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vilas
percursos
Alfaiates
Sabugal
Sortelha
Vila do Touro
Vilar Maior
S A B U G A L
> COMO CHEGAR AO SABUGAL
A) Vindo do Sul, a melhor via de acesso é a autoestrada A23. Próximo de
Caria, encontra-se a saída 32. Abandonando a A23, estamos a cerca de 30
km da cidade do Sabugal, pela estrada N 233.
B) Vindo do Norte, seguindo pela A25, no sentido Aveiro-Vilar Formoso,
na saída 30, muda-se para a A23. Na saída 33 – Guarda-este – tomamos a
estrada N 233, em direcção ao Sabugal, que se encontra a cerca de 25 km.
C) Vindo de Espanha, passando a fronteira em Vilar Formoso, encontramos a A25, até à saída 30 (Pinhel, Sabugal). Seguindo em direcção ao
Sabugal, pela N324, passamos Cerdeira do Côa, Rapoula do Côa e, cerca
de 10 km depois, viramos à esquerda para o Sabugal (N233);
em alternativa, saímos de Vilar Formoso a N 332 em direcção a Aldeia da
Ponte e Alfaiates. Daqui, a N233-3 segue até ao Sabugal.
Sortelha
> UM POUCO DE HISTÓRIA
Em 1228, D. Sancho concedeu foral a Sortelha e mandou edificar o castelo.
Este fazia parte de um conjunto de fortificações que, de ambos os lados do
rio Côa, protegiam a fronteira por aquele definida.
Com as conquistas feitas por D. Dinis na região e o subsequente Tratado de
Alcanizes, em 1297, a fronteira afastou-se para leste, retirando importância
estratégica a Sortelha. Apesar disso, este rei e, mais tarde, D. Fernando ainda
tiveram a preocupação de reforçar as suas defesas.
As tentativas de fixação de população levaram à criação de um couto de homiziados, logo no século XIV. Apesar disso, a fraca produção local nunca
permitiu que estas iniciativas tivessem grande êxito.
Apenas com D. Manuel (século XVI) voltou a Vila a beneficiar das atenções
reais. Em 1510, o soberano deu-lhe um novo foral, tentando incentivar o seu
repovoamento e desenvolvimento económico. A par disso, o castelo sofreu
obras de beneficiação, como o atesta o brasão real ladeado pelas esferas
armilares que se encontra sobre a porta de entrada. Outros vestígios desse
período são o pelourinho e algumas casas com elementos arquitectónicos
característicos.
A distância em relação à fronteira e a pobreza da zona fizeram com que fosse
perdendo importância, até ser extinto o concelho, em 1855, sendo integrado
o seu território no do Sabugal.
Em finais dos anos noventa, foi incluída no projecto das Aldeias Históricas,
sendo alvo de um extenso trabalho de reabilitação do seu património arquitectónico.
> PASSEANDO POR SORTELHA
Começamos a nossa visita entrando pela Porta da
vila (1). Para quem vem do arrabalde, é a entrada na
zona muralhada da antiga vila. Tem uma porta em ogiva e, sobre ela, junto à extremidade da muralha, uma
antiga guarita.
Estamos no Largo do Corro, onde podemos encontrar um Passo da Via Sacra (2), adossado à muralha.
Para além disso, encontra-se rodeado de casas dignas
de atenção: a Casa Número 1 (6); a Casa do Escrivão da Câmara (7); a Casa dos Falcões (4) e uma
casa setecentista. Todas elas são bons exemplos da
arquitectura da aldeia.
Prosseguimos subindo a Rua da Fonte. Logo no início
desta, encontra-se uma fonte de mergulho. Um pouco
mais acima, ao fundo de uma cortada à esquerda, está
o antigo forno comunitário (13). Ao longo desta rua,
encontramos casas com elementos arquitectónicos
merecedores de atenção: uma janela quinhentista ou
um relógio de sol, entre outros. Ao chegar ao Largo
do pelourinho (19), temos do nosso lado esquerdo
a Casa das Almas (12), local onde eram recebidas
dádivas para os necessitados.
O Largo do pelourinho é o ponto fulcral da vila medieval: no seu centro, o pelourinho – símbolo do poder local; junto a este, mais um Passo da Via Sacra
(16) e o acesso ao castelo; o edifício junto à muralha
é aquele que foi, durante a existência do concelho de
Sortelha, a Casa da Câmara (18) (piso superior) e
prisão (piso inferior).
Virando à esquerda, entramos no castelo (14), edificado sobre um rochedo do lado meridional da vila,
um ponto elevado e de vertentes escarpadas, tornando
mais fácil a sua defesa. O primeiro aspecto que chama a atenção do visitante é a ausência de ameias na
muralha. No interior do recinto, podemos encontrar a
torre de menagem, uma cisterna e uma Porta Falsa. Apenas parte do adarve subsiste, mas é possível
ter acesso à varanda de Pilatos, balcão rectangular
sobre a Porta do Castelo, com matacães e troneiras.
Saindo do castelo, prosseguimos o nosso percuro, encontrando a igreja de Nossa Senhora das Neves
(21), ou igreja matriz. Tem no seu portal a data de
1573, podendo ter existido no local um templo anterior. No interior, possui um tecto mudéjar na capela-mor, vários elementos renascentistas e um fragmento
de fresco num dos altares laterais, descoberto durante
as últimas obras de restauro. A torre sineira é uma
construção isolada a poucos metros do templo. A toda
a volta da igreja, existem sepulturas antropomórficas. Com a pavimentação dos arruamentos, a maioria
encontra-se coberta, mas podemos observar algumas,
nas traseiras ou na zona lateral norte.
Continuando a subir a Rua Direita, em direcção à
Porta Nova (31), deparamos com mais três casas
dignas de menção: do lado esquerdo, a Casa da Vila
(23) e, do lado direito, a residência Paroquial ou
Passal (24) e a Casa do Governador (25).
A Porta Nova era o local de entrada na vila, para quem
vinha do lado oeste, através da calçada medieval, de
que ainda podemos ver um troço. Do lado exterior, encontramos gravadas as medidas-padrão da vara e do
côvado em uso no antigo concelho. Localizam-se aqui
por ser junto a esta porta que, na época, se realizava
o mercado local.
Perto à Porta Nova, encontra-se o antigo Hospital da
Misericórdia (33), que data do século XVI, embora podendo ter existido no local uma antiga gafaria.
Seguindo o caminho à esquerda, encontramos a Igreja de Santa Rita (34). Actualmente, encontra-se sem
cobertura, sendo visíveis no seu interior o altar e um
púlpito, numa das paredes laterais.
Nesta zona da aldeia, encontramos a torre do facho
(30), de planta quadrangular, ladeada por uma pequena
porta falsa (29). Caminhando uns passos no exterior,
podemos observar, olhando sensivelmente para Norte,
uma pedra de forma peculiar, a cabeça da velha.
Prosseguindo o nosso percurso pelo interior da aldeia,
chegamos à Casa do juiz (26), construção do século
XVI-XVII, actualmente integrada numa unidade de Turismo Rural.
Um pouco mais à frente, está a Casa árabe (27). Na
torça da porta de entrada, encontra-se uma inscrição
medieval «Jesus Ave Maria». O nome dado a esta casa
resulta de, durante muito tempo, não se ter decifrado
a inscrição e esta ter sido considerada como um traço
da presença árabe.
Ao descer, encontramos a Casa do vento que soa (3),
uma construção que se conjectura ser dos séculos XVI/
XVIII, com escadaria exterior e balcão com alpendre.
No arrabalde, junto à estrada nacional que conduz ao
Sabugal, podemos ainda visitar o Solar e capela de
Nossa Senhora da Conceição.
> ONDE COMER
Restaurante D. Sancho
Largo do Corro
Tel - 271 388 267
Restaurante Celta
Rua dr. Vítor Manuel Neves, 10
Tel - 271 388 291; Fax - 271 381 004
> ONDE DORMIR
Casa da Lagariça
Calçada de St. Antão, 13
Tel - 271 388 116; Fax - 271 388 116
Casa da Calçada
Calçada de St. Antão, 13
Tel - 271 388 116; Fax - 271 388 116
Casa da Cerca
Largo de St. Antonio
Tel - 271 388 113; Fax - 271 388 500
Casa da Villa
Rua Direita
Tel - 271 388 113; Fax - 271 388 500
Casa do Páteo
Solar de Nº. Sr.ª da Conceição
Tel - 271 388 113; Fax - 271 388 500
Casa do Campanário 1
Rua da Mesquita
Tel - 271 388 198; Fax - 271 388 198
Casa do Campanário 2
Rua da Mesquita
Tel - 271 388 198; Fax - 271 388 198
Lapa do Viriato
Tel - 271 388 198; Fax - 271 388 198
Sabugal
> UM POUCO DE HISTÓRIA
A cidade do Sabugal está situada num promontório contornado pelo rio
Côa, o que proporcionou uma ocupação humana muito remota, devendo ter
existido, no local, um castro pré-histórico.
À presença romana seguiu-se um período de alguns séculos em relação aos
quais não dispomos de dados sobre a ocupação do território, ou qualquer
acontecimento aqui localizado. Apenas na Idade Média voltamos a encontrar
referências a estas terras, com a sua conquista por D. Afonso Henriques.
Sendo um território considerado de menor importância na política de expansão para sul, não teve uma ocupação efectiva e acabou por ser integrado
no Reino de Leão. Nos finais do século XII, D. Afonso IX de Leão fundou o
Sabugal e deu-lhe foral.
Em 1296, D. Dinis decidiu conquistar as terras de Riba-Côa, que ficaram
definitivamente em seu poder com a assinatura do Tratado de Alcanizes,
em Novembro de 1297.
De modo a assegurar a melhor defesa das terras então conquistadas, o rei
português mandou construir um castelo sobre as muralhas leonesas, encimado por uma imponente torre de menagem, com a particular característica
de ser de planta pentagonal regular. Igualmente foi confirmado o foral anterior e a feira franca existente.
No reinado de D. Manuel, o castelo sofreu obras
de beneficiação, atestadas pelo escudo ladeado
pelas esferas armilares presente na torre de
menagem e na torre do relógio, que protege a
única porta da muralha leonesa que sobreviveu
até aos nossos dias.
Durante as invasões francesas, o Sabugal foi
alvo de ocupação e saque pelas tropas de Massena em retirada. Foi nas proximidades da cidade – Gravato – que se deu a última batalha em
território nacional.
> Passeando pelo Sabugal
O percurso proposto tem início no castelo do Sabugal,
pelo facto de ser lá que se encontra o Posto de Informação Turística.
O Castelo (1) (Monumento Nacional) foi edificado
por D. Dinis, reforçado por uma torre de menagem de
planta pentagonal regular. Recebeu obras de beneficiação no reinado de D. Manuel I e ainda na época da
Restauração. Por volta de 1846, o seu interior foi transformado em cemitério, o que implicou a demolição das
construções aí existentes.
Descendo em direcção ao Museu do Sabugal, passamos pelo Lapidário (2), onde se encontram recolhidos artefactos em pedra que remontam a períodos
diversos, desde a época romana até ao século XX. Ao
percorrer este espaço, o visitante passa sobre um fragmento da antiga muralha leonesa do Sabugal, onde se
pode observar a sua espessura e diferentes elementos
de construção: paredes exteriores de pedra aparelhada
e enchimento com terra e pedras menores.
O Museu do Sabugal (3) está instalado num espaço
anteriormente ocupado pelas Finanças e Polícia, recentemente recuperado e adaptado. A exposição permanente ilustra a presença humana no concelho, desde
os primeiros vestígios pré-históricos até ao século XX.
Em paralelo, existe um espaço destinado a exposições
temporárias, onde têm lugar projectos de diversos géneros: pintura, escultura, etnografia, etc.
No largo em frente ao Museu, está colocada uma cópia
recente do pelourinho original. Deste, apenas subsistem três fragmentos, que podem ser observados no
interior daquele.
Podemos continuar o nosso percurso atè à Praça da
República. Aqui, encontramos a actual Câmara – um
conjunto de três edifícios, ligados entre si: antiga Câmara Municipal, Tribunal e Cadeia (4). Os edifícios
do Tribunal e Cadeia foram construídos por iniciativa
do Juiz de Direito Vicente Pereira de Figueiredo e terminados em 12/9/1842, como se pode ler no lintel de
uma janela. A casa da Câmara teria sido terminada em
28/9/1852. Apresenta dois pisos; todos os vãos são
rectos e moldurados, à excepção do edifício municipal.
Na mesma praça, encontramos ainda a Casa dos Britos (5) que, no séc. XVII, pertenceu a Brito Távora Silva. Hoje, apenas existe a entrada nobre, precedida por
uma escadaria de degraus semicirculares antecedendo
um alpendre. Possui um pórtico ladeado por colunas
jónicas estriadas, e brasão.
A única porta da muralha medieval que subsiste foi
reforçada com uma torre, onde, mais tarde, foi instalado o sino que lhe deu o nome actual (Torre sineira)
(6). Tem planta quadrada, rematada por cornija com
gárgulas de canhão. A cobertura é feita com abóbada
de cantaria. A porta é, possivelmente, do século XIII,
embora tendo sido posteriormente refeita.
Daqui, também se avista a Igreja Matriz, ou de S.
João (7), da segunda metade do século XVIII. A primitiva igreja poderia ser de origem medieval, construída
pela Ordem dos Hospitalários, a quem fora concedido
o senhorio do Sabugal. Na fachada, à direita da porta
de entrada, encontra-se uma antiga ara romana reaproveitada na construção.
Descendo a Rua 5 de Outubro e viranda à esquerda,
podemos ir ter à Igreja da Misericórdia (8). É uma
igreja românica com nave única; pórtico em arco de
volta perfeita; campanário com duas aberturas sineiras
e cachorrada decorada com motivos geométricos. No
interior, podemos observar a pia baptismal, o púlpito
e os retábulos em talha dourada. Sofreu consideráveis
alterações no séc. XVII, encontrando-se a data de 1687
inscrita no janelão da fachada principal, agora entaipado. Na sua parede lateral, encontra-se integrada uma
pedra gravada, apresentando duas cruzes de Malta,
uma inscrição e a medida-padrão do côvado. Tal como
em numerosos espaços públicos da época, esta destinava-se a servir de instrumento de aferição de medidas
medievais.
Continuando a descer, vamos encontrar o Largo da Fonte, em muitos aspectos o local central da cidade. Era um
ponto de encontro e convívio da população local, em
ocasiões como as festas tradicionais.
Aqui podemos ver o Chafariz (9) edificado em 1904
(conforme data inscrita no frontão), próximo do local
onde teria existido, segundo a tradição, uma fonte de
mergulho da época de D. Dinis. O seu projecto foi de
autoria de José Maria de Mello de Mattos.
Tem três bicas inscritas em círculos e enquadradas por
friso. A par de outros elementos decorativos, destaca-se o antigo brasão concelhio, composto por um ramo
de sabugueiro e uma chave.
A pequena distância, que pode ser percorrida a pé,
encontra-se a praia fluvial do Sabugal, local aprazível
no rio Côa, com espaço de lazer livremente acessível.
> ONDE COMER
2000Pirão
Rua do Emigrante
Bairro Quinta das Poltras
Tel - 271 752 358
Tel - 271 753 733
Churrasqueira O Pedro
Rua Almeida Garrett, 3
Tel - 271 753 895
Pixbar
R. Joaquim Manuel Correia
Tel - 96 976 6871
D. Dinis (RaiHotel)
Largo do Cinema, 9
Tel - 271 750 100; Fax - 271 754 300
Pizzaria Nogueira
Rua António José de Almeida, 49
Tel - 913 434 256 / 919 244 917
Europa
Rua Teófilo Braga, 3
Tel - 965 111 864
Pizzaria Sabugalense
Rua Florbela Espanca
Tel - 271 754 133 / 968 972 446
MilénioRobalo
Rua Ribeiro do Trancão
Largo do Cinema, 4
Tel - 271 752 112
Tel - 271 753 566 / 271 753 594
Mira-Côa
Rua Marquês de Pombal
Tel - 271 754 206
Sabores de Leste
Rua 5 de Outubro, 17
Tel - 271 754 072 / 913 755 742
O Lei
Rua do Rio Côa, 6
Tel - 271 754 351; Fax - 917 641 410
O Templo
Estrada Nacional 233-3
Tel - 271 752 635; Fax - 271 752 635
Sol Rio
Av. Infante D Henrique, 58
Tel - 271 753 197 / 271 752 070
Fax - 271 752 070
> ONDE DORMIR
Albergaria Stª ISABEL (RaiHotel)
Largo do Cinema, 9
Tel - 271 750 100; Fax - 271 750 300
Mail - [email protected]
Hospedaria Robalo
Rua dr. António José de Almeida, 54
Tel - 271 753 566 / 966 122 191;
Fax - 271 753 594
Mail - [email protected]
Palheiros do Castelo
(4 casas na envolvente do castelo)
Tel - 916 036 269
Quinta do Alexandre
Estrada Nacional 233-3 – km 3,8
(2k Sabugal)
Tel - 271 754 056 / 218 141 387 /
962 338 406; Fax - 271 754 056
Mail - [email protected]
Residencial Sol Rio
Av. Infante D.Henrique, 58
Tel - 271 753 197; Fax - 271 752 070
Alfaiates
> UM POUCO DE HISTÓRIA
A origem da povoação não é conhecida com segurança, podendo o seu nome
ser de origem árabe. Embora sem certezas, podemos associá-lo ao termo árabe Al-haet (muro, parede ou cerca).
Situada na margem direita do Côa, fez parte do reino leonês até finais do século XIII, sendo provável que fosse fortificada, pois constituía um dos pontos
da primeira linha de defesa do território.
Entre 1209 e 1226, foi elevada a vila e recebeu foral do rei de Leão.
Com a conquista da região, por D. Dinis, e a assinatura do Tratado de Alcanizes, em 1297, passou a fazer parte do reino português.
No decorrer do século XIV, toda a Europa foi assolada pela peste negra. Esta
região não foi excepção e, para tentar combater a desertificação, foram criados coutos de homiziados em vários locais, como Alfaiates. Num couto de homiziados tinha o direito de se fixar livremente qualquer indivíduo que fosse
perseguido pela justiça noutra região.
Com a demarcação rigorosa da fronteira, cerca de 1537, a importância militar
desta vila foi-se reduzindo.
As guerras da Restauração voltaram a trazer a destruição a Alfaiates. O seu capitão Brás Garcia de Mascarenhas desempenhou um papel fundamental na defesa
desta região e nas obras de remodelação da Praça-forte, dando-lhe a configuração actual.
Durante as invasões francesas, em 1811, o castelo desempenhou um papel
importante na defesa da zona fronteiriça. Posteriormente, também o concelho de Alfaiates foi extinto e a fortificação transformada em cemitério, situação que se manteve até ao século XX.
> PASSEANDO POR ALFAIATES
Começamos o nosso percurso no Castelo (1). O que
hoje podemos encontrar são restos da fortaleza e
cerca edificadas / reconstruídas por Brás Garcia de
Mascarenhas, no século XVII. No início do século XVIII,
houve ainda um novo projecto de modernização da
fortificação, mas que nunca chegou a ser concretizado, pois a importância militar da praça era cada vez
menor, o que fez com que o investimento deixasse de
ter interesse.
O castelo apresenta uma dupla cintura de muralhas,
ambas de planta quadrangular postas em losango.
A interior apresenta duas torres quadrangulares, colocadas em vértices opostos, sendo a torre de menagem de maiores dimensões. Na fachada principal,
encontra-se o brasão real de D. Manuel, entre duas
esferas armilares, tal como na janela existente na torre situada a SE.
Prosseguindo pela Rua Direita, encontramos logo
no ínicio do lado direito o Solar dos Camejos (6),
nome que deriva do da família proprietária. Possui várias inscrições apontando para datas do século XVIII,
como uma das portas, que ostenta a data de 1728.
São dignos de nota os pormenores arquitectónicos de
portas e janelas. Uma das janelas do piso superior
possui mísulas laterais, possivelmente para colocação
de vasos de flores.
Logo a seguir, do lado oposto, está a Igreja Matriz
(2). O actual templo data, provavelmente, da primeira
metade do séc. XVI, embora com alguns elementos
arquitectónicos de períodos anteriores. De características góticas, encontramos o portal lateral, com arco
em ogiva. Apresenta traços arquitectónicos do início
do Renascimento, como o portal da fachada principal,
decoração interior e púlpito, ricos em elementos decorativos e simbologia cristã.
Um pouco mais longe, a Rua Direita desemboca num
largo onde podemos encontrar:
Pelourinho (4), datando, provavelmente, do séc.
XVI, altura da renovação do foral da vila, por D. Manuel. Tem seis degraus, o primeiro quadrangular e os
restantes circulares. A coluna é cilíndrica, lisa e sem
base.
Junto a este, está o edifício onde funcionou a antiga
Câmara Municipal, actualmente sede da Junta de
Freguesia.
Este largo é dominado pela Igreja da Misericórdia (3), construção românica. A primitiva construção
data do século XIII / XIV, tendo sido acrescentados
os púlpitos exteriores e o coro-alto no século XVI /
XVII. É uma igreja de uma nave, com características
românicas e góticas. Nos dois alçados, podemos ver
cachorradas com motivos geométricos, zoomórficos
e antropomórficos. No interior, existe uma pia baptismal decorada e, na parede oriental, o resto de um
fresco representando Cristo Crucificado.
Ainda existem alguns troços da antiga cerca do século XVII. Quase todos estão integrados na estrutura de
construções dievrsas. Nalguns casos, são paredes interiores, noutros as fachadas, onde se rasgaram portas ou janelas. Inclusivamente, existe uma casa que
incorpora na sua estrutura um dos antigos cubelos.
Próximo do castelo, nas traseiras de uma das casas
da Rua da Muralha do Arrabalde, podemos ver um
dos maiores troços dessa cerca. Na estrada para o
cemitério, encontramos os restos da única porta sobrevivente até aos nossos dias.
Tomando a estrada em direcção à Aldeia da Ponte,
podemos visitar Sacaparte. Aqui, encontramos um
conjunto constituído pela igreja e dependências,
alpendres de feira, cruzeiro e ruínas do antigo convento. A igreja (7) actualmente existente datará do
séc. XVIII, sendo obra da Congregação de S. Camilo
de Lelis, ou Ordem dos Clérigos Agonizantes. No alçado norte, existe uma interessante janela-oratório,
de planta trapezoidal, adossada à nave. No interior,
o destaque principal vai para dois retábulos em talha
dourada, bem como o retábulo-mor. Na parede por
trás do altar, foram recentemente encontrados restos
de frescos, que podem ser acedidos por duas pequenas portas existentes no local.
A sul da igreja, encontram-se as ruínas do antigo
convento (8). Construído no século XVIII, foi ocupado por monges dedicados ao apoio a doentes e peregrinos e, mais tarde seminário e estabelecimento de
ensino médico. Como tantos outros estabelecimentos, foi abandonado em 1834, com a expulsão das ordens religiosas. Actualmente, apenas permanecem de
pé as paredes dos dois pisos. Um lavatório existente
no edifício foi retirado pela autarquia, para assegurar
a sua preservação.
A pequena distância do recinto, no cimo dum cabeço
sensivelmente a ocidente, existe restos de um dólmen (9), bastante danificado.
> ONDE COMER
O Pelicano
Estrada Nacional 233
6320-081 Alfaiates
Tel / Fax - 271 647 560
Quinta das Sereias
Cruzamento da Rebolosa
6320 Soito
Tel - 271 601 222
> ONDE DORMIR
Residencial O Pelicano
Estrada Nacional N.º233
6320-081 Alfaiates
Tel / Fax - 271 647 560
Vilar Maior
> UM POUCO DE HISTÓRIA
Em 1139 Vilar Maior foi conquistada aos mouros, pelo rei D. Afonso VII de
Leão e recebeu cartas de povoamento dos reis D. Afonso IX e X de Leão. Fez
parte deste reino até à sua integração definitiva em Portugal, com a conquista
por D. Dinis e assinatura do Tratado de Alcanizes, em 1297.
A sua localização geográfica deu-lhe importância militar, sendo um dos castelos que, do lado leonês, protegiam a fronteira. Após a conquista pelo rei
português, passou a fazer parte da primeira linha de defesa do país. A sua
muralha será de meados do século XI / início do século XII, tendo sido envolvida, em 1280, por uma segunda cintura, que aumentava a protecção dos seus
habitantes. Em 27 de Novembro de 1296, após ter tomado a vila, D. Dinis
concedeu-lhe carta de foral e acrescentou ao castelo a torre de menagem.
Ao longo dos séculos, foram vários os reis que se interessaram pelo estado
da fortificação, tendo recebido intervenções nos reinados de D. Fernando, D.
João I e D. Manuel I. A preocupação com o inimigo castelhano levou a que
mandassem reforçar as defesas da vila.
Foi também o rei D. Manuel I que renovou o foral da vila, em 1 de Junho de
1510. Dessa época datará o pelourinho que, ainda hoje, podemos encontrar
num largo na zona baixa de Vilar Maior.
Com o tempo, o seu castelo foi perdendo importância militar, pelo que foi
sendo descurado, com a inevitável degradação. Durante as invasões francesas, Vilar Maior localizava-se no percurso das tropas napoleónicas, pelo que
foi uma das muitas localidades pilhadas.
Em 1842, com a extinção do concelho de Alfaiates, Vilar Maior viu o seu território alargado, passando a conter onze freguesias. No entanto, poucos anos depois, tendo prosseguido as reformas
administrativas do século XIX, também o concelho de Vilar Maior foi extinto e integrado no do
Sabugal, em 24 de Outubro de 1855.
> PASSEANDO POR VILAR MAIOR
O foral de Vilar Maior foi renovado por D. Manuel I,
em 1510, datando dessa época a construção do Pelourinho (4), que marca o ponto de partida para o
percurso de visita. Tem uma coluna octogonal, apoiada em seis degraus quadrangulares. O seu remate é
em gaiola de seis colunelos, um dos quais já desaparecido.
Percorrendo a Rua da Misericórdia, chegamos à Igreja da Misericórdia (9). Trata-se de um templo que
data do século XVII, resultante da reconstrução de
igreja anterior. No século XVIII, foi executado o seu
retábulo-mor, hoje já muito adulterado. Posteriormente, foram acrescentados os restantes retábulos e
coro-alto. Na sacristia, existe um interessante lavabo,
composto por um nicho que encima bica em forma
de carranca.
Regressando ao Largo do pelourinho, descemos em
direcção ao Largo da Praça, onde podemos encontrar
sinalização que nos encaminha para a ponte medieval (3) sobre o rio Cesarão, que poderá datar do século XIII / XIV. Possui três arcos e, a montante, dois
talhamares triangulares. Uma característica menos
usual do tabuleiro é o seu vértice não coincidir com o
topo de um arco.
Regressando, mais uma vez, ao Largo da Praça e virando à direita, passamos pelo antigo Forno comunitário (10), que funcionou até aos anos cinquenta
do século XX. Há alguns anos, foi alvo de obras de
recuperação, encontrando-se em perfeitas condições.
Um pouco mais adiante, no Largo das Portas, temos,
à esquerda, a Casa dos Rebocho (7). A sua origem
poderá remontar ao século XV, tendo sido encontrada
na propriedade a pedra do couto de homiziados com
as armas reais de D. Afonso V. Foi solar dos Figueiredo Telles, até 1795, passando para a família Rebocho em 1854. É um edifício de dois pisos, de planta
rectangular, com escada exterior de acesso ao piso
nobre. Nesta, encontra-se embutida uma inscrição
gótica, ainda não totalmente decifrada.
Do outro lado do largo, vemos o Solar Quevedo Pessanha (6), datado de 1726. Trata-se de um edifício
de planta rectangular e dois pisos. Na parte posterior, estão anexadas algumas construções destinadas
a zonas de serviços. O acesso ao piso superior é feito
por escadaria interior.
Subindo em direcção ao Castelo, começamos por passar junto ao Museu (5). O edifício foi Câmara (piso
superior) e prisão (piso inferior), até à extinção do
concelho, em 1855. Após essa data, funcionou aqui a
escola primária e, posteriormente, foi adaptado para
a actual função. Num dos afloramentos graníticos em
que assenta o edifício, existe uma gravura rupestre
com diversos motivos geométricos.
Prosseguindo, encontramos a poucos metros a Igreja
matriz (8), dedicada a S. Pedro. O actual edifício data
de finais do século XVII e combina elementos românicos (torre) e barrocos (igreja). Após a demolição da
igreja de Santa Maria do Castelo, foi trazida para aqui
a sua pia baptismal medieval.
A última construção que encontramos na subida é a
Igreja de Santa Maria do Castelo (2), em ruínas.
A primitiva construção datará do século XIII. O que
podemos ver actualmente é a parte correspondente
à capela-mor e arco triunfal. A nave da igreja e o alpendre que existia foram demolidos em 1923, para
a construção do cemitério. A igreja encontrava-se já
em más condições, em consequência de um incêndio
no ano anterior. Observando atentamente o muro do
cemitério, podemos encontrar vários elementos retirados à antiga igreja, como um portal em arco ultrapassado decorado.
Terminamos o trajecto no Castelo (1). Em 1296, D.
Dinis concedeu carta de foral à vila e reconstruiu o
castelo, ou apenas a torre de menagem. Ao longo dos
séculos, foram vários os reis que se interessaram pelo
estado das suas muralhas, tendo recebido intervenções nos reinados de D. Fernando, D. João I e D. Manuel. A cidadela tem um traçado oval irregular, com
uma porta principal de acesso e uma porta falsa do
lado oposto. Ao longo da muralha, existem diversas
escadas de acesso ao adarve. No interior, podemos
observar a cisterna e o acesso à torre de menagem,
que se encontra adossada do lado exterior, junto a
uma das portas. Na face exterior da torre, é visível
o escudo português. Outro aspecto que merece uma
chamada de atenção é o grande número de marcas de
canteiro visíveis em todas as suas faces.
Próximo do castelo, na vertente oeste, foi encontrada,
em 1957, uma espada de bronze que se encontra em
exposição no Museu da Guarda.
No percurso de descida de regresso ao Largo do Pelourinho, podemos ainda encontrar, perto do Museu,
restos de uma porta e da cerca de 1280.
> ONDE COMER
Bernardina
Rua Srª dos Caminhos, 6
6320-041 Aldeia da Ribeira
Tel - 271 647 831
Bica dos Covões
Largo do Enchido
6320-091 Badamalos
Tel - 271 585 249
O Martins
Estrada Nova
6320-091 Badamalos
Tel - 271 585 424
> ONDE DORMIR
Casa do Tear
Rua do Cemitério, nº 6
6320-602 Arrifana do Côa
Tel - 271 566 000
Fax - 271 466 000
Casa Villar Mayor
Travessa do Pelourinho
6320-601 Vilar Maior
Email - [email protected]
Tel / Fax - 271 648 027
Vila do
Touro
> UM POUCO DE HISTÓRIA
A região de Riba-Côa, que inclui a Vila do Touro, tem uma história mal conhecida até aos inícios da Reconquista cristã. No início do século XIII, o rio Côa
marcava a fronteira entre os dois reinos, pelo que houve uma preocupação
com a construção de castelos que a defendessem.
Foi por este motivo que, ao longo do rio, foram construídos diversos castelos
e concedidos forais a vilas. A linha de fronteira leonesa era portegida por castelos como Vilar Maior, Alfaiates ou Sabugal. Do lado português, havia Sortelha e a Guarda. Como esta estava longe, doou o território do Touro à Ordem
do Templo, para o povoar e defender.
Em 1220, Pedro Alvites, Mestre da Ordem do Templo, concedeu carta de foral
à Vila do Touro. Entre as obrigações da população, encontrava-se a de construir o castelo. Deste subsistem dois panos de muralha, aproveitando o relevo
entre barrocos. No interior, apenas se detectam as fundações de um edifício
de planta rectangular, encostado ao pano de muralhas. Não há qualquer vestígio de torres. Muito provavelmente, a construção do castelo ficou inacabada,
o que explicaria o estado arruinado da construção.
Segundo as Inquirições de 1290, o castelo terá sido destruído pelo concelho
da Guarda, preocupado com a ameaça que ele poderia representar para a
manutenção do seu ascendente na zona.
Em 1319, a Vila do Touro, com a extinção da Ordem do Tempo, passou para
a tutela da Ordem de Cristo.
A Vila viu renovado o seu foral, por D. Manuel,
em 1510.
Tal como as restantes vilas medievais, nas reformas administrativas do século XIX, foi extinto o
concelho da Vila do Touro, em 1836, sendo o seu
território um dos que foram absorvidos pelo do
Sabugal. A freguesia da Vila do Touro foi, posteriormente, amputada de parte da sua área, com a
criação da freguesia do Baraçal, em 1904.
> PASSEANDO PELA VILA DO TOURO
Antes de iniciar o percurso pelo interior da Vila do
Touro, podemos efectuar uma deslocação à pequena
capela de S. Gens (8), sobranceira à aldeia e num
local de onde se avista um vasto território. Para lá
chegar, vira-se à esquerda junto à capela de N. S.
de Fátima (1), subindo depois a Rua de S. Gens. Ao
cimo, é necessário efectuar um pequeno percurso a
pé até à capela. Neste local, conhecido como Calvário, existem ainda alguns cruzeiros, bem como as antigas eiras comunais.
A capela de N. S. de Fátima é de construção recente
(século XX), substituindo um edifício mais antigo e
dedicado a S. Lázaro, de que o largo fronteiro conservou o nome.
Proseguindo pela estrada principal, a Igreja Matriz,
dedicada a Nossa Senhora da Assunção (3), será o
primeiro ponto de paragem. Embora devendo ter
existido um templo anterior, o actual data do século
XVI-XVII. Os elementos mais significativos no seu interior são o púlpito, os retábulos do altar-mor e altares laterais e os caixotões do tecto, do século XVII. A
torre sineira é uma estrutura separada, mais recente.
No adro, podemos ainda encontrar algumas pedras
de sepulturas, vestígios do cemitério que aqui existiu
até ao século XIX.
Numa zona ajardinada a norte da igreja, encontra-se
o pelourinho (4), símbolo do antigo município, extinto no século XIX.
Antes de nos dirigirmos ao castelo, podemos ainda
visitar a capela de S. Sebastião (2), templo bastante
simples, ostentando na frontaria a data de 1838. No
interior, destaca-se um retábulo em talha dourada de
carácter popular.
Seguimos agora pela ruas Direita e de D. Pedro Alvito. Aqui podemos encontrar um conjunto muito interessante de janelas dos séculos XVI a XVIII. As primeiras casas, dos dois lados da rua, ostentam quatro
janelas com elementos do estilo manuelino (7).
Ainda nesta rua, encontramos do lado esquerdo, interessantes exemplares de janelas do século XVII-XVIII.
Entrando na rua D. Pedro Alvito, existem mais algumas janelas, todas elas diferentes, igualmente datáveis daqueles períodos.
Na Rua Direita, encontram-se ainda os antigos edifícios da Câmara e prisão. Como a generalidade das
construções desta artéria, foram, há alguns decénios,
amputadas de escadas de acesso exterior e balcões,
fruto da necessidade de alargar a via, para a adaptar
às exigências do trânsito automóvel.
Continuando o trajecto proposto, chegamos à capela
de N. S. do Mercado (6). Esta invocação, pouco comum, terá origem na realização, nas proximidades,
de um mercado de gado. A capela, que poderá ter
origens no século XV, tem um alpendre seiscentista.
No interior, podemos destacar o púlpito de cantaria e
um retábulo em talha dourada, recentemente restaurado. Na envolvente, encontramos ainda um cruzeiro,
passo da Via Sacra local, e caminhando uns metros
pelo caminho que desce em frente ao alpendre, um
tabuleiro de jogo medieval traçado num afloramento
rochoso.
Voltando atrás uns metros, temos à esquerda o acesso ao castelo (5), com a sua única porta, de São Gens.
Das muralhas apenas subsistem dois fragmentos. Embora haja algumas casas que parcialmente ocultam a
sua face sul, podemos ver que os construtores aproveitaram o relevo natural, limitando-se a preencher o
espaço entre os grandes blocos de pedra existentes.
Associando a esse aspecto o facto atrás referido de
nunca ter sido concluído, o que podemos visitar é
uma estrutura muito curiosa e interessante. No interior, subsistem alguns vestígios de muros. Subindo
até à zona norte da muralha, poderemos daí avistar,
em dias claros, um imenso território, desde a Guarda
à serra da Marofa e, a leste, as cadeias montanhosas
castelhanas (serras de Béjar ou de França, entre outras).
O regresso ao ponto de partida pode ser feito pelas
ruas a sul da estrada nacional (Rua Direita). Uns metros depois de a atravessarmos, encontramos à esquerda uma curiosa construção, a casa do barroco
(9), edificada aproveitando um enorme bloco de granito a que se adapta, contornando-o.
Prosseguindo pela Rua do Pomar em direcção à igreja
matriz, deparamo-nos ainda com um edifício bastante
degradado mas ostentando uma interessante porta e
janela com elementos manuelinos.
No vasto largo adjacente a esta igreja, existe também
um coreto, de construção relativamente recente.
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