NunoCrato promete devolver 30 milhões âs universidades O ministro promete ainda verbas para transporte dos alunos a transferir após fecho de 311 escolas do básico PB/7 Crato promete dar "na semana que vem' os 30 milhões cortados em excesso Ministro da Educação garantiu que ia devolver as verbas retiradas às universidades que já estavam inscritas no Orçamento do Estado para este ano. O anúncio foi feito na posse do novo reitor da UP N uno Crato ouviu as queixas do novo reitor da Universidade Ensino superior Natãlia Faria ministro da Educação e Ciência, Nuno Crato, garantiu ontem que na próxima semana serão transferidos para as universidades os cerca de 30 milhões que lhes foram cortados em excesso no Orçamento do Estado (OE) para este ano. "Tenho a garantia por parte do Ministério das Finanças que, ainda esta semana que vem, serão transferidas as verbas correspondentes ao desaentre os 6,5% justamento que são globais da função pública e aquilo que é específico da estrutura salarial das universidades", declarou o titular da pasta da Educação, falando aos jorO do Porto, Sebastião Feyo, e lamentar-se "das restrições nalistas no final da sessão de tomada de posse do novo reitor da Universi- dade do Porto, Sebastião Feyo. O corte para toda a estrutura do Estado foi de 6,5%, ao passo que nas universidades o corte médio atinge os 8,9%. Ao todo, as universidades recebem 61,8 milhões de euros a menos, dos quais mais de 31 milhões são explicados pela redução da massa salarial dos funcionários públicos de cada uma das instituições. Os restantes 30,5 milhões de euros são classificados pelo Conselho de Reitores das Universidades Portuguesas (CRUP) como um "corte orçamental injustificado". Há meses que o CRUP vem reivindicando a devolução daquele montante. Ontem, António Rendas mostrou agrado pelo anúncio feito pelo ministro: "0 processo demorou tempo. Desde Março que tínhamos do secretário de Eso compromisso tado. Estamos a meio do ano lectivo e as instituições precisavam dessa organizarem". garantia para A este problema somam-se as questões de tesouraria de várias universidades depois de o Tribunal Constitucional ter decretado a reposição dos salários da função pública. Na quinta-feira, a reitora da Universidade de Évora, Ana Maria Costa Freitas, alertou que a academia precisa de um reforço da dotação orçamental na ordem dos três milhões de se euros para compensar esta reposição e constrangimentos' salarial. o im- Segundo aquela responsável, pacto do acórdão do Tribunal Constitucional, que "chumbou" os cortes dos salários dos funcionários públicos acima dos 675 euros, "é de cerca de 400 mil euros por mês" naquela universidade, o que dá "à volta de três milhões de euros" até ao final do ano. "Não há nenhuma universidade que consiga pagar os salários sem cortes durante mais de dois meses", afirmou Ana Maria Costa Freitas, para vaticinar que, "ao fim de três meses, haverá ruptura em todas" as academias do país. Na globalidade das universidades serão necessários e politécnicos, cerca de 55 milhões de euros para garantir a reposição salarial. Sobre estas verbas, Nuno Crato optou por empurrar a resolução do problema para a esfera do próximo Orçamento rectificativo. "Este é um problema que tem que ser resolvido através de um Or- portuguesa çamento rectificativo para toda a função pública e, quando for resolvido para esta, será resolvido para as universidades", disse, para garantir que, "neste momento, nenhuma universidade tem problemas de ruptura financeira". Crato lembrou ainda que as univer- sidades podem "pura e simplesmente pedir um reforço da dotação disponível, que é algo que a secretária de Estado do Orçamento despacha quase automaticamente". "As universidades e instituições de ensino superior podem muito rapidamente pedir esse reforço de verbas disponíveis e, através disso, cumprir o que foi definido pelo Tri- bunal Constitucional", sublinhou, aproveitando para reiterar críticas àquele órgão, que, segundo disse, "criou um problema que não é das universidades é de todo o país". Reitor quer autonomia Mais do que protestar contra os coro novo reitor da Uni- tes orçamentais, versidade do Porto, Sebastião Feyo, promete lutar por uma maior autonomia de gestão. "As verbas fazem falta. Mas, mais do que verbas, gostaria de ter um sistema de governação e de gestão mais flexível do que o que temos", declarou aos jornalistas. Nas suas primeiras declarações enquanto reitor, Sebastião Feyo queixou-se de todo um conjunto de "restrições e constrangimentos" que roubam "muito tempo e dinheiro" "Falta e cuja eficácia é "duvidosa". alguma autonomia, nomeadamente em termos de gestão de recursos humanos", precisou, reconhecendo em- bora que esse "é um problema geral do país" e que "haver excepções para seria complicado". a universidade Confrontado com as dificuldades que algumas das 14 faculdades da Universidade do Porto estarão a ter em pagar os salários, o reitor asseverou que "a universidade, na sua globalidade, não está em ruptura". Assim, "se há escolas com maiores dificuldades, a situação tem que ser analisada para depois, em conjunto, se tomarem decisões". Antes, ainda durante o discurso oficial de tomada de posse, o ex-director da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto reivindicara do Governo um esforço capaz de redundar em "quadros legais de governação e gestão do quotidiano mais consonantes com a complexidade e dimensão" da actividade da universidade". "Melhorar o quadro de governação e de gestão de bens e de recursos humanos parece-me ser a grande exigência para a modernização das reclamou o sunossas instituições", cessor de José Marques dos Santos, que liderou, nos últimos oito anos, uma instituição que soma 33 mil estudantes.