Senhas seguras Entenda porque a diversidade e criatividade são as melhores escolhas Muitas recomendações são feitas a respeito da segurança das senhas que utilizamos no nosso dia-a-dia. Seja a senha da conta bancária, de acesso à Internet, do logon na rede da empresa onde trabalhamos, e até mesmo da caixa postal do nosso celular. Todas as regras dizem mais ou menos a mesma coisa: mantenha o sigilo da sua senha, não a divulgue, evite anotá-la, não deixe que ninguém a veja enquanto a estiver digitando no terminal bancário ou caixa automático, troque a senha de tempos em tempos, evite senhas óbvias - como por exemplo: data do nascimento, nome da mulher, dos filhos, placa do carro, etc. Evidentemente, todas estas regras são válidas e algumas até podem ser seguidas com certa facilidade. Outras, nem tanto. Caso se queira trocar a senha da conta bancária, por exemplo, não é tão simples assim. É um processo que, na maioria dos bancos, leva alguns dias. Depois do pedido, a nova senha costuma ser enviada ao cliente em envelope lacrado, sujeita a confirmações, etc. Enfim, o processo pode ser lento e burocratizado. No entanto, em outros tipos de senhas, como login na rede da empresa, ou nossa senha na Internet, a realidade já é um pouco diferente. As regras que citamos são perfeitamente válidas. Todavia, sabemos que não existem sistemas totalmente seguros, ou seja, segurança 100% eficaz, não existe - os hackers que o digam. Uma senha - ou password - num sistema computacional serve para autenticar o usuário, ou seja, "eu sou eu mesmo". Então surge a dúvida: como escolher uma boa senha? Uma boa senha, segundo uma das cartilhas de segurança na Internet, por exemplo, deve ter pelo menos oito caracteres. Segundo este princípio, a descoberta da mesma por tentativas é muito mais difícil e complicada que o de uma senha com quatro dígitos (utilizada pela maioria dos usuários). Uma regra de ouro para uma boa senha é de que ela não faça parte de nenhum dicionário, ou seja, não seja uma palavra comum. Ela pode, neste caso, ser composta por letras, números, caracteres especiais e, de preferência, que não haja repetição - por exemplo: Vxo1arcp. Quanto mais "bagunçada", melhor sob o aspecto de segurança, vejamos esta: OdIampdU. Esta é difícil, não é? Então vão perguntar: como eu faço para memorizar um nome feio desses? É fácil, desde que tenhamos alguma regra dentro de nossa mente. No caso acima, poderia ser composta pelas primeiras letras do começo do Hino Nacional Brasileiro: Ouviram do Ipiranga às margens plácidas, de um povo heróico... É claro que cada um de nós deve escolher uma música, ou um poema preferido etc, senão... todos teríamos a mesma senha. Outra pergunta que surge normalmente é: qual é a freqüência ideal para a troca da senha? A troca periódica é, sem dúvida, uma boa prática afim de preservar a integridade da senha. No caso de usuários da Internet, a recomendação é trocá-la a cada dois ou três meses. Para uso no login interno da rede da empresa, a recomendação é de que se troque, no mínimo, mensalmente. Caso suspeite que alguém viu sua senha, não espere, mude-a imediatamente. Manter a senha em segredo representa a sua segurança. Outra questão que surge é: quantas senhas diferentes devo utilizar? Mais uma vez, o que se recomenda é a diversidade. Se você utilizar apenas uma senha para tudo e se alguém mal-intencionado descobrir uma delas, imagine o estrago que poderia fazer... Embora dê muito mais trabalho, o uso de senhas diferentes é o mais recomendável - uma para cada provedor da Internet, uma outra para cada conta bancária, outra para entrar na rede da empresa, etc. Enfim, o seguro morreu de velho. Carlos Caruso é consultor em segurança empresarial E-mail [email protected]