana S. Faria, 2008.03.10 PROT-C PATRIMÓNIO CULTURAL Distribuição dos Museus e Espaços Museológicos da Região Centro Ana S. Faria, 2008.03.10 29 30 PROT-C PATRIMÓNIO CULTURAL Museus Mistos na Região Centro 20 10 9 8 12 5 4 8 2 4 1 0 0 Bxo Mondego Bª Int. Sul Pinhal Int Nte Serra da Estrela Bxo Vouga Cova da Beira Pinhal Int Sul Bª Int. Nte Dão-Lafões Pinhal Litoral Os Museus e Espaços Museológicos de Arte correspondem a 14% dos museus da Região, e destes, 79% são de Arte Sacra, pertencentes na maioria à Igreja Católica69 e às Misericórdias. Museus de Arte na Região Centro 6 5 5 5 6 4 3 4 3 3 2 2 2 0 Bxo Mondego Bª Int. Sul Pinhal Int Nte Serra da Estrela Bxo Vouga Cova da Beira Pinhal Int Sul Bª Int. Nte Dão-Lafões Pinhal Litoral Seguem-se os Museus de Ciência e Técnica com 13% de presenças, e com a seguinte distribuição pelas NUT.s da Região: Museus da Ciência e Técnica na Região Centro 10 9 5 5 4 3 3 4 4 1 0 2 0 Bxo Mondego Bª Int. Sul Pinhal Int Nte Serra da Estrela Bxo Vouga Cova da Beira Pinhal Int Sul Bª Int. Nte Dão-Lafões Pinhal Litoral 69 Em Fevereiro de 2003 foi constituída a Associação Portuguesa de Museus da Igreja Católica (APMIC), da qual fazem parte diversas instituições eclesiásticas, com o objectivo de adquirir, preservar, estudar e tornar úteis os bens culturais móveis das diversas instituições com património artístico ou cultural de cariz predominantemente religioso. Fazem parte da rede inicial de instituições da APMIC, as Dioceses de Aveiro e de Viseu. Fonte: SANTOS, 2005,pp. 27,28. Ana S. Faria, 2008.03.10 31 PROT-C PATRIMÓNIO CULTURAL Também aqui se pode ver o empenhamento das Autarquias, que tutelam 55% deste tipo de Museus e Espaços Museológicos, garantindo a preservação de técnicas, de maquinaria e utensílios diversos, bem como de edifícios ligados à economia e aos antigos modos de produção locais, alguns deles em funcionamento até há poucos anos. Incentivados pelo Ministério da Ciência e da Tecnologia têm sido criados nos últimos anos alguns Centros de Ciência Viva (Aveiro, Castelo Branco e Coimbra70), que querem ser espaços abertos a toda a população, tendo como principal finalidade serem “(…) espaços interactivos de divulgação científica e tecnológica distribuídos pelo território nacional, que pretendem funcionar como plataformas de desenvolvimento regional – científico, cultural e económico – através da dinamização dos actores regionais mais activos nestas áreas “71 Também algumas empresas com Museus se organizaram como associação em 1992, formando a Associação Portuguesa de Empresas com Museu (APOREM) com o objectivo de “constituir-se como fórum de discussão e reflexão sobre temas e problemas específicos dos museus de empresa e apoiar os seus associados na resolução dos problemas que se colocam na criação, manutenção e expansão dos respectivos museus“72; entre elas estão duas empresas da Região Centro: Santos Barosa, de Leiria, e Cimpor73. Os Museus e Espaços Museológicos de Arqueologia e História representam apenas 10% dos museus da Região Centro. Deve ter-se em conta, porém, que como atrás se referiu, a Arqueologia e a História estão amplamente representadas nos Museus Mistos, bem como nos Sítios Arqueológicos visitáveis que correspondem já a 4%, na Região, todos eles tutelados pelas Autarquias. 70 Em Aveiro: Fábrica da Ciência Viva, da tutela da Universidade de Aveiro; em Castelo Branco, Concelho de Proença-a-Nova: Centro de Ciência Viva – Floresta e ambiente, tutelado pela Câmara Municipal de Proença-anova; em Coimbra: Exploratório Infante D. Henrique, Centro de Ciência Viva, da tutela da Câmara Municipal de Coimbra. 71 In “ O Panorama Museológico em Portugal, 2000-2003”, IPM/RPM, 2005, p. 30. Neste âmbito foi criada em 21 de Junho de 2004, a Associação mc2p – Associação Museus e Centros de Ciência Viva de Portugal, sediada em Conimbriga que tem como objectivo “promover a literacia científica e técnica, a cooperação entre museus e centros de ciência portugueses – bem como a cooperação internacional – e reforçar o papel destas instituições na sociedade”, in “Roteiro de Museus e Centros de Ciência de Portugal”, Ed. mc2p – Associação Museus e Centros de Ciência Viva de Portugal, 2004, p.3. 72 in “O Panorama Museológico em Portugal, 2000-2003”, IPM/RPM, 2005, p. 28,29. 73 À época do acordo, a CIMPOR, Cimentos de Portugal, SGPS, S.A., tinha criado o Museu da Fábrica de Cimento Maceira-Lis, hoje propriedade da SECIL. Ana S. Faria, 2008.03.10 32 PROT-C PATRIMÓNIO CULTURAL Museus de Arqueologia e História da Região Centro 4 5 4 5 3 3 3 2 1 0 Bxo Mondego Bª Int. Sul Pinhal Int Nte Serra da Estrela Bxo Vouga Cova da Beira Pinhal Int Sul Bª Int. Nte Dão-Lafões Pinhal Litoral 22% destes museus estão ligados à História Militar Portuguesa, sendo dois deles especialmente ligados à História das Invasões Francesas74, enquanto que 7% são Museus dedicados à História dos “Soldados da Paz” ou seja, dos Bombeiros de Portugal. No que respeita aos Museus das Ciências Naturais e da História Natural verifica-se que são ainda muito poucos na Região Centro (5%), pertencendo a sua tutela maioritariamente a instituições de Ensino Superior (46%), logo seguida das Autarquias (38%). Museus das Ciências Naturais e História Natural da Região Centro 6 6 4 3 4 2 0 0 0 0 0 0 0 0 Bxo Mondego Bª Int. Sul Pinhal Int Nte Serra da Estrela Bxo Vouga Cova da Beira Pinhal Int Sul Bª Int. Nte Dão-Lafões Pinhal Litoral O acesso do público aos Museus e Espaços Museológicos da Região Centro faz-se maioritariamente de forma esporádica, não sistemática, através do contacto prévio com a entidade tutelar ou com a pessoa responsável (33% das situações), por vezes, mesmo quando há um horário afixado. 74 O Museu do Buçaco, no Luso, Mealhada, e o Centro de Interpretação de Fortes e Baterias, em Proença-a-nova. No Buçaco, todos os anos são feitas comemorações da Batalha no dia 27 de Setembro. Em 2007 comemoraram-se os duzentos anos do início das Invasões Francesas, que marcaram indelevelmente todo o território português, mas com maior força e extensão a Região Centro. Ana S. Faria, 2008.03.10 33 PROT-C PATRIMÓNIO CULTURAL Horários dos Museus da Região Centro Outros dias 8% Toda a semana 2ª a 6ª feira 13% 9% sem horário 13% Sab. e Dom. 6% marcação prévia 33% 3ª feira a Dom. 15% Toda a semana 2ª a 6ª feira 2ª a Sábado 3% Sab. e Dom. 3ª feira a Dom. 2ª a Sábado marcação prévia Outros dias sem horário Isso deve-se ao facto, de muitos Museus e Espaços Museológicos não terem um quadro próprio de pessoal, mas pelo contrário dependerem do regime de voluntariado de alguns cidadãos empenhados. Verifica-se que apenas 37% dos Museus e Espaços Museológicos estão abertos ao fim de semana (Sábado e Domingo), em muitas situações apenas com horários da parte da tarde. A estes juntam–se mais 9 Museus que estão abertos ao Sábado mas não ao Domingo (mais 3%). Fazendo uma análise por tipo de actividade, observa-se que apenas em 13% dos Museus e Espaços Museológicos da Região Centro75 existem serviços educativos, nalguns casos coadjuvados por 11% de actividades abertas às comunidades, designadamente do foro etnológico, e a alguns públicos escolares de diferentes escalões etários. Porque os Museus e Espaços Museológicos da Região são fontes de reforço identitário para as populações nela residentes, e apesar do empenho das Autarquias e de outras entidades na criação e renovação dos seus Museus e Espaços Museológicos, é, no entanto, fundamental, desenvolver formas de as ajudar a aproximarem-se cada vez mais da nova ideia de Museu preconizada pela Lei Quadro; isto é, considera-se urgente encontrar formas de apoio às entidades que tutelam os Museus da Região para que haja uma efectiva valorização dos acervos museológicos, através do estudo e inventariação, uma melhoria das condições de conservação e dos espaços de reserva; e, em muitos casos, deverão 75 Consideraram-se, portanto, Museus, Núcleos Museológicos, Eco-museus, Salas Museu, Secções e Casas-Museu; consideraram-se também pequenos espaços museológicos tutelados por Grupos Etnográficos e outras pessoas individuais e colectivas. Foram incluídos também alguns Sítios Arqueológicos visitáveis e presentes em Roteiros municipais. Não foram incluídos neste levantamento os Monumentos, nem os Jardins Zoológicos e Botânicos, nem tão pouco as Reservas Naturais e os Viveiros. Ana S. Faria, 2008.03.10 34 PROT-C PATRIMÓNIO CULTURAL mesmo ser reformulados os espaços e encontradas novas formas de exposição. É ainda urgente pensar em novas formas de gestão e de organização dos Museus, de modo a que eles preencham de forma efectiva, a sua função didácticopedagógica; para isso, são necessárias acções de formação para o pessoal dos museus, bem como providenciar para que a nova imagem de Museu seja aceite e desejada pelas Escolas, com quem deverão ser feitos protocolos de colaboração, captando assim públicos jovens essenciais para no futuro dar continuidade aos projectos de hoje. São também fundamentais os protocolos com instituições locais de solidariedade social, que têm públicos diversificados, que poderão dar contributos muito importantes na animação de diversas actividades pedagógicas a realizar. A nível nacional existem já diversas Redes de Museus, nas quais estão envolvidos alguns museus da Região Centro, entre elas a Associação Portuguesa de Empresas com Museu (APOREM), onde se incluem duas empresas da Região Centro: a Santos Barosa, da Marinha Grande, e a CIMPOR, de Coimbra; Associação Portuguesa de Museus da Igreja Católica (APMIC), constituída em 2003, onde se incluem as Dioceses de Aveiro e Viseu da Região Centro; Associação de Museus e Centros de Ciência de Portugal - mc2p -, com sede em Conímbriga, e ainda a Federação Nacional de Amigos dos Museus Portugal (FNAMUS), ambas criadas em 2004, onde se encontra, entre outras, a mc2p. Mas é premente incentivar a criação de Redes Concelhias, inter-Concelhias e supra-Concelhias de Museus76, que permitirão não só um melhor aproveitamento das infraestruturas concelhias, como também irão potenciar um melhor aproveitamento dos espólios de cada museu, permitindo a elaboração de exposições temáticas profundamente ligadas à vida das comunidades, que possibilitarão mostrar a diversidade das culturas locais, valorizando os recursos comunitários, partilhando e envolvendo realmente os cidadãos na pesquisa e na aquisição de peças, na sua conservação e na sua divulgação. Crê-se que com estas redes se poderiam ainda rentabilizar os espaços, no sentido de dotar cada um dos concelhos de técnicos habilitados e de espaços comuns para o estudo e a recuperação/conservação de espólios, que permitissem aos pequenos espaços concelhios terem também a possibilidade de valorizar os seus acervos, ao mesmo tempo que permitiriam aos estudiosos o acesso a 76 Que já existem noutros pontos do país, como por exemplo nas Caldas da Rainha e em Loures Ana S. Faria, 2008.03.10 35 PROT-C PATRIMÓNIO CULTURAL colecções praticamente desconhecidas, que se encontram ainda hoje, “escondidas” do público. A regularidade dos horários de abertura e o atendimento personalizado aos visitantes poderiam também ser perspectivados nas redes concelhias, inter ou supra-concelhias de Museus. Os requisitos exigidos para a inclusão dos Museus e Espaços Museológicos da Região Centro na Rede Portuguesa de Museus estão longe de estarem garantidos. No entanto, e dados os objectivos da sua criação, nomeadamente o da descentralização, da gestão de investimentos públicos, o fomento da cooperação institucional e da articulação entre museus, bem como a difusão da informação relativa aos museus e a promoção do rigor e profissionalismo das práticas museológicas e das técnicas museográficas, crê-se ser uma meta importante a atingir.77 A fim dar apoio e de melhorar a qualidade dos Museus e espaços Museológicos da Região crê-se também ser essencial que se constitua o Núcleo de Apoio aos Museus da Região Centro, conforme o art. 107 da Lei-quadro dos Museus, “(…) Serão constituídos núcleos de apoio a museus em todas as áreas geográficas de actuação das comissões de coordenação regional”, que se organizam como “(…) uma forma de desconcentração da coordenação da actividade dos museus da Rede Portuguesa de Museus no âmbito das funções museológicas”, devendo ser feita de “forma a promover a qualificação dos museus municipais”78. Este Núcleo tem como principais funções “apoiar tecnicamente os museus da área disciplinar e temática ou geográfica que com ele estejam relacionados; “promovendo a cooperação e articulação entre museus (…)”, “contribuindo para a vitalidade e o dinamismo cultural dos locais onde os museus estão instalados”, “colaborando (…) na promoção de programas e de actividades e no controlo da respectiva execução”79. 77 Lei nº 47/2004 de 19 de Agosto, Cap. VIII, Secção I, art.s 102 e 103. Lei nº 47/2004 de 19 de Agosto, Cap. VIII, Secção II, art. 107, alíneas 1,3 e 4 79 Lei nº 47/2004 de 19 de Agosto, Cap. VIII, Secção II, art. 108 78 Ana S. Faria, 2008.03.10 36 PROT-C PATRIMÓNIO CULTURAL 6. Rede de Bibliotecas da Região Centro80 Foi feito um levantamento das Bibliotecas da Região Centro81, no qual se observa uma cobertura total dos 78 concelhos da Região por Bibliotecas Municipais, bem como a existência de Bibliotecas especializadas nas cidades onde existem pólos de Ensino Superior, com destaque para Coimbra (35). Destas, 41 estão já integradas na Rede Nacional das Bibliotecas Públicas (RNBP) e 28 encontram-se em instalação. NUT.s BIBLIOTECAS MUN ESPC OUTRAS 11 3 - Baixo Mondego 9 35 - Pinhal Litoral 5 6 2 15 6 - 3 - 1 14 3 1 Cova da Beira 3 1 - Pinhal Interior Sul 5 1 - Beira Interior Norte 9 1 - Beira Interior Sul 4 - - Baixo Vouga Dão Lafões Serra da Estrela Pinhal Interior Norte Distribuição das Bibliotecas / NUT 4 6 10 4 14 17 4 Baixo Vouga Dão Lafões Cova da Beira Beira Interior Sul 80 44 21 13 Baixo Mondego Serra da Estrela Pinhal Interior Sul Pinhal Litoral Pinhal Interior Norte Beira Interior Norte A UNESCO define Biblioteca Pública como o“centro local de informação que torna prontamente acessíveis aos seus utilizadores o conhecimento e a informação de todos os géneros”, Manifesto da UNESCO sobre Bibliotecas Públicas. A Rede Nacional de Bibliotecas Públicas (RNBP), através de parcerias entre as Câmaras Municipais e o Instituto Português do Livro e das Bibliotecas (IPLB), tem como objectivo a integração de Bibliotecas Municipais que correspondam aos princípios estabelecidos pela UNESCO. Cf. Anexo 13 81 Excluíram-se as Bibliotecas Escolares ligadas às Escolas do Ensino Básico e Secundário, bem como as que são afectas a serviços locais de apoio social. Ana S. Faria, 2008.03.10 37 PROT-C PATRIMÓNIO CULTURAL Legenda: VermelhoBibliotecas Municipais Verde – Bibliotecas especializadas Azul – Outras Bibliotecas Distribuição das Bibliotecas Municipais e especializadas Região Centro Ana S. Faria, 2008.03.10 38 PROT-C PATRIMÓNIO CULTURAL 7. Rede de Teatros e Cine-Teatros da Região Centro82 (dados a fornecer pela D.R.Cultura) 8. Outros equipamentos culturais83 (dados a fornecer pela D.R.Cultura) II – ANÁLISE SUMÁRIA DE POTENCIALIDADES E ESTRANGULAMENTOS NO QUE RESPEITA AO PATRIMÓNIO CULTURAL DA REGIÃO CENTRO PONTOS FORTES/ PONTOS FRACOS/ POTENCIALIDADES ESTRANGULAMENTOS * Grande e diversificada riqueza *Falta de racionalização de estruturas e arqueológica e histórico-cultural meios financeiros para a sua valorização distribuída por toda a região. e manutenção. *Grande riqueza de património rural, *A desertificação do interior e a pressão quer construído, quer etnográfico, quer urbanística do litoral põem em risco o paisagístico. património vernacular. *Falta de inventariação e estudo do património rural. *Falta de medidas que permitam travar o desaparecimento do património rural *Falta de sensibilização de políticos, técnicos e da população em geral para a importância e a necessidade da salvaguarda deste património. *Falta de apoios técnicos e financeiros para a salvaguarda do património cultural não classificado. *Falta de formação no que diz respeito às técnicas e materiais empregados. * Grande riqueza de arquitectura civil * Falta de estudo e inventariação do quinhentista e de estruturas urbanas da património civil quinhentista mesma época * Falta de medidas de protecção que permitam a sua salvaguarda e 82 83 Cf. Anexo 14 Cf. Anexo 15 Ana S. Faria, 2008.03.10 39 PROT-C PATRIMÓNIO CULTURAL reabilitação apesar da pressão urbanística nos Centros Históricos. Inúmero património no âmbito das * Falta de inventariação e estudo do Construções Escolares desde o século património escolar. XIX. * A desertificação do interior e a queda Presença de Museus das Escolas (2) demográfica constante que se tem vindo a registar ao longo dos últimos 20 anos, levando ao encerramento de centenas de escolas, põem em risco esse património. Exemplares significativos da * Falta de inventariação e estudo da arquitectura civil da primeira metade do arquitectura civil da primeira metade do século XX. século XX. * A desertificação do interior e a pressão urbanística do litoral põem em risco esse património * Falta de sensibilização de políticos, técnicos e da população em geral para a importância e a necessidade da salvaguarda deste património. * Falta de apoios técnicos e financeiros para a salvaguarda deste património. * Falta de formação no que diz respeito às técnicas e materiais empregados. * Aumento do interesse das autarquias * Falta de visão em “rede” do património pelo património cultural, com criação de cultural. algumas infraestruturas de apoio * Ausência, na grande maioria das municipais. Câmaras Municipais da Região, de *Desenvolvimento de 30 projectos de serviços autárquicos de Arqueologia. investigação na área da Arqueologia * Ausência de estratégias de combate à (IPA), envolvendo 24 concelhos da construção ilegal. Região84. * Urgente necessidade de elaboração do *Desenvolvimento de 34 protocolos de Regulamento e Carta Municipal de colaboração, contratos-programa e Património. 84 85 Sujeito a confirmação. Cf. Anexo 16 Cf. Anexo 17 Ana S. Faria, 2008.03.10 40 PROT-C PATRIMÓNIO CULTURAL outros no âmbito IGESPAR, envolvendo 18 Câmaras e várias outras entidades da região, nomeadamente Escolas Superiores e Universidades85. * Grande número de museus e * Gestão e organização precárias e espaços museológicos, com espólios amadorísticas, em grande número de importantes em todas as áreas do museus e espaços museológicos. conhecimento. * Falta de meios humanos e financeiros e * Museus incluídos em Associações e de espaços para o estudo, inventariação, Redes de Museus a nível nacional: * Falta de formação para dirigentes e • • • • Associação Portuguesa de pessoal de apoio aos museus. Empresas com Museu * Faltam novas formas de gestão e de (APOREM), onde se incluem duas organização dos Museus, de modo a que empresas da Região Centro: a eles preencham de forma efectiva, a sua Santos Barosa, da Marinha função didáctico-pedagógica; Grande, e a CIMPOR, de * Falta de actividades didáctico- Coimbra; pedagógicas. Associação Portuguesa de * Irregularidade dos horários de abertura Museus da Igreja Católica e de atendimento personalizado dos (APMIC), constituída em 2003, visitantes onde se incluem as Dioceses de * Faltam protocolos de colaboração com Aveiro e Viseu da Região Centro; outros serviços e entidades, como Associação de Museus e Escolas e Instituições de Solidariedade Centros de Ciência de Social Portugal – mc2p –, com sede * Falta constituir o Núcleo de Apoio em Conímbriga aos Museus da Região Centro, (Lei- Federação Nacional de Amigos quadro dos Museus, Lei nº 47/2004 de dos Museus Portugal (FNAMUS) 19 de Agosto, Cap. VIII, Secção II, art. 107, alíneas 1,3 e 4) *Urgente encontrar formas de apoio ás entidades que os tutelam, para que haja uma efectiva valorização dos acervos museológicos, através do estudo e da inventariação, melhoria das condições de conservação, espaços de reserva e exposição, etc. Ana S. Faria, 2008.03.10 41 PROT-C PATRIMÓNIO CULTURAL *Falta de Redes Concelhias, interConcelhias e supra-Concelhias de Museus na região, e dos respectivos intercâmbios científicos e de espólio para exposições, interajuda organizativa, etc. * Presença institucional descentralizada * Falta de operacionalidade; do Ministério da Cultura * Falta de racionalização de (DRCC;IGESPPAR) estruturas e meios financeiros * Falta de serviços permanentes de Educação e Formação na área do Património Cultural. * Falta de serviços permanentes de Educação e Formação na área do Património Cultural * Falta de diálogo institucional * Falta de políticas de marketing cultural * Presença de várias Universidades e * Fraca articulação com as entidades no Pólos Universitários na Região (Aveiro, terreno Castelo Branco, Coimbra, Covilhã, Figueira da Foz, Guarda e Viseu) Possibilidade de elaboração e execução 86 de Percursos/Rotas/Redes específicas : 86 Cf. Anexo 18: exemplos de Rotas Ana S. Faria, 2008.03.10 * Fraca utilização dos diferentes recursos nos diversos territórios culturais 42 PROT-C PATRIMÓNIO CULTURAL III - OPÇÕES E OBJECTIVOS ESTRATÉGICOS E OPERATIVOS87 III.1. Âmbito e estratégia geral O património cultural88 da Região Centro constitui um importante recurso de desenvolvimento e ordenamento do território que, no entanto, se reveste de um carácter finito, frágil, facilmente destrutível e não renovável. Neste sentido definem-se quatro objectivos estratégicos: III.1.1. Promover a qualificação das condições de conhecimento do património cultural histórico-arqueológico e da respectiva valorização, contribuindo para a competitividade e a diversificação do turismo numa lógica de promoção do respeito pelas tradições, especificidades locais e património, de modo a não descaracterizar o destino turístico perdendo elementos essenciais da diferenciação da imagem turística; III.1.2. Promover a articulação Património/Educação e Investigação, através da criação de Centros de Investigação e Excelência, com o objectivo de desenvolver linhas orientadoras de carácter científico e implementar sistemas de avaliação da qualidade dos equipamentos associados ao património cultural histórico-arqueológico; III.1.3. Promover o desenvolvimento de Redes Regionais e transregionais de Valorização do Património através da implementação de circuitos temáticos de base regional, e da promoção das acções obrigatórias de prevenção, salvaguarda e valorização, reforçando a valorização integrada das sub-regiões e territórios, bem como da sua coesão territorial; 87 As Opções e Objectivos Estratégicos expostos resultam da fusão das Estratégias e Objectivos propostos pelo IPA e pelo IPPAR, e pela CCDRC. 88 Optou-se por seguir a definição de Patrimonial Cultural do Art. 2º da Lei 107/2001, de 8 de Setembro: “ […] integram o património cultural todos os bens que, sendo testemunhos com valor de civilização ou de cultura portadores de interesse cultural relevante, devam ser objecto de especial protecção e valorização.” Nele se incluem, todos aqueles cujo “O interesse cultural relevante, designadamente histórico, paleontológico, arqueológico, arquitectónico, linguístico, documental, artístico, etnográfico, científico, social, industrial ou técnico, dos bens que integram o património cultural reflectirá valores de memória, antiguidade, autenticidade, originalidade, raridade, singularidade ou exemplaridade.” Ana S. Faria, 2008.03.10 43 PROT-C PATRIMÓNIO CULTURAL III.1.4. Promover e consolidar a articulação Património/Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, visando inverter a actual tendência de sustentar o património exclusivamente pelo turismo e abrir uma perspectiva de futuro, em que o património possa contribuir para a diversificação da base económica e para a promoção do Conhecimento e da Inovação Tecnológica e Científica; III.2. Estratégia Regional O cumprimento destes objectivos implica a efectivação de uma estratégia regional que passa pela: III.2.1. Protecção, salvaguarda, valorização e fruição do património cultural histórico-arqueológico e arquitectónico como factor de desenvolvimento, reconhecendo o seu valor como elemento de originalidade, diferenciação e afirmação de identidade e memória da Região; III.2.2. Valorização e divulgação do turismo cultural e ambiental, e incorporação da componente cultural nos produtos turísticos actuais. A valorização, a divulgação e a animação dos elementos e espaços patrimoniais são essenciais para o desenvolvimento económico e auto-estima da população, e justificam a sua preservação, contribuindo de forma integrada para a qualificação da Região enquanto destino turístico, tanto mais que existe uma crescente apetência pelo turismo cultural como complemento de outras actividades III.2.3. Preservação e recuperação de elementos patrimoniais rurais e de paisagens culturais, e sua inserção nos programas de desenvolvimento rural, como forma de salvaguardar os elementos definidores de paisagem regional e de os integrar nas novas dinâmicas de desenvolvimento rural, nem sempre associadas unicamente às actividades agro-pastoris; III.2.4. Promover a articulação Património/Educação e o estímulo ao envolvimento e participação dos cidadãos na preservação dos bens Ana S. Faria, 2008.03.10 44 PROT-C PATRIMÓNIO CULTURAL patrimoniais, assumindo-se o património como elemento formativo e instrumento privilegiado de diálogo com o meio. III.2.5. Enquadramento valorativo do património urbano existente na medida em que o património cultural histórico-arqueológico é um dos elementos essenciais a considerar na requalificação urbana de áreas de forte identidade e coerência. III.3. Objectivos operativos A consolidação prática desta estratégia passa pela definição e efectivação de Objectivos Operativos III.3.1. Definir uma política regional para a conservação e restauro de monumentos, conjuntos, sítios, parques e reservas arqueológicas, bem como para a respectiva valorização e divulgação; III.3.2. Promover a salvaguarda e valorização do património privilegiando e conjugando as intervenções de valorização, conservação e restauro em imóveis classificados com requisitos prioritários de conservação preventiva, de manutenção sistemática, assente em critérios normativos internacionais; III.3.3. Promover a criação ou redefinição quando necessário, de áreas especiais de protecção ao património classificado, participando, a nível regional, na actualização do inventário; III.3.4. Reorientar os programas de inventário do património regional numa perspectiva de interacção com os inventários nacionais, regionais e locais já existentes, possibilitando o acesso às bases de dados; reorganizar acervos, criando ou actualizando as bases de dados, promovendo a sua rentabilização e conjugando com sistemas de cadastro e de inventário; III.3.5. Implementar os programas de inventário do património existente (classificado e não classificado) em cada concelho, transpondo o resultado para os respectivos planos municipais de ordenamento do território; Ana S. Faria, 2008.03.10 45 PROT-C PATRIMÓNIO CULTURAL III.3.6. Implementar a inventariação e avaliação dos elementos construtores da paisagem, nomeadamente do património urbano, arquitectónico e arqueológico; III.3.7. Implementar a inventariação do património rural e de sistemas a ele ligados, que possuem técnicas construtivas tradicionais, perfeitamente integradas na paisagem; III.3.8. Incrementar a qualidade dos museus e da quantidade/qualidade dos equipamentos/sítios histórico-arqueológicos passíveis de ser visitados, com garantia de sustentabilidade das suas condições de preservação; III.3.9. Incrementar a oferta de roteiros temáticos e de descoberta de paisagens culturais com projecção internacional: integração dos valores patrimoniais nos circuitos e produtos turísticos da região e sua promoção; III.3.10. Reorientar e promover a salvaguarda das marcas identificadoras das paisagens culturais, que estão para além dos elementos seleccionados para valorização física (por ex. monumentos, conjuntos, sítios, parques e reservas arqueológicas); III.3.11. Elaborar e aplicar a Carta e o Regulamento Municipais de Património III.3.12. Elaborar a aplicação dos Planos de Pormenor de Salvaguarda nos conjuntos, sítios e parques arqueológicos não classificados, aglomerados e conjuntos construídos com relevância arquitectónica, com delimitação clara dos ambientes urbano/rural; III.3.13. Promover parcerias com entidades públicas e privadas, nomeadamente Autarquias, Associações e Estabelecimentos de Ensino Superior, na recuperação do património e das áreas classificadas; III.3.14. Alargar e diversificar o acesso ao património, fomentando aproveitamentos alternativos que também o possam tornar sustentável; Ana S. Faria, 2008.03.10 46 PROT-C PATRIMÓNIO CULTURAL III.3.15. Promover o interesse público desde a idade escolar, na protecção da herança patrimonial, estabelecendo uma ligação eficaz Escolas- Património; III.3.16. Fomentar o aproveitamento de recursos culturais em rede com o objectivo de reforçar o desenvolvimento local; III.3.17. Implementar um plano de divulgação turística, privilegiando a aplicação das novas tecnologias associadas ao conceito de mobilidade, criando percursos temáticos de património cultural, que se deverá articular com museus, artesanato, paisagens, parques naturais, restaurantes e rotas gastronómicas e de vinhos, etc., aproveitando ao máximo todos os recursos de um mesmo território cultural. III.3.18. Promover a formação de recursos humanos em áreas tradicionais, nomeadamente em profissões em extinção, relacionadas com a execução e/ou restauro; III.3.19. Optimizar comunicação; Ana S. Faria, 2008.03.10 os circuitos de informação, de conhecimento e de PROT-C PATRIMÓNIO CULTURAL 47 BIBLIOGRAFIA PRINCIPAL BIBLIOGRAFIA CONSULTADA ALARCÃO, Jorge; O domínio Romano – O Reordenamento do territorial, in Nova História, (SERRÃO, Joel; MARQUES, A.H.Oliveira; Coord.s), vol I, Ed. Presença, Lisboa, 1990 ALMEIDA, João; Roteiros dos Monumentos Militares Portugueses, Lisboa, 1945 ALMEIDA, José António Ferreira de (Coord.); Tesouros Artísticos de Portugal, ed. Selecções do Readers Digest (Portugal), Lisboa, 1976 AZEVEDO, Carlos A Moreira; Dicionário de História Religiosa de Portugal, Ed. Círculo de Leitores, 4 vol.s, Lisboa, 2000-2001 AZEVEDO, Carlos A Moreira; História Religiosa de Portugal, Ed. 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