ANO XXXII
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JANEIRO/FEVEREIRO 2012
N.º 189
E D I T O R I A L
Natal em crise
Este ano a reflexão de Natal pode e
deve ser um apelo ao regresso do
verdadeiro espírito de Natal. Apelo a
um tempo em que possamos pensar e
reinventar novas maneiras de dizermos
uns aos outros quanto somos
importantes na vida uns dos outros.
A alteração de valores que
subterraneamente nos foram impondo
e ganhando expressão nas várias
dimensões da vida, tornaram, também,
o Natal subvertido e esta época
aproveitada para fazer apelo ao
consumismo desenfreado colocando
a importância mais no embrulho que
no conteúdo. Comparando as
necessidades com as vaidades
podemos fazer outro Natal. É que as
aparências disfarçadas de beleza não
preenchem a alma.
As dificuldades que nos batem à
porta podem ser uma boa oportunidade
para descobrir aquilo que está errado
na nossa vida.
Para isso precisamos de ajuda.
Precisamos da luz do Menino para não
nos deixarmos influenciar pela poeira
do tempo. É urgente ter o coração e a
inteligência ligadas ao céu para que o
brilho das estrelas, que se concentrou
no Menino, nos possa guiar na gestão
criativa e solidária das dificuldades
que atravessamos. E é aqui a este doce
e terno Menino que temos de ir beber
da fonte que nunca seca. Ela é a
garantia da força da necessidade de
mudança, de coragem, de audácia, de
esperança e de solidariedade.
Infelizmente sabemos que apesar
da crise que já passamos este Natal,
mais grave do que isso é estar em crise
o Natal que devíamos viver.
Amar a Paz
Gosto
De ver o sol nascente
De ver seu poente
Sobre o azul do mar.
Gosto
De ver os rios correrem
E as flores nascerem
Ouvir os pássaros cantar.
Gosto
De ouvir correr as fontes
E de saltar pelos montes
E com meus irmãos brincar.
Gosto
Das sombras dos pinheiros
Da mansidão dos cordeiros
E ver no céu o luar.
Cón. Narciso
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Diamantino Faustino
A primeira hora
Ontem, á meia-noite, a minha Rua
abriu de par em par as portas e as janelas
e deitou fora o lixo, as coisas velhas,
cacos, farrapos, latas e panelas.
Era a Primeira Hora
do Ano que chegava,
“E eu – pensei – que posso eu deitar fora?
Que poderemos todos deitar fora?”
Ah, Senhor, tanta coisa!
Nem cacos, nem farrapos,
nem latas velhas, nem trapos,
mas tanta dor,
Senhor,
mal empregada.
Tantos gestos errados,
e as pequenas traições
e os pequenos pecados.
As calúnias subtis
as flores venenosas
da alma envenenada.
E a cicatriz inconfessada.
E as palavras que ferem como gumes
de afiadas adagas
Ressentimentos, azedumes
Que Te fazem sangrar as cinco chagas.
As larvas dos ciúmes
e as cobras rastejantes
dos pensamentos impuros.
Egoísmos sem fim,
e aos altos muros
das torres de marfim.
Descrença,
indiferença,
despeitos recalcados,
amassados com ódios, com rancor,
e o amargo sabor
da solidão.
Ah Senhor, nesta hora de perdão,
nesta Primeira Hora,
quantas coisas podemos deitar fora!
Sabia que na celebração do Natal estão contidos os
grandes mistérios da fé cristã: a Encarnação e a Redenção?
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Sabia que...
Fernanda de Castro
Sabia que a Encarnação é a revelação definitiva de Deus,
que Se comunica na nossa história através de um homem,
Jesus de Nazaré?
Sabia que a Redenção é o mistério da salvação de Deus,
que na morte e na ressurreição de Jesus nos liberta do pecado
e da morte e nos faz viver a vida nova da graça?
Sabia que as representações antigas do Natal exprimem
estes dois mistérios, que não podem estar isolados um do
outro?
Sabia que estas representações se chamam ícones, e vêm
sobretudo da tradição da Igreja Oriental?
Sabia que a intenção destes ícones era representar em
imagens as verdades de fé que iam sendo definidas nos
primeiro Concílios, como reação às heresias, nomeadamente
os concílios de Niceia (325) e Éfeso (431)?
Sabia que nos ícones orientais a manjedoura de Jesus
tem a forma de um túmulo e o estábulo é uma gruta, dando
á Encarnação o seu significado de descida de Deus á nossa
condição humana, até á morte?
Sabia que a presença de Jesus Menino nesta gruta é a
luz que ilumina as trevas?
Sabia que nestas representações Maria, que acabou de
dar á luz, aparece deitada á frente do Menino, como símbolo
da humanidade que repousa, pois encontrou o seu Salvador?
Sabia que os ícones da Natividade expressam também
de modo admirável a verdade de fé que Jesus é verdadeiro
Deus e verdadeiro homem?
Sabia que a divindade de Jesus aparece normalmente
simbolizada na figura de S. José que, pensativo num canto,
conversa com um pastor, sinal da dúvida que o assalta acerca
do nascimento virginal de Jesus?
Sabia que a humanidade de Jesus é representada por um
grupo de mulheres que lavam uma criança pois, como cada
recém-nascido, Jesus também teve de ser lavado?
Sabia que os animais que aparecem na gruta, um burro
e um boi, são o cumprimento da profecia de Isaías que anuncia
o Salvador: “O boi conhece o seu dono, e o jumento, o estábulo
do senhor”? (Ls 1,3)
Sabia que a estrela e os magos representam a luz de Deus,
que é Jesus, Verbo Encarnado, que guia todos os homens e
Se revela a toda a humanidade?
Sabia que, consolidação dos dogmas, que já não eram
postos em questão, a Natividade (o presépio) começou a ser
representada de outro modo, num contexto mais familiar ao
observador e sem tantos elementos simbólicos?
António Valério, s.j
S U P L E M E N T O
D O
C E N T R O
S O C I A L
Pelo Lar de Idosos
O nosso Natal foi assim...
Iniciamos a preparação do Natal, com atividades manuais
para decorar o salão de convívio e os espaços comuns do
lar. Este ano, utilizámos materiais que a natureza nos oferece,
tais como, vides e pinhas para fazer coroas, cortinas e a
árvore de natal e colmo e musgo para a cabana do presépio.
O nosso Lar ficou simples, natural e muito acolhedor,
para mais uma quadra natalícia.
A nossa Festa de Natal, foi no dia 14 de Dezembro, em
conjunto com as crianças da Creche e Jardim de Infância.
Apresentámos, às crianças, o Nascimento do Menino Jesus,
do Evangelho de S. Lucas e cantámos canções alusivas à
quadra.
As crianças trouxeram canções e danças de Natal, que
encheram o nosso salão com encanto e muita magia.
No final da festa, o “Pai Natal” trouxe presentes para
todos.
No dia 17 de Dezembro, tivemos a Festa de Natal
organizada pela Junta de Freguesia de Ruílhe. Participámos
na eucaristia, celebrada pelo diretor do Centro Social o Sr.
Cónego Narciso.
De seguida, na cantina da ALFACOOP, presentearamnos com uma Ceia de Natal, à moda do Minho, onde não
faltou bom bacalhau cozido com batatas e hortaliça, os
mexidos, aletria, rabanadas, bolo-rei e um copo de vinho
fino! Estava tudo muito bem preparado.
No dia de Natal, uma grande parte de nós fomos com a
nossa família, celebrar o Nascimento do Menino Jesus. Os
que, por razões várias, ficaram no lar, tiveram uma ceia com
as iguarias da época e o carinho e atenção dos que os
cuidam.
Um Santo Natal para todos, e um Ano Novo cheio de
bênçãos do Menino Jesus, são os votos de todas as
pessoas idosas, do Centro Social.
A primeira noite de Natal
Exmos. Senhores,
Os nossos cumprimentos com votos de um Santo Natal. Tanto eu
como a minha colega e amiga, pedimos, com mágoa, desculpa, pela
insignificância que enviamos, mas a par da crise, persiste a vontade
de não eliminarmos nenhuma Instituição que já ajudávamos.
Agradecemos as orações que pelos nossos entes queridos que já
partiram para o Reino de Deus mas cuja saudade nos deixaram nos
corações.
Que o 2012 seja um bocadinho melhor para todos e todos sejam
solidários com os que mais precisam.
Com este espirito despedimo-nos confiando em dias melhores.
M.L.M.R. e D.A.C.
Senhor Cónego,
Esperamos e desejamos que continue de boa saúde e sempre
ativo, aliás como adivinhamos através do Jornal Dia Luz que nos é
enviado.
Nesta quadra natalícia, desejamos contribuir para atenuar o
impacto das contas que o centro terá que suportar enviando junto a
nossa pequena ajuda.
Lamentamos não termos ido ai pessoalmente, há já algum tempo
que o queremos fazer, para o visitar pessoalmente e trocar impressões
sobre tudo um pouco, já que reconhecemos ser sempre um bom
interlocutor mas, por motivos de saúde, não nos tem sido possível
sair, nem tão pouco conseguimos visitar os nossos velhos amigos.
Eu e a minha esposa desejamos que passe um Santo Natal e que
o Novo Ano seja portador de boa saúde física e anímica, com o que
todos aqueles que dependem da sua ação muito virão beneficiar.
Renovando os nossos votos, com os melhores cumprimentos,
M. C. e J.
Ao C/ do Senhor Cónego Narciso,
A V.ª Ex.ª Rev. Apresento os meus respeitosos cumprimentos e
felicitações, pelo seu árduo trabalho de levar a cabo, o trabalho iniciado
pelo saudoso Padre David.
Bem-haja pela sua dinâmica, extensiva aos seus colaboradores,
que em conjunto mantêm essa casa em bom funcionamento, que eu
pessoalmente acho uma coisa grande.
A todos desejo um feliz Natal e um novo ano, com a habitual ajuda
divina, para bem de tosos os que por vós são ajudados, a todos os
níveis.
Estou feliz, por mais uma vez este Natal poder contribuir com este
pouco que envio. A minha doença estorva-me um pouco, mas talvez
com as V/ preces, continue por cá mais tempo, por isso dou graças
a Deus.
Renovo os meus cumprimentos, que Deus abençoe a Vossa Obra
e todas as outras em favor do bem dos mais necessitados.
J.B.A.
As trombetas soaram
Em Belém o céu se abriu
E do seio Virginal
O Deus Menino surgiu
José e Maria sorriram também
Em santa alegria
Porque no estábulo,
Sem calor nem luz
Acabava de nascer
O Jesus Menino, Jesus
E na gruta os anjos
Em celestial alegria
Felizes festejaram
Em seu louvou entoaram
A mais bela melodia
E o Menino Deus,
Ainda despidinho
Continuava sorrindo
Aquecido pelo quente bafo
Da vaca, e do burrinho
E os mansos cordeiros
No se falar mé…mé
Embalaram docemente
Com suave carinho
O Deus Menino bebé
Os pobres pastores
Apressados correram
Com todo o amor
Trazendo para o Menino
O que tinham de melhor
Os sábios Reis Magos
Vieram de longe
Com um frio intenso
Para Jesus trouxeram
Ouro, mirra e incenso
E o Menino adoraram
Num encanto profundo
Porque aquele Menino,
Apesar de nascer pobre,
Era o verdadeiro
Salvador do mundo
E aquela noite fria
De beleza sem igual
É de todas a mais santa
Porque foi verdadeiramente
A primeira noite,
de Natal
Pilar Ribeiro
pelo Lar de Jovens
A nossa ceia de Natal
Mais um ano e cumpriu-se a tradição!
Fizemos a nossa festa de Natal com o
calor e o carinho de todos os nossos
amigos, aqueles que estão junto a nós o
ano todo e nos ajudam no dia-a-dia.
A Eucaristia, presidida pelo Sr.
Arcebispo Primaz e coadjuvado pelo
Diretor do Centro e pelo Vice-Presidente
da Direção, foi o momento da nossa
celebração onde a par da evocação do
nascimento de Jesus, o Sr. Arcebispo
começou por nos dizer que também se
sentia parte desta família focando, depois,
as suas palavras na necessidade de
celebrarmos o Natal num gesto de
gratidão a todos os que ajudaram e
ajudam a construir esta instituição, os
do passado e os do presente, e de
generosidade, já que todos temos algo
para dar e o mais importante do Natal é
aquilo que nós damos e nos identifica
com Jesus-Menino que se dá aos
homens.
Seguiu-se depois um almoço com
todas as crianças marcando presença
todos os professores, educadores, direção
e funcionários.
Cantinho dos
aniversários
Janeiro
Houve missa, almoço, dança, teatro,
troca de presentes, risos, beijos e abraços.
Houve alegria e calor humano. Houve
palavras sentidas, lembranças do
passado e desejos de futuro. E no fim
houve corações mais cheios, sorrisos
mais abertos, promessas renovadas e
esperança para o que aí vem.
Cumpriu-se a tradição porque mais
uma vez o verdadeiro espírito de Natal
esteve bem dentro desta casa, em todos
os gestos sentidos, em todos os
momentos vividos com amizade e
fraternidade.
2 – Daniela Abreu
Sofia Castro
Filipa Capela
7 – Andreia Ferreira
8 – Anaxy
12 – Sara Castro
14 – Susana Machado
Ramona Stancu
19 – Ana Cristina
27 – Diana Machado
28 – Paula Castro
29 – Ana Margarida
31 – Leonor Sousa
Fevereiro
1 – Ricardo Pinto
4 – Luís Oliveira
7 – Ana Sofia
Natal: O menino que nasce
Celebrar o Natal é sempre ter presente que a Festa é do
Menino que nasce. Deus Faz-Se homem para que todos nós
os homem possamos viver a sua vida divina, o seu amor, a
sua paz, a sua alegria. O Natal é a Festa do Menino, do Deus
Amor por nós nascido. É a Festa do Nascimento do Libertador,
do Messias, do Redentor. O Natal é a Festa da Vida, da
Inocência da criança que nasce e é reclinada na manjedoura.
O Natal sem Deus não é Natal. O Natal sem o Menino Jesus
não é Natal.
Não permitamos que a Festa seja só de consumismo, de
prendas, de compras, de iluminações. Não permitamos que
não haja um bonito presépio, uma alegre participação na
alegria jubilosa dos Anjos e dos pastores que foram adorar o
menino.
Pensemos no Natal dos mais pobres, mais doentes, mais
sós e abandonados.
Pensemos no Natal dos que não têm emprego, casa,
família, amor, carinho, paz.
Pensemos no Natal dos que não fazem presépio, dos que
vivem em pecado, dos que não têm fé.
Não deixemos de pensar numa prenda para o Menino. A
Festa é d´Ele, Ele é que faz anos de nascimento, Ele é que é
o aniversariante. Que prenda quererá o Menino? Só flores,
cantos, etc.? Talvez queira corações amigos, convertidos, vidas
vividas de um modo evangélico. É isso que Lhe vai dar mais
alegria.
O bolo-rei
Diz uma lenda que quando os reis magos foram visitar
Jesus, com a intenção de Lhe oferecerem como presentes
ouro, incenso e mirra, a cerca de sete quilómetros do local
onde o menino se encontrava tiveram uma discussão: qual
deles seria o primeiro a oferecer os presentes?
A solução foi-lhes dada por um artífice que, assistindo
á conversa, quis ajudar a encontrar para o problema uma
saída que agradasse a todos.
Ele faria um bolo em cuja massa incorporaria um brinde
e uma fava.
Repartindo pelos três, seria o primeiro a oferecer o
presente ao Menino Jesus aquele em cujo quinhão se
encontrasse o brinde e o último, aquele a quem saísse a
fava.
Conhecido pelo nome de bolo – rei – feito para escolher
um rei – aquele doce passou a usar-se sobretudo no Natal,
e os pasteleiros encarregaram-se de o comercializar.
Há uma outra lenda que diz ter sido um bolo de fruta
seca. Os crentes deviam comer doze daqueles bolos entre
o dia de Natal e o dos Reis. A côdea simbolizava o oiro; o
miolo e as frutas secas, a mirra; o aroma, o incenso.
Silva Araújo, Viver o Natal in “O Clarim”
Vamos ao presépio adorar o Menino como fizeram os
pastores. Precisamos de rezar diante o presépio, com a ajuda
de Nossa Senhora e S. José. Precisamos de rezar muito junto
do Menino, para que dê paz ao mundo, conversão aos
pecadores, alegria aos tristes, pão aos famintos, união às
famílias. Precisamos de pedir ao Menino que este mundo seja
melhor, pedir pelas pessoas sem emprego, pedir pelos que
têm fome, etc.
Se a palavra Natal significa Nascimento, o importante é
celebrar o Nascimento, alegrar-nos com o Deus menino, o
Deus connosco, Emanuel. Alegrar-nos porque nasceu o
Príncipe da Paz, porque nasceu Verbo feito carne no seio da
Virgem Maria.
Alegrar-nos porque agora podemos viver a vida da graça
santificante que o Menino nos trouxe e nos deu.
Bendito seja o Pai que nos deu seu Filho feito Menino no
presépio. Bendito seja o filho que veio ser “um de nós”. Bendito
seja o Espírito Santo que o gerou no seio da virginal de Maria.
Bendita seja Maria que aceitou o convite de Deus e disse sim,
aceitando ser Mãe do Menino Deus. Bendito seja S. José, pai
adotivo, que cuidou da Senhora e do Menino.
Alegremo-nos e rejubilemos, pois o Natal é a festa da
alegria do Menino que nos nasceu, e da nossa alegria por
causa d´Ele. Viva o Menino. Viva o Natal. Viva Deus que nasce
para nos dar a sua Vida e nos amar de um modo novo.
Dário Pedroso, s.j. in “O Clarim”
Pedir a Deus um par de sapatos
Num dia frio de Dezembro, na cidade de Nova York,
há alguns anos atrás, um rapazinho de cerca de 10 anos,
descalço, estava em pé em frente a uma loja de sapatos,
olhando a montra e tremendo de frio.
Uma senhora aproximou-se do rapaz e disse:
- Tu estás com um pensamento tão profundo, a olhar
essa montra! Que se passa?
- Eu estava pedindo a Deus para me dar um par de
sapatos – respondeu o garoto.
A senhora tomou-o pela mão, entrou na loja e pediu
ao empregado para dar meia dúzia de pares de meias ao
menino …
Ela também perguntou se poderia arranjar-lhe uma
bacia com água e uma toalha.
O empregado atendeu-a rapidamente, e ela levou o
menino para a parte de trás da loja e, ajoelhando-se,
lavou os seus pés pequenos e secou-os com a toalha.
Nesse meio tempo, o empregado tinha trazido as
meias.
Ela calçou-as nos pés do garoto e também lhe comprou
um par de sapatos.
Depois entregou-lhe os outros pares de meias e,
carinhosamente, disse-lhe:
- Estás mais confortável, agora?
Quando ele se virou, para ir embora, o menino seguroulhe a mão, olhou no seu rosto com lágrimas nos olhos e
perguntou:
- A senhora é a mulher de Deus? …
in ”O Clarim”
Pais desertores
A presença regular dos pais nas escolas nunca
foi um assunto pacífico e continua a ser por muitos
professores um fator de constrangimento e até, de
conflitos. Verdade seja dita que muitas vezes a
participação dos pais se resume à entrega das fichas
de avaliação ou a chamá-los quando surgem
problemas.
A verdade é que nada favorece a presença dos
pais nos estabelecimentos de escolares: receber os
pais é feito nos “furos” dos diretores de turma, a
horas inconvenientes e inapropriadas, recebidos, às
vezes, em ambientes pouco recatados e de fugida.
Com isto tudo os pais, foram interiorizando um
abandono das suas responsabilidades, sempre
invocadas, quando convém e daí a necessidade que
se sente, constantemente, de reavivar esta
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participação importante dos encarregados de
educação na gestão do funcionamento e
corresponsabilidade na formação dos seus filhos.
Verdade é que se tem, nos últimos anos, feito um
esforço para valorizar as associações de pais mas,
em muitos casos, colocadas na prateleira para
“inglês ver”.
Dizem agora que os pais vão ser chamados à
responsabilidade diante dos maus comportamentos
que se verifiquem nas escolas e sejam provocados
pelos seus educandos. Isto denota que a legislação
em vigor ou não foi devidamente assumida pelas
escolas e pelas associações de pais ou será que a
autoridade paterna foi posta em causa pela diversa
legislação que se foi produzindo, desvalorizando a
importância da família ou pretendendo substituí-la?
regras para crianças dormirem
1.
Adormeça a criança na sua casa;
2.
Conserve as rotinas que antecedem a ida para a
Natal
cama;
3.
Não prolongue demasiado as sestas;
4.
Só excecionalmente a deite na cama dos pais;
5.
Apague completamente as luzes;
6.
Usar durante o dia um boneco para dormir;
7.
Ignore o choro sistemático;
8.
Acordar a criança em caso de sonambulismo ou
pesadelo.
Faz festa e faz lembrança,
é sinal
de promessas e de esperança.
Afinal
é a chave de segurança!
Oxalá no ano novo,
desejamos,
haja pão para todo o povo.
Mordomos 2012
Ruílhe
António Pereira de Faria
Lugar da Igreja
Manuel Pereira de Faria
Lugar de Este
Arentim
E rezamos
contra a violência,
toda a espécie de mal.
Vamos fazer penitencia
para que haja Natal.
Também
gozo espiritual.
Ámen.
Manuel Faria Castro
Lugar da Galinhela
Edgar Gomes Freita Simões
Lugar da Galinhela
Serafim Fereira e Silva
FELIZ NATAL
A transformação da “Palavra” em “carne” (em menino
do presépio de Belém) é a espantosa aventura de um Deus
que ama até ao inimaginável e que, por amor, aceita
revestir-Se da nossa fragilidade, a fim de esse incrível
passo de Deus, expressão extrema de um amor sem limites.
Acolher a “Palavra” é deixar que Jesus nos transforme,
nos dê a vida plena, a fim de nos tornarmos,
verdadeiramente, “filhos de Deus”. O presépio que hoje
comtemplamos é, apenas, um quadro bonito e terno ou
uma interpelação a acolher a “Palavra”, de forma a
crescermos até á dimensão do homem novo?
Hoje, como ontem, a “Palavra” continua a confrontarse com os sistemas geradores da morte e a procurar
eliminar, na origem, tudo o que rouba a vida e a felicidade
do homem. Sensíveis á “Palavra”, embarcados na mesma
aventura de Jesus – a “Palavra” viva de Deus – como nos
situamos diante de tudo aquilo
que rouba a vida do homem?
Podemos pactuar com a
mentira, o oportunismo, a
violência, a exploração dos
pobres, a miséria, as limitações
aos direitos e á dignidade do
homem?
Jesus (esse menino do
presépio) é para nós a “Palavra”
suprema que dá sentido á nossa
vida, ou deixamos que outras
“palavras” nos condicionar e
nos induzem a procurar a
felicidade em caminhos de
egoísmo, de alienação, de
comodismo, de pecado? Quais
são essas “palavras” que às
vezes nos seduzem e nos afastam
da “Palavra” eterna de Deus que ecoa no Evangelho que
Jesus veio propor?
O Natal transmite a toda a gente uma mensagem de
alegria e de esperança: “Manifestou-se uma grande alegria
para todo o povo” (Lc 2,10). Este anuncio, feito há dois mil
anos aos pastores de Belém, mantem todo o encanto
original. Deus fez-se Menino para nós, para viver connosco
a aventura humana, numa atitude de radical solidariedade,
sobretudo para com os humildes e os frágeis. Ele veio
visitar-nos para ser a Luz do nosso caminho para a paz,
fraternidade, a esperança e o amor.
Esta mensagem tão maravilhosa mantem toda a
atualidade. O mundo de hoje, apesar de grande progresso
técnico, tem necessidade de conhecer e acolher o anúncio
do Natal para passar do desespero á esperança, do
individualismo á solidariedade, das trevas á luz, da vaidade
á humildade, da fachada exterior á riqueza do interior do
coração. No entanto, o espirito de Natal corre o risco de
ser abafado e suplantando pela dispersão ruidosa das
festas, pelos apelos da publicidade ao consumismo.
Esquece-se o acontecimento fundamental do nascimento
do Menino para realçar aspetos materiais e imagens
confusas. Como salvar e fortalecer o espirito de Natal?
Nos últimos anos tem-se recuperado a construção de
presépios, uma tradição cultural tão rica entre nós e tão
oportuna para avivar a memória do acontecimento original.
Precisamos de recuperar também a riqueza do significado
deste sinal tão eloquente da pedagogia de Deus que, no
Menino presépio, nos manifesta o Seu amor misericordioso,
nos estende os braços para ensinar a simplicidade, a
fraternidade e a misericórdia como caminho para um
mundo novo.
No centro do presépio vemos o Menino rodeado do
afeto familiar e da harmonia da criação. As crianças são
um forte motivo de encanto e de
esperança numa sociedade que
envelhece a olhos visto.
Precisamos do crescimento da
natalidade para rejuvenescer o
mundo, de maior harmonia e
união nas famílias para que os
filhos cresçam felizes, de mais
dedicação á transmissão de
valores e de sabedoria para que
aprendam a distinguir o bem do
mal e sigam o caminho do
verdadeiro amor. As crianças
precisam e merecem as prendas
do afeto, da atenção, da
orientação.
O Natal é a época das
prendas. A maior de todas é a
prenda de Deus que se deu a Ele
próprio na pessoa de Seu Filho. Seguindo este exemplo,
partilhemos também as prendas do afeto, da atenção, do
serviço fraterno. Não demos apenas coisas mas demonos a nós mesmos em gestos concretos de amor. Não
pensemos apenas em receber: “Há mais alegria em dar
do em receber.” Não demos apenas a quem nos pode
retribuir mas a outros que não têm ninguém que se lembre
deles. Ensinemos ás crianças a atitude do dom. Criemos
uma cultura da partilha.
A minha mensagem é um convite a acolher e interiorizar
o exemplo do presépio: é o sinal da pedagogia de Deus
que vem até nós em carne humana para nos ensinar que
o verdadeiro humanismo, que constitui o encanto do Natal,
passa pela simplicidade, pela fraternidade e pela
solidariedade. É um apelo á conversão do coração, pois
é no coração de cada um que inicia o mundo novo
assinalado pelo Menino que nasceu para nós. A todos feliz
Natal!
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Jornal Dia Luz - Centro Social Padre David de Oliveira Martins