SEMENTES DO REINO Para que nada se perca texto Darci Vilarinho foto Lusa A liturgia dos meses de Verão apresenta-nos a preocupação de Jesus em saciar a nossa fome de pão material e espiritual. Depois da bênção e partilha dos pães, Ele pronuncia um longo discurso sobre o pão da vida. Não se pode prover apenas às necessidades espirituais do homem sem nos preocuparmos com as suas necessidades terrenas. A tentação dos Apóstolos era precisamente essa, quando sugeriram a Jesus que despedisse a multidão para que fosse à procura de comida. “Dai-lhes vós de comer!”, respondeu Jesus. Não lhes pede que façam milagres, mas que partilhem o que têm para alimentar as pessoas que têm fome. e espirituais. Infelizmente, vivemos numa sociedade onde é habitual o desperdício. Em pouco tempo passámos, da situação em que as pessoas iam à escola ou à igreja com os sapatos na mão, para a situação em que se deitam fora toneladas de comida ou roupas que passaram de moda. O desperdício é escandaloso. Diz-se que nos Estados Unidos um quarto dos produtos alimentares vão diariamente para o lixo. Chega-se a destruir alimentos para que o preço não desça. É preciso economizar, mas para partilhar com quem não tem. Recolhei o que sobrou Num mundo de carências e onde tantos têm tão pouco ou nada, o esbanjamento e o desperdício são uma ofensa a Deus, uma afronta aos necessitados e um delito contra o bem comum. Mais do que nunca, é hoje actual o convi- Quando todos se saciaram, Jesus ordenou: “Recolhei os bocados que sobraram, para que nada se perca”. É uma lição extraordinária sobre o modo como devemos tratar os bens materiais É uma afronta e um delito “Se fossemos simplesmente capazes de pensar nos outros, então já não poderíamos sequer ser felizes sozinhos” 24 FÁTIMA MISSIONÁRIA AGOSTO/SETEMBRO 2009 te de Jesus: “Recolhei os bocados que sobraram para que nada se perca”. E não se aplica apenas aos bens materiais. Temos o tempo, a saúde, as aptidões, os talentos e todas as oportunidades que é preciso saber aproveitar e fazer render para que não se percam numa vida fútil, sem rumo e sem valor aos olhos de Deus. Nada se pode perder: a nossa inteligência e a nossa imaginação; o nosso corpo e o nosso tempo; os bosques, os rios, os lagos, a água e a energia eléctrica; o alimento, a roupa, os móveis, a nossa juventude e a nossa experiência de vida. Nada se pode desperdiçar. Com razão o grande apóstolo, Raoul Follereau, dizia: “Se fôssemos simplesmente capazes de pensar em algo fora de nós, de compreender que em cada minuto da nossa vida, enquanto nós comemos e dormimos, enquanto nos afadigamos por nada, há milhões de seres humanos, que são irmãos nossos por Jesus Cristo que morrem de fome e de frio. Se fossemos simplesmente capazes de pensar nos outros, já não poderíamos sequer ser felizes sozinhos”. SEMENTES DO REINO A palavra faz-se missão em Agosto 02 Agosto | 18º Domingo Comum Ex 16, 2-15; Ef 4, 17-24; Jo 6, 24-35 Dai-nos, Senhor, o Pão da Vida Senhor, que confias ao nosso trabalho as imensas riquezas da criação, faz com que nunca falte o pão na mesa de cada um dos teus filhos e suscita em todos o desejo da tua Palavra. 16 Agosto | 20º Domingo Comum Prov 9, 1-6; Ef 5, 15-20; Jo 6, 51-56 Felizes os convidados Também hoje, ó Deus da vida, nos convidas e nos fazes teus amigos e comensais. Alimenta-nos com o teu Pão e dá-nos a certeza de participar, um dia, no banquete festivo do teu Reino. 09 de Agosto | 19º Domingo Comum 1 Re 19, 4-8; Ef 4, 30-5, 2; Jo 6, 41-51 O Pão da nossa caminhada Guia, ó Pai, a tua Igreja peregrina no mundo e sustém-na com a força do alimento que não perece, a fim de que chegue a contemplar a luz do teu rosto. 23 Agosto | 21º Domingo Comum Jos 24, 1-18; Ef 5, 21-32; Jo 6, 60-69 Para onde iremos? Há tantos caminhos que não são os teus, ó Senhor. Porque só tu és o Caminho e só tu tens palavras de vida, faz com que nada deste mundo nos afaste de Ti. 15 Agosto | Assunção de Nossa Senhora Ap 11, 19-12, 1-6; 1 Cor 15, 20-27; Lc 1, 39-56 A Rainha da nossa casa Há tanta desordem na nossa terra, ó Rainha do Céu. Põe ordem na nossa vida para que, ajudados por Ti, vivamos neste mundo em harmonia uns com os outros. 30 Agosto | 22º Domingo Comum Deut 4, 1-8; Tg 1, 17-27; Mc 7, 1-23 Na boca e no coração Senhor, ajuda-nos a ser a terra boa e bem cultivada, onde a tua Palavra se enraíza e cresce. Que nunca se possa dizer que Te honramos com os lábios, e não com o coração. em Setembro 06 Setembro | 23ª Domingo Comum Is 35, 4-7; Tg 2, 1-5; Mc 7, 31-37 Uma palavra de alento Deus, nosso Pai, que escolhes os pequenos e os pobres para os tornar ricos na fé e herdeiros do teu Reino, ajuda-nos a pronunciar palavras de encorajamento para que eles cantem connosco as tuas maravilhas. 20 Setembro | 25º Domingo Comum Sab 2, 12-20; Tg 3, 16-4,3; Mc 9, 29-36 O maior e o mais pequeno Senhor, nosso Deus, Tu queres que os últimos sejam os primeiros e fazes de uma criança a medida do teu Reino, concede-nos a sabedoria do alto para que compreendamos que para Ti o maior é aquele que serve. 13 Setembro | 24º Domingo Comum Is 50. 5-9; Tg 2, 14-18; Mc 8, 27-35 “A fé sem obras está morta” Ajuda-me, Senhor, a entender que de nada serve dizer que tenho fé, se não cumpro as obras da fé. Que eu não me limite a professá-la com os lábios, mas que falem por mim as obras de amor fraterno. 27 Setembro | 26º Domingo Comum Num 11, 25-29; Tg 5, 1-6; Mc 9, 38-48 Sacerdote, profeta e rei Senhor, que nunca privaste o teu povo da voz dos profetas, infunde em nós o teu Espírito, para que, vivendo de Ti pela força do baptismo, nos tornemos anunciadores das maravilhas do teu Reino. Intenção Missionária de Agosto Para que os cristãos, que em muitos países do mundo são discriminados e perseguidos por causa da sua fé, vejam os seus direitos reconhecidos e possam praticar livremente a sua religião. Desde os primórdios da Igreja, as perseguições religiosas têm sido uma constante em muitos países. Mal Cristo morreu na cruz e ressuscitou, logo os apóstolos tiveram de se reunir à porta fechada com medo dos judeus. E não era medo sem fundamento, pois bem depressa, os inimigos da fé obrigaram a comunidade cristã a sair de Jerusalém e a dispersar-se pelos campos. de Setembro Para que os cristãos do Laos, Camboja e Mianmar, que frequentemente encontram graves dificuldades, não se deixem desanimar no anúncio do Evangelho aos seus concidadãos, certos de que não lhes faltará a graça do Espírito Santo. Neste mês de Setembro o Papa volta-se sobretudo para três países da Ásia – Laos, Camboja e Mianmar – onde os agentes da pastoral, encontram graves dificuldades no exercício do seu ministério. O que mais os pode consolar é saberem que não estão sós, que podem contar com o apoio das Igrejas mais antigas e com a solidariedade de todos os cristãos. AGOSTO/SETEMBRO 2009 FÁTIMA MISSIONÁRIA 25