TEATRO GREGO TRAGÉDIA: origens • Culto de Dionísio • Ditirambos ou tragoídia (canto do bode) • Pequenas e grandes dionisíacas TRAGÉDIA Segundo Aristóteles, “Imitação de uma ação de caráter elevado, completa e de certa extensão, em linguagem ornamentada e com as várias espécies de ornamentos distribuídas pelas diversas partes do drama, imitação que se efetua não por narrativa, mas mediante atores, e que, suscitando o terror e a piedade, tem por efeito a purificação (catarse) dessas em emoções”. (Poética) Elementos Básicos da Tragédia • Coro • Corifeu • Atores protagonista deuteragonista tritagonista Partes da Tragédia • • • • • Prólogo Párodo Episódios Estásimos Êxodo Cenas típicas da tragédia • Catástrofes • Cenas patéticas • Ágon ou cenas de enfrentamento Teoria da Tragédia As 3 unidades: • Ação: enredo único com encadeamento causal e lógico das cenas • Espaço: a ação deve desenrolar-se num só lugar • Tempo: não exceder o tempo de uma revolução solar, ou pouco mais Principais Tragediógrafos Clássicos Ésquilo (525-455 a .C.) O mais místico dos autores gregos. Culpa e castigo são temas comuns; pensamentos sombrios, paixões violentas. Sua religião é o terror; sua moral, sofrer para aprender. Das 80 ou mais peças que escreveu só nos restaram sete: - Os persas (c. 472 a.C.) - Os sete contra Tebas (c. 467 a.C.) - As suplicantes (c. 464 a.C.) - Agamemnon (c. 458 a.C.) - Coéforas (c. 458 a.C.) - Eumênides (c. 458 a.C.) - Prometeu Acorrentado (c. 431 a.C.) Sófocles (497-405 a.C.) • Considerado o maior dramaturgo grego. Procurava conciliar razão e fé. Seus heróis colaboram com o destino, fazendo por merecer a fatalidade. Suas obras principais são: - Ájax (c. 440 a. C) - Antígona (c. 442 a.C.) - Electra (c. 410 a.C.) - As Traquínias (c. 409 a.C.) - Filoctetes (c. 408 a.C.) - Édipo Rei (c. 407 a.C.) - Édipo em Colono (c. 405 a.C.) Eurípides (480-406 a.C.) • Influenciado pelo movimento sofista, foi o mais progressista dos trágicos gregos. Humanista e individualista, tratou do drama do homem comum. Na opinião de Aristóteles, "pintou os homens como são". Das cerca de 90 tragédias que escreveu, restam-nos 17: - Alceste (c. 438 a.C.) - Medéia (c. 431 a.C.) - Os Heráclidas (c. 430 a.C.) - Andrômaca (c. 430 a.C.) - Hipólito (c. 428 a.C.) - Hécuba (c. 425 a.C.) - Héracles (c. 420 a.C.) - As suplicantes (c. 420 a.C.) - Íon (c. 415 a.C.) - As troiana (c. 415 a.C.) - Ifigênia em Táuris (c. 414 a.C.) - Electra (c. 413 a.C.) - Helena (c. 412 a.C.) - As Fenícias (c. 410 a.C.) - Orestes (c. 408 a.C.) - As bacantes (c. 405 a.C.) - Ifigênia em Áulis (c. 405 a.C.) Edifício Teatral Grego: Teatro de Epidauro Edifício Teatral Grego: Teatro de Epidauro Teatro de Dionísio Teatro de Dionísio Teatro de Dionísio • theatron: é o auditório propriamente dito • orchestra: local onde o coro cantava e dançava • eisodos: os dois acessos laterais para o coro entrar e sair de cena • skene: palco onde os atores atuavam • mechané: grua ou guindaste para elevar atores Edifício Teatral Grego Edifício Teatral Grego FIGURINO • As roupas não seguiam uma reconstituição histórica. Eram convencionais, uma espécie de estilização das roupas cotidianas. Túnica longa (khíton) até os pés, ajustada acima da cintura, com mangas longas, de várias cores, presa por um cinto. Por cima da túnica vinha o Manto (epíblema), que poderia ser longo (himátion), ou curto (khlamýs), jogado sobre as costas, à direita, preso ao pescoço com botão ou broche. Cores púrpura para os soberanos, escura para o luto, amarelo para as mulheres; • Os acessórios identificavam a personagem: Apolo pelo arco, um guerreiro pela armadura, um ancião pelo cajado, um rei pelo manto vermelho e cetro,etc; Dois tipos de calçado eram usados na tragédia: o embás ou bota com sola normal, e o “coturno”, uma espécie de sapato-plataforma de 6 a 11 centímetros de altura. Tanto a máscara quanto o calçado serviam para aumentar a figura do ator. Cena típica do coro MÁSCARA TRÁGICA • Traduz o patético e a dor. • Características: - rugas profundas; - sobrancelhas contraídas; - olhos arregalados; - boca aberta. • servia também para amplificar a voz do ator, que era escolhido entre aqueles de maior potência vocal. Máscara trágica feita de linho enrijecido Máscara usada pelos atores para desempenhar papéis femininos Máscara representativa do deus Poseidon ou Netuno Assento em que ficavam os juízes COMÉDIA Atribui-se a Aristóteles a definição: “Imitação de uma ação burlesca e imperfeita, de extensão suficiente, com diversos tipos de embelezamentos separadamente encontrados nas partes da peça; apresentada por pessoas que interpretam e não em forma de narrativa; pelo prazer e pelo riso, ela promove a purgação de emoções semelhantes”. ORIGENS • Cerimônias dionisíacas: procissões phalliká ou kómos (falofóricas); COMÉDIA = CANTO DO KÓMOS • Ato burlesco, mas religioso, relacionado com os ciclos da agricultura e a idéia da reprodução ESTRUTURA • Coro: 24 coreutas, geralmente representando animais e danças, com cantos vivazes e picantes; • Partes: - prólogo - párodo - agón (duelo verbal entre o protagonista e o coro) - parábase (coro retirava a máscara e falava diretamente ao público); - seqüência de breves episódios - êxodo PERÍODOS • COMÉDIA ANTIGA (de 500 a 400 a.C.) - Sátira política e ataques pessoais violentos; - Admitia personagens da vida contemporânea de Atenas; - Uso abundante do coro e da parábase; - Aristófanes. PERÍODOS • COMÉDIA INTERMEDIÁRIA (de 400 a 330 a.C) - Fase de transição em que o coro desaparece; - Aléxis e Antífanes. PERÍODOS • COMÉDIA NOVA (c. 330 a.C.) - Duração corresponde à supremacia macedônica na Grécia; - Profundas mudanças nas características do gênero; - Fixação de tipos e de costumes substitui a sátira; - Menandro, Dífilo e Filémon. ARISTÓFANES - c. 450 a 380 a.C. - seu pai era proprietário de terras; - testemunhou a Guerra do Peloponeso; - sua obra debate problemas específicos do teatro grego, geralmente criticando os autores de tragédias, como Eurípides; - mostrava-se adverso à democracia e à guerra, defendendo declaradamente os interesses dos proprietários de terras e do tradicionalismo - 47 peças, das quais 11 chegaram até nós: Os Acarnienses (425 a.C.), A Paz (421 a.C.); Lisístrata (411 a.C.); Os Cavaleiros (424 a.C.); As Nuvens (423 a.C.); A Assembléia das Mulheres (392 a.C.); Pluto (388 a.C.); As Rãs (405 a.C.); Os Pássaros (ou As Aves, 414 a.C.); As Vespas (422 a.C.); As Mulheres nas Festas de Deméter e Perséfone (411 a.C.) MENANDRO - - c. 343 a 292 a.C.; Atenas: vencida por Esparta e governada pelos Trinta Tiranos, perdeu a liberdade política e a prosperidade; De família distinta e educação esmerada; De suas 108 obras nos restou inteira apenas O Misantropo FIGURINO • O quíton tinha dimensões mais reduzidas do que na tragédia com o propósito de acentuar o ridículo; • Somátion: recheio à frente e atrás, recurso que se denominava somátion; • Resquícios do cortejo falofórico: falo artificial na comédia antiga e que a comédia nova faria desaparecer. Cena de comédia em vaso da Apúlia, século IV a.C MÁSCARAS Máscara teatral do tipo Primeiro Escravo, personagem típico da Comédia Nova. Mármore, século II a.C., Museu Arqueológico Nacional de Atenas. Máscara de cerâmica feita por volta de 350 a.C. representando o personagem do escravo africano