Infoglobo - O Globo - 9 jun 2015 - Monteiro: ajuste não pode ser paralisante
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9 jun 2015
O Globo
LUCIANNE CARNEIRO lucianne. carneiro@ oglobo.
com. l
Monteiro: ajuste não pode ser
paralisante
Ministro quer ações para estimular a competitividade e o comércio exterior
O ministro de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Armando Monteiro Neto, disse
ontem que o ajuste fiscal não pode impedir o país de adotar medidas que melhorem a
competitividade e as exportações.
— Neste momento de ajuste severo e duro ( é importante) não fazê- lo paralisante de certas
iniciativas que relacionam com a agenda pró- competitividade. O ajuste não é um objetivo, não é
um fim em si mesmo. É preciso retomar a discussão do que deve ser a agenda na retomada do
crescimento — afirmou o ministro, durante evento na sede da Firjan para o lançamento de um
estudo da FGV Projetos sobre competitividade no Brasil.
Monteiro defendeu as reformas e disse que o comércio exterior não deve ser visto como solução
imediata para crises, mas contar com políticas permanentes. E ele destacou a importância do Plano
Nacional de Exportações, que será lançado pelo governo no próximo dia 23. Segundo o ministro, os
últimos pontos das negociações do plano esbarram principalmente no ajuste fiscal. Um deles é o
Proex Equalização, programa do governo que financia as exportações brasileiras de bens e serviços.
De acordo com Monteiro, a Lei de Diretrizes Orçamentárias ( LDO) prevê R$ 1,5 bilhão para o
programa este ano. Ele é a favor de aumentar esse montante, mas o ministro da Fazenda, Joaquim
Levy, é contra, para não pressionar mais as contas públicas:
— Temos expectativa ( de aumento do Proex). Dá um ótimo retorno. De cada R$ 1 do Proex
equalização, tem R$ 45 de receita com exportação.
Ele admitiu que o Mercosul é um desafio — “O Mercosul não pode ser uma trava para que o
Brasil busque novas formas de inserção comercial” — mas diz ver espaço para avanços:
— Com a flexibilidade para a negociação com a América do Norte, a perspectiva de negociações
com a União Europeia e alguma liberdade para negociar com a África, o Brasil pode caminhar
mesmo com as limitações do Mercosul. Nosso casamento com o Mercosul é indissolúvel, mas é
sempre importante discutir a relação.
RIO FICA EM 8 º NO RANKING
O estudo elaborado pela FGV Projetos em parceria com o jornal “Financial Times” mostra que a
microrregião do Rio de Janeiro ( capital e 15 municípios) ocupa apenas a oitava posição num
ranking competitividade do país. São Paulo lidera o ranking agregado de competitividade no Brasil,
seguido pela microrregião de Campinas ( SP), Florianópolis ( SC), Porto Alegre ( RS), Curitiba ( PR),
Jundiaí ( SP) e Guarulhos ( SP). Significa que o Rio de Janeiro ficou atrás não apenas de São Paulo
como de todas as regiões metropolitanas do Sul do país.
O “Perfil da Competitividade Brasileira”, analisa a questão da competitividade a partir das 558
microrregiões brasileiras ( segundo classificação do BGE) e considerando 14 dimensões, como
educação, infraestrutura social, sustentabilidade, saúde, logística, inovação e mercado de trabalho,
por exemplo, em 224 indicadores.
Itens como educação básica, saúde, infraestrutura social, sustentabilidade, agricultura e
recursos energéticos são alguns dos que prejudicam o Rio de Janeiro. Nessas dimensões, o Rio de
Janeiro está fora do ranking das 20 melhores microrregiões.
— No caso da saúde, o Rio não está nem entre as 40 melhores microrregiões. Por outro lado,
vai bem em educação superior e profissional, logística, sofisticação dos negócios e inovação —
explicou Fernando Blumenschein, coordenador do estudo.
Das 40 primeiras colocadas, 25 são microrregiões de São Paulo. Apesar da concentração, há
outros destaques, como Campo Grande ( MS, na 98 ª posição) e Goiânia ( 77 ª ) — entre os 20%
melhores — e Fortaleza ( 142 ª ) e Natal ( 189 ª ) — entre os 40% melhores.
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