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Boa noite!
Gostaria apenas de
registrar a minha dificuldade na
leitura da revista, considerando
que a qualidade de impressão
está muito ruim. Sendo uma
revista direcionada para adultos,
é fundamental que a resolução
de impressão seja nítida,
evitando, assim, dificuldade de
leitura, principalmente para
quem usa óculos. As letras
estão sombreadas e
embaçadas. Há páginas que
não é possível ler as
informações sobre congressos.
Rosiane Motta
Olá, queridos! Meu
nome é Lena de Abreu Jaques,
sou membro da PIB do Paiol,
Nilópolis.
Gostei muito da revista do
terceiro trimestre de 2014.
Agradeço ao Senhor nosso
Deus e Pai pela vida de todos
os irmãos responsáveis pela
Educação Religiosa dos
Batistas Fluminenses. Aprendo
muito com as lições da revista
Palavra e Vida. Em especial,
gostei muito da proposta do
Pastor Davi Freitas de Carvalho:
Reflexões de como viver e
divulgar a fé. E da forma como
se apresentou dizendo que tem
servido ao Senhor Deus. Foi tão
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bom para eu e minha família
que começamos a leitura da
Bíblia em um ano e estamos
realizando o culto doméstico
com as crianças diariamente.
Louvo ao Senhor por sua vida e
ministério!!!!
Gostei também do artigo que
fala sobre a Bíblia, a Palavra de
DEUS, na visão de homens que
tiveram influência no passado
na humanidade, como Daniel
webster, Immanuel Kant e John
Ruskin que em sua fala diz:
“Qualquer que seja o mérito de
alguma coisa escrita por mim,
deve-se tão só ao fato de que,
minha mãe lia todos os dias
para mim um trecho da Bíblia, e
cada dia faziam-me decorar
uma parte dessa leitura".
Enfim, toda a revista estava
uma delícia de ler e refletir.!!!
Graça e paz!
Lena de Abreu
Graça e paz!
Tenho apreciado muito
as lições desta revista, pois tem
sido uma bênção para mim e
minha igreja. Gostaria muito de
estudar um assunto primordial
sobre nossa doutrina. Minha
sugestão é para que, em uma
próxima oportunidade, fosse
abordado o tema: a doutrina do
Espírito Santo, no contexto
Batista. Para que possamos
amadurecer na fé, na sã
doutrina que o nosso Senhor e
Salvador Jesus Cristo nos
ensinou.
Que o Senhor continue
abençoando esta equipe.
Um forte abraço!
Wellington Silva Areas
IB de Aré, Itaperuna-RJ
Graça e paz!
Gostaria de registrar
minha satisfação com esta
revista e com todos os
colaboradores, principalmente
em relação à temática publicada
neste primeiro trimestre de
2015.
Destaco as aplicações
relevantes para nossa vida
cristã ao término de cada lição e
também a diagramação com
cores diferentes, para mostrar a
importância dos tópicos de
estudo. Numa era em que as
pessoas não têm muito tempo
para pesquisar, por causa da
vida corrida e com o uso da
praticidade da Internet, torna-se
imprescindível o uso de
ferramentas cristãs em nosso
estudo que facilitem o
aprendizado.
Parabéns a todos pelo
belo trabalho realizado e que a
Revista Palavra e Vida continue
abençoando nossas vidas com
estudos de qualidade e com as
ofertas voluntárias enviadas
pelas Igrejas.
Pr. Elias Gomes de Oliveira
Primeira Igreja Batista
Missionária em Parque das
Missões
Duque de Caxias
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Autonomia,
isolacionismo e
unidade
Quando pensamos no
ideal de Jesus para a Igreja, não
podemos sequer imaginar uma
Igreja que não caminhe em
unidade. A oração de nosso
Salvador, conforme registro em
João 17, era um clamor pela
união em essência. Ser um com
o Pai e com Jesus é algo de tão
intensa profundidade, que seria
inimaginável
considerar
a
viabilidade desse sonho de
Jesus.
A palavra que melhor
exprime a união de Jesus com o
Pai é “Unigênito”, de genética
única, (do grego μονογενὴς,
monoguenês),
indivisível,
inseparável e um em essência
com o Pai. Então, na oração de
Jesus, é esse tipo de união que
ele espera de cada um de nós.
Temos esse tipo de união?
Evidenciamos essa união que
se revela na vida prática,
através da solidariedade, da
participação nas coisas que nos
são comuns, na comunhão e na
cooperação?
Será que no momento
em que nos isolamos e
afastamos da família da fé, dos
que nos deram origem, no
sentido espiritual, e também, de
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modo
institucional,
nos
subsidiaram com treinamento,
formação teológico-doutrinária e
capacitação, não estaríamos
traindo o ideal de Jesus? O que
Ele desejava quando disse: “que
todos sejam um”?
Quando pensamos na
abordagem
estratégica
e
corporativa, a autonomia e
independência eclesiástica em
nada prejudica a unidade, mas
quando
nos
valemos
da
autonomia
para
ficarmos
isolados,
esquecidos
da
interdependência, estamos, sim,
atentando contra a comunhão.
Há tarefas tão elevadas
que
certamente
não
conseguiremos
realizá-las
sozinhos, nem mesmo como
uma igreja local, mas só
conseguiremos ter sucesso
através da união de todos.
Temos muitas razões
para permanecermos unidos:
temos o mesmo inimigo, somos
pecadores salvos pela mesma
graça,
todos
queremos
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compartilhar essa graça, temos
o mesmo Senhor, somos filhos
do mesmo Deus e iremos para o
mesmo céu!
Senhor,
dá-nos
a
humildade de lembrar que
dependemos uns dos outros e
que precisamos ter sinergia
para servir, contrariando a
tendência do mundo materialista
e egoísta em que estamos
inseridos,
e
para
fazer
diferença. Senhor, faça o
milagre de que a oração de
Jesus seja atendida pelo Pai e
por nós, Amém!
“Para que todos sejam um,
como tu, ó Pai, o és em mim,
e eu em ti; que também eles
sejam um em nós, para que o
mundo creia que tu me
enviaste” (João 17:21).
Pr. Amilton Vargas
Diretor Executivo da CBF
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Prontos
para
responder
"Antes, santificai a Cristo,
como Senhor, em vosso
coração, estando sempre
preparados para responder a
todo aquele que vos pedir
razão da esperança que há
em vós" (1Pedro 3.15)
O momento atual da
Igreja de Jesus Cristo impõe
urgência ao tratar as
doutrinas fundamentais da
Bíblia Sagrada como
prioridade inegociável. É
preciso escrevê-las, discutilas, ensiná-las com mais
profundidade e dedicação,
para que possam ser
aprendidas, lembradas,
divulgadas como tarefa sine
qua non da Igreja.
Há muitos céticos que
duvidam da existência de
Deus e/ou atacam a crença
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no Deus
da Bíblia. Há muitos
críticos que atacam a
inspiração e inerrância da
Bíblia. Há muitos falsos
profetas que promovem
doutrinas falsas e negam as
verdades básicas da fé
Cristã. Todo Cristão deve ser
capaz de, pelo menos, dar
uma apresentação razoável
de sua fé em Cristo, deve
saber o que acredita, por que
acredita, como compartilhar
sua fé com outras pessoas, e
como defendê-la contra
mentiras e ataques.
A necessidade do
conhecimento das doutrinas
bíblicas tem aumentado
nesses dias, devido ao
crescimento das sutilezas de
Satanás. Mas, por outro lado,
estamos advertidos por
Jesus que disse: “porque
surgirão falsos cristos e
falsos profetas e farão tão
grandes sinais e prodígios,
que, se possível fora,
enganariam até os
escolhidos. Eis que eu vo-lo
tenho predito.” (Mt 24.24).
Hoje, faz-se necessário
discernir os que estão
camuflados com doutrinas
que parecem cristãs. Não
esqueçamos de que o
nascedouro de heresias é
sempre a ausência de estudo
bíblico sistemático. Os falsos
ensinos só ganham terreno
onde há falta de
conhecimento bíblico aliado à
ausência do discernimento.
Cerca de 750 a.C, por
intermédio do ministério do
profeta Oséias, Deus já se
queixava: "0 meu povo foi
destruído, porque lhe faltou o
conhecimento..." (Os 4.6).
Após muitos séculos, a falta
de conhecimento continua
sendo a causa de muitos
problemas do homem em
relação a Deus.
0 apóstolo Paulo, na
primeira carta que escreveu
aos Coríntios, falou sobre
três tipos de homens, e
descreveu a forma como
cada um deles reage às
realidades espirituais (1Co
2.14). De acordo com a sua
colocação, fica claro que
cada pessoa se enquadra em
uma das três categorias: ele
pode ser natural, espiritual ou
carnal. Vejamos, portanto,
como esses três tipos podem
influenciar nossa vida.
O homem natural.
Paulo nos informa que o
homem natural não
compreende as coisas do
Espírito (1Co 2.14a). Ele
sustenta a sua afirmação
colocando, para isso, duas
razões principais: primeiro
"porque lhe parece loucura".
O homem que não é nascido
de novo, portanto, privado do
Espírito Santo, não tem
interesse e nem apreço pelo
ensino da Palavra (Nm
15.31). E depois, ele não só
acha loucura ficar ocupando
o seu tempo com coisas
espirituais, como também a
aceitá-las como verdades
vindas de Deus. Por isso,
acha mais importante ocupar
sua mente com a sabedoria
do mundo (1Co 1.18-23).
O homem espiritual. O
homem que antes andava
pelos seus próprios
caminhos, não discernindo a
importância das coisas de
Deus e nem se importando
com elas, mediante a obra da
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regeneração, é despertado
para reagir favoravelmente
às realidades espirituais (2Pe
1.3,4). É que ele, como
resultado de uma nova lei
que se planta na sua
interioridade, deixa de viver
apenas em função da sua
natureza temporal para viver
uma perspectiva eterna e
espiritual (1Pe 2.1-5). E entre
as muitas características
desse novo viver, estão
aquelas que lhe permite ser
um homem de discernimento
(1Co 2.15).
O homem carnal.
Infelizmente, para alguns
crentes, Paulo disse: “E eu,
irmãos, não vos pude falar
como a espirituais, mas
como a carnais, como a
meninos em Cristo" (1Co
3.1). Nesse texto, ele não
está tratando com pessoas
descrentes, mas com os
próprios crentes, só que
carnais. O crente carnal é
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aquele que já foi regenerado,
mas, vê como se não fosse.
É crente guiado e controlado
pela carne (Rm 8.8). A este,
a verdade espiritual parece
ficar entre fumaças e aquilo
que poderia ser claro à sua
mente, passa a ser
indiscernível (1Co 11.29).
Durante este trimestre,
aprenderemos a nos
precaver das sutilezas de
Satanás e dos perigos à
nossa volta. Há heresias,
aberrações teológicas e
doutrinas que parecem
cristãs. Portanto, aproveite
bem o estudo “O que todo
Crente Precisa Saber” escrito
pelo Pr. Dr. Vanderlei Batista
Marins, pastor titular da
Primeira Igreja Batista em
Alcântara.
Graça e Paz!
Pr. Marcos Zumpichiatte
Miranda, redator da revista.
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Nós e nossos
filhos
Educação exige equilíbrio
A Bíblia diz que os filhos
são herança do Senhor (Sl 127.3)
e quem é pai ou mãe sabe o que
é amar intensamente, orar com
fervor por alguém e sentir a
felicidade ao vê-los bem. Porém,
os pais também experimentam
dores, lágrimas e, muitas vezes,
dobram os joelhos pelas
madrugadas por causa dos filhos.
É missão dos pais educar
corretamente e preparar os filhos
para a vida adulta de forma
segura, com dignidade e temor ao
Senhor.
Porém, educar filhos e
encaminhá-los à vida adulta, de
forma comprometida, não é tarefa
fácil, não acontece de modo
casual, mas intencional. Filhos
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não são educados
espontaneamente no ambiente do
lar, há um trabalho a ser feito
pelos pais para que isso aconteça
de fato. Um trabalho que exige
tempo, energia, paciência e
equilíbrio.
Diariamente ouvimos
muitas reclamações sobre o
comportamento dos jovens, sua
falta de compromisso, falta de
respeito com os pais,
desinteresse pelos estudos, frieza
e distanciamento da igreja, etc.
Infelizmente, na maioria
casos, a culpa é dos próprios
pais. Sim, há pais que colocam os
filhos no mundo e ficam
esperando que, com o tempo,
eles se tornem homens e
mulheres educados e fervorosos
na fé, por si mesmos. Há pais que
pensam que educar é alimentar,
vestir, dar casa, médico, escola e
levar os filhos à igreja nos finais
de semana. Essas coisas são
importantes na criação dos filhos,
mas não suficientes para que
sejam plenamente educados.
Educação não é algo
espontâneo, como o crescimento
físico, por exemplo. Educação é
ensino transmitido com exemplos
e com uma generosa quantidade
de tempo juntos. Ser pais
presentes na vida dos filhos é o
princípio básico para uma boa
educação.
Ser pai e mãe é muito
prazeroso e compensador, mas
tem um lado extremamente
desafiador e, diante deste lado
difícil, muitos pais terminam por
adotarem comportamentos
errados na educação dos filhos,
embora achando que estejam
fazendo a coisa certa.
Os pais são dotados de
autoridade dada por Deus e
reconhecida pela sociedade para
criar seus filhos. Em
contrapartida, os filhos são seres
dotados de liberdade e
inteligência, não podem se
desenvolver como cativos. Ter a
responsabilidade de educar seres
livres em um relacionamento
cheio de paixão, torna-se uma
tarefa muito desafiadora. Esse
desafio leva os pais, em muitos
casos, a adotarem um
comportamento extremo, como
pais autoritários ou libertários.
Enquanto uns impõem controle
total e inflexível sobre os filhos,
outros defendem a prática de
nenhum controle sobre as
liberdades individuais. São esses
extremos que podem produzir
uma juventude despreparada para
viver de forma comprometida e
equilibrada na sociedade. Nem
um, nem outro, a educação dos
filhos exige equilíbrio dos pais.
Em entrevista a um
programa de TV, o entrevistado,
que trabalha no tratamento de
jovens viciados em drogas, disse
que os maiores traficantes de
drogas que existem são os pais.
Ele explicou que os pais não
sabem se relacionar com os filhos
e um relacionamento deficiente
cria sementes de ódio e dão
exemplos negativos. Segundo o
entrevistado, esse conflito no
relacionamento entre pais e filhos
tornam os jovens vulneráveis a
usar drogas. Um renomado
advogado do Rio de Janeiro disse
certa vez que: “jovens que têm
um lar onde o relacionamento se
dá com respeito, amor e pais
presentes, dificilmente
experimentarão drogas, pois
estes jovens temem perder a boa
família que possuem”.
Naturalmente que há exceções.
Contudo, apesar deste
quadro assustador, não há
motivos para desespero por parte
dos pais, pois a Palavra de Deus
nos apresenta o caminho para o
sucesso na criação dos filhos. Ela
nos manda ensiná-los no caminho
em que devem andar (Pv 22.6), a
fim de que, na fase adulta, onde
exercerão plenamente o direito de
liberdade individual, não se
afastem do caminho certo. O mais
importante é os pais entenderem
que este caminho em que os
filhos devem andar não é apenas
apontado por eles para os filhos,
mas trilhado por eles junto a seus
filhos. Educação não é mandar
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fazer, mas ensinar a fazer, dando
o exemplo.
O que fazer?
Os pais devem buscar
um relacionamento equilibrado
com os filhos, não sendo
autoritários e nem libertários. O
autoritário cria regras, as impõem
aos filhos e exigem que eles as
cumpram sem questionar. Os
libertários deixam os filhos sem
regras, fazendo o que bem
entendem. São extremos
perigosos que não educam, nem
preparam para a vida em
sociedade.
Os pais devem exercer a
autoridade dada por Deus sobre a
vida dos filhos, mas não confundir
autoridade com autoritarismo. Os
pais com autoridade exigem
respeito e reconhecimento como
liderança, mas são participativos,
presentes, amorosos,
compreensivos com as aflições
dos filhos e se colocam ao lado
deles para ajudá-los. Pais que
exercem autoridade deixam claras
as razões das regras, mas não
são inflexíveis quando, por algum
motivo, os filhos não conseguem
cumpri-las.
A Bíblia ensina sobre a
autoridade dos pais, quando diz
aos filhos: “Honra teu pai e tua
mãe” (Êx 20.12b); “Vós, filhos,
sede obedientes a vossos pais no
Senhor” (Ef 6.1a); e “Ouve a teu
pai, que te gerou, e não
desprezes a tua mãe” (Pv 23.22).
Porém, a mesma Palavra
ensina aos pais a praticarem a
autoridade, quando orienta: “E
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vós, pais, não provoqueis a ira a
vossos filhos, mas criai-os na
doutrina e admoestação do
Senhor” (Ef 6.4). O autoritário
provoca a ira, enquanto que o que
tem autoridade transmite
segurança e amor.
No entanto, deve-se
tomar o cuidado, pois, na tentativa
de não ser autoritário, os pais
podem virar libertários. Não há
exagero neste alerta, pois muitos
pais estão assumindo essa
postura. Há famílias sofrendo,
porque os pais se omitiram da
função de educar, permitiram aos
filhos fazerem as escolhas que
quiseram e agora não conseguem
mais assumir a liderança sobre
eles. Há pais de adolescentes e
até de juniores em profundo
sofrimento, porque não sabem
como lidar com os filhos, pois
muitos, aproveitando a ausência
de autoridade dos pais,
assumiram o controle das
próprias vidas e correm perigo, ao
não quererem ouvir seus pais.
Os pais precisam deixar
claro para os filhos que aqueles
mandam e estes obedecem, que
filhos devem satisfação do que
fazem aos pais e que nem
sempre haverá uma explicação
convincente para que os filhos
sejam impedidos, pelos pais, de
realizarem algumas coisas, tais
como: passeios, participar de
determinadas festas, etc.
Autoridade não é só um direito,
mas um dever dos pais, ou seja,
mesmo nos momentos em que
exercê-la for difícil, os pais
precisam praticá-la.
Pais com autoridade
podem dizer aos filhos: “Não
concordo e nem aceito o que você
fez”, mas nunca fecham a porta
para eles. Tal qual o pai do filho
pródigo, o pai amoroso e com
autoridade, não cansa de dizer ao
filho que o ama, não apenas com
palavras, mas com os braços
sempre abertos para recebê-lo e
para festejar sua recuperação,
sem envergonhá-lo.
É fato que os dias são
difíceis para se educar filhos, que
os pais não recebem treinamento
para tal e que o resultado na vida
dos filhos cairá, invariavelmente,
na conta dos pais. Porém, não há
motivo para desespero, pois
temos ao nosso lado a poderosa
e eficaz Palavra de Deus, para
nos ajudar nesta difícil, mas
extremamente prazerosa e
compensadora, tarefa de criar e
educar filhos.
Mesmo os pais, que
porventura estejam lendo este
artigo, mas que julgue não ter
mais tempo para educar um filho
ou uma filha que se perdeu, abra
seu coração e receba em você a
Palavra de Jesus ao dizer:
“Porque o Filho do Homem veio
buscar e salvar o que se havia
perdido” (Lc 19.10). Acredite, não
há caso perdido para Deus, não
há filho perdido para Deus. Se
como pai e mãe, você perdoar (a
si mesmo e a seu filho), buscar a
Deus e abrir seus braços
amorosos, seu filho vai voltar.
Muitos já têm voltado. Louvado
seja Deus!
Graças a Deus pela
bênção de sermos pais, graças a
Ele por se colocar ao nosso lado
nesta jornada tão emocionante,
de ver nossa cria se
desenvolvendo e sendo bênção
para o mundo. Peçamos a Ele
que nos faça pais cada vez mais
equilibrados na criação e
educação dessa herança, que são
nossos filhos Um abraço
carinhoso em todos e que Deus
nos ajude hoje e sempre.
Pr. Nataniel Sabino
Autor do livro “Nós e Nossos
Filhos”, publicado pela UFMBB.
Terapeuta de casais – com 15 livros
publicados
Autor do projeto Casados e Felizes
[email protected]
15
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O que todo crente
precisa saber?
A Palavra de Deus,
nossa única regra de fé,
conduta e prática, ensina que
precisamos estar preparados
para responder aos que
desejam saber a razão de
nossa esperança (1Pe 3.15), o
conteúdo da nossa fé. Equipar
os salvos, preparando-os para
o exercício de um ministério
eficaz na Causa do Evangelho
(Ef 4.12) é desafio de Deus e
responsabilidade da Igreja,
para um resultado saudável e
produtivo na dinâmica do
Reino (Ef 4.13-15).
O mundo vive perdido
em descrenças,
desconfianças, ilusões e
fanatismo. Segue em corrida
desenfreada ao encontro das
suas conjecturas, esperando o
contato com o divino ou a
possibilidade de humanizá-lo.
É a criatura seduzida pelo
poder, desejando equiparar-se
ou superar o Criador, deixando
evidente o seu lado vulnerável,
sendo facilmente manipulada
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ao abraçar uma proposta
altamente falida (Gn 3.1-6).
Conhecer um pouco
mais sobre Deus, essência da
perfeição divina, seu povo,
suas lutas e dores, a trágica
realidade da morte, o glorioso
lugar da Felicidade Eterna,
Trono de Deus e morada dos
Santos, a encarnação do
Verbo, mostrando a plenitude
do amor do Pai, que pelo
eterno sacrifício do Filho,
aniquilou o domínio do
pecado, conforme conteúdo da
Palavra, verdade plena e
imutável, que aponta para o
plano divino de sustento da
obra, pelo viés da santificação,
conforme a grandeza do
Evangelho, que precisa ser o
nosso estilo de vida.
Conhecer esse
conteúdo da fé é algo
gratificante, que nos qualifica e
enriquece, deixando-nos mais
conscientes de Deus, de nós
mesmos e da realidade que
nos cerca. Ninguém irá além
daquilo que crê, das suas
convicções. Quando pastor, na
minha querida São Fidélis,
aprendi com um ilustre colega,
Pr. Israel da Silva Alecrim, que
quando o líder cai por pecado,
cai sozinho; mas, quando cai
por falta de convicção, leva
muita gente com ele. O
estrago é grande!
Que Deus nos ajude
na gloriosa tarefa do
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conhecimento da Palavra, da
solidez espiritual e das nossas
bases de fé.
Que o trimestre seja
produtivo. Bons estudos!
Quem escreveu?
Vanderlei Batista Marins é natural de
São João da Barra, hoje, São Francisco do
Itabapoana – RJ. É pastor titular da
Primeira Igreja Batista em Alcântara desde
05/05/2001. Doutor em Teologia, pela
Cohen University & Theological Seminary
(Califórnia – EUA), onde também obteve o
grau de Mestre em Divindade. É Mestre e
Bacharel em Teologia, pelo Seminário
Teológico Batista Fluminense e Bacharel
em Ciências Jurídicas, pela Universidade
Salgado de Oliveira. É licenciado em
Filosofia e Pós-Graduado em Docência do
Ensino Superior, pela Faculdade Phênix
de Ciências Humanas e Sociais do Brasil.
Autor de Excelência no Ministério Pastoral
(Niterói, editora Epígrafe, 2009) e do
Capítulo 17 – Família – Comentários à
Declaração Doutrinária da Convenção
Batista Brasileira. É presidente da
Convenção Batista Brasileira e da
Convenção Batista Fluminense, professor
de Teologia e Diretor do Seminário
Teológico Batista Gonçalense.
Casado com a Professora Rita de
Cassia Miranda Marins, pai de Mikhael
Wander, de Eber Jonathas, casado com
Larissa e, de Fátima, casada com Adriano.
Servo de Jesus, agradecido por ter
sido chamado para o Ministério Pastoral,
que ama e respeita a Igreja de Deus, que
gosta de gente e deseja que todos sejam
alcançados pela salvação e edificação em
Cristo Jesus.
Deus Existe?
A Bíblia não está
preocupada em provar a
existência do Senhor e
sustentador do universo, mas
em afirmar a sua gloriosa e
inconfundível existência (Gn
1.1). Deus é um ser perfeito,
que se mostrou à raça
humana através de suas obras
naturais, o universo físico (Sl
19.1; Rm 1.19,20), e da
Pessoa bendita de seu Filho,
Jesus Cristo (Jo 1.14). Tudo o
que Deus criou dá testemunho
de seu majestoso poder e
existência, que não é
criada, pois Ele é eterno, é
autoexistente.
O apóstolo Paulo, ao
pregar em Atenas, grande
centro da intelectualidade,
desenvolveu o seu ministério
entre os judeus na Sinagoga e
entre os gentios na praça. Nos
embates diários, conheceu
alguns filósofos que, após
indagação, levaram-no ao
Areópago com o seguinte
pedido: “Poderemos saber que
nova doutrina é essa que
19
ensinas? Posto que nos trazes
aos ouvidos coisas estranhas,
queremos saber o que vem a
ser isso” (At 17.18-20).
Diante de tamanha
oportunidade, o apóstolo fala
da postura deles com a
divindade, afirmando que
quem eles honram como
desconhecido é o que ele
conhecia e anunciava: um
Deus que é Espírito, que fez o
mundo e todas as coisas nele
existentes, que não se limita
às ações humanas, que faz as
gerações dos homens, que
não está longe, podendo ser
encontrado por todos que O
buscam, que é a razão da
nossa existência, que não leva
em conta o tempo da
ignorância, que deseja o
nosso arrependimento e que é
justo juiz (At 17.24-31). Um
Deus que além de ser
transcendente (Ser
infinitamente acima de todo o
ser criado) é imanente (não se
encontra à parte de sua
criação, acha-se presente).
I – Seu nome provoca
inquietações e faz diferença
Independente das
pessoas serem cultas ou
indoutas, o nome de Deus
mexe, provoca reações e faz
diferença (At 17.6; Lc 8.35-37;
Jo 6.68,69). Isso por ser Ele
um ser vivo, atuante, perto do
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homem e que tem o governo
de tudo nas dimensões física e
espiritual.
Os atenienses estavam
mergulhados na idolatria,
evidenciando uma
religiosidade ignorante,
conquanto fossem da terra da
educação, da cultura e da
filosofia. Essa situação
incomodou e comoveu o
apóstolo Paulo, levando-o a
pregar aos filósofos epicureus,
aqueles que viam o prazer
como a mais destacada
finalidade da vida e, aos
estóicos, que lecionavam que
tudo é Deus. Afirmou, ainda,
que eles eram religiosos em
extremo, mas que não
conheciam o verdadeiro Deus
(At 17.24-31). Quando ouviram
falar da ressurreição dos
mortos, logo vieram as
reações: uns escarneceram,
outros postergaram e outros
creram (At 17.32-34). Esta é a
grande maravilha da presença
e atuação de Deus!
Por ser um assunto
inquietante, deparamos com
vários pensadores usando
argumentos diversos para
afirmar a existência de Deus a
partir do universo, da história
universal, das percepções
humanas, da experiência
cristã e da fé. É claro, que se
negarmos a existência de um
criador, resta-nos afirmar que
os átomos são a causa de
tudo. Sobre a grandeza de
Deus e o seu nome fazendo
diferença é encantador saber
de um Ser Superior, que está
acima e que pode mais. Nem
os mais resistentes e
descrentes ficam impassíveis
diante da beleza da criação.
As coisas que estão à nossa
volta, as que estão em nós e
aquelas que por séculos falam
de Deus, testemunham de sua
existência, assim como a
nossa experiência pessoal e a
fé, dádiva do Senhor, que é a
prova daquilo que se não vê
(Hb 11.1).
Também não se deve
deixar de mencionar os
argumentos: Cosmológico –
onde o evento causado deve
ter uma causa, fornecendo a
ideia de um poder causativo;
Teleológico – leciona sobre a
presença de uma inteligência
voluntária que dá causa a um
resultado, promovendo a ideia
de uma inteligência criativa;
Antropológico – trabalha a
realidade de um Ser pessoal,
que comanda tudo com
propriedade e justiça.
Patrocina a ideia de
pessoalidade e impecável
senhorio; Ontológico – admite
a existência de Deus a partir
de ideias abstratas e
necessárias da mente
humana, evidenciando a
possibilidade de um Ser
notável, grandioso, criador,
legislador e pleno de infinitude
e perfeição.
II – Seu poder e autoridade
são mostrados sobre a
criação
Deus é o autor de tudo
que existe (At 7.50), seu poder
é inigualável e seu nome é
santo e poderoso (Dt 10.17), o
Deus pessoal da revelação, o
Senhor soberano dos céus e
da terra (1Tm 6.15), que
mostra-se (Rm 1.20), fala (Gn
8.15), atua e manifesta sua
vontade.
Seu poder e autoridade
estão intimamente ligados à
sua Pessoa, pois é através
dela que eles são
evidenciados. Nós somos
reflexo desta Pessoa divina,
fomos criados à Sua imagem e
semelhança (Gn 1.27) para
sermos responsáveis,
mediante o Seu chamado,
com o fim de promovermos o
Seu reino, glorificando o Seu
nome.
Paulo descreve
para os atenienses, a Pessoa
de Deus e os seus feitos
maravilhosos. Afirmando ser
Ele diferente dos deuses da
religiosidade daquele povo,
pois não habita em templos
feitos por mãos humanas (At
17.24) e que somos sua
geração, seu povo exclusivo
(Sl 100.3), razão porque é
21
impossível identificá-lo com as
imagens de madeira, de prata
ou de ouro lapidadas por mãos
humanas (At 17.29). Diz ainda
que o Senhor não leva em
conta esse tempo de
ignorância, desde que haja
arrependimento (At 17.30),
pois Deus não é resultado
daquilo que Ele faz e nem
pode ser visto como sendo a
expressão da sua criação. Ele
é maior do que os seus feitos,
embora em todos eles
percebamos o seu poder e a
sua autoridade (Sl 8.3;19.1),
que se revelou completa e
cabalmente em Jesus (Jo
14.9), para que com justiça
pudesse julgar o mundo (At
17.31).
III – Seus atributos apontam
a existência de um Ser
incomparável
Deus é incomparável
por ser isento de contradições,
justo em suas ações (Êx 9.27)
e amoroso em suas relações
(Rm 5.8). Ele é perfeito e
espera que este ideal seja o
nosso alvo nesta peregrinação
(Mt 5.48). Tudo isso e
infinitamente mais pode ser
visto em seus atributos,
características atribuídas a um
ser, a essência da perfeição
divina. É impossível descrever
com precisão a pessoa de
Deus, por ser Ele infinito e nós
22
finitos; eterno e nós criados;
perfeito e nós imperfeitos. O
que sabemos a seu respeito é
pela Palavra por Ele mesmo
revelada sob inspiração divina
e, então, podermos construir
alguns conceitos a seu
respeito, mas nunca defini-lo.
Os atributos de Deus
podem ser divididos, para
melhor compreensão, em:
1. Naturais ou
incomunicáveis – Aqueles
que somente encontramos em
Deus, não são comunicados
ou transmitidos a ninguém:
Onisciência é o seu pleno
conhecimento (Jó 38.18-37;
Rm 11.33-36). Onipotência é
poder perfeito, amplo e total
(Gn 17.1-7; 18.14; Is 40.2629). Onipresença é porque
não se limita ao tempo ou
espaço (Sl 139.7-12).
Imutabilidade, n’Ele não
existem dúvidas ou variações
(Tg 1.17), sua essência é
inalterável (Hb 1.12). A
Eternidade se refere à
natureza de Deus, que não
tem começo, fim e nem
sucessão de tempo (Dt 32.40;
Sl 90.2; Is 41.4), e que não há
surpresa para Ele, pois tudo é
patente aos seus olhos (2Pe
3.8; Ap 1.8). A Imensidade
mostra que a natureza de
Deus não é sujeita à extensão
e nem à limitação de espaço
(1Rs 8.27; Rm 8.38-39). A
Unidade comprova que a
natureza divina é indivisível
(Dt 6.4; Is 44.6; 1Co 8.4; Ef
4.5,6), ou seja, seus atributos
são inerentes à sua essência,
não havendo existências
separadas.
2. Morais ou comunicáveis –
Aqueles que Deus compartilha
com os homens: Santidade é
ser separado e purificado (Êx
15.11; 1Pe 1.16; Hb 12.14), é
dádiva de Deus em Cristo (Ef
4.24). Bondade é expressão
de oportunidade, amparo e
investimento (Is 63.7; Rm
15.14) e refere-se a Deus
compartilhando com os que
foram criados à sua
semelhança, a sua própria
vida e dádivas (2Pe 1.3; Rm
8.32). A Justiça diz respeito à
maneira plena de Deus ser, de
agir e ao tratamento impecável
quanto à forma, essência e
aplicabilidade de todas as
coisas (Dt 32.4). O amor é a
sua essência (1Jo 4.8), é
doação, é ofertar-se para
abençoar (Sl 145.9; Jo 3.16).
Para pensar e agir
Há pessoas que
passam a vida toda tentando
provar a inexistência de Deus.
Muitas vezes isso acontece
porque há um sentimento de
grandeza por parte do homem
e este passa a temer a ideia
de ser destronado por alguém
maior do que ele.
Também há aqueles
que, embora creiam que
pertençam a Deus, vivem
como se Ele não existisse –
uma grande contradição. Cabe
àqueles que foram alcançados
por Deus em Sua misericórdia,
fazê-Lo conhecido,
principalmente por meio do
testemunho de verdade e de
vida.
Independente do ser
humano acreditar ou não na
existência de Deus, todas as
coisas criadas apontam para
esta realidade, além da
Palavra que, sem sombra de
dúvida, mostra a sua
existência criadora e
preservadora de todas as
coisas.
LEITURA BÍBLICA DIÁRIA
Segunda-feira: Gênesis 1.1,2
Terça-feira: Salmos 66.8,9;
145.13-21
Quarta-feira: 2Crônicas 7.1416
Quinta-feira: Deuteronômio
10.17,18
Sexta-feira: João 3.16; 13.35;
15.9,10
Sábado: Salmos 119.137-142;
1Pedro 3.18; Apocalipse 15.3
Domingo: Judas 24,25
23
Deus se arrepende?
A expressão
“arrependeu-se o Senhor” não
cai bem aos nossos ouvidos,
pois traz-nos a ideia de
limitação, de equívoco, de falta
de conhecimento pleno, de
mudança de direção, de caráter
ou de propósitos inerentes a um
ato não recomendável.
Obviamente que ela não surge
da tristeza do Senhor por más
ações praticadas, pois Ele é
soberano, santo (Is 6.1-3),
presciente (Gn 15.13);
onisciente (Jo 21.15-17; Rm
11.33) e não é o homem (1Sm
15.29). Deus não muda em
essência, muda atitude e
24
métodos, de acordo com o
relacionamento do homem com
Ele. Quando o homem se
distancia e desobedece, a
relação de comunhão fica
alterada para uma relação de
correção (Jr 6.8) ou de
repreensão (Jó 5.17), mas
promovendo felicidade pelo
acerto.
Sabemos que a Bíblia é
a Palavra de Deus em
linguagem humana, portanto, há
de se levar em consideração
que os escritores sagrados
tenham colocado em termos
humanos os ideais divinos. Por
essa razão, encontramos na
Bíblia várias passagens em que
são atribuídos sentimentos e
formas humanas a Deus. Esse
recurso auxiliou as pessoas ao
longo da história, mas em
determinados momentos tem
provocado certa confusão na
cabeça de alguns, que, por falta
de um conhecimento mais
amplo da Bíblia ou da Teologia,
tentam explicar Deus a partir de
si mesmas e de suas
conclusões.
Deus não é um Deus de
confusão (1Co 14.33), mas de
esclarecimento; e podemos
provar isso por meio de sua
Palavra.
I – Explicando a Palavra pela
própria Palavra
A regra básica da
hermenêutica é que a Bíblia
interpreta a própria Bíblia, ou
seja, ela se explica, não sendo
apropriado utilizar-se dela para
justificar pensamentos ou
conjecturas; estes é que
precisam ser submetidos ao
crivo da Palavra.
Em Gênesis 6.6
encontramos: “Então, se
arrependeu o Senhor de ter feito
o homem na terra, e isso lhe
pesou no coração”. Essa é a
primeira vez que o verbo
“arrepender” aparece na Bíblia,
a partir daqui nos deparamos
com outras referências, dentre
elas: Êx 32.14; Jr 18.7,8;
26.3,13,19; Jn 3.10.
Originalmente, ela parece refletir
a ideia de “respirar
profundamente” e, por
conseguinte, a manifestação
física dos sentimentos da
pessoa, geralmente tristeza,
compaixão ou pena. Percebem
como são atitudes comuns a
nós, seres humanos? Assim,
fazendo e sentindo, podemos
compreender um pouco daquilo
que se passa no “coração” de
Deus, quando observa o que os
seus filhos estão fazendo, como
estão agindo.
Todas as vezes que
atribuímos formas humanas a
Deus, como por exemplo: a mão
de Deus, o coração de Deus, os
pés de Deus, estamos
empregando um
antropomorfismo. Nos textos
citados acima, encontramos
exemplos de antropopatismo,
quando atribuímos um
sentimento humano a Deus. Em
qualquer idioma a construção
linguística carece de alcance ou
significado para explicar os
sentimentos de Deus; diante
dessa ausência, o homem não
tem outra opção, senão atribuirLhe os seus próprios
sentimentos.
Em Gênesis 6, Deus
determina o dilúvio como um ato
de julgamento, mas não se
gloria nessa ação, antes, sofre
profundamente. Podemos,
então, entender que o
julgamento pelo pecado é
inevitável, mas a fidelidade de
Deus aos homens sempre será
inalterada e irretocável,
25
conforme o exemplo de Noé (Gn
7.1).
II – Não confundir o
arrependimento de Deus com
o arrependimento humano
No Antigo Testamento
encontramos duas palavras
utilizadas para expressar
arrependimento. A palavra
“arrepender-se”, do hebraico
“naham”, na maioria das vezes,
refere-se à compaixão de Deus,
quase sempre, mostrando a
atitude divina. Descreve de
modo antropopático (atribuição
de sentimentos humanos a
Deus) a mudança do tratamento
divino para com o homem, como
se a mudança se operasse em
Deus (Gn 6.6; 1Sm 15.29; Jn
3.4-10; 1Cr 21.15; Am 7.3).
O que vemos nas
passagens bíblicas, que
parecem atribuir mudança em
Deus, são recursos divinos para
ilustrar os variados métodos
utilizados por Ele em sua
soberania; bem como
representações antropopáticas
da imutabilidade de Deus nas
muitas e variáveis condições
morais humanas. Por exemplo,
Deus não trata o ímpio e o justo
da mesma forma. A imutável
santidade divina não permite tal
coisa. O mesmo ocorre quando
o justo se torna ou age como o
ímpio. O tratamento de Deus
para com ele também deve
mudar, pois precisará ser
corretivo, exortativo. Deus
26
abranda ou muda Sua maneira
de lidar com as pessoas, de
acordo com Seus propósitos
soberanos, mas não muda na
Sua essência, Ele não é
inconstante. O ser humano, sim,
muda de uma condição para
outra, muda de melhor para pior
e vice-versa; está em constante
mudança. Devemos, então,
interpretar Gênesis 6.6 à luz de
Números 23.19.
Na maioria dos textos
bíblicos que se refere ao
arrependimento dos seres
humanos, encontramos outra
palavra, “Shûb”, do hebraico
“voltar-se, retornar” (Is 55.7).
Nesse sentido, esse verbo
aparece inúmeras vezes,
demonstrando claramente a
responsabilidade humana no
processo de arrependimento (Jr
4.14; Is 24. 23).
No arrependimento
humano encontramos mudança
na essência. Há uma mudança
moral; uma decisão consciente
de voltar-se para Deus e
desviar-se do mal (Ez 14.6; Is
6.6).
III - Não confundir
arrependimento com remorso
Arrepender-se, no bom
sentido, é do homem, pois ele
pode, enquanto há tempo,
voltar-se para Deus, abandonar
os seus maus caminhos (2Rs
17.13), redirecionar a sua vida;
mudar na essência. O
arrependimento é algo saudável,
já o remorso... “é o passado que
continua”. Não há mudança, mas
pavor, incômodo e tristeza. Foi o
caso de Judas (Mt 27.3-5),
quando percebeu que o Sinédrio
havia condenado Jesus. Ele não
mudou de ideia (arrependimento),
mas lamentou as consequências
de sua atitude, traindo Aquele que
o amou, chamou-o para o ofício
apostólico e com quem conviveu
um período da vida. Ele procurou
os líderes religiosos que pagaram
pelos seus serviços de
deslealdade ao Mestre e amigo
(Mt 26.49,50), para devolver o
dinheiro, confessando que havia
traído sangue inocente, mas eles
responderam que não tinham
nada com a situação, era um
problema dele. Então jogou as 30
moedas, fruto de seu trabalho
repugnante e ilícito, no santuário
e foi enforcar-se.
Pela Palavra,
aprendemos que o
arrependimento, dádiva do
Senhor (At 5.31), nos leva ao
conhecimento e à prática da
verdade (2Co 7.10).
Em Jesus, somos
convidados a deixar as coisas da
velha vida para trás e vivermos
uma nova vida (2Co 5.16,17). Por
mais terrível que seja o erro
cometido, há perdão para ele (Is
1.18). O pecado não é uma
mancha inapagável, pois,
mediante a conversão, que é
graça concedida por Deus, todos
que o recebem podem
redirecionar suas vidas; e isso vai
além da contrição e da tristeza. O
amor de Deus se adapta a cada
modo, variante ou condição de
Seus filhos, na direção dos
passos deles.
Para pensar e agir
Deus é perfeito e
imutável em Seus pensamentos e
propósitos (Tg 1.17), mas muda
de procedimentos e atitudes
mediante alteração no
relacionamento do homem com
Ele. Como está o seu
relacionamento com Deus?
Deus não é homem para
se arrepender (1Sm 15.29 ), mas
deve o ser humano arrepender-se
sempre que for necessário. Isso é
louvável, agradável, é do homem.
A atitude do Senhor para
com o homem leva em conta a
forma como este reage à Sua
Palavra e vontade. Quem é livre
para escolher, precisa ser
responsável para assumir as
consequências dessas escolhas e
atos.
Que haja em nosso
coração, sempre que for
necessário, o arrependimento. E
que não haja em nós e nas
nossas relações o remorso – um
passado que continua.
LEITURA BÍBLICA DIÁRIA
Segunda-feira: Malaquias 3.1-12
Terça-feira: Daniel 5.1-31
Quarta-feira: Hebreus 12.4-13
Quinta-feira: Salmos 39.11-13
Sexta-feira: Provérbios 3.5-12
Sábado: Jonas 3.3-10
Domingo: Apocalipse 2.5;3.19
27
Como surgiu o povo de Deus?
De modo geral, todas as
pessoas cultivam uma certa
curiosidade sobre a sua história.
Como gênero humano, a nossa
história tem início antes mesmo
do nosso nascimento. Haja vista
que o nosso principal
documento, a certidão de
nascimento, faz constar os
dados referentes a nós, como a
data e o local onde nascemos,
mas, principalmente, os nossos
progenitores. Ela conta uma
parte da minha história como
pessoa, a outra parte eu
escrevo no dia a dia, interagindo
com todos aqueles que estão
em contato comigo.
A chamada de Abrão,
“pai exaltado”, sinaliza o
momento especial entre Deus e
os homens: o período patriarcal,
ocasionando forma à promessa
de Gênesis 3.15 e a esperança
de um povo relevante para
influenciar e abençoar as
famílias da terra (Gn 12.2,3).
Tudo isso foi possível, porque
um homem se dispôs a
28
obedecer, renunciar e crer. Esse
tripé tem dado sustentação ao
povo de Deus em sua trajetória,
por conhecer o grande ideal
divino: “À tua semente darei
esta terra” (Gn 12.7). Seus
descendentes seriam, então, um
canal de bênçãos e os herdeiros
desta promessa.
De igual modo, nós,
como parte integrante do Povo
de Deus, temos o nosso
“registro de nascimento”, a
nossa origem espiritual (Gn
1.26,27; Ef 1.3,4). Este povo, na
dinâmica do tempo, começa
com um construtor de altar, um
sensível adorador, exemplo de
fé e de persistência nos ideais
divinos (Gn 12.8).
Como não há tempo
nem espaço suficientes para
relatarmos todos os
acontecimentos referentes ao
nascimento do Povo de Deus,
ateremo-nos aos fatos mais
importantes.
I - O plano de Deus na vida
humana
No Antigo Testamento,
encontramos Deus formando o
homem (Gn 2.7), sendo-lhe sua
referência. No Novo
Testamento, Jesus mostra-se
como a Palavra encarnada de
Deus (Jo 1.14), seu modo de
falar, de agir e de restaurar
todas as coisas. Dentro da
perspectiva judaico-cristã, a
história da humanidade começa
com Deus/Adão (Gn 1.27,28); a
história da fé com Deus/Abrão
(Gn 12.1; Gl 3.6,7,9); da posse
da promessa com Deus/Josué
(Js 1.1-5) e da consumação de
tudo, Jesus (Mt 1.21; Lc 1.3133), o Emanuel que é Deus
conosco (Mt 1.23).
Humanamente falando,
nosso principal ancestral é o
primeiro casal: Adão e Eva.
Independente de cor, origem
social e etnia, temos um
ancestral em comum: um
homem e uma mulher. Observe
que não há lugar para a Teoria
da Evolução e nem para outra
estruturação familiar. Não temos
como origem um macaco, como
popularmente a Teoria da
Evolução é difundida, mas
temos pessoas intelectual e
moralmente capazes de se
relacionar, e responsáveis por
seus atos e escolhas.
Nossos primeiros pais
falharam e puseram em risco a
vida sobre a terra (Gn 3), mas o
Criador, ainda assim, continuou
no seu propósito de relacionarse verdadeiramente com o ser
humano. O pecado do primeiro
casal ofuscou, mas não destruiu
a imagem e semelhança de
Deus nele contidas, nem o
propósito divino. Deus deu-lhes
uma promessa, ainda que não
pudessem alcançar a
profundidade e a extensão dela
(Gn 3.15).
Os descendentes do
homem fiel ao chamado divino
se multiplicaram (Êx 1.6,7).
Agora, precisavam honrar a
santidade de Deus, revelando o
seu caráter às nações (Êx 19.46; Dt 26.17-19), para entrar na
terra prometida aos
antepassados e fazer bonito (Gn
4.25,26; 9.26,27). Muitos
desencontros e encontros
surgiram nessa trajetória e não
faltaram pecado, incredulidade,
rebeldia, teimosia, obediência,
volta a Deus, reconhecimento
da lei pré-figurada nos dez
mandamentos, perdão,
livramento e reconciliação.
Sempre foi assim o
relacionamento entre Deus e
seu povo (1Rs 16.1-7; Is 42.1825; Jr 31.18-20; Ez 11.16-21).
A Bíblia dá a essa
questão uma fundamental
importância, creio que por ser
este o grande ideal divino: fazer
todas as coisas através de um
povo seu. Daí a revelação ter
início e fim com essa descrição:
povo de Deus, matéria relevante
na Teologia bíblica.
29
II – Um chamado divino e uma
resposta humana de fé
Após o início da história
da humanidade, no Éden,
encontramos uma sequência de
fatos que relatam os efeitos
desastrosos do pecado sobre a
raça humana e sobre a terra
(Gn 4.1-8,23; 6.11-13; 11.1-9).
No entanto, a história do homem
não está restrita a erros,
desobediências e fracassos. Há
registros de encontros especiais
de Deus com o homem. É
possível que o mais importante
deles tenha sido com Abrão (Gn
12.1-3). Um homem capaz de
crer, mesmo em situação tão
adversa: ele e sua mulher Sarai
já estavam em idade avançada
e não tinham filhos. Mesmo
assim, Deus fez-lhe uma
promessa: fazer dele uma
grande nação. Aos olhos
humanos era uma promessa
absurda, mas, ainda assim,
creu.
A vida do patriarca é a
história da fé dinâmica. Ele não
teve uma fé estática, parada no
tempo e detida num único
acontecimento (Gn 21.1-5), mas
uma fé que se desenvolvia na
medida em que conhecia mais e
mais da revelação do próprio
Deus. A sua fidelidade foi
testada até os extremos (Gn
22.1-3), pois Deus procurava
um homem capaz de crer no
seu plano para abençoar a terra.
Esse patriarca é um
diferencial na história do Povo
30
de Deus, pois, naquela época,
era costume a pessoa, família,
tribo e/ou cidade escolherem
seus deuses, a fim de que
pudessem servi-los e, quando
desejassem, também poderiam
abandoná-los. Os deuses
deveriam estar a serviço dos
homens. Na chamada de Abrão,
Deus fez diferente: Ele escolheu
o homem (Gn 12.1), fez o
convite (Gn 12.1), deu a ordem
(Gn 17.1) e fez-lhe a promessa
(Gn 17.4). Notemos que a
iniciativa é de Deus, mas a
resposta precisa ser do homem.
Deus propõe acordos, pactos,
alianças, porém aguarda a
resposta humana.
Quando o homem é
capaz de crer nas promessas
divinas, Deus é fiel para cumprilas. Só o homem que crê em
Deus e nas suas promessas é
capaz de ter alegria e obrigação
de compartilhar a sua fé com
outras pessoas.
III – Da individualidade para a
coletividade
A história de muitos que
atualmente somos como povo
de Deus, começou no coração
do próprio Deus: criando o
homem à sua imagem e
semelhança; revelando seus
propósitos no tempo e no
espaço; escolhendo pessoas e
capacitando-as para a
realização dos seus propósitos.
A história do povo de Deus
é a historia da fé e o seu desenrolar
na história humana.
Ao longo da Bíblia,
encontramos relatos de rebeldia,
desobediência, pecado. Mas
também estão registradas histórias
de homens e mulheres que, apesar
de suas falhas, não se esqueceram
do chamado do Senhor. Alguns
foram feitos sacerdotes, profetas,
reis, discípulos, apóstolos, mas
também agricultores, pastores de
rebanhos diversos, comerciantes,
donas de casa, pessoas nascidas
em palácios, em tendas, nas
grandes cidades ou pequenas vilas.
Outros sofreram perseguições,
prisões, açoites e até a morte, mas
cumpriram o seu papel de
testemunhas verdadeiras da
revelação divina. O ponto
convergente entre todas elas, ao
longo do registro do Antigo e do
Novo Testamento, é a fé nas
promessas de Deus.
Deus chamou um homem
para fazer uma revelação
importante: iria destruir a terra (Gn
6.13), mas pouparia ele, a família e
os animais nas matrizes separadas.
Da individualidade do homem Noé,
para a bênção e preservação da
humanidade, da coletividade. Da
mesma forma, Deus chamou o
indivíduo Abrão, para abençoar,
pela fé, todas as nações da terra.
Por fim, Deus enviou Jesus (Mt
1.21), que na individualidade e
singularidade de seu sacrifício
alcançou todas as pessoas de toda
a terra com perdão e salvação.
A história do Povo de Deus
começa com Ele, instrumentaliza-se
com a chamada de Abrão e sua
resposta de fé, e continua nos dias
atuais através da Igreja – todos
aqueles que aceitam o desafio do
chamado de Jesus (Gn 12.1-3; Mt
4.19; 11.28).
Para pensar e agir
A história do Povo de Deus
é a história da fé. É a história de
pessoas que, desde a criação do
mundo até os dias atuais, têm
aceitado o chamado de Deus para
viver pela fé, buscar um
relacionamento verdadeiro com Ele,
preservar a Palavra, perseverar
nela e compartilhar com
responsabilidade e alegria tudo
aquilo que Ele tem, ao longo dos
anos, proposto para a humanidade.
Quantas pessoas há que,
tendo nascido em lares
completamente distantes da
Palavra e que, ao aceitarem o
chamado de Deus em Jesus Cristo,
têm alcançado a graça de ver seus
familiares e amigos engrossando as
fileiras do Povo de Deus.
Essa história se mantém
viva através da nossa fé e do nosso
testemunho ao longo dos anos.
Sendo nossa a responsabilidade de
investir e dar continuidade a esse
legado que nos foi transmitido pelo
Senhor e por todos quantos
receberam dEle um chamado.
LEITURA BÍBLICA DIÁRIA
Segunda-feira: Gálatas 3.7-9
Terça-feira: Gálatas 3.24-29
Quarta-feira: Hebreus 6.13-15
Quinta-feira: Hebreus 8.1-10
Sexta-feira: 1Pedro 2.9,10
Sábado: Romanos 9.19-26
Domingo: João 1.10-13
31
Toda a bíblia é verdade
A Bíblia é a revelação gloriosa
de Deus, voz profética (Dt
18.18) e apostólica, espelho da
alma e comunicação autêntica
no tempo dos ideais eternos. Ao
longo da história, ela tem sido
imensamente questionada,
criticada e, até certo ponto,
desprezada, mas resistente ao
tempo, aos críticos e a muitos
que, em nome da religião,
utilizam-se dela para fins
pessoais, deixando-a exposta.
São os que a visualizam de
forma equivocada e
irresponsável, não percebendo
em seu conteúdo os princípios
de libertação, de inclusão social,
de restauração, de exercício da
consciência, de espiritualidade e
de responsabilidade cristã.
Não dá para examinar
as Escrituras, alimentando-se
dela, sem crer e defender a sua
32
integridade como Palavra
absoluta, plena, isenta de
qualquer falha ou erro, imutável
e eterna de Deus.
I – Por ser infalível
A Palavra não tem erro.
É sopro de Deus (2Tm 3.16), é
voz profética que produz ensino,
lucidez e esperança (Rm 15.4),
não é produto da imaginação ou
da conjectura de homem algum,
não é obra humana, mas do
Senhor. Pois Ele mesmo
afirmou “... que nenhuma
profecia da Escritura é de
particular interpretação” (2Pe
1.20). É verdade divina
penetrante e apta para
operacionalizar discernimento
(Hb 4.12).
A Bíblia expõe a
verdade. Seu conteúdo
desvenda algo que
anteriormente era
desconhecido. É, portanto, o
descortinar da Pessoa divina,
apresentando as coisas que
estavam ocultas desde os
séculos eternos.
A Bíblia é infalível,
porque tudo quanto ela diz
acontece, o seu conteúdo se
cumpre no tempo de Deus,
nada fica no campo do
esquecimento ou pelo meio do
caminho (Mt 5.17,18). A Palavra
é digna de confiança, não
mente, transmite de forma
integral o querer de Deus para
os homens (Sl
119.142,151,156). Ela tem
poder para iluminar (Sl
119.105), subtraindo as
sombras dos percalços de
nossa peregrinação, para
fazermos conforme se encontra
escrito, no ideal do progresso e
da prudência em uma trajetória
mais saudável e exitosa (Js
1.8).
A Bíblia é muito mais do
que um livro com normas para a
vida religiosa, do que uma
âncora para a instrução
teológica e do que uma fonte
histórica do pensamento
Judaico-Cristão. Ela é o manual
do fabricante, um tesouro
confiável dos conselhos de
Deus (At 20.27) e a total
revelação. Sua autoridade
encontra-se na Pessoa de
nosso Salvador e Senhor Jesus
Cristo (Lc 4.32; Jo 7.46), então,
a Igreja precisa pautar-se pelos
seus ensinamentos,
submetendo-se a eles, pois são
infalíveis. A infalibilidade,
exatidão, veracidade e
credibilidade da Palavra de
Deus têm sido confirmadas pela
arqueologia, pela pesquisa
histórica e pela própria Bíblia e,
de forma mais específica, pelos
ensinos do Mestre Jesus Cristo.
II – As alegações dos críticos
diluem-se no tempo
Se a Bíblia não fosse a
verdade de Deus, mensagem
autêntica e irretocável do Divino
para o humano, ela já teria sido
desmoralizada pelos críticos e
por todos quantos, por
arrogância ou algum outro
interesse, nutrem o desejo de
vê-la sem credibilidade,
influência ou eficácia para
marcar e abençoar vidas. Não
são poucos os ataques: afirmam
ser ela um livro de mitos, de
fábulas, de contradições, de
erros e de alegorias.
É lamentável a postura
do pensamento liberal, ao
afirmar que a Bíblia não é em
essência, mas contém a Palavra
de Deus; que é apenas uma
coletânea de documentos
antigos; que é um livro restrito a
um tempo com suas
características, particularidades
e cultura; que é apenas uma
das formas que Deus utilizou
para falar, assim como fez
através da natureza e das artes;
que foi escrita por homens de
33
grande talento, sendo resultado
da inteligência e da experiência
humana, não tendo nada de
sobrenatural envolvido. E do
pensamento neo-ortodoxo,
quando declara que a Bíblia vai
se tornando a Palavra de Deus,
quando Ele vai falando aos
leitores, ou seja, é um meio pelo
qual nos chega a Palavra de
Deus.
A Bíblia é a Palavra
eterna do Senhor (Is 40.8). É a
sua voz (Jr 1.9). É a
comunicação divina, consumada
na Pessoa do Filho (Hb 1.1,2) e
revela, pelo Espírito, a mente de
Deus aos que crêem e são
espirituais (1Co 2.9-13).
A Bíblia não é um livro
de mitos ou histórias fictícias,
conquanto queiram vincular
alguns dos seus relatos, como o
dilúvio, com a mitologia
babilônica; e a Pessoa de Jesus
e seus milagres, com a
mitologia grega. Jamais terão
êxito, porque todos os
acontecimentos do Novo
Testamento não são
desconexos no sentido da
história e prendem-se a um fio
que liga toda a Revelação: a
redenção do homem, além do
próprio e elucidativo testemunho
da Palavra (2Pe 1.16-21).
Encontramos no texto
sagrado alguns relatos com
feições aparentemente
diferentes, mas não
contraditórias, pois os escritores
bíblicos descreveram as
mesmas coisas, mas não sob a
34
mesma perspectiva ou ótica.
Sendo assim, vale ressaltar que
a Palavra de Deus é a verdade
que atravessa os tempos e as
épocas (Mt 24.35) e que, apesar
de atacada, jamais será
superada ou vencida, pois o seu
autor é sem igual (Is 46.9,10);
sua mensagem é nova,
desafiadora e surpreende a
cada dia e um dos seus alvos é
melhorar a qualidade da vida
humana (1Pe 3.8-17). Não é
prudente interpretá-la a partir
das opiniões particulares,
pontos de vista de pessoa
alguma que se identifique com o
seu conteúdo ou comum exame
eminentemente técnico; mas,
utilizando-se dos recursos
disponíveis, dependendo de
Deus e com consciência que a
Palavra interpreta a si mesma.
III – Por ser de origem divina
A Bíblia não é apenas
um livro escrito por homens, é a
Palavra de Deus produzida por
inspiração divina. Sua origem é
os céus, foi concedida pelo
próprio Deus (Dt 18.18), mas
em linguagem humana (2Pe
1.21). Sua influência espiritual é
grandiosa, mexe com a
sensibilidade humana e é
parâmetro para confrontar o que
a pessoa tem sido com aquilo
que Deus deseja que ela seja.
Ela é a verdade evidente de
Deus (Jo 17.17), que testifica de
sua essência. Não é fábula (2Pe
1.16), mas luz que alumia em
lugar escuro (2Pe 1.19), como
produto da inspiração, ou seja,
do impelir, do levar e do mover
do Espírito Santo (2Pe 1.21b),
que conduz os salvos por Cristo,
pela iluminação, na
compreensão da verdade
eterna. Sendo assim, a
iluminação do Espírito é a
conclusão autêntica, absoluta e
necessária da inspiração divina.
Tudo isso no leva a
perceber a valorização do
agente humano nos propósitos
divinos, pois pelo próprio Deus
ele foi colocado em destaque,
ao afirmar que o Espírito movia
e o homem falava. É a interação
e conexão divino-humana que
nos permite ver a relevância da
Palavra para normatizar e
direcionar as questões
espirituais, de equilíbrio humano
e de aprimoramento da fé (2Tm
3.16,17). Daí, afirmar que nossa
base espiritual não pode estar
centrada na experiência cristã,
nas emoções, na história da
igreja, nas celebrações cúlticas
e em nenhuma visão aberta ou
conservadora da prática
litúrgica, mas na Bíblia, Palavra
eterna de Deus (1Pe 1.24,25).
Esses escritos e registros
inspirados, comprovados,
confirmados e autenticados pelo
Cristo encarnado nos permite
entender que a nossa base de
fé é confiável, verdadeira, divina
e que nos dá suporte para uma
vida de utilidade no Reino e com
progresso espiritual.
Para pensar e agir
A Bíblia é uma fonte
inesgotável, um manancial de
maravilhas divinas. É a Palavra de
Deus em linguagem humana.
Não dá para examinar e
alimentar-se das Escrituras sem
crer em sua integridade como
Palavra absoluta, plena e total de
Deus.
A Bíblia é infinitamente
superior aos escritos de Buda,
Confúcio, Maomé, Charles Russell,
Ellen Gould White ou qualquer
outro, pois ela trata de promessas e
profecias, coisas que aconteceram
ou acontecerão: a vinda do
Messias, a ressurreição ao terceiro
dia, a volta de Cristo para buscar
sua igreja, dentre outras. Ao passo
que no Alcorão, escritos de Maomé,
só existe uma única profecia quanto
ao futuro: retorno do Profeta a
Meca, algo banal e de comprimento
óbvio. Dá para comparar?
A Bíblia é muito mais do
que um livro de normas reguladoras
da religião, do que âncora para a
construção teológica e instrução
acadêmica. Ela é um tesouro
confiável dos conselhos de Deus e
que transmite a Sua vontade aos
que crêem. Por que não pautar a
vida pela Palavra?
LEITURA BÍBLICA DIÁRIA
Segunda-feira: Salmo 19
Terça-feira: Salmo 119.105-112
Quarta-feira: Hebreus 1.1-4
Quinta-feira: João 5.39
Sexta-feira: Hebreus 4.12
Sábado: 2Timóteo 3.14-17
Domingo: Apocalipse 22.18,19
35
O céu realmente existe?
A indagação sobre a
existência do céu encontra-se
vinculada a um dos dilemas
mais expressivo da
humanidade: o que acontece
após a morte? Isso se torna
bem evidente em alguns relatos
bíblicos: “...Que é a vossa vida?
Sois, apenas, como neblina que
aparece por um instante e logo
se dissipa” (Tg 4.14); “Lembrate de como é breve a
existência!... Que homem
há,que viva e não veja a
morte?” (Sl 89.47,48); e
“Morrendo o homem porventura
tornará a viver?” (Jó 14.14). São
questionamentos que mostram
a preocupação com a
imortalidade: para onde iremos?
Onde moraremos quando
deixarmos a terra? O que
tranquiliza o nosso coração é a
certeza de que Deus preparou
um lugar chamado céu, para
habitação de todos quantos
confessarem Jesus como
Salvador e Senhor (Jo 14.1-6;
Lc 23.43; Ap 2.7).
36
A descrição apocalíptica
do novo céu e da nova terra,
porque os primeiros já
passaram, indica o estado
perfeito de todas as coisas
criadas e a morada, o lugar
derradeiro, onde os justos
habitarão (Is 66.22, 2Pe 3.13,
Ap 21.1). Lá, ninguém vai
precisar de comida e nem de
bebida (Rm 14.17), não haverá
casamento e nem desejo sexual
(Mt 22.30; Lc 20.35), pois tudo
isso será passado, sendo a
glória do Senhor suficiente para
satisfazer e preencher de
maneira total os Seus remidos.
I - A Bíblia dá testemunho de
sua existência
Este assunto é
apresentado na revelação
bíblica de forma contundente,
indicando que o céu é de Deus
(Gn 14.19), lugar acima da terra.
Em sentido físico é identificado
pelo firmamento (Gn 1.8,20),
onde estão o sol (Jó 37.21), a
lua (Sl 89.37), as estrelas (Gn
1.14, 26.4), e de onde vem o
orvalho (Gn 27.28). Em sentido
espiritual, o céu é o lugar do
trono de Deus, de Sua
habitação (Gn 28.17, Ap 12.7,8).
Não estando essas abordagens
em desacordo com o significado
da palavra no hebraico
(Shamayim) e no grego
(Ouranos), respectivamente
“coisas voltadas para cima ou
as alturas” e “céu ou ar”.
João viu a “Santa
Cidade, a Nova Jerusalém, que
descia do céu, da parte de
Deus, ataviada para o seu
esposo” (Ap 21.2), era o
momento áureo, pois a noiva ,
figura de grande e inestimável
beleza para o povo do oriente,
estava pronta (Ap 19.7) e agora,
neste momento, se apresenta
em toda a exuberância e glória.
Essa descrição aponta para a
união plena e gloriosa, que não
teria mais fim entre o soberano
Senhor dos céus e da terra, o
Cordeiro que tira o pecado do
mundo (Jo 1.29) e o seu povo,
que não se refere apenas a
Israel, mas a todos os homens
(Ap 21.3), de todos os lugares,
que foram lavados pelo sangue
do Cordeiro (Ap 22.14).
O Tabernáculo aponta
para a presença de Deus no
meio do seu povo, uma
realidade bem marcante no
deserto (Js 22.29), quando
Israel, na liderança de Moisés,
caminhava na direção da Terra
da Promessa. Agora, essa
presença torna-se envolvente e
visível, no sentido de poder ser
tocada, na pessoa do Cristo
encarnado (Jo 1.14), o Emanuel
(Mt.1.23), pois através da obra
redentora que Ele realizou e
consumou, é que o céu passou
a estar, em parte, na terra pelo
viés do senhorio de Cristo.
A Bíblia mostra Deus
desenvolvendo o bendito
trabalho de amparo, conforto e
cuidado com os seus (2Co
1.3,4). Esta é uma ação
pedagógica do Senhor: Ele faz e
nos motiva a fazer com os
outros, à luz do que dEle
recebemos. Pois, além de Ele
ser consolação (Ap 21.4),
deixou-nos o Consolador (Jo
14.16,17,26) para não
descuidarmos deste ministério,
entendendo que é como Igreja
que temos o grande desafio de
instruir sobre o céu e aprender a
viver nele.
Ela ainda mostra que o
céu é lugar das coisas novas e
perfeitas (Ap 21.5,6), que vão
além da voz profética, que
apontam somente para a nação
e sua restauração (Is 32.17,18;
43.19; 60.19,20). E mais: a
Palavra fala sobre céus e céus
dos céus (Dt 10.14) e de um
homem que foi arrebatado até
ao terceiro céu (2Co 12.2),
provavelmente, expressões que
devam ser entendidas como
metáforas, para indicar que tudo
é de Deus, seu governo é sobre
tudo e sua presença é bendita e
augusta.
II - É lugar do Trono de Deus
37
Tratar deste assunto é
um presente para a alma, pois
abordamos sobre o majestoso
lugar da habitação de Deus (Gn
28.17; Ap 12.7,8), do Seu
glorioso trono (Ap 22.3), de
onde o soberano Senhor exerce
o governo de tudo e de todas as
coisas (Hb.2.8). O apóstolo
Paulo, falando aos colossenses,
recomendou-lhes o grande
desafio de buscar e de pensar
nas coisas que são do alto,
onde Cristo vive, assentado à
direita de Deus (Cl 3.1-3); e
João, na visão de Patmos, disse
que viu uma multidão, a qual
ninguém podia enumerar, de
todas as nações, tribos, povos e
línguas, em pé diante do trono e
diante do Cordeiro, vestidos de
vestiduras brancas, com palmas
nas mãos (Ap 7.9). Essa
incontável multidão que estava
servindo ao Senhor diante do
trono, no céu, clamava com
grande voz: “Ao nosso Deus,
que se assenta no trono, e ao
Cordeiro, pertence a salvação”
(Ap 7.10). Uma linda e notável
celebração, uma “festa de
adoração” ao Senhor (Ap
7.11,12).
Somente os que
lavaram suas vestes e as
branquearam no sangue do
Cordeiro, os remidos, podem
ficar diante do trono de Deus,
deliciando-se de Sua presença
e servindo de dia e de noite, de
forma contínua, ao Senhor no
Seu templo (Ap 7.14-17). No
templo de Jerusalém, somente
38
os sacerdotes e levitas podiam
entrar para servir, mas através
de Cristo, o véu se rasgou de
alto a baixo (Mt 27.51) e os
salvos, sacerdotes de Deus,
estão diante do Seu trono para
louvá-Lo em adoração.
À luz do que
abordamos, resta-nos a
compreensão de que neste
tempo de Novo Testamento,
novo pacto ou nova aliança de
Deus com os homens (Hb 8.6),
por meio do sangue (Hb
13.20,21), não tem espaço ou
lugar para altar, por ser este um
destacado instrumento do
Antigo Testamento, da velha
aliança, onde por meio de
sacrifícios de animais os
pecados eram perdoados
(Lv.4.4-6).
É lamentável ver como
alguns evangélicos estão
judaizando a fé cristã,
retrocedendo a práticas e
cacoetes que não tem nada de
cristianismo, mas de judaísmo e
até de paganismo. Não nos
esqueçamos que o altar foi
substituído pelo Trono, pois
Cristo, na cruz, ofereceu-se em
sacrifício de dimensão eterna
(Hb 10.1-13).
III - É morada definitiva dos
salvos
A certeza de morar no
céu é resultado da obra
redentora do Calvário, da
consciência da eficácia deste
sacrifício, de sermos ovelhas de
Jesus e que ninguém nos
arrancará de suas mãos (Jo
10.27,28), tendo Ele preparado
o lugar para estarmos juntos (Jo
14.1-4). Os salvos estarão com
Cristo na eternidade, nos céus,
e ali serão apascentados pelo
Cordeiro (Ap 7.17), porque dEle
adquiriram o direito de entrar na
cidade pelas portas (Ap 22.14).
Naquele lugar glorioso, os
remidos contemplarão o rosto
sublime do Pai (Mt 18.10), o
verão face a face (1Co 13.12),
como Ele realmente é (1Jo 3.2),
alimentar-se-ão do esplendor de
sua majestade e para sempre
estarão com Deus e Deus com
eles (Ap 21.3).
A salvação pelos
méritos de Jesus, a prática
cristã e a consequente vida dos
salvos testificam que a nossa fé
não é vã (1Co 15.14) e que a
morte foi tragada pela vitória
(1Co 15.54), pois Cristo,
primícias dos que dormem (1Co
15.20) declarou: “...não temas;
eu sou o primeiro e o último e
aquele que vive; estive morto,
mas eis que estou vivo, vós
também vivereis” (Ap 1.17,18).
Que riqueza espiritual é essa
garantia firmada por Jesus!
NEle temos vida abundante
(Ef.2.4-7), vida que atravessa do
tempo para a eternidade.
Paulo, no anoitecer de
sua vida e ministério, falou a
Timóteo, seu filho na fé: “Já
agora a coroa da justiça me está
guardada, a qual o Senhor justo
juiz, me dará naquele dia; e não
somente a mim, mas também a
todos que amam a sua vinda”
(2Tm 4.8). A coroa era o prêmio
oferecido aos vitoriosos (1Co
9.24,25; 1Pe 5.4) e é a esta que
o apóstolo se refere. Podemos
entender como prêmio aos que
vivem uma vida de retidão pelos
preceitos do Evangelho e
submissão a Jesus Cristo, que
enfatizou a vida no céu como
herança (Mt 25.34), uma
recompensa (Mt 5.12a; Mc
10.21). Não existe felicidade
maior do que ter cidadania
celestial (Fl 3.20)!
Para pensar e agir
O céu é lugar de habitação
de Deus e para onde irão os
remidos de Jesus, aqueles que
lavaram suas vestiduras e as
branquearam no sangue do
Cordeiro.
O céu é muito mais que
um estado de espírito e/ou uma
condição espiritual; é lugar do trono
de Deus e morada dos remidos.
Seria o céu um lugar de
inatividade? É claro que não!
Serviremos ao Senhor eternamente.
Através do sacrifício de
Jesus, as maravilhas do céu
passam a ser vivenciadas pelos que
creem em seu nome, desde a terra.
LEITURA BÍBLICA DIÁRIA
Segunda-feira: Salmos 20.1-6;
121.1-7
Terça-feira: Isaías 66.1,22
Quarta-feira: Apocalipse 21.1-7
Quinta-feira: Mateus 16.1-4, 13-17
Sexta-feira: 2Pedro 3.13
Sábado: João 14.2,3
Domingo: 1Coríntios 2.1-9
39
Por que os salvos
sofrem?
O sofrimento é uma
experiência democrática
entre os seres humanos.
Sempre foi alvo de debates
e reflexão, mesmo não
sendo a Pascologia,
Teologia do sofrimento, um
assunto tratado na Palavra
de Deus, de maneira
sistemática, como questão
teológica. É notável
perceber, no contato com a
Revelação Bíblica, que ela
começa apresentando a
realidade do sofrimento pela
dor (Gn 3.1-19) e conclui
dizendo que a dor não mais
existe (Ap 21.4; 22.1-5).
O livro de Jó traz relatos
contundentes de sua
40
fidelidade e compromisso
com Deus, diante das
privações, dos infortúnios,
das perdas materiais e
afetivas, além do desgaste
do seu corpo e do incômodo
com o juízo dos seus
amigos. É, portanto, muito
mais do que uma peça
sobre o sofrimento, é uma
exposição do poder de
Deus, da confiança de um
homem e da vitória sobre
tudo que humilha, maltrata e
fere. Esse homem é mais
lembrado por não ter se
dobrado ao sofrimento do
que pelas coisas que
sofreu, conquanto
percebamos a sua
fragilidade e
vulnerabilidade. Pascal,
filósofo francês, descreveu o
ser humano como um
grande paradoxo: dentre
todas as criaturas do
mundo, o homem é, a um só
tempo, a mais grandiosa e a
mais miserável.
Jó, homem reto,
temente e que se desviava
do mal (Jó 1.1). Nem
mesmo com este currículo
de fidelidade e devoção a
Deus, ficou imune às
calamidades e sofrimentos,
mas concluiu vitorioso:
“...Em tudo isto não pecou
Jó com os seu lábios” (Jó
2.10b). Jesus afirmou
categoricamente: “...No
mundo, passais por aflições;
mas tende bom ânimo; eu
venci o mundo” (Jo 16.33b).
Não é pecado nem
desabonador o salvo sofrer.
Pois, o sofrimento não
consegue suplantar a sua
atitude de confiança, a sua
garra pela luta, a sua
certeza de que todos os
quadros serão alterados, é
só não desfalecer (Gl 6.9)
sua confiança plena na
declaração de vitória do
Senhor e no Senhor (Jo
16.33; Rm 8.37; 1Co 15.57).
I – O sofrimento é inerente
à pessoa humana
O sofrimento é uma
profunda dor ou tristeza,
agonia, aflição ou angústia
que nos acompanha, como
raça humana, desde a
queda dos nossos primeiros
pais (Gn 3). Examinando a
Palavra, encontramos o
sofrimento como expressão
dolorosa (Sl 22), como
consequência do mal uso
da liberdade, das ações
erradas ou do pecado (Gn
3.16-19). Sofrimento é
passar pelo fogo (1Pe 1.7),
pelo deserto (Is 5.5-7) e
pelo vale (Sl 23.4), sendo
refeito, preservado pela
misericórdia divina (Lm
3.22-25), experimentando a
consolação, o conforto (1Co
1.3-5) e a paz, verdadeiro
refrigério pela presença do
Senhor (At 3.20).
Ninguém foge à realidade
dos altos e baixos da vida,
ainda que viva em
santidade, retidão, piedade
e integridade para com
Deus e os homens (Jó 1.1),
sempre surgirão as
adversidades: as naturais,
decorrentes do desgaste
dos dias, das labutas, das
fadigas ou das
complicações biológicas,
retratadas nas enfermidades
ou deficiências e, as de
cunho espirituais,
patrocinadas pelo
adversário, que não se
cansa em tramar para ferir;
não me refiro ao físico,
porque a Bíblia diz que ele
não tem poder para nos
41
tocar (1Jo 5.18b), mas as
ações que machucam os
nossos sentimentos, as
nossas emoções e as nossa
alegrias, pois, a sua missão
é semear a desgraça (Jo
10.10).
Na sequência dos
acontecimentos, no
desenrolar da história, à luz
da Escritura
Veterotestamentária, vemos
a relação do sofrimento com
a desobediência do povo de
Israel, vindo, também, da
parte de Deus a disciplina
para corrigir, com vistas ao
arrependimento (Ez 2.5).
Vemos um Deus sensível ao
sofrimento dos que lhe são
queridos, tendo profunda
compaixão para com eles e
providenciando alternativas
para a solução (Êx
3.7,9,10).
O sofrimento, que é de
alcance universal (Rm 8.22),
se mostra também com
veemência na
individualidade humana (Mt
9.20). Mas o Senhor pode
utilizar qualquer situação
dolorosa em nossa vida
para o nosso bem (Rm
8.28).
II – O sofrimento é
espelho que reflete
aprovação ou reprovação
Por ser algo que fere,
provoca dores e torna
evidente o que a pessoa
42
está passando
internamente, o sofrimento
desperta nas outras
pessoas especulação,
compaixão, prazer e
conceitos que podem ser
justos ou injustos (Jo 9.2). É
lamentável se alegrar, ter
prazer na dor alheia,
aproveitar o momento para
tirar qualquer diferença ou
fazer julgamentos, mas foi
exatamente o que fizeram
os supostos amigos de Jó.
A fidelidade é parte
integrante da essência
divina (Sl 40.10; 89.2-4)
sendo, por conseguinte, o
que Ele espera de nós em
todos os momentos ou
circunstâncias da vida (Jó
1.22). O sofrimento não
deve ser uma oportunidade
para a infidelidade,
deslealdade ou murmuração
(Jr 12.5,6; At 6.1). Aos
servos de Deus convém
confiar, esperar e descansar
no Senhor (Êx 33.14; Jr
46.27), consciente de que
dEle virá a solução. Não é
apreciável querer de Deus
somente as boas dádivas, e
não permanecer firmado em
sua presença nos dias maus
(Jó 2.10).
A fidelidade e a
resignação mostram a
aprovação da parte do
Senhor (Rm 16.10; 2Co
10.18), que os embates do
tempo não conseguem
abalar nossa fé (Tg 1.2-4),
pois sabemos em quem
temos crido, Aquele que tem
poder para guardar o meu
tesouro até na eternidade
(2Tm 1.12; 4.18). Essa
consciência da presença de
Deus bem perto (Fp 4.5),
conduzindo a história e
sendo Senhor sobre ela e
sobre tudo na existência
humana, não pode ser
subtraída daqueles que
crêem (Jó 42.2). Assim
como a infidelidade, a
murmuração e o desespero
apontam para quem não
tem esperança (1Co 10.913), para os inconsistentes
quanto às demandas das
coisas espirituais,
mostrando-se reprovados.
O sofrimento, além de
ser o exercício moral da
alma, revela quem
realmente somos:
dependentes do Senhor e
da providência divina (Mc
9.24) ou autônomos, sem
resistência e embasamento
espirituais.
III – Recompensas do
Sofrimento
O sofrimento nos mostra
quão frágeis somos, que
não dá para ser arrogante,
achando-se superior ou
inatingível, e que a nossa
relação com o tempo é
marcada pelo contraditório:
nascemos e morremos,
sorrimos e choramos,
levantamos e caímos,
subimos e descemos, nos
alegramos e entristecemos.
Que proveito vamos tirar de
tudo isso? Foi a indagação
do sábio, diante de
semelhantes antagonismos
da existência humana (Ec
3.2-9).
O sofrimento nos
quebranta por dentro e por
fora (Sl 69.19,20), nos
aproxima mais de nós
mesmos e de Deus, nos
torna mais humanos e mais
espirituais, nos permitindo
olhar com mais compaixão
para os sofrimentos dos
outros (2Co 1.4). Só a
pregação triunfalista de um
Evangelho desconectado da
Bíblia, para afirmar que o
Filho de Deus não pode
passar privações, ter
dificuldades ou sofrer e, que
passar por tais coisas é
sinal de desaprovação
divina, falta de fé, pecado
ou ação propriamente do
diabo (Jo 16.33b).
Sofrimento serve para
lapidar os salvos (1Pe 1.6,7;
5.10), aperfeiçoá-los (2Co
12.7), qualificando-os para
auxiliar os outros em suas
aflições (2Co 1.3-6).
Jesus se dirigiu aos
discípulos afirmando ser
feliz quem sofre por amor a
Ele (Mt 5.11,12); e Paulo,
escrevendo a Timóteo,
lecionou: “Ora, todos
quantos querem viver
43
piedosamente em Cristo
Jesus serão perseguidos”
(2Tm 3.12). Nenhum salvo
está imune às
incompreensões, lutas e
sofrimentos. Contudo, a vida
cristã não é um fardo, um
peso ou um sinal de
desgraça, mas uma dádiva,
onde a promessa do Senhor
garante que ninguém sofre
além do que pode suportar
(1Co 10.13), que depois da
luta tem a vitória (Tg 1.12),
e que nEle somos mais do
que vencedores (Rm 8.37).
O sofrimento, então, é um
privilégio para os salvos (Fl
1.29); a perseguição é uma
agressão alvejada contra os
que levam uma vida digna e
santa (2Tm 3.12); pois, toda
a natureza criada geme,
sofrendo as suas dores (Rm
8.22), mas ela será redimida
(Rm 8.20,21). É
confortadora a assertiva
bíblica, que as aflições
deste tempo não podem ser
comparadas com a glória
que sobre nós será revelada
(Rm 8.18) e que a
momentânea tribulação
produz peso de glória (2Co
4.17), ou seja, os nossos
sofrimentos atuais são
passageiros, leves e estão
produzindo para nós uma
glória que, sobre todos eles,
excede em peso.
44
Para Pensar e Agir
Deus não tem filhos
especiais. O sofrimento e
as dores da vida atingem
a todos indistintamente.
Muitas pessoas têm
buscado falhas em Deus
e na Igreja, para justificar
a existência do
sofrimento, esquecendo
com isso seus próprios
erros e a condição de
toda a humanidade.
Coisas ruins acontecem a
pessoas boas e justas,
conforme o próprio Deus
assim afirmou sobre o
seu servo Jó.
Não estamos sozinhos,
se estamos em Cristo!
Pois, Em vez de explicar
nosso sofrimento, Deus
decidiu participar dele, e
isso deve nos bastar.
LEITURA BÍBLICA DIÁRIA
Segunda-feira: Tiago
5.10,11
Terça-feira: Marcos 5.25-34
Quarta-feira: Hebreus 12.1-3
Quinta-feira: Romanos 8.1825
Sexta-feira: Mateus 8.5-13
Sábado: Lucas 22.39-46
Domingo: Jó 42.1-6; 10-13
Por que guardamos o domingo
e não o sábado?
Guardar o domingo
expressa bem mais a realidade
dos fatos bíblicos envolvendo a
pessoa de Jesus Cristo, por ser o
dia mencionado na Palavra como
palco de um dos acontecimentos
mais significativo para a fé cristã:
a ressurreição (Lc 24.1-10), a
vitória de Jesus sobre a morte.
Sendo a consumação da voz
profética e da palavra do próprio
Cristo: “...Destruí este santuário, e
em três dias o reconstruirei... Ele,
porém, se referia ao santuário do
seu corpo” (Jo 2.19-21).
O sábado, como
expressão do cerimonialismo
litúrgico, dia da semana, não é o
que encontramos em Êxodo 20.811; aqui, é repouso, pausa ou
descanso. A guarda do sábado é
pacto entre Deus e Israel (Êx
31.13,17), ligado ao judaísmo, à
antiga aliança, e foi violado em
determinados momentos ou
circunstâncias (Mc 2.23-26; 1Sm
21.1-6; Mt 12.5; Lv 24.8). Mas
aliado à circuncisão e à proibição
de comer carne impura, distinguia
e colocava os judeus em uma
posição mais elevada sobre os
gentios. Só que Deus não faz
acepção de pessoas (At 10.34),
foi o que disse o apóstolo Pedro
ao contemplar as maravilhas do
Senhor na casa de Cornélio. O
próprio Jesus realizou milagres no
sábado (Jo 9.1-21) e curou na
sinagoga (Mc 1.21-26; Lc 13.1017), demonstrando, com clareza,
que o sábado foi feito por causa
do homem e não o homem por
causa do sábado (Mc 2.27) e que
Ele até do sábado é Senhor (Mt
12.8).
45
O texto básico desta lição
mostra Jesus sendo questionado
porque os seus discípulos, ao
sentirem fome, colheram espigas
no sábado, o que não era lícito
fazer (Êx 20.10), segundo os
legalistas fariseus inquiridores.
Era nítida a intenção deles. Não
estavam sendo zelosos da lei, e
nem interessados em receber
benefícios com a presença do
Mestre; mas, em encontrar uma
oportunidade para dificultar a sua
vida. A resposta veio no formato
de questionamento: O que fez
Davi quanto aos pães da
proposição? (Mt 12.3,4) e os
sacerdotes que trabalham sábado
no templo? (Mt 12.5). Prossegue
o Senhor, em alto nível,
esclarecendo àqueles que
estavam mais interessados em
complicar do que solucionar, ao
dizer que ali estava quem é maior
que o templo (Mt 12.6) e superior
a tudo (Hb 3.3-6): o Messias
divino vestido de humanidade. O
Senhor Jesus concluiu
declarando: “...Misericórdia quero
e não holocaustos...” (Mt 12.7),
fazendo uma alusão a Oséias 6.6,
aquele profeta que havia predito a
extinção do sábado como dia
litúrgico (Os 2.11). O que existe
de mais nobre no relacionamento
do ser humano com Deus é
santificar o descanso ao Senhor,
ter coração sincero, atitude
correta e não meramente
observar e guardar os
regulamentos da religião com
seus rituais.
I - Sábado: sombra do antigo
pacto
46
A guarda do sábado
encontra sua referência central
em Êxodo 20.8-11, escritura dos
dez mandamentos ou Lei divina
positivada, de cunho moral. A
coragem para suplantar a
ociosidade, a preguiça e a falta de
ânimo para enfrentar o labor
cotidiano, precisa ser uma
realidade na vida de quem tem
temor a Deus. O ideal é mirar-se
no seu trabalho (Gn 2.2,8; Sl
104.13,14; Is 45.9-12) e desejar
priorizar o modelo divino (Jo
5.17), pois o trabalho dignifica,
traz honradez e motiva as
conquistas.
Entre os prejuízos do
pecado, está a fadiga pelo
trabalho (Gn 3.17-19). Mesmo o
considerando penoso, o homem
não pode furtar-se a este desafio
(Gn 1.28; Sl 104.23), pois quem
não trabalha, exceto aos
impedidos por idade, doença ou
alguma deficiência, não conquista
nada (Pv 6.6-11) e nem tem
direito ao descanso.
Para compreender
melhor este assunto, devemos
descompatibilizar o sábado
descrito na Bíblia – palavra
inexistente em nosso vocabulário
– do sábado, dia da semana. O
vocábulo “sábado” é transliterado
para a nossa língua e, se
traduzido, o significado seria
cessação, pausa, interrupção,
descanso ou repouso, conforme a
etimologia da palavra shabath, no
hebraico e sabaton, no grego. O
que se encontra em Gênesis
2.1,2, confirma o sentido claro e
direto do verbo shabath, que é
cessar.
A citação de Gênesis 2,
relacionada com Hebreus 4.1-10
nos permite compreender que
Deus completou a ação de
descansar, ou seja, tem estado
parado, transmitindo a ideia de
haver cessado a obra criadora;
mas, não resta dúvida, que Ele, o
Senhor continua trabalhando (Jo
5.17), obviamente, não na obra
criadora, mas na de preservação,
cuidando de tudo quanto provém
de suas benditas e dadivosas
mãos.
O sábado, na Lei, não
tinha nenhum viés litúrgico ou
cerimonial. Se fosse dia da
semana, refletiria o
cerimonialismo judaico, deixando
de ser dia imutável e universal,
inclusive em virtude de alteração,
até mesmo de fuso horário.
Na escravidão do Egito, o
povo não tinha descanso (Êx 5.49). Mas, ao ser liberto daquele
sofrimento, no deserto de Sim,
houve repouso e Deus lhe deu
maná, pão do céu, com as
instruções necessárias para que
nada fosse feito de forma errada
(Êx 16.1-8, 26). Contudo, houve
quebra, desrespeito à ordem
divina (Êx 16.27), mas do Senhor
veio a advertência (Êx 16.28),
colocando assim, em relevo, a
palavra de Moisés (Êx 16.29,30).
O descanso é sagrado
(Êx 20.8,9), separado para Deus,
após a intensidade do labor
humano. Além de descrever
necessidade biológica, ele aponta
para a exigência de Deus,
requerendo dedicação, honra e
glória dos seus. Logo, o sábado
era um dia de repouso, separado
e santificado ao Senhor e não,
meramente, o dia litúrgico, como
era para os judeus, à luz dos seus
ritos e normas.
II - Vivemos na Nova e não na
Antiga Aliança
Jesus inaugurou um novo
tempo, superando os tipos e as
figuras da Antiga Aliança, que
foram abolidas pela eficácia
eterna do seu sacrifício no
Calvário, pois, pela Lei, o povo
vivia preso às sombras dos bens
futuros (Hb 10.1). O sábado era
parte integrante das solenidades
cerimoniais previstas em Levítico
23, que não passavam de figuras
da grande e verdadeira realidade.
A obra de Cristo com seu
sacrifício é a consumação dessa
realidade, que elimina os
sacrifícios de animais e que não
admite mediador humano,
permitindo acesso à sua presença
(Ef 2.18). Tendo, na expiação, a
remoção da culpa e a purificação
pelo sangue do “Cordeiro Eterno”
(Ap 12.10,11), que aglutinou à
sua Pessoa os ofícios de Profeta,
Sacerdote e Rei, mostrando que
nEle se cumpriram todas as
coisas da Lei e dos Profetas.
O sábado era sinal da
Aliança entre Deus e Israel; como
expressão litúrgica, estava
incluído entre as festas (Lv
23.1,2). Os termos: meus
sábados (Lv 26.2), seus sábados
(Lv 26.34,43) e vossos sábados
(Lv 26.35) são a mesma coisa. A
mudança do pronome não altera a
47
essência, pois Jesus também se
referiu ao Pai de forma
semelhante: “...subo para meu Pai
e vosso Pai, para meu Deus e
vosso Deus” (Jo 20.17). O que
Oséias predisse (Os 2.11),
retratando o fim do
cerimonialismo judaico, cumpriuse com Jesus na Cruz, que
obteve ministério mais excelente,
sendo mediador de superior
aliança com base em superiores
promessas (Hb 8.6).
Defender a permanência
do sábado, dia da semana, como
repouso é um equívoco, pois o
sábado da legislação mosaica é
transliterado e não traduzido. O
significado do sábado, como Lei
Moral, é visto na atitude de
separar um tempo, espaço ou dia
para repouso, santificado ao
Senhor, com a finalidade de
honrar, bendizer e glorificar o Seu
nome, que é santo, bendito e
eterno.
A Nova Aliança, concerto
de Deus com os homens, não é
identificada com sinais, marcas
humanas ou sacrifício de coisas,
mas pela vida do Messias, do
sangue vertido para remissão dos
pecados (Ef 1.3-7) e para
reconciliação com o Pai (Rm
5.11). O que era aparente tornouse evidente, o que era como
enigma por espelho, agora é visto
face a face e todo o mistério foi
revelado: Jesus é Deus entre nós
(Is 7.14), é a sua forma de realizar
maravilhas (Mc 6.2). Portanto, em
Jesus temos uma Aliança Eterna,
insubstituível e imutável com o
Pai das luzes, o Deus de toda a
consolação (2Co 1.3).
48
III - Jesus ressuscitou no
domingo
Sabemos que todos os
dias são especiais e, por isso,
devem ser observados para
agirmos de forma íntegra, honesta
e espiritual em todas as situações
ou circunstâncias da vida. Como
salvos, pela graça, mediante a fé
(Ef 2.8), vivemos dentro dos
ensinos de Cristo, evidenciando
profunda necessidade de honrálo, por esse motivo, guardamos o
domingo, primeiro dia da semana,
separado para o louvor de sua
glória, promoção de seu Reino e
edificação espiritual do corpo, que
é a Igreja.
Guardamos o domingo,
porque nele Jesus ressuscitou (Mt
28.1-7; Mc 16.1-8; Lc 24.1-10; Jo
20.1-9,19), ou seja, o Pai
ressuscitou o seu Filho (Rm 8.11;
1Co 6.14) para a nossa
justificação (Rm 4.25). A
ressurreição é o acontecimento
de maior relevância para o
cristianismo, pois se ela não
tivesse acontecido, a nossa fé
seria vã (1Co 15.17), a morte não
teria sido tragada pela vitória (1Co
15.54) e a Revelação Bíblica não
seria uma inequívoca e inerrante
verdade eterna. A ressurreição é
a bandeira de vitória levantada
para mostrar que as ofensas da
cruz, onde Jesus cravou os
nossos pecados, foram anuladas,
superando a humilhação daquela
morte cruel e horrenda (Cl
2.13,14).
Jesus caminhou
conversando com dois discípulos,
rumo à aldeia de Emaús. Vendoos entristecidos, começou a
discorrer sobre Moisés e os
Profetas, abordando tudo quanto
a seu respeito encontrava-se nas
escrituras. Ficou na residência
deles e, ao partir o pão, seus
olhos se abriram, então,
reconheceram-no, só que Ele
desapareceu. Os discípulos
entenderam que as coisas que
Jesus falava ardia os seus
corações; levantaram e
retornaram para ter com os outros
e contar-lhes a maravilha da
ressurreição do Mestre (Lc 24.1335).
Também na tarde de
domingo, Jesus ressuscitado
apareceu aos discípulos e
transmitiu-lhes a paz (Lc 24.36).
Diante de um fato de tão profundo
valor espiritual – Jesus não ter
ficado no domínio da morte, mas
de ter triunfado sobre ela,
vencendo-a de maneira total e
definitiva – os discípulos se
puseram a testemunhar de tão
gloriosa maravilha (At 2.32; 4.33).
Através da ressurreição,
no primeiro dia da semana, Jesus
“nos regenerou para uma viva
esperança” (1Pe 1.3); pois, só
através dEle nos tornamos nova
criatura (2Co 5.17), separados
para as boas obras (Tt 2.14),
aquelas que acompanham a
salvação (Hb 6.9). Sendo,
portanto, a ressurreição, o
descanso definitivo de Jesus por
sua obra re-criadora, concluída
com perfeição após o sábado
judaico, quando esteve inerte no
túmulo; mas, no primeiro dia, “o
dia bendito”, Ele se levantou
glorioso e nos assegurou a
plenitude da vitória.
Para pensar e agir
Relacionar o sábado
dos dez mandamentos com o
dia da semana é violar a
essência da Palavra de Deus.
O sábado cerimonial ou
litúrgico não se encontra
vinculado ao Cristianismo, mas
ao Judaísmo, pois era um dos
sinais entre Deus e Israel.
A ressurreição é o
testemunho de triunfo de Jesus
sobre a morte. É a bandeira da
vitória levantada, mostrando que
o pecado e sua crueldade foram
suplantados na Cruz e que a
morte foi tragada pela vitória.
O significado do sábado como
Lei moral é separar um espaço,
tempo ou dia santificado ao
Senhor, para honrar, bendizer e
glorificar o Seu nome, que é
santo, majestoso e eterno.
Como servos, temos feito isso?
LEITURA BÍBLICA DIÁRIA
Segunda-feira: 2Coríntios 3.1217
Terça-feira: Hebreus 4.1-11
Quarta-feira: Atos 20.7-12;
1Coríntios 16.1-4
Quinta-feira: Gálatas 4.8-11
Sexta-feira: Romanos 14.1-12
Sábado: Romanos 10.1-10
Domingo: Salmos 92
49
O catolicismo está mudando?
Catolicismo é uma
expressão usada para identificar
as pessoas que praticam sua fé
em sintonia com os ensinos da
Igreja Romana e com o Papa.
Essa instituição tem variações
teológicas, é regida não apenas
pela Bíblia, mas também pela
tradição e pelo mais destacado
documento produzido pelo
Concílio Vaticano II: a
Constituição Dogmática.
A Igreja, ao longo dos anos,
apresentou-se como divina, tendo
as chaves do Reino herdadas de
Pedro, seu “primeiro papa” e que
fora dela não há salvação, sendo
entendida como sacramento, uma
realidade viabilizadora da graça.
Conquanto exista no Catolicismo
movimentos reformistas tentando
50
mostrar a necessidade de
apresentar Deus e a Igreja mais
perto do povo, colocando o
imanente em destaque ao
transcendente, ele tem se
mantido intacto, conservando a
essência histórica, os dogmas e
alterando apenas suas ênfases.
Toda denominação
histórica ou não, apresenta-se
como igreja verdadeira. Mas, nem
todas esboçam suas doutrinas
com respaldo exclusivamente na
Palavra de Deus. Algumas usam
a Bíblia para chegar às pessoas e
ganhar adeptos, mas baseiam-se
mesmo em livros de seus
fundadores, em seus “profetas”,
em documentos de líder supremo
ou na tradição.
O Catolicismo muda de
tática conforme a feição da
sociedade. Troca um papa de
pouco carisma por um de estilo
mais popular, uma espécie popstar; altera seus métodos
conforme a conveniência, mas
nunca muda de essência:
continua tendo imagens de
escultura, reza para os mortos
alcançarem favores de Deus, crê
nos dogmas, tem a tradição em
pé de igualdade com a Bíblia e
cultiva a junção Igreja/Estado.
Não dá para se deixar
levar pela aparência ou imagem
de humildade de líder algum. Este
é o marketing: aproveitam a
simpatia e o jeito simples de uma
pessoa, para dizer que agora a
igreja está mudando, como se a
instituição fosse meramente um
homem. Usam a boa imagem de
alguém que afirma ser o
“sucessor de Pedro”, para
encobrir o que o Catolicismo
sempre foi e será: um fruto híbrido
do casamento da Igreja com o
Estado. Se houvesse uma volta à
Bíblia, o “império religioso”,
chamado católico, ruiria como ruiu
o “império político”. O Catolicismo
jamais mudará por dentro, a sua
essência...
I – Igreja e Estado possuem
naturezas diferentes
Jesus edificou a sua
Igreja para que ela fosse um
referencial de vida, expressão do
seu Reino, promotora da graça
divina e coluna da verdade (1Tm
3.15). Sua essência é divina e
não humana; sua natureza é
espiritual e não política; e o seu
campo de atuação é o gênero
humano e não a diplomacia
estatal. A Igreja de Jesus não
deve se embaraçar com os
negócios desta vida (2Tm 2.4),
ela precisa corresponder aos
ideais dos céus, colocar em
prática a missão que Jesus veio
desenvolver (Jo 3.17; Mt 20.28) e
levar adiante o seu
comissionamento (Mt 28.19,20; At
1.8).
O Senhor da Igreja
sempre trabalhou para libertar e
desenvolver a consciência e a
reflexão das pessoas (Mt 16.1316) e nunca para limitá-la,
tornando-a passiva ou
escravizada. Qualquer segmento
religioso que impõe o seu credo,
que coloca um líder como cérebro
do povo, que não reconhece a
competência do indivíduo para
gerir suas análises, atitudes e
ações não tem respaldo na
Palavra de Deus.
O exercício da razão
aliado à dependência de Deus,
deixando-se usar pelo Espírito
sempre foi e será alvo da
apreciação do Mestre dos
mestres (Mt 16.17). Como faz
bem à Igreja trabalhar o ser
humano para que ele se liberte da
ignorância espiritual, dos
costumes da velha vida e da
apatia pelo sagrado.
O Estado, que é de
natureza social e política, não
deve ter uma religião e, nem a
Igreja, que é de natureza divina e
espiritual, deve ter militância
político-partidária ou face de
Estado, pois suas naturezas são
51
distintas. Não me refiro aqui às
prerrogativas do cidadão e suas
liberdades individuais: o Estado
deve zelar pelos direitos e
liberdade do cidadão em escolher
e proferir a sua confissão religiosa
como bem lhe convier, para tanto,
deve utilizar dos mecanismos
constitucionais para impedir a
intolerância, a intransigência e
qualquer forma de desrespeito ou
abuso. Ao passo que a Igreja
deve preparar o ser humano para
cumprir seu papel em qualquer
segmento com dignidade,
decência e honradez, como
cidadão que se encontra aqui,
mas pertence à outra Pátria (Fl
3.20).
Vale ressalvar que Jesus não
aprovou a união da Igreja com o
Estado, pelo fato de criticar o
culto oficial e nunca ter
manifestado interesse em
estabelecer uma nova religião
estatal.
II – O seu vigário é humano
De acordo com o Novo
Dicionário Aurélio, vigário, do
Latim, é aquele que faz as vezes
de outro. Só que no campo da fé,
à luz da Palavra da Deus, fomos
libertados da mediação humana
(1Tm 2.5), com a garantia de que
não ficaríamos órfãos (Jo 14.18) e
que seríamos cuidados para
sempre (Jo 14.16). Não existe a
possibilidade de uma pessoa ser
o exclusivo representante de
Cristo na terra, ser o guia
absoluto do seu rebanho, ser
infalível em sua decisão e
irretocável em todas as suas
52
ações. Como salvos em Cristo
Jesus, o nosso vigário não é
humano.
Naquela noite memorável, após a
celebração da páscoa, quando
Jesus saiu acompanhado de seus
discípulos, Ele lhes fez uma
sublime promessa (Jo 14.16,26).
O Espírito Santo é o autêntico e
insubstituível Vigário de Jesus
Cristo para a sua Igreja. Sua
atuação é perfeita, Ele é infalível
e seu poder é absoluto. Ele
ensina com maestria a verdade
Eterna, nos fazendo lembrar de
tudo quanto o Mestre por
excelência anunciou, guiando a
toda verdade e, sobretudo,
anunciará as coisas vindouras (Jo
16.13), ou seja, o Espírito Santo
ensinará todas as coisas que
Jesus lecionou.
E mais: o Espírito nos conduz,
através da Bíblia, na
compreensão da verdade; ele fala
(At 13.2; Ap 2.7); ajuda nas
fraquezas e intercede por nós
(Rm 8.26); supre-nos de
assistência paternal (Jo 14.18);
testifica (Jo 15.26); guia (At 8.29;
Rm 8.14); ordena (At 16.6,7);
conduz (Jo 16.13); nomeia (At
20.28); une pessoas à Igreja (At
2.47); instrumentaliza a
santificação (2Ts 2.13,14); sela
para o dia da redenção (Ef
1.13,14); e glorifica a Jesus (Jo
16.14). Esta é uma das mais
belas feições do seu ministério:
conduzir todas as glórias a Jesus
e não recebê-las para si. Se Ele
age desta forma, então, como o
ser humano pode se apresentar
recebendo honras e glórias, que
pelo ensino do Vigário Divino, o
Espírito Santo, devem ser
dedicadas exclusivamente a
Jesus? É uma grande temeridade!
Nenhum humano deve se
apresentar como infalível ou
competente para dividir os méritos
que devem ser cabalmente de
Jesus.
Essa inversão do preceito
bíblico de ter um vigário humano
no lugar do divino, desperta no
povo um sentimento religioso
motivado pelo visual, pelos
símbolos e não pela sensibilidade
ou consciência da Palavra (Rm
10.17); pela esperança de ter os
pecados perdoados após a morte,
relegando a planos inferiores a
exigência bíblica do
arrependimento e da conversão
(At 3.19). Essa forma de
motivação religiosa deixa os fiéis
reféns de um Credo, onde desde
tenra idade, através do batismo,
que afirmam ser sacramento,
aprendem que este elo não pode
ser rompido jamais e que seus
membros são os filhos de pais
católicos, ao passo que a Bíblia
enfatiza categoricamente que os
membros da Igreja de Cristo são
os nascidos de novo (Jo 3.3).
Como Igreja do Senhor,
caminhamos de forma segura,
porque a nossa referência não
pertence a este mundo, porque o
nosso guia não é humano, e
porque a nossa fé encontra-se
alicerçada na Palavra Eterna e
não em documentos de líderes
religiosos ou na tradição. É
plenamente confortador e
animador ter o Vigário Divino que
não pode ser substituído pelo
humano.
III – Suas doutrinas são
desconexas da Bíblia
A Igreja do Senhor Jesus
precisa ser regida pela Doutrina,
conjunto de verdades reveladas
na Palavra de Deus, que define
os princípios fundamentais da fé e
não por Tradição ou Dogma,
sentença autoritária, construção
humana que não comporta
questionamento.
O texto de Mateus 16 é
utilizado pela Monarquia
Absolutista Católica para ensinar
que a igreja foi edificada sobre a
PEDRA, Pedro. Mas o apóstolo,
em companhia de João, após a
crucificação de Cristo, em
Jerusalém, foi detido e levado às
autoridades judaicas e lhes
afirmou com entusiasmo e vigor,
que a PEDRA é Jesus, o grande
autor da salvação (At 4.10-12).
A igreja estatal afirma que Pedro
foi papa, vigário de Cristo e sumo
pontífice, mas não foi esta a visão
do apóstolo, pois em momento
algum nas suas epístolas, deixa
transparecer que era superior aos
demais, chefe da Igreja ou
substituto visível de Cristo;
sempre com simplicidade e zelo
apontava para a supremacia do
Messias Divino (2Pe 2.4-7), sua
igualdade com os demais na
Igreja do Senhor (1Pe 5.1) e
Paulo, escrevendo aos Romanos,
saúda a todos os seus
cooperadores, amigos e
companheiros que lá estavam,
mas nem sequer cita o nome de
Pedro (Rm 16.1-15), que não foi
papa coisa nenhuma.
53
Uma das grandes deficiências
desse segmento religioso é o
distanciamento da verdade
bíblica, é não tê-la como única
regra de fé e prática. A força da
tradição e a prática de dogmas,
tais como: a primazia e
infalibilidade papal, a imaculada
conceição de Maria, a doutrina do
purgatório, a veneração de
relíquias, o sacrifício da missa, o
interceder pelos mortos, dentre
outros, deixa o ensino da Igreja
Romana desconectado da Bíblia e
da boa hermenêutica, assim como
minimiza a eficácia plena do
sacrifício no Calvário.
Vale destacar que a salvação,
além de ser eterna, é pela graça e
não pelas obras (Ef 2.8,9), que
com a morte de Cristo na cruz, o
véu do Templo se rasgou de alto
a baixo (Mc 15.38), inaugurando o
sacerdócio universal dos crentes:
o acesso a Deus ficou livre,
podendo qualquer um se
aproximar dEle, sem mediação
humana. O culto aos santos
(imagem), considerados
pequenas divindades, a
veneração aos mártires e os
rituais que mesclam as
cerimônias pagãs com as
sacerdotais do Antigo Testamento
nos permitem afirmar que o
Catolicismo é uma mistura de
Paganismo, Judaísmo e
Cristianismo.
Para Pensar e Agir
Toda religião deve ser
respeitada. A intolerância é uma
prática repugnante! Podemos
refletir sobre o corpo doutrinário
54
de qualquer segmento religioso,
mas nunca agredir as pessoas
por causa das preferências ou
crenças.
A prática de vida da
Igreja e os seus ensinos devem
expressar o autêntico conteúdo
da Revelação Bíblica. Nenhum
costume religioso, texto produzido
por pessoa alguma ou
pronunciamentos dogmáticos são
infalíveis.
Não dá para a Igreja e o
Estado se consorciarem, não são
da mesma natureza. Ela não deve
ser estatal e nem ele ter confissão
religiosa. Cada um deve cumprir a
sua função: o Estado, a
expressão dos preceitos
constitucionais e, a Igreja, a
expressão dos preceitos divinos.
Alguém só muda quando
altera a essência, mudar de tática
e usar um bom marketing para
passar uma imagem mais
adequada não é mudança, mas
reposicionamento social.
A Igreja só demonstra e
vivencia mudança
instrumentalizada pelo Espírito
através do envolvimento com
Jesus e Sua Palavra.
LEITURA BÍBLICA DIÁRIA
Segunda-feira: Romanos 2.17-29
Terça-feira: 1Coríntios 10.1-11
Quarta-feira: 1Pedro 2.1-10
Quinta-feira: Gálatas 2.1-17
Sexta-feira: 1Timóteo 2.1-6
Sábado: 1Timóteo 4.1-11
Domingo: Efésios 2.11-22
Encarnação ou reencarnação?
Os textos básicos desta
lição apontam para a pessoa de
Cristo: sua eternidade, humilhação
e obra redentiva. É um primor o
conteúdo da palavra do Apóstolo
Paulo aos gentios, apontando para
a grandeza dos atos poderosos da
salvação de Deus, alcançando
todos os descendentes da raça
adâmica. Impõe-se como uma
poesia de exaltação pela redenção
e ápice da criação, cumprida em
Cristo, pelo Espírito, de acordo com
o propósito eterno de Deus,
expressando o seu amor e o seu
grande ideal de redimir o gênero
humano, viabilizando a
reconciliação (Rm 5.10). João fala
sobre o LOGOS – PALAVRA. É
interessante que este assunto
compõe os grandes temas do
Evangelho, excedendo a fina flor
dos pensamentos helênico e
judaico, mostrando a pessoa de
Deus vivendo entre os homens, os
que reconheceram, adoraram e
deram testemunho de sua
encarnação (Jo 1.14), sacrifício (Ef
5.2), ressurreição (Jo 21.14) e
ascensão (Jo 6.62; At 1.9-11).
Quando leio João 1.1, me
lembro de Gênesis 1.1. Este relata
como tudo começou no sentido
físico, como as coisas tomaram
forma visível. Aquele aponta para o
autor da nossa religação com Deus,
mostra as coisas tomando um
direcionamento espiritual, o
reordenamento de tudo que foi
atingido e desarrumado pelo
pecado, pois o Verbo Eterno é
Deus, o Alfa e o Ômega, o princípio
e o fim (Ap 1.8).
Pontuando as palavras
“encarnação” e “reencarnação”
somos confrontados com a verdade
de que as questões sobre vida e
morte sempre estão na pauta de
discursões, comentários e
especulações. Há aqueles que não
querem sequer pensar na morte,
mas outros vivem em função dela.
Alguns tinham muito medo dessa
realidade, mas não pensam dessa
forma, ou porque creem que a
morte com seus horrores já foi
55
vencida por Jesus na cruz (1Co
15.54) ou estão seduzidos pela
possibilidade de não morrerem (Sl
89.48).
Diariamente, grande parte
da população está exposta a essa
sedução através da TV que tem,
nos últimos tempos, se encarregado
de divulgar a possibilidade de se
não morrer, de comunicação entre
os que estão nesta terra e os que já
partiram dela e de promover a
expansão e defesa dos
ensinamentos contrários à Bíblia.
I - Conhecendo um pouco mais
dos termos
Foneticamente, essas
duas palavras estão muito
próximas. Ao pronunciá-las, de
modo geral, as pessoas não fazem
nenhuma distinção. Guardando
todas as ressalvas, consideremos
que a palavra reencarnação é de
domínio público; as pessoas têm
ouvido com frequência, ao passo
que encarnação é de domínio
privado; está mais restrito à
literatura bíblica e teológica. Por
isso, em certo sentido, as pessoas
entendem como uma coisa só. Até
mesmo quando o termo encarnação
é utilizado em nossas igrejas,
muitas vezes, não levando em
conta essa proximidade fonética,
soa aos ouvidos como
reencarnação. Isso acaba por gerar
dúvidas, que precisam ser
esclarecidas, especialmente sobre
as nossas diferenças de outros
grupos religiosos que pregam a
reencarnação.
Encarnação é a
corporificação de Deus na pessoa
de Jesus Cristo (Jo 1.14). Jesus
nasceu, viveu e morreu no estado e
nas condições da vida humana. Ele
56
era homem, mas não deixou de ser
Deus. Ao se “fazer” homem, Jesus
não abandonou o seu estado
perfeito (Rm 1.3,4), mas tornou-se
“um igual”: viveu na pele as dores e
os sentimentos humanos; conheceu
a força esmagadora da tentação e
lutou contra ela, a fim de vencê-la.
Mostrou que pela obediência à
Palavra do Pai, o homem vence o
inimigo e vence a tentação (Mt 4.111). Por conhecer a humanidade,
vivendo-a na carne e superando as
tentações, Jesus Cristo, o unigênito
de Deus, evidenciou o direito de ser
Salvador dos viventes (Jo 3.16; Rm
8.3) e fez-se companheiro,
oferecendo compaixão e apoio a
todos os seus que também passam
pela tentação (Hb 2.18; 1Jo 2.1,2).
Reencarnação é a crença
em mais de uma existência terrena
para o mesmo espírito. Seus
adeptos advogam que as pessoas,
de maneira sucessiva, vão
evoluindo nos sentidos intelectual e
moral, enquanto julgam ou expiam
os erros do passado. O Espiritismo
e outros grupos religiosos que
creem desse modo classificam os
espíritos em quatro categorias:
imperfeitos, bons, superiores e
puros; portanto, havendo um
elitismo, uma espécie de
discriminação no plano espiritual.
Através das reencarnações de um
mesmo espírito, em diferentes
corpos ao longo de muitas vidas,
este pode vir a se tornar um espírito
puro. Isso fere a doutrina da
redenção: libertação mediante
pagamento de um resgate (1Pe
1.18,19; Ef 1.7), que deixa livre da
servidão do pecado (Jo 8.34-36;
Rm 6.18), da lei (Gl 4.3-5) e do
temor da morte (Hb 2.14,15).
No sentido mais popular, a
reencarnação é o seguinte: estou
vivendo e o que está acontecendo
comigo é um castigo, o que faço
não faço por mim mesmo, mas
alguém faz através de mim, estou
sempre pagando por alguém.
Quando então me responsabilizarei
pelos meus atos? A Bíblia diz que
cada um dará conta de si mesmo a
Deus (Rm 14.12), que ninguém fica
livre das consequências de suas
ações (Gl 6.7,8) e que Deus não
tem o culpado por inocente (Êx
34.7; Na 1.3). A reencarnação é
uma doutrina sedutora, uma forma
diabólica de irresponsabilidade pela
vida como um todo.
II - O objetivo da reencarnação:
doutrinas correlatas e refutações
O objetivo da
reencarnação é a purificação, a
salvação. Os que assim pensam,
creem que se aperfeiçoam pela
evolução espiritual, através do
sofrimento e pela prática de boas
obras. É um caminho totalmente
inverso aos ideais de Deus
apresentado na Palavra. O mundo
jaz no maligno (1Jo 5.19), sendo
impossível um aprimoramento
espiritual simplesmente pelos feitos
humanos, pela passagem no
tempo, ou pelas lutas dele
decorrentes. A salvação vem
exclusivamente dos méritos do
Calvário (Ef 2.8,9).
A doutrina espírita da
reencarnação nunca está isolada.
Ela vem acompanhada de outros
ensinamentos e crenças diabólicas,
as quais a Bíblia condena, a saber:
viver e renascer, a fim de evoluir e
aperfeiçoar (Hb 9.27); comunicação
com os mortos (Dt 18.10-12; Is
8.19,20; Lc 16.19-31; Lv 20.6);
Jesus é um HOMEM que alcançou
grande desenvolvimento espiritual
(Jo 1.1; Mt 16.15-17; Jo 6.38; Fp
2.10; Ap 17.14); não há céu nem
inferno (Ap 21.8; Lc 23.43; Mt
5.12,29,30; Mt 25.31; Fl 3.20); fora
da caridade não há salvação (Ef
2.8-10; At 4.12; At 16.31; Jo 14.6); o
diabo e os demônios não existem
(Mt 25.41; Ap 20.10; Ef 4.27; Tg
4.7; Ap 12.9; Lc 4.33; Jd 6). Alziro
Zarur, renomado espírita brasileiro,
chegou a afirmar que Satanás é
nosso irmão, por quem devemos
orar, uma vez que poderá entrar
novamente no círculo de evolução
espiritual e tornar-se um espírito
perfeito e puro (Mt 25.41; Ap 20.10);
Deus existe, só que se encontra
longe demais e se manifesta por
meio de guias ou intermediários (Fl
4.5; 1Tm 2.5); e, ainda, nega a
existência da Trindade (Jo 16.26;
2Co 13.13; 1Pe 1.2) e todas as
doutrinas básicas da fé cristã.
III - Benefícios da Encarnação
Encarnação é uma
nomenclatura teológica para referirse a Jesus “em carne” (Rm 8.3; Cl
1.22), que revelou com perfeição a
pessoa de Deus e a plenitude do
seu amor (2Co 4.4), trazendo
bênçãos espirituais e luz que
dissipa as trevas (Jo 1.4).
Sendo Jesus
verdadeiramente homem e
verdadeiramente Deus (Cl 2.9)
pode trazer salvação à raça
humana, que fora destroçada pelo
pecado, e mostrar que nEle Deus
começou a ter uma completa vida
humana, tornando-se próximo do
homem (Mt 1.23), podendo ser visto
e conhecido (Jo 1.14,18),
ensinando que é possível levar uma
vida de obediência (Fp 2.8). É
notável que a união da divindade e
da humanidade de Jesus não
57
cessou com sua subida majestosa
para os céus, a ascensão (At
1.10,11). Ele retornou para recobrar
sua glória (Jo 17.5), com o corpo
ressurreto (Lc 24.50,51), sendo o
nosso Senhor divino, líder, sumo
sacerdote (Hb 3.1), único mediador
(1Tm 2.5) e pastor (Hb 13.20).
A encarnação de Jesus –
sua divindade na humanidade, além
de ser a porta viabilizadora do
conhecimento de Deus, motiva uma
vida de santidade (Lv 20.26), de
aprimoramento espiritual,
acreditando que é possível crescer
na graça e no conhecimento (2Pe
3.18), cumprindo um papel mais
amplo na vida, desenvolvendo as
potencialidades, aproveitando as
oportunidades, certos do senhorio e
comando de Jesus, que é presente
do Pai (Jo 3.16). Através dEle
temos a vida abundante (Jo 10.10),
a presença permanente do Senhor
(Mt 1.23; Is 8.8,10), possibilitandonos uma vida de perfeita e completa
comunhão com Deus, quebrando o
domínio do pecado (1Jo 3.5) e nos
preparando para as boas obras (Ef
2.10).
Para pensar e agir
Encarnação e
reencarnação são vocábulos que
foneticamente estão próximos aos
nossos ouvidos e que, muitas
vezes, são até confundidos, mas
que na abordagem do Novo
Testamento eles são distintos e
distantes.
O VERBO é a divindade,
é o modo de Deus falar ao
homem, é a Sua autorrevelação e
não apenas uma criatura
primogênita divina.
58
Embora alguns afirmem
que o Cristianismo e o Espiritismo
ensinam a mesma coisa, isso não
é verdade. O que o Espiritismo
ensina é um outro evangelho (Gl
1.8). Na verdade, é o Evangelho
Segundo Allan Kardec: sem
pecado, Espírito Santo, Jesus
Cristo, céu, diabo, inferno e
salvação.
Muitas pessoas estão no
Espiritismo com a certeza de que
ele é uma religião cristã (Rm
1.25). Estão iludidas e
enganadas! Ajudados pelo
Espírito Santo e alicerçados na
Palavra, devemos alertá-las com
respeito, temor e mansidão (1Pe
3.15) da farsa que está por trás
da aparência dessa crença e
anunciar o Evangelho da graça do
VERBO encarnado – JESUS
CRISTO.
A reencarnação é
doutrina antibíblica, ao defender
uma sucessão de existência
terrena para o mesmo espírito (Hb
9.27).
A reencarnação anula o
sacrifício de Jesus (Fl 2.8; Jo
14.6).
LEITURA BÍBLICA DIÁRIA
Segunda-feira: Isaías 61.1-3
Terça-feira: 1Timóteo 3.16;
1Pedro 3.18
Quarta-feira: Hebreus 9.24-27
Quinta-feira: Hebreus 10.10-12
Sexta-feira: 2Crônicas 33.1-6
Sábado: Deuteronômio 18.9-14
Domingo: João 1.1-14
Como entender a realidade da morte?
O Apóstolo Paulo
estava trabalhando algumas
discrepâncias doutrinárias na
Igreja de Corinto e,
especificamente, neste
capítulo, a problemática da
ressurreição. Por influência
grega, alguns se baseavam no
conceito de ser a matéria ou a
substância material a causa de
todo o mal, para negar a
ressurreição (1Co 15.12,13).
Tal posição acarretava sérios
prejuízos, como o descrédito
da pregação apostólica, a
ideia de uma fé fantasiosa ou
fictícia e os apóstolos como
testemunhas falsas (1Co
15.14-16). Para combater tal
equívoco, Paulo afirmava não
haver esperança sem a
ressurreição (1Co 15.19), que
a morte é um inestimável
ganho (Fl 1.21) e que a
ressurreição de Cristo é a
base da ressurreição dos
crentes (1Co 15.20-22).
Comumente as
pessoas têm certa dificuldade
em lidar com a realidade da
morte. Algumas ficam tão
aterrorizados que “negam” a
existência dela, tentando viver
como se fossem eternos. Há,
também, aquelas que se
negam até mesmo a
pronunciar a palavra morte.
Outras há que vivem tão
59
assustadas com a morte que
nem conseguem viver. O certo
é que costumamos vê-la como
uma intrusa, uma inimiga (1Co
15.26), contudo, a
reconhecemos como uma das
expressões mais nítidas da
vida. Mas, por que isso
incomoda tanto o ser humano?
Foi dito que “o homem é,
dentre todas as criaturas, a
única que sabe que vai
morrer”1; sendo, portanto, o
único ser que tem consciência
de sua existência.
Por ser uma realidade
da qual ninguém escapa,
quero convidá-lo, como
companheiro na vida e na
morte, para objetivamente
pensarmos sobre ela.
I - O que é a morte?
É algo que atinge as
pessoas por inteiro: aqueles
que morrem e aqueles que
vivenciam a morte de alguém.
De certa forma, quando
vivenciamos a morte de
alguém muito próximo a nós, é
como se um pouco de nós
mesmos morresse também. O
que é algo natural e inevitável
(Hb 9.27), porque já está no
mundo antes mesmo do nosso
nascimento – também parece
1
Em Busca da Política por Zygmunt
Bauman – Pg. 39
60
uma coisa contrária à
natureza.
O homem a vê como
um castigo por causa do
pecado, como uma imposição
e até mesmo como uma
maldade de Deus (Gn 2.17).
Certamente essa foi a primeira
experiência de Adão com a
morte. Sentiu que algo
estranho tomava lugar dentro
de si. De imediato não ocorreu
a morte física, mas, no íntimo,
algo “começava a morrer”.
Deu-se início à separação,
que se manifestou na forma de
fuga daquilo que, até então,
era agradável (Gn 3.8-10),
culminando com a perda do
paraíso (Gn 3.23) e,
posteriormente, a convivência
com a dor pela morte do seu
filho (Gn 4.8).
A melhor definição de
morte é separação, porque é
algo que sentimos antes
mesmo dela se efetuar. É a
dissolução da união existente
entre o espírito e o corpo (Ec
12.7). A morte física é
símbolo, expressão e parte
integrante da morte mais
profunda que o pecado
inevitavelmente traz. No plano
físico, nos separamos de
pessoas e coisas e no
espiritual, a separação é de
Deus.
A morte ocasiona
angústia, pavor, experiência
de privação, ausência do
convívio, desespero apático;
mas em Cristo, olhamos a
morte de outra forma, como o
início de uma nova vida (2Co
5.15-17), como o tabernáculo
terrestre que se desfaz (2Co
5.1) e como uma porta que se
abre, viabilizando as
maravilhas da eternidade (Ap
21.1-4).
Na Bíblia, a morte é
descrita também como uma
“sombra” (Jó 10.21; 12.22; Sl
23.4), escurecendo os nossos
momentos mais ensolarados e
a cada dia avançamos mais
em sua direção.
II – Os salvos morrem?
No plano físico, todos
morrem (Sl 89.48), inclusive
plantas e animais. Com
relação a estes, a morte
significa o fim da vida, mas
para os seres humanos a
morte física não significa o fim
da existência. Se o homem
não tivesse pecado, teria ele
morrido fisicamente? Não
sabemos. Talvez acontecesse
com todos o mesmo que
aconteceu com Enoque e Elias
(Gn 5.24; 2Rs 2.1,11).
A morte não é um fim
em si mesma, ela abre o
acesso à vida; é a transição
para uma outra dimensão,
onde continua a nossa
existência consciente (2Co
5.10; Ap 7.9,10,15), pois Cristo
venceu a morte por nós. Além
da morte física, há também a
morte espiritual (Gn 2.17; Rm
6.23), como consequência do
pecado.
O homem do Antigo
Testamento, ainda não tendo
posse de toda a revelação de
Deus, cria na morte como a
entrada no sheol, mundo dos
mortos, lugar onde a pessoa
era separada e privada de
tudo o que lhe era precioso na
vida, inclusive Deus e seus
familiares. Sendo todos os
seres humanos pecadores
(Rm 3.23), todos estão
espiritualmente mortos,
separados de Deus e, por isso
mesmo, carecem de sua graça
para a reconciliação com o Pai
(2Co 5.20 ), para serem
vivificados em Cristo (Jo 5.21;
6.63; Rm 4.17; 8.11; 1Co
15.22; Ef 2.5).
Há também a morte
eterna, a segunda morte (Ap
2.11), que é a separação dos
perdidos no inferno,
eternamente longe de Deus
(Ap 20.14; 21.8). A segunda
morte é a sentença de Deus
no juízo final, e não há nada
de arbitrário nisso. Deus
verdadeiramente está
respeitando a escolha que os
perdidos fizeram, “permitindo
que tenham por toda a
eternidade as condições
espirituais que escolheram ter
enquanto na terra”.
61
Cristo esvaziou-se,
viveu entre os homens e
mesmo não tendo pecado,
sendo perfeito, aceitou a morte
(Fp 2.7,8; 1Pe 3.18), movido
por seu grande amor para
conosco (Mc 10.45; 1Ts 5.10),
destronando o pecado
(1Co.15.54-57), vencendo o
diabo e a morte (Hb 2.14,15),
eliminando o seu poder sobre
os salvos (Rm 6.3,4), que
estão mortos para o mundo
(Gl 2.20) e vivificados em
Cristo. Essa nova realidade ou
novidade de vida (Rm 6.4) é
guiada pelo Espírito (Gl 5.18)
e não pela carne,
desenvolvendo-se com
qualidade, não apenas no
tempo vindouro, mas a partir
do presente (Jo 5.24; 8.51,52;
Ap 3.20; 20.14), como nova
criatura selada pelo Espírito
(Ef 1.13) para as delícias da
eterna vida.
III – Tragada foi a morte pela
vitória
O sacrifício de Jesus
Cristo na Cruz assegura a
vitória sobre a morte, que será
o último inimigo a ser vencido
(1Co 15.26). Só que na
dinâmica do tempo,
encontramos a morte em
pleno avanço, pois, conquanto
tenhamos a infalível promessa
da vitória de Cristo, ela ainda
não foi derrotada na
62
experiência física individual
(Rm 8.9-11; 1Co 15.26).
Todavia, a vitória do Mestre da
Galiléia sobre o império das
trevas e da morte impede que
todo aquele que a Ele se
rende seja separado do amor
de Deus (Rm 8.38,39).
A doutrina da
ressurreição, tendo Jesus
como primícias dos que
dormem (1Co 15.20), é a
garantia para a ressurreição
dos crentes: mudança do
corpo físico para um corpo
espiritual (1Co 15.44). ;
remoção do pecado que é o
aguilhão da morte, apontando
que em Cristo a redenção é
plena, a vitória é total.
Os apóstolos não
silenciaram quanto a vitória de
Cristo sobre a morte. Pedro,
no Pentecostes, alçou a voz
dizendo: “... Jesus, o
nazareno,... vós o matastes,
crucificando-o por mãos de
iníquos; ao qual, porém, Deus
ressuscitou, rompendo os
grilhões da morte; porquanto
não era possível fosse ele
retido por ela” (At 2.22-24). As
autoridades religiosas judaicas
tiveram poder de entregar
Jesus às autoridades romanas
para a crucificação (Mt 27.3254; At 5.30; 7.52), mas
ninguém e nem poder algum,
conseguiu prendê-Lo no
túmulo, deixando-O inerte no
seio da morte.
“Ele não está aqui!” (Mt
28.6). Os grilhões, os laços ou
dores da morte foram
rompidos, sendo tragada pela
vitória triunfante de Jesus.
Paulo, contundente erudito da
pregação aos gentios, no
exercício do seu ministério
apostólico, tornou-se um
baluarte na proclamação do
Evangelho, que tinha como
essência a morte e a
ressurreição de Jesus,
realidade que subtrai qualquer
dúvida a respeito das
profecias (Is 25.8) e do próprio
testemunho do Mestre a
respeito da sua vitória visível
sobre a morte (Hb 1.10-14),
assegurando aos que crêem
plena certeza e alegria da
salvação.
Além disso, algo que
merece relevo é a experiência
dos apóstolos Pedro e João
diante do Sinédrio, quando
interrogados pelo benefício
feito a um homem enfermo e
do modo que foi curado, a
resposta apontou para o nome
de Jesus, que eles
crucificaram e que Deus
ressuscitou (At 4.9,10). O
sacrifício e a ressurreição se
completam, é a essência total
do plano redentor de Jesus,
em que a morte foi tragada
pela vitória. Se não houvesse
ressurreição, a nossa fé não
teria sentido e seríamos os
mais infelizes, se
esperássemos em Cristo só
nesta vida (1Co 15.19).
Para Pensar e Agir
Em Adão, todos
pecaram e ficaram sob o
domínio da morte: física,
espiritual e eterna (Rm 3.23).
Mas Deus, em Cristo, oferece
ao homem uma nova chance,
um recomeço. Oferece a vida!
Onde só havia o pavor
da separação pela morte física
(Tg 1.13-15), Deus propôs a
vida, com qualidade e
quantidade (Jo 10.10).
Aos que estavam
mortos em suas ofensas e
pecados, Ele os vivificou
juntamente com Cristo (Ef 2.110).
A morte para os que
não têm uma experiência com
Jesus é vista como maldição,
mas para os salvos, lavados
pelo sangue do Cordeiro, esta
maldição foi transformada em
bênção e vitória, pois o Senhor
veio, suplantou e venceu a
morte (Fp 2.5-11; Rm 8.1), de
sorte que ela não nos alcançará.
LEITURA BÍBLICA DIÁRIA
Segunda-feira: João 8.50-58
Terça-feira: Gênesis 4.3-10
Quarta-feira: Ezequiel 18.1-20
Quinta-feira: 1Coríntios 15.1226
Sexta-feira: Mateus 14.1-11
Sábado: João 11.1-25
Domingo: 1Jo 3.11-15
63
Como acontece o processo de
santificação?
A santificação é o
processso da graça divina
para melhorar a condição
espiritual do salvo. É ser
separado do pecado para uma
vida de maior proximidade
com Deus e sua justiça. Ela é
instrumentalizada pela Palavra
(Jo 17.17), é um referencial de
vida para os que desejam
agradar a Deus, no poder do
Espírito Santo (Rm 8.3,4),
Aquele que convence do
pecado e guia na verdade (Jo
16.8-11,13), mostrando o
caminho adequado a ser
percorrido para uma melhor
qualidade de vida com Deus,
64
consigo mesmo e com os seus
semelhantes (Cl 1.9,10).
A santificação é o
resultado da purificação
interior, do cruel poder do
pecado e da superação da
culpa, viabilizando novidade
de vida e santidade, que
implica em integridade,
postura ética saudável,
piedade, ser separado para
relacionar-se intimamente com
o Senhor, sendo uma digna
testemunha do seu poder, na
promoção do seu Reino (1Pe
3.15).
A primeira epístola de
Pedro é uma chamada à
santidade, envolvendo
obediência e verdade, porque
Jesus é a verdade (Jo 14.6) e
orou para que fôssemos
santificados nela (Jo 17.17),
com o objetivo de
caminharmos integralmente
debaixo do senhorio de Cristo
(Rm 6.22), experimentando os
efeitos da graça libertadora,
evidenciando uma nova
condição de vida e focando no
alvo – Jesus, a vida eterna.
I – Envolve Deus e o homem
A santificação, vida
purificada, é obra de Deus,
pelo Espírito Santo, no
coração de quem está em
Cristo. É uma ação divina
subjetiva no íntimo daqueles
que foram chamados para
uma vida separada e relevante
(1Ts 4.7). O processo de
santificação envolve fé
depositada em Jesus (Gl 2.16;
Mt 8.10; At 26.28), pois o
conselho de Deus para os
seus é motivador de uma vida
melhor (Mt 5.48), o grande
desafio por Ele oferecido (Lc
20.26; 1Pe 1.15,16), por ser
aquele que santifica (Hb 2.11;
Ef 1.4; Tt 2.14). Daí, a vida de
santidade refletir a atuação do
Senhor em nós e a nossa volta
para Ele, evidenciando a
plenitude do Espírito (Ef 5.18),
algo que nos sensibiliza, nos
conscientiza, nos permite
refletir e enxergar a nossa
condição em relação a tudo e
a Deus.
Ser cheio do Espírito é
ser vaso, servo voltado para
as coisas do alto (Cl 3.1),
cheio da Palavra de Cristo (Cl
3.16), iluminado para perceber
as maravilhas das riquezas da
graça (Jo 14.26; At 6.10; Lc
12.12), sendo auxiliado nas
orações (Rm 8.15,26,27) e
convencido para não se tornar
cauterizado nas demandas
espirituais. O efeito mais nítido
do senhorio de Cristo é a vida
controlada pelo Espírito.
Viver em santidade só
é possível se existir temor
(2Co 7.1) e inteira
dependência da graça (1Pe
1.13), para entendimento
espiritual, sobriedade de fé e
equilíbrio nas ações
cotidianas. Não se pode levar
a vida cristã de forma leviana.
Somos responsáveis pelos
nossos atos, cada um dará
conta de si mesmo a Deus
(Rm 14.12), e pelo processo
da santificação. Tendo a
santificação iniciado na
regeneração, no começo da
vida cristã, pela atuação do
Espírito Santo, agente divino
na purificação (1Pe 1.2; 2Ts
2.13), o seu resultado não
poderia ser outro, senão o
amor fraternal (1Ts 3.12,13), a
fé não fingida (2Tm 1.5), o
abandono do pecado (Hb
65
12.1,2) e o apego a Deus (Jo
6.68,69).
A santificação
pressupõe fugir das paixões
carnais ou mundanas,
abandonar a ignorância (1Pe
1.14), afastando-se das obras
da carne (Gl 5.19-21), sendo
obedientes ao Senhor e
produzindo o fruto do Espírito
Santo (Gl 5.22-24). O caminho
de santidade não é fácil de ser
percorrido, recebe ataques do
maligno e de pessoas por ele
influenciadas, mas é um
caminho vitorioso. Santidade é
mais do que ser diferente, é
ser focado na perfeição,
mirando-se no Senhor e
refletindo sua glória, tendo-o
como motivação (1Pe 1.16).
II – Nos posiciona com
atitude na vida
Quem deseja agradar
a Deus precisa deixar de lado
o que está vinculado às
práticas mundanas ou carnais
(1Pe 2.1). É a ética do
Evangelho que se desenvolve
no estilo de vida do salvo (Hb
6.8,9), pois santidade é bem
mais do que princípios que
regem a interpretação das
bases de fé de um segmento
religioso, do que crenças,
costumes ou doutrinas; é vida
com Cristo, em Deus (Cl 3.3).
Em nossa trajetória ou
peregrinação terrena,
66
devemos levar o nome de
Cristo, respaldado por uma
conduta estável e digna
dAquele que é o alvo de nossa
fé (Cl 1.10), aos que vivem
sob influência deste mundo
corrupto, hostil e perverso.
Não é fácil viver separado de
um contexto assim, mas é o
que o Senhor espera de nós
(1Pe 1.16), pois a santificação
é uma “maratona” na direção
da perfeição (Mt 5.48).
Para desenvolver uma
vida santa é preciso mortificar
a carne (Cl 3.5), atitude
coerente de submissão a
Cristo e obediência à sua
Palavra (1Pe 3.15), regidos
pelo princípio do amor, que
deve motivar as nossas ações
(Jo 21.15-17), deixando para
trás o desejo de prejudicar ou
fazer alguém sofrer, aqueles
que foram feitos à imagem e
semelhança do Pai (Gn 1.26);
bem como, eliminar a astúcia
enganosa, o desejo de se sair
bem a qualquer custo, o
fingimento, a hipocrisia ou atos
falsificados, as malícias
ocultas e as palavras
difamadoras ou mentiras
injuriosas. Tais coisas não são
compatíveis com a vida cristã,
à luz dos ideais de Deus (1Pe
3.8-12), que espera o
abandono do pecado,
refletindo mudança de caráter
(Mt 5.1-12) e temor,
compatíveis com a
regeneração (1Pe 1.3,23). O
apóstolo Pedro nos aconselha:
“desejai ardentemente, como
crianças recém-nascidas, o
genuíno leite espiritual, para
que, por ele, vos seja dado
crescimento para a salvação”
(1Pe 2.2), alimento saudável
encontrado nas doutrinas
bíblicas, impulsionadoras do
crescimento em amor, em
santidade e em fé (Ef 4.15),
para que os servos de Deus
sejam aperfeiçoados e
habilitados para toda a boa
obra, até a estatura de homem
feito, a plenitude de Cristo (Ef
4.12,13).
O salvo é conduzido
pelo Espírito Santo a agradar
a Deus (Cl 1.10), a celebrar o
seu nome com alegria, a ser
espiritual, vivo em Deus por
meio de Cristo e expressivo na
fé, não com arrogância, mas
com humildade, como “Pedras
vivas” (1Pe 2.5), em atitude,
ligados a Cristo e consagrados
a Deus.
III – Nos permite entender
quem na verdade somos
O salvo por Cristo é
propriedade exclusiva de
Deus, chamado por Ele e
purificado pela obediência à
verdade (1Pe 1.22), no poder
do Espírito, como nação santa
para que como mensageiro da
esperança e do que é bom,
anunciar as boas novas, as
virtudes daquele que chama
das trevas para a maravilhosa
luz (1Pe 2.9).
Somos um sacerdócio
real, pois através do véu
rasgado (Mc 15.38), o acesso
a Deus foi desobstruído,
sendo possível o contato com
Ele por meio de Cristo. Somos
uma geração separada do
poder das trevas, pela
regeneração, que é o novo
nascimento, o espiritual, para
um relacionamento amistoso e
íntimo com o Pai. Somos o
quinhão preferido de Deus (Jr
12.10), o seu povo adquirido,
comprado com o sangue do
Cordeiro (Ap 22.14), para
suplantar o modelo de vida
retratado na velha prática
regida pelas trevas da
maldade e pela corrupção do
pecado, para uma condição
nova e elevada: povo especial
do Senhor, separado dentre os
demais (Lv 20.26), que
alcançou misericórdia por
graça e não por méritos;
ovelhas do seu pastoreio;
obra-prima da criação, feitura
das mãos do Senhor (Ef 2.10)
e casa espiritual (1Pe 2.5),
para morada de Deus em
espírito (Ef 2.22).
A vida cristã precisa
ser reconhecida e valorizada
como dádiva divina, a ser
desenvolvida com proximidade
de Deus, afastando-se do
67
pecado, das insinuações e
propostas do maligno; que
desvenda os olhos, dá
diretrizes e sinaliza o querer
divino para os seus. A
santificação está dentro da
misericórdia do Senhor (1Pe
2.10) e no trono da graça
divina. A vida com Deus
produz identidade (1Tm 1.1,2;
1Co 1.1,2; Gl 1.1; Fp 1.1),
mudança interna e externa (Mt
8.1-5), consciência de que
somos suas testemunhas (At
1.8) e nos desafia a levarmos
a luz da vida (Mt 5.14-16; Lc
11.36), sendo parceiros do
Senhor na promoção do seu
Reino.
aproximarmos de Deus, tais
como: trabalhar na igreja,
evangelizar, participar dos
grupos musicais e de tantas
outras atividades, mas, não
nos deixemos enganar. Nada
substituiu a santificação,
porque sem ela ninguém verá
o Senhor (Hb 12.14)
A santificação
acompanha a salvação (Hb
6.9). É processo urgente a ser
desenvolvido pelos salvos que
desejam ser como o Senhor.
Não percamos tempo com a
periferia das coisas espirituais.
É hora de se aprofundar, de
avançar e de ter a Bíblia como
nosso referencial e modelo
para as ações da vida.
Para pensar e agir
O mundo que nos
rodeia, nos oprime cada vez
mais. Na maioria das vezes,
essa opressão vem de forma
sutil ou camuflada.
Diariamente somos seduzidos
tanto por coisas que vêm
diretamente do mundo, como
por aquelas que vêm de um
cristianismo mais fácil, mais
“barato”, mais
contemporizado. Será que
temos pedido ao Senhor o
dom do discernimento, a fim
de que vivamos a fé de forma
saudável e verdadeira?
Podemos até querer
apresentar algumas
credenciais para nos
68
LEITURA BÍBLICA DIÁRIA
Segunda-feira: Gálatas 2.20;
Êxodo 19.6
Terça-feira: João 17.14-17;
1Tessalonicenses 4.1-7
Quarta-feira: 1Coríntios 1.30;
1Pedro 3.15
Quinta-feira: Josué 3.5;
Levítico 20.7,8
Sexta-feira: 1Coríntios 6.1-11
Sábado: Gálatas 5.16,17;
Tiago 3
Domingo: 1Pedro 1.15,16;
Hebreus 12.14
Não concordo com a administração da
igreja: devo reter o dízimo, ou entregar
em outro lugar?
Dizimar é privilégio para
o crente, e alegria por
corresponder com os cuidados
bondosos de Deus. Dizimamos
por fé, fidelidade, amor e
gratidão. Quando entregamos o
dízimo durante o culto, aquele
ato, expressa o nosso
reconhecimento de que todas as
coisas que chegam às nossas
mãos são dádivas dos céus!
Após o retorno de um grupo de
Judeus do exílio, a reconstrução
do segundo Templo e sua
festiva e emocionante
inauguração, o povo começou a
se descuidar, a entrar numa
rotina de normalidade da vida,
inclusive no aspecto religioso, e
a se esquecer da fidelidade ao
Senhor, experimentando, assim,
uma decadência moral, religiosa
e social.
É exatamente nesse
contexto que o Profeta
Malaquias levanta a sua voz (Ml
2.7,8) e reafirma que as “janelas
dos céus” se fecharam, porque
o povo virou-se contra o Senhor,
negligenciando a fidelidade:
retendo os dízimos e as ofertas.
Então, o profeta faz um notável
desafio (Ml 3.10). Dizimar é
entregar tudo o que deve ser
entregue, sendo absolutamente
verdadeiro (At 5.1-11), é ser
parceiro de Deus no plano
divino de sustento humano da
obra. O não dizimar é desprezo
ao projeto do Senhor. Daí,
ordenar que todos os dízimos
sejam levados à casa do
tesouro, para que haja
mantimento, ou seja, pra
subtrair qualquer possibilidade
de escassez de sustento do
culto.
I – O dízimo não nos pertence
O dízimo “não é
invenção do homem para
sustentar a religião, mas uma
exigência de Deus para
69
sustentar espiritualmente o
homem”. Sua origem encontrase em Deus. Sempre fez parte
da economia divina, nunca foi
produto do acaso; reflete o
planejamento do Senhor para
desenvolver a obra de redenção
da humanidade. Ele deve ser
empregado para cumprir essa
finalidade, além de ser aplicado
nas coisas de cunho espiritual
ou sagrado, e em tudo deve
glorificar o nome do Senhor (Sl
24).
O dízimo é uma doutrina
ensinada pelo próprio Deus (Gn
14.18-24; 28.18-22; Lv 27.3032; Nm 18.20-32; Dt 14.22-29;
26.12-15) e o Novo Testamento
não abandona essa exigência,
ao lecionar que deve ser de
forma mais ampla (Mt 23.23; Lc
11.42; Hb 7.1-10; 2Co 9.1-14); é
entrega total da vida, é oferecer
tudo (Mc 12.41-44); é
reconhecimento de que o
dinheiro não pode ficar acima
dos nossos princípios (Lc 19.8);
é voluntariedade, expressão de
amor e dependência de Deus
(At 2.44,45; 4.32-37); é ter
confiança no dono da prata e do
ouro para entrar, se for o caso,
nas raias do sacrifício (2Co 8.15).
A fidelidade e a gratidão
devem ser ornamento da vida
cristã, que expressamos na
devoção, no amor pelas almas
perdidas, entendendo que a
salvação é de graça, mais a
obra custa muito caro, então,
não dá para abrir mão de
70
devolver parte daquilo que o
Senhor coloca em nossas mãos.
É a obrigatoriedade rígida da
Lei, sendo superada pela
graciosidade do amor (2Co 9.7).
O dízimo é propriedade
divina. Lançar mão dele é entrar
em seara alheia, é viver exposto
ao constrangimento quando lê a
Bíblia, quando ouve mensagem
sobre o assunto e a sentir-se
incomodado e muito mal se tiver
o temor de Deus. Quando a
Igreja experimenta uma
realidade de fidelidade, de boa
convivência, de investimento
nas demandas do Reino, ela
cresce (At 2.47), tem
estabilidade espiritual (At
16.4,5) e se alegra (At 2.46),
pois são expressivas as
maravilhas de Deus: o
devorador é repreendido (Ml
3.11), o fruto da sementeira é
aumentado (2Co 9.10) e a
sensibilidade para a gratidão
torna-se encantadora (2Co
9.15).
II – Dízimo é expressão de
amor e não de contenda
Os crentes devem
apresentar-se ao Senhor e
celebrar a Sua glória com
alegria, por ser rebanho do seu
pastoreio (Sl 100), sua
propriedade exclusiva (Êx 19.5),
comprados por um alto preço
(1Co 6.20), para a glória do seu
nome (Ef 1.12) e promoção do
seu Reino (Rm 1.8).
A vida cristã não deve
ser um fardo, precisa ser leve,
de obediência, para não entrar
em conflito entre o que se crê e
o que se vive. Ela é de paz
conosco, com os outros (Hb
12.14) e com Deus. Tudo o que
fazemos precisa ser em amor
(Cl 3.23), inclusive o dizimar.
Não é saudável fazer
reclamando, mal dizendo o
trabalho, vigiando os demais e
murmurando (Fl 2.14), como se
tivéssemos fazendo um favor
para Deus ou dando uma
esmola para a Igreja. A bênção
de entregar o dízimo deve ser
dia de festa espiritual, de
gratidão pela bondade de Deus
e de alegria por fazer parte do
plano financeiro de Deus para o
avanço do seu Reino.
A nossa motivação para
dizimar é interna e não
propriamente externa, mas
lanço mão de alguns fatos para
provocar nossa reflexão: os
pagãos dizimavam aos seus
deuses, os judeus dizimavam e
ofertavam empurrados pela Lei
e, nós, servos de Jesus, não
temos muito mais motivos do
que eles? Não podemos ser
mais liberais ou generosos? Ir
além deles é, realmente,
questão de conversão e amor!
Dizimar por contenda é
retrocesso na fé, é vivenciar um
tempo de ignorância e de
infantilidade espiritual (1Co
13.11), mas infelizmente
acontece hoje como aconteceu
na época do profeta. E a mesma
palavra que ele utilizou para
corrigir aqueles distúrbios serve
para os da atualidade.
Sempre se ouviu de crentes
querendo administrar o dízimo
do Senhor, especialmente
quando a vida espiritual não vai
bem, sendo marcada por
dissabores, pecado e fragilidade
na fé. Quando as coisas não
acontecem na Igreja conforme o
gosto de algumas pessoas, elas
começam a se distanciar do
convívio eclesiástico, de Deus e
da Bíblia. Reclamam e colocam
defeito em tudo, retém o dízimo,
depositam em sua conta
bancária/poupança ou entregam
em outra igreja. Essa atitude,
geralmente, é para retaliar,
pressionar ou forçar a saída do
pastor, de algum líder ou para
prevalecer sua vontade. Essas
pessoas ainda não
apreenderam que os problemas
da Igreja se resolvem com
Deus; que dizimar é atitude
espiritual e que algo diferente
desse procedimento é
carnalidade e altamente
conflitante com a ordem divina:
“trazei todos os dízimos à casa
do tesouro...” (Ml 3.10),
obviamente lugar onde
cultuamos a Deus, Igreja da
qual somos membros.
É estranho o
comportamento de querer
usufruir, aproveitar e beneficiarse de tudo quanto a Igreja
oferece, às vezes criticando e
exigindo com veemência, mas
sem contribuir com nada,
71
mesmo podendo. O pior é
quando por teimosia,
intransigência de opinião ou
contenda administra o que
pertence a Deus como se fosse
seu, entregando o dízimo para
ajudar programas desses
ministérios midiáticos, casas
filantrópicas, ofertas
missionárias, projetos que
cuidam de dependentes
químicos e em Igrejas na qual
não são membros. Se quiser
contribuir com tudo isso, que o
faça, mas não com o dízimo. Ele
é do Senhor e não deve ser
utilizado como objeto de
contenda.
III – Dízimo é expressão da
graça
Faz muito bem olhar a
vida cristã como presente de
Deus, em que os desejos da
velha vida são gradativamente
substituídos pela nova natureza
(Ef 4.22-24), aceitando o desafio
do Senhor (Ef 4.25-32) e
refletindo no tempo as
maravilhas que somente Deus
opera. É graça divina confiar
nas promessas do Senhor (1Pe
1.3,4); buscar, pensar e viver na
esperança das coisas do alto (Cl
3.1-3); depositar a confiança no
projeto divino mais do que no
humano (2Co 9.6); e construir
tesouros nos céus (Mt 6.20,21)
sem prescindir de todos os
esforços para melhorar a
qualidade de vida na terra.
72
A consciência humana
precisa ser aguçada pela
Palavra para entender que tudo
pertence a Deus (Sl 24.1), nós
somos apenas mordomos, que
devem zelar pelas coisas do
Senhor, sendo-lhe fiéis e
retribuindo, com gratidão, a sua
bondade; daí, dizimar não por
obrigação, mas por prazer em
investir no Reino, tendo alegria
espiritual (Rm 15.13).
Precisamos deixar
nossas preocupações quanto o
amanhã nas mãos de Deus (Mt
6.34), certos dos seus cuidados
(Sl 55.22). Se refletirmos bem,
concluiremos que: Deus não
deixa ninguém na mão, as
pessoas é que se tornam
arredias; o que entregamos a
Deus é, antes de tudo, fruto do
que Ele nos dá (Dt 8.18);
ninguém abrirá mão de nada, se
antes não for trabalhado pela
graça de Deus (Rm 7.18; Fl
2.13). Isso nos convida a
dizimarmos e ofertarmos não
por medo, fugindo da ira ou da
maldição de Deus; e nem por
obrigação, como quem paga
uma prestação mensal, mas
como privilégio, pois Deus ama
ao que dá com alegria (2Co
9.7).
Abrir mão de algo para
Deus não é sinônimo de muito
recurso ou vida fácil. O exemplo
é a Igreja da Macedônia, que
tinha pouco, mas foi sensível,
amorosa e ajudadora (2Co 8.2).
Interessante como a obra de
Deus nunca foi realizada com
dinheiro, mas com fé. Quando
ela é exercida, as coisas
acontecem. A obra também não
é feita com o muito de poucos,
mas com o pouco de muitos.
Isso é graça!
O que entregamos a
Deus precisa ser o retrato do
culto que a Ele prestamos (Rm
12.1-3), é dar-se ao Senhor
(2Co 8.5), é devoção,
quebrantamento e vida no trono
da graça, em refrigério pela
presença gloriosa do Senhor (At
3.19).
Para Pensar e Agir
O dízimo não é
doutrina só do Antigo
Testamento; ele se encontra
de maneira mais acentuada no
Novo Testamento, onde Jesus
exige tudo, inclusive a vida.
Dizimar para cumprir
programa, desencumbir-se da
responsabilidade porque é
líder ou membro atuante na
Igreja não é a motivação certa.
Essa prática independente das
pessoas; dizimamos porque
amamos, somos obedientes à
Palavra e gratos ao Senhor
por tudo o que recebemos de
suas mãos.
Não dê atenção a quem
deseja justificar sua
infidelidade, falta de amor,
dificuldade financeira ou até
dureza de coração, alegando
que dízimo é coisa da Lei e
não da graça, que faz parte do
ensino de Moisés e não de
Jesus. O Santo de Israel foi
contundente ao ensinar que a
graça excede à Lei e dizimar
encontra-se aliado à
consciência de juízo, de
misericórdia, de fé e de amor.
Não dá para omitir esses
preceitos da convivência
cristã.
Leve o dízimo à Igreja
onde você é membro. Não
deixe de dizimar por discordar
da liderança ou por qualquer
outro motivo. Se deseja
contribuir com outros
segmentos, faça com os seus
recursos, não com o dízimo,
ele é do Senhor e não seu.
É certo o salvo agir
motivado por contenda? Tudo
na dinâmica da Igreja deve ser
resolvido pela oração e não
pela retaliação. Nossas ações
precisam ser espirituais,
refletindo harmonia com a
Palavra de Deus.
LEITURA BÍBLICA DIÁRIA
Segunda-feira: Hebreus 7.110
Terça-feira: Mateus 25.14-29
Quarta-feira: Levítico 27.2832
Quinta-feira: Deuteronômio
14.22-29
Sexta-feira: Lucas 18.9-14
Sábado: Mateus 23.23-28
Domingo: Atos 4.32-37
73
Que evangelho é este?
Sabemos que
Evangelho é boas novas; é
Deus, em Cristo, trazendo o seu
povo de volta pela reconciliação
(2Co 5.18,19); é resgate do
pecado escravizador (Is 40.9; Jo
8.34-36). São as boas notícias
do céu, que proporcionam
recompensas e utilidade ao
Reino, pelo viés da
evangelização, da libertação e
da restauração (Lc 4.16-19). É a
consumação do plano redentor
do Senhor desde a eternidade
(Ap 13.8b; Ef 1.4) e que se
manifesta no tempo (Jo 1.14),
tendo a Igreja como divulgadora
e expressão visível das
maravilhas do poder de Deus;
do que Ele pode fazer na vida
de quem crer. É chamada à fé
em Jesus (Rm 1.16,17), o
verdadeiro Evangelho. Sendo
assim, é muito mais do que
relato, biografia ou informação
74
histórica; é personificação do
próprio Jesus. Então, não tem
como seguir “outro evangelho”
(2Co 11.4), algo diferente do
que encontramos registrado sob
a inspiração divina: a Palavra de
Deus.
Paulo, experimentado
apóstolo aos gentios, dirigiu-se
aos crentes da Galácia
manifestanto estranheza pela
inconsistência da fé por eles
demonstrada; pois tão depressa
se deixaram levar pelas
inversões e deturpações da
Verdade Revelada. Daí a pressa
do apóstolo para alertá-los
quanto ao erro de afastar-se de
Deus, pois tinham sido
chamados à Igreja de Cristo (Gl
1.6,7) e, agora alguns há que
estão focados em agitar,
desestruturar, perturbar e
desestabilizar os gálatas. Mas,
Paulo os advertiu para que
estivessem atentos, pois
qualquer coisa além ou aquém
daquilo que dele haviam
recebido ou aprendido, que
considerassem inválido, por ser
anátema (Gl 1.9).
I – Evangelho de programa e
não de estilo de vida
O Evangelho, boas
novas de salvação (Is 9.6,7; At
4.12), é dádiva dos céus (Jo
3.16), manifestação da graça
divina (Mt 1.21-23; Lc 2.11; Lc
2.27-32) e conselhos ou
desígnios de Deus (At 20.27),
que se tornam, pelo poder do
Espírito, parte integrante da vida
da nova criatura (2Co 5.17),
daquele que foi regenerado e
purificado pelo sangue de Jesus
(1Jo 1.7) para a remissão dos
pecados.
O novo ser em Cristo
não pode se voltar aos
rudimentos do mundo (Gl 4.3,9;
Cl 2.8), às práticas da velha
vida, longe de Deus, na
ignorância, na insensibilidade,
na impureza e na corrupção dos
desejos perversos e vis (Ef
4.18-22), vivendo na periferia
das maravilhas espirituais. Mas
de forma efetiva, deve se
encontrar debaixo do senhorio
de Cristo; renovado no espírito e
revestido do novo homem,
criado segundo Deus, em justiça
e retidão procedentes da
verdade (Ef 4.23,24), imitando
ao Senhor e andando no seu
amor (Ef 5.1,2), tendo em vista
a Palavra como paradigma ou
referencial verdadeiro e espelho
para as ações do cotidiano, no
ideal de viver refletindo os seus
ensinos, não apenas como alvo
a ser atingido, mas como estilo
prático de vida.
Não é agradável
perceber, nem tão pouco
observar, grassando no
contexto evangélico
contemporâneo, algumas
tendências desconexas da
integralidade da Palavra de
Deus, em que confundem
ativismo com vida consagrada
ao Senhor, programa de igreja
como expressão do Evangelho
para a vida e refletido na vida. À
luz da preocupação de Paulo,
nos tempos atuais, a coisa não
tem sido muito diferente da
realidade vivenciada pelos
gálatas. Temos observado
aparentes intenções ou algumas
ações para desestruturar e
desestabilizar o povo de Deus,
bem como, inversões gritantes
do Evangelho, ensinando como
sendo seu conteúdo, coisas que
nele não existem ou que por ele
são mostradas de outra forma.
Tem sido comum
apresentar a igreja – instituição
– como lugar de mudança da
vida humana, quando o
Evangelho aponta para Jesus,
único que tem poder para
instrumentalizá-la (Mt 8.1-4).
Assim como apontam para a
prosperidade como sinal de
aprovação ou aceitação divina
(Mt 6.33); e que é necessário
75
pertencer à Igreja para melhorar
a vida material, quando o
Senhor ensinou que não é pelo
que perece que devemos adorálo (Jo 6.27). Afirmam que a fé
deve ser alimentada pelo o que
Cristo faz, quando sabemos que
é por Ele, através da Palavra
(2Tm 3.16,17). Dizem que o
culto é um encontro para que as
pessoas se sintam bem,
extravasem suas emoções,
fazendo o que elas gostam ou
desejam, entretanto, a Palavra
ensina que culto é uma
celebração a Jesus, onde os
adoradores estão livres dentro
dos limites do Senhor (Gn 2.1517; 1Co 8.9; 2Co 3.17; Tg 2.12;
1Pe 2.16); que suas emoções
fluem pelo convencimento do
Espírito (Jo 16.8-14) e que a
sua maior alegria é ser
confrontado pelo Senhor,
através da Palavra (Hb 4.12) a
fazer a sua vontade (Mt 6.10).
II – Onde os fatos bíblicos são
transportados e não
contextualizados
Estamos vivendo uma
onda de judaização da Igreja de
Cristo. Falam e cantam sobre o
altar, o santo dos santos, a arca
da aliança e tantos outros temas
relacionados ao cerimonialismo
e ritualismo judaicos. É um
retrocesso, um atraso
irreparável no campo da fé, pois
tudo isso não passa de sombra
dos bens futuros (Cl 2.17). Nós,
a Igreja, não temos na pessoa
76
de Moisés e nem,
exclusivamente na legislação
mosaica, o nosso referencial,
mas estamos referendados em
Cristo, o Cordeiro de Deus (Jo
1.29; 2Pe 2.21) e na Nova
Aliança (Hb 8.8,13; 12.24). Pois,
toda a Lei com os seus aparatos
foi, por Ele, cumprida (Mt 5.17)
em amor; estando, os que nEle
creem, livres e absolvidos da
prisão ou da escravidão da Lei
(Rm 7.6; 8.3,4,15).
Outra situação gritante é
trazer os acontecimentos do
Antigo Testamento para os
nossos dias, sem a devida
contextualização, não levando
em conta a distância geográfica
e cultural. Tudo que integra a
antiga aliança não é para ser
transportado, mas aplicado ao
povo de Deus, para desafio
espiritual, edificação e
motivação da fé; ensinando que
é possível agir em obediência
divina e ser um instrumento do
Senhor para cumprimento dos
seus ideais.
Estão empobrecendo a
celebração cúltica da igreja com
símbolos e práticas que não tem
nenhum parentesco com os
preceitos do Novo Testamento
ou com o Cristianismo. Tornouse comum no meio evangélico o
uso dos seguintes símbolos
judaicos: o Candelabro, o
Shofar, a Estrela de Davi, o uso
do Quipá e do Talit (pequeno
xale).
A nossa celebração
como igreja, comunidade cristã
ou povo de Deus deve ser
cristocêntrica. Tendo todas as
coisas acontecendo em torno da
Pessoa de Cristo, embaladas na
Palavra eterna (1Jo 5.7), nossa
única regra de fé, prática e
conduta. Assim como a Igreja
deve ser empolgante, pregando
e cantando a salvação,
retratando o nascimento, o
ministério, o sacrifício de Cristo,
a ressurreição e a volta do
Senhor. Este é o conteúdo que
precisa ser proclamado com
mansidão e temor sobre a razão
da esperança que existe em
cada um de nós (1Pe 3.15,16).
III – Sem cruz, sem renúncia e
sem compromisso
As pessoas são afeitas
às dádivas, aos benefícios
espirituais, mas não ao preço
daí decorrente. Querem um
Evangelho que satisfaça as
suas necessidades, onde
podem encontrar e usufruir tudo
a tempo e a hora, mas sem
envolvimento ou desgaste e
sem a necessidade de
corresponder aos preceitos
divinos. A Bíblia mostra que
tudo foi preparado por Deus,
que Ele trabalhou e trabalha até
agora (Jo 5.17), que a salvação,
de graça para nós, custou um
alto preço para Jesus (1Co
7.23) e que trilhar o caminho da
vida cristã exige inversão das
prioridades – o Senhor
ocupando o primeiro lugar (Mt
6.33).
Para seguir a Cristo é
necessário negar-se a si mesmo
e tomar a cruz (Mt 10.38). É
renúncia! Evangelho pressupõe
deixar para traz o pecado (Hb
12.1), o modo de viver segundo
a forma do mundo (Rm 12.2) e
tudo o mais que é conflitante
com a vontade divina. Não dá
para viver o Evangelho distante
da cruz (Jo 12.32), sem se
voltar ao sacrifício redentor de
Cristo (Tt 2.11-14), sem pagar o
preço de romper com o domínio
e a influência do pecado (1Co
7.23), e sem ser atacado pelas
hostes espirituais da maldade
( Ef 6.10-12).
Evangelho sem cruz
não existe, é engodo! A cruz
mostra a necessidade de uma
entrega completa (Mt 10.38; Lc
14.27), pois não há como ser
discípulo sem tomar a cruz, que
simboliza a grandeza do
Evangelho (1Co 1.17) e toda a
sua glória; onde, também, foi
paga a nossa dívida (Cl 2.14),
deixando-nos livres do pecado e
da morte (Rm 6.6-11),
viabilizando-nos a maravilha da
paz (Ef 2.16), que excede a tudo
(Fp 4.7).
A cruz, além de
representar uma forma dolorosa
e humilhante de morte, ela
simboliza o amor grandioso do
Senhor, dando-se por nós,
pagando o preço da nossa
salvação. Não se pode ser
indiferente a tudo quanto Jesus
fez. É necessária a disposição
de renunciar, deixar para trás
77
um modo de viver que
desagrada ao Senhor (Ef 4.1719,25-31), comprometendo-se
com Ele, com a sua Igreja e
com o Evangelho. Com certeza,
é o que se espera daqueles que
conhecem a Cristo, que tem
temor, gratidão por sua obra e
desejam honrá-lo com suas
vidas, dedicando-se a Ele e
vivendo para o seu louvor.
Crer em Cristo e servi-lo
não combina com um evangelho
light, sem a presença da cruz,
expressão da graça e do amor
incondicional do Senhor e sem a
renúncia, sem deixar para traz o
pecado, sua influência,
tendência e mazelas. O
verdadeiro Evangelho nos
desafia a buscar ao Senhor,
comprometendo-nos com Ele e
sua missão, sendo um atalaia
da esperança (Ez 3.17; Is
61.1,2), um porta voz das
maravilhas da graça e um
embaixador que representa bem
o Senhor.
Para pensar e agir
Jesus é o Evangelho da
graça. Viver debaixo do seu
senhorio é colocá-lo em prática,
testemunhando do seu amor e
das maravilhas do seu poder.
A propagação do Evangelho
sem cruz, sem renúncia e sem
compromisso pode até
encantar, mas não opera
mudança efetiva, vida santa e
envolvimento com o Reino. É
78
preciso cuidado com esse tipo
de evangelho light.
O Evangelho é muito
mais do que um programa de
igreja; é paradigma divino,
retratado através de normas
espirituais ou conselhos dos
céus, para que os salvos o
pratiquem como estilo de vida.
Assim temos feito?
É lastimável a tendência
de judaização da Igreja e de sua
expressão cúltica, assim como a
humanização do que é divino e
a divinização do que é humano.
Estão tentando empobrecer a
graça e diminuir a grandeza do
Cristianismo, reduzindo-o a
determinadas formas de
paganismo, judaísmo ou
quaisquer outros “ismos”.
Seria desnecessário
afirmar que se deve tomar
cuidado com o Evangelho. Mas,
todo cuidado é pouco com esse
“evangelho” que tem sido
divulgado por muitos, de
diversas formas, priorizando os
interesses humanos em
detrimento da obra de Cristo,
seus ensinos e sua missão.
LEITURA BÍBLICA DIÁRIA
Segunda-feira: Lucas 5.27,28
Terça-feira: 1Pedro 2.20,21
Quarta-feira: 1Timóteo 1.5-7
Quinta-feira: 1Timóteo 4.1-6
Sexta-feira: Efésios 5.1,2
Sábado: Colossenses 2.16-19
Domingo: Gálatas 5.1-12
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