Impresso Especial 28.907.166.-2/04/BR/PA CRM-PA CORREIOS ANO xIII • Nº 82 / março e abril de 2010 Código de Ética Médica Nova era na medicina Páginas 6 e 7 Y u ji I ku ta Médico fala sobre a atuação da ABJB no pará Página 3 O p r i me i r o o f ta lmo lo g ista artigo lembra Gama Lobo, um paraense pioneiro Página 11 EDITORIAL U m novo Código de Ética entra em vigor. Melhor seria dizer um Código revisto e atualizado para acompanhar os avanços da medicina e da sociedade ao longo destes mais de vinte anos, tempo de vigência do Código anterior. E se se achou necessário rever o Código de 1988 este, após um trabalho de dois anos, se mostrou atual mesmo para os nossos dias, sendo-lhe acrescentado tópicos que ainda não existiam ou eram insipientes naquela ocasião, como por exemplo as questões envolvendo reprodução, experimentos genéticos, autonomia e cuidados paliativos, a responsabilização de gestores e dirigentes dos órgãos de saúde, tópicos representativos do desenvolvimento do pensamento bioético, da genética de do reconhecimento de uma política pública de saúde baseada no SUS. Simbolizado pelo deus romano Jano, cuja representação é a de um ser com duas cabeças, ambas olhando para direções opostas, a mensagem deste Código é a de que a medicina brasileira e os Conselhos que a representam estão com o seu olhar voltado para o futuro, sem descurar das lições do passado. O lançamento da nova edição do CEM ocorreu em meio a uma cerimônia em Brasília e é o mote de nossa matéria principal deste número do Jornal CRM-PA. Às páginas 6 e 7. Lá apresentamos ainda algumas das atualizações contidas na edição Márcio Faria Código é lançado em Brasília Conselheiros de todo o Brasil participaram do lançamento do CEM Código tem mensagem clara: olhar o futuro sem se descuidar das vitórias do passado Endereço: Avenida Generalíssimo Deodoro, 223. Fone: (091) 3204-4000 • Fax (091) 32044012 • CEP. 66.050-160 • Belém - Pará [email protected] Paulo Sérgio Guzzo 2º secretário; José Antonio Cordero da Silva 1º Tesoureiro Jorge Wilson Tuma 2º Tesoureiro Aristoteles Guilliod de Miranda Corregedor Tereza Cristina de Brito Azevedo Vice-corregedor Maria de Fátima Guimarães Couceiro Presidente; Joaquim Pereira Ramos Vice-presidente; Terezinha de Jesus de Oliveira Carvalho 1º secretário; Conselheiros: EFETIVOS: Altino Mendes de Nóvoa Neto, Antonio Gonçalves Pinheiro, Antonio Jorge Ferreira da Silva, Amaury Braga Dantas, Aristoteles Guilliod de Miranda, Arthur da Costa Santos, Benedito Pedro Resque de Oliveira, Edson Yuzur Yasojima, Francisco CRM-PA 2 revista e ampliada. À página 8, o médico Adolfo Fischer fala sua paixão pela pintura e de como o exercício dessa arte o inspira a trabalhar melhor em sua profissão. A história do paraense Gama Lobo, o primeiro oftalmologista do Brasil, está revelada no artigo do médico e pesquisador José Maria de Castro Abreu Jr, à página 5. Leitura imperdível. Reflexões sobre o início da car- reira médica, e a consequência das escolhas que os recém-formados irão tomar diante dos desafios que a atividade lhes oferece são temas do artigo do conselheiro do Cremepa, Antonio Jorge. À Página 9. As páginas 10 e 11 merecem ser lidas com atenção por médicos e prestadores de serviços, já que alertam sobre providências a serem tomadas junto CRM-PA. Boa leitura a todos! Ferreira de Souza Filho, Joaquim Pereira Ramos, José Antonio Cordero da Silva, Jorge Wilson Tuma, Marcus Vinícius Henriques Brito, Maria do Carmo Lima de Mendes Lobato, Maria de Fátima Guimarães Couceiro, Maria de Nazaré Paes Loureiro, Oscar Pereira Júnior, Paulo Sérgio Guzzo, Rosângela Brandão Monteiro, Terezinha de Jesus de Oliveira Carvalho SUPLENTES: Adelso Aparecido Pedrosa, Antonio Carlos Alves da Silva, Antonio Cerejo Ribeiro de Almeida, Benedito Paulo Bezerra, Carlos Alberto Vaz Conceição, Emanoel Conceição Resque de Oliveira, Fernando Augusto Fonseca Monteiro, Frederico José Correa Lobato, Ilcioni Gomes Pereira, José Roberto Tuma da Ponte, Lúcio Izan Puget Botelho, Maria Cristina Vilhena C. Mendonça Rocha, Maria da Conceição Ferreira Pinto, Robson Tadachi Moraes de Oliveira, Rosa Maria Mesquita Milhomen da Costa, Rui Sérgio Monteiro de Barros, Teiichi Oikawa, Tereza Cristina de Brito Azevedo, Wilson Niwa. Jornal CRM-PA Jornalista responsável: Ailson Braga Textos e reportagens: Ailson Braga Projeto gráfico e editoração eletrônica: Soraya Pessoa e Hamilton Braga Conselho editorial: Maria de Fátima Guimarães Couceiro, Aristoteles Guilliod de Miranda e Amaury Braga Dantas Publicidade: 3204-4016; Periodicidade: bimestral; Tiragem: 6.000 exemplares; Distribuição: gratuita ENTREVISTA Ailson Braga YUJI IKUTA Parceria em nome do desenvolvimento Presidente da Associação Paraense dos Bolsistas Japão-Brasil (ABJB) fala sobre a atuação da entidade, da cooperação técnica entre Japão e Brasil e dos cursos e treinamentos oferecidos pela Jica n Dr. Yuji, explique melhor o que é a ABJB? rA Associação Paraense dos Bolsistas Japão-Brasil (ABJB) foi fundada em 25 de abril de 1988, com a missão de promover o fortalecimento dos laços sócio-culturais que unem o Brasil e o Japão, congregando todos aqueles que participaram de bolsas de estudos oferecidas pelo governo japonês, tais como Jica, Monbusho, Governo das Províncias e outros. nQual o papel da ABJB? rAlém de reunir e representar os bolsistas, a ABJB tem procurado divulgar os programas de treinamento técnico e estudos de pós-graduação do governo japonês, trabalhar para estimular a conscientização das entidades nacionais para a importância da renovação tecnológica no processo de desenvolvimento regional e concorrer para uma maior compreensão dos problemas e assuntos brasileiros e japoneses. A ABJB utiliza diversos meios e procedimentos, entre os quais é possível destacar: a coordenação e divulgação de informações gerais técnicas, econômicas e estatísticas e a promoção de estudos, pesquisas e trabalhos de cooperação técnica científica e cultural. Nos últimos anos tem realizado, de forma independente ou em convênio, programas, seminários, cursos e outras atividades afins, nos âmbitos nacional e internacional. nQuais as bolsas que a Jica oferece para a área de saúde? rA Jica oferece bolsas e treinamentos para todas as áreas. Na saúde não é diferente. Há bolsas para todas as áreas, incluindo medicina, enfermagem, psicologia etc. As áreas de atuação prioritárias para a cooperação com o Brasil são: meio-ambiente, redução das desigualdades e cooperação tripartite. Entre as modalidades básicas dessa cooperação podemos destacar o treinamento no Japão, os projetos de cooperação técnica, as bolsas de estudo no Japão e o programa de treinamentos para terceiros países (TCTP), entre outros. nQuando se fala na JICA, os cur- sos e treinamentos são oferecidos de que forma? rDe três formas: como cooperação técnica; cooperação triangular; cooperação na área de ciência e tecnologia. Os cursos e treinamentos são oferecidos para brasileiros e descendentes de japoneses. Atualmente são recebidos cerca de 8.000 técnicos por ano no Japão, originários de países em desenvolvimento de todo o mundo; como disse antes nas mais diversas áreas de atuação. nSão quantos cursos e quais os requisitos básicos para se inscrever? rSão oferecidos cursos para pessoas de ambos os sexos de 22 a 55 anos e é preciso ter o domínio das línguas inglesa ou japonesa – dependendo da instituição receptora no Japão. Foram recebidas para treinamento no Japão 170 pessoas em 2009. Desde o início do Programa de Treinamento no Brasil foram recebidos 9.500 brasileiros. nQual o objetivo desse programa? rPrincipalmente é o de solucionar o problema dos países em desenvol- vimento, atuando como uma ponte entre os povos do Japão e destes países, compartilhando técnicas, conhecimentos e experiências, promovendo a cooperação internacional. A idéia é promover também uma melhor qualidade de vida, tanto para os bolsistas quanto para as comunidades que serão atendidas por estes profissionais. A prévia da lista de cursos para o ano de 2010 (que abrange o período de abril/2010 a março/2011) pode ser encontrado no endereço http://www.jica.go.jp/ bazil.portuguese/office/courses nE no Brasil? rExiste uma cooperação tripartite com o Curso de Geriatria e Gerontologia da PUC de Porto Alegre e também em Minas Gerais e em São Paulo, na cidade de Campinas. O Japão criou um Centro de Treinamento que serve de base para atender países vizinhos da América do Sul;este centro de treinamento - localizado no Brasil - também é referência para pessoas moradoras residentes nos países africanos de língua portuguesa. Anuncie no Jornal CRM-PA Temos uma tabela de preços que cabe em qualquer orçamento. Consulte-nos. Informações com Cirlene 3204-4016 ou pelo e-mail [email protected] 3 CRM-PA coluna do cfm Os médicos e a propaganda A Codame Nacional tem por objetivo uma horizontalização do funcionamento das Codames por todo o País Q Dr. Antonio Gonçalves Pinheiro uestões sempre polêmicas no exercício da medicina,a propaganda e a divulgação de assuntos médicos, aparentemente pacificadas pela Resolução CFM nº1701/2003, continuam sendo motivo de enorme acúmulo de casos de apuração nos Conselhos Regionais e Federal de Medicina. Cada Conselho Regional de Medicina tem organicamente cons- tituída sua Codame (Comissão de Divulgação de Assuntos Médicos), as quais devem ser disciplinadoras da matéria, com opiniões fundamentadas que são levadas ao plenário quando configurada a possibilidade de infração ética. Nesta nova gestão do Conselho Federal de Medicina, atendendo a uma necessidade apresentada quando do planejamento de ações, criouse a denominada Codame Nacional, comissão que tem por objetivo uma horizontalização do funcionamento das Codames por todo o País. Tendo comparecido à reunião desta Comissão Nacional no último dia 30 de março, representando o Cremepa por designação da nossa Diretoria, pude constatar a necessidade desta regulação nacional, questão que a Codame local já propunha antecipadamente. Nossa visão é a de que devemos nos concentrar em dois aspectos básicos. O primeiro é de caráter interpretativo das normas vigentes e o segundo de caráter evolutivo. No primeiro há vertentes que se apresentam claras: diferença entre propaganda e divulgação de assuntos médicos; configuração de sensacionalismo e de autopromoção. No segundo, deve disciplinar-se prin- cipalmente: meios de comunicação – internet. Outra sugestão é a de que se regulamente a possibilidade de, em casos de primariedade e manifestado o aceite da orientação da Codame, ser efetivado um termo de ajuste entre o CRM e o médico envolvido. Vamos portanto ao debate já com a interessante atividade do nosso setor do Cremepa muito bem estabelecido, mas também com o sentimento da necessidade desta norma de caráter nacional para o exercício de decisões equanimes e justas. Decididamente, os médicos brasileiros devem saber que há parâmetros para a publicidade ética e bem executada, e que valem para todos, em qualquer meio de comunicação e em todo o território na- PROCESSO-CONSULTA CFM Nº 7581/09 – PARECER CFM Nº 01/2010 INTERESSADO: Associação Médica Nacional dos Médicos Peritos da Previdência Social – ANMP. ASSUNTO: Exercício profissional dos Peritos Médicos Previdenciários. RELATOR: Cons. Gerson Zafalon Martins EMENTA: Nenhum órgão ou instituição tem competência para determinar o tempo de avaliação médica ou estabelecer o número de atendimentos médicos para qualquer carga horária ou atividade médica. DA CONSULTA Em documento encaminhado ao Conselho Federal de Medicina, o Diretor-Presidente da Associação Nacional dos Médicos Peritos da Previdência – ANMP formula consulta nos seguintes termos: “Atualmente, os Peritos Médicos Previdenciários têm sido submetidos a uma situação que parece contrariar diversos ditames da ética médica: tem-lhes sido imposto um limitador de 20(vinte) minutos para o tempo de realização das perícias em segurados do INSS. Como não bastasse, também é recomendado um número mínimo de 24 (vinte e quatro) perícias diárias a serem realizadas, o que torna a atividade demasiado exaustiva, sendo o período de trabalho destes servidores sucessivamente preenchido com perícias, sem que reste tempo hábil para estudos de casos ou elaboração de laudos qualificados. Dessarte, solicitamos, em conformidade com o que determina o art. 10, XII, do Regimento Interno do Conselho Federal de Medicina, a emissão de parecer técnico com o objetivo de se determinar: CRM-PA 4 a) Se é possível a limitação temporal das perícias realizadas no âmbito do Instituto Nacional do Seguro Social. b) Em caso afirmativo à questão do item a, se é suficiente o tempo de 20 minutos para a realização de perícia médica detalhada, bem fundamentada e compatível com os preceitos éticos e profissionais do exercício da medicina. c) Se a realização de 24 perícias diárias pelos Peritos Médicos Previdenciários possibilita a realização de perícias igualmente compatíveis com os ditames éticos, além da emissão de laudos qualificados e o aprofundamento no estudo dos casos com os quais se deparam esses servidores”. DA FUNDAMENTAÇÃO E PARECER O exame médico-pericial na Previdência Social tem por objetivo emitir um laudo técnico que servirá para embasar a decisão final da concessão, ou não de um benefício. O Código de Ética Médica - CEM prevê que “o médico não pode, em nenhuma circunstância ou sob nenhum pretexto, renunciar à sua liberdade profissional, nem permitir quaisquer restrições ou imposições que possam prejudicar a eficiência e a correção de seu trabalho”. No mesmo sentido, o CEM reza que “nenhuma disposição estatutária ou regimental de hospital ou de instituição, pública ou privada, limitará a escolha, pelo médico, dos meios cientificamente reconhecidos a serem praticados para o estabelecimento do diagnóstico e da execução do tratamento, salvo quando em benefício do paciente”. Percebe-se que a limitação estabelecida pelo INSS não coaduna com os preceitos ético-profissionais e que a regulamentação do INSS pode até mesmo prejudicar o paciente, visto que com tão pequena margem de liber- dade, o perito médico não poderá desempenhar sua função com o aprofundamento muitas vezes necessário. Ainda, o CEM veda ao médico receber remuneração ou gratificação por valores vinculados à glosa ou ao sucesso da causa, quando na função de perito ou de auditor. E veda também ao médico deixar de atuar com absoluta isenção quando designado para servir como perito ou como auditor, bem como ultrapassar os limites de suas atribuições e de sua competência, bem como tem direito a justa remuneração pela realização do exame pericial. Essa absoluta isenção exige, por óbvio, a liberdade para determinar o tempo apropriado para cada consulta. O Parecer do CFM nº. 30, de 1990, atualíssimo, relatado pelo Dr. Sérgio Ibiapina Ferreira Costa, diz que “o Conselho Federal de Medicina é solidário com as preocupações dos dirigentes das instituições de saúde que procuram pautar as suas condutas dentro dos ditames éticos, consultando os Conselhos Regionais sobre pontos polêmicos ou duvidosos, como nos parece na matéria em apreço. É com este desiderato que recomendamos as direções hospitalares que procurem estabelecer os parâmetros questionados, junto ao seu corpo clínico e em consonância com as respectivas comissões de ética, decidindo em seu íntimo como prioritário, a humanização do atendimento médico, não impondo a cronometragem como critério de eficiência da atenção ao paciente”. A atividade médico-pericial tem importância capital dentro dos patamares da justiça. É ao mesmo tempo um instrumento de paz social, pela qual se ampara o legítimo direito questionado, e instrumento de controle. Os atos médicos periciais são procedimentos técnico-profissionais que os médicos-peritos realizam na prática pericial, para avaliar e emitir conclusões e pareceres sobre o que examinam, visando a mais lídima justiça. Os médicos peritos estão sujeitos aos preceitos éticos expressos no Código de Ética Médica, as Resoluções do CFM e decisões dos CRM onde estiver inscrito, bem como estão sujeitos aos dispositivos legais de que tratam da matéria. O médico-perito deverá ter total autonomia ética e técnica em relação ao periciado, de modo a preservar a independência no julgamento médico-pericial. O médico perito deverá manter a boa técnica e respeitar a disciplina legal e administrativa, bem como ser justo para não negar o que é legítimo. Ele deve rejeitar pressões de qualquer natureza ou origem, fontes estas que procuram interferir em seu ofício. Os preceitos éticos deverão ser plenamente acatados pelos médicos-peritos. Com esta fundamentação, considero não ser possível a limitação temporal das perícias realizadas no âmbito do Instituto Nacional do Seguro Social para que elas sejam detalhadas, bem fundamentadas e compatíveis com os preceitos éticos e profissionais do exercício da medicina. A imposição de 24 perícias diárias pelos peritos médicos previdenciários é incompatível com os ditames éticos e da boa prática médica, além do que, laudos apressados são insuficientes, incompletos, frágeis e não qualificados. Estes laudos poderão causar injustiça social, pois não concluirão de maneira justa e evidente se o servidor tem, ou não direito ao benefício requerido. Este é o parecer, SMJ. Brasília-DF, 13 de janeiro de 2010 Gerson Zafalon Martins Conselheiro Relator memória 5 CRM-PA Documento dá mais autonomia ao paciente. Avanços da tecnologia e as mudanças nas relações sociais contribuíram para delinear o conjunto de regras. F oram necessários mais de dois anos de trabalho e da análise de 2.575 sugestões encaminhadas por profissionais, especialistas e instituições, entre 2007 e 2009 para que o Conselho Federal de Medicina apresentasse uma edição revista, atualizada e ampliada do Código de Ética Médica (CEM). Integrantes da diretoria do Conselho Regional de Medicina do Pará estiveram em Brasília (DF) no último dia 13 de abril, data que o CEM entrou em vigor e que foi realizado o lançamento da nova edição do código. Representantes de CRMs de todo o Brasil também se fizeram presentes na cerimônia. Entre as novidades e as atualizações aos preceitos já existentes no CEM estão os limites para a distanásia (morte prolongada, com grande sofrimento, gerada por obstinação terapêutica) e proposição de cuidados paliativos; veto à manipulação de células germinativas (células reprodutivas) e reforço à autonomia do paciente. “Com as mudanças implementadas, não perdemos de vista a ética profissional e conseguimos responder à altura aos desafios impostos pelos avanços científicos, tecnológicos e as relações sociais. Por isso, o Código de Ética Médica é um significativo elemento de progresso social e de qualidade sanitária”, afirmou o presidente do CFM, Roberto Luiz D’Avila, que coordenou o grupo responsável pelo trabalho. Oficialmente, o trabalho de revisão teve início em 14 de novembro de 2007, com a primeira reunião da Comissão Nacional de Revisão. O desfecho foi sinalizado na IV Conferência Nacional de Ética Médica, CRM-PA 6 realizada em agosto de 2009. Durante o processo de revisão foram contabilizadas 2.575 sugestões – o Estado que mais contribuiu foi São Paulo, com 689. Médicos e entidades organizadas da sociedade civil tiveram oito meses para encaminhar propostas por meio da edição atual do CEM. O Código engloba temas relacionados à conduta médica que surgiram, principalmente, com o incremento de novas tecnologias e o avanço da ciência médica. Os principais temas propostos foram questões ligadas à medicina do trabalho, direito do médico, princípios fundamentais do CEM, responsabilidade profissional, publicidade médica, condições de trabalho e interferência mercantil das operadoras de saúde. Para Roberto Luiz D’ Avila, presidente do Conselho Federal de Medicina, a atualização do CEM representa a introdução da medicina brasileira no século 21. “O texto do Código não coloca em campos antagônicos o passado e o futuro, o bem e o mal. As regras agora delineadas confirmam no presente o reconhecimento de que o mundo e o homem mudaram. A ciência, a tecnologia e as relações sociais atingiram patamares nunca antes alcançados e, portanto, necessitam de um balizador atual e atento a essas transformações”, opina D’ Avila. Com a edição atualizada do CEM, a distanásia passa a ser considerada, com mais ênfase, antiética e imoral. Em decorrência, veda-se de forma absoluta “a obsessão terapêutica e a cruel tirania da cura com uso de meios extraordinários e desnecessários”, conforme explica o 1º vice-presidente do CFM, Carlos Vital. Segundo ele, a intenção é que não haja o prolongamento ob- Fotos: Márcio Faria Código de Ética Médica O Código de Ética Médica foi aperfeiçoado e atualizado em um trabalho de mais de dois anos sessivo da vida biológica por meio de equipamentos, em detrimento do respeito ao ser humano nos níveis físico, psíquico, social e espiritual. A manipulação de células germinativas é outra prática vedada pelo Código. Fica proibida, por exemplo, a escolha do sexo ou a cor dos olhos de bebês. Mas a terapia gênica (procedimento médico que envolve a modificação genética de células somáticas como forma de tratar doenças) está prevista – prática que ainda está se desenvolvendo e requer grande controle ético. “O Código está de olho no futuro. Acreditamos que a medicina do século 21 será genômica”, explica o professor da Universidade Estadual de Londrina (UEL), no Paraná, José Eduardo de Siqueira, que participou dos trabalhos de revisão do CEM. Fortalecer a tomada de decisões com liberdade é outro objetivo do novo Código. Trata-se do exercício da autonomia. Também estão presentes nas novas diretrizes éticas do CFM a reafirmação de a medicina não ser tolerada como comércio e o repúdio à concepção do doente como consumidor e da saúde como produto, reforçando a responsabilidade civil do médico com seu caráter subjetivo. Entende-se ainda que a responsabilidade do médico não se presume, tem que ser provada para que ele possa ser penalizado – por ação ou omissão, caracterizável como imperícia, imprudência ou negligência. É o reconhecimento de que, na área médica, não se pode garantir cura ou resultados específicos para ninguém. ganha edição atualizada Principais destaques do novo código A atualização dos preceitos éticos do CEM chamou a atenção da sociedade e da mídia. Uma parte da grande imprensa tratou o CEM como novidade, desconhecendo que muitos dos artigos do código foram Presidente do Conselho Federal de Medicina, Roberto Luiz D’Avila, discursa para os presentes: CEM traz século XXI para a medicina do Brasil 1-Receita sem exame O médico não pode receitar sem ver o paciente, seja por meio de veículo de comunicação ou internet 2-Relações com farmácias O médico não pode ter relação com o comércio e a farmácia 3-Sigilo médico O sigilo médico deve ser preservado, mesmo após a morte do paciente 4-Condições de trabalho O médico pode recusar a exercer medicina em locais inadequados 5-Denúncia de tortura O médico é obrigado a denunciar tortura, isso vale para atendimento de possíveis vítimas de violência doméstica, por exemplo 6-Descontos e consórcios O médico não pode estar vinculado a cartões de descontos e consórcios, em especial na área de cirurgia plástica 7-falta em plantão Abandonar plantão é falta grave 8-Manipulação genética O médico não pode participar de manipulação genética 9-Sexagem A escolha do sexo do bebê é vedada na reprodução assistida 10-Métodos contraceptivos Brasil já teve cinco códigos A história da medicina brasileira apresenta cinco códigos de ética oficialmente reconhecidos pela classe médica – o que entra em vigor no dia 13 de abril é o sexto. Mas antes do aparecimento dos códigos legitimados, iniciativas brasileiras foram desenvolvidas, como a tradução do Código da Associação Médica Americana, em 1867. O primeiro código oficialmente reconhecido no Brasil foi o Código de Deontologia Médica, aprovado em outubro de 1944, no IV Congresso Médico Sindicalista. Quase 10 anos depois, a Associação Médica Brasileira produziu, em 1953, o Código de Deontologia Médica. A Lei 3.268/57 remodela o CFM como aperfeiçoados mas que em sua origem a preocupação com a boa prática médica já estava estabelecida há vários anos. Os 188 artigos que entraram em vigor na terça-feira, 13 de abril, entidade normativa e tribunal de ética e transfere a ele a responsabilidade de voltar a alterar o Código de Deontologia. A tarefa começou em janeiro de 1960 e culminou com o Congresso dos Conselhos Regionais de Medicina, em 1963. Naquele ano foi publicado o Código de Ética Médica, que entrou em vigor em janeiro de 1965. O Código de 1965 ficou em vigor até 1984, quando foi promulgado o chamado Código Brasileiro de Deontologia Médica. O próximo código viria em 1988, como parte do processo de redemocratização do país. Seu texto foi produzido durante a 1ª Conferência Nacional de Ética Médica, realizada em 1987, no Rio de Janeiro. abrangem direitos e deveres dos médicos. O Jornal CRM-PA separou alguns artigos que foram modificados ou atualizados, que sintetizam as principais mudanças. O paciente tem direito de decidir sobre os métodos contraceptivos que deseja usar 11-Direito de escolha O médico deve apresentar todas as possibilidades terapêuticas – cientificamente reconhecidas – e aceitar a escolha do paciente 12-Consentimento esclarecido O paciente precisa dar o consentimento a qualquer procedimento a ser realizado, salvo em caso de risco iminente de morte 13-Abandono de paciente O médico não pode abandonar seu paciente 14-Pacientes sem perspectiva de cura O médico deve evitar procedimentos desnecessários nesses pacientes. Em caso de doenças incuráveis, deve oferecer todos os cuidados paliativos disponíveis, levando sempre em conta a opção do paciente 15-Prontuário médico O paciente tem direito a receber a cópia do prontuário médico 16-Segunda opinião O paciente tem direito a uma segunda opinião e a ser encaminhado a outro médico 17-Anúncios profissionais É obrigatório incluir o número do CRM em anúncios dessa natureza 18-Participação em propaganda O médico não pode participar de propaganda José Gomes Temporão, ministro da Saúde, fala durante lançamento do CEM na sede do CFM 7 CRM-PA QUALIDADE DE VIDA O médico Adolfo Fischer usa a pintura para se expressar artisticamente, o que diminui o estresse do dia a dia Ailson Braga “Pintar é como respirar” Q uando era menino, disso, ele possui obras de valor senAdolfo Fischer sem- timental, as quais ele nunca vende. pre esteve às voltas “Alguns são feitos para mim mescom lápis, tintas, mo. Esse são meus não vendo por pincéis e papéis. Sua nada. Mas quando eu faço uma tevida era desenhar. la, geralmente ela não me pertence Tanto que quando expressou o de- mais, ela é do mundo”, avisa Adolsejo de ser artista o pai foi contra. fo Fischer. “Ele me disse: artista no Brasil A relação com a pintura, para morre de fome. Como tenho ascen- ele é mais que um hobby. Trata-se dência alemã, levei o conselho a de uma necessidade. “É como ressério”, brinca Fischer, enquanto ex- pirar. Eu tenho de pintar”, afirma. plica que a medicina é a sua paixão. A pintura também o incentiva a Ele é cirurgião geral e intensivista e exercer a medicina. “Além de me formou-se em 1979. relaxar totalmen“Apesar de amar te, a pintura me u busco minha profissão, a inspira a trabalhar pintura nunca foi es- retratar a luz de na minha profisquecida”, afirma. são. Quando eu Diariamente, ele acabo de pintar forma a captar tira de uma a uma um quadro eu eshora e meia para sua atmosfera tou mais disposto exercitar a pintura. a enfrentar os proA inspiração aparece a minha luta como blemas inerentes de várias formas e à atividade mépode render pinturas dica. A medicina pintor uanto abstratas, impressiopara mim não é nistas, expressionis- mais difícil o tema uma obrigação. tas, figurativas, entre Como eu mistuoutros estilos. ro tudo na minha mais eu gosto “Cada quadro vida com a arte, a diz algo para mim e tento passar medicina também contribui e se realgo para quem o vê. Nunca repito laciona com minha pintura”, conta. um quadro, apesar de trabalhar com Um exemplo disso são os quatemas recorrentes”, diz Adolfo Fis- dros nos quais a anatomia humacher. Ditados populares, aforismos, na ou doenças como o câncer, por marinhas, retratos de amigos e fa- exemplo, aparecem como temas ou miliares estão entre os temas utiliza- para reforçar uma mensagem que o dos pelo médico pintor. “Eu busco artista quer passar. Títulos como “em retratar a luz de forma a captar sua terra de cego quem tem um olho é atmosfera. É a minha luta como pin- rei”, “O peso da paz”, “Tudo é questor. Quanto mais difícil o tema mais tão de ponto de vista” e “O médico eu gosto”, observa. é a marionete de Deus” fazem parte Apesar de ter uma produção das dezenas de obras que Fischer já constante, ele avisa que não vende produziu ou está pintando. os quadros. Muitas de suas obras “Gosto de brincar com essas frasão inscritas em salões de arte pelo ses, esses ditados. Fico pensando no Brasil, nos quais Fischer já foi se- sentido delas e quando vejo tenho lecionado várias vezes. Os quadros uma ideia para fazer uma tela”, diz ele doa a amigos e familiares. Além o médico. “E .É .Q ” Adolfo Fischer retrata temas diversos, alguns deles ligados à medicina espaço do conselheiro Os alicerces da carreira médica Reflexões acerca de escolhas a serem feitas na vida profissional Antônio Jorge Conselheiro do CRM-PA A s alegrias foram muitas... O caminho, árduo... A meta, para muitos, inatingível, foi alcançada. Com o diploma de médico nas mãos, o recém-formado toma consciência de que tudo está apenas começando. É imperativo que se procure um lugar firme, inabalável, para alicerçar os pilares de uma carreira tão cobiçada e sublime. A especialidade médica é escolhida de acordo com a personalidade de cada um. A batalha pela especialização se desenrola ainda sob o eco das últimas palavras de um juramento faustoso. O mundo de sonhos, de repente, assume as características de uma vida interativa, extremamente real. Na maioria das vezes, cruel. Concorrência, muitas vezes desleal, exploração de um ideal cultivado com a emoção pura dos idealistas, regado com as lágrimas da esperança de uma existência melhor, passa a ser al- vo de armadilhas sórdidas, sorrateiras, escondidas ao longo de um caminho que, inevitavelmente, precisa ser percorrido. Quantos castelos sonhados transformam-se em escombros... Quantas reconstruções inúteis se sucedem deixando, ao longo de uma biografia insana, um rastro de fracassos, lágrimas e frustrações... Pessoas deixam de ser atendidas, na falta de amor ao próximo, e são esquecidas, deslembradas, dentro de hospitais. Indivíduos que, morrendo, deixam como lembrança, apenas o derradeiro olhar de súplica nos olhos daquele a quem lhe confiou, com plenitude, a vida... Muitos médicos nunca olvidam a promissão feita perante os homens e Deus. Infelizmente, alguns não pronunciam nem balbuciam, com a voz do coração, tal juramento. Onde edificar o castelo da minha carreira? Onde assentar suas bases? Onde erguê-lo soberano, imponente, sólido? Jesus, em uma parábola descrita no livro bíblico de Lucas, diz que a construção, para que seja sólida, inabalável, deve ser erigida sobre a rocha, nunca sobre areia. Em toda e qualquer edificação as intempéries do tempo, como ventos, tempestades, enxurradas, se farão presentes. O terreno sobre a qual o alicerce do castelo de sonhos foi assentado é que vai determinar se a morada será ou não derruída. Infelizmente, construções magníficas, imponentes, invejáveis até, amontoam-se em ruínas, após queda inesperada, causando surpresas desagradáveis e melancólicas, ao exibirem vergonhosamente, que foram arquitetados ao longo de muitos e tristes anos sobre a areia do despudor, da irresponsabilidade, da desonestidade, da mentira... Onde erigir e alicerçar o projeto de nossa vida profissional? O que temos em mente de fato? Por que abraçamos a medicina? Dinheiro? Posição de destaque na sociedade? Para seguirmos uma tradição de família? Seja qual for o motivo, diante de nós teremos sempre duas opções, dois terrenos à disposição: a rocha da honradez, do sorriso que gostaríamos de ver perpetuado em nossos filhos, ou a lama fétida da insensatez que, mais cedo ou mais tarde, se desfaz exibindo a todos a verdadeira face da hipocrisia, que se escondia atrás de uma sórdida máscara de aparência angelical. Novidades sobre a anestesia para o parto Desde a confirmação da gravidez, diversas são as dúvidas das futuras mamães, especialmente as de primeira viagem. Algumas delas, no entanto, podem ser facilmente resolvidas com uma boa conversa com um especialista. É o caso da anestesia para o parto. Várias são as técnicas e indicações, e ninguém melhor do que o médico anestesiologista para explicar às gestantes como funciona todo o processo de analgesia, e quais as indicações para cada caso. As anestesia regionais, entre as quais se destacam os bloqueios neuroaxiais (peridural, raquianestesia e combinada raqui-peridural) são as mais utilizadas, explica o dr. Carlos Othon Bastos, membro da Comissão Científica da Sociedade de Anestesiologia do Estado de São Paulo (SAESP) e ex-presidente do Comitê de Anestesia em Obstetrícia da Sociedade Brasileira de Anestesiologia (SBA). Aplicadas adequadamente, são capazes de abolir completamente a dor de qualquer fase evolutiva do trabalho de parto, inclusive no parto normal. “O parto normal, com a utilização de técnicas adequadas de analgesia espinhal, apresenta inúmeras vantagens para o binômio materno-fetal”, afirma Carlos Bastos. Além disso, explica ele, a anestesia diminui a sobrecarga cardiorrespiratória materna, que pode se tornar bastante intensa na progressão do trabalho de parto. “Ao aplicar a anestesia, reduzimos a liberação de catecolaminas e outros hormônios e substâncias ligadas ao estresse e à dor, o que repercute de forma positiva sobre o concepto contribuindo para a manutenção de adequado fluxo sanguíneo útero-placentário”. Um recente marco na anestesiologia foram os diversos estudos favoráveis e consequente proliferação do uso de opióides espinhais na década de 90, permitindo a redução significativa da concentração e da dose de anestésicos. 9 CRM-PA comunicados e notificações CRM convoca para atualização de dados Relação de médicos com carteira disponível 9729 ADELSON DA SILVA PIMENTA JUNIOR 1614 ADENAUER MARINHO DE OLIVEIRA GÓES 9684 ADERSON BOHADANA COUTINHO RODRIGUES 9351 ADRIANO LIBERMAN MAGALHAES DE BARROS 6793 ADRIANO XERFAN PINTO DE SOUZA 9731 AFFONSO CELSO VIEIRA MARQUES 3027 ALBERTO BARBOSA CORRÊA 2160 ALBERTO DA SILVA ARAUJO FILHO 4512 ALBERTO JOSE LOPES MAGALHAES 3292 ALBERTO RETTELBUSCH DE BASTOS 4479 ALDO GIUSEPPE LO CURTO 1045 ALFREDO PEREIRA DA COSTA 8873 ALINE BARBOSA DE MELO 9103 ALINNE LEAO MENDES 9512 ALVARO CAMISÃO DE SOUZA 8148 ANA CARLA DIAS DE SOUZA 9395 ANA CAROLINA SANTOS OLIVEIRA 8197 ANA CRISTINA DE LIMA FIGUEIREDO DUARTE 3487 ANA LIDIA CAVALCANTE FURTADO 4271 ANA MARIA RIBEIRO BEZERRA 7090 ANDERSEN LUIZ CAMPOS CANELAS 7870 ANDRE MARCOS ALVES 6284 ANDREA JOY VIEIRA REGIS 7401 ANDREA RODRIGUES TORRES ANDRADE 6412 ANDREY CARLO SOUSA DA SILVA 4334 ANGELA MARIA SANTOS TORRES 81 ANGELO OLIVA 9575 ANI SALIM RAMALHO 6542 ANTONIO BOMFIM MARCAL AVERTANO ROCHA 9535 ANTONIO CARLOS BERNARDES 2913 ANTONIO DE PADUA MAGALHAES PEREIRA 2420 ANTONIO FERNANDO ARMINI PEDRINHA 4761 ANTONIO FREITAS MARTINS 1326 ANTONIO HERMILO DA COSTA E SILVA 2404 ANTONIO JOAO GONCALVES DE OLIVEIRA 5329 ANTONIO MENDES GONCALVES JUNIOR 5913 ANTÔNIO VIVALDO PANTOJA 9564 A RIANE ASSUNCAO DO ROSARIO 8189 A RLINDO AMERICO DE OLIVEIRA 9656 ARMANDO ALENCAR DA SILVA 9146 AUGUSTO ESPINDOLA DIAS DA SILVA 2616 AUREA MARIA LEITE NUNES BARBOZA 9801 AYURI MAYRA JUCÁ MEGURO 1620 BENEDITO PENELVA DO AMOR DIVINO 9793 BERNADETE MENDES C. DE MACÊDO NETA 6075 BETANIA DE ARAUJO QUEIROZ OLIVEIRA 9363 BRENA ANDRADE DE SOUSA 9403 BRENO SIMOES RIBEIRO DA SILVA 9799 BRUNA DA CUNHA GHAMMACHI 8879 BRUNA LÍVIA DAS NEVES CERQUEIRA 9856 BRUNO BRASIL DO COUTO 9832 BRUNO FILO CREÃO GARCIA PEREIRA 9726 CARLOS ALBERTO DUTRA MADUREIRA JÚNIOR 1083 CARLOS DELANO NUNES 9855 CARLOS GUSTAVO ZAHLUTH MONTEIRO 9408 CARLOS HUMBERTO ROCHA ALVES DE ARAUJO 5761 CARMEM LARA GUIMARAES MATIAS DO COUTO 2159 CARMEN LUCIA DE LIMA GOUVEA 2298 CARMEN TUMA ROTTA 9752 CAROLINA BARAÚNA ASSUMPÇÃO 9791 CAROLINA MORAES DIAS 9853 CAROLINE CHIMOKA GARCIA 9675 CATIA REJANE BARIANI SOARES 2631 CECY MONTEIRO GABBAY 5216 CERES NUNES DE ALMEIDA GOUVEA 6771 CESAR COLLYER CARVALHO 9694 CLAREANA MENDONÇA SOARES 5638 CLAUDIA BEATRIZ ALBUQUERQUE REBELLO 6903 CLAUDIA ISABEL BRAGA REIS 8225 CLAUDIO TIEGO MIRANDA LOPES 9543 CLAUDIVAN DE ABREU 7307 CRISTINA BRAGA PALHETA 3440 CYNTHIA BITAR HACHEM DE CARVALHO 8313 CYNTHIA QUEIROZ DA SILVA 9789 DANIELA BEZERRA MACEDO 7316 DANIELA NOURA JALLAGEAS 7048 DANIELA RIKER FRANCO 7065 DANIELE LAMPRECHT ALMEIDA 7440 DANIELI DO SOCORRO BRITO BATISTA 8229 DANIELSON MAUÉS DE SENA SOARES 1757 AVISON SILVEIRA DIAS 5562 DELMAR GONZALEZ MIRALHA JUNIOR 9636 DENNYS RANIERI SANTOS FERREIRA 9104 DIANDRO MARINHO MOTA 9697 DIANE REGINA MOUTINHO BEZERRA 9725 DIEGO OLIVEIRA UCHÔA PINHEIRO 2060 DILMA COSTA DE OLIVEIRA NEVES 9815 DINARK CONCEIÇÃO VIANA 5864 DINORAH FERREIRA DA COSTA E FONSECA 7109 DÉBORA MARIA CERQUEIRA GOMES 8032 EDEN AKIHITO DE BRITO TANAKA 9037 EDER AUGUSTO MAGALHAES NASCIMENTO 9755 EDINEY HOUAT DE SOUZA 4949 EDIR MANOEL DE CASTRO PIRES CRM-PA 10 7001 EDSON ROBERTO SILVA SACRAMENTO 8157 EDUARDO ALMEIDA DE SOUZA 9843 EDUARDO FILIPE SOUSA DA COSTA 1823 EDUARDO TAVARES DA SILVA 9540 ELIANE FERREIRA SILVA 6403 ELIAS CESAR PINHEIRO SRUR 9650 ELINE CORREA BANDEIRA 4806 ELIS REGINA DA SILVA VILAÇA 8066 ELISABETE DE MELO 9858 ELLEN AGAPITO DOS REIS SANTOS FERREIRA 9024 ELLEN BITTENCOURT CAPUCHO MORAES 611 ELOISA FLORA DE ARRUDA MOURA 6863 ELVIRA ALMEIDA MENDONÇA BOSSINI 7594 EMELIE KOURY SABBÁ 1577 EMMANUEL BITTENCOURT FERRAZ 9818 ERIKA ABDON FIQUENE OLIVEIRA 4495 ERIKA MARIA NOGUEIRA DE ABREU CAMPOS 7287 ERNESTO TAKESHI SETO 5575 ESRON MONTEIRO DE LIMA 2435 EVALDO MOTTA DE MOURA 9812 EVANDRO MATHEUS PANTOJA PEREIRA 7964 EVANILDA LINS MARTINS 6326 EVERALDO WOLNEY NERY FIGUEIRA 6454 EVERTON RICARDO DE ABREU NETTO 9514 FABIANA BARROS DE OLIVEIRA 7864 FABIO ALEXANDRE TEIXEIRA REIS 8925 FABIO ALVES DA SILVA 7839 FABIO SANTOS DROSDOSKI 9336 FABIO WANDERLEY FREITAS 9584 FERNANDA NASCIMENTO DE SOUZA 5333 FERNANDO PINTO PEREIRA 9838 FLAVIO NAPOLEAO BUARQUE FERRO COSTA 9612 FLAVIO ROCKCHILDE GOMES DA PAZ 6967 FLÁVIO VASCONCELOS DE LIMA 4494 FRANCIANNE SILVA ROCHA 3888 FRANCISCO DE ASSIS DA SILVA SANTOS FILHO 4874 FRANCISCO NÉLIO AGUIAR DA SILVA 6060 FRANCISCO XAVIER PALHETA NETO 9719 FÁBIO DO NASCIMENTO BRITO 9836 GEAYNNE SILVA PASSOS 9772 GEIZA DINIZ DE MAGALHAES 9692 GERALDO MIRANDA DE CARVALHO 6228 GERCINO CORREA DA COSTA 9230 GETÚLIO LYOJI MONMA 9768 GIBRAN YOUNES RAHHAL 7872 GILBERTO DE MORAES MOTTA NETO 7818 GIOVANNI LOPES DE OLIVEIRA 9809 GISELE CRISTINA ALVES DE SOUSA 6987 GISELE CRISTINA DA SILVA DE ARAÚJO 6984 GISELE DE CÁSSIA A. DA CUNHA QUEIROZ 9624 GISELE DE SIQUEIRA ROSA 7195 GISELY DE NAZARE FLEXA VIANNA 7425 GLEISON SEBASTIAO DA SILVA PIMENTEL 9661 GLEYDSON MAYKEL SILVA ARAUJO 9837 GLEYSON MORAES RIOS 5585 GRACE ANDRADE MELLO 9655 GUERINO LUIZ PUNTEL FILHO 9703 HELEN NAZARETH VELOSO DOS SANTOS 7794 HERNAN EMIGDIO ORELLANA LOPEZ 9349 HEUDON MARCEU SILVA DE MORAES 6069 HIROTO MASUYAMA 3006 HUMBERTO MACHADO DE MENDONÇA FILHO 7581 IAN BARROSO DOS SANTOS 8496 INGRID SILVA COSTA SARDINHA 3113 IODILHA DE MELO FIGUEIREDO 9663 IOHAN PEREIRA GUEDES 586 IRICINA CAVALCANTE BARBOSA 2854 ITO SUMIO 9163 IVAN DE CASTRO NETO 7354 IVANA TÉRCIA SOUSA MARCIÃO 9747 IZABELLA CRISTINA CRISTO CUNHA 4955 JAIME AFONSO DUARTE BASTOS 5875 JAIME DINIZ FARIAS GODINHO 9457 JARILA REGINA MENDES DE ASSUNÇÃO 4921 JASON BATISTA DO COUTO 9557 JEANNE MARIE QUEIROZ BORGES BERSANO 5145 JEOVA JACOMO DO COUTO 9720 JOANA PAULA PANTOJA SERRÃO FILGUEIRA 9039 JOAO MILTON REGO ALVARENGA 9555 JOAO PAULO FRAGA OLIVEIRA 6408 JOAQUIM FERNANDES PEREIRA 1737 JORGE AUGUSTO LUCAS FLEURY DA FONSECA 4399 JORGE HIDEKI HAYASHI 3220 JORGE LUIZ FERNANDES GALENDE 1866 JORGE PUGA REBELO 9549 JORGE RADIF RASSI 4496 JOSE ANTONIO DA SILVA HAGE KARAM 509 JOSE ANTONIO DE JESUS MAUES 1632 JOSE CRISTIANO DA SILVA COSTA 2193 JOSE DE RIBAMAR PINHEIRO MOURA 91 JOSE HAROLDO DOS SANTOS MENEZES 7064 JOSE MARIA DE CASTRO ABREU JUNIOR 5404 JOSE RUFINO COSTA DOS SANTOS 2747 JOSE TADEU COIMBRA SAMPAIO 1820 JOSENALDO MENDES DE SOUZA 7413 JOSINO QUARESMA DE SOUSA FILHO 2188 JOSÉ DOMINGOS LIMA PEREIRA 2207 JOSÉ MARIA ANTUNES LIMA 6262 JOÃO GUIMARES LEITE 9548 JUAN GABRIEL MELIAN HERRERA 6265 JUDE CHUKWUDULUE EZEONU 9455 JULIANA THAYSE LAMEIRA BREMGARTNER 9611 JULIANO ROCHA FERREIRA 2369 KARIME MARIA KALED MOREIRA 7188 KARINA GONDIM MOUTINHO DA C. VASCONCELOS 6046 KARLA CRISTINA FURTADO AFFONSO 9460 KARLA SAWADA TODA 9250 KARYNE DE OLIVEIRA RESENDE 1993 KAZUKO KAWAMURA 8220 KLEISON TRAVASSOS RIBEIRO 9108 KLLEVISON NASCIMENTO GOMES 4713 KYLVIA FERNANDA CORREA WEISS 4957 LAFAYETTE GLICERIO ESTEVES MONTEIRO 9568 LEONARD CABRAL GONCALVES DE OLIVEIRA 9773 LEONARDO DIAS FRANCISCO 9797 LIENE DUARTE SILVA 6716 LIGIA CARLA BARBOSA CHAVES 9623 LINCOLN ANTONIO AIRES 9306 LIVIA LAYANY FERREIRA DE SOUZA 9727 LORENA DA PAIXAO DE SOUZA 7578 LOUIZE GHIDETTI AVANCINI 9594 LUANA MARIA RELVAS D OLIVEIRA 9748 LUANA RIBEIRO MORAES 9794 LUANDA CORINA LEITE DOS SANTOS 9814 LUCAS CROCIATI MEGUINS 9480 LUCAS MONTEIRO LOMBA 9813 LUCIANE MARIA LISBOA ABRAAO 2692 LUCIANO RODRIGUES BINO 7246 LUCIMAR SANTOS SPEROTTO 7435 LUIS CLAUDIO SANTOS PINTO 2886 LUIS LEITE DE OLIVEIRA FILHO 1244 LUIZ CARLOS CAVALEIRO DE MACEDO 8359 LUIZ CLAUDIO CACAU MARTINS 749 LUIZ FERNANDO TUMA 3671 LUIZ FLÁVIO MONTE MARQUES 9529 MAGDALENA TIBEAU ACOSTA 9668 MAKXON DENYS FEITOSA DE SOUSA 9031 MALUF MARCOS GABBAY BELICHA 4763 MANOEL EDUARDO AMORAS GONCALVES 9829 MARA FABIANA MENEGAZZO 8328 MARCELO MACEDO DE LIMA 9681 MARCELO SILVEIRA D OLIVEIRA 9364 MARCELO VIEIRA CORREA 9592 MARCIA KIMIE SHIMIZU 8875 MARCIA SOCORRO SILVA LIMA 7364 MARCO ANTONIO AYIN FOSSA 4677 MARCUS ROBERTO CESAR TAVARES 4102 MARCUS VINICIUS HENRIQUES BRITO 2137 MARIA CLEA L.V.F.M.DOS REIS P. MARTINS 6233 MARIA CRISTINA FERNANDES SILVA 2254 MARIA DA CONCEICAO SILVA PEDRINHA 362 MARIA DA CRUZ MOUTA ARAUJO 3460 MARIA DAS GRACAS LOPES PANTOJA 2161 MARIA DE FATIMA COELHO DE AZEVEDO 1665 MARIA DE FATIMA DINIZ BISI SANTOS 2316 MARIA DE LOURDES ARAUJO DE OLIVEIRA 2169 MARIA DE LOURDES REIS MELO 4148 MARIA DE NAZARE DA CRUZ BRITO 9860 MARIA DEL CARMEN REBECA NARRO FORNO 779 MARIA DOS REMEDIOS SERTAO DE SOUSA 1858 MARIA EDA GIL ALVES VALE 3118 MARIA EMILIA PEREIRA GOMES 1156 MARIA FERNANDA FERNANDES CORREIA 4222 MARIA INES FERREIRA DA ROCHA 9664 MARIA JACINTA DA SILVA SOUZA 559 MARIA LUCIA CUNHA DA ROSA 505 MARIA OLINDA TAVARES DA SILVA 691 MARIA RAIMUNDA MONTEIRO LUSTOSA 4094 MARIA SUELI DA SILVA 9785 MARIANE TEIXEIRA TAUILE 6719 MARICELLI DOS SANTOS COELHO STABENOW 9164 MARIELA CANDIA RAMOS 229 MARINA ROFFE FERREIRA DE LEMOS 9737 MARINA TUMA DA PONTE SILVA 2364 MARINETE FABIANA DO NASCIMENTO ARAUJO 5202 MARISTER FÁTIMA MORAES DAVID CARVALHO 9834 MARIZA PARENTE NEIVA GOMES 5783 MATEUS PEREIRA PICANÇO 8745 MAURICIO BATISTA LIMA 2685 MAXIMINO FERREIRA PINGARILHO 9740 MAYARA DE CASTRO NOGUEIRA 9525 MELISSA COSTA NICOLAY MACHADO 7493 MENDALI MARIANI DE A. MOUSSALLEM TATAGIBA 5929 MICHELYNE SOUSA MORAES 6674 MIGUEL MARQUES MACHADO 2554 MIKIKO ONUKI IKEDA 4092 MILENE CARDOSO SALGADO DOS SANTOS 9686 MURILO MIGLIO NEIVA 7491 MURILO VASCONCELOS DE OLIVEIRA 9527 MÁRCIO MUNIZ PERALTA 1034 NAELI DIRCE FERREIRA DOS SANTOS 9654 NATASHA ZACHARIAS ARRUDA SILVEIRA 8820 NATERCIA TRINDADE PINTO JÉHA 9732 NATHÁLIA DA COSTA BARROSO 9784 NATÁLIA LINDOSO VIANA 9796 NEWTON QUINTINO FEITOSA JUNIOR 9758 NILMA SILVA DO NASCIMENTO 9544 NORBERTO MARTINEZ GARCIA 9680 NYRLA YOSHIE YANO GOMES 9646 ODERLAN RODRIGUES DA SILVA 7865 ODILTON CLEBER SIQUEIRA DE AMARAL 9770 OLÍVIA CAMPOS PINHEIRO 6292 ORLANDO RICHENEL ROTSBURG 6667 OSMAR SINCLAIR RODRÍGUEZ 1307 OSVALDINA PAIVA LIMA 6112 PATRICIA GISELA STREITHORST CAMARA 9567 PATRICK REIS MORAIS 9831 PATRYCK DE LIMA GOMES 5347 PATRÍCIA APARECIDA PORTO PICANÇO 9649 PAULA JORGIANE LEITAO CAVALCANTE 6055 PAULO CESAR MOREIRA GARCIA 9771 PAULO DE TARSO MARTINS RIBEIRO 1506 PAULO ROBERTO MARTINS CESAR 9604 PAULO ROBERTO VIEIRA GUEDES 8280 PAZ CESAR SORUCO CABRERA 1515 PERPETUA DE LOURDES LIMA VERBICARO 8770 POLLYANA SOUSA ARAUJO 8978 RADISON DARLAN DE OLIVEIRA FURTADO 4089 RAIMUNDA SOCORRO SOARES DA COSTA AGUIAR 1073 RAIMUNDO JORGE RODRIGUES DIAS 6643 RAIMUNDO JOSE CHAVES SANTOS JUNIOR 7292 RENATA CARVALHO BRITO 6186 RENATA KELLY SOUSA PANTOJA 5976 RENATA VIANA SOARES PEDROSA 2623 RENATO SCHIAVINI DE CASTRO 9826 ROBERTA DE SOUZA LIMA BARHUM 8408 ROBERTA VILELA LOPES KOYAMA 6764 ROBERTO DE ANDRADE SHINKAI 8747 ROBERTO LUCIO DE CASTRO JUNIOR 9208 ROBSON SILVA OLIVEIRA 9822 RODOLFO SOUTO ATAIDE GOMES 3075 RODOLFO TAMER XERFAN 9845 RODRIGO ALVARO TUPIASSU GURJÃO SAMPAIO 8537 ROMEL CORECHA SANTOS 6123 RONALDO CEZAR FAVACHO RABELO 9360 RONALDO RABELO RODRIGUES 4772 ROSALBA TEIXEIRA BASTOS 1726 ROSEMARY SILVA DE OLIVEIRA GOES 9375 ROSERLANY CRISTINA DE OLIVEIRA 8268 ROSILENE DA SILVA ANDRADE 3809 ROSIRENE PINTO DE CAMPOS 2816 RUBENS BOETTGER 9672 RUDSON MAIA DE SOUZA 2528 RUY ORLANDO LINS BENTES 7168 SABINO DE NAZARE PANTOJA RIBEIRO 3236 SANDRA SUELY DOS SANTOS PRAIA 3360 SAURIA OKAMOTO FERREIRA 653 SERGIO JOSE CORREA DA SILVA TORRES 6908 SERGIO MAURICIO SOARES 9787 SHANCHA VIRGINNIA AQUINO CAPELLOZA 2081 SIDNEY ASSIS BRASIL 7483 SILVIO JORGE DE OLIVEIRA BENTES 3290 SUELY NUNES DA FONSECA SAMPAIO 9590 SUYENNE GOMES DE ARAUJO 9633 SUZANNY SILVA LADEIRA 9275 SUZIANE CORREA DA SILVA 6305 SYLVIA MARIA DA SILVA LAVÔR 6383 SÔNIA MARIA DONATO CUNHA 5482 TADAHIRO KUROISHI 931 TARO HOSHINO 7653 TATIANA FRANCISCO DA SILVA 5713 TATIANA OLIVEIRA DE MIRANDA VIEIRA 2339 TEREZINHA DE JESUS DE OLIVEIRA CARVALHO 9613 THAIRON MESQUITA MEDEIROS 9778 THAÍS KATAOKA HOMMA 9259 THEISLA KELY AZEVEDO RAIOL 9730 THIAGO COSTA PAMPLONA DA SILVA 9835 THIAGO SILVA CARVALHO 9240 TOMÁS OCTAVIO GUTIERREZ ALBERONI 3333 VAGNER SANTOS CURI 4607 VANDERLEI AGOSTINHO DA SILVEIRA 6628 VERA LUCIA DANTAS VELHO VILHENA 9795 VICTOR ALEXANDRE DANTAS DE MIRANDA 5933 VILMA FRANCISCA HUTIM GONDIM DE SOUZA 6828 VINICIUS MARTINS PEREIRA 9552 VINICIUS ROCHA DA SILVA 9189 VITOR MACEDO SOARES 5705 WAGNER JOSE ARAGAO 9735 WAGNER WANZELER PACHECO 8746 WALTER GAIGHER FILHO 1206 WALTER STREITHORST FILHO 9367 WANDERSON ALVES MOURAO SOARES 9657 WERIDYANA BATISTA DE OLIVEIRA 9566 WERLEIDA BARBOSA MENDES 9647 WHEBER CHRISTIANO ZAMPIROLI 9798 WILAME MELO MEIRELES 8050 WILLIAM CIRO VARGAS VEGA 9213 WILSON OTAVIO LIRA DE OLIVEIRA 9808 ÉRIKA NUNES POLARO 9154 ÉSIA DE LIMA LOPES O primeiro oftalmologista Paraense, nascido em Monte Alegre, em 1835, Gama Lobo ganhou reconhecimento nacional José Maria de Castro Abreu Jr.* E m sete de junho de 1883, o vapor Orenoque que partia da Europa para o Rio de Janeiro, passava nas costas de Corunha, Espanha, quando um dos passageiros faleceu, sendo sepultado em Lisboa. Os jornais, tanto do Brasil como de Portugal, deram destaque às exéquias daquele passageiro; a notícia de seu falecimento foi divulgada nos meios acadêmicos pelo jornal União Médica, onde o elogio fúnebre recordou a trajetória de Manuel da Gama Lobo, o primeiro médico brasileiro a exercer a prática de oftalmologia. Paraense, nascido em Monte Alegre, em 1835, contrariando os desejos de seus pais, que desejavam que seguisse a carreira jurídica, Gama Lobo iniciou seu curso de medicina na Faculdade da Bahia em 1853, concluindo-o na Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro em 1858 com a defesa de tese Elefantíases do escroto. Iniciou sua carreira como médico militar tendo servido no Arsenal de Guerra da Corte realizando viagens pela costa marítima da região Sul. Mas a grande virada em sua carreira profissional aconteceu ao conhecer o médico oftalmologista francês Carron du Villard, que havia instalado na Santa Casa do Rio de Janeiro o Instituto Oftalmológico, o primeiro serviço no Brasil a fornecer assistência pública a pacientes oftalmológicos e que acabou funcionando como uma verdadeira escola, em um tempo em que a disciplina de Oftalmologia não existia em nossas duas escolas médicas de então. Tendo despertado para esta especialidade, Gama Lobo partiu para Europa em busca de aprimoramento passando por Paris, Londres, Viena e Bruxelas até fixar-se em Berlim, onde de fato tornou-se oftalmologista. De volta ao Brasil, fixou-se no Rio de Janeiro, tornando-se chefe do Serviço de Olhos da Santa Casa de Misericórdia, sendo o primeiro a empregar o Oftalmoscópio no país. Num momento em que as especialidades ainda engatinhavam e seu exercício era difícil consideradas as precariedades regionais, Gama Lobo poderia ter parado por aí, exercendo uma oftalmologia baseada no uso de colírios. Mas seu pioneirismo foi muito além, tendo em vista que realizou, pela primeira vez no Brasil, a operação de iridectomia, além de introduzir no país as operações de tumores lacrimais, praticando também pioneiramente intervenções na catarata luxada, no kerotocone e nas cataratas zonulares. Foi eleito membro titular da Academia Imperial de Medicina, em 13 de abril de 1863, tornandose colaborador do periódico Annais Brasilienses de Medicina, onde dois anos depois publicou uma comunicação hoje considerada clássica: “Da Oftalmia Brasiliensis”, em que descreve detalhadamente o caso de cegueira de quatro escravos com idade entre 16 meses e 6 anos de idade. Com extraordinário raciocínio clínico, Gama Lobo associou a doença a uma carência nutricional específica, quando as vitaminas ainda não haviam sido descobertas. Buscou fazer ciência quando a pesquisa médica era quase nula no Brasil, limitando-se a cópias de doutrinas européias. Suas descrições correspondem ao que hoje chamamos de xeroftalmia, doença causada por deficiência de vitamina A, a qual só seria descoberta em 1913. Em seu trabalho comparou a alimentação dos escravos de diversas províncias, entre as quais do Pará, onde segundo o qual “eles almoçam chocolate ou café, jantam peixe ou carne com farinha de mandioca, comem fru- Gama Lobo iniciou seu curso de medicina na Faculdade da Bahia, em 1853 Médico percebeu que a falta de vitamina poderia causar a cegueira tas e ceiam geralmente peixes”. Percebendo que notadamente nas províncias produtoras de café e açúcar, nas quais os escravos “raríssimas vezes comem carne ou peixe, alimentando-se exclusivamente de feijão sem gordura e de farinha de milho”, era alta a incidência de úlceras crônicas nos olhos e cegueira noturna. No ano de 1872 Gama Lobo retornou a Alemanha continuando os estudos de Oftalmologia sob a orientação de Hermann Ludwig von Helmholtz, dedicando-se ainda a histologia auxiliando Rudolf Virchow e Salomon Striker. Ao retornar ao Rio iniciou uma nova linha de estudos clínico-anatomopatológicos sobre Febre Amarela que lhe renderam viagem de estudos aos Estados Unidos, onde apresentou artigos sobre o tema. Sua trajetória acadêmica foi muito grande tendo publicado em torno de quarenta trabalhos entre livros, teses, monografias e artigos em periódicos nacionais e internacionais. Como muitos dos nossos grandes pioneiros, este paraense ilustre, primeiro médico brasileiro a exercer a Oftalmologia, permanece desconhecido para a quase totalidade das pessoas, médicos ou não. *Patologista OBS: Agradecemos ao historiador Thiago Vianna do Blog http://albumdosjuvencios.blogspot. com, pela pauta e pela fotografia de Manuel da Gama Lobo. Bibliografia VASCONCELOS, Francisco de Assis Guedes; SANTOS; Leonor Maria Pacheco. Tributo a Manuel da Gama Lobo (1835-1883), pioneiro na epidemiologia da deficiência de Vitamina A no Brasil. In: História, Ciências, Saúde – Manguinhos. V.14, n.4, p.1341-1356, out-dez, 2007. BRUCE, Fábia Bobeda. O periodismo médico e emergência da Oftalmologia no Brasil. COC-Fio-Cruz. Sem data. GOMES, Marleide da Mota; MELLO, Sylvia da Silveira; VALLADARES, Almir. A Faculdade de Medicina Primaz do Rio de Janeiro. Ed. Atheneu. 2001. pág.207. 11 CRM-PA raios-x Medicina estética não é especialidade médica A chamada Medicina Estética não é uma especialidade médica atualmente reconhecida. Esse foi o entendimento da ministra Eliana Calmon, que relatou processo movido contra o Conselho Regional de Medicina do Espírito Santo (CRM-ES). A Segunda Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) acompanhou por unanimidade a decisão da relatora. A decisão foi divulgada pelo STJ em 22 de fevereiro de 2010. A ação foi movida por um médico que fez um curso de pós-graduação lato sensu em Medicina Estética. Embora o curso seja reconhecido pela Coordenação de Aprimoramento de Pessoal de Nível Superior (Capes) do Ministé- rio da Educação (MEC), o médico teve seu registro de “especialista” em Medicina Estética negado pelo CRM-ES. O CRM-ES alegou que a Resolução do Conselho Federal de Medicina (CFM), que lista as especialidades médicas, não faz menção à Medicina Estética. O médico impetrou mandado de segurança, que foi concedido em primeira instância. O Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF-2) reformou a decisão após recurso do CRM-ES. O STJ confirmou a decisão do TRF. Na sua decisão, a ministra Eliana Calmon considerou que deve ser levada em conta a competência dos Conselhos de Medicina. Para a ministra, a Lei nº 3.268/57 deu aos Ação moralizadora Em 7 de abril, foi publicado no Diário Oficial da União que um curso de Medicina foi fechado e outros oito terão de reduzir as vagas oferecidas. No total, serão eliminadas 570 vagas por ano. A determinação teve como base os resultados do Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade) de 2007 e a avaliação feita por uma comissão de especialistas do Ministério da Educação (MEC). No Brasil, há 181 escolas médicas que formam um contingente de profissionais maior do que o sistema de saúde comporta. A Associação Médica Brasileira louva os esforços no sentido de corrigir graves distorções que ocorreram ao longo do tempo. É necessário dar um basta nesse estado de coisas. Em iniciativa corajosa, o atual Ministro da Educação, Fernando Haddad, criou uma comissão, ligada à Secretaria de Educação Superior (Sesu), presidida por Maria Paula Dallari Bucci. A comissão, coordenada pelo professor Adib Jatene, tem como objetivo analisar e propor soluções para este grave problema. A equipe debruçou-se sobre as insuficiências evidenciadas pelos processos avaliatórios recentes, confirmando a necessidade de enérgicas intervenções. É imperioso que a sociedade brasileira se mobilize em apoio a iniciativas desse tipo, pois o interesse e as pressões da indústria do ensino superior no Brasil tendem a anular ações moralizadoras dessa natureza. José Luiz Gomes do Amaral Presidente da Associação Médica Brasileira conselhos o poder de supervisionar, disciplinar e julgar a ética profissional da classe médica. Além disso, essa norma torna o registro obrigatório para se exercer atividades em qualquer área da Medicina. Aponta que os Conselhos de Medicina funcionam como “órgãos delegados do Poder Público para questões de saúde pública e relativas às atividades dos médicos”. Para o STJ, “a simples existência de um curso de pós-graduação não é capaz de fazer surgir, no universo científico, um novo ramo de especialidade médica, conforme regulamentado pelo órgão competente”. A ministra Eliana Calmon concluiu que, se a “Medicina Estética” não é prevista como especialidade médica pelo CFM, não se pode conceder o título de especialista. “Entendo não ser possível ao Judiciário invadir a competência dos conselhos de Medicina, para conferir o título de especialista, em ramo ainda não reconhecido como especialidade médica”, conclui a ministra. De acordo com o conselheiro Antonio Gonçalves Pinheiro, coordenador da Câmara Técnica de Cirurgia Plástica do CFM, a decisão da justiça foi correta. Segundo ele, com a sua determinação, a ministra Eliana Calmon confirma a posição do CFM que “não consagra que isto se configure em especialidade médica segundo os critérios da Comissão Mista de Especialidades”. Consultas de pré-natal crescem 125% em 6 anos Em seis anos, o Sistema Único de Saúde (SUS) ampliou de forma expressiva o acesso das brasileiras a atendimentos de saúde sexual e reprodutiva. O número de consultas de pré-natal atingiu 19,4 milhões em 2009 – aumento de 125% em relação a 2003, quando foram registradas 8,6 milhões. Já a cobertura de planejamento familiar atingiu todos os municípios brasileiros – alcançando 4,3 milhões de mulheres a mais no período de 2003 a 2008. No Pará o crescimento foi de 328,53% de 2003 a 2009. Segundo Elisabeth Wartchow - diretora substituta do Departamento de atenção básica, uma das causas está relacionada ao aumento do número de equipes de Saúde da Família que saiu de 19 mil em 2003 para 30,3 mil em 2009 e ao conseqüente aumento da população coberta que saiu de 35% para 50% no mesmo período. Uma das atribuições das equipes é realizar o exame pré-natal”, explica Elisabeth Wartchow. Ela ressalta que o aumento da assistência pré-natal contribui com a melhoria nas condições da gestação, da própria mãe e do recém-nascido. A Organização Mundial de Saúde recomenda às gestantes a realização de, pelo menos, seis consultas de pré-natal. Esse acompanhamento médico permite identificar possíveis riscos à saúde da mulher – como diabetes e hipertensão arterial e repercussão de doenças no bebê. Segundo a mais atual Pesquisa Nacional sobre Demografia e Saúde (PNDS-2006), 74% das gestações feitas pelo SUS passaram por, no mínimo, seis consultas de pré-natal. Os dados são do Ministério da Saúde. PARA USO DOS CORREIOS - Motivo da devolução Mudou-se Desconhecido Ausente Endereço insuficiente Recusado Falecido Não existe o nº indicado Não Procurado Outro_________