TEMPO, TER OU NÃO TER – VARIÁVEL INCONTROLÁVEL INTRODUÇÃO Todos nós nascemos iguais e temos o mesmo tempo. Este bem é público, portanto o tempo igual como todos os seres humanos. Dispomos dele de maneira privada. O sol nasce e põe da mesma maneira para todos sem distinção de raça, cor ou credo, ele é contemporâneo e globalizado. O tempo é uma busca eterna da humanidade desde seus primórdios. O tempo é perseguido através de disponibilidade para executar mais atividade, da estética onde as pessoas estão a busca de juventude, tempo perdido em fontes de água que trás juventude, pinturas do rosto, adereços, roupas, cirurgia plástica e até congelamento do corpo a espera do milagre da juventude eterna. A humanidade conhecia o tempo pelo nascer e por do sol, quando em 650 aC na Judéia foi inventado os primeiros relógios do tipo ampulhetas e o de sol. Com o relógio mecânico em 850 de nossa era inventado pelo arcebispo de Verona de nome Pacífico passamos a controlar hora, minuto e segundo. Para os cristãos em Eclesiastes 3:1-8 a bíblia diz que devemos ter tempo para tudo que está debaixo do céu. Tempo para plantar, tempo para colher, tempo para nascer e tempo para morrer e assim segue. Para a tribo Tiavéa nos comentários de seu chefe Tuiávii, nos mares do sul na Samoa, quando de sua experiência com os brancos eles dizem que os brancos reclamam pela falta de tempo toda vida e quando o tem pela aposentadoria, por exemplo, morrem de tédio pelo tempo disponível. Comentam que o tempo escapa porque o seguramos com muita força tal como cobra na mão molhada. O chefe Tuiávii diz que corremos atrás do tempo no lugar de esperar, não lhe damos tempo de descanso, não deixa que descanse ao sol. Diz também que o maltratamos com nossos costumes rudes porque não o entendemos e não sabemos onde está. O tempo na definição da tribo é quieto, calmo, pacato, gosta de descansar, de deitar-se à vontade na esteira. Na concepção desta tribo nós os ‘Papalagui’, ou seja, homem branco nunca construiu máquina que nos preserve da morte. Não há maquina, nem arte, nem encantamento que prolongue a vida humana, que lhe dê mais alegria e felicidade. (Scheurmann, Erich; O Papalagui; editora Marco Zero) Neste trabalho vou dissertar sobre um olhar diferente da variável chamado tempo. Vou fazer um corte na realidade de pensar o tempo não como uma programação simples do que fazer, mas uma proposta Autor: Professor Marcus Luiz Santana Moraes Página 1 de mudança na forma de pensar o tempo, não do que pensamos sobre o tempo, mas do como pensamos o tempo. A gestão do tempo é fruto do referencial que cada um nós temos na formação de sua vida e que pilota todo nosso comportamento. Passarei pela base de reflexão da tratativa pessoal para possibilitar lidar com o nosso tempo e finalmente sugestões ou o “pulo do gato” que possibilita ter tempo para tudo que se quer ou deseja. Autor: Professor Marcus Luiz Santana Moraes Página 2 JUSTIFICATIVA Venho falando em palestras e cursos desta gestão de tempo. Comecei tratando do tempo como administração de coisas e tarefas e depois evolui para gestão do tempo ou da vida porque tempo é vida. Durante 20 anos venho falando sobre a variável tempo ampliando cada vez mais seus conceitos e abrangência em diversos setores da sociedade tais como governo, empresarial e acadêmico. Quando falo sobre tempo sempre me pedem algo escrito e todas as vezes sugiro algum livro mesmo sabendo que muitas vezes o conteúdo destes livros não são o que falo sobre tempo, mesmo sabendo que o os autores escreveram com conteúdo oriundo de pesquisa e experimento, mas está próximo de alguma forma. A variável tempo enquanto disponibilidade para que nós humanos possamos fazer alguma coisa, divertir ou simplesmente meditar é algo que procuramos, justificamos tudo que não queremos fazer ou precisamos adiar, pessoas que nos interessa interagir naquele momento ou espaço de tempo e a saída é sempre: não tenho tempo para... Portanto, justifica registrar o olhar que tenho dado a gestão do tempo porque todos falam, mas poucos fazem. Digo sempre que se experimentar gerir seu tempo pode mudar a vida de uma pessoa que tenha coragem de encarar esta mudança. Gestão de seu tempo é penetrar em um campo perigoso e alerto a todos, pensem muito antes de entrar neste mundo porque as faltas de tempo todos conhecem, mas a fartura dele pode ser um grande problema em sua vida. Entrar neste mundo pode formar um diferencial novo em relação a “Administrar seu tempo”, identificar alguns tomadores (roubadores) de seu tempo, tomar decisão em função da escolha, da opção, e suas consequências e ainda saber a importância do acompanhamento e disciplina neste contexto. A justificativa vem da visão dada pelo Dr Wilson Brumer ainda presidente do grupo Acesita “O futuro não dará espaço aos descuidados”. Não saber lidar com seu tempo no século XXI é ser um descuidado consigo mesmo é não saber de si mesmo. Autor: Professor Marcus Luiz Santana Moraes Página 3 DESENVOLVIMENTO 1 – HISTÓRICO Desde que foi escrito a historia da humanidade registrou-se de alguma forma a falta ou o excesso de tempo e muitas vezes a falta para justificar ausências, procrastinações, tomada de decisões adiadas, perda de negocio, de um amor, desamores, presenças familiares, perda de um ente querido, etc. O excesso da mesma forma justifica um ditado popular que é a morada do diabo que até então não sabemos a origem que talvez possa ser uma forma desta sociedade dominada por elites que precisam manter as mentes ocupadas para que não possam pensar tornar-se massa de manobra e quem sabe foi o pecado de Eva por querer o fruto do conhecimento proibido e que ninguém diz o que tinha o conhecimento de proibido. Também o excesso justifica suicídios, planejamento com excesso de tempo para justificar atrasos escondidos, planejamento de imoralidades, roubos, drogas, conversa fiada jogada fora, decisões com base no ouvir dizer, etc. Pouco se fala do aproveitamento do tempo, o uso adequado pelo individuo, uso adequado da falta ou do excesso desse tempo. Pouco nos encontramos ou nos reunimos para discutir este tema. Como diz Paulo Freire, 1996, deveríamos discutir sobre a vocação ontológica do ser humano para o ser mais, não negando os condicionamentos genéticos, culturais e sociais a que estamos submetidos. Significa reconhecer que somos condicionados e não determinados. Reconhecer que a História é tempo de possibilidade e não de determinismo, que o futuro é problemático e não inexorável. Durante a década de 60 a 90 nas empresas procurou-se administrar tempo acreditando que se fizessem reuniões eficazes, tivesse agendas organizadas, que o computador com suas agendas eletrônicas poderiam resolver este problema dos executivos e gerentes. Também é fato que todos os cristãos que acreditam que a bíblia é o livro sagrado da palavra de seu Deus nunca poderiam justificar nada pela falta de tempo ou excesso porque foi registrada uma passagem em Eclesiastes 3:1-8 que tem tempo para tudo debaixo do céu. Fernando Pessoa em sua sabedoria contribui com o seguinte pensamento: “O essencial é saber ver uma aprendizagem de desaprender, saber ver quando se vê. Ver com o pasmo essencial que tem uma criança ao nascer, sentir-se nascido a cada momento, para a eterna novidade do mundo.” 2 – NOSSO REFERENCIAL Começo esta parte citando Clausewitz que em seu livro ON WAR diz “Não é o que pensamos, mas a forma como pensamos que está nossa Autor: Professor Marcus Luiz Santana Moraes Página 4 contribuição para teoria”, The Boston Consulting Group, 2002. Assim apropriando deste conceito eu digo que é a forma como pensamos que poderemos modificar a forma como entendemos o tempo e como usar o tempo da melhor forma possível para nossa vida. Nosso referencial determina a forma como pensamos e falar sobre o referencial nos ajuda a conhecer e saber as possibilidades de mudança ou como usar esse referencial a nosso favor de forma possível. Desde quando nascemos trazemos em nosso ser parte das referencias de nossos pais no DNA, nos exemplos e nos ensinamentos deles. Depois vem nossa família composta de parentes que se encarrega de inserir valores, caráter, comportamentos. A religião escolhida pelos nossos pais faz também sua contribuição nos ofertando credo, o peso dos pecados, o acreditar sem conhecer ou por ouvir dizer, os medos, a doutrinação ate virarmos verdadeiras massa de manobra. A escola vem a seguir participando de forma importante também nesta formação porque é ali que começa os primeiros questionamentos das verdades aprendidas anteriormente como verdades absolutas e também da continuidade a socialização sem os pais. Recebemos uma massa de informações inclusive determinando, auxiliado pelas referencias familiares, nossa profissão para o resto de nossa vida, as vezes. A sociedade na qual nos criamos também tem um papel importante para nossos relacionamentos, lidarmos com fatos ate então escondidos pelos pais, mentiras, verdades, etc. A morte aparece neste contexto como algo proibido, escuro, sem explicação, nunca vamos a um velório e ai nasce o medo de algo que é inevitável e incontrolável, as vezes tentando burlar o que é nosso fim com certeza, de todos independente de cor, credo, raça, opção sexual, ricos, pobres, castas, que é um dia todos sem exceção iremos encontrar a morte. Foi criada por algumas religiões a ideia da vida após a morte para aliviar um pouco este medo e dor inevitável, para nos dar alívio e abandonar o medo que iremos morrer e pronto. Nas religiões asiáticas tais como o budismo, taoismo etc, em sua origem, trata estas questões um pouco diferente, mas não torna as pessoas que adotaram esta espiritualidade diferente dos outros, talvez possa trabalhar melhor suas vidas e poupar tempo de se preocupar com um fato tão verdadeiro. O aqui e agora nestas religiões asiáticas trata o nascer e morrer como uma coisa só, um ato que vem depois do outro de forma natural em seres humanos valorizando assim a compaixão por todos os seres vivos que contribuem de forma ou de outra para que outros na cadeia da vida com sua vida e energia. Não têm em sua filosofia que todos os seres humanos nascem pecadores, nós nascemos prontos para ser feliz todo o tempo. Autor: Professor Marcus Luiz Santana Moraes Página 5 Assim até mais ou menos, segundo estudos dos pesquisadores da socialização das pessoas, aos treze anos de idade se dá nossa formação do caráter, depois vamos experimentando estas características e aprimorando. Portanto vamos viver nossa vida e lidar com nosso tempo com esses referenciais. O pior disto tudo é que esquecemos que após nascer caminhamos para nossa morte e não saberemos o dia e hora. Mesmo assim nossos pais e mestres da vida nos dizem enquanto jovens que teremos todo o tempo do mundo, e não nos diz que é a maior mentira, porque perdemos tempo acreditando nesta mentira que não tem base porque não sabemos a hora e tal fato nos influenciará negativamente para sempre porque não temos controle sobre o tempo. 3 – COMO VIVEMOS COM O REFERENCIAL Nosso referencial é a base de formação para nosso piloto automático. Tudo que fazemos é dirigido por este piloto após sua formação, por exemplo, escovar dente, dirigir um carro, enxugar o cabelo, alimentar etc, é assim nosso comportamento. Acreditamos que mudar comportamento é fácil, mas mudar comportamento ou piloto automático é muito mais complexo do que podemos imaginar. Basta lembrar algum curso do tipo curso de noivo onde pessoas das quais não podem questionar como padre, pastor, casal vinte que nos apresenta a vida de casado, médico, etc, nos diz como é lindo e acreditamos em tudo isto até começar a conviver e colocar lado a lado vivencia e formações completamente diferentes a viver uma vida em comum. Quando falamos em comportamento, sua composição e possível mudança ninguém nos diz o quanto é difícil adquirir ou mudar comportamentos. Existem duas variáveis que influenciam estas duas possibilidades de mudança de comportamento que é o tempo e o grau de dificuldade de construir ou mudar incontestavelmente e exponencialmente. Exemplifico esta dificuldade em quatro etapas, a saber: - adquirir um conhecimento: a temperatura do planeta está mudando, doeu? Não. Foi fácil não é mesmo? O tempo e grau de dificuldade foram pequenos; - mudar uma atitude: neste caso precisamos de mais tempo e o grau de dificuldade é maior. Exemplificando: sabemos que fumar dá câncer, mas continuamos a fumar mesmo assim, por que não paramos, percebem? - comportamento individual: agora o tempo é enorme e o grau de dificuldade é imenso. Podemos exemplificar lembrando o dentista quando ele nos ensina uma coisa simples e pede para mudar a forma de escovar os dentes e as vantagens desta mudança. Você começa e a maioria das vezes está escovando como aprendeu com os pais, ou seja, seu piloto automático funcionando; Autor: Professor Marcus Luiz Santana Moraes Página 6 - comportamento de grupo: nesta hora o tempo e grau de dificuldade são quase infinitos. Alguém já pensou nisto? Mudar uma cultura em uma família ou empresa pode levar décadas. Nas empresas quando começaram com a qualidade, housekeeping, etc, quanto tempo levou? Já está pronto? Ainda hoje fazemos reuniões para saber o que falta para empresa mudar, não é mesmo? Quantas destas tentativas morreram sem ao menos dar algum resultado. 4 – PODEMOS FAZER A GESTÃO DO TEMPO? Para os mais apressados, para os afoitos eu começo este item pelo final – é IMPOSSÍVEL. Segundo meus gurus Eli Bonini e Jane da empresa Artear, em um dos muitos treinamentos que fiz com a equipe deles eles diziam que o impossível nos desobriga. Para os que sempre dizem que o impossível é somente um desafio eu digo não perca seu precioso tempo, impossível é impossível mesmo. Alguns ainda dizem que o impossível existe até alguém tentar e neste momento torna possível, mesmo assim eu digo não perca seu tempo porque se alguém tentou e fez é porque não era impossível, mas gerir tempo é impossível. Quando algo se apresenta como impossível para os limites de nosso conhecimento ai sim devemos tentar, ampliar os conhecimentos e como diz Guimarães Rosa escanchar a lógica para permitir ampliar os nossos limites. O que nós não podemos é viver no limite de nossos conhecimentos, o mundo é muito maior que isto. Digo que o tempo é impossível de ser controlado porque o sol nasce e põe todo o dia independente de nosso querer ou desejo, gostando ou não, querendo ou não. O tempo será nosso companheiro na jornada da vida nos lembrando de sempre que viver a cada momento é mais importante que nosso legado. O tempo será implacável quanto sua caminhada para nos levar a nossa única certeza, a morte. Então fica a pergunta que não quer calar, não nos resta nada a fazer? Podemos sim fazer alguma coisa, mas o que não podemos é desperdiçar o tempo como se ele fosse infinito. 5 – A SAÍDA PARA O DILEMA Sabemos que a única saída para um dilema é fazendo uma pergunta de fundamento, então se é impossível gerir o tempo o que fazer para ter tempo para? E como não dizer em vão não tenho tempo para? No primeiro momento é ter calma e muita. Assim poderemos ver a realidade em nossa volta como ela é e na velocidade real dessas realidades. Se acreditarmos que a base do uso do tempo tem como fundamento a forma de pensar e não aquilo que penso, nas minhas referencias, no meu piloto automático o que me resta é trabalhar neste fundamento. Autor: Professor Marcus Luiz Santana Moraes Página 7 Os anos de vida que experimentei trabalhando este assunto, nas leituras, nas pesquisas não me autorizam a orientar ninguém, muito menos escrever regras, estabelecer modelos ou ditar soluções sobre o assunto. Porem posso registrar minhas experiências para que as pessoas façam disto sua vivencia, encontrarem seu próprio caminho e assim possam usufruir do prazer que tenho hoje de dizer eu tenho tempo para tudo que quero e desejo. Os passos a seguir foram experimentados ao longo de 20 anos por mim e por alguns que se aventuraram neste quesito e acreditaram ser possível esta mudança e usufruir do prazer que traz a nossa vida em dizer eu tenho tempo para..... A saída para o dilema apresentado antes seria como posso colocar minhas atividades e afazeres em meu tempo? A sequência é a seguinte: 5.1 – PRIMEIRO PASSO: Saber lidar com os fenômenos das palavras SIM e NÃO São palavras de tamanho simples, mas de imenso significado. O conceito destas palavras tem profundidade filosófica e extensa influencia na vida das pessoas. 5.1.1 - NÃO – eu digo sempre que esta palavra é definidora. Ela define um evento e suas consequências são poucas quando tem a coragem de dizer com convicção, não quero ou não posso. O exemplo que dou é simples. Se sua capacidade de carregar um peso é de 30 Kg e alguém com poder sobre você te peça ou ordene para carregar 50 Kg e você diz não, neste momento define e não afetara sua saúde. Pode aqui dizer que por causa desta tomada de decisão e a relação for de emprego poderá perder o emprego, neste caso eu digo que é uma possibilidade, mas é melhor perder o emprego e poder arrumar outro do que perder a saúde, ficar incapaz, ser dispensado por invalidez e nunca mais poder ter outro emprego. Qual é o melhor caminho? Pense nisto!! Podemos dizer não com cara de sim, ou seja, dizer a quem me solicitou a tarefa, posso pedir alguém para me ajudar? Eu creio que a resposta poderá ser positiva. Pode parecer simples o caso relatado, mas você pode transportar para muitos outros casos em sua vida, tornar isto sua experiência. Fazer uma reflexão sobre experiências que teve e se tivesse tomado uma atitude desta teria economizado tempo perdido e dissabores na vida. 5.1.2 – SIM – Você deve avaliar a extensão e suas consequências, ela abre todo um processo que a princípio pensamos ser somente uma resposta, mas trás na sequência uma necessidade de decisão individual e se envolve outros a complexidade é ainda maior. Esta palavra tem o conceito aberto. Traz inúmeras possibilidades, abre caminho e não define, no máximo coloca você a disposição das consequências e que muitas vezes são incontroláveis. Vamos seguir o caso acima ao dizer SIM para algo que sabe ser incontrolável somente para agradar o outro, para provar que pode e Autor: Professor Marcus Luiz Santana Moraes Página 8 sabe que não pode para parecer ser forte ou capaz e as consequências podem ser danosas. 5.1.3 – Reflexão sobre o SIM e NÃO – Não estou aqui a dizer que o NÃO é bom e o SIM é ruim. Entendam que somente temos de saber lidar com as dimensões e profundidade filosófica das palavras. Saber dizer com convicção qualquer uma delas para que não roubem seu precioso tempo, porque sabemos que o componente mais intenso do tempo é sua vida. 5.2 – SEGUNDO PASSO: Estratégia, meta e objetivo. O que você deseja para você? Tem pessoas que fica o tempo todo passando a imagem de estar ocupado. Neste passo importante é saber o que deseja o que planejou para sua vida. Você deve ter um plano de vida em todos os setores de sua vida familiar, profissional e pessoal. Portanto faça seu plano, divida com as pessoas que você influenciará diretamente com sua decisão e seus rumos. Principalmente na sua vida profissional onde deverá investir tempo com aprendizado novo, atualizações, ciúmes e inveja das pessoas da empresa, ser bom em negociação e articulação. Se tiver planos políticos seu trabalho será ainda maior. Faça parte de organizações onde você participará com o que tem de melhor, sem fins lucrativos e isto contribuirá com a socialização tão importante na nossa vida. Sugestão aqui é comece com o mais simples para não desanimar. Escolha uma atividade das mais simples que puder para começar o exercício. 5.3 – TERCEIRO PASSO: Planejamento, programação, organização e execução. Neste momento é planejar como executar nossas estratégias, objetivos e metas. Como foi feito um planejamento ou plano de vida precisamos pensar também em como executar. Assim nesta parte vamos pensar como colocar em pratica o plano. Escolha atividades ou atividade simples, mas comece qualquer uma que tem importância para você, não deixe que o amanhã ou depois eu faço tome conta de você. Saia da inércia e excute, aja. 5.4 – QUARTO PASSO: Disciplina e vontade. Você recebe tudo na vida, mas sua parte é a vontade e o querer. Neste ponto ninguém pode ajudar você é uma decisão solitária e individual. A parte que lhe cabe é Disciplina, Vontade, Querer, Bom Humor, Boa Fé, Amor, Esperança, muita conversa, saber ouvir e Coragem. Saber ouvir é uma parte importante porque você terá que negociar muito de sua mudança, então se prepare. 5.5 – QUINTO PASSO: Comunicação e ação. Autor: Professor Marcus Luiz Santana Moraes Página 9 Devemos vencer a inércia que temos normalmente. Vencer as opiniões que serão muitas para você continuar com o está para não dar o trabalho de conviver com uma pessoa diferente. Então é importante comunicação, negociação e muita ação. Também tem aqui outro ponto fundamental é hora de avisar o “vizinho”. Afinal quem é o vizinho? Vizinho aqui são todas as pessoas que suas mudanças irão influenciar diretamente. É importante este passo porque são estas pessoas que poderão de alguma forma ajudar ou contribuir muito negativamente para você conseguir ou não seu objetivo. Estas pessoas quando da família podem assustar com sua mudança e causarem problemas difíceis de resolver. No trabalho o ciúme e a inveja podem te prejudicar muito pela sua disponibilidade e coisas que não fazia antes e passou a fazer, sua projeção por ter tempo e resultados que antes não conseguia. 5.6 – SEXTO PASSO: Revisitar os conhecimentos. Esta é a parte que penso ser uma das mais importantes porque é aqui que você deve rever conhecimentos que ajudam e ajudaram chegar até aqui e que precisam estar vivos na sua vida de mudança e finalmente o acompanhamento. Acompanhar o que está fazendo, rever erros, maximizar os acertos e minimizar os erros. Procurar ajuda com quem você se inspirou para começar, trocar ideias, rever decisões e se preciso for tomar novos rumos. Também é a pessoa que te apoiará sempre mesmo nas horas mais difíceis. Com esta pessoa você poderá falar de tudo sem ser julgado, saber que ela somente quer o seu bem. E mais: Administrar bem o tempo das tarefas; Acreditar em suas intuições; Desenvolver a autodisciplina; Vencer o comodismo; Investir em si próprio; Ter boa saúde física e mental. 6 – A HORA DA VERDADE XXXXXXXX XXXXXX XXXXXX CONSIDERAÇÕES FINAIS Primeiro não estou ditando regras, métodos ou modelo de vida. Não pretendo com tudo isto resolver o problema de tempo das pessoas, estou sim dizendo que gerir suas atividades profissionais, diversão, vida familiar e encontro com amigos no seu tempo disponível é possível. Como diz Martin Burber toda vida verdadeira é encontro. Ter tempo para aquilo que deseja é possível. Como diria Gretz é fazer Autor: Professor Marcus Luiz Santana Moraes Página 10 o óbvio. Também o autor Massi diz sobre como aproveitar o ócio...copiar do livro... Porem pode afirmar que se você trabalhar sua forma de pensar, seu modo de ver suas coisas de forma racional e não emotiva você pode alcançar um estado de pleno estabelecimento do seu a fazer em sua vida. Nós como seres humanos somos seres de alteridade e nos alteramos querendo ou não com a realidade, assim experimentando você irá fatalmente se alterar. Tudo que fazemos na vida é a busca de duas situações e única, ou buscamos prazer ou evitamos sofrimento. Depende de cada um o quanto busca prazer ou evita sofrimento. Fazemos muitas coisas para evitar sofrimento achando que é prazer, cada um deve analisar sua situação, pense um pouco em suas coisas e verá ou se escandalizará com cada situação. Devemos olhar para tudo de forma amorosa e devemos rir de situações ruins porque um dia irá passar e rir destas situações lhe dará prazer e evitará repetilas. Afirmo mais uma vez que gerir o tempo é impossível, mas as coisas que colocaremos nesse tempo disponível são possíveis. Deixo aqui uma pergunta ou duas: vamos tentar pelo menos? Para os cristãos – quando estiver diante de Deus e ele perguntar o que fez do tempo que lhe dei você estará preparado para responder? Finalmente digo que não há atalho para felicidade, não fiquem a procura dela porque a morte pode te encontrar primeiro. Lembro a todos que irão lidar com algo extremamente perigoso e intenso que é ter tempo. Para muitos ter tempo é caminho para atalhar e buscar felicidade e eu digo que não o é. Se acreditarmos que felicidade é um somatório de momentos de paz a felicidade não está no futuro e sim no aqui e agora. Ter tempo pode ser algo que se compara a lidar com o desconhecido. Ter tempo não é solução pode ser um problema mais que a falta dele porque a falta se justifica com qualquer desculpa, mas o excesso, a sobra não tem explicação para nosso ostracismo, nosso postergar. Muitos o procuram pela vida inteira e quando o encontram morrem por não saber lidar com o tempo disponível, veja os aposentados, por exemplo. A vida toda esteve ocupado com tudo a espera desse momento e quando chega no outro dia não sabem o que fazer com o tempo apesar de ter mil planos para esse dia. A companhia normalmente são os vícios, drogas, bebidas e logo estão fartos desse tempo disponível e suicidam de alguma forma para acabar com a enfadonha sobra de tempo. Portanto afirmo que antes de tê-lo pense bem. Viva sua vida a cada dia, viva agora como se fosse o último dia de sua vida. Porem se aprender como lidar com seu tempo e não o dos outros poderá ter momentos de extrema alegria com as possibilidades que o tempo disponível permite, por exemplo, não fazer nada. Ao fechar este texto sobre gestão do tempo não posso deixar de citar trecho de um filme que vi a longo tempo e não me lembro do nome Autor: Professor Marcus Luiz Santana Moraes Página 11 dele, mas sei que é de uma serie jornada nas estrelas penso eu e diz assim: “Alguém me disse que o tempo é um predador que nos ronda, mas eu acho que o tempo é um companheiro que viaja conosco, lembrando-nos de estimar cada momento porque eles nunca voltam. Nosso legado é menos importante do que a forma em que vivemos. Afinal somos todos mortais”, retirado de um filme de Guerra nas Estrelas. Eu somente faço o que eu quero você já pensou nisto? “Todo Ser Humano tem livre arbítrio, é livre e tem limite.”, Motta, 1999. Autor: Professor Marcus Luiz Santana Moraes Página 12 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ARGYRIS, Chris. Ensinando pessoas inteligentes a aprender. In: Aprendizado organizacional: gestão de pessoas para a inovação contínua. Rio de Janeiro: Campus, 2000. BAILYN, Lotte. Integrando o trabalho e a vida pessoal... na prática. In: SENGE, Peter M. et al. A dança das mudanças: o desafio de manter o crescimento e o sucesso em organizações que aprendem. Rio de Janeiro: Campus, 1999. BARDWICK, Judith M. Gerência em tempo de paz e liderança em tempo de guerra. In: HESSELBEIN, Frances; GOLDSMITH, Marshall; BECKHARD, Richard. O líder do futuro. Organização the Peter F. Drucker Fonndation. São Paulo: Futura, 2001. BARROS, Claudius D’Artagnan C. de. Qualidade & Participação: o caminho para o êxito. 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