REVISTA MULTIDISCIPLINAR DA UNIESP
150
A INCLUSÃO DIGITAL DOCENTE: DO GIZ A ERA
COMPUTACIONAL
PUCCI NETO, João1
Resumo: Este estudo objetivou analisar o nível de conscientização docente sobre a
importância da constante atualização de novas tecnologias para uma formação
educacional adequada. Primeiramente houve pesquisa qualitativa, realizou-se uma
revisão de literatura, com finalidade de contribuir para que a ação docente possa estar de
fato preparada para enfrentar as mudanças da sociedade globalizada que prima cada vez
mais por profissionais qualificados e constantemente atualizados. Realizou-se também
uma coleta de dados através da aplicação de um questionário fechado, pretendendo
analisar e comparar se o que foi estudado na teoria realmente é refletido e realizado na
prática pelos docentes para posteriormente se estabeleçam parâmetros para a resolução
da problemática analisada.
Palavras-chave: inclusão digital – novas tecnologias – inclusão digital.
This study aimed to analyze the level of teacher awareness about the importance of the
constant updating of new technologies for an adequate education. First there was
qualitative research, a literature review, with purpose to help the teacher action can in
fact be prepared to face the changes of the global society to press for increasingly
qualified and constantly updated. There was also a collection of data by application of a
closed questionnaire, to examine and compare what it was studied in the theory really is
reflected and realized in practice by teachers to be established later parameters for
resolving the issues discussed.
Key-words: digital inclusion – new technologies – digital inclusion.
INTRODUÇÃO
A escola brasileira é um espaço de constante interatividade social e uma das
principais instituições que primam pela conscientização da importância da tecnologia
para o desenvolvimento social e cultural do seu alunado e consequentemente da
sociedade. Desta forma, a mesma deve utilizar-se da informação tecnológica de forma
só a buscar benefícios com a mesma, sendo capaz de transformar-se em um ambiente
cada vez mais interessante e podendo gradativamente se tornar uma estrutura
possibilitadora
de
atribuição
de
significados
da
informação
(na
produção,
SABER ACADÊMICO - n º 07 - Jun. 2009/ ISSN 1980-5950
REVISTA MULTIDISCIPLINAR DA UNIESP
151
armazenamento e disseminação) instigando e oportunizando aos alunos formas de
buscá-la e analisá-la, dando a ela um significado pessoal.
Muitos educadores se recusam a admitir inovações, apresentando-se aversivos à
tecnologia, ora por uma visão tecnicista dos mesmos, ora por medo de serem
substituídos pelo computador.
O aumento exponencial da informação aliado às novas tecnologias rumam a uma
nova organização de trabalho, onde se faz necessário a especialização dos saberes; a
transdisciplinariedade e a interdisciplinariedade e o fácil acesso à informação e o
reconhecimento de que o conhecimento deve ser visto como algo extremamente
precioso, como um “patrimônio” que ninguém pode tirar de ninguém.
Assim, perante esta situação desafiadora, as instituições educacionais devem não
apenas incorporar as novas tecnologias como conteúdos do ensino, mas também
reconhecer e partir da realidade e experiência de vida que os alunos têm sobre estas
tecnologias, para elaborar, desenvolver e avaliar práticas pedagógicas que objetivem o
desenvolvimento de uma postura crítica-reflexiva sobre os conhecimentos e os recursos
tecnológicos.
O processo de formação continuada docente deve oferecer oportunidades para
que o professor possa construir conhecimento sobre as novas tecnologias e integrá-las
no processo de ensino-aprendizagem, possibilitando a transição de um sistema
fragmentado de ensino para uma abordagem integradora voltada para a resolução de
problemas específicos do interesse de cada aluno. A formação continuada deve criar
condições para que o professor saiba contextualizar o aprendizado e as experiências
vividas durante sua formação para a realidade escolar conjugado as necessidades de
seus alunos e os objetos pedagógicos que se busca atingir.
INCLUSÃO DIGITAL: CONCEITOS E SEU PANORAMA NO BRASIL
No atual panorama brasileiro das tecnologias de informação encontramos o
termo “Sociedade da Informação”, que se refere a um tipo de sociedade que busca nas
tecnologias de informação e comunicação a troca de informação em formato digital
numa relação de interação entre os indivíduos e entre os mesmos e as instituições,
recorrendo a métodos e práticas que estão sempre em construção.
SABER ACADÊMICO - n º 07 - Jun. 2009/ ISSN 1980-5950
REVISTA MULTIDISCIPLINAR DA UNIESP
152
Para Kumar (1997) sociedade da informação é citada como uma nova forma de
organização e produção da sociedade no mundo, estruturada na educação, no
conhecimento e no desenvolvimento tecnológico e científico. A medida que há essa
nova forma de organização, se faz necessário a criação de procedimentos de ensino em
tecnologias da informação, ou seja, uma forma de inclusão digital ou infoinclusão.
Sabe-se que a inclusão digital no Brasil é impulsionada pelo governo e por
iniciativas de caráter privada e não governamentais (terceiro setor).
Para visualizar mais facilmente essa situação, a ONU criou um novo indicador
de Desenvolvimento Humano: o Índice de Avanço Tecnológico (IAT), desenvolvido
para avaliar a produção e disseminação das novas tecnologias e, além disso, o
aproveitamento pela população.
Foram analisados 72 países onde houve acesso à dados confiáveis. O Brasil
ficou em 43º lugar. O índice leva em conta a criação e capacidade de inovação em novas
tecnologias, desmembramento das mais atuais conquistas assim como das tecnologias
mais antigas (eletricidade e telefonia, por exemplo) e habilidade intelectual, ou seja, a
taxa de escolaridade. O delicado ranqueamento brasileiro, atrás de países como Panamá,
Trinidad e Tobago e Romênia, mostra que precisamos investir ainda muito mais tempo
em recursos tecnológicos2.
UMA NOVA ESCOLA: DO GIZ A ERA COMPUTACIONAL
De uma forma geral a opinião dos educadores é uma só: reconhecem que está
havendo impacto das recentes transformações econômicas, políticas, sociais e culturais
na educação e no ensino, criando com isso a necessidade de uma reavaliação da função
da escola e conseqüentemente dos professores.
Apesar dessas transformações, a escola é extremamente necessária para a
formação de idéias que levam a democratização da sociedade. (LIBÂNEO, 2002, p. 07)
A escola é um espaço de democratização da sociedade, pois é onde abre-se
discussões na relação professor-aluno sobre assuntos anteriormente fundamentados na
visão de autores da área e também é onde os conhecimentos são sociabilizados, a
medida que são disponibilizados a todos que a freqüentam.
SABER ACADÊMICO - n º 07 - Jun. 2009/ ISSN 1980-5950
REVISTA MULTIDISCIPLINAR DA UNIESP
153
Conforme Ferreira (2008), na mudança dos séculos XIX para o XX, o professor
ainda utilizava como instrumento de trabalho apenas a fala em suas aulas, mas com o
surgimento do quadro-negro e do giz, o professor reagiu questionando como seria o
processo da mudança de uma aula dita mais tradicional para uma aula mais moderna, da
qual não estava habituado.
Com o passar do tempo o giz vem cedendo espaço ao computador para se
adequar ao mundo globalizado que se conecta as novas tecnologias, sendo assim o
professor precisa investir continuamente na construção e reconstrução de seus
conhecimentos pedagógicos e tecnológicos, procurando dessa forma criar uma reflexão
do impacto que essas inovações têm causado nas instituições de ensino, levando em
consideração as condições de trabalho que lhe são oferecidas. (SANTOS, 2003, p. 07)
O docente na atualidade se encontra perante um desafio enorme a ser encarado,
pois além de ter que se atualizar constantemente para acompanhar a tal evolução
tecnológica, precisa estar atento aos recursos que lhe são oferecidos e também se
preocupar como o aluno irá receber esse novo aprendizado. E ainda para Ferreira
(2008), atualmente a situação da dificuldade de um professor se adaptar à nova
realidade do uso das novas tecnologias nos trabalhos educacionais não é diferente.
RELAÇÕES PROBLEMÁTICAS ENTRE AS NOVAS TECNOLOGIAS E A
EDUCAÇÃO
A educação acontece em várias agências da vida, seja por meio familiar,
religioso, social, empresarial, clubes, sindicatos, na rua. Na própria cidade através de
iniciativas onde a população participa na criação de programas culturais e também na
organização, funcionam também como agências educativas.
Para LIBANÊO (2002, p. 59) em relação às problemáticas entre as novas
tecnologias e a educação, numa ligação entre o sistema produtivo e o setor educacional,
a literatura especializada mostra algumas delas, citadas e descritas a seguir.
_ As necessidades do novo paradigma produtivo e a propalada universalização da
escolarização básica;
_ a multiplicidade dos meios de comunicação na sociedade informacional e a morte da
escola;
SABER ACADÊMICO - n º 07 - Jun. 2009/ ISSN 1980-5950
REVISTA MULTIDISCIPLINAR DA UNIESP
154
_ o uso da tecnologia informática na escola e a substituição da relação docente;
_ o impacto das NTCI (Novas tecnologias da comunicação e informação) na escola e a
pouca receptividade dos educadores escolares em relação aos processos de inovação
tecnológica.
A MULTIPLICIDADE DOS MEIOS DE COMUNICAÇÃO NA SOCIEDADE
INFORMACIONAL E A MORTE DA ESCOLA
Outro papel de analisar o impacto das NTCI na educação é descartando o papel
da escola na sociedade da informação, pois a mesma não teria sentido numa sociedade
onde existem inúmeros meios de comunicação.
Pensar numa sociedade sem a escola seria uma alienação, pois sabemos que a
realidade do país mostra que muitas pessoas não têm acesso a outros meios
informacionais que não sejam por meio da mesma.
É explícito que sempre haverá a necessidade da existência da escola, pois ela
cumpre funções que não são providas por nenhuma outra instância, sendo ela
considerada cada vez mais um “espaço de síntese”, onde os alunos aprendem a
pensarem criticamente ao atribuir significados pessoais às informações recebidas pelos
meios de comunicação tecnológicos.
È necessário que a escola propicie aos alunos não só condições para a procura de
informações mas também para criação das mesmas.
O USO DA TECNOLOGIA INFORMÁTICA NA ESCOLA E A SUBSTITUIÇÃO
DO DOCENTE
Podemos considerar ilusório o fato de que os recursos tecnológicos podem
substituir a relação pedagógica convencional, onde seria possível a aprendizagem
completa apenas com a relação do aluno e as novas tecnologias.
Não se pode esquecer em nenhum momento de que somente com o uso das
novas tecnologias seria possível descartar as características da aprendizagem escolar, a
medida que o valor dessa aprendizagem está em proporcionar aos alunos significados da
SABER ACADÊMICO - n º 07 - Jun. 2009/ ISSN 1980-5950
REVISTA MULTIDISCIPLINAR DA UNIESP
155
ciência e cultura através de mediações cognitivas e interacionais que supõem a relação
docente.
Torna-se visível que as novas tecnologias acabam influenciando e desordenando
os modos tradicionais de ensino das práticas docentes. Existem efeitos cognitivos
positivos produzidos pela pedagogia das novas tecnologias de informação, o que não
quer dizer que somente através destes pode-se haver mudanças, mas também através da
pedagogia tradicional.
O IMPACTO NTCI (NOVAS TECNOLOGIAS DA COMUNICAÇÃO E
INFORMAÇÃO)
EDUCADORES
NA
ESCOLA E
ESCOLARES
EM
A
POUCA
RELAÇÃO
RECEPTIVIDADE
AOS
PROCESSOS
DOS
DE
INOVAÇÃO TECNOLÓGICA
Sabe-se que interior das instituições educacionais, os professores e especialistas
da área da educação acabam por resistir às inovações das novas tecnologias,
expressando entraves à disposição favorável a uma formação tecnológica teórica e
prática.
Em nosso país quase sempre é feita uma associação entre educação e
desenvolvimento tecnológico, por meio de uma visão tecnicista vindo desde o período
da ditadura militar, gerando barreiras políticas à utilização das novas tecnologias, e
também barreiras culturais e sócias, tais como, o medo do ser humano ser trocado pela
máquina, de sofrer ameaças em seu emprego, formação inadequada ou uma formação
incompleta no que se refere a tecnologia.
Para se evitar tais barreiras citadas acima, é preciso então ser trabalhado na
formação inicial e também continuada dos professores, a integração das NTCI no
quadro formacional e curricular.
A FORMAÇÃO DE PROFESSORES PARA A NOVA ERA
Para FREIRE (1989, p. 15) o compromisso do profissional com a sociedade leva
em consideração a análise de alguns pontos, dentre eles o de que a primeira condição
para que um ser assuma um ato comprometido é ser capaz de agir e refletir, ou seja, ter
SABER ACADÊMICO - n º 07 - Jun. 2009/ ISSN 1980-5950
REVISTA MULTIDISCIPLINAR DA UNIESP
156
a capacidade de atribuir a sua consciência para a própria forma de estar sendo, que
condiciona sua consciência de estar.
Essa capacidade de atuar, transformar, operar a realidade de acordo com as
finalidades atribuídas pelo ser humano, a qual está associada a sua capacidade de
refletir, que o torna um indivíduo da práxis, ou seja, da prática.
Vale ressaltar a importância da função do docente tanto no contexto institucional
quanto e principalmente no desenvolvimento do alunado. É uma nova concepção de
interação ligada à “ação e reflexão”, sendo necessário então que se conheçam e
discutam fundamentos que compõem algumas teorias dos estudiosos da área da
educação. (SANTOS, 2003, p. 35).
Ainda para FREIRE (1989, p. 19) torna-se interessante analisar o compromisso
do profissional com a sociedade, tem-se também que reconhecer que ele, antes de ser
profissional, é um homem, e por assim ser deve ser comprometido por si mesmo. Como
um homem, não pode estar excluído de um processo histórico-social em cujas interrelações constrói seu eu.
Assim, o autor quer dizer que quanto mais as pessoas se capacitam como
profissionais, quanto mais sistematizam suas experiências, quanto mais se utilizam do
patrimônio cultural que é patrimônio de todos e a qual todos devem servir, mais
aumenta a responsabilidade com os homens. O profissional desta forma deve ampliar
seus conhecimentos em torno do homem, de sua forma de estar sendo no mundo,
substituindo a visão ingênua da realidade por uma visão crítica da realidade.
O professor como profissional da educação, deve ser sujeito de seu próprio
desenvolvimento docente, participando da elaboração da proposta pedagógica da escola,
zelando pela aprendizagem dos alunos, e participando efetivamente do planejamento e
das avaliações das atividades escolares e de articulação com a comunidade.
“Por isso, o tema da formação de professores assume no Brasil de hoje
importância crucial, ainda que a questão de fundo continue sendo as políticas públicas e
as efetivas condições de funcionamento das escolas públicas” (LIBÂNEO, 2002, p. 07).
Muitos estudiosos da área da Educação afirmam que a qualidade de ensino é
determinada tanto ou mais pela formação contínua dos professores do que pela sua
formação inicial. A formação continuada de professores se dá pelo fato do educador
necessitar constantemente repensar e refletir sobre sua prática docente, passando a ter
SABER ACADÊMICO - n º 07 - Jun. 2009/ ISSN 1980-5950
REVISTA MULTIDISCIPLINAR DA UNIESP
157
um papel fundamental na atividade profissional, pois o seu sucesso de formação não
deve ser apenas pontual, mas permanente.
Ainda para Libâneo (2002, p. 85) uma postura ampliada sobre o assunto seria a
de que acoplada a idéia de os sujeitos da formação inicial e continuada submeterem os
problemas de sua prática docente a uma crítica reflexiva, desenvolvam ao mesmo tempo
uma apropriação teórica da realidade em questão.
Tal formação crítica reflexiva visa contribuir para o desenvolvimento
profissional do professor na melhoria da qualidade de ensino, isto é, compete ao mesmo
participar ativamente dos programas, projetos e ações de formação continuada que
visam qualificar o trabalho docente. São opções também de formação continuada de
professores a realização de diversas modalidades de treinamento, pois estes servem para
aumentar a eficácia pedagógica, sobretudo após alguns anos de experiência no ensino.
INOVAÇÕES TECNOLÓGICAS
A revolução da tecnologia da informação ocorre quando a atual sociedade, em
sua essência industrial passa por uma transformação radical, incentivada pela explosão
das informações e globalização das comunicações. (SANTOS, 2003, p.21)
Inovações tecnológicas referem-se à implementação de processos e produtos
tecnologicamente novos e aperfeiçoamentos significativos da tecnologia. Quando a
inovação tecnológica for introduzida no mercado se equivalerá a novos produtos, e
quando ela for efetivamente utilizada no processo de produção fará referência a novos
processos. A introdução de novas tecnologias implica em um aprimoramento objetivo
do desempenho de um produto ou da maneira como ele é fabricado ou distribuído.
Para Santos (2003, p. 24) as inovações tecnológicas propiciam e atraem
conhecimentos e talentos mundiais, conseqüentemente contribuindo para sua acelerada
transformação, onde a informática introduz novas concepções de pensamentos e
interações sobre o mundo.
Essas novas concepções de pensamentos e interações sobre o mundo
introduzidas pela Informática estão presentes em inúmeros projetos e programas muito
interessantes na sociedade, tais como os citados a seguir.
SABER ACADÊMICO - n º 07 - Jun. 2009/ ISSN 1980-5950
REVISTA MULTIDISCIPLINAR DA UNIESP
158
O objetivo de melhorar as condições da formação continuada do docente se
refere a uma das premissas básicas da SEED (Secretaria de Educação a Distância) e do
MEC (Ministério da Educação), este último que tem criado alguns programas de
impacto na sociedade, tais como a Proformação, a TV escola e o PROINFO (Programa
Nacional de Informática na Educação). Nesse mesmo sentido o MEC patrocinou o
Projeto Educom (1985-1991), que objetiva o desenvolvimento de pesquisas e
metodologias sobre a utilização de recursos pedagógicos tecnológicos como o
computador. (SANTOS, 2003, p. 55)
CONCLUSÃO
Pode-se concluir, pelo estudo realizado e pelo estudo de caso, a perfeita
aplicabilidade de novas tecnologias nas instituições de ensino, bem como para os
docentes e discentes, para servir como auxílio e não substituição total do ensino
tradicional.
É evidente que um dos assuntos de maior enfoque atualmente no contexto da
educação brasileira, é o da inclusão digital. Ocorre nesse momento um grande
crescimento da era computacional, acompanhada de uma boa fase da economia nacional
reduzindo o custo dos equipamentos de informática e facilitando assim a aquisição dos
mesmos tanto para empresas, escolas, bem como para pessoas físicas.
Diante disso, a realização deste estudo e execução do projeto em questão veio da
necessidade de se visualizar um problema muito atual, mas que ainda se faz difícil de
encontrar soluções consistentes para respondê-lo, que é: como enfrentar a resistência
docente frente à transição “do giz” para a era digital?
Surgiu então, a proposta da existência de novos parâmetros que objetivem
facilitar e encurtar o caminho para essa adaptação e atualização por parte dos docentes,
através de capacitações, programas (softwares), cursos e etc.
Com esse trabalho também foi possível identificar as limitações sócio-culturais
presentes no contexto educacional e enfrentadas pelos docentes na busca por uma
educação de qualidade que abranja a inclusão digital, bem como propor novas formas de
capacitação profissional docente principalmente aquelas ligadas a área tecnológica.
SABER ACADÊMICO - n º 07 - Jun. 2009/ ISSN 1980-5950
REVISTA MULTIDISCIPLINAR DA UNIESP
159
Foi possível também verificar através do estudo de caso intitulado “novas
tecnologias no trabalho docente no ensino superior” as possibilidades e a viabilidade da
transformação de uma ação docente resistente para ações flexíveis que permitam uma
adaptação tecnológica coerente às experiências de vida docente e principalmente do
alunado, além da análise do uso das novas tecnologias no trabalho docente na
interpretação dos gráficos referentes às questões investigadas.
Assim, concluiu-se que para os docentes questionados, é de extrema importância
a
constante
atualização
capacitacional
das
novas
tecnologias
para
melhor
desenvolvimento do processo de ensino-aprendizagem na relação docente-discente
perante um mundo globalizado. A maioria dos entrevistados acredita na importância do
uso das novas tecnologias no seu trabalho docente, além de utilizarem na preparação e
durante suas aulas, trabalhos e avaliações algum tipo de recurso tecnológico.
Verificou-se ainda que todos acreditam que as novas tecnologias de ensino,
incentivam a crença de que o computador e os outros meios ajudam na relação
pedagógica tradicional e que não é possível uma aprendizagem completa apenas com a
presença do aluno diante dos equipamentos de informática.
Apesar da maioria dos docentes terem entendido que o uso das novas
tecnologias na escola não traz aspectos negativos e /ou prejudiciais ao processo de
ensino aprendizagem docente, sabe-se que esse uso em excesso pode trazer aspectos
negativos e prejudiciais a formação discente.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
FREIRE, Paulo. Educação e mudança. 15. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1979.
KUMAR, Krishan. Da sociedade pós-industrial à pós-moderna: novas teorias sobre o
mundo contemporâneo. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1997.
LIBÂNEO, José Carlos. Adeus Professor, adeus Professora? Novas Exigências
educacionais e profissão docente. 6 ed. São Paulo: Cortez, 2002.
SANTOS, Maria Lúcia. Do giz à Era Digital. São Paulo: Zouk, 2003.
SABER ACADÊMICO - n º 07 - Jun. 2009/ ISSN 1980-5950
REVISTA MULTIDISCIPLINAR DA UNIESP
160
1
Especialista em Docência no Ensino Superior e Docente do curso de Sistemas de Informação
da Faculdade de Presidente Prudente (UNIESP).
2
O que é Inclusão Digital. Disponível em: <http://cidadania.terra.com.br/interna/
0,6974,OI96838-EI1234,00.html>. Acesso em: 14 set 2008.
Artigo Recebido em 13 de maio de 2009.
Aprovado em 05 de junho de 2009.
SABER ACADÊMICO - n º 07 - Jun. 2009/ ISSN 1980-5950
Download

a inclusão digital docente do giz a era computacional