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Subsida de Água:
Radiodifusão Sobre
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Módulo 3
Subida de Água: Radiodifusão Sobre as Cheias
Objectivos da aprendizagem
No fim da leitura e discussão deste módulo e fazendo os exercicícios serás capaz de:
• Explicar o problema das cheias em Moçambique e o papel da rádio na problemática das cheias.
• Identificar os problemas chave e riscos de cheias, especialmente relacionados com a saúde e perca de
propriedades, meios de subsistência, mensagens relevantes e informações que as rádios precisam de
comunicar para mitigarem esse impacto.
• Passos que as estações de rádio precisam de tomar para estarem preparadas para as cheias.
• Discutir informações que uma rádio comunitária deve considerar durante as fases de mitigação, preparação,
resposta e recuperação das cheias.
• Melhor preparação para as cheias e cobertura durante as cheias.
Conteúdo
Secção 1: Comunicando o risco das cheias em Moçambique
• O que é o risco de cheias?
• O papel da rádio comunitária na gestão da problemática das cheias.
• Entendendo o risco das cheias.
Secção 2: Necessidade de informação sobre as cheias
• O que é que faz com que uma história seja notícia?
• Informação sobre a mitigação de cheias.
• Informação sobre a necessidade de preparação para as cheias.
• Cobertura no ínicio das cheias.
• Informação sobre as necessidades durante a resposta.
• Apoio da media durante a recuperação e reconstrução.
• Comunicando sobre as mudanças climáticas.
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Módulo 3
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Secção 1
Comunicando o risco de cheias em Moçambique
É do conhecimento geral que
Moçambique é vulnerável às cheias
sazonais. As bacias que correm maior
risco de cheias com severo impacto
social e económico são as dos rios
Limpopo, Incomáti e o Save (no sul) e
Búzi, Púngoe, Zambeze e Licungo (no
centro). Para além destas bacias,
algumas cidades no país (tais como
Beira) são vulneráveis às cheias, por
causa da falta de um sistema apropriado
de saneamento ou falta de um plano
de aproveitamento de terra. (Conselho
de Ministros 2006). No entanto outros
locais também podem ser vulneráveis.
E m J a n e i ro d e 2 0 1 0 , a s c h u v a s
torrenciais em Maputo fizeram
enchentes na capital do país e em volta
da baía de Maputo, Catembe.
As estações de rádio comunitária têm
um papel importante na problemática
das cheias. Nas áreas propensas, as
rádios devem ser ser bastante
proactivas e oferecer um programa de
cobertura sempre em dia aos ouvintes.
No entanto, é importante dar
informação sobre a preparação aos
ouvintes de outras zonas também.
Mesmo as estações de rádio que estejam
fora das zonas de cheias devem
conhecer os passos básicos a tomar caso
ocorra uma crise. Muitos ouvintes têm
familiares e amigos nas áreas afectadas
e estarão a espera ansiosamente de
notícias e informações sobre o que está
a acontecer.
Cheias em Moçambique
A cheia ocorre quando uma larga quantidade de água transborda de uma fonte - como um rio - para uma área
previamente seca. Quando chove, a água que cai no chão normalmente penetra na terra, mas quando a terra ja possui
muita água, a chuva que cai ja não penetra. A água começa então a fluir em direcção a um curso de água. Quando
a chuva continua a cair, a água flui em direcção ao rio, mas o rio ja não pode conter tanta água, e rio transborda.
As cheias localizadas são comuns em Moçambique, urante a época chuvosa, na região da Africa Austral, que vai de
Outubro a Março. A época mais provável de ocorrência de cheia é entre Novembro e Março, na zona sul do país, e
entre Janeiro e Abril, na zona norte e centro, por causa das chuvas torrenciais em Moçambique e(ou) nos países
vizinhos. (OMS/MISAU 2008)
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Por favor refaça este quadro.
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ANO
ÁREA GEOGRÁFICA
2010
Sul e Centro: Vila de caia, Morromeu,
vila do Búzi
2009
Regiões Sul: Bacia do Rio Maputo
2008
Sul, Centro e Norte: Rios Save, Buzi,
Zambeze, Licungo, Messalo
Piores que as cheias de 2001 no Rio Zambeze
2007
Centro: Rios Buzi e Zambeze
Magnitude próxima às cheias de 2001 no
Rio Zambeze
2003
Norte: Rios Messalo, Montepuez,
Licungo
2001
Centro: Rio Zambeze
Piores cheias dos últimos 30 anos
2000
Sul e Centro: Rios Limpopo,Maputo,
Umbeluzi, Incomati, Buzi e Save
Chuvas jamais vistas, causaram piores cheias
nos últimos 150 anos
1999
Sul e Centro: Rios Buzi, Pungue e
Save
Maiores pricipitações nos últimos 37 anos
1997
Centro: Rios Buzi, Pungue, Zambeze
1996
Sul: Todos os Rios da Zona Sul
1985
Sul: 9 Rios das Províncias do Sul
1981
Sul: Rio Limpopo
1978
Centro: Rio Zambeze
As primeiras piores cheias do Rio Zambeze
pós-independência
1977
Sul: Rio Limpopo
As primeiras piores cheias do Rio Limpopo
no pós-independência
Módulo 3
CARACTERÍSTICAS
Piores cheias em 50 anos depois de 4 anos
de seca
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O papel da RC (Rádio Comunitária) na problemática da administração das cheias
Tal como em qualquer tipo de calamidades, o papel das rádios comunitárias na administração das cheias é vital.
Experiências prévias com cheias mostram que a informação no momento certo pode ajudar a salvar vidas, propriedades
e meios de subsistência.
Em geral, o papel das rádios comunitárias na administração da problemática das cheias é de:
• Apoiar o governo, organizações não governamentais e ajudar a comunidade a se organizar através de informações
e consciencialização;
• Apresentar factos, ideias e opiniões sobre a preparação para as cheias e sua mitigação, antes, durante e depois
da sua ocorrência;
• Providenciar informação para salvar-vidas, aviso prévio e informação de emergência;
• Produzir um programa de redução do risco das calamidades de modo que as pessoas acreditem e reajam
a informação;
• Certificar-se que há uma cobertura jornalística de qualidade sobre as cheias, certificar-se de uma cobertura
equilibrada, realística e correcta com uma diversidade de vozes.
Pontos a considerar
• Que actividades locais de administração de cheias estão a acontecer e como é
que a tua estação de rádio pode se envolver?
• De que modo as rádios podem apresentar informação de forma interessante e
credível aos ouvintes?
• O que significa para ti alta qualidade de cobertura jornalistíca das cheias?
Plano de preparação de uma estação de rádio
Se a tua estação de rádio ainda não tem um plano de cobertura de calamidades em dia, forme uma pequena equipe
para fazer o plano. O grupo deverá ser constituido por pessoas da organizações de informação.
• Faça um rascunho do “guião-inicial.” As rádios comunitárias podem ter diferentes trabalhadores em tempos
diferentes, muitos podem ser voluntários. Ao receber um aviso, a estação de rádio precisará de passar à acção
imediatamente. Um plano inicial indica as acções a serem tomadas de imediato, quem deve ser notificado (p.ex.
o gestor da rádio), a quem ligar para informações mais detalhadas e quais os primeiros passos a tomar.
• Organize a informação dos teus contactos: Este manual tem uma vasta variedade de contactos possíveis para
te ajudar a iniciar. Mas ao organizares a tua própria lista de contactos para casos de calamidades, significa que
saberás para quem ligar numa emergência e que a informação é facilmente acessível. Na lista poderás incluir
oficiais de resposta à urgências, grandes instituições públicas (incluindo escolas), especialistas em assuntos relacionados
com as calamidades e outras organizações de media na tua área. Crie uma lista de contacto de potenciais fontes.
Certifique-se de incluir uma secção especial para quando a emergência acontecer.
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• Comece imediatamente a contactar as fontes: Eles podem ser muito úteis na preparação imediata de conteúdos,
e também terás já criado uma relação com eles em tempo útil. As entidades oficiais normalmente dão acesso a
àreas de calamidades e retornam os telefonemas caso conheçam os jornalistas com os quais estão a lidar. Tenha
encontros com oficiais de resposta às calamidades para aprenderes mais sobre os seus planos de lidar com
emergências.
• Pesquise cenários parecidos: Reveja as calamidades passadas e veja que tipo de danos houve e como as
autoridades e a media responderam. Junte informaçao do que se passou e garanta que seja facilmente acessível
a todos jornalistas.
• Um plano específico do "pessoal". Quem vai fazer o quê na situação de calamidades. Esta lista deve incluir
tópicos como quem vai contactar as autoridades governamentais para o conselho sobre a emergência, quem será
a pessoa que estará no ar (deve ser alguém que tenha tido alguma formação em falar sobre as calamidades para
a imprensa).
• Educar o "pessoal". Este manual irá ajudar-te a formares o teu pessoal sobre as cheias. Mas não pares por aí.
Convide as organizações locais para fazerem seminários ba rádio. Inclua formação sobre como se manter seguro
e como o pessoal pode preparar as suas casas e famílias para as cheias. (Potter and Ricchiardi)
Exercício – direccionando as mensagens sobre SAP
Que passos chaves podes tomar para que a tua rádio esteja preparada
para as cheias?
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Entendendo o risco das cheias
Reflectindo nos vários factores de risco associados às cheias, é fácil verificar como a informação sobre as
cheias pode ser desviada para programas existentes relacionados a agricultura, saúde, crianças/jovens e
meios de subsistência. O ideal é que as estações de rádio nas áreas vulneráveis tenham um programa semanal
relacionado com a gestão das cheias. Para as comunidades que consistem com as cheias, é vital que a
preparação e mitigação se tornem parte da vida diária. Criar um programa semanal irá ajudar a comunidade
nesse aspecto.
RRC em acção:
Radio Búzi – “Buzi fora das calamidades ”
Desde 200, quando cheias devastadoras atingiram a comunidade, a Rádio Búzi tem estado a
transmitir o programa “Búzi Fora das Calamidades. O programa com a duração de 45 minutos
vai ao ar quatro vezes por semana, às segundas e quartas, em Ndau, e às quintas e sextas, em
Português. Este programa serve para alertar a comunidade sobre os riscos de calamidades,
e oferece conselhos para melhor preparação em caso de emergência. Isto inclui informações e
conselhos sobre:
• Medidas preventivas, tais como aconselhamento para que as pessoas vivendo nas zonas baixas
a mudem para as zonas altas;
• Não plantarem ou construírem nas zonas baixas;
• Como construírem casas mais resistentes;
• A prática de bons hábitos para a conservação do meio ambiente (p.ex. as queimadas controladas
e a não devastação de florestas)
Os jornalistas convidam o pessoal do Comité de Gestão de Riscos para entrevistas sobre quaisqueres
informações que eles possam ter para dar a comunidade. Também convidam membros da
comunidade, que tenham sido afectados por calamidadess antes, para encorajar a comunidade
a acatar com as medidas de prevenção. Os jornalistas dizem que os ouvintes acham este programa
é muito importante para a sua segurança. Assim como muitas estações de rádio, os jornalistas
deparam-se com desafios de recursos, e muitas vezes têm falta de fundos para realizarem o seu
trabalho da melhor forma possível. Eles recolhem a informação actualizada do Centro Nacional
Operativo de Emergência e do Centro Operativo de Emergência do Distrito.
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Chuvas torrênciais destruíram
plantações e infrastructuras,
causaram mortes e resultaram no
fecho de muitas estradas na região
costeira do sul de Moçambique. As
cheias podem destruír casas, lojas,
t e r re n o s p a r a p a s t a g e n s e
agricultura, bens públicos e outras
propriedades. Portanto, ao
planificares a integração de
actividades para a gestão das cheias
na tua estação de rádio é importante
entenderes todos os riscos.
A seguir apresentamos alguns riscos
associados às cheias.
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Factos rápidos
As cheias de 2000 foram as piores em Moçambique em 50
anos:
• Mataram pelo menos 700 pessoas
• Fizeram 650,000 deslocados e afectaram 4.5 milhões,
totalizando cerca de um quarto da população de Moçambique
(GovM 2000).
• Destruíram ou danificaram seriamente cerca de 140,000
hectares de culturas.
• Provocaram a perda de 350,000 animais (ou foram
severamente feridos); 6,000 pescadores perderam 50% dos
seus barcos e instrumentos. (FAO 27/3/00).
Risco de saúde
Quando um rio transborda dos seus limites, a água por si só pode ser um risco para a saúde. Toda a gente torna-se
vulnerável às enchentes e correntes das águas; mesmo as pessoas que sabem nadar podem ser arrastadas pela corrente
da água que é muito forte. As crianças, os idosos, ou outras pessoas que sejam fisicamente fracas estão em maior
risco. Estas águas são muito perigosas e podem levar facilmente a ferimentos ou mortes. No entanto, o risco á saúde
permanece até muito depois das águas ja terem baixado.
·• Falta de água para o consumo: As águas das cheias contêm doenças causando bactérias, sujidade, óleos,
descarga humana e animal bem como descargas de quintas e industriais. As cheias podem contaminar fontes de
água potável com poluentes e descargas sanitárias. Quando as águas sobem elas podem transportar coisas que
são factores de risco para a saúde da superfície para a água. Para além de tudo isto, os centros de tratamento
de água, quando inundadas e em mau funcionamento, podem ser afectadas pelas águas já poluídas que correm
o centro pode estar a funcionar acima da sua capacidade não fazendo então a limpeza correcta, resultando assim
na água fazendo o retorno para as casas e para os terrenos baixos sem estar devidamente tratada. Os poços
também podem ser contaminados ou severamente danificados pelas águas das cheias.
• Comida estragada ou contaminada: O contacto com comidas, incluindo plantações, durante as cheias pode
fazer com que a comida não esteja apta para o consumo e perigosa para a saúde humana. Contacto directo ou
indirecto com o contaminador quer seja atravês do consumo, insectos como mosacas, mãos sujas, ou pratos sujos
e utensílios resultam em doenças causadas pelas águas e doenças infecciosas que são um perigo para a saúde.
• Surtos de diarréia e cólera: A cólera ocorre quando há contaminação que passa das fezes humanas à boca. Isto
pode ser atravês da ingestão ou bebendo algo que esteja contaminado, ou até mesmo por tocar numa superfície
e depois comer a mão. A pessoa com cólera vai sofrer de diarréia e vómitos, o que pode, por sua vez, infectar
rapidamente outras pessoas.
• Aumento de mosquitos e malária: Chuvas prolongadas e cheias geram novos terrenos, áreas molhadas e águas
estagnadas para mosquitos e podem levar a um número elevado de doenças provocadas por mosquitos tais como
a malária. Sugere-se que se evite contacto com animais selvagens, ratos e roedores que possivelmente carregam
consigo vírus e doenças.
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Riscos para propriedades e meios subsistência: As cheias provocam um grande número de deslocados. As perdas
de propriedade, os meios de subsistência são devastadoras.
• Casas e propriedades destruídas: Em 2000 e 2001, as cheias tiraram meio milhão de pessoas das suas casas.
A força da corrente das águas podem simplesmente arrastar consigo casas, mesmo quando a corrente não é forte
ela pode danificar seriamente não só a infrastructura da casa, mas tudo que esteja dentro dela.
• Riscos na agricultura: O grosso do volume da produção em àreas propensas às cheias vem do sector tradicional.
As cheias não só causam a perda de largo volume de produção dos grandes e médios agricultores, das pequenas
machambas das famílias mais pobres, mas também reduzem o emprego dentro das actividades dos rios. As cheias
afectam substancialmente pequenos empreendedores que podem perder os seus poucos intrumentos e infrastructuras.
Os productos guardados nas casas são também arrastados.
• Morte de animais por afogamento ou fome: Assim como as pessoas podem ser levadas pelas correntes, ou
ficar doentes, também pode acontecer o mesmo com os animais. Para as famílias que dependem do seu gado para
a sua subsistência diária, isto poderá ter consequências devastadoras.
• Interrupção de serviços básicos: As estradas e ruas tornam-se intrasitáveis ou não existentes. As cheias podem
arrastar pontes e tornar as estradas intrasitáveis, cortando o contacto das comunidades com as suas famílias,
assistência e qualquer outro tipo de serviços.
Para as estações de rádio comunitárias é muito importante que aprendam das experiências passadas, aplicando
estratégias criativas e um plano para a eventualidade de cheias. Mesmo para aquelas zonas onde não são tradicionalmente
propensas às cheias, há a necessidade de se estar alerta quanto ao que se precisa de ser feito numa situação de cheias.
Nunca é cedo de mais para começar a preparar-se.
Existe a necessidade das comunidades se prepararem. As instituições como escolas, o governo, agências e organizações
devem ter um plano para as cheias, que não deve ser diferente para a estação de rádio comunitária. Ao fazer com
que a estação de rádio esteja preparada para as calamidades vai ajudar não só a fazer a cobertura do plano de
reconstrução, mas também vai ajudar a não perder tempo precioso durante uma emergência
Exercício: Mensagens de riscos e perigos
Olhando para os possíveis riscos para saúde, propriedades e meios de
subsistência, quais são algumas mensagens que precisas de passar a tua
comunidade para prepararem-se ou para mitigar esses riscos?
Saúde
Propriedades e meios de subsistência
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Secção 2
Necessidade de Informação sobre as cheias
Como foi mencionado no módulo 1, há diferentes fases chaves de calamidadess (veja módulo 1 para informações
mais detalhadas). Para as cheias, poderás incluir as seguintes necessidades de informações.
Necessidade de Informação sobre as calamidades
Mitigação
Estratégias
para
diminuir
e limitar
o
impacto
adverso
das
cheias
Preparação
conhecimento
& capacidade
de
antecipação,
resposta e
recuperação
Crise
Desastre
emergência
situação
Resposta:
Acções para
salvar vidas,
redução de
impacto
de saúde,
certificação
de segurança
pública e
subsistência
de
necessidade
Recuperação:
Restauração
de vitímas e
comunidades
para o
normal ou,
precisamente,
criar um
"novo
estado
normal."
Exemplos de Necessidade de Informação
Como mitigar
o impacto
das cheias,
tornando casas
e comunidades
mais
resistentes,
informação
sobre
estratégias
de RRD.
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Entender
os sistemas
de aviso
prévio,
como
preparar a
tua família e a
tua casa para
as cheias, o
que levar ao
evacuar.
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Aviso e
conselho
para
evacuação,
situação
actualizada,
evacuação
informação.
Actualização
da
situação,
como
se manter
salvo
e saudável,
onde
obter
ajuda.
O impacto
da calamidade,
planos
de
recuperação,
onde
obter
assistência
para
reabilitação.
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O que faz com que uma história seja notícia?
Durante a fase de mitigação e preparação antes das cheias ocorrerem, pode parecer que não há muito para
se falar em relação às cheias. Prestar atenção ao que transforma uma história em notícia pode ajudar a identificar
como tornar a informação RRD digna de notícia, durante o ano todo.
• Notícias de última hora:
Algo acaba de acontecer ou está a acontecer. Para alguns exemplos podes incluir novos planos de emergência,
pesquise descobertas, lance novos programas ou a simulação de novos exercícios.
• Localize a estória:
Encontrar um ângulo local para uma história regional ou internacional de RRD vai conectar os teus
ouvintes ao movimento global de preparação para calamidadess. A tal estória será mais apelativa se
for contada de um jeito em que a sua audiência possa relacionar-se com ela. Por exemplo, uma
conferência regional de administração de cheias ou uma reportagem sobre as cheias noutros países
será mais interessante se ela incluir perspectivas locais sobre o que está a acontecer e como ela se
relaciona com a vida das próprias pessoas.
• Mostra o impacto:
Um evento ou tema podem ser uma estória atractiva se o jornalista mostrar como a audiência está a
responder, ou quais são as implicações para a audiência. Isto obviamente durante as cheias, mas na fase
pré-cheia, pode-se incluir notícias em torno de mitigação e adaptação.
• Tendências:
Uma direcção geral de como as coisas estão a ir. Por exemplo, um debate sobre mudança climática e qual
será o impacto das cheias no país.
• Interesse-Humano:
Descubra as estórias humanas por de trás do que está a acontecer, as pessoas que estão afectadas e
com quem a audiência possa identificar-se. Por exemplo, se fizeres um artigo sobre o exercício de
simulação, certifique-se de que falas tanto com os especialistas como com os participantes.
Pergunte-lhes sobre a experiência e que impacto é que isto poderia ter nos seus comportamentos
durante as cheias.
• Procure estórias escondidas:
Procure perspectivas fora do comum, eventos e personalidades.
Ideias de programação
Transmita em directo de um exercício de simulação de cheias ou grave o que está a acontecer
durante o exercício. Depois entreviste os coordenadores para saber o que correu bem e o que
poderia ter-se feito melhor. Entreviste os participantes sobre as suas experiências.
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Exercício: Digno de notícia?
Leia os seguintes exemplos, o que faz com que estes eventos sejam notícia?
Que ângulos as rádios podem usar para fazer a reportagem? Escreva um
boletim noticioso para cada.
1. Uma Comunidade de Desenvolvimento Regional na África Austral lançou um Sistema de Aviso
Prévio.
2. Foi feito um exercício de simulação na tua vila. Estiveram presentes oficiais do INGC e representantes
do governo, que concordaram que o exercício foi muito bem conduzido, mas hà a necessidade de
uma evacuação mais rápida. Alguns participantes mais jovens foram os mais activos, tornando claro
o seu papel em estarem preparados para uma eventual emergência.
3. Uma ONG está a lançar um livro sobre técnicas de construção resistentes às cheias. Um dos discursantes
no evento foi um membro da comunidade local, que perdeu a sua casa nas últimas cheias, e ja está
a por estas novas técnicas em práctica.
RRC em acção:
Pontos a
considerar
• Quais são as
possíveis
histórias na tua
comunidade?
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Seguindo o desastre das cheias de 2009
em Namíbia, o Ministro da Educação,
com o apoio da UNESCO e UNICEF,
desenvolveram um Manual Escolar sobre
Emergência Preparação e Resposta. O manual de
escola foi adaptado em 8 programas educacionais
de rádio em redução de risco em desastre por
NAMCOL. Os programas foram traduzidos em três
linguas comuns nas áreas vulneráveis ás cheias e são
transmitidas atravês da corporação e radios
comunitárias da Namíbia. O programa em “Study Tips”
(dicas de estudo) foi premiado nos Mídia Awards de
Namíbia em 6 de Outubro de 2010 como “Best feature
story” (a melhor estória) pela Instituição de Mídia da
Africa Austral, Namíbia Chapter.
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Informação sobre mitigação de cheias
Mitigação sobre o impacto das cheias refere-se à estratégias e actividades para minimizar o impacto dos
perigos e calamidades. O impacto adverso muitas vezes não pode ser completamente ou totalmente
prevenido, mas a escala ou a sua severidade pode ser minimizada. Isto pode incluir medidas tais como:
prevenir ou restringir novos ou desevolvimentos inapropriados ou actividades na área das cheias;
remoção de certas estruturas no local das cheias; estruturas que sejam resistentes às cheias nestas
zonas; introdução de medidas estruturais tais como a construção de barragens, vales e canais de água;
controlar a prática do uso da terra; e aplicar os sistemas de previsão de cheias e sistemas de avisos que
tenham a ver com mecanismos de resposta. (Pilon)
Estratégias de mitigação são muitas vezes dificilmente aceites pelas comunidades. Mudar longos historiais
de onde e como fazer plantações, como construír e mesmo de onde viver podem ser coisas muito difíceis
para as comunidades aceitarem. As rádios comunitárias podem ter um papel muito importante
comunicando o porquê da necessidade de mitigação e facilitar na resolução das preocupações e
perspectivas das comunidades.
Em alguns casos as actividades de mitigação são estruturadas, sendo a responsabilidade do governo..
Nesse caso, a RC pode ajudar a facilitar o diálogo. Noutras ocasiões, há certas acções que as pessoas
singulares podem tomar para facilitar a mitigação.
O plano de Moçambique para a prevenção e mitigação de Calamidadess Naturais, têm um número de acções
relacionadas com as cheias. Tal inclui:
• Construção e reabilitação de valas nas bacias dos rios Incomáti, Limpopo, Save, Búzi, Púngoe, Zambeze e
Licungo;
• Formulação do plano para a administração das bacias dos rios Incomáti, Maputo, Zambeze, Púngoe e Búzi;
• Construção da barragem e conduta de Moamba;
• Construção da barragem Bue Mariea;
• Construção da barragem do rio Licungo;
• Melhoria no sistema de drenagem da cidade da Beira.
Ideias de programação
Reveja o Plano para Prevenção e Mitigação de Desastres Naturais. Que estratégias são
relevantes para a tua comunidade? Investigue e faça um relatório sobre o progresso.
De acordo com este plano, enquanto estes projectos não acontecem é urgente:
• Melhorar e expandir os sistemas de aviso prévio;
• Mapear as bacias dos rios com os detalhes necessários para a análise de risco mais objectivos;
• Estabelecer Comités Distritais de Gestão de Riscos com o envolvimento das comunidades;
• Construcão de pequenos sistema de irrigação nas zonas altas do rio para evitar que os agricultores façam as suas
machambas e farmas nas proximidades dos rios;
• Reassentar as populações da Beira, Maputo, e Quelimane que vivem em áreas pantanosas com ou sem drenos
defeituosos;
• Motivar e estimular a construção de casas melhoradas em volta de sistemas de drenagem para a água das
chuvas;
• Tornar obrigatório o uso de latrinas melhoradas nas cidades, proibindo o uso de espaços públicos como casas de
banho. (Conselho de Ministros 2006)
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RRC em acção:
Construíndo para
as cheias
A “UN-Habitat” tem estado a promover uma estratégia alternativa ‘vivendo com as cheias’ numa
colaboração com o governo de Moçambique. Diferentes tipos de materiais de interacção para
consciencialização foram preparados, tais como um manual colorido “Aprender a Viver com as
Cheias”, acompanhado de um jogo de cartas, vários posters e um filme animado de curta metragem.
Intervenções na demostração incluiu a construção de um edifício público resistente a cheias e um
número de casas elevadas de baixo custo usando desenhos simples de arquitectura adaptadas a
cultura local, para que estas possam ser usadas como modelos a serem imitados nas outras áreas
vulneráveis a cheias. (UNDP 2010)
Investigue os tipos de técnicas usadas na construção, para a resistência contra as cheias na tua
area. Faça um relatório. Ou convide alguém da comunidade para falar sobre como foi que
reabilitaram as suas casas de modo a serem resistentes aos desastres.
As famílias e comunidades podem tomar acções que ajudem a mitigar o impacto das cheias. A secção a seguir
mostra algumas estratégias possíveis. Mas ainda assim os jornalistas devem sempre reiterar que durante uma
emergência as pessoas devem prestar maior atenção sobre como a situação tende a evoluir e procurar constantemente
informação actualizada.
A eficácia da estratégia de mitigação e da preparação às vezes depende da severidade das cheias. Por exemplo,
as pessoas podem construir casas mais fortes e abrigos seguros para a sua protecção no tempo das cheias, mas
se as cheias forem severas a evacuação é a única solução.
Repita regularmente a mensagem. Não espere fazer a evacuação tarde de mais.
Construção de casas mais resistentes
Um aspecto da mitigação é que as pessoas devem construír casas mais resistentes. Isto pode incluir os seguintes
conselhos:
• Evitar a construção de casas nas zonas baixas ou perto dos rios.
• A Construção de casas e propriedades deve ser de modo que elas sejam fortes o suficiente para resistirem às
cheias.
• Construção de plataformas para retenção das águas durante as cheias.
• Construção de casas elevadas e facilidades de armazenamento.
• Construir quintais fortes.
• Construir um tecto artificial para guardar comida, água, documentos, sementes e outros documentos importantes
em caso de cheias.
• Use bambu para construção de casas, porque é forte e cresce rápido nas condições de temperatura de
Moçambique.
• Construa celeiros a uma altura elevada o suficiente para prevenir as plantações de serem afectadas na eventualidade
de cheias menores ou moderadas.
• As casas devem ser fortes o suficiente de modo que as famílias possam viver nos tectos durante as cheias.
Quando há famílias a viverem nos tectos, serão necessários abrigos para proteger as famílias particularmente do
sol e chuva.
• Modificar as casas de modo a reter a água da chuva que cai no tecto e nos abrigos, providenciando assim uma
fonte de água limpa durante as cheias.
• Construír aterros em volta das casas para as cheias de
pequena profundidade.
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Pontos a
considerar
O que as comunidades podem fazer
• Um abrigo seguro elevado pode providenciar refúgio temporário
ou permanente para as pessoas durante as cheias, evitando a
necessidade de evacuação. Este lugar pode ser usado como escola,
centro de comunidade ou mercado quando não há cheias. Porém
todos devem estar conscientes de que o abrigo seguro pode ser
afectado no evento de cheias extremas, quando o nível das águas
excede o nível do topo do abrigo.
• Que tipo de actividades de
mitigação existem na tua
comunidade? Quais são as
sugestões?
• Estão a ser seguidas? Se não,
porquê?
Mais Informações:
O manual “Como Viver Com Cheias” providência uma série de acções que as pessoas podem tomar para tornar as
suas casas e comunidades mais seguras. Leia estes e outros materiais, e fale com organisações locais para mais
informações.
Exercício:
A seguir é um excerto do rádio drama, Bravos
do Zambeze/ Leoes do Limpopo. Depois de ler
esta passagem, faça uma encenação de entrevista com Amélia, uma
funcionária de uma ONG que está a tentar ajudar a comunidade a usar
técnicas que podem ajudar a tornar as casas mais resistentes. Lembra-te
que queres comunicar a informação aos ouvintes como Domingos, que está
reluctante em mudar o modo de construção.
Senhor Domingos
Amélia, o que fazes por aqui?
A mãe do Pedro mandou-me para ver se posso te ajudar.
Eu já te disse que nós sabemos o que estamos a fazer. Podes ir para casa. Não precisamos da tua ajuda.
Eu acho que devo ficar. A mãe do Pedro é que me mandou para aqui para te ajudar, acho que deves
respeitar o desejo dela, em particular agora. Sabes que ela não está a passar bons momentos.
DOMINGO: (relutante) Tudo bem. Podes ficar. Mas vá ficar naquele sitio ali para não impedires a passagem dos
trabalhadores.
AMELIA:
Senhor Domingos, eu tenho experiência neste tipo de trabalho…há muitas razões para mudares a forma
como estás a construir.
DOMINGO: O que é que estamos a fazer de errado na forma como construímos? Andamos a construir assim faz
anos…
AMELIA:
Sei disso, mas há novas formas que…
DOMINGO: (a ficar irritado) Senhorita, não precisamos de novas formas!!!
AMELIA:
Por favor, Senhor Domingos, podes me ouvir um pouco? Faça isso pela mãe do Pedro.
DOMINGOS: (suspiro, longo) Tudo bem, tudo bem! Diz lá então o que queres...
AMELIA:
O que é que acontece sempre que há grandes calamidades? As casas ficam destruídas, não é? Então,
que tal se houvesse uma forma de construir que evitasse a destruição das casas? Não achas que aos
menos os teus bens não haveriam de desaparecer? Por exemplo, se levantares a terra e erguer uma
sapata e construir a casa sobre ela, podes evitar isso. Outra coisa que podes fazes é colocar prateleiras
altas para guardares os bens mais importantes...
DOMINGOS: (interrompe) Já te ouvi o suficiente! Sapata? Alguém aqui já ouviu falar dessa tolice?! Olha mocinha,
não te intrometas na nossa forma de viver!
AMELIA:
Mas eu apenas...
DOMINGOS: (interrompe, grita) Chega!!!
AMELIA:
DOMINGO:
AMELIA:
DOMINGO:
AMELIA:
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Informação sobre a necessidade de preparação para as cheias
Uma rádio comunitária é exactamente isso, parte da comunidade. Existem muitas maneiras de uma estação
de rádio comunitária ajudar as pessoas a prepararem-se para um calamidades.
• Trabalhe com líderes comunitários e organisações que procuram soluções locais apropriadas e que fazem planos
muito antes das calamidades para situações de emergência. Eles irão providenciar-te informações específicas que
sejam relevantes para a tua audiência. Compartilhe estas infromações com os membros da comunidade activos
em procurar soluções.
• Em muitas comunidades o nível dos rios é constantemente monitorado. Difunda informação sobre os níveis dos
rios, assim como difundirias a temperatura ou qualquer outra informação diária. Desse jeito as pessoas estarão
sempre actualizadas, e atentas caso surja algum problema.
• Use efeitos sonoros. Os grupos comunitários são activamente envolvidos em organizar reuniões, usando som
emitido a partir de chifres, apitos, megafones, batuques, etc para aviso de cheias. Use estes sons na tua difusão.
Ideias de programação
O teu grupo comunitário pode ajudar no momento de calamidades
Este excerto foi produzido pela "Farm Radio International". O objectivo desta passagem é
encorajar os grupos locais a reconhecerem as habilidades que eles têm e que serão úteis
durante as calamidades. Este excerto usa um clube de rádio de mulheres como exemplo. Os
jornalistas podem adaptar este excerto para o contexto local que seja familiar para a sua
audiência. As mulheres neste grupo usam as suas habilidades organizacionais para prepararemse para as cheias. Mesmo que o aviso seja dado em pouco tempo, os grupos comunitários
podem juntar as suas habilidades, conhecimentos e recursos para reduzirem o efeito das
calamidades.
Narrador: Quão preparada está a tua comunidade, caso ocorra uma calamidade natural?
Vais escutar como a rádio clube de mulheres de Busara preparou-se para emergência. A rádio
clube reúne-se semanalmente para escutar programas de rádio sobre saúde, farma e pequenos
negócios. Depois do programa, as mulheres falam sobre como podem usar a informação
para melhorarem as suas vidas. Vamos escutar uma reunião onde elas perceberam que têm
potencial para ajudar a comunidade caso ocorram calamidades.
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Cena I
SOM DE MÚSICA DA RÁDIO e INTERFERÊNCIA.
Jornalista da Rádio: (desvanecendo)… e assim acaba o programa de hoje. Agora as notícias
locais. Há um alerta de cheias nas áreas em volta do rio Maha. As chuvas abundantes nos últimos
dias causaram a subida do nível das águas e há planos de evacuação de alguns moradores...
(desvanecendo)
INTERFERÊNCIA DE SOM QUE VAI DESAPARECENDO.
SOM DE MUITAS MULHERES FALANDO E ANIMADAS.
Iman:
Sela:
Ashanti:
Iman :
Evacuação?! Isso quer dizer que desta vez as cheias são muito sérias.
Bem pensei que estas chuvas fortes estavam fora do normal. Ashanti, lembras-te das
estórias que os nossos avôs contaram sobre os danos causados pelas cheias há
quarenta anos?
Lembro-me. Ninguémacredita que isso pode acontecer com ele. Mas agora temos
que fazer alguma coisa para ajudar.
O que queres dizer? O quê é que podemos fazer? Não temos um plano de calamidades
e ninguém para nos ajudar.
SOM DE MULHERES A FALAREM E A DISCUTIREM.
Ashanti:
Sela:
Ashanti:
Sela:
Iman:
Sela:
Não vamos entrar em pânico. Podemos não ter ajuda de fora, Iman, mas temos este
grupo - clube da rádio. E eu sinto que como organização, nós somos fortes. Nós
trabalhamos juntas há muito tempo. De certeza que podemos usar essa força de
alguma maneira.
Essa é uma boa observação, Ashanti. O meu irmão faz parte de um clube de desportos.
Durante as secas, há alguns anos atrás, os membros do clube de desporto organizaramse para distribuír comida. O trabalho do clube provavelmente salvou muitas vidas.
Sela, esse é um exemplo excelente! Vês Iman? Podemos fazer alguma coisa! Vamos
lá pensar sobre os pontos fortes do clube. Que habilidades é que temos? E como é
que podemos usa-las para ajudar os outros agora.
Bem, nós somos bem organizadas.
O que queres dizer, Sela?
Bom, nós temos mantido este grupo em pé há muitos anos, e em todos esses anos
aprendemos muitas coisas. E já trabalhamos com outras vilas em vários projectos
bem sucedidos. Lembram-se do projecto “poupando sementes”? E o projecto de
tecelagem para as mulheres da vila.
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Sim, sabemos que podemos organizar. Então, por exemplo, podiamos trabalhar com
a comunidade para distribuirmos mantimento de emergência – como lençois de
plástico e mantas para manter as pessoas quentes e secas.
Sela:
Isso faz-me pensar noutro recurso que temos. Graças ao nosso clube, temos contactos
com outras rádios.
Iman:
Sim – mas como é que isso ajuda?
Sela:
Podemos usar os nossos contactos pessoais na estação de rádio para ter informações.
Por exemplo – o nosso amigo Sam na rádio “KISS FM” podia ajudar-nos. Podiamos
fazer reportagens regulares a partir das nossas casas sobre o que está a acontecer
– onde as pessoas podem obter água potável e outros suplementos.
Ashanti: Sela, porquê não investigas isso? Se há algo que possa ser implementado rapidamente,
podemos ter pontos de distribuição anunciados pela rádio. Podiamos escrever um
pequeno anúncio de rádio que promova a boa higiene. Podiamos discutir como
prevenir que as doenças se espalhem quando a agua subir. água
Iman:
Não tinha percebido do quanto podiamos fazer para ajudar!
Ashanti: Nós temos administrado as nossas casas e farmas todos esses anos. E criamos um
clube forte. Nós somos um grupo de mulheres bem organizadas! Quem disse que
não sabemos tomar acção numa emergência?
Ashanti:
SONS DE APROVAÇÃO DAS MULHERES.
SOM DE FUNDO DE MÚSICA ENQUANTO O NARRADOR FALA.
Narrador: A água continuará a subir em volta da vila. As plantações foram perdidas e as casas
afundadas. Mas o clube de rádio das mulheres teve um papel importante na ajuda da sua
comunidade, concretamente na preparação e adaptação durante a calamidade. Muitas pessoas
expressaram a sua gratidão às mulheres pelo esforço na organização e recuperação.
MÚSICA A FECHAR, SOM FUNDO ENQUANTO O NARRADOR FALA.
Narrador: És membro de algum clube social? Uma equipe de desporto? Um grupo de farmeiros?
Se planearem e compartilharem conhecimento, o teu grupo pode participar na recuperação após
uma calamidade. Vocês podem:
• Aprender métodos tradicionais de armazenamento de sementes, e maneiras de proteger
plantações e meios de subsistência. E passar as boas ideias adiante.
• Criar uma lista das pessoas mais vulneráveis na comunidade. Criar um sistema de atendimento
a elas primeiro quando a calamidade ocorrer.
• Educar a população sobre a importância de um saneamento apropriado para reduzir a
contaminação de doenças durante as calamidades.
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Planos de Emergência
Uma mensagem chave de preparação para enfrentar as cheias é encorajar individuais, famílias, escolas, negócios
e toda a gente a ter um plano de emergência. Tal plano deve incluir o que preparar com antecedência antes de
qualquer calamidades, o que ter preparado quando parece haver possibilidade de cheias e o que fazer quando
chega a altura de sair de casa. O plano de evacuação é uma das mensagens que as pessoas ouvem, mas a menos
que tenha havido uma calamidade recente as pessoas não levam a sério. O teu trabalho como jornalista é usar
vários formatos para consistentemente difundir esta mensagem.
Preparando provisões
• Se possível, guarde água potável num lugar que não tenha sido arrastado ou poluído durante as cheias. Isto
pode ser feito colocando um tanque de água acima do nível das águas das cheias e mantendo o tanque cheio
durante a época das cheias.
• Guardar ou identificar acesso à lenha ou outros meios para cozinhar.
• Guardar cordas e malas, pois podem ser usados para proteger bens e podem-se pendurar em sítios altos,
por exemplo árvores.
• Os cidadãos devem armazenar cedo os bens úteis, alimentos prontos a consumir, água, pilhas para
lâmpadas e rádios (se tiverem) durante uma emergência um conjunto de medicamentos e
lanterna.
• Tenha um conteúdo que possa proteger os alimentos fáceis de serem estragadas pela água das cheias.
água.
• Quanto mais comida puder ser reservada melhor; certifique-se de que não é contaminada. Pão, alimentos
secos, chá, café. Se tiveres uma garrafa térmica, manteha-na com água quente.
• Guarde todos os objectos importantes num lugar o mais alto possível.
• Documentos necessários – junte toda a informação que precises, informação sobre serviços de emergência,
documentos de identificação, e contactos que possas precisar para contactar outros membros da família que
não estejam em casa. Guarde num plástico dentro da caixa a prova de água.
• Objectos de valor – Não esqueça de proteger os teus objectos preciosos.
• Roupas – Roupas quentes, casacos ou mantas em caso de evacuação.
• Kit de primeiros socorros – Não te esqueças de qualquer medicamento que precises, por exemplo inalador,
injecções ou comprimidos.
• Não te esqueças dos itens para bebés e crianças. Tenha em reserva fraldas, comida, garrafas e roupas para
os manter quentes.
Ideias de programação
As vozes de experiência podem ser as mais eficazes com as quais se aprender. Peça a pessoas que
tenham sido vitímas de cheias passadas para virem falar sobre como elas se prepararam, ou o que
elas gostariam de ter feito de maneira diferente.
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Exercício:
Decidiste fazer um programa de preparação durante 8 semanas, cobrindo
uma varieadade de assuntos sobre como estar preparado e mitigação do
efeito das cheias. O formato será um painél de debate, ‘talk show’ com três convidados por semana.
Faça um esboço da mensagem chave do programa para as 8 semanas.
Exemplo:
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No.
Tópicos
Mensagem Chave
Conteúdo/ Entrevistados
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O que levar
durante a
evacuação
• Leve os itens mais preciosos.
• Planifique o que levar antes
das cheias começarem e
guarde-as cedo, mesmo que
penses que a calamidade não
acontecerá.
• Representante da INGC, quando prepararse para sair.
• Cruz Vermelha, o que levar para se manter
saudável.
• Um sobrevivente de cheias para falar
sobre o que gostariam de ter levado, ao
invês do que realmente levaram.
No.
Tópicos
Mensagem Chave
Conteúdo/ Entrevistados
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Cobertura quando as cheias começam
A necessidade imediata para as pessoas afectadas por crises é informação
relevante que vai ajudar-lhes a certificar-se que eles e as suas famílias
estão seguras. Nesta fase, a comunidade é obrigada a recorrer nas
próprias pessoas e seus próprios recursos
para a sua ajuda – ainda não há uma resposta organizada.
Eles vão querer saber…
• O que exactamente está a acontecer?
• Quais os outros locais afectados? Qual é o lugar seguro mais próximo?
• Quem está em risco na comunidade local?
• Porquê é que isto está a acontecer?
• Quanto tempo é que vai durar a situação? Há algum prazo conhecido,
por exemplo, espera-se chuva nos próximos três dias, as pessoas
precisam de saber.
• Que tipo de assistência existe? Onde?
• Quem está a providenciar ajuda?
• É seguro movimentar-se?
• Onde obter mais informações?
Fontes a espera de
actualização
INAM – Avisos em relação a chuvas
torrênciais, ciclones tropicais, ventos
fortes e ondas de calor. Providencia
também informação diária sobre
chuvas às Autoridades responsáveis
pelas Àguas e a INGC.
DNA – As autoridades de Àguas são
responsáveis pelas previsões de
cheias, monitoria e avisos.
(Para mais contactos, veja as páginas de
Fontes e Contactos neste manual)
Algumas mensagens chave sobre as cheias
Pontos a
considerar
1. Pesquise: Leia o que ja foi publicado sobre a situação.
2. Contactos: Faça uma lista de contactos potenciais no
governo, a nível humanitário e a nível local.
3. Verifique: Informação existente. Selecione os factos
e os rumores.
4. Informação de Primeira Mão: Comece a fazer
telefonemas, especialmente para as os contactos
existentes nas regiões afectadas. Junte essas
informações às chamadas para as fontes oficiais;
governo, hospitais e agências de ajuda humanitária.
5. Organize: Sente e organize as informações e
entrevistas que tens. Veja qual será a ordem mais
eficaz e o uso destas informações.
6. Pergunte e si mesmo: Como é que esta crise
humanitária afecta a minha audiência? O quê é que
eles precisam de saber para entenderem e se
importarem sobre este assunto? Estas questões devem
ser respondidas o melhor possível no teu artigo. Elas
são na verdade a informação essencial que a tua
audiência precisa e a tua responsabilidade é para com
eles.
Fonte: http://www.internews.org/pubs/pakistan/Humanitarian
Reporting_Journalists Handbook_Pakistan_.pd
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• Escuta a rádio ou televisão, ou esteja em contacto
com o líder comunitário para conhecer a previsão
do tempo e quando é que a chuva vai parar.
• Monitorar o nível dos rios, em casa ou na cidade.
• Evite andar ou conduzir nas águas das cheias o
máximo possível. As águas podem ter corrente.
Tenha em especial atenção ás crianças.
• Evite o contacto com a água das cheias - pode
estar contaminada.
• Não beba água das cheias porque estará
contaminada.
• Apanhe água da chuva num conteúdo limpo
para que possas usar.
• Evite conduzir em áreas afectadas pelas cheias,
porque pode haver buracos e podes cair
neles.
• Procure os vizinhos idosos ou vulneráveis, podem
estar a precisar de ajuda.
• Evite entrar nas casas, porque pode haver arrame
farpado, cabos eléctricos, vidros, latas ou
quaisqueres outros perigosos escondidos na
água, ou que poderão cair.
• Se a tua casa foi afectada pelas cheias procure
um outro lugar para acomodação.
• Baldes – Não use casas de banho, bloquei-as
com toalhas ou com sacos de areia para prevenir
a entrada de água . Se usado com um saco de
lixo o balde pode servir de sanita.
• Siga as instruções dadas pelo comité local.
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Administração da Cobertura
Cinco Dicas para se ser útil a comunidade
• Ponha o teu plano em acção: Se já há um plano,
o primeiro passo é a revisão do mesmo. Distribua
tarefas específicas ao pessoal, tais como quem vai
falar com a fonte do governo, quem vai cobrir a
área de saúde, etc.
• Juntando informações: Junte informações para
que sejam difundidas.
• Verificar os factos: Numa situação de cobertura
rápida pode ser tentador ir ao ar com informação
rapidamente. É especialmente importante numa
situação de emergência verificar os factos e fontes.
Factos e avisos incorrectos não só providenciam
aos teus ouvintes informação pobre, mas também
prejudicam a credibilidade dos avisos em geral.
• Tenha encontros regulares: A situação pode
mudar rapidamente durante as cheias, tenha
encontros regulares com os produtores,
apresentadores e os que buscam informações para
ficar sempre actualizado em relação aos
acontecimentos.
• Não relate apenas a estória do “desastre.”
Publique ou transmita informação que vai ajudar
e que será útil para o público tais como onde
procurar abrigo, como obter assistência
financeira.
• Use factos; não seja sensacionalista. Evite
generalizações tais como "o maior fogo de
sempre," "a tempestade do século."
• Verifique sempre as credênciais dos teus
especialistas. Certifique-se que as tuas perguntas
são das suas áreas de especialização.
• Não denigrir as vitímas.
• Mencione as fontes. As pessoas falam
descontroladamente no meio de um desastre.
Certifique-se de que mencionas todas as
citações e verifique sempre os factos.
Emitido em: 27/06/2008 Relatório de Desastre
• Use fontes múltiplas: Pesquisas em comunicação de risco revelam que as fontes que usam somente o governo
são menos credíveis do que as que incluem fontes múltiplas como especialistas independentes e de outros sectores.
Fontes múltiplas, combinadas as estórias pessoais, têm os maiores níveis de interesse e credibilidade.
• Tenha informação em dia: Uma situação de emergência pode mudar rapidamente. Contacte os oficiais do
governo e organizações de apoio a calamidades para informação actualizada regularmente.
Exercício: Simulação de Crise
Depois do rio transbordar os seus limites ontem, as águas das cheias
aumentaram na tua comunidade. Há informações de que algumas estradas
foram cortadas, as pessoas estão a ser evacuadas e que muitas pessoas perderam as suas casas. O
governo e as organizações de apoio estão a ter dificuldades parachegar ao local e decidir o que pode
ser feito. Felizmente, a estação de rádio fica num ponto muito alto, então ainda consegue-se trabalhar.
Os telefones ainda funcionam, mas até agora só conseguiste contactar os escritórios locais da INGC e
o hospital
1. Imagine que tens 15 minutos antes do próximo boletim noticioso ir ao ar. Tenha uma reunião editorial
para determinar que informações precisas, o que precisa de ser feito, quem vai fazer e como é que
vais te certificar de que a notícia é confirmada e levada aos ouvintes o mais depressa possível.
(lembra-te que o tempo é crucial, tudo precisa de ser feito com rapidez. Se estás a usar este manual
para aprendizagem própria, planeia em detalhes o que precisaria de ser feito) ensaie a operação da
rádio para os próximos 60 minutos.
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Necessidade de informação durante a resposta
Dentro de poucos dias, a comunidade vai estar um pouco mais organizada. Por esta altura alguma forma de assistência
poderá estar a caminho, algumas agências internacionais no local ou no país poderão providenciar alguns serviços imediatos.
Uma missão completa de ajuda humanitária internacional leva geralmente, pelo menos, dez dias até ser largamente efectiva.
Nesta fase, a audiência afectada precisa de informação actualizada diáriamente, não só do que aconteceu e do que
ainda pode estar a acontecer, mas também de respostas a perguntas como:
• Posso ir para casa?
• Para onde devo ir?
• Onde posso apanhar comida, água, assistência médica – horas e locais?
• Sou elegível / como registar para distribuição de provisões?
• É seguro movimentar-se?
• O que aconteceu às redes de comunicação telefone / internet?
• Enterro dos corpos?
• Conselhos para tratamentos e primeiros socorros básicos de doenças / ferimentos.
• Prevenção de doenças básicas (higiene e saneamento)
• Como localizar os membros da família?
• Quem está a oferecer ajuda? (Nome da agência, bandeiras, logotipos, como reconhecer?)
• O quê que está a acontecer no resto do país?
• O quê que o governo está a fazer?
Apoio da media para recuperação e reconstrução
A medida que o tempo passa, semanas e meses depois do pico de uma emergência, os repórteres da comunidade afectada
precisam de continuar a dar prioridade à informação humanitária. Durante esta fase, a atenção das pessoas é virada a
problemas de longo termo, por exemplo como mandar os seus filhos de volta a escola, lidar com trauma na comunidade,
recuperar documentos perdidos, os seus direitos na reclamação de terrenos e casas e o ter que recomeçar plantações
ou reabrir negócios. Elas continuam a precisar de informação na resposta das accões humanitárias, na reconstrução de
casas e escolas, na restauração de serviços básicos, segurança e outros factores que continuam a afectar as suas vidas.
• Consulte especialistas: Um especialista de fora independente, pode ajudar a responder a questões técnicas,
levantar questões que valem a pena ser investigadas.
• Mantenha-se na estória: A curto prazo, esteja em cima de novos desenvolvimentos, actualizações e correcções.
Reporte o que acontece aos sobreviventes feridos. Dê detalhes sobre os prejuízos causados e uma estimativa dos
custos, o que vai mudando com o tempo.
• Esteja em cima das tentativas de alívio e reconstrução.
• Especialistas - Coloque repórteres para explorarem ângulos que os outros podem ter deixado para trás. Por
exemplo, um jornalista na área de educação pode olhar para como os estudantes foram afectados; um jornalista
na área de negócios pode explorar sobre o impacto económico a longo prazo.
• Participação comunitária: O que as pessoas singulares e as comunidades estão a fazer para prepararem-se para
as calamidades e como os jornalistas podem divulgar estas iniciativas.
• Procure documentos: Procure registos públicos de informação relacionada as cheias, os planos foram bem
implementados?
• Sonde os padrões: Olhe atentamente a dimensão do prejuízo causado por uma calamidade. Há algumas
propriedades que tenham resistido enquanto outras por perto foram destruídas? Examine o padrão das construções,
os registos de autorização e manutenção. Há prejuízos que poderiam ter sido evitados?
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Exercício: Recuperação depois das cheias
Entrevistas com pessoas afectadas pelas cheias podem providenciar
grandes perspectivas nesta devastadora experiência. Leia a entrevista
seguinte a uma mulher de 45 anos que vivia no centro de reassentamento
de Ndambuenda–Morrumbala.
Que programas específicos são necessários para responder as necessidades desta ouvinte?
O que aconteceu?
Era noite começou a chover e a água começou a entrar dentro de casa. Haviam duas situações: tinhamos
água que vinha do Rio Zambezi a invadir a nossa casa e também as chuvas fortes.
Como é que as cheias afectaram a vida da tua família?
Perdemos tudo, desde casa, roupas, comida, cabritos e porcos. A água que invadia a nossa casa era
muita e não deu tempo para levarmos muitas coisas, somente os nossos cinco filhos e tivemos que
encontrar um lugar seguro para nos acomodar-mos. Pensei que seria uma cheia normal como a que
acontecera há muitos anos atrás. Mas desta vez foi diferente, porque fomos muito prejudicados.
Como é que tu e a tua família se sentem em relação as cheias?
Estamos a viver uma situação muito complicada, porque as cheias deste ano foram mais violentas.
Nunca tinhamos visto nada assim antes. Estamos insolados da nossa família e amigos não sabemos
onde alguns deles se encontram. É provável que estejam no outro centro de Morrumbala.
O que fizeram quando as cheias começaram?
Ficamos desesperados no meio das cheias violentas, mas o meu marido teve coragem e foi procurar
pelo dono de uma canôa. Alugamos a canôa por 500 Meticais para trazer toda a família até aqui a
Morrumbala e deixamos tudo para trás.
O quê é que cada pessoa na família fez, em termos de responsabilidade de cada um?
Enquanto o meu esposo procurava pelo dono da canôa para nos levar, eu e os miúdos juntavamos
comida e roupa. Mas devo dizer que levou algum tempo para nós reagirmos, porque pensamos que
fosse uma daquelas situações temporárias, mas a verdade é que a água continuou a subir.
Vocês perderam algum membro da família ou conhecem alguém que tenha perdido?
Ninguém morreu na minha família e não conheço nenhuma família que tenha perdido alguém. As
pessoas tentaram no meio do desespero chegar a Morrumbala e só perderam os bens.
Há alguma coisa que deveriam ter feito de forma diferente?
Não tinhamos outra maneira de fazer as coisas de maneira diferente. O que poderiamos fazer? Depois
de esperarmos quatro dias para a água baixar, o que não aconteceu, tivemos que tomar a decisão de
usar o pouco dinheiro que tinhamos para pagar a canôa e salvar as nossas vidas. A situação era muito
complicada, tivemos que encontrar maneira de fugir. Tinhamos medo ainda assim, que a nossa casa
pudesse ser assaltada. Se nós soubessemos que a situação seria tão desastrosa, teriamos tirado todos
os nossos bens para um lugar seguro.
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Hoje estamos aqui, a tentar reconstruír tudo outra vez. O conselho que tenho para as pessoas é que
elas devem procurar lugares seguros para evitarem passar pelo que eu e a minha família passamos. Se
tivessemos pensado em sair de Nhangoma logo que as águas começaram a invadir as quintas e as casas
não teriamos tido tanta dificuldade.
O quê que cada pessoa na família fez?
Estavamos todos preocupados e alarmados pela situação, a nossa decisão foi depois de três dias quando
as águas começaram a subir e a entrar na casa, todos queriamos a canôa para escapar. Enquanto eu
levava as crianças o meu esposo e o dono da canôa seguiam a margem do Pinda. É difícil dizer o que
cada um fez, porque na altura estavamos em pânico por causa das cheias.
Que conselho darias às outras pessoas?
Que tomem medidas de prevenção imediatamente, logo que haja suspeitas de que a situação possa
piorar, para que se tenha mais tempo de transportar as crianças e bens. Depois dos primeiros sinais
começarem, tem que se escutar a rádio, porque a informação é muito útil para saber quais são os locais
de risco.
Em Prática – Reportagem sensível
• Os repórteres devem saber como dirigir-se as vitímas para entrevista.
• As vitímas devem ser tratadas com dignidade e respeito.
• As vitímas devem ser procuradas mas também permitidas a dizer
não. Se a resposta for não, o repórter deve deixar um cartão-devisita ou um contacto para onde as vitímas possam ligar mais
tarde. Muitas vezes as melhores estórias vem deste jeito.
• Cada vitíma é uma pessoa individual e é assim que elas devem ser
tratadas, não como parte de um número geral.
• As pequenas coisas contam. Ligue as vitímas para verificação de
factos e citações. Enfatize “ficheiros de vida” sobre as vitímas,
ao invês das estórias comuns sobre como elas morreram.
Fonte: http://dartcenter.org/content/five-steps-to-covering-disaster-effectively
Fontes
Council of Ministers, Republic of Mozambique 2006, ‘Master Plan for the Prevention and Mitigation of Natural
Disasters’
INGC 2009, ‘Study on the impact of climate change on disaster risk in Mozambique: Synthesis Report on Climate
Change – First Draft,’ National Institute for Disaster Management
Potter, D and Ricchiardi. S. Disaster and Crisis Coverage
World Health Organisation/ Ministry of Health (WHO/ MHO), (November, 2008) ‘Health Cluster Report January
– June 2008’
http://www.dfid.gov.uk/r4d/PDF/Outputs/Water/R8159-Source_Book.pdf
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Amostra do plano de formação
Usando os planos de formação
A secção seguinte contém as amostras dos planos de formação. Os formadores devem adaptá-los às necessidades
locais. Tem material suficiente no manual de formação para ter maior tempo de formação. Os participantes devem
ser encorajados a lerem as secções relevantes do manual antes, durante ou depois da formação para preparar ou
reforçar as lições aprendidas.
Materias necessários:
• O material do curso
• Pré-testes
• Cartolinas
• Marcadores
• Folhas de papel A4
Sessão 1: Introdução ao jornalismo sobre as cheias
No fim da sessão os participantes serão capazes de:
• Explicar o problema das cheias em Moçambique e o papel da rádio na problemática das cheias
• Identificar os problemas chave e riscos de cheias, especialmente relacionados com a saúde e perca de propriedades
e de meios de subsistência
• Passos que as estações de rádio precisam tomar para estarem preparadas para as cheias.
Processo
Tempo: 30 minutos
Introdução
• Introduza a secção
• Se estás a usar o módulo das cheias como parte de um curso mais longo, tens que terminar antes o pré-teste
de jornalismo de cheias, se estás a usar só este módulo para a formação, não precisas de completar o préteste de jornalismo de cheias.
• Faça uma revisão da história das cheias em Moçambique
• Reveja o papel das rádios comunitárias na gestão das problemática das cheias
• Reveja o plano de preparação da estação de rádio
Tempo: 30 minutos
Risco de cheias
• Reveja os riscos de saúde, de propriedades e de meios de subsistência associadas às cheias
• Peça aos participantes para completarem o exercício:Mensagens de risco e perigos. Debate
Tempo: 45 minutos
• Explique a necessidade da cobertura jornalistica das cheias iniciar muito antes das cheias.
• Reveja o que torna uma estória notícia.
• Completar o Exercicío: Digno de notícia? Este exercício pode ser feito individualmente ou em grupo de três,
dependendo do número dos participantes. Dê aos participantes cenários diferentes, para que assim cada um
possa fazer só um cenário.
Tempo: 15 minutos
Introdução
• Pontos a ponderar: Quais são possivelmente as novas estórias na tua comunidade? Peça aos participantes para
escreverem individualmente nas folhas A4, pelo menos três ideias para estórias relacionadas com as cheias,
cole-as na parede.
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Sessão 2: Cobertura de cheias
No fim da sessão os participantes:
• Estarão consciencializados sobre as estratégicas de mitigação e saberão a diferença entre mitigação e preparação
• Terão ganho experiência em entrevistas sobre a mitigação
• Terão novas ideias sobre como fazer um programa de preparação
• Terão consciência sobre as informações necessárias durante as cheias
Tempo: 30 minutos
Mitigação das cheias
• Faça o esboço da mitigação e estratégias
• Leia o excerto do Bravos do Zambeze (peça dois participantes para lerem, será mais interessante).
• Peça a dois outros participantes para encenarem a entrevista com Amélia no ar, sobre técnicas de
construção.
• Discutam como correu a entrevista.
Plano para preparação
Tempo: 1 hora
• Debatam rapidamente a diferença entre mitigação e preparação.
• Complete o exercício: Preparando um programa sobre as cheias (pode ser feito em grupos, dependendo
do número dos participantes).
Tempo: 30 minutos
Quando as cheias começam
Reveja a necessidade de informações chave necessárias durante as cheias.
Explique ao grupo os Exercícios de simulação
Na sessão seguinte, uma pessoa será o gestor da rádio e outra será o jornalista no ar. Os outros participantes
serão os produtores e trabalhadores da rádio, o facilitador (ou participantes) se forem muitos podem fazer
o papel de especialistas e contactos oficiais. A equipe tem tempo para uma reunião editorial de 15 minutos
antes de ir ao ar (use cronómetro, qualquer coisa depois de 15 minutos não será usado). Durante este
tempo vão ter que realçar a informação que precisam, como é que vão conseguir, quem vai fazer o quê
e como é que vão levar ao ar. O facilitador deve preparar a tempo as notícias mais importantes, por
exemplo um centro de assistência está instalado na escola na cidade próxima, chuvas torrências continuarão
durante a noite.
Se possível, grave a "emissão" para escutarem e aprenderem.
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Sessão 3: Simulação de emergência
No fim desta sessão os participantes:
• Terão ganho e simulado experiências em cobertura de crises.
Exercício de simulação
Planeando a parte editorial
Tempo: 15 minutos
Exercício de simulação no ar
Tempo: 30 minutos
Debate – O quê que aprendemos?
Tempo: 30 minutos
Peça a todos os participantes para dizerem o que aprenderam deste exercício.
Sessão 4: Recuperação e reconstrução
No fim da sessão os participantes:
• Estarão familiarizados com a necessidade de comunicação de recuperação e reconstrução.
• Terão tido a introdução aos assuntos sobre a mudança climática, em relação a RRD.
Tempo: 15 minutos
• Recuperação e reconstrução
• Revisão de necessidade de informação em recuperação e reconstrução
• Complete o Exercício: Recuperação depois das cheias
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