3 Silviane Mannrich Segunda-feira, 7 de abril de 2014 Anderson da Costa Professor desperta o interesse pela dança nas escolas públicas de lages Anderson Costa com os seus alunos. Ele fala das muralhas que precisa vencer para motivar e montar os grupos de dança na cidade Anderson da Costa, 31 anos, é apaixonado por dança desde quando era pequeno e trabalha com dança de rua há mais de 14 anos. Formado em educação física, ensina dança para crianças estudantes de escolas municipais. Ele foi incentivado por familiares e seguiu com a dança. Estudou a vida toda em escola pública e hoje é professor. “Desde criança, as pessoas me procuravam para fazer apresentações e eu comecei a ganhar cachês. O que levo a sério é a dança de rua, o street dance”, destaca. Ele trabalhou por sete anos na Escola Lupércio de Oliveira Koech. Com o grupo, ganhou prêmios. “Participamos de um festival do Mercosul em Bento Gonçalves (RS) e sempre trouxemos premiações, mesmo com toda a dificuldade porque tivemos que ir atrás de figurino e as crianças precisavam fazer rifas, pois nunca tínhamos auxílio para as viagens”, afirma. Anderson dá aulas no Caic Irmã Dulce, no Bairro Guarujá, e Nossa Senhora das Graças, no Santa Catarina, mas diz que, às vezes, sente-se desmotivado por falta incentivo à dança. “Ficaria mais fácil se tivéssemos recursos e patrocínio. Queremos levar as crianças além do mundo delas, conhecer outros grupos maiores e outra realidade. As crianças que levamos para os concursos mostraram seu potencial, competiram com grandes companhias. Fomos para ganhar conhecimento, mas acabávamos vindo com troféu e medalha.” Muitas crianças de outras escolas vem até o Caic para fazer as aulas, algumas começaram com cinco seis anos e hoje estão com 15 anos e que querem continuar na dança. O Projeto é aberto à comunidade. OPORTUNIDADE| Anderson e seus grupos sempre eram convidados para se apresentar no Colégio Santa Rosa de Lima e eles sentiram a dificuldade no próprio colégio de não um grupo de dança. Assim, foi convidado para dar aulas lá. Há sempre destaques na dança e muitas crianças conseguiram bolsas de estudos na escola por mostrarem desenvoltura na arte. Para ele, o preconceito com me- ninos que dançam sempre teve. “Na nossa cidade, a cultura gauchesca e tradicionalista está muito presente, é difícil abrir espaço para outros segmentos. Nunca tive preconceito, meus pais sempre me apoiaram, mas sinto o preconceito dentro das escolas, com os meninos que fazem dança. A dança de rua é mais voltada para os meninos, mas a maioria são do sexo feminino”, ressalta. A dança ajuda no desenvolvimento da criança, na coordenação motora, a ter mais disciplina e força de vontade. “Eu sempre falo que não é porque está dançando que não tem que ter um compromisso com os estudos. A memorização que eles precisam para fazer uma prova, por exemplo, é a mesma que eles precisam para memorizar os passos das coreografias”, completa o professor. Eu sempre falo que não é porque está dançando que não tem que ter um compromisso com os estudos. Na dança, eles precisam memorizar os passos”. Rudimar Cifuentes Artista plástico de Lages, ele ajuda a fomentar e desenvolver o setor cultural da cidade.