www.corradi.junior.nom.br AMPLIFICADORES DE POTÊNCIA Amplificadores de potência, Estágios de saída, Conversores de potência DC para AC, amplificadores para grandes sinais. Fig. 1: Conversor DC para AC. Requisitos: - Entregar uma quantidade específica de potência para carga com níveis de distorção aceitáveis; - Alta impedância de entrada e baixa impedância de saída; - Baixa potência quiescente (Se o sinal de entrada é zero a potência dissipada deve ser baixa); Na eletrônica direcionada para áudio: - Pré-amplificadores (amplificadores de pequenos sinais) - Mesas de som – misturadores (diversos sinais e níveis) - Equalizadores – Filtros - Amplificadores de Potência Amplificadores de pequenos sinais - Fatores de principal interesse – ganho e linearidade - Fatores secundários – Capacidade e eficiência com relação a potência, pois tensão e corrente provenientes do transistor de entrada são pequenas. Amplificadores de grandes sinais - Devem ser capazes de amplificar sinais de grande potência (alguns Watts ou centenas de Watts. Operam com sinais grandes (alguns Volts ou dezenas de Volts) - Fatores de interesse – Eficiência do circuito - Capacidade máxima de potência - Casamento de impedâncias com o dispositivo de saída. Objetivos 1. Fornecer potência o mais economicamente possível com baixo nível de distorção; 2. Satisfazer limitações de tamanho, peso, fonte de alimentação, distorção, etc.; 3. Minimizar impedâncias de saída para que a carga não afete o ganho de tensão; 4. Deve ter baixo consumo de potência quiescente (rendimento) e não limitar a resposta em frequência. 5. O elemento ativo (transistor) deve operar no limite de seu funcionamento (cuidados com o aquecimento) 6. Simulações com o SPICE Introdução Válvula triodo ⇒ 1906 Primeira transmissão de música via rádio freqüência ⇒ 1907 Primeiros sistemas de amplificação de voz ⇒ 1915 ___________________________________________________________________________________ Necessidade sistemas potentes ⇒ música para grandes públicos. Grande quantidade de caixas acústicas + baixa eficiência + grande quantidade de potência requerida ⇒ maior rendimento. η= PL PS onde PL é a potência na carga RL e PS é a potência fornecida pela fontes de alimentação. Outra característica importante dos amp. de potência ⇒ pequena distorção Definições Fig. 2: Amplificador emissor comum com tensões e correntes definidas. AC DC iC = ic (t ) + I C vO = vo (t ) + VO iB = ib (t ) + I B Potência Média PL – Potência na carga PS – Potência na fonte PC – Potência no coletor Classificação dos estágios de saída Uma forma de classificar amplificadores de potência é através das classes de operações caracterizadas pelo ponto de operação e/ou modo de operação do estágio de saída. Os amplificadores Classe A são os de menor rendimento, porém são os que apresentam menor distorção. A maioria das análises são desenvolvidas para cargas resistivas no estágio de potência. De acordo com a forma de onda da saída: Fig. 3: Definição do ângulo de condução. ___________________________________________________________________________________ Classe A (25% de rendimento) (50% com indutor) Transistor conduz 360º. Todo ciclo do sinal de entrada. Classe AB (78,5% de rendimento) Conduz entre 180º e 360º. IC << Ip Classe C Classe B (78,5% de rendimento) IC = 0 Transistor conduz 180º. Conduz menos que 180º. Conhecido como amplificador Sintonizado OUTRAS CLASSES DE OPERAÇÃO Classe S ou D S ou D – Sistema de modulação PWM seguido por um filtro passa-baixa. Para outros autores o classe D é o Classe C excitado por uma onda quadrada. Os amplificadores classe D também são conhecidos como "amplificadores chaveados" e isso se deve ao fato de que os transistores de saída não operam continuamente, como vimos até agora, e sim como "chaves", comutando a tensão de alimentação (+ e – Vcc) à carga. Fig. 4: Princípio do amplificador classe D. ___________________________________________________________________________________ À primeira vista o funcionamento destes amplificadores pode parecer um tanto quanto complexo, mas o princípio é simples: O sinal de entrada (áudio, representado pela senóide) é constantemente comparado com uma referência (portadora, onda triangular) com freqüência muitas vezes maior que a máxima freqüência contida no sinal de áudio (20 kHz, teórico). O resultado é uma onda quadrada cuja a largura do pulso varia proporcionalmente à amplitude do sinal de entrada, áudio. Esse sinal (onda quadrada) é aplicado ao estágio de potência (transistores como "chaves") que por sua vez o envia à carga através de um filtro passa-baixas, que recuperará a "forma" original do sinal. Esse é o princípio da "Modulação por Largura de Pulso" – PWM (Pulse Width Modulation. Fig. 5 – Princípio PWM Essa classe de operação tem um rendimento bastante alto, que fica na casa dos 90% (típico), mas não tem a qualidade de baixa distorção, relativa, que um amplificador contínuo (classe A e AB) tem. Classe E Assim como a classe C, serve para aplicação em RF. É basicamente um Classe C com um capacitor em paralelo no coletor, para proporcionar um aumento do rendimento. Classe F Também para aplicação em RF. Classe C com um circuito tanque em série (na saída) sintonizado no terceiro harmônico, também aumentando o rendimento (Frederik Haab). Classe G Essa classe de operação une a "linearidade" inerente aos amplificadores classe A com o maior rendimento dos amplificadores classe AB. Como? Sabemos que um amplificador classe A é o que apresenta melhor característica de linearidade mas também é o que tem menor rendimento, e isso faz com que esta configuração seja praticamente inviável em grandes potências; já o amplificador classe AB não tem característica de linearidade tão boa quanto ao amplificador classe A mas, em contra partida, tem maior rendimento. O amplificador classe G, então, utiliza um estágio classe A para baixos níveis de sinais (baixas potências) e acrescenta um estágio classe AB quando esses níveis ultrapassam um determinado limiar ___________________________________________________________________________________ (grandes potências), determinado por + e – Vcc1 , aproveitando o que cada uma das classes oferece de melhor. Fig. 6: Princípio do amplificador classe G Amplificadores classe G têm rendimento na casa dos 70% (típico). Classe H Essa classe de operação tem um princípio bastante parecido com o da classe G (aumentar o rendimento em amplificadores contínuos) só que ao invés de ter dois tipos de classes (A e AB) trabalhando com diferentes potências, o estágio de saída opera em classe AB, mas com diferentes níveis de tensão de alimentação. Assim, em baixas potências, atua uma fonte de alimentação com tensão mais baixa do que a fonte que atua em potências mais altas, ou seja, existe um "chaveamento" da tensão de alimentação do estágio de saída. Esse "chaveamento" ocorre toda vez que o sinal de áudio ultrapassa um certo limiar, determinado em projeto. ___________________________________________________________________________________ Fig. 7: Princípio do amplificador classe H Uma deficiência desta classe de operação é o fato de que, em altas freqüências, a velocidade do "chaveamento" fica comprometida, devida à tecnologia dos componentes (ainda não são suficientemente rápidos), fazendo com que apareçam maiores níveis de distorção, relativamente aos de baixa freqüência. Em contrapartida, amplificadores classe H têm maior rendimento que amplificadores classe A, B e AB, e se igualam aos amplificadores classe G. Classe I Essa classe de operação une a "linearidade" da classe A com a eficiência da classe D. Já vimos que amplificadores classe A são a melhor opção para boa linearidade e os amplificadores classe D para alto rendimento; mas uma classe opera em modo contínuo e outra em modo "chaveado" O sinal de áudio é aplicado simultaneamente ao amplificador classe A e ao classe D; o classe A fornece potência à carga (alto-falante) e o classe D fornece a alimentação ao classe A. Desta forma, a tensão (fonte) fornecida ao estágio de saída classe A será sempre só, e somente só, o necessário para garantir que o sinal de áudio (potência) seja perfeitamente entregue à carga; ainda, é necessário um "resíduo" de tensão (Voffset) nos transistores para que estes fiquem sempre na região de operação contínua. Fig. 8. Fig. 8 – Princípio do amplificador classe I ___________________________________________________________________________________ O rendimento desta classe de operação fica entre 70% e 80% (típico) o que, por analogia, seria um amplificador classe A com rendimento igual ao classe G ou H. Parâmetros técnicos Potência Potência RMS (potência eficaz) Potência IHF – Foi proposta pelo Institute of High Fidelity onde é levado em consideração o fato de que o amplificador trabalhará com programas musicais e não com um sinal senoidal puro, o que é fato. Potência PMPO – Peak Maximum Power Output (máxima potência de pico) – Potência criada só para efeitos comerciais. Magnitude e fase Resposta em freqüência Distorção Distorção harmônica total (THD) Distorção por intermodulação – modulação de dois sinais com freqüências diferentes aplicados ao mesmo tempo no amplificador Slew Rate Relação sinal-ruído Fator de amortecimento Relação entre a impedância da carga e a impedância do amplificador. Determinação das retas de carga e do ponto quiescente Para ter máxima potência na carga é necessário ter máxima excursão do sinal sem distorção. Uma forma de se obter esta máxima excursão é centrando o ponto de operação do transistor no meio da reta de carga AC (dinâmica). Para determinação será usado o circuito da Fig. 9. Fig.9 : Amplificador emissor comum com carga RL. a) ANÁLISE DC (sem sinal) Considerando o circuito emissor comum da Fig.9 e a malha de saída onde se tem iCE e vCE do transistor, pode-se encontrar: Vcc VCE IC = − y = a + bx RDC = RC + RE RDC RDC ___________________________________________________________________________________ Fig. 10: Curvas características do transistor com a reta de carga e o ponto de operação. b) ANÁLISE CA ic(t) e vce(t) ≠ 0 V 1 iC = I C + CE − vCE RAC RAC R AC = RC // RL Fig. 11: Curvas características do transistor com as retas de carga AC e DC e o ponto de operação. O ponto quiescente deve ser colocado no meio da reta de carga AC, assim: I R + VCE VCEQ = C AC 2 Só que agora VCE = VCEQ e I C = I CQ pois foi definido o ponto quiescente. I CQ = VCEQ R AC VCEQ = I C RAC ___________________________________________________________________________________ VccRAC Vcc VCEQ = R AC + RDC R AC + RDC Considerando R AC = RDC as retas se coincidem. I CQ = Fig. 12: Diferentes localizações do ponto quiescente de um amplificador. __________________________________________________________________________________ Exercícios: Determinar as retas de carga e o ponto quiescente para cada um dos circuitos abaixo. __________________________________________________________________________________ Cálculo das Potências Médias e do Rendimento A potência média fornecida ou dissipada através de qualquer elemento linear ou não linear é, simplesmente: T 1 P = ∫ vC .iC dt (potência média) T0 Onde vC e iC são a tensão e a corrente total, respectivamente. vC = vc (t ) + VC iC = ic (t ) + I C Considerando sinal senoidal T 1 P = VC I C + ∫ vc ( t ).ic ( t )dt T 0 ___________________________________________________________________________________ Potência DC Dissipação de potência no amplificador potência AC V CC I CC I1 I CQ 2 P 1 = I1 R 1 RC R1 PC = I 2CQ R C PT = I 2TQ R T P 2 = I22R 2 I EQ R2 RE PE = I 2EQ R E I2 Ptot = P1 + P2 + PC + PT + PE Fig. 13: Distribuição das potências no amplificador classe A A diferença entre a potência fornecida pela fonte de alimentação e esta potência total dissipada é a potência que realmente vai para a carga, isto é, a potência de saída. Uma figura de mérito para o amplificador de potência é seu rendimento (η). O rendimento (η) é definido como a razão da potência AC na saída (potência entregue a carga) pela potência DC de entrada. potência AC saída P ( ac ) η= × 100% = L × 100% potência DC entrada PS ( dc ) Amplificador classe A (Fig. 13) A forma de onda da saída tem a mesma forma da onde de entrada (com defasamento ou não). A corrente de coletor não é zero 100% do tempo. Amplificador ineficiente – mesmo com sinal de entrada igual a zero, a corrente ICQ no transistor é diferente de zero. Certamente é a classe que apresenta melhor característica de linearidade entre todas, mas também, é a que tem menor rendimento, idealmente não passa de 25% (10%, típico). Isso se deve ao fato de que os transistores de saída estão sempre em condução, pois existe uma corrente de polarização constante com valor no mínimo igual à máxima corrente de carga. 1) Potência na carga (PL) A Potência útil na carga é a potência AC. T 1 2 PLAC = ∫ iC .RL dt T 0 2 I CP RL 2 - Ainda não temos a potência máxima na carga. - Para que isto ocorra deve-se ter máxima excursão do sinal, isto é, I CP = I CQ (meio da reta de carga AC). ___________________________________________________________________________________ Supondo ic ( t ) = I CP cos (ωt ) PLAC = Assim, para este circuito, temos: I CQ = PLACmáx = Vcc 2.(RL + RL ) Vcc 2 8 RL Para RL >> RE 2) Potência fornecida pela fonte de alimentação (PS) T T 1 1 PS = ∫ Vcc.iC dt PS = ∫ Vcc.(ic ( t ) + I C )dt T0 T0 T PS = Vcc.I CQ + 1 Vcc.ic (t )dt o valor médio do sinal é zero, assim T ∫0 PS = Vcc.I CQ mas para este circuito I CQ = PS = 3) Cálculo do rendimento ntação (PS) P η = LAC = 0 ,25 PS Vcc e para RL >> RE 2( R L + R E ) Vcc 2.R L η = 25% rendimento máximo 4) Potência dissipada no coletor (PC) - Junção de coletor é a que mais sofre com a dissipação de potência. T 1 PC = ∫ vCE .iC dt T0 1 PC = ∫ (vce (t ) + VCEQ ).(ic (t ) + I CQ )dt T0 T T 1 vce (t ).ic (t )dt T ∫0 Vcc Vcc = I CQ = para RL >> RE 2.R L 2 PC = VCEQ .I CQ + Para excursão simétrica máxima: VCEQ 2 .R L Vcc 2 I CP − 4 RL 2 Se o sinal de entrada for igual a zero (ICP = 0), temos máxima dissipação no coletor. Se o sinal de entrada for máximo Vcc I CP = I CQ = 2.R L a potência dissipada no coletor será zero. Observa-se que há uma troca de potência entre o coletor do transistor e a carga durante a excursão máxima do sinal. Supondo ic ( t ) = I CP cos (ωt ) PC = ___________________________________________________________________________________ EXEMPLO Calcule a potência entregue pela fonte de alimentação [PS(dc)], potencia de saída [PL(ac)], e o rendimento [η] para o amplificador da fig. abaixo com tensão de entrada que resulte em uma corrente de base de 10mA de pico. +VCC = 20V RC IC RB 20Ω 1kΩ Vo β = 25 Vi Fig. 14:Amplificador classe A e sua característica de saída. Solução: VCC − VBE 20V − 0.7V = 19.3mA = RB 1kΩ ICQ = βI B = 25( 19.3mA ) = 482.5 mA ≅ 0.48 A IBQ = VCEQ = VCC − ICRC = 20V − ( 0.48 A )( 20Ω ) = 10.4V I c( sat ) = VCC 20V = = 1000mA = 1 A RC 20Ω VCE ( cutoff ) = VCC = 20V IC ( peak ) = β Ib ( peak ) = 25( 10 mA peak ) = 250 mA peak η= (250 × 10 A) = −3 2 RC ( 20Ω ) = 0.625W 2 2 = VCC I CQ = ( 20V )( 0.48 A ) = 9.6W Po( ac ) = Pi( dc ) I C2 ( peak ) Po( ac ) Pi( dc ) × 100% = 6.5% __________________________________________________________________________________ Amplificador classe A acoplado com transformador. Fig. 15: Amplificador classe A acoplado com transformador +VCC N1:N2 RL Z1 R1 Z2 = RL Input R2 RE N 1 V1 I 2 = = N 2 V2 I 1 2 N1 Z Z = 1 = 1 Z 2 RL N2 N1, N2 = Número de espiras no primário e no secundário V1, V2 = Tensão no primário e no secundário I1, I2 = Correntes no primário e no secundário ___________________________________________________________________________________ Z1, Z2 = Impedância no primário e no secundário ( Z2 = RL ) • Uma importante característica do transformador é a capacidade de produzir uma força eletromotriz contrária (counter emf). • Quando um indutor experimenta uma variação rápida de tensão ele produz uma tensão com polaridade contrária a tensão aplicada. • A força eletromotriz é causada pelo campo eletromagnético que circunda o indutor. A polarização DC de um amplificador classe A acoplado a transformador é similar a outros classe A mas com uma exceção importante: o valor de VCEQ é projetado tão próximo quanto possível do valor de Vcc. A reta de carga é muito próxima de uma reta vertical indicando que VCEQ será aproximadamente igual a Vcc para qualquer valor de IC. A reta de carga na posição vertical é causada pela resistência DC muito baixa do primário do transformador (curto circuito). VCEQ = VCC – ICQ(RC + RE) O valor de RL é ignorado na análise DC. A razão para isto é que o transformador proporciona isolação DC entre o primário e o secundário. IC IC(max) = ?? DC load line DC load line IC Q-point ac load line IB = 0mA IB = 0mA ~ 2VCC ~ VCEQ ~ VCC VCE VCE Fig. 16: Retas de carga DC e AC do amplificador classe A acoplado com transformador. 1. Determinação da variação máxima possível em VCE Desde que VCE não possa variar de uma quantidade maior que (VCEQ – 0V), vce = VCEQ. 2. Determinação da variação correspondente em IC Encontre o valor de Z1 do transformador: Z1 = (N1/N2)2Z2 e ic = vce / Z1 3. Plote a reta que passe através do ponto Q e o valore de IC(max). IC(max) = ICQ + ic 4. Localise os dois pontos onde a reta de carga passe através da ligação representando os valores máximos e mínimos de IB. Estes dois pontos são então usados para encontrar os valores máximos e mínimos de IC e VCE IC IC(max) = ?? DC load line ic Q-point ICQ vce vin Z1 vo ac load line R1//R2 IB = 0mA ~ VCEQ ~ VCC VCE ~ 2VCC ___________________________________________________________________________________ Fig. 17: Circuito para determinação da reta de carga AC. Há várias razões para as diferenças entre a eficiência teórica e prática para o amplificador: 1. A obtenção de η = 50% assume que VCEQ = Vcc. Na prática, VCEQ será sempre um valor menor que Vcc . 2. Perdas no transformador que não foram computadas. 2. Uma das vantagens primárias de usar acoplamento a transformador no classe A é o amento na eficiência sobre o amplificador com acoplamento capacitivo. 3. Outra vantagem é o fato de que o amplificador com acoplamento a transformador é facilmente convertido em um tipo de amplificador que é usado extensivamente em comunicações amplificador sintonizado. 4. Um amplificador sintonizado é um circuito que é projetado para ter um ganho de potência em uma faixa específica de freqüência. ___________________________________________________________________________________ Outras formas do amplificador classe A 1- Amplificador polarizado com fonte de corrente. (Sedra) Fig. 18: Amplificador classe A polarizado com fonte de corrente. Transistor Q1 responsável pela condução do sinal e Q2, agindo como fonte de corrente, polariza Q1. A Fig. abaixo mostra o diagrama de uma etapa de saída (estágio complementar), a qual constitui a célula básica de amplificadores Classes A, B e AB. (Sidnei Noceti ) Fig. 19: (a) Etapa de saída de amplificadores Classes A, B e AB. (b) Correntes nos coletores dos transistores Q1 e Q2 e na carga. A potência média total fornecida pelas duas fontes ( VCC1 e VCC 2 ) de alimentação é: PS = PS + + PS − = 2 ⋅ VCC ⋅ I Q ___________________________________________________________________________________ onde a corrente de polarização IQ é dada por: I Q = I Cpico + I man e I man (corrente de manutenção) é a corrente necessária para garantir que o transistor sempre opere na região ativa direta para as condições extremas de excursão do sinal. Como I L max = 2.I Cpico I CQ = I L max + I man 2 Para que os transistores nunca entrem em saturação é necessário que: VCC = V L max + VCEsat I L max + I man . então, PS = 2 ⋅ (VL max + VCEsat ) ⋅ 2 é dada por PL = VL / (2 ⋅ RL ) , sendo VL a tensão de pico na carga. Definindo-se o fator γ como γ = I man / I L max e considerando que I L max = VL max / RL , podese obter o rendimento η = PL / PS , por: A potência média na carga, 2 PL , 1 V η = ⋅ L 2 VL max 2 1 1 ⋅ ⋅ . 1 + (VCEsat / VL max ) 1 + 2γ A equação (3) nos mostra que o rendimento teórico máximo para operação em Classe A é 50%, isto considerando VCEsat = 0 , I man = 0 e VL = VL max . Considerando que esta situação ideal não acontece na prática e que não consideramos o consumo do circuito de polarização, o rendimento sempre será < 50%. Fig. 20: Rendimento do classe A. ___________________________________________________________________________________ Amplificador classe B Utiliza um par complementar (push-pull). Corrente de polarização igual a zero. Funcionamento – ver função de transferência abaixo . Dois seguidores de emissor. (a) (b) (c) Fig. 21: (a) Amplificador classe B, (b) característica de transferência, (c) sinal de saída do classe B. Fig. 22: Sinais entrada e saída de um amplificador classe B Para a Classe B tem-se que a potência média total fornecida pelas duas fontes ( VCC 1 e VCC 2 ) de alimentação é: PS = PS + + PS − = 2 ⋅ VCC I S ___________________________________________________________________________________ onde I S , é a corrente média em Q1 , que conduz apenas um semi-ciclo por período. VCC ≅ VL max VCC = V L max + VCEsat . No caso de Classe B, deve-se considerar V BIAS = 0 . Como I S = I L / π e I L = VL / RL , pode-se mostrar que: PS = 2 ⋅ VL max ⋅ Sabendo-se que η = PL / PS , obtém-se: η= π IL π . VL 1 ⋅ . 4 VL max 1 + ( VCEsat / VL max ) ⋅ A equação nos mostra que o rendimento teórico máximo para operação em Classe B é 78,5%, isto considerando VCEsat = 0 e VL = VLmax . Fig. 23: Rendimento do amplificador classe B Potência dissipada - A dissipação no estado quiescente é zero - Quando um sinal for aplicado a potência média dissipada no estágio classe B será: PC = PS − PL PC = 2.VCC .VL VL2 − π .RL 2.RL - Pela simetria, metade da potência é dissipada em QN e metade em QP. Logo QN e QP devem dissiar PC/2 (W). Derivando a equação de PC em função de VL e igualando a zero ∂PD =0 ∂VL 2.V VL PCmáx = CC π Substituindo este valor na equação de de PC PCmáx 2 2.VCC = 2 π .RL PCmáx _ N 2 VCC = 2 π .RL ___________________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________________ Amplificador classe AB PS = PS + + PS − = 2 ⋅ VCC ⋅ I S (θ Q ) Para a Classe AB, IC é a corrente média I S (θQ ) , função da corrente de polarização, IQ , e da corrente fornecida à carga, iL . No caso de Classe AB, deve-se considerar VBIAS maior do que zero, porém menor do que a necessária tensão para operação em Classe A (Fig. 1). Na Fig. 3, estão representadas as correntes de polarização, I Q , e a fornecida à carga, iL , e as correntes nos coletores, iC1 e iC 2 , função do ângulo θ . Baseando-se nesta figura, a corrente média 1 I S (θ Q ) = 2π 1 + 2π θQ I S (θ Q ) é dada por: I 1 I Q + L senθ dθ + 2 2π ∫ 0 π + θQ ∫ π − θQ π − θQ ∫ (I L senθ)dθ + θQ I 1 I Q + L senθ dθ + 2 2π 2π ∫ 2π − θQ I I Q + L senθ dθ 2 Resolvendo a equação acima obtem-se: I S (θ Q ) = I Q ⋅ θ Q ⋅ 2 IL + ⋅ cos θQ , π π Fig. 24 - Correntes nos coletores dos transistores e na carga. onde I Q < I L max 2 e θQ é o ângulo de transição entre a operação em Classe A e Classe AB. Esse ângulo pode ser expresso em função dos parâmetros de projeto como é mostrado a seguir. Com base na Fig. 24, pode-se obter I Q = ( I L max / 2) ⋅ sen θQ Substituindo essa última expressão na expressão de I S (θ Q ) , obtem-se I S (θ Q ) em função apenas de θQ e IL . I S (θ Q ) = Para θ Q = 0 , I S (θQ ) = I L π , I L max I ⋅ θQ ⋅ sen θQ + L ⋅ cos θQ . π π opera-se em Classe B. Para θ Q = π 2 , I S (θ Q ) = I L max 2 , opera-se em Classe A (com I man = 0 ). Caso 0 < θQ < π / 2 , tem-se a polarização Classe AB. Assim, pode-se mostrar que: ___________________________________________________________________________________ PS = 2VL max πRL ( V ⋅ 1 + CEsat VL max ) ⋅ VL max θQ sen θQ + VL cos θQ , e o rendimento ( η = PL / PS ): VL η= π VL ⋅ ⋅ 4 VL max VL max 1 ⋅ . VCEsat V θQ ⋅ sen θQ + L ⋅ cos θQ 1+ VL max VL max A Fig. 25 mostra, para VCEsat = 0 , o rendimento em função da potência de saída, parametrizada pelo o fator λ , dado por λ = 2 ⋅ I Q / I L max . Com isso, obtém-se a transição entre a Classe B ( I Q = 0 ) e a Classe A ( I Q = I L max / 2 ), para I man = 0 . 100 λ=0,00 90 (Classe B) 80 λ=0,10 Rendimento - % 70 λ=0,30 60 λ=0,50 50 40 λ=1,00 30 (Classe A) 20 10 0 0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 0.6 0.7 0.8 0.9 1 PL/PLmax Fig. 25 - Rendimentos dos amplificadores Classe AB. Na prática, o dimensionamento de uma etapa de potência é comumente realizado considerandose apenas carga resistiva; é atribuída uma margem de segurança e testa-se o circuito. Desta forma, não há qualquer garantia de que a etapa de potência seja bem dimensionada, podendo tornar o projeto tecnicamente ou comercialmente inviável. resultados. Conclusões Amplificadores de áudio são dispositivos utilizados nos mais diferentes e diversos tipos de aplicações. Dimensioná-los é uma tarefa árdua devido às diversas variáveis envolvidas no projeto: condições climáticas (umidade, temperatura, etc.), tipos de aplicações (instalações fixas, móveis, etc.), tipos transistores (diferentes propriedades, tolerância nas características elétricas, etc.) e, principalmente, as estruturas de caixas acústicas utilizadas. A importância de se considerar cargas reativas, e não apenas cargas resistivas, pelo fato de as potências dissipadas para cargas reativas (caso real) poderem atingir valores bem maiores do que as potências dissipadas para cargas resistivas estão apresentadas na referência [1]. Fig. 26: Rendimento no amplificador classe AB. ___________________________________________________________________________________ 3.5.2 – PROCESSOS DE REMOÇÃO DO CALOR • Condução Térmica: desde a junção até o invólucro (junção tem normalmente contato direto com a base de montagem em semicondutores de potência). • Convecção: transmissão de calor para o ar que adquire movimento ascendente nas vizinhanças do invólucro. • Radiação: propagação de energia térmica, calor. Depende da emissividade do corpo (por exemplo, alumínio brilhante ou alumínio opaco. 3.5.3 – CIRCUITOS TÉRMICOS Tj P : potência dissipada [W] θ T : resistência térmica total [ o C/W] T j : temperatura da junção [ oC] T : temperatura ambiente [ oC] θT P A TA Relativamente ao circuito mostrado na Fig, acima pode-se escrever a Lei de Ohm Térmica T j − T A = Pθ T Como existe uma temperatura máxima para as junções dos semicondutores, isto é, T j ≤ T j max ( T j max é cerca de 200oC para o silício) então, θT ≤ T j max − T A P Essa equação permite calcular a mínima resistência térmica que deve existir entre a junção (ou onde está sendo gerado o calor) e o ambiente. A resistência térmica total θT é obtida da associação de várias resistências térmicas como pode ser visto na Fig. abaixo. θjC J θCS C S J: junção C: invólucro (case) S: dissipador (sink) A: ambiente θSA θC A A A θT = θ jC + θ CA //(θ CS + θ SA ) 3.5.4 – DETERMINAÇÃO DAS RESISTÊNCIAS TÉRMICAS A) RESISTÊNCIA TÉRMICA ENTRE A JUNÇÃO E O INVÓLUCRO θ jC Esta resistência o fabricante do semicondutor fornece ou dá condições para o seu cálculo. Pmax[W] 2N6330 250 TC - Temperatura do invólucro em [ o C] 225 200 J θjC C 175 150 A θJ C ≤ 0,875 0 C/W 125 TC ≡ T A eqüivale a se ter um dissipador infinito 100 75 T j − TC = θjC P 50 25 0 0 25 50 0 75 100 125 150 175 200 TC ( C) ___________________________________________________________________________________ 200 − 25 = θjC 200 ⇒ θjC = 175 0 C / W ⇒ θjC = 0,875 0 C / W 200 B) RESISTÊNCIA TÉRMICA ENTRE O INVÓLUCRO E O AMBIENTE θCA Esta resistência o fabricante do semicondutor fornece ou dá condições de se calcular. Pmax[W] 2N6330 6 Sem o ramo que inclui θCS e θ SA ,corresponde a usar o transistor sem dissipador 5 J θJC C 4 θC A θ jA ≤ 35 0C/W 3 A 2 T j − TA = θJA P 1 θ JA = θJC + θ CA 0 0 200 − 25 = θJ A 5 ⇒ θJA = 175 5 o 25 50 0 75 100 125 150 175 200 TA ( C) ∴ θ CA = θJA − θ JC C/W ⇒ θJ A = 35 o C/W θ CA = θ JA − θ JC = 34,125o C / W C) RESISTÊNCIA TÉRMICA ENTRE O INVÓLUCRO E O DISSIPADOR θCS O valor desta resistência depende do uso ou não de pasta térmica e também do uso ou não de isolante elétrico. Seu valor pode ser obtido da tabela abaixo. TABELA 1 - Valor de θ CS [ 0 C/W ] Isolante Térmico A Seco Nenhum Mica 30 um Mica 50 um Mica 100 um Alumínio anodizado Mica e arruela de chumbo a 1 mm 0,20 0,80 1,25 1,50 0,40 Untado com graxa de silicone 0,10 0,40 0,85 1,10 0,35 0,50 ------- D) RESISTÊNCIA TÉRMICA ENTRE O DISSIPADOR E O AMBIENTE θ SA . Após a determinação do θ SA desejado, devemos saber determinar o dissipador cujo tamanho dependerá, entre outras coisas, do valor de θ SA . θT = θ JC + θCA //(θCS + θ SA ) θT = θ JC + θ CA (θ CS + θ SA ) θ CA + θ CS + θ SA (θT − θ JC )(θ CA + θ CS + θ SA ) = θ CA (θ CS + θ SA ) (θT − θ JC )(θ CA + θ CS ) + (θT − θ JC )θ SA = θ CA θ CS + θ CA θ SA θ SA = (θ T − θ JC )(θ CA + θ CS ) − θ CA θ CS θ CA − θT + θ jC ___________________________________________________________________________________ Exemplo: a) Calcular a resistência térmica que deve ter um dissipador para o transistor 2N6330 sabendo que a potência que ele deve dissipar é P = 6,958W , T j max = 200 0C e temperatura ambiente de 50oC. Adote θCS = 1,5 0 C/W . R: O transistor 2N6330 possui θ CA = θ JA − θ JC = 34,125 o C / W θT ≤ T j max − T A P θT ≤ 200 − 50 = 21,558 oC / W 6,958 θ SA = 51,007 0 C/W E) DETERMINAÇÃO DE DISSIPADORES Uma vez calculada θ SA , determina-se dissipador através de uma das 3 formas mostradas a seguir: • Tabelas (normalmente para poucos casos) • Manual dos fabricantes de dissipador • Equação empírica ___________________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________________ PROTEÇÃO CONTRA CURTO CIRCUITO E INTERRUPÇÃO TÉRMICA A figura abaixo mostra um estágio classe AB equipado com proteção contra os efeitos de curto circuito na saída enquanto o estágio é alimentado por corrente. ___________________________________________________________________________________ Fig. 23: Estágio de saída classe AB com proteção de curto circuito. O circuito de proteção mostrado opera em eventos de curto circuito na saída enquanto vo é positivo. Em adição a proteção térmica a maioria dos amplificadores de potência em IC´s são equipados com um circuito que interrompe o funcionamento se é excedida uma temperatura de segurança. Fig. 24: Circuito de interrupção térmica. Amplificadores Comerciais • TPA 3001 • STK405-090 • TDA1510 • LM386 • TPA1517NE ___________________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________________