MINAS GERAIS QUINTA-FEIRA, 12 DE JUNHO DE 2014 - 5 MUNDIAL 2014 Minas Gerais instala grupo especial de proteção pública para grandes eventos q Primeira instância do gênero criada no País será mais um dos legados da Copa para a população O governador Alberto Pinto Coelho instalou ontem, durante reunião no Palácio Tiradentes, o Grupo Interinstitucional de Proteção Pública (GIPP), para prevenção, neutralização e resposta a atentados terroristas ou incidentes com produtos químicos, biológicos, nucleares e explosivos. Integram o grupo, representantes do Governo de Minas e, como convidados, de instituições federais e municipais. “Mais uma vez, Minas Gerais dá um passo à frente, ao institucionalizar o GIPP, um grupo de proteção que, daqui para frente, atuará nos grandes eventos onde os riscos de ações terroristas e outros incidentes possam existir. O Brasil não tem histórico nesse campo, mas, nem por isso, deve deixar de se preocupar com ele. Este é mais um legado da Copa do Mundo e um trabalho coordenado para resposta integrada dos órgãos responsáveis pela segurança e proteção pública, defesa, saúde e meio ambiente”, afirmou o governador. O grupo foi criado por meio do Decreto 46.530, de 6 de junho, mas começou a ganhar corpo há mais de um ano, antes da Copa das Confederações, sob coordenação da extinta Secretaria Extraordinária para a Copa do Mundo, incorporando, a seguir, re- presentantes do Exército Brasileiro e da Polícia Federal. O Brasil não tem histórico nesse campo, mas nem por isso pode deixar de se preocupar com ele COMPOSIÇÃO - Hoje, o GIPP é integrado por representantes das secretarias de Turismo e Esportes, Defesa Social, Saúde, Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável; polícias Militar e Civil, Corpo de Bombeiros, Gabinete Militar do Governador e fundações Ezequiel Dias (Funed) e Hospitalar do Estado (Fhemig). Como convidados, participam o Exército Brasileiro, que tem competência legal para atuação em atentado terrorista, a Polícia Federal, o Centro de Desenvolvimento de Tecnologia Nuclear, a Guarda Municipal de Belo Horizonte, a Secretaria Municipal de Saúde e a BHtrans. Com a integração, foi elaborado um protocolo com distribuição de atribuições entre os vários atores e construído um plano integra- do de proteção pública, com capacitação de profissionais para atuar em situações adversas. Assim, foram realizados vários simulados. Durante os eventos, a coordenação conjunta será feita pela Secretaria de Estado de Turismo e Esportes, no âmbito do Estado, e pelo Exército, no federal. Entre outras atribuições, competirá ao GIPP estabelecer estratégias, diretrizes, conceitos e protocolos para realização de eventos turísticos e esportivos de grande porte em Minas; elaborar o plano interinstitucional de proteção pública e planejar de forma integrada ações de resposta a ameaças e incidentes que envolvam produtos químicos, biológicos, nucleares e explosivos. Seleção do Uruguai elogia o calor mineiro em Sete Lagoas Um dia após desembarcar em Belo Horizonte para a disputa de jogos da Copa do Mundo, a seleção uruguaia conheceu de perto o carinho dos torcedores mineiros. Em treino aberto realizado na Arena do Jacaré, cerca de 7.000 pessoas fizeram festa nas arquibancadas quando os uruguaios pisaram no gramado para realizar a primeira atividade de preparação para o Mundial. Eles retribuíram a receptividade e, após o treino, cruzaram o gramado para distribuir autógrafos. O treinador da seleção, Óscar Tabárez, destacou o carinho do público. “É um povo carinhoso e caloroso”, comentou Tabárez em entrevista coletiva no JN Resort, onde a seleção está hospedada. Enquanto o Uruguai realizava trabalhos técnicos no gramado da Arena do Jacaré, a atenção se voltava para fora das quatro linhas. O craque Luis Suárez foi, de longe, o mais cotado. O astro uruguaio, atacante do Liberpool, começou com corridas ao redor do gramado e arriscou alguns chutes a gol. Ele passou por uma artroscopia no joelho esquerdo há 19 dias e ainda é dúvida para o Mundial. A presença de Suárez na estreia do Uruguai, contra a Costa Rica, sábado (14), no Castelão, não é certa, mas, se a última palavra for do comandante uruguaio, Luisito, como é conhecido, não ficará de fora. VIAGEM FANÁTICA - Horas antes do início do treino da seleção uruguaia, torcedores se aglomeravam na entrada da Arena do Jacaré, vestindo camisas de Atlético, Cruzeiro, Fla- RENATA SILVA Jogadores da seleção uruguaia em contato com torcedores na Arena do Jacaré: retribuindo o carinho recebido mengo, São Paulo, Peñarol e, claro, da Celeste Olímpica. Denominados Auto Mundialistas, um grupo de cinco uruguaios deixou Montevidéu na segunda-feira (9) para acompanhar a equipe. Depois de dois dias e meio de carro até Sete Lagoas, eles chegaram a tempo de presenciar o primeiro treino da seleção. Segundo Eduardo Fusatti, a aventura se justifica por um objeti- vo: a conquista do tricampeonato da Copa do Mundo. “Viemos em busca do segundo Maracanazo. Queremos acompanhar cada passo da Celeste para sermos testemunhas da história desse título que virá”, disse, otimista. Um pouco menos otimista, mas confiante numa boa campanha do time, Martin Casanova mora há um ano em Belo Horizonte. Bastante feliz por poder acompanhar sua seleção de perto, ele vê no atacante Luis Su- árez a esperança de gols da Celeste. “Mesmo se recuperando de contusão, devemos considerar a qualidade a experiência que ele tem. Com certeza, pesará muito a nosso favor, ao longo da competição”, ponderou. As estudantes Laiza Cristina e Daiane Rodrigues correram para a Arena do Jacaré logo que saíram do trabalho. Mesmo sem conhecer muito da equipe estrangeira, elas quiseram conferir de perto o clima de Copa do Mundo. “É uma oportunidade única de vermos grandes jogadores de perto. Então, quisemos aproveitar para conferir o treino, já que não vamos aos jogos”, contou Laiza. Perguntadas se há a possibilidade de torcerem para os uruguaios no Mundial, elas foram unânimes: “Nós até gostamos do Uruguai, mas nossa torcida é 100% para o Brasil”, garantiram.