Servo bom e fiel no aproveitar a oportunidade
O TEMPO DE DEUS
De fato, mil anos para ti são como o dia de ontem que
passou, como as horas da noite. Então, no devido tempo,
enviarei chuva sobre a sua terra, chuva de outono e de
primavera, para que vocês recolham o seu cereal, e
tenham vinho novo e azeite. [Sl 90.4 e Dt.11.14]
O tempo de Deus
Aprendemos que Deus é todo poderoso e tudo sabe, tanto do
presente, como do passado e também do futuro. Deus não está
limitado pelo tempo, como nós humanos estamos. Santo Agostinho
ensinou que Deus está no eterno agora. É algo difícil de assimilar.
Podemos até entender o conceito intelectualmente, mas imaginar
o que isso significa na prática, não dá. A nossa limitação temporal
condiciona nosso pensamento: como é possível saber o futuro? Se o
futuro é conhecido, então ele está determinado? Vamos conviver e
especular com essas questões até quando a palavra de Paulo se
tornar real: “...agora conheço em parte; então, conhecerei
plenamente...”
O chamado da eternidade
Aprendemos também que Deus é eterno. Não teve começo nem
terá fim. Esta característica divina foi transmitida ao ser humano,
revelada em um anseio latente pela eternidade. Até um
existencialista do peso de Jean Paul Sartre reconhece isto, ao
declarar: “a vida deixa de ter sentido no momento em que
perdemos a noção do eterno”.
Reconhecido este chamamento da eternidade, devemos evitar
que posições extremadas a seu respeito se tornem nosso moto de
vida.
Tudo se resolverá na eternidade
Talvez derivado de uma espiritualidade extremada, há tantos que
se condicionam a relegar a solução das questões e problemas da
vida para a eternidade. Um dia, em outra dimensão da existência,
talvez já livres da angústia do tempo, tudo se resolverá. Esta vida
não merece preocupações; seus desafios pouco significado tem.
Privações e limitações devem ser aceitas com passividade, como
inevitáveis. A própria vida passa a ter pouco valor, como é o caso
dos terroristas suicidas que abrem mão de suas existências em troca
de uma eternidade antecipada.
Tudo deve ser resolvido aqui
O extremo oposto, igualmente danoso é não acreditar na
eternidade e viver como se a morte fosse de fato o fim de tudo.
Vivemos em uma cultura que apregoa esta posição, e aos poucos,
vamos deixando esta cultura apagar nosso anelo interior pelo
eterno.
A eternidade é mais uma dimensão do tempo que devemos
considerar, na certeza de que ela virá a se tornar o nosso presente.
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O TEMPO DE DEUS
Deus no meu tempo
Deus onisciente e eterno, entretanto, se faz presente no nosso
tempo. É o infinito se revelando no finito. É o ilimitado se restringindo.
É o maior se conformando ao menor. Devemos nos conscientizar da
presença e atuação divinas nas nossas dimensões de tempo:
Deus no passado
A grande atuação divina no nosso passado é o perdão. O perdão
divino implica em apagar, esquecer o passado e possibilitar novos
recomeços em condições de liberdade e pureza.
Deus no presente
Podemos entender a atuação de Deus no presente pelos recursos
de auxílio que Ele nos oferece: a sua Palavra Eterna, com instruções,
inspiração e orientação para a nossa vida; e também a presença e
atuação do seu Espírito Santo, como orientador e consolador.
Deus no futuro
Não há como fugir de dizer que Deus é o Deus do futuro. Todo o
relato bíblico evidencia o especial cuidado divino com o futuro. Os
planos de Deus são anunciados. As suas promessas são
reiteradamente proclamadas. Quando o rumo do futuro tende para
longe de Seus planos, Ele intervém, corrigindo o curso dos
acontecimentos. A razão da nossa fé é a esperança de um futuro
perfeito na presença de Deus.
Eu no tempo de Deus
E então, resta a nós nos colocarmos no tempo de Deus.
Somos constantemente lembrados pela Bíblia sobre o tempo
adequado de Deus. Há o tempo aceitável; a plenitude dos tempos;
o tempo favorável. Há também o dia do juízo, o dia da vingança, o
dia da ira do Senhor.
O tempo de Deus não é o nosso tempo; não é cronológico. O
tempo de Deus é o tempo apropriado, o tempo da oportunidade e
como tal, devemos nos inserir nele.
Estar no tempo de Deus é conscientizar-se da existência da
eternidade e do Senhor da Eternidade. É atentar e aproveitar a
janela de oportunidade divina. Significa não apenas fazer uso do
tempo aceitável, do tempo da Graça, mas, também significa
entender o momento que vivemos como o momento apropriado, o
tempo favorável. Devemos trazer a eternidade para dentro do
nosso tempo como mais uma de suas dimensões.
No compasso da graça
Não conseguimos fugir do tempo de Deus, maior e mais abrangente
que o nosso tempo cronológico. O tempo de Deus condiciona e
contém o nosso; é insensato brigar com ele; é melhor nos
colocarmos nele e a ele nos sujeitar.
João Filson Soren foi pastor da Primeira Igreja Batista do Rio de
Janeiro por 50 anos, formando espiritualmente seguidas gerações
de fieis. Os que se beneficiaram de seu ministério ainda hoje o
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O TEMPO DE DEUS
relembram com uma expressão que gostava de usar: “viver no
compasso da Graça”.
A Graça é a atuação de Deus na nossa vida, no nosso tempo. O
compasso é o que devemos seguir: “dançar conforme a música”.
Muda-se a musica, é necessário alterar o passo, adaptá-lo ao novo
ritmo.
Viver no compasso da Graça é não impor a nossa
determinação contra as circunstâncias, e, sobretudo, contra o
tempo de Deus. Viver no compasso da Graça é absorver, entrar no
ritmo do eterno que se revela a nós. É desistir de querer que as
coisas ocorram no ritmo que desejamos e planejamos, e deixar que
o ritmo se nos imponha. É atentar ao tempo que corre mais que
correr para não perder o tempo.
e tem mais
Eu sou o Alfa e o Ômega,o Primeiro e o Último, o Princípio e o Fim.
(Ap 22.13)
... foi Jesus para a Galiléia, proclamando as boas novas de Deus. O
tempo é chegado, dizia ele. O Reino de Deus está próximo.
Arrependam-se e creiam nas boas novas! (Mc 1.14-15)
Então Jesus lhes disse: Para mim ainda não chegou o tempo certo;
para vocês qualquer tempo é o certo. (Jo 7.6)
Pois ele diz: Eu o ouvi no tempo favorável e o socorri no dia da
salvação. Digo-lhes que agora é o tempo favorável, agora é o dia da
salvação! (2Co 6.2)
Porque sou eu que conheço os planos que tenho para vocês, diz o
Senhor, planos de fazê-los prosperar e não de lhes causar dano,
planos de dar-lhes esperança e um futuro. (Jr 29.11)
E nos revelou o mistério da sua vontade, de acordo com o seu bom
propósito que ele estabeleceu em Cristo, isto é, de fazer convergir
e Cristo todas as coisas, celestiais ou terrenas, na dispensação da
plenitude dos tempos. (Ef 1.9-10)
Assim, aproximemo-nos do trono da graça com toda a confiança, a
fim de recebermos misericórdia e encontrarmos graça que nos
ajude no momento de necessidade. (Hb 4.6)
Àquele que está assentado no trono e ao Cordeiro sejam o louvor, a
honra, a glória e o poder para todo o sempre. (Ap 4.13)
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