UMA REVISTA PARA ADULTOS EM CRISTO EXPEDIENTE IGREJA LUTERANA Revista Teológica-Pastoral du Igreja Evangélica Luterana do Brasil Departamento de Comunicação "Uma revista para os adultos em Cristo" Ano: 41 Número: 2." Trimestre de 1981 Assinatura anual: Cr$ 390,OO para 1981 No exterior U S S 1 1 Número avulso: Cr$ 110,00 Tiragem: 510 REDACÃO CENTRAL Rev. Leopoldo Heimann, Diretor Ceixe Postal 202, 93.000 São Leopoldo, RS e Caixa Postal 3019, 90.000 Porto Alegre, RS. Fones 92-18-22 e 92-18-23, a quem devem ser remetidos os manuscritos, cartas, crftlcas e sugsstões. CONSELHO- REDATORIAL Johannes Rottmann Donaldo Schuler Acir Raymann Paulo Weirich Leopoldo Heimann QUADRO DE COLABORADORES - Rudi Zimmer Gerhard Grasel Vilson Scholz Darlei Gunther EXPEDIGÃO E ENCOMENDAS: Concórdia S.A. Av. S5o Pedro, 53s Cx. Postal 323C 90.000 Porto Alegre, RS APRESENTANDO "Deus age através da igreja na história" é um estudo que merece destaque. Ao mesmo tempo, claro, conciso, simples e profundo, é uma pesquisa que mostra que Deus vem agindo, guiando e orientando a igreja ao longo dos sécu!os. Será difícil encontrar uma matéria em nossa literatura que, em tão breve análise, apresente uma visão tão clara das atividades da igreja. Além deste destaque, há outros estudos, comentários e informacões que serão de grande utiiidade aos que amam seu Senhor e estão empenhados na tarefa de divulgar a mensagem da reconciliacáo. Tudo que aqui foi escrito f o i escrito com vistas ao aperfeicoamenio dos santos para o desempenho do seu serviço, para a edificação do corpo de Cristo. L. O Novo Testamento apresenta os primeiros e grandes missionários da igreja cristã. Mas o Novo Testarnento não emprega a palavra missionário. Para descrever a atividade daqueles que foram "escolhidos para !evar o meu nome perante oç gentios e reis", o Novo Testamento usa outros termos, entre os quais "servos de Cristo", "embaixadores", -bisposn, "ministros", "evangelistas", "pastores". O conceito de missionário muda de épocas em tempos em tempos. !-!OU& que apenas era reconhecido corno missionário aquele pastor que fosse exercer o seu ministério no estrangeiro, r120 importando se ali ele estivesse desenvolvendo suas atividades entre "Indios", gentios ou ateus", cu numa congregação crista organizada, ou num educandárío da igreja. Outros classificam como missionirio todo aquele ministro que vai iniciar um novo trabalho, num estado ou cidade onde a @reja ainda não tem congregacões formadas. Seriam aqueles que abrem "novos campoç de missão" e "pontos de pregacão". E há quem defenda a posiqão de que "ca da pastor é um missionário". O que, na rea!idade, importa e é decisivo é que cada pastor, sendo conhecido como "servo d e Cristo, ou embaixador, ou ministro, ou mestre, ou diácono, ou bispo, ou cooperador de Deus, ou missionário", exercendo seu ministério no exterior ou em sua própria pátria, iniciando u m novo "campo de missão" ou atendendo uma congregacão já estruturada, não perca nunca as características de u m missionário, pois, "a obra missionária não é somente uma das atividades da igreja, mas também o critério de todas as suas atividades." Atos dos Apóstolos e as próprias Epístolas de Paulo apresentam o apóstoio Paulo como o grande missionário do Novo Testamento. E como missionário experiente, Paulo é u m sábio conselheiro pastoral que, especialmente em suas Epístolas Pastorais, aconselha, orienta e estimufa todos os jovens missionários sobre a visão missionária, a mensagem missionária, a perseveranca missionária, os métodos missionários, Recentemente, um missionário japonês, idoso e experiente, após analisar o seu trabalho, após meditar sobre as Epístolas de Paula, e vendo corno "muitos jovens missionários encaram a missão em terra estranha como uma aventura, ou como autros desanimam e fracassam", preparou uma circular com os "dez mandamentos do novo missionário", trazendo os primeiros cinco como "mandamentos" negativos e os outros cinco como positívos. Emborõ alguém pudesse elaborar outros tantos "mandamentos", talvez eté melhores, julgamos que estes conselhos do vefho missionário japonês merecem rafiexão: 1 - Náo saia ao campo, imaginando-se a quarta pessoa da Trindade. U m missionário 6 apenas "um mendigo mostrando a outro mendigo onde achar pão". 2 - Não espere boas vindas. Você está sendo enviado, não convidado. Caso você tenha sido convidado, bem pode ser que não seja por causa do evangelho. A cruz é repuisão, não atração. Você terá de conquistar o direito à afeicão e confianca do povo. Então eles irão implorar que vocD volte, ainda que agora já não precise deste encorajamento. 3 - Não espere ganhar seu respeito, sua atençzo e seus coracões sem conceder-ihes a honra de aprender a sua língua e, com esta, sua cultura. 4 - Não deixe seu lar. . . a menos que t e n c i o ~ ever os obreiros nacionais assumindo o seu- trabalho tão logo quanto possível e você trabalhando sob sua direcão, numa iuncão de apoio. 5 - Não seja um solitário. O cristão solitário é uma contradição de termos. O missionário solItárlo é uma ameaça para si mesmo e u m joguete do diabo. Certifique-se que um grupo de servos de Deus - poucos ou rntaltos - se propõs orar reguiarmente por você. Peça oracões mesmo d o mais humilde dos crentes. 6 - Desfaça suas malas - então esconda-as e esqueça-as. Alguns mis- sionários nunca desfazem realmente suas malas! 7 - Exercite a paciência. Observe que esta é a primeira das evidências do apostolado ( 2 Co 12.12). Você precisará de paciência para o aprendizado da llngua, para entender os missionários veteranos, para adquirir novos hábitos de sono, para se acostumar a odores indescritíveis, a alimentos intragáveis, a inacreditáveis insetos, a barulhos insuportáveis, a ouvintes incrivelmente insensíveis, a correio demorado, a interminável burocracia e, pior que tudo, tomar conhecimentos de um EU que voc5 nunca pensou que tivesse! 8 - Peça a Deus a ajuda especial de duas pessoas: primeiro, u m missionário estrangeiro, veterano, que lhe mostrará o que NÃO fazer. Voc6 aprenderá muitos dos seus erros. Secjttndo, u m líder nacional muito usado por Deus, que ihe mostrará o que deve ser feito, ainda que ele saiba que você não possa consegui-ia. 9 - Mantenha abertos os canais de comunicacão. Escreva cartas pessoais não apenas para ss doadores mas também para os oradores, aiimentando as suas oraqões. 10 - Seja você mesmo! Você nem o corpo, as habiiidades, 3 remperamento e o rosto que o Senhor quis que você tivesse. Mão seja escravo de uma imagem daquilo que v ~ c âpensa que um missionário deva ser. Eescanse em Cristo. Rea!ize-se somente NELE. Sua contribuiçBo como missionário será aque!a que só você poderá fazer. Tudo o que você tem a fazer 6 agradá-lo! Três lembretes finais de Paulo: - Prega a palavra, insta, quer seja oportuno, quer nso, corrige, repreende, exorta com toda a longanimidade e doutrina; - Faze a obra de evangelista, cumpre cabalmente o teu ministério; - Eu plantei, Apoio iegou; mas O crescimenro veio de Deus. L. Mário L e h f e l d t O lema da Igreja Evangélica Luterana do Brasil (IELB) para os anos 19798 0 foram as palavras de Efés!os 4.15: "Cresçamos em tudo naquele que é o c a b q a , Cristo". Toda a programação da !ELB girava em torno de seu 75." aniversjrio de organizacão, festividade que culminou com a 47." Convenção Nacional que se realizou em janeiro'de 1980, no Instituto Concórdia, São Leopoldo, RS. Sob a temáiica geraf " A Igreja, Corpo de Cristo" foram apresentados, em p!enário, três estudos. Diante da profundidade, importância e atualidade, julgamos por bem reproduzir os mesmos nesta revista. Na edição "I Trimestre-8 1" reproduzimos o primeiro estudo: "O Senhor Faz Surgir e Crescer a Igreja". Hoje apresentamos o trabaiho do Prof. Mário L. Rehfeldt, um estudo que, de maneira clara e concha, nos dá uma visão geraf do comportamento da igreja ao longo dos 20 séculos, mostrando os antecedentes históricos da Igreja Evangélica Luterãna d o Brasi! (L.) A história da Igreja Evangélica l u terana do Brasil principiou em SZo Pedio, no sul da Rio Grande do Sul, há oitenta anos, mas por pertencer ela à igreja cristã universal, seu início verdadeiro deu-se há 1950 anos atrás quando o Senhor Jesus Cristo disse: "Toda a autoridade me foi dada rio céu e na terra. !de, portanto, fazei discípulos de todas as naqões batizando-os em nome do Pai e do FIlho e do Espírito Santo, ensinando-os a guardar todas as coisas que vas tenho ordenado." E eis que estou convosco todos os dias até a consumacáo do século." ( M t 28.19.79). Os discípulos do Senhor foram acompanhados do poder prometido por Cristo nos vinte séculos que nos separam da ordem e promessa do Mestre, por isso estamos aqui fazendo com que se cumpram ainda no final d o século XX. Neste, como em todos os cjutros séculos da história da igreja cristã, problemas e ameaças dificultaram ou tentaram impedir que os cristãos cumprissem sua missão. Quais foram e como os enfrentaram, tentaremos descrever, sucintamente, a seguir, citando apenas os episódios principais e os que mais diretamente se relacionam com o passado de nossa igreja. Costuma-se dividir a História da Igreja em: História da Igreja (30-590); História da Igreja Medieval (590-1 51 7); História da Reforma (1517-1648); e História da Igreja Moderna de 1648 até nossos dias. A IGREJA ANTIGA (30-590) A igreja cristã, nos primeiros seis séculos de sua existência, viveu no mundo greco-romano. Já na primeira geracão de sua existência, o cristianismo, por ter sido rejeitado pela maioria do povo e pelos líderes de Israel, foi obrigado a transplanzar-se para o mundo greco-romano, onde todas as espécies de religiões e fiiosofias se combatiam para obter o domínio: a religião tradicional dos gregos e romanos: filosofias gregas: o platonismo, o aristotelismo, o cinismo, o estoicismo, o epicurismo; religiões de mistérios; culto a Cibele, a Serápis, mistérios eleusianos, m i traísmo; e o culto ao imperador. Foi por não se curvarem perante a estátua do imperador, oferecendo-lhe incenso, que os cristãos foram martirizados. Durante três séculos, "o sangue dos mártires foi a semente d o (Tertuliano), porque cristianismo" embora os cristãos dessem a César o que era de César, César também exigia dos cristãos o que pertencia a Deus (a adoração) e isto lho negavam. O batismo de sangue, ou melhor, de fogo, receberam os cristãos - embora alguns líderes como Estêvão e Tiago já tivessem sido mortos pelos judeus antes - do imperador Nero que, em 64, para desviar de si as suspeitas de ser o incendiário de Roma, acusou os cristãos desta cidade e os transformou em tochas vivas nos jardins de seu palácio abertos ao público, pelos quais guiava os cavalos de seu carro. Perseguições isoladas e esporádicas seguiram-se até 250 quando o imperador Décio (249-251), depois de Roma ter celebrado m i l anos de existência (248) em meio a desgraças, concluiu que elas eram devidas ao abandono da religião tradicional por tantos súditos e ordenou a primeira perseguição geral aos cristãos, que f o i continuada por seu segundo sucessor Valeriano. Houve quem negasse a f é ameaçado de morte, mas vários bispos famosos e multidões de leigos incógnitos ali alcançaram a coroa da glória. Quarenta anos de paz para a igreja seguiram-se até Diocleciano iniciar a última e mais feroz perseguição (3033C5), que tal)'ez tenha produzido mais mártires qu- :odas as outras anteriores juntas e que f o i continuada mais seis anos por Galério, seu verdadeiro instigador. Depois do mais sangrento massacre de inocentes cujo único crime era nzo adorar a dois senhores, no leito de morte, em mejo a dores e angústias que lembram as infernais, êalério fala a boa palavra acs cristãos: "estais livres, orai tarnbem por mim". O império reconhece a futilidade das perseguiç8es. os cristãos triunfam. Que fizeram eles nes- tes três séculos além de serem perseguidos? Anunciaram o evangelho com suas palavras, com suas vidas, com suas mortes. Comecando em Jerusalém, ali perseguidos, espalharam-se pela Judéia e Sesmaria. Logo estavam em Damasco, em seguida em Antioquia da Síria, onde pela primeira vez gentios converteram-se diretamente ao cristianismo sem passar primeiro pelo judaísmo e onde também e l a vez primeira são chamados de cristãos. Antioquia f o i grande centro missionário, ponto de partida do apóstolo Paulo para suas viagens missionárias que resultaram no estabelecimento de c m gregações cristãs em todas as grandes cidades da Asia Menor e da Grécia. Enquanto isso, em Roma, surgia a mais numerosa, rica e dedicada comunidade cristã de onde o evangelho se espalhou por toda a Itálía. Os cristãos de Roma, já em 55 ou 56, recebem a mais importante epístola de Paulo. No segundo século h9 cristãos no norte da África: Cartago, ali em 200 ensina Tertuliano, o primeiro teólogo a gsar o latim: no Egito, onde surge o mais notável curso superior de teologia cristá da antiguidade; na Gália (franca) er,? Lyons. Nesta cidade, em 177, algumas dezenas de cristãos foram martirizados. Por volta de 180 a igreja estava estabelecida em tocias as partes d o império Romano e provavelmente além de suas fronteiras a sul e a leste. Depois da morte do apóstofo Paulo não houve missionários famosos. No segundo século nem mais havia o cargo de missionário. A mais notáve! expansão missionária de todos os tempos f o i realizada sem missionários profissionais. Foi feita pe- los cristãos todos. Confiavam em seu Salvador e amavam-se uns aos outros mais do que tem acontecido em outras épocas porque arriscavam tudo, at6 a própria vida, ao fazê-lo. Num mundo em que a imoralidade era moda, suo vida pura, exemplar, era u m ímã que atraia as pessoas serias que desejavam conhecer seu segredo. Dentro das comunidades todos eram de fato irmãos, desde escravos a exmeretrizes até damas da sociedade. A constância no martírio, por vezes, convertia os próprios algozes. Os cristãos viviam e morriam seu cristiânismo, mas também falavam dele. O parente falava ao parente, o amigo ao amigo, o hóspede ao hospedeiro e este aos hóspedes que não conheciam a Cristo. Os viajantes levavam a mensagem da cruz a todos os recantos do Império Romano, bem como o faziam os soldados que eram transferidos de fronteira a fronteira. A perseouicão a Igreja Antiga respondeu com vida exemplar, profissác de fé, propagacão do evangelho a todo o império, e martírio heróico. Mas a existência da Igreja Antiga não f o i ameaçada apenas de fora. Houve também crises internas que poderiam ter deturpado irremediaveimente sua doutrina. Já no segundo século, o gnosticismo, o marcionismo e o montanismo perturbaram a igreja. O gnosticismo foi a tentativa de misturar as religiões e fiiosofias da época, como hoje fazem 3s cowentes espirituafistas, Rosa Cruz, teosofismo, Seicho-No-Yê ou umbanda. Inclusive empregavam palavrãs ie teoiogia cristã, mas seu conteúdo era esvasiado. O gnosticismo pretendia ter conhecimento superior à f é simples dos cris$ãos. Gnose significa conhecimento. Os gnósticos dkiâm que entre o Deus superior e o mundo dos homens havia grande número de seres intermediários e Cristo era apanas um deles; que a matéria é má em si e foi criada por u m ser inferior, não pelo Deus supremo. Também diziam que Cristo tinha apenas u m corpo aparente e não morreu nem ressuscitou rea!mente. Através de propaganda bem estruturada esta corrente conseguiu enganar a muitos cristãos. O marcionismo - o nome vem de ívlarcião, rico negociante que, por volta de 140, em Roma, quis impor suas idéias à congregacão, mas f o i expulso. Acreditava que todos os apóstolos, exceto Paulo, tinham deturpado o cristianismo no sentido judaizante. Queria purificar o evangelho, separando-o da lei. Tão radical era que dizia ser a criacão má e o deus criador mau, e que não era Q Deus do Novo Testamento revelado por Cristo, pois este é u m Deus de amor. Só nas epístolas de Paulo e no evangelho de Lucas acreditava encontrar apoio para sua doutrina. Para tanto, mutilou estes livros, eliminando tudo que não lhe agradasse e rejeitando todos os outros livros do Movo Testamento. Pode ser considerado o pai da teologia liberal moderna, que rejeita algumas partes d o Novo Testamento e tira outras d o contexto para defender uma teoria racionalista preconcebida. Marciáo e seus seguidores foram e x c o m u n ~ d o s , porém ele fundou comunidades em várias partes do império, as quais existiram por mais de dois séculos. O rnonranismo surgiu por volta de 170 e é extraordinariamente semelhante ao pentecostalismo e movimentos de renovação cong2neres que hoje pretende ser a novidade saiva- dera do igreja. Naquele tempo só produziu confusão. Seu líder f o i Montano e, como geralmente acontece nesses movimentos exageradamente sentimentalistas, eiz se fazia acompanhar por duas mulheres "profetizas": Priscila e Maximiia. Pretendiam que o Espírito Santo falava atravos deles e segundo Eusébio, o pai da História Eclesiástica, deliravam e comecavam a emitir sons estranhos semelhantes a esses "falar em !ínguasP' de que se ouve atualmente. Aceítávam eles todos os livros da Biblia mas davam mais atencão õs "profecias" que Montano dizia receber diretamente do Espírito Santo. Ele anunciou que em breve a Jerusalém Celeste desceria ao lado de Pepusa, sua cidade natal. E até hoje, 1700 anos depois, parece que a Jerusalém de cima ainda náo chegou lá nem a qualquer outro lugar para onde profetas do tipo deíe vem impingindo aos cristãos até aos dias de hoje que e!a deva vir. Ainda assim se consideravam superiores aos demais cristãos. A igreja enfrentou estas tres grandes ameacas com sucesso definindo o cânone do Novo Testamento, estabelecendo a regra de fe, isto é, o Credo Apostólico, e aumentando a autoridade dos bispos. Desde o início, as cristãos liam em seus cultos e reverenciavam o Antigo Testamento pois viam neie o pre.aro para a- vinda de Cristo. Desde muito cedo também as cartas d s apóstolo Pauto e os Evangelhos eram lido às congregações. Quando os gnjsticos tentaram iludir os cristãos com evmge!hos, epístotas e atos de apbsto!os iantasiosos, que eles mesmos cempunhanl, quando Marcião rejeitou todos os fívros de apóstoios menos os de Paulo e Lucas que ele gnósticos e marcionitas negaram que ainda deturpou, quando os montanis- o criador do universo materiai é o tas afirmaram que além dos livros Deus supremo, Pai de nosso Senhor inspirados apostóiicos era necessá- Jesus Cristo. Sabia-se então que s6 rio dar atencao a novas revelações do confessariam essa frase os cristsos u Espírito Santo que só eles recebiam as congregacões que mantinham a e que tinham o mesmo v d ó r da men- doutrina correta e não podiam iazê-i0 sagem apostólica, a igreja viu-se for- os que deturpavam o evangelho. %o cada a examinar que livros eram au- seio da comunidade de Romo elabotenticamente de origem divina, sur- rou-se o que, com pequenas aIteragindo assim, aos poucos, a colecão cões, chamamos de Credo Apost6ilde vinte e sete livros do Novo Testa- co, esse baluarte doutrinário de todos mento. Muito cedo, no segundo sé- os cristãos de qualquer época, que culo, chegou-se a conclusão que os aceitam os fundamentos bSsicos dos evangelhos eram nem mais nem me- ensinamentos apostólicos. nos do que quatro. As epístolas de Os líderes das congregaçóes faiam Paulo, 1 Pedro, 1 João também fo- um dos mais eficazes meios de corri;ram logo aceitas por todos. Outros bater as heresias do segundo sécuio. livros: Apocalipse, Xebreus, Tiago, 2 Pedro e 2 e 3 João ainda n o século A princípio, cada comunida8e possuía IV não eram considerados tão seçu- vários, que eram denominados indisramente apostólicos como os demais. tintamente presbíteros ou bispos. Mas A primeira lista, que chegou até nós, a partir d o final do primeiro sécuio, dos vinte e sete livros do Novo Tes- em várias reçióes, um dentre os iitamento como o temos hoje data de deres comecou a destacar-se. Meio 367 e é da autoria do bispo Ataná- século depois, as congregacóes em toda parte tinham u m ;[der 5 siia tessio de dlexandria. ta, a saber, o bispo, que tinha c o m Enquanto os apóstolos viviam, era subordinados vários presSíteros e possívei, da boca deles, saber exata- diáconos. Em breve os bispos foram mente o qcie Cristo ensinara. Porém considerados sucessores dos apóstodepois que morreram, quando prin- tos. Esta evolucão foi em parte natucipalmente gn0sticos, marcionitas e roi: onde há um grupo dirigente, via montanistas ensinavam doutrina con- de regra, um se destaca: pela piedatraditória - como distinguir a verda- de, pelo espírito de lideranca, pela de do erro? Ao serem batizados, os idade, pela sabedoria, peia am5icáz-. candidatos ao ingresso na igreja i a - Em parte, ela também f o i conseqGGnziam sua profissão de fé. E a ordem cia da propaganda de iíd,pres XKC.. de Cristo: "batizando-os em nome do lnácio de Antioquia (m. l l5), que dlzia: "Ninguém faca nada na i g l j a Pai, e do Filho e do Espírito Santo", ~ ~ em v a niver tornou-se o núcleo desta confissáo, sem o bispo" e o coionn denominada "regra de fé" que rece- superior aos presbíteros. Ferarn 6s bia acréscimos à medida que outras bispos, em grande parte, responsáveis doutrinas falsas surgiam. Por exem- pelo sucesso na luta contra o gnosplo, à frase: "Creio em Deus Pai todo- ticismo por sua firmeza na fé. Com -poderosow foi necessário adicionar o correr do tempo, os bispos de ca"criador do céu e da terra" quando pitais de províncias passaram a sü- pervisionar os bispos de seu território, sendo chamados metropolitanos ou arcebispos. Finalmente, os bispos de cidades onde tinham trabalhado apóstolos, ou se supunha que o tivessem feito, receberam o título de patriarcas. Eram quatro na parte oriental do lmpério Romano: o de Alexandria, Jerusalém, Antioquia e Consrantinopla, e só um no Ocidente: o de Roma, onde não só atuaram os dois mais importantes apóstolos, Paulo e Pedro, mas também nela foram martirizados. Assim, a igreja estruturou-se numa hierarquia' seguindo em linhas gerais a organizacão polít i c a do Império Ramano. Nos séculos li1 e IV não cessaram os cot-iflitos doutrinários: giraram em torno da pessoa de Cristo, sua refacão com Deus Pai, resultando disso as controvérsias trinitárias e as cristotógicas, essas tratando da relacão entre a divindade e a humanidade na pessoa de Cristo. No século 111, começaram as especulações em torno da unidade d o Ser Divino e da relacão entre Cristo e o mesmo. Várias heresias surgiram com o nome de monarquianisrno. A intencão era boa. Num mundo polipeísta queriam ressaltar que Deus é u m só, mas também de alguma forma queriam ensinar a divindade de Cristo. Alguns, como Paulo de Samósata, acreditavam que u m poder divino desceu sobre o homem Jesus e o capacitou a realizar as obras de Detis. Em vista disso teria sido "adotado" como Fitho de D w s . Por isso sua heresia denominou-se adopcionisrno. Outros, como Sabélio, ensinavam que Deus, às vezes, apresentou-se como Pai, às vezes como Filho, e outras vezes como Espírito Santo, mas era sempre a mesma pessoa divina embora manifestada de maneiras diferentes. Esta corrente f o i chamada nodalismo, ou sabelianismo, por causa de seu fundador. Ambas as doutrinas foram condenadas juntamente com seus líderes. Aneaca maior para a doutrina e para a unidade da igreja constituiu Ario, Presbítero de Alexandria, que no início do século I\/ (318) passou a ensinar que o Filho não era eterno, que fora criado e por isso náo era Deus no mesmo sentido que o Pai. Ele é a primeira e mais nobre das criaturas de Deus, mas apenas criatura. Pregador eloqüente, Ario teve grande sucesso até entre bispos importantes. Quando o conflito entre arianos e seus adversários atingiu oroporcõzs aiarmantes, o Imperador Constantino, que dera liberdade de culto aos cristãos e esperava apoiar-se na igreja como maior forca unificadora do lmpério Romano, convccou o primeiro concílio ecumênico {isto é, universal), que se reuniu em IVicéia em 325. Ali, o grande defensor da ortodoxia f o i Atanásio, u m diácono de Alexandria. Sua defesa apaixsnada da verdade resultou na i i c ~ i t a c 2 0 do Credo Niceno - com pequenos acréscimos, confessado por 36s ainda hoje - em que é expressa a plena divindade de Cristo: "Deus cie Deus, luz de luz, verdadeiro Deus d a verdadeiro Deus". Conflitos doutrinários náo se resolvem de vez, por decreto. A corte imperial, por meio século, foi influenciada por idéias semi-acianas. sendo Atanásio. que iogo depois do Concílio ficara bispo de Alexandria, banido cinco vezes, por não ceder. Pouco depois de sua morte (3731 no segundo Concílio Ecumênico, o de Ccnstantinopia (381),o Credo Niceno, agora completo, f o i reafirmado. Neste concilio também foi condenado Apolinário, que de tanto enfatizar a divindade de Cristo, negava sua plena humanidade. No terceiro concílio, o de Éfeso, em 431, foi condenado Nestório, que isolava a tal ponto a parte humana da divina de Cristo que sofreu a acusação de separar Cristo em duas pessoas, e finalmente no quarto e último concílio dos grandes Concílios Ecumênicos, o de Calcedônia (451 ), foi cocdenado Eutiques, que misturava a tal ponto a natureza humana e divina de Cristo chegando a ensinar que Cristo tinha só uma natureza a divina. Em resumo: o Concílio de Nicéia (325) afirmou ser Cristo verdadeiro Deus; o de Constantinopla (381) que Cristo é verdadeiro homem, o de Éfeso (431) que ele é uma s6 pessoa e o de Calcedônia (451f que em Cristo encontram-se duas naturezas: a divina e a humana. Afirmada a plena divindade do Filho, também o f o i a do Espírito Santo e assim a igreja crista, por todos os séculos, pode adorar a Trindade na Unidade e a Unidade na Trindade, como era no princípio e por todo o sempre há de ser. Os concílios foram convocados pelos imperadores e seus decretos foram por eles implementados. A partir do século IV, ou mais precisamente, desde Constantino, o estado passa a proteger a igreja e a interferir ne!a. Que mudanca brusca. Poucos anos antes, o estado tentara exterminar o cristianismo e no concílio de Nicéia muitos dos bispos ainda traziam no corpo as marcas das torturas, arguns até eram cegos, outros aleijados. De agora em diante e por toda a Idade Média, pelo menos em Constantinopia, a igreja participava da pompa imperial. ,4 igreja, de perseguida, em pouco tempo passou a ser perseguidora: em 392 o cristianismo foi tornado a única religião legal no império e sacrifícios a deuses pagãos foram proibidos. Essa união de Igreja e estado favoreceu a igreja exteriormente: contribuiu para seu enriquecimento, mas também lhe trouxe sérios prejuízos internos. Constantino proibiu a luta de gladiadores, subvencionou a construcão de igrejas e cópias do Novo Testamento, perrniliu a igreja receber legados - o que em pouco tempo tornou a igreja grande proprietária de terras, e em 32'1 decretou ser o domingo dia de descanso obrigatório. Tomou como conselheiros bispos cristãos e lhes deu encargos políticos. E a igreja, para seu próprio prejuízo, passou a envolver-se na política. A esta altura, apenas 10% da população do império era cristã. Tornou-se moda filiar-se ao cristianismo. As grandes massas pagãs afluíram à igreja; deixaram-se batizar sem muita instrução prévia ou convicqão, trazendo para dentro da igreja muito de seu paganismo e baixa moralidade. A Santa Ceia tornou-se o sacrifício da missa, substituindo os sacrifícios pagãos, o ministério transformotl-se em sacerdócio, os cléricos passaram a distinguir-se dos leigos, peios privilégios, até pelas vestes, o culto à Virgem e aos santos assemelhou-se à adoração de divindades pagãs anteriormente invocadas em necessidades especificas. Houve os que se desiludiram com a imperfeição da igreja, achavam que se corrompera fazendo parte do mundo e fugiram, a princípio, literalmente, para o deserto, pretendendo servi; melhor a Deus e garantir me!hor sua própria salvacão no isolamento; com o correr do tempo afastaram-se da sociedade em grupos. Eram os monges e as freiras. Essa corrida para os desertos e depois para mosteiros e conventos foi motivada pe!o descontentamento de muitos com a baixa moralidade geral da igreja, a impossibilidade de sofrer martírio, a idéia que o mundo, a sociedade, a matéria e o corpo não são irremediavelmente maus, que a salvacão pode ser merecida, que é mais santo aquele que realiza coisas mais difíceis por causa da religião - pensamento esse não-biblico também trazido do paganismo. Até certo ponto o monasticismo foi u m movimento egocêntrico pois não pretendia salvar o mundo e sim fugir dele para garaniir a salvacão própria. Comecou no Egito, onde pouco é necessário à sobrevivência devido a seu clima quente e seco. Nos fins do século li1 e início do século IV Antônio criou fama como eremita e foi imitado por muitos. Pacômio, também no Egito, na mesma época, fundou o primeiro monastério e sua irmã u m convento de freiras. De lá o monaquismo propagou-se para a Síria e demais regiões @o Império Bizantino. O conhecido teólogo Atanásio ajudou a propagá-!o no Ocidente. Quando banido de Alexandria, visitou Roma. Jerônimo e Agostinho também foram entusiastas deste modo de vida. Os monges dividiam seu tempo em oracão, trabalho manuai e estudo. Faziam os votos de pobreza, obediência e castidade. Apesar dos defeitos e do caráter antl-evangélico de vários aspectos do monaquismo durante a Idade Média, todos os movimentos de reforma da igreja brotaram em mosteiros, inclusive a Reforma tuterana. Foi ao mesmo tempo a grande instituicão missionária medieval, a grande responsável pela cristianizacão dos povos bárbaros germonicos que invadiram o Impkrio Romano e contribuíram para sua derrocada em 476. Durante as invasões dos bárbaros viveu um dos maiores teólogos do cristianismo ocidental de roda sua história: Agostinho f m ,430). Sua mente genial abordou quase todos os temas da teo1oc;ia desde a Trindade até a reiacdo entre igreja u estado. Também defendeu a doutrina da salvacão pela cjraca divina contra Pelágio que atribuía ao homem a capacidade de contribuir decisivamente para sua safvação. As Confissões de Agostinho sZo o mais belo documento do caminho percorrido por um homem at8 encontrar paz em Deus. Agostinho morreu em 430 quando vs vzndaios estavam sitiando sua cidade, Hipo Regio, Estes mesmos vândalos, além de visigodos, ostrogodos, atemanos, francos, burgúndios e outros bárbaros gerrndnicos fizeram ruir todas as instituicões do mundo greco-romano quando invadiram e em parte saquearam o Império Romano, decretando deste modo o f i m do mundo antigo. A única instituicão que sobreviveu a esta destruicão foi a igreja crista, o que reveia, que apesar de seus defeltos ela sempre continuou e continua a ser o alvo da promessa d e Cristo de jamais abandoná-la. Mostra que cinda tinha vigor, pois não só continuou a existir como também cristianizou e trouxe à civifizacZo estes mesmos povos germânicos. Este é o grande tema do cristianismo medieval que vai do s8culo VI até o século XV. O CRISTIANISMO MEDIEVAL (590-1 51 7) O primeiro grupo germânico a ser convertido ao cristianismo foi o dos godos no sudeste da Europa no século IV. Úifilas converteu ao cristianismo semi-ariano seus compatriotas, porque este era dominante em Constantinopla em seu tempo. Traduziu a Bíblia à 'língua gótica, dando a seu povo até mesmo a escrita. Dos godos o cristianismo passou à maioria dos povos germânicos antes ainda que eles invadiram o império. No outro extremo da Europa, a Irlanda f o i cristianizada no século V por Patricia, que na juventude fora raptado por piratas e vendido como escravo. Fundou mosteiros e os monges instruíam o povo. Os monges irlandeses também adotaram o costume de peregrinar em grupos de doze com u m líder, lembrando o Senhor Jesus e os doze apóstolos. Partiam da Irlanda, foram para a Escócia, cujo grande inissionário foi Columba, para o norts da Inglaterra e várias regiões da Europa Ocidental e Central. A l i os francos tinham sido o único povo germânico a invadir o império, ainda pagãos. Foram batizados em massa como em geral aconteceu na conversão dos germanos na Idade Média quando seu rei Clóvis, que era casado com uma princesa cristã, jurou tornar-se cristão caso vencesse a batalha contra os alemanos em 496, o que realmente aconteceu. Deixou-se batizar com 3000 guerreiros no Natal do mesmo ano. Mão se tornou ariano, mas católico, e em poucas décadas os demais povos germânicos também abandonaram seu arianismo e igualmente se ligaram ao papa cie Roma. Na fnglaterra, por volta do c;no 500, os emissários do primeiro grande papa medieval, GregOrio I (590-604), converteram o rei de Kent, casado com uma princesa cristã, passo inicial para a subordinacão do cristianismo britânico ao papado. No Sínodo de Whitby (664) a forma romana de cristianismo prevaleceu sobre a céltica irlandesa estreitando as relacões entre a Inglaterra e o bispo de Roma. Na Alemanha os monges missioi:ários irlandeses já tinham trabalhado com sucesso em várias reçiões, quando Bonifácio ( m . 754) ali organizou a igreja, especialmente em Hesse e Turíngia. Causou profunda impressão aos pagãos ao cortar com um machado o carvalho sagrado de Odim em Geismar, Hesse. Julgaram os pagãos que seu deus o destruiria com um raio, e quando nada lhe aconteceu convenceram-se da supericridade de Cristo. Com a madeira, Bonifácio ergueu uma capela a S . Pedro, cujo sucessor considerava o papa de Roma, e por isso esforcoa-se ao máximo para submeter a igreja alemã ao papado, vendo seu trabalho coroado com êxito. A última grande tribo pagã germânica, a dos saxóes, foi convertida à força pelas tropas de Carlos Magno em mais de vinte campanhas m i litares. Ao norte da Germânia, na EScandinavia, viviam os viclcings, que por três séculos assolaram a Europa Ocidental com suas incursões de saque. Chegaram a conquistar parte da Franca e da Inglaterra e dela fevaram o cristianismo para seus !ares por volta do ano 1000. t\Aais ou menos na mesma &oca, na Europa Oriental, vários povos foram convertidos, em geral por rnis- sionários ligados a Constantinopla. Foram os búlgaros, boêmios, poioneses, russos e húngaros. Enquanto na Idade Média o cristianismo se expandia para o norte e o oeste conquistando toda a Europa pura Cristo, no sul e no leste, nos territórios que por primeiro tinham ouvido a mensagem da salvacão, abateu-se a maior rragédia da história da cristandade. Os seguidores de Maomé, em menos de u m século. conquistaram e eliminaram o cristianismo quase totalmente da Palestina, Síria, Egito, Norte da Africa, ameacando depois tomar a Europa toda, ameaça esta ainda muito viva na i p o ca da Reforma. superstic5es. Prevaleceu a idéia que os ministros são sacerdotes do tipo dos do Antigo Testamento. Tornaram-se uma classe separada e no Ocidente deles se exigiu o celibato. Quanto 2 organizacáo eclesial na Idade Média, houve sempre duas igrejas cristas aut6nornas e rivais: a Oriental, com sede em Constanrinop!a, e a Ocidenzai com seu centro em Roma. O patriarca de Constantinopla e o papa de Roma nunca aceitaram u m a autoridade do outro sobre o território sob sua própria jurisdicão. Eepois de v á r b s conflitos hotive a separação definitiva entre as duas igrejas em 1054. Mais de perto nos interessa a !greja Ocidental. Nela, aos poucos, os ta, porque perfeita só será no céu. Mas papas, reivindicando ser sucessores na Idade Média, a tática de conver- do apóstolo Pedro, conseguiram. desões em massa contribuía para a de- pois de séculos de conflitos, ser reccturpacão do evangelho a ta! ponto que nhecidos ccimo chefes. A transferênmuitas vezes a mensagem do perdgo cia da sede do Império da Roma para dos pecados pelos méritos de Cristo Constantinopla em 330 aumentou o ficava totalmente obscurecida, trans- prestígio do bispo de Roma já muito formando o cristianismo em grande respeitado por terem Fedro e Pauio parte numa religião de obras. Mão só; trabalhado e sido martirizados em os ignorantes o fizeram, mas também sua cidade. Um s i c u l o depois da os líderes da igreja para tal contri- transferência, Leão i (44-0-62 ), elabuíram. A Santa Ceia passou a ser bora a doutrina que dizia ser Pedra considerada um sacrifício e, mais a rocha, o fundamento, o porteiro do tarde, (em 121 5) foi decretada a dou- céu para iigar e des!igar e que, atratrina da Transubstanciação. A i d é i ~ vés do papa (título reservado só ao de u m purgatório, onde as almas se- bispo de Roma pelo Concilio de Cairiam purificadas pelo fogo depois des- ced6nia em 4-51), como seu sucesta vida, foi defendida p e ! ~papa Gre- sor, Pedio continua a cumprir SUE: gório i e desde entZo era geraimente miss8o. Esta reivií;dicacáo foi aceita aceita. Ao mesmo tempo comecaram nc. Ocidente, exceto pelos cristaos a ser celebradas missas pelos mortos ce!tas (ir!andeses!, mas repudiada no e os mártires e outros considerados Oriente. Llm século e meio depois santcs, tornaram-se objeto de venera- dele, torna-se papa Gregório i , o cão, sendo feitas orações aos mesmos. Grande (590-6041, considerado o Desde que o Concílio de Éfeso (431) primeiro papa medieval. Centra!izott declarou ser Maria mãe de Deus, au- a administracão dos iatifúndios da mentou o culto à Virgem com muitas igreja romana, defendeu a cidade 6 s Reformas, a igreja sempre necessi- período do apogeu d o - papado e sua tentativa de transformar o mundo no reino de Cristo através do domínio papal da sociedade, tanto a religiosa como a poiítica. O papa afirmava ter autoridade até para depor imperadnres. Este mesmo Gregório Vil tornou obrigatório o celibato dos padres, No século Vil1 o poder papal foi fortalecido com a entrega ao papa pojs a maioria eram casados na época, dos territarios conquistados dos lom- provocando, o que um historiador bardos pelos reis dos francos, Pepi- chamou, "o maior divórcio coletivo no, o Breve, e Carlos Magno. Na da história". Ele também obrigou o imperador Henrique IV a pedir permesma época foi elaborado um dodão de pés descalcos na neve em cumento forjado, "a Doação de ConsCanossa em 1077. Mais tarde tutero tantino", pelo qcai este imperader teconsideraria esta época o início d o ría entregue ao papa a "cidade de despotismo papal. U m século depois, Roma e todas as províncias, distritos o papa Inocêncio li1 (1198-1216) e cidades da Itália e das regiões exerceria maior poder sobre monarocidentais". Apesar de falso, foi cas do que qualquer outro papa na utilizado pelos papas para aumentar seu poder poiítico a t é ser expos- história: Na Alemanha excomungou Oto IV e fomentou a oposiçbo que to como fraudulento em 7440 por lhe custou seu trono, conseguiu que Lourenco Valia, um humanista. Frederico ll fosse eleito imperador, Com a derrocada do império de tirando dos alemáes o direito de eleCarlos Magno, a igreja em geral, e ger até os seus bispos. Na Franca, o papado em particular, sofreram. obrigou Filipe Augusto a receber de Em Roma houve a maior degradacão. volta a esposa de quem se divorciaNo século X alguns papas notabiliza- ra. Coroou o rei de Aragão (na Esparam-se pela imoralidade. Três fatores, nha) em Roma como seu vassalo. em meados do século Xl, contribuíPortugal, Polônia, Hungria e Sérvia ram decisivamente para tirar o pa- tornâram-se vassalos papais. Na Inpado de sua mais profunda decadênglaterra obrigou o rei João Sem Tercia e elevá-lo a seu ponto culminan-' ra a entregar o seu reino ao papa e te em toda sua história: ( 1 ) a acZo recebê-lo de volta como vassalo pados imperadores alemães que o liberpal. taram da política das grandes famílias de Roma; ( 2 ) a reforma monásDepois de lnocêncio lll veio a detica, iniciada pelo mosteiro de Cluny cadência do papado. Para exercer que se propagou pela igreja toda, vi- tamanho domínio sobre a igreja, a sava moralizar a igreja, libertá-la do sociedade e os governantes, o papapoder dos leigos e tornar o papa se- do organizara a mais numerosa e nhor absoluto da igreja; e (3) a pes- complexa burocracia européia. Com soa de Hildebrando, depois papa, o tempo as burocracias, em lugar de com o nome de Gregório Vll (1073- serem um meio, passam a tornar-se 1085). Dominou vários papas até ser um f i m em si mesmas e normaimeneleito em 1073. Com ele comeca o te são as pessoas mais ambiciosas ou !?orna dos lombardos, fez com eles tratado de paz. Tornou-se a figura mais notõvel da Itália na época, tanto no setor político, como no eclesial. Exerceu autoridade na Gália e Espanha e, como vimos, iniciou a missão na Inglaterra. inescrupulosas que mais depressa galgam seus postos mais elevados. Foi o- que aconteceu com o papado em seu apogeu. O instrumento para moralizar e purificar a igreja e os povos cristãos bem como seus governantes, isto é, a burocracia papai, tornou-se a principal fonte de corrupção da igreja. A evolucão política da época igualmente contribuiu para a decadência do papado. No século que seguiu ao pontificado de Inocêncio lll, o Império Alemão desintegrou-se, mas as nacóes européias ocidentais experimentaram um processo de centralização política. Os reis adq~iirirampoder cada vez maior. O rei Felipe IV, o Belo, da França, chegou a mandar prender o papa Bonifácio V l l l em 1303 e em 1309 forcou o papado a se transferir para Avignon em território francês, onde ficou cerca de 70 anos, período esse, apelidado de "Cativeiro Babilônico do Papado". Tal foi o resultado da intromissão da igreja em assuntos políticos. Sem dúvida, o mais flagrante exemplo medieval de mistura de quesróes espirituais e seculares, isto é, a confusão entre a cruz e a espada, f o i o movimento das Cruzadas, iniciado pelo papa Urbano I1 em 1095, que, após o êxito inicial da Primeira Cruzada, que tomou Jerusalém em 1099, só conheceu fracassos. A tentativa de trazer d e volta, pela forca, ao cristianismo os lugares sagrados da Palestina, perdidos para os istamitas, e o empenho em convertê-10s pela espada, só trouxeram resultados extremamente negativos. Conseqüências tanto positivas com o negativas produziu o esforço em repensar os problemas teológlcos com o auxílio da filosofia arlstot8ii- ca, denoin inado escolasticismo. Gigantes intelectuais tentaram harmonizar f é e razão, teologia e filosofia, tornar os dogmas da igreja compreensíveis ou ao menos retacioná!os com a razao. Para Tomás de Aquino não há contradição entre as doutrinas reveladas por Deus e o raciocínio, auxiliado pela filosofia de Aristóteles. Posição contrária a Aquino tomaram Duns Scotus que salientava a vontade livre de Deus, e Guilherme de Occam que acentuou o divórcio entre fé e razão e afirmava não se poder provar pela lógica nenhuma doutrina cristã mas que devemos aceitá-las pela fé por que estáo contidas na Bíblia e a igreja as ensina. lutero depois seria aluno de seguidores de Occam. Apesar de seus defeitos, apesar de subordinar demais a teologia cristã à filosofia grega, a escolástica teve seus méritos. Numa época de efervecência intelectual conseguiu tornar o cristianismo o centro das indagações das mais nobres inteligências e contribuiu decisivamente para o surgimento das Universidades, sem as quais a própria Reforma Luterana seria inconcebível. Na mesma época em que comecavam a surgir Universidades, aumentava a populacão das cidades e, como sempre, mais de 90% dos que nelas viviam eram pobres e nem a igreja e nem o estado estavam preparados para solucionar seus probiemas. Foi ent%o que apareceu uma das mais simpáticas figuras da história do cristianismo medieva! ou de qua!quer época: S. Francisco 'de Assis ( 1 182-1 226) cujo amor ao próximo, humildade, pobieza espontânea, alegria face à natureza serviram de ii?c,plraçáo a grande número de seguidores que dedicaram suas vidas a ministrar especialmente as massas urbanas desarnparadas. Já durante sua vida, e depois de sua morte, seu movimento foi organizado numa ordem monástica mendicante que se assemelhava à fundada por Domingos, a dos Dominicanos, que se destacaria no ensino (os maiores mestres escolásticos pertenceriam a ela) e como responsáveis pela lnquisi+o. Esta, a Inquisicão, foi reestruturada quando comecaram a surgir movimentas de protesto contra a corrupcão do papado e da igreja já no seu período de apogeu: o movimento dos cátaros ou a!bigenses que nos sé; culos XII e Xlll conquistou muitos adeptos no sul da Franca, apesar de também deturpar completamente o cristianismo com seu dualismo, ensinando haver dois poderes eternos, u m bom e outro mau, que a matéria é má em si, que Cristo não poderia ter tido u m corpo real. Uma cruzada e, depois dela, a Inquisicão, aniquilaram este movimento. Diferentes eram os Vaidenses que ensinavam trechos da Bíblia na IFngua do povo, condenavam os abusos da igreja mas também foram perseguidos pelo papado. N o século XIV, quando os papas estiveram em Avignon e depois, voltando para Roma, houve um confiito entre o papa e os cardeais e estes elegeram u m segundo papa, os protestos aumentaram. Na Inglaterra, J. Wiciif (1320-1384) rejeitou a doutrina da transubstanciacão, do purgatjrio, do culto aos santos, a venerac2io de relíquias e chamou o papa de Anticristo. Além disso traduziu, com a-colaboracão de discípulos, a Bíblia para o inglês, a língua de seu povo, pois a considerava a autoridade suprema na igreja. Foi condenado depois de morrer e seus ossos foram queimados. Suas idéias foram retomadas por J. Huss (73601415 ) na Boêmia. Foi seguido por muitos, compareceu ao Concíiio de Constanca ( o mesmo que conseauiu a deposicão de três papas concorrentes e elzgeu outro, a c a b a ~ d ocom o papado duplo e triplo) que o condenou e queimou vivo. Contudo, em sua terra surgiu uma igrejo independente de Roma, um século antes da Reforma. Assim concluímos o rápido exame de alguns aspectos importantes da História da Igreja Cristã na idade Média (500-151 7 ) . Apesar da mistura de erros com a verdade bíblica e de seus fracassos, neste período a igreja preservou a fé cristã, unificou a Europa, cristianizou e civilizou os povos Sárbaros. Por volta de 1500 o mundo medieval chegava a seu ocaso e u m novo mundo nascia, o nosso mundo ocidental moderno. As descobertas geoçrificas ampliavam os horizontes dos 96vos europeus com a descoberta da América, do caminho às índias, China e Japão. A situação política européia modificava-se considsravefmente. O Sacro Império deixava de ser uma potência enquanto os reis de Franca, Espanha e Inglaterra conseguiam subordinar a si as forcas vivas de suas respectivas nacCtes, inclusive a igreja em seus territórios. Enquanto isso, Aiemanha e itália continuavam divididas em grande número de pequenos territórios mais ou menos autônomos. No campo cultura!. o entusiasmo pelos clássicos greços e romanos, a veneracão da arte grega produziram principalmente na It0iia tendsncias paganizantes e secu!arizadoras que afetaram inclusive o papado, que na época conheceu sua pior degradação moral em toda sua história, com Inocêncio VI1 e Alexandre VI. este o pai de César e Lucrécia Bórgia, e de vários outros filhos com diversas amantes. Foi o papa durante a infância de Lutero. Na época também a religiosidade do povo decaiu. Embora intensa, eia era mal dirigida. Concentrava-se em formas exteriores, materiais de religião, em geral supersticiosas. Aumentou a crença em bruxaria, em intervenções de anjos e demônios a todo o instante, na eficácia do culto às relíquias e das romarias a santuhrios. Predominava u m temor mórbido do futuro, que se pretendia desvendar. c o m a astrologia. A venda de indulgências era alto negócio. InduIgGncias eram certificados de diminuiçáo das penalidades que a pessoa deveria sofrer na terra e no purgatório por causa dos seus pecados mesmo depois de perdoada a culpa eterna na abso!vição. Foi para debater este abuso no âmbito universitário que Lutero escreveu as 95 Teses que afixou na porta da Igreja do Castelo em Wittemberg a 31 de outubro de 15?7. Contra seu desejo, foram pubiicadas por outros e. em pouco tempo, o tornaram conhecido por toda a Aiemanha e até fora dela, marcando o Início da Reforma. As 95 Teses náo foram o grito de guerra de u m revoluciongrio mas o protesto de u m cura de almas que passara por profundas crises espirituais e agora via os riscos que este materialismo reiigioso constituía pora as almas abiitas. A ÉPOCA DA REFORMA ( 151 7-1 648) Lutero nascera em 10 de navembro de. 1483, filho de mineiro e neto de camponês. Estudara em Erfurt, nu- ma das mais famosas universidades alemás, graduando-se bacharel 5G5). In( 1502) e mestre em artes ('i gressou, a secjuir, na- Faculdade de Direito para contentar seu pai. Mas uma pergunta vital o atormentava: "Como posso encontrar um Deus m.Esericordioso?". Esta era ao mesmo tempo a questão existencial de todiis as pessoas sérias de sua geraczo a é a pergunta mais importante que se pode fazer em qualquer geração. Para encontrar resposta, Lutero, depois de quase atingido por u m raio, e m meio à floresta, voltando de easa à universidade, decidiu tornar-se monge, pois a igreja da época ensinava ser este o caminho mais seguro para o céu. Ingressou no mosteiro mais rigoroso dos vários de Erfurt, o dos Agostinianos Eremitas Observantes. Ao fazê-lo, conscientemente recusou carreira briihante, vida fácil e fama como advogado. No mosteiro Lutero foi monge exemplar. Em 1506 tomou os votos. Em 2 507 foi ordenado sacerdote. Por ser estudioso de méritos invulgares foi instado pelos superiores a continuar s e m estudos, agora de teologia. Em 1508 foi chamado para !ecionar na Universidade de Wittemberg :fundada em 'i592 pelo eleitor, duque Frederico, o Sábio, da Saxônia) onde em 1509 tornou-se bacharel em Eíblia. Vo!tando a Erfurt foi escolhido, juntamente com u m companheiro, para representar a causa de 30 mosteiros agostinianos perante o geral da ordem em Roma. Em ? 510 e 151 1 visitou Roma, aproveitando a ocasiio para venerar as reiiquias como fiiho fiel da igreja. Pouco depois de retornar, em t5l l , f o i transferido definitivamente para a pequena Universidade de 'flirternberg. A l i douto- rou-se em teologia, em 151 2. No mes- grada, que i u t e r o redescobriu o evanmo ano tornou-se sub-prior. Em 1515 gelho obscurecido desde a época dos ficou diretor dos estudos no mostei- discíputos dos apóstolos. Já a seçUnr o e f o i eleito vigário distrital com a da geracão de mestres cristZos ensisupervisão de onze mosteiros. Nova- nava que no relacionamento entre os mente iniciara uma carreira brilhan- homens e Deus as obras desempete, desta vez na igreja; poderia che- nham o papel principal e, depois degar a geral da ordem ou, quem sa- les, todos os teólogos, até Lutero, o repetiram. Mas oucamos d o próprio be, até a cardeal. Com as 95 Teses de 3 1 de outu- Lutero a narrativa da experiGncIa que bro de 1517, pela segunda vez, re- se tornou fundamento da Reforrnz nuncia a u m futuro promissor por Luterana: "Desejando conhecer mecausa de sua consciê;ncia, devido a lhor o. autor da C a r b aos Romasua sinceridade consigo mesmo e nos. . . tropecei nas palavras (! .17) com seu Deus. Os anos no rnosreiro, referentes à 'justica de Deus revejade monge exemplar, foram para ele da no evangelho'. . Depois de tutar anos de tormento interior. O cumpri- -dias e noites com o prob!ema, Deus mento criterioso das obrigações que finalmente teve piedade de mim, de visavam conduzir o monge 2 paz com modo que compreendi a conexão InDeus através da obtenczo de ,méritos terna entre as duas expressóes 'a juspróprios levou-o à certeza de que é tiça de Deus é revelada no evangeimpossível ao homem agradar a Deus lho' e 'o justo viver8 pefa fé'. Enráe com suas próprias obras, pois proce- comecei a entender a 'justiça d e dem de u m coração pecaminoso. %o Deus' através da qual os justos são confessionário era oferecido o perdão saivos pela graca de Deus, a saber, mas com a exigência de arrependi- pela fé; que a 'justiça de Deus', que mento adequado, e Lutero náo conse- é revelada através do evange!ho, deguia convencer-se de que seu arrepen- ve ser entendida e m sentido passivo, dimento era suficientemente adequado isto é, que Eeus, por misericórdia, perante Deus. A doutrina da predes- justifica o homem pela fé, como est5 tinacão o conduziu ao desespero pois escrito: 'O j w t o viverá gela fé'. Agonão via em si o amor de Deus e a paz ra senti como se tivesse nascido de interna que ensinavam ser o fruto da novo e acreditei ter entrado pelas iarvida monacal, chegando a acreditar gas portas do paraíso." que estava entre os predestinados ao A justiça de Deus não é aigo que inferno (Agostinho, cuja teologia Lu- se pode merecer ou conquistâr pai estero em grande parte seguia, ensina- force próprio, mas apenas d8diva diva a dupla predestinacão). vina, por causa do sacrifício da CrisA primeira ajuda Lutero recebeu de to, concedida por misericórdia aos seu superior Staupitz que o ensinou que cr&em. SS contempiancic com féi a contemplar o arnor d~ Deus nas o Cristo crucificado por tiós, 6 que chagas de Cristo crucificado por n6s. percebemos a relaçzo entre a justiça Mas f o i sól com seu estudo da Síblia e o amor de Deus. A justiça, porque (mais especificamente da êartc! aos mostra a seriedade com que Deus enRomanos) no preparo para suas au- cara o pecado, não pode deixá-!o imIas d a interpretação da Escritura âa- pune, nem que isto custa z vida de . seu F i h o unigênito; o amor, porque tão somente por se compadecer de nós, e não por qualquer mereciment o nosso, Deus entregou seu Filho para cumprir a lei como nosso substituto, para sofrer a punição que nós merecíamos por causa de nossos pecados. Esta dádiva imerecida de Deus nos leva a confiar nele como filhos num Pai amado, mas também nos leva a odiar o pecado, pois para nos salvar de suas conseq~ências, o Filho de Deus tanto padeceu. Visto Deus nos ter amado sem que o merecêssemos, podemos agora, libertados por ele do pecado, também amar o nosso próximo, mereca ele o nosso amor ou não. Boas obras não sZo mais as que fazemos para ajudar nossa situacão perante Deus, mas para ajudar o próximo.para que ele veja em nós o reflexo d o amor de Deus d o aual n6s fomos alvo. Este é o centro da Reforma Luterana e seu mais precioso legado à cristandade e que interrompeu um desenvolvimento histórico da teologia crisid no tocante a relação entre o homem e Deus, de já quase uin milênio e meio. Eutero chegou a esta redescoberta d o evangelho autêntico, não procurando corrigir os abusos externos da igreja de seu tempo, mas apenas buscando paz para sua alma aflita. De sua experiência pessoat resultou ttm movimento explosivo porque sua pergunta existencial "como posso encontrar u m Deus miserjcordioso" sempre foi e continua a ser a mais importante da vida de cada homem. Através da resposta que encontrou no estudo da ~ í b ~ i aLutero , coloca o homem diretamente diante de Deus sem a necessidade de papa nem concilio, sem intermediacão de sacerdote. Por isso Lutero não podia ter sucesso com a igreja papaf. Desra maneira ela não se queria deixar reformar. Este fato fez da Reforma uma cisão. A segunda grande cisão na história da cristandade. A primeira acontecera em 1054 quando a Igreja Ortodoxa Oriental e a Igreja Católica Ocidental se separaram definitivamente. Aos olhos do público, Lutero apareceu apenas depois de sua "teciogta da cruz" ter conquistado os alunos e todos os 22 professores da Universidade de Wittemberg. Ao desejar debater nc contexto universitsrio o escandaloso abuso da venda de indulgências Lutero escreveu em iatim V 5 Teses qge afixou à porta da Igreja do Castelo de Wittemberg (que servia de quadrc de aniincios da t'niversidade) a 31 de outubro de 1517. Som seu conhecimento principatmente os humanistas tomaram as Teses e as difundiram por toda a Alemanha e fora de!a. Quando os lucros auferidos com a venda de indulgências cessaram, o papa Leão X (Giovanni de Médici, fi!ho do banqueiro e mecenas de Florença, Lourenço, o Magnífico) tomou várias medidas, sem sucesso, para silenciar Lutero: quis que em Heidelberg (abril d e 1508) eç egostinianos o silenciassem, mas eles o aclamaram: conseguiu que se entrevistasse com o caróeai Cajetano (outubro 1518) sem resuifâdo positivo. Em 1 519, no mais nemcráve! debate da História Ocidentai, Lutero declarou a Eck, e.m Leipzig, que tanto papas como conciiios náo são infalíveis, o que só 2 Bíb!ia é, sendo a!! já chamado de herege. Em 1 5 2 0 é excomungado pelo papa (caso não se retratasse dentro de 60 dias, o que não fez). Como resposta, Lutero, a 10 de dezembro de 1520, em praça pública, queima a bula papal. ses em 1525 e foram dizimados r?eia; Zwínglio, o reformador suíço, que divergia de Lutero na doutrina da presença de Cristo na Santa Ceia e exigia mudanças mais radicais e extremas na implantacão da Reforma pela forca e morreu em combate d, armas na mão em 1531; Caivino, o reformador francês que criou fama na Suíca, ensinava a predestinaczo tambbm para o inferno, tentou subordinar e governo 2 igreja em Genebra, e influenciou decisivamente a Reforma-na I-folanda, Franca, Sul da Alemanha, Escócia e Inglaterra. Enquanto isso, o luteranismo se sxpandia para o norte da Europa conquistando por inteiro Dinamarca, Suécia, Noruega, Finlândia, Isiânda, Lituonia, Letônia e Estônia. Nos países latinos, a penetração da Reforma foi sustada pela inquisição e pela atividade dos jesurtas, organizados em i540 por inácio de Loyola, cujos discipulos inclusive reconquistaram parte da Alemanha para o papado. O ccnflito entre interpretacões divergentes do cristianismo não se restringiu à troca de palavras ásperas, provocou guerras. Em 153C- os gcvernantes luteranos apresentaram sua confissão de fé, a "Confissão de Augsburgo", ao imperador Carios V na Dieta de Augsburgo, o qual, depois de ouví-la a mandou refutar e estabeleceu o !imite de 'I5 de abril de 1531 para o retorno à Igreja Romana. Mas a ameaça de invasao dos turcos levou-o a fazer Gma trégua Por este motivo e por outros gru- com os governantes Iuteranos, que se pos, que uma vez tinham apfaudido tinham unido na !iga de Esmalcalde. Lufero, separaram-se dele: humanis- A trégua durou até pouco depois da tas como Erasmo: revolucionários morte de Lutero em 1546. Seguiu-se sociais como Tomás Muenfzer, que a guerra, sendo os príncipes iuteraprovocaram a guerra dos Campone- nos derrotados pelo imperador, mzs Nada lhe acontece par ser protegido pelo governante mais capaz da Alemanha: o eleitor, duque Frederico, o Sábio, da Saxônia, e porque conseguira que a opinião pública da Alemanha se colocasse a seu lado através de seus escritos ( A nobreza cristã da nacão alemã; Sobre o catF veiro babiiônico da igreja; Sobre a fiberdade do cristão) que se tornaram os maiores best-sellers da história da imprensa até então: entre 1517 e 1520 cerca de 3 7 0 edições de escritos de Lutero apareceram num total de cerca de 300 0 0 0 exemplares, enquanto antes de Lutero, na Alemanha toda, eram impressos 50 livros por ano, em média. Em 1521, Lutero compareceu perante o imperador Carlos V na Dieta de Worms. Instado a retratar-se, ficou firme em suas convicções. Banid o pelo império, refugiou-se durante quase u m ano no castelo do Wartburgo onde traduziu o Novo Testamento para a língua do povo. impresso em 1522 tornou-se a obra mais lida no século XVI na Alemznha. Enquanto Lutero estava no Wartburgo, colaboradores extremistas tentaram forcar reformas exteriores em Wittemberg, provocando distúrbios. Lutero, embora excomungado e banido, isto é, ameaçacio de morte a qualquer instante, voltou e, através de sermões diários duranie uma semana, fez voltar a tranqiiilidade Imprimindo u m caráter definitivo à Eeforma iuterana, fazendo dela um movlmento exclusivamente reiigioso. esta vitória e a ameaca de recatolizacão só durou até 1552 quando, por sua vez, o imperador foi derrotado por Maurício Saxônio, o mesmo que anteriormente havia traído seus corre!igionários luteranos. A paz de Augsburgo de 1555 estabeleceu a paz po!ítica entre os estados luteranos e cat5licos na A!emanha para o restante do século XVI. Na história do iuteranismo este período ( 1550-1 580) caracterizou-se pelas controvérsias teológicas que grandes danos causaram. A Fórmula de Concórdia de 1577 pôs f i m às divergências e o Livro d e Concórdia, publ icado exatamente há quatro séculos, em 1580, reunindo todas as confissóes da igrei jc: Ltiterana - o Credo Apostólico, o 1 Credo Niceno, o Credo Atanasiano, a Confissão de Augsburgo, a Apologia i. da Confissão de Augsburgo, os Artigos d e Esmalcalde, o Catecismo Ma/ nor e o Catecismo Maior de Lutero e / a Fórmula de Concórdia -, marca o i inicio de nova etapa na história da ' Igreja Luterana. Como nosso objetivo é traçar antecedentes da Igreja Evangélica Luterana do Brasil e não uma história ectesiástica geral, seguiremos tracando os aspectos mais importantes do desenvolvimento do luteranismo. i A IGREJA LUTERANA MO MUNDO MODERNO f i580-1 980) 0 período entre 1580 e 1675 é geralmente denominado Era dâ Ortodoxia. Nele, te0logos de ext-aordinário gabarito procuraram aprofundar e pormenorizar, com base na Escritura e em toda a !iteratura anterior, as dout~inas expostas nas Confissões iuteranas e defendê-las de ataques dos jesuítas, ca!vinisias e sincrefis- tas, estes seguidores d o teólogo luterano George Caiixt, um dos precursores do ecumenismo, que defendia a posição que todas as igrejas cristãs deviam unir-se com base na teologia cristã dos primeiros cinco séculos. Mas esse período de Ortodoxia, que durou até fins d o século XVII, foi uma época extremamente conturbacta e trágica na pátria de Lutero. A Guerra dos Trkta Anos, de 1618 a ? 648, devastou e desmoralizou a Aiemanha que, segundo afguns historiadores, perdeu nela cerca de terca parte cie sua população, isto é, de 16 miihões de habitantes que iinha antes dela, passou a ter 11 ml!hóes em seu fina!. P.s eonsequências morais foram ainda mais desastrosas, como sempre acontece durante e depois de guerras proiongadas. A i h disso, as igrejas luteranas e mesmo calvinistas, nos vários estados alemães, cada vez mais reduziam-se a meras engrenagens da burocracia governamental. isto é, os governantes as dirigi'271 ., a seu bel-prazer por intermédio dos consistórios, em geral com a aprovacáo submissa e bajuiadora dos teólogos e capelões das cortes. Surgiram teólagos e pastores dentro da ortodoxia qüe procuraram estimular uma reforma nos costumes e na vida cristã, mas quem maior sucesso alcançou nesses esforcos f o i Fefipe J. Spener, o fundador c'o Pie- tismo. Com seu escrito Pia Desiclerb de 1675 deu irnpuiso ao movimento que visava c ~ i t i i ~ aar pjedade cristii através do estudo blblico, reuniões de grupinhos de cristãos sérios, afastatnento de prazeres considerados mundanos como teatro, jogos e danca, abandono de guerelas e questlúncuias teo!ógicas, avivamento de atividades dos leigos na igreja, d o res, foram alvo das medidas restritiespírito missionário e assistenciai aos vas de 1830, com prisão de pastores cristãos. Spener propôs, em lugar do e dissolução de congregacões. Para intelectualismo unilateral da ortodo- escapar à perseguição, O Rev. A.L.C. xia, u m ernocionalismo religioso que, Kavel, em 1838, emigrou da PrUssia em breve, também se caracterizou por para a Austrália com 700 luteranos seus exageros. Passaram os pietistas e -no ano seguinte o Rev. J. A. Graa considerar cristãos autênticos ape- bau pelo mesmo motivo emigrou com nas aqueles que tivessem passado m i l luteranos para os Estados Unipor uma experiência de conversão dos. precedida de terríveis conflitos de Na Saxônia o racionalismo também consciência segundo o molde da ex- predominava entre os burocratas da periência vivida por A. H. Franke. o igreja e havia temor que também aii grande filantropo e professor da Uni- a união seria imposta, o que, no enversidade de Halle. tanto, não aconteceria. Pastores de Entretanto, o pietismo, com seu convicções ortodoxas em geral só enantiintelectualismo, foi presa fácil contravam colocação quando indicapara o racionalismo, preparando-lhe dos por algum nobre com direitos de até mesmo o caminho. A Universida- patronato. O consistório em geral os de de Halle, a primeira a adotar o reprovava. pietismo em sua faculdade de teoloNa reação ao racionalismo ocorreu gia, f o i também uma das primeiras uma fusão de pietismo e ortodoxia. em que se esposou o racionalismo. E, em torno de u m líder, de tendênRacionalistas eram denominados a- cias ortodoxas e pietistas, na cidade queles que faziam do raciocínio hu- de Dresden, formou-se u m grande mano o árbitro final de todas as circulo de seguidores. O nome do ilquestões, também as referentes à der era rev. Martin Stephan. Era pasteologia e 2 religião. O resu!tado f o i tor da comunidade boêmia de Dresa proclamacão das doutrinas de den, desde 1810. Tornou-se também Deus, virtude e imortalidade, e a ne- conselheiro espiritual de pessoas d e gação de um número maior ou me- outras paróquias, inclusive de u m nor das doutrinas cristãs tradicio- grupo de estudantes de teologia da nais e dos milagres registrados na Universidade de Leipzig que já antes Bíblia. O raciona!ismo teve maior pe- formara u m grupo pietista. Este grunetraç.50 entre as elites, consequen- po - E. Keyl, E. Buerger, T. Zrohm. temente nas esferas d o governo e na O. Fuerbringer, J. Buenger, O. WaldirecSo das igrejas. ther e C. Walther forneceria a IiNa Prússia, o principal estado da deranca para o futuro Sínodo de MisAlemanha dividida da primeira me- souri. Sofrendo oposicão, até da parte da tade d o s6cu!o X!X, o fato de ser o rei u m calvinista, aliado à penetracão polícia, o rev. M. Stephan resoiveu do pietismo e d o racionaiismo orodci- emigrar com seus seguidores. Dizia \i ziu "Un-o P L X , isto é,.a uni- que a igreja na Alemanha se corromficacão dTs hreias luterana F! Refor- pera irremediaveimente. Os que timada em 18";7.-0s que nao X -se con- nham pertencido ao grupo de Leiptig formaram, os luteran-os conservado- decidiram acompanhá-lo e esi-irntifa- - i Fam seus paroquianos a fazer o rnmmo. Organizou-se uma Cornpanbia de Emigracão que elaborou o regulamento e recolheu os fundos para a mesma. Em novembro de 2 838 cerca de 700 pessoas, entre elas 7 pastores e 10 candidatos de teologia, portanto, dezessete teólogos com formação universitária completa, embarcaram em 5 navios em Bremen ( u m deles naufragou sem deixar sobreviventes) com destino a M. Orleans, Estados Unidos. De N. Orleans a St. Louis, Missúri, navegaram pelo rio Mississippi em embarcações filuviais em princípios d e 1839. Compraram cerca de dois m i l hectares de terra virgem coberta de matas junto ao rio Mississippi no sul do estado de Missúri e centenas de imigrantes i6 se estabeleceram nas condições mais primitivas. Os restantes formaram uma congregacão e m S.Louis. O I!der M. Stephan, acusado de graves faltas, foi deposto e expulso do grupo. Por dois anos, fome, frio, doença e falta de iideranca ceifaram muitas vidas e trouxeram desespero aos restantes até que, sob a liderança d o mais jovem dos pastores, C. Walther, que sucedeu a seu irmão Otto, prematuramente falecido, como pastor da congregacáo de St. Louis, os saxões encontraram o que tinham buscado: uma terra onde havia liberdade re!igiosa e onde, sob guias espirituais autênticos e capazes, podiam cultuar a Deus e educar seus fi!hos de acordo com as Confissões Luteranas. Na mesma época em Indiana e Ohio, estados mais a leste, outras futeranas recebiam congregacões pastores com as mesmas conviccões teológicas, iideracias pelos pastores F. Wyneken e Dr. W. Siehier. 0 s dois grupos se reuniram a, depois da várias reunioes pre!iminares, fundaram o Sínodo de Missúri em 26 de abrii de 9847, na cidade de Chicago. Seu primeiro presidente f o i o rev. C. Walther. O periódico Der Lutheraner tornou-se o 6rgão oficia! do Sínodo. Os dois Seminsrios, um em Perry County e depois em St. LOU~S e o outro em Fort Wayne, tornaram-se escolas sinociais. As grandes massas de imigrantes alemzes da segunda metade do século XiX, que buscaram o centro-oeste americano, ofereceram ao novo Sínodo desafios missionários excepcionais, que foram enfrentadus com grande abnegacão e sucesso a ponto de hoje contar com mais de três milhões ae membros bãtizados. Até o final d o século passado, todo o esiorco nissionEcr.lo do ÇInodo de Missouri estava voltado p2ra dentro dos Estados Llnidcs. A partir da última década d o século X!X este sínodo começou a enviar missionários para o exterior. Em 9896 foi iniciado o trabalho na irdia, sendo os primeiros missionários T. Naether e F. 4. Mohn. A esta altura o Sínodo de Míssúri ainda tinha cunho tipicamente Sermânico. A língua da instrução teológica e d o culto ora a afern8, e era perfeitamente natural que seus membros se Iníeressassern pela situacão espiritual de imigrantes a!ernães que se tivessem estabeiecido fora dcs Estados Unidos, aos quais, muitas vezes, estavam ligados gelos dacos de parentesco ou amizade formada antes de emigrarem. BIQz mesma dgcada mencionada acima, a última do século XIX, nota-se nas revistas do Sínodo uma crescente preocupacão com os imigrantes de origem alemá que viviam no Brasil sem o a t o ~ d i - mento da parte de qualquer igreja lu- 1 9 0 4 - Fundacão d o Sínodo Evangélico Luterano do Brasil terana. Em 7899 o Sínodo recebeu do (15." distrito d o Sínodo de pastor J. Brutschin, de Estância VeMissúri) lha, RS, o pedido de u m substituto, - \<\<\o à0 +saha\o no h\\. pò\s p\e\en<\a \e\wna\ à P\\emanha. Taquari (Roca Sates) Em 1900 f o i enviado ao Brasil, pela Comissão Missionária do Sínodo de 1905 - Inicio do trabalho na regiáo de Ijuí (noroeste do RS) Missouri, o rev. C. Broders para verificar se havia possibilidades missio- 1906 - Início do trabalho em Rolante (nordeste d o RS) nárias, especialmente no Rio Grande do Sul. Após experiências iniciais 1907 - Reabertura do Seminário Concórdia em Porto Alegre frustrantes encontrou em São Pedro, 1911 - Início do trabalho na r e g i i o não muito longe de Pelotas, u m grunorte do RS (Erechlm) po de luteranos que, sob sua direcão, fundaram uma congregacão a 1 de 1922 - Colação de grau dos primeiros professores iormajulho de 1900. Esta congregacão endos n o SeminBrio Cdncórdia viou o chamado para um pastor ao Sínodo de Missouri. Este pastor veio 1913 - Primeiro sermão proferido em língua portuguesa em 1901. Foi o rev. W. Mahler. 1914 Retorno do rev. W. Mahler Caso pretendêssemos fazer justiça aos Estados Unidos aos oitenta anos da histbria d o trabalho do Sínodo de Missúri no Bra- 1915 - Colacão de grau dos primeiros pastores formados no sil, necessitaríamos, no mínimo, mais Semin6rio Concórdia trinta páginas. Achei por bem, pois, 1918 - Dificuldades cau1914 sumaria; os principais fatos numa sadas pelo sentimento antibreve cronologia: germânico provocado peta 1900 - Viagem do "garimpeiro" 1 ." Guerra Mundial rev. C. Broder. 1917 Fundacão da revista Mensa- Fundacão da primeira Cogeiro Luterano munidade Evangélica Luterana em São Pedro, Petotas, 1918 - Início da missão. Luso-brasíleira em Lagoa Vermelha RS 1919 - Início da missão entre pes1901 - Chegada do grande líder, soas de cor em Solidez rev. W. Mahler Início do trabalho em Santa 1921 1902 - Fundaçãcr da Comunidade Catarina Evangélica Luterana Cris- Início d o trabalho no Paran6 to de Porto Alegre, início do (em Cruz Machado) trabalho na capital do Esta- Transferência do Seminário do do Rio Grande do Sul Concórdia para o Mont- Início d o trabalho no centroSerrat oeste d o Estado do RS 1903 Fundacão do lnstituio em 1923 - Fundacão da Casa Publicador8 Concórdia 6orn Jesus (futuro Seminá1925 - Fundacão da Liga Wafther r i o Concórdia) - Fundacão da revista Kir(depois: Juventude Luterachenbiatt na - 1929 - Fundação da Revista Der Waither Liga Bote (Depois: O Jovem Luterano) - Início d o trabalho na Espírito Santo Início do trabalho no Ria de Janeiro - Primeiro culto radiofônico 1931 - Início do trabalho em São Paulo 1933 - Início do trabalho em Minas Gerais 1936 Fundação da revista teológica Wacht und V/eide, desde 1940 Igreja Luterane 1937 - Início da Hora Luierana 1945 - Fundação do Orfanato de Moreira 1948 - lnício d o curso preparatório em Espírito Santo 1951 - Início do trabalho na Sahia e em Pernambuco 1952 Início do trabalho em Portugal, 1 ." congregação organizada em 1958 1955 - Início do traba!ho em Goiás 1956 - Fundação da Liga de Senhoras Luteranas do Brasil 1957 - Início do trabalho no Mato Grosso - início em Brasília (núcleo Bandeirante) 1968 - lnício do trabalho no %ar6 1969 - Transferoncia do pr6-teológico para São Leopoldo 1970 - Início do trabalho na Paraíba 1971 - Fundacão da Liga de Leigos tuteranos do Brasil - Início da missão no Paraguai Início da missZo em Rondõnia - Início da missão no Maranhão - lnício da missão no Piauí 1979 - Inicia da missão no Ceará - -( - - 1980 - fndependgncia administrativa da IELB Olhando para o passado, 1950 anos (Pentecostes 3 marco inicia! da História da igreja Cristá ocorrec! no ano 30 de nossa era) de bénçzos divinas aos homens através da igreja e 80 anos de benefícios temporais e eternos prodigalizados a multidões em nossa pátria mediante ação de nossa igreja, nos movem a u m sentimento de profunda gratidáo ao Senhor da igreja e do universo que, através de seu Filho, nos livrou d o desespero, que 4 a tônica do mundo d e hoje, e nos concedeu vida e saivação pelo seu sacrifício na cruz do Gó!gota. Mas, o momento atual, em que nossa igreja adquire independgncia administrativa, é também a hora de olhar para o futuro, quando nossas responsabiiidades c~escerão, pois as decisões sobre nosso futuro, a parfir de agora, não mais serão tomadas no exterior, mas sim aqui por nós mesmos. Que o Senhor da igreja nos ilumine para tomarmos sempre as decisões mais proveitosas para o trabaiho da igreja e não as que possam ser mais proveitosas para nossos interesses pessoais ou, quem sabe, até motivadas por invejas, ciitmes ou outros sentimentos semeihantes eu frustracões pessoais que já desde a época apostólica tantos danos causaram à igreja de Cristo. Que o Senhoi- nos livre disto e nos mantenha fiéis na doutrina verdedeira, fiéis na esperanca inaba!8veI, fiéis no sincero amor fraternal, o mesmo que deu tamanho poder aos cristãos persecjuidos dos primeiros sécu2os. Somente acontecendo isto - que nossa igreja estará apta a enfrentar os desafios que o presente e o futuro lhe Impõem. Que Deus o conceda. - CULPA E Y&DO Estudo elaborado como atividade prática n o curso de pós-graduacão sobre Aconselhamento Pastoral n o Seminário Concórdia, em julho 79. Ronaldo Steffen Há um conceito popular corrente em que se crê que tudo o que sofre alguma doenca ou atravessa problemas emocionais e/ou de relacionamento, está "pagando" algum pecado que cometeu. C difícil as pessoas escaparem desta ideia e sentimento que Deus as está punindo, ainda mais pelo fato de depositarem suas esperanças no incorreto pensamento de que, sofrendo, estarão pagando suas faltas e que, através disso, Deus restaurará sua paz. Com este conceito, preferem sofrer verdadeiras crises de sentimento de culpa ao invés de levarem à Cristo suas ansiedades, angústias e culpa. Já, por outro lado, Freud assevera não haver culpa real, e, por isso, são falsos todos os sentimentos de culpa, os quais devem ser eliminados a f i m de a pessoa sentir-se bem. Esta posição colide com a palavra de Deus, embora não desmereça o aspecto científico desenvolvido por Freud. Daí não podermos partir dessa posicão em nossa inferência n o trato com pessoas que passam por crise provocada por sentimento de cuipa e o consequente medo, já que este é o objetivo e intencão do trabalho, sob o ponto de vista cristão. Assim, delimitamos o traba!ho ao campo teológico, partindo do pecado original e passando ao pecado atual, tirando dessa posicão bíblica as devidas conc!usóes e aliando-as aos processos e meios científicos com o f i m de entender o desenvohimento do sentimento de culpa nc pessoa e com o intuito de ajudá-la a resolver sua crise. O trabalho está, ainda, delimitado ao sentimento de culpa provocado por u m pecado atual específica e d o qual o indivíduo está consciente. Não se aborda, aqui, o sentimento de ciilpa decorrente de u m pecado não conhecido. Quanto ao medo, o trabalho iinníta-se apenas àquele originado pele sentimento de cu!pa, não tocondo-se no medo provocado por outras in- - fluências ou acontecimentos relacionados ao passado ou ao futuro. pecado e esta disposto a afirmar que os problemas d o homem têm suas raizes na natureza pecaminosa. Esta qualidade d o pecado perverte o ser humano na sua totalidade, e contamina tudo o que ele toca e faz. Sem dúvida, a totalidade da natureza geme debaixo desta carga cio pecado. Em resumo, o homem 6 mau e necessita mujto mais do que mero aperfeiçoamento. Ele necessita uma redencão total. Esta redencáo é encontrada no Cristo do evangelho. 1 - Estado de culpa Haroll J. Hass, em seu livro "Pastoral Counseling w i t h People i n D!stress", faz duas colocações importantes sobre a natureza humana, das quais a segunda o pastor não deve perder de vista no aconselhamenio. Diz ele: U m dos pontos de vista é propenso a depreciar a severidade da corrupção moral do homem e sua responsabilidade para com ela. Este ponto de vista enquadra os homens como basicamente bons, mas, por alguma razão, vivendo numa conduta errada. Exatamente por algum desafortunado ( e inexplicável) acidente, uma pessoa chega ao ponto de macular-se na corrup_ ção. Este ponto de vista sobre o 1 homem é, no fundo, otimista. devido ao fato de manter a idéia da bondade inata. Assevera que a bondade humana, em iiiltima análise, é que irá triunfar e, com a ajuda eventual de Deus, sobrepujará seus problemas. Deste modo, uma ordem social aperfeicoada repousa err, algum ponto no futuro. Em aIguns pontos de vista o homem é visto como que movendo-se em direção a este melhor estado como parte do processo de evoluçZo. r-. O outro ponto de vista é muito mais pessimista em relação ao ,homem. Ele vê o homem como :u m ser corrompido e contamina:d o profundamente. Ele não se acovarda diante do conceito de Este segundo ponto de vista sobre o homem ajusta-se ao panorama de angústia que temos descrito. Como vimos, a angústia perverte cada aspecto d o homem, o físico e o psicológico, o consciente e o inconsciente. Vista teologicamente, esta angústia é u m dos produtos da natureza pecadora do homem. E isto inc!ui angústias de toda a espécie - aflicáo provinda de injúria e enfermídade, medo e ansiedade, vergonha e culpa, depressão e so!ídão, tormento 6e uma relaczo com Deus, desgosto e mágoa e cada ccmbinaçao possível destas e doutras experisncias angustianae~.~ Partindo disso, podemcs afirmar o mesmo que Hass afiimou sobre angústia, que a culpa e o medo são .' produtos da natureza humana pecaminosa. Num sentido mais profundo, diríamos qtre m i p a e medo são estadcs que estão na natureza humana, provenientes d o pecado. Isto nos !eva. teolcgicamenie, a afirmar que. o estado d e culpa e medo é proveniente de duas direções: - - - - - - - - - - { - ,-: .i 2 $ - 3 - --- - 2 - - : - - $- -- . iI ! ' - 2 '- - -- c - -- -- - 1 - O Pecado Original - Quando do-se a si mesma, ou b) voltar-se paAdão pecou, quebrou as relacões ra Deus. com Deus. Quando Adão pecou, nós Mo primeiro caso, O sentimento de tâmbém pecamos (Romanos 5 . I$), culpa é destrutivo e não cumpre seu assim que sua culpa é nossa culpa e papel. Já, no segundo caso, o sentiseu medo A nosso medo, pois o peca- mento de culpa é conctrutivo. O sendo de Adão não apenas originou a timento de culpa, que atua como lei e depravacão mas, também, transmitiu evangelho, funciona como sinal india corrupcão a nós, assim que "em cativo da parte de Deus mostrando Adão" somos culpados. que houve realmente quebra de rela2 - O Pecado Atual - Sendo nós, çOes com Deus e/ou com os homens. por natureza, depravados, isto nos le- Este sinal procura nos mostrar o esva a pecar, a quebrar reiações, em tado em que estamos, provocando u m dois níveis: a) em relacão a Deus e inquietante pavor pelas consequênb) em reiação aos homens. Daí que cias que podem nos advir (este seria a quebra de relacões em qualquer dos u m funcionamento análogo â iei). níveis nos coloca, pela segunda vez, ?errnanecando neste pavor, cria-se em estado de culpa e medo. Culpa mecanismos de defesa com o propópor quebrarmos relacões e medo pe- sito de eximir-se o indivíduo de eslo que nos sobrevirá. Esta quebra de tado de culpa, originado pelo pecado relações, em nível de pecado atual atual. pode ser, ainda, consciente o u inMas, cremos não ser este o objeticonsciente, mas sempre nos deixa- vo do sentimento de culpa. É bem rá em estado de culpa e medo. Po- verdade que seu primeiro objetivo 6 rém na quebra de relacões conscien- alertar-nos para uma quebra específites é que surge um elemento novo e ca de relacões, mas não para nos volobjeto de nosso estudo: o sentimento tarmos sobre nós mesmos. O sentide culpa, que definiríamos como a mento de culpa que nos alerta para manifestaeão do estado de culpa uma quebra específica de refações oriundo de uma quebra específica de quer nos conduzir a um passo mais relacões com Deus e/ou com os ho- profundo, o da transposicão do pavor, mens, e que está bem viva na cons- co~duzindo-nosa uma inquietante asciência da pessoa. piracáo: a da melhora, a da esperanca de um reatamento de relaciona2 - Sentimento de culpa mento que nos !anca diretamente para dentro do amor de Deus que em Uma vez que sentimento de culpa Cristo nos perdoâ, quando confrontaA a manifestaqão do estado de culpa, dos com sua paiavra. Esta funcão do oriundo da quebra especifica de reia- sentimento de culpa B desencadeada cões com Deus e/ou com os homens, pelo evangelho e, por Isso, é neste e que está. bem viva na consciência estsgio comparado ao doce evangeda pessoa, esta é constantemente le- lho da reconciliacão. Assim, o sentivnda a sentir remorso pelo que fez e mento de culpa, enquanto lei, serve isto a inqtiieta ou angustia. A partir de aio para nos conduzir a Cristo, a dessa conseqúente anglistia, a pessoa inquietante esperanca. Para usar a tem a sua frente dois caminhos: a) terminologia de Arthur H. Becker e m voltar-se sobre si mesma, castigan- seu livro Guilt: Curse or Btessi!?~?, diríamos que o sentimento de cu!pa não é uma maldicáo, mas uma bêncão quando nos leva a Cristo, ou melhor, quando o perdão nos é trazido na palavra, garantindo-nos completa paz na obra redentora da única esperanca, Cristo Jesus. Este processo, sem dúvida, pode ser equiparado aos estágios do arrependimento: tristeza pelo pecado e f é em Cristo, que perdoou o pecado. Assim como lei e evangelho devem estar em equilíbrio para que cumpram suas finalidades, do mesmo modo deve haver um equilíbrio entre \ o inquietante pavor e a inquietante \ aspiração ou esperança. Quando estas duas inquietações afastam-se uma da outra, dá-se a desequilíbria e, neste sentido, o sentimento de culpa é uma maldiqão. Havendo apenas o inquietante pavor do que nos sobrevirá por termos quebrado relações com Deus e/ou com os homens, este não nos conduzirá 5 reconciliacão, já adquirida por Cristo Jesus. Não nos conduzindo à reconciliacão, o pavor inquietante causa ou desencadeia o medo. Aqui queremos nos deter u m poui co mais no medo, pois ele é o causa! d o r do desequil íbrio. Sendo o senti:mente de culpa u m sinal de Deus q u e algo vai ma!, atuando como ilei, ele quer nos levar a - uma reconciliação, atuando como evangelho. O medo A exatamente o processo de não enxergar ou não deixar o sentimento de culpa seguir sua dinbmica, bloqueando a passagem para a reconciliacão ou reconstruçio de uma quebra de reiações. Por definição, então teríamos que o medo 4 uma manifestação de bloqueio em nõo aceitar a reconciliação, dando origem a mecanismos de defesa para abafar o sentimento de culpa. 3 - Exemplo de sentimento de culpa desequiiibrado Em Josué 7 temos um vívido exemplo da atuacáo do medo que causa desequilíbrjo na dinâmica de sentimento de culpa. O povo de fsrael havia tido uma soberba vitória sobre Jericó. Acã, contrariando as ordens divinas, tOm6U para si uma capa Sabilônica, duzentos siclos de prata e uma barra de ouro. Isso ocasionou a derrota de Israel contra o pequenina cidade de Ai. Acã quebrara as relacões com Deus e Israei f o i punido. k c á estava ciente de seu pecado e o sentimento de culpa que disto se originou levou-o ac pavor pela pun i @ ~que podia receber. O medo teve lugar, dentro desse processo, o que o induziu a esconder os objetos, criando assim um- mecanismo de defesa: a negac%o de sua cu!pa a s i mesmo e aos outros, inclusive esperando que na busca dos objetos roubados, no diâ imediato, estes não fossem encontrados. Conclusão Estamos cientes de que nem tudo o que parece ser, à primeira vista. sentimento de culpa realmente o é. Mas, por oiatrc lado, sabemos quão danosas têm sido as conseqüências na vida daqueles que enfrentam ou enfrentaram sentimentos reais de cuipa e a que conseqüências o medo os têm conduzido. Ao pastor, como conselheiro, é importante ter a visão correta do sentimento de cukpa e do medo a fim de que possa fazer as colocacões certas quando no trato com pessoas em crise, causada por sentimento de culpa. aconseUma visáo confusa levará i lhado a uma de duas posições, uma NOTAS não menos danosa que a outra: ou o levará a uma profunda depressão lHarold J. Hass. Pastoral Counseting with quando da tentativa de encontrar O People in Distress. pp. 30-3? CArthr H. Becker. Guilt: Curse or Blessing?. pecado que o ou o conduzipp. 31-32 rá e estimulará a criar mecanismos de defesa, eliminando a culpa real e BIBLIOGRAFIA pessoal. Becker, Arthur H. Guilt: Curse or Blessing? Creio que o mais difícil no trataMinneapolis: Augsburg Pubiishing mento d o sentimento de culpa 6 diaMouse. s . d . gnosticar se é, realmente, sentimento Bonnel. Psychology For Pastor and Peop!e. de culpa. Pois uma vez diagnosticaNew York: Harper and Brothers Publishers, 1948. do 'Om0 real* processo de Elert, Werner. The Christian Ethos. PhiiaIhamento deverá concentrar-se na elidelphia: Muhlenberg Press, 1957. minaçáo do medo, deixando que a boa! Hasa, Hsroll J. Pastoral Counsaiing with People in Distress. Saint touis: Connova do perdão em Cristo Jesus rescordia Publishing House, s.d. taure o equilíbrio, conduzindo o indi- . Muedeking. Emotional Problems and the Bividuo a uma reiacão de amor com ble. Philadelphia: Muhlenberg Press, Deus e com os homens. 1956. COMPARANDO O ler ou o estudar as Santas Escrituras, servindo-se de diferentes traducões, faz com que o significado de u m texto, de repente, cumpra muito melhor e mais ciaramente a indispensável finalidade de "comunicar" a verdade à nossa mente. Como dizia o meu antigo professor da faculdade: "só há comunicacão quando há compreensão". Creio que, assim como o Senhor inspirou os escritores bíblicos, ele inspira, também, de alguma maneira, os tradutores. Essa é, pois, uma razão ponderável para, nas leituras d o Sagrado Livro, valer-se de diferentes traducões. Aponto, a seguir, alguns exemplos, para ver como essa leiturz é sumamente importante. Em Mateus 5 : 2 2 , lemos, "Eu, porém, vos digo que todo aquele que (sem motivo) se irar contra seu irmão estará sujeito a julgamento; e quem proferir u m insulto a seu irmão estará suieito a ju\gamento do tribuna!". Moffatt traduz". . . todo aquele que DIFAMAR seu irmão. . ." Que terrível pecado está sendo muitas vezes cometido contra nosso irmão! Mateus 6:22 - "Se os teus olhos forem bons. . ." Moffatt tem: "Se os teus olhos forem GENEROSOS. . Com que olhos vemos os outros? É bom pensar seriamente. antes, de fazer u m julgamento. Mateus 9:!3 - . . .pois não v i m chamar os justos e, sim, os pecadores ao arrependimento. . ." Goodspeed diz: ". . .pois n8o v i m chamar os justos e, sim, os iRREtiGIOSOS. . ." É claro que a Bíblia usa a pa!avra "pecadores". Mas como é profundamente significativa a traducão de ." " Goodspeed? Os IRRELIGIOSOS são aquele tipo de indivíduos, comum em nossos dias, que nada querem com a religião. São uma classe muit o difícil de alcançar; Mateus 10:21 - "Um irmão entregará a morte outro irmão e o pai ao filho. . ." Weyrnouth tem assim: ". . . o pai TRAIRÁ seu filho" Que coisa dolorosa, trágica! Mas nesta nossa sociedade é isso que constantemente estamos vendo. U m colega contou-me, há algum tempo, sobre uma conversa que teve com um pai, homem muito importante. sobre seu filho único, viciado em drogas e vivendo na rua. O pai, para surpresa do colega, durante a entrevista, estava apenas interessado em lhe mostrar seus títulos, medalhas e troféus. Aborrecido de ver a indiferença daquele pai, o colega f o i áspero com ele, dizendo: "Estou aqui para !he $alar de seu filho, seu filho único, e o senhor vem me falar de suas vitórias o sucessos. C senhor é u m tremendo fracasso!" Arrependido e em prantos, aquele pai confessou sua falta e recenciiiou-se com o filho. Durante todo aquele tempo doloroso de abandono e vício, o pai estivera TRAINDO o filho, pela indiferença! Lucas 2:38 - " . r . a todos os que esperavam a redencão de Jerusalém". Goodspeed diz: . . . a todos que estavam VIVENDO N A EXPECTACÃO da redencão de JerusaZém". Que maneira extraordinária de viver. Viver expectantemente! Se alguém tem razões sobejas para viver assim, esse alguém é o cristáol Lucas 35:29 - "Há tantos anos que te sirvo. . ." " Phillíps tem assim: "por quantos anos eu tenho me ESCRAVIZADO por ti. ." Assim, também está na Bíblia de Jerusalém, considerada uma das melhores traducóes modernas. Aquele era o espírito com que o filho mais velho, na história contada por Jesus, trabalhara para o pai! Lucas 24:: 'i - "Tais palavras Ihes pareciam como um delírio. . .". Moffat e Goodspeed trazem: "Mas esta história das mulheres pareceulhes ABSURDA. Quando o "absurdo" se tornou realidade para Pedro, que extraordinária transformitqão se operou em sua instável personalidade. U m exemplo final: João 2:4 "Mas Jesus lhe disse: Mulher, que tenho eu contigo? edição de seu Weymouth, na 3 Novo Testamento, dizia assim: "Mulher, deixa o assunto comigo", Na 5." edição, diz: "Deixa comigo". Devemos colocar todos os nossos problemas, afiicões e dificuldades nas mãos de Jesus. em aracão. Eie sempre tem a melhor sofuçãoi Para quem náo conhece outra iíngua senão a sua, existem em portugu5s várias vers6es. Da SBB: Almeída Atualizada, A!rneida Corrigi&. Linguagem de Hoje e Figueiredo. Existem, também, várias edicões cató!icas que podem ser consultadas. Estudando a Siblia assim, pode Ter-se muitas surpresas: a repreensão pode ser mais forte, o apelo mais veemente, a orientacão mais clara, â verdade muito mais contundente. mas, acima de tudo, a vida espiritual, muito mais enriquecida. . - ." Wilson Villanova A Bíblia no Brasil, n." 116 c "NUCA TAL SE FEZ Há muitos e muitos anos, um homem se afeiçoou de uma mulher que conheceu em suas andanças e tomau-a por esposa. Algum tempo depois o matrimônio entrou em pane e a mulhei, aborrecendo-se de seu marido, deixou-o e se mandou para a casa do pai. Passados quatro meses, o Iiomem resolveu tentar reconciliação e viajou até a cidade do sogro, sendo por este recebido efusivamente. A l i mesmo os esposos se entenderam e o casamento f o i salvo. No regresso ao lar, felizes outra vez, o casal houve por bem não pernoitar em certa cidade por questão de segurança (não havia ali o conhecimento e o temor de Deus). Preferiram avançar mais u m pouco e passar aquela noite na localidade seguinte. Aconteceu, porém, que não f o i fácil conseguir alojamento para dormir e o casal não teve outro remedi0 senão passar a noite na praça. Mas um trabalhador rural, já velho, ao chegar do campo, tarde, viu-os ali e fez questão de hospedá-los. Os esposos comeram, beberam e se alegraram com aquele senhor. Havia, contudo, na cidade, alguns indivíduos levianos, de baixo caráter - diríamos, tarados - e eles cercaram a casa do velho e exigiram que ele lhes eniregasse seu hóspede para práticas sexuais inconfessáveis. O velho se viu em apuros e s6 encontrou uma solucão - proteger a integridade de seu hóspede à custa do sacrifício da esposa deste, que f o i coiocada nas mãos da turba tresloucada. No dia seguinte encontraram a pobre mulher morta, à porta da casa, com as mãos sobre o limiar. O marido levou o cadáver até sua própria cidade e, num acesso de indígnaqão e revolta, dividiu o corpo em pedaços e despachou-os para diversos lugares do país, com a notícia do que havia acontecido. A intencáo era sacudir a opinião pública e sugeri; uma punição à altura do crime perpetrado contra ele. A reaqão veio em termos de violência. O povo se reuniu e exigiu que as autoridades daquela unidade da federaçáo entregassem os responsAveis para serem punidos, mas o pedido não f o i atendido. As cousas se agravaram de tal maneira que rebentou uma guerra civil. Houve três batalhas. Nas duas primeiras quem levou a pior foram os que desejavam reparar o mal. 0 s mortos subiram a dezenas de milhares. Ma terceira, os conterrâneos daqueles homens levianos homens, mulheres e crianças - foram riscados da face da terra, com exceção de 600 soldados que conseguiram fugir. E, não fora 2 contencáo da violência e a prática da misericórdia, os sobreviventes não teriam se reorganizado e aquela unidade nacional deixaria de existir. Depois de tudo, em meio aos escombros, abismados com a rapidez e o voiume da destruicáo, o povo se reuniu diante de Deus. "Levantaram a sua voz, e prantearam com cjrmde pranto" e saíram-se com esiz perçunTa: "Ah! Senhor, Deus de israei, ,por que sucedeu isto em Isroet, que hoje lhe falte urna tribo?" (Juízes, 21 -3.) Nao há o que tirar . .- O relato acima é verdadeiro em seus mínimos detalhes. A tragédia ocorreu no período da História de Israel compreendido entre a posse da terra prometida e o início da monarquia, de 1.400 a 1 .I00 anos antes de Cristo. A cidade do crime chamava-se Gibeá, a moderna Tel-El-Fur, a çeie quilômetros de Jerusalém. A tribo envolvida é a lribo de Benjamim, à qual pertenciam Eúde, o rei Saul, a rainha Ester e o apóstoto Paulo, em épocas diferentes. 0 s benjamitas eram notáveis no uso da funda (apare!ho de arremesso) e de arco e fiecha. No tempo dos juízes havia 700 deles capazes de atirar uma pedra num fio de cabelo. Serviam-se de ambas as mãos com a mesma facilidade. A cidade anterior, onde o casal não quis pernoitar, era Jebuç (Jerusalém), naquele tempo habitada por um povo incircunciso e idólatra, os jebuseus. A tragédia, pois, mais se avoluma por este pormenor da histSria, que se acha registrada nos três últimos capitulos do livro de Juízes. Escavacões arqueológicas lideradas pelo norte-americano W.F. Albright, por volta de 1922-3,dão conta de uma destruicão em Gibeá de Benjamim, que bem pode ser a que foi imposta por Israel para vingar o ultrage cometido contra o levita e sua esposa. O que aconteceu em Gibe5 tornou-se o máximo em matéria de atrevimento e vilania. Por que? É natural e até oportuno que, depois de um desastre, se pergunte: "Por qu$?" Por que o edifício foelma pegou fogo? por que o supersônico Tu,oolev se espatifou de encontro ao solo? por que o Titsnic afundou? por que houve a Segunda Guerra Mundial? por que o meu casamento se desfez? por que a minha igreja não mais existe? por quê. . . ? A resposta não será simpibria, há de envolver acontecimentos recentes e remotos, mais próximos e mais distantes, direta ou indiretamente relacionados com a explosão fina!. Mais ainda: a resposta não será apenas para satisfazer a curiosidade e o desejo de análise. Anres, ela terá que constituir-se numa mensagem, num aviso, -num sermão, numa advertincia, num grito de perigo: "Cuidado, Benjzmim!" (Oséias, 5.8.1 Finalmente, a resposta Se você quer saber por que sucedeu aquela tragédia em Israel, abra sua Bíblia e vamos verificar juntos as respostas que o próprio texto nos fornece. Primeira: A recusa de Benjarni~n em entregar os culpados (Juizes, 2 0 . 1 3 ) . A tragédia não teria ido t5o longe se a tribo d e Benjamim não livesse acobertado o pecado daqueles "filhos de Belial" (em hebraico beli ya'al quer dizer "sem valor"}. A guerra interna e a incrível mortandade que se seguiu ( a Bíbiia menciona mais de 55000 mortos, fora a p o p ~ l a ç ã o civil de Benjamim) foram consequências desta atitude. Segunda: O crime daquela noite em Gibeá. 9 registro sagrado diz que foi urna cousa inédita em Israel: "Nunca tal se fez, nem se viu desde o dia em que os filhos de israe! subiram da terra do Egito, até ao dia de hoje" (19.30).O livro de Gênesis (19.1-20) narra fato semelhante e, talvez, até mais hediondo, porém não foi no seio de uma nação fundada e separada por Deus para ser diferente das outras. O crime de Gibeá f o i tido como Ltma loucura, isto é, u m atrevimento, uma vilania (19.23 e 20.6 e 10) Terceira: O critério de condura. Duas vezes se diz que naquele tempo "Cada um fazia o que achava mais reto" (17.6 e 21.25). O critério era pessoal, dependia do conceito de cada um. Isto quer dizer que não havia padrões fixos de conduta, tudo era variável e relativo. Naturalmente, os "filhos de Belial" acharam que não havia nada de mais em fazer o que fizeram naquela noite. A liberdade deles esmagou a liberdade do levita e da sua esposa. Não teria sido por causa desta filosofia de vida que Benjamim se negou a entregar os responsáveis? Quarta: As reicidências de Israel. O autor do livro de Juizes analisa a história do povo eleito neste período de mais de 300 anos e anota as vezes em que Israe! reincidiu no erro, no pecado (3.7,12;4. ?;6.1; 8.33; 10.6; 13. I ) Oia, as reincidências enfraquecem, abrem valas fundas, viciam, levam ao cinismo. A prova dist o é que o desastre de Gibeá acha-se . no final do livro, após sucessivos períodos de queda e levantamento. Quinta: A decadência progressiva. Os dias áureos de Moisés e Josué, do Êxodo e da ocupacáo de Canaã, ficaram muito para trás. O nível espiritual e moral do povo ia de mal a pior. Antes da tragédia de Gibeá, de âmbito nacional, registra-se a fabricacão, o roubo e a entronizacão de uma imagem de escultura, fato que rebaixou Israel ao nível das nações vizinhas e idólatras. Se o culto estava deturpado, como evitar a decadência nos costumes? Sexta: A ausência de liderança. P.elo menos quatro vezes, a partir da morte de Sansão, diz-se que "naqueles dias não havia rei em Israel" (17. 6; 18.1;19.1 e 21.25). E a declaracão de que "cada qual fazia o que achava mais reto" está relacionada com a informacão acima. Urn pais sem governo, uma universidade sem reitor, uma igreja sem pastor, sina $2mília sem chefe - significa cvnfusão, desordem, bagunça. A ausGncIo não é meramente a ausência física porque, se a lideranca não tem autoridade moral e sabedoriz, então a presenca física não faz sentido. (Ultimato, nov/dez. 3980) O E A E MORTB SERA NG.AFEEr+TE ENCHLDB U m projeto já apoiado na mudanca do século por Theodor Herzl, v fundador espiritual de Israel, recebeu agora a aprovacão do governo em Jerusalém: os israelenses querem retirar água do Mar Mediterrâneo, conduzindo-a ao Mar Morto, ameaçado de secar devido B evaporacão, gerando ainda energia elétrica, fazendo acudeç para criacão de peixes, atraindo turistas a u m lago salgado artificial - e possivelmente resfriando a primeira usina nuclear do país. Os crescentes precos do petró!e3 elevaram de tai maneira os custos de energia do estado judeu, que o investimento ca!culado para a ligacão de água do Mar Mediterrâneo para o Mar Morto e para a usina hidroeletrica parece, pela primeira vez, economicamente compensador. Os israelenses, entretanto, espera% ofertas do exterior para conseguirem o va!or total de 50 bilhões de cruzeiros. Dificuidades politícas, possivelmente protestos da Jordania, cuja fronteira com israet iocaiiza-se na direcão norÉesul no meio do Mar Morto, poderão sinda ser asresceníados aos probiemas financeiros. Nesse projeto, que poder6 estar concluído, o mais cedo possível apenas, em ?090,dever5 ser uti!izada a água do Mar Mediterrâneo diante da costa da Faixa de Gaza, ocupada por tsraef. De i5 eia seria conduzida, num trecho d s 80 qui!âmetros, ni! maior parte, subterraneamente, através do deserto de Negev até 3 cadeia de montanhas na margem ocidental do Mar Morto. Essas montanhas serão perfuradas e no outro lado as massas de água poderão então cair para o ponto mais baixo da teria (aproximadamente 4 0 0 metros abaixo do nível do mar), movimentando as turbinas da usina elétrica. A instalacão está projetada para uma produção máxima de 600 megawatt (um quinto do consumo atual). Ao mesmo tempo evita-se que o Mar Morto seque: esse lago salgado, de características únicas no mundo, teve seu nível reduzido de 393 metros originais para 401 metros abaixo do nível do mar, porque seu mais importante afluente, o Jordão, tem que fornecer água para fins industriais e agrícolas: da sua água, que antigamente fluía num volume de 1.2 bilhões de metros cúbicos anuais para o Mar Morto, hoje são desviados aproximadamente 1 bilhão de metros cúbicos. Por isso, a superfície do Mar Morto, onde há forte evaporacão, desceu tanto que se formou uma faixa de terra em direção leste-oeste e a parte mais rasa ao sul ameaça secar dentro de 1 0 anos. Através da água do Mar Mediterrâneo, o Mar Morto atingiria seu nível original dentro de 2 0 anos. ("Chamada da Meia-Noite" 10/80) Essa notícia, deveras interessante para um teólogo, porque se trata da terra bíblica, é, no entanto, pela revista citada, tomada como cumprimento de profecias do AT. O redator aponta para passagens como Zc 14.4, 8 e Ez 47.1 -12, caindo no erro hoje tão comum entre os evangelicais de identificar o Estado de Israel de hoje com o Israel de Deus do A i . Os acontecimentos no Oriente Próximo fomentam mais e mais essas noções erradas. Convém estudarmos de novo o que Paulo diz sobre o verdadeiro Israel e o "Israel segundo a carne". Uma identificação daquele organismo artificial, que hoje se chama o Estado de Israel, com o Israel de Deus torna-se simplesmente impossívei diante das claras passagens neotestamentários sobre história e o eventual futuro de Israel como nação. . A CHINA ESTA ' MUDANDO? Visitando a China recentemente, uma equipe do conjunto mission8rio "Portas Abertas" ficou impressionada com o bom inglês demonstrado paio guia turístico. Rápido para compreender as perguntas e respondendo-as com facilidade, o guia mostrou u m vivo interesse quando o assunto de religião surgiu. "Você acredita em Deus?" perguntaram a ele. "AS vezes", respondeu enigmaticamente. "Você lê a Bíblia?" "As vezes." "Nós ouvimos dizer que vocês têm Bíbiias aqui", o homem de "Portas Abertas" continuou. Com esta afirmaçso o guia levou seu hóspede para u m canto. "Venha, venha", disse entusiasmado. "Vamos conversar: eu tenho uma Bíblia em inglês e chines. Eu a leio às vezes." "Você ora?" PJ~SCSSG homem perguntou, mais entusiasmado ainda. "Não, eu não sei orar." "Você deve aprender, e assim terá comunicacão direta com Deus." "Ah, é verdade?" perguntou o jovem chings com os olhos iluminados. "Ensine-me a orar!" 0 s ocidentais compartilharam com ele a mensagem de salva- cão e perguntaram se ele queria receber a Jesus como Salvador. "Sim, sim!" ele gritou, e transmitia no olhar profunda fome espiritual. Enquanto ele fazia sua primeira oracão, a igreja sofredora ganhava um novo membro. Jesus prometeu que edificaria sua igreja, e a China não tem sido uma excecão. Mas a vitória comunista, há trinta anos, comecou uma era de intensa perseguicão contra crentes naquela terra, atingindo seu auge com a Revolucão Cultural no f i m da década de 1970. Agora, a China está mostrando uma face mutável ao mundo, uma nova abertura e imagem de liberdade. Seria real a mudanca? Como isto afeta os milhões de chineses que seguem a Jesus Cristo num ambiente hostil ? Enquanto de um modo geral os chineses misturam religiões com supersticões, como o culto dos ancestrais, existe um novo reconhecimento do governo de que as crencas religiosas estão alí para ficar. Delegações de Iíderes religiosos e humanistas estão sendo enviadas ao exterior para estudar e conhecer religiões equivalentes às suas. Algumas igrejas e centros religiosos que foram fechados durante a Revolucão Cultural têm sido reabertos e a Constituicão de 1978 garante ao povo "liberdade para crer em religião e liberdade para não crer." De acordo com Zhau Fu-San, do Instituto de Pesquisa de Religiões do Mundo em Beijing (Pequim), crist5-os chineses não são mais ligados ao passado colonial. E porque eles provaram sua identidade como parte do povo chinês sofrendo durante a Revolução Cultural, os cristãos chineses agora têm raízes profundas no solo natal, ao invés de serem ligados à influência missionária estrangeira. Um sinal cheio de esperanca nes:a nova atitude é a publicacão que está para ser feita dentro da China, de um Novo Testamento Simplificado. & uma versão atualizada do texto de 1919. A nova traducão usará os mesmos carateres chineses modernos usados em jornais como "Peoples's Daily". Resta saber quantas destas Bíblias alcançar30 as pessoas que realmente as querem; ou se serão mandadas apenas a um pequeno número de igrejas só como amostras, como já aconteceu em outros países comunistas. Como os cristãos da Igreja Subterrânea vêem esses eventos? Informacoes de dentro da China mostram que e!es estão mais céticos quanto a tudo isto do que cristãos que estão fora de lá; e não é difícil entender sua cautela. Forçados pela Guarda Vermelha a adorarem em segredo, em meio a perigo extremo e a opressÊo, confiam pouco em mudanças de ventos que sopram através do seu governo comunista. Prédios de igrejas foram saqueados e transformados em armazéns: Bíblias foram publicamente queimadas e cristãos torturados e mortos por sua fé, o que transformou a igreja em pequenos grupos escondidos. Encontram-se em grupos de dois ou três em lares e celeiros: Cantam, oram e estudam a Bíblia, através de porcões da Escritura cuidadosamente copiadas. Tais reuniões são ilegais e muitas vezes resultam em prisões dos crentes, se são descobertos. J6 que a Igreja Subterrânea foi criada a custa de sangue e tristeza, seus membros não v30 sair por aí só porque o go- verno promete nova tolerância. Eles ouviram esta mensagem antes. . . Um crente jovem contou que orava secretamente com sua esposa quando estavam na cama, por não querer dizer à sua filhinha a respeito de Jesus, com medo que ela mencionasse o nome de Jesus na escola. Outro jovem frequentou cultos de adoracão na casa de u m professor, onde crentes liam, em voz baixa, uma Bíblia, que era guardada dentro de u m vaso de flores; viviam constantemente na expectativa de uma descoberta. Muitos outros fatos podem ser ouvidos sobre prisóes, humilhação pública e martírio pela causa de Cristo e, os cristãos que passaram por tais sofrimentos, não planejam união com as igrejas "oficiais" novas. Eles encaram a presente mudanca de atitude simplesmente como u m retorno ao esforco pela unidade nacional, que caraterizou a China antes da Revolucão Cultural. Religião era tolerada mas ligada a fins políticos. Agora, dando ênfase a modernizacão, o governo busca outra vez alistar a comunidade religiosa para ajudar a reconstruir o país. Mas mesmo assim o conflito básico entre comunismo e cristianismo permanece. Evidência disto pode ser encontrada nas dificuldades crescentes que os mensageiros de Bíblias estão tendo com os oficiais da fronteira chinesa. O povo chinês é admoestado a não aceitar Bíblias de turistas e há cristãos que ainda estão presos por causa de sua fé. O movimento patriótico "Three-Self", u m tipo de Super Igreja Protestante duramente controlada pelo governo foi reorganizado; também u m novo bispo católico foi "elei- to" e não é reconhecido pelo Vaticano. Fora de dúvida, a porta foi aberta para os cristãos da China, mas só uma fresta. Pode ser fechada a qualquer momento. Enquanto isto temos que fazer o que pudermos para ajudar a Igreja Sofredora de lá e trabalhar para satisfazer a evidente fome espiritual entre os jovens. Os cristãos na China precisam, desesperadamente, de Bíblias e a missão "Portas Abertas" está mandando-as aos milhares. Mais que isto, eles precisam de nossas oracões para que o Senhor os sustente na sua fé e Ihes dê nova liberdade para adorarem e testemunharem. Temos informações de que um real avivamento está inundando parte da China e muitos jovens estão reconhecendo o Senhor - não "crentes de nome", mas homens e mulheres prontos a pagar o preco por segui: a Jesus. Dez m i l estudantes e cientistas estão vindo a universidades e centros de pesquisas no Ocidente para estudar. Que poderão ver estes líderes de amanhã? Só o materialismo? Ou encontrarão cris?ãos que podem mostrar-lhes o Senhor? A resposta depende de nós. Também estão aumentando as possibilidades para que professores, pessoas de negócics e profissionais ocidentais entrem na China para trabalhar. Que grande oportunidade para u m cristão espalhar as Boas Movas no maior campo missionário do mundo! Pergunte ao Senhor como você pode ajudar a alcançar o povo chinês enquanto a porta permanece entreaberta. Orando, comprando Bíblias, apresentando-se como voluntário para trabalhar lá - seja qua! far o seu chamado, lembre-se por favor da igreja da China durante este momento de oportunidade. Se Deus o chamar para ensinar na China, entre em contato com a missão "Portas Abertas". Eles necessitam de professores licenciados em Inglês, Ciências e Artes Cênicas. ("Portas Abertas" 4 / 2 ) A BÍBLIA TAKBBM -ARA O hNDIB Extraímos do relatório do SlL Summer lnstitute of Linguistics - alguns dados referentes às tribos indígenas do Brasil. Trabalho meticuloso que merece ser divulgado, não só pela oportunidade de se conhecer o que ainda resta daqueles que, em verdade, são os donos da terra, como, e especialmente, a dedicacão dos que se inflaram de zelo pelo imperativo de Cristo: "lde por todo o mundo e pregai o evangelho a toda criatura." Tribos não pacificadas - 29; tribos sem qualquer material bíblico 67; tribos bilingues, falando o português, e com algum material bíblico 10; tribos com material bíblico, mas em dialeto diferente, porém parecido com o das tribos - 10; tribos que recebem influência de países vizinhos - 14; tribos, cujos trabalhos de traducão do SIL foram interrompidos - 40; tribos sob influência de outras missões - 49; tribos de orientacão católica - 32. Total 251 tribos. Essas tribos estão localizadas nos seguintes Estados: Amazonas - 85; Amapá - 6; Acre - 23; Bahia - 2: Espírito Santo - 1; Goiás 8; Maranhão - 8; Mato Grosso do Norte - - 41; Mato Grosso do Sul = 7; Minas Gerais = 2; Pernambuco - 2; Pará - 38; Paraná - 2; Rondônia 25; Roraima - 12; São Paulo - 2; Santa Catarina - 3; Rio Grande do Su - 2. Algumas dessas tribos estão em diversos Estados, daí o número ser maior que 252. As famílias indígenas (idiomas) conhecidas são 1 1, e desconhecidas (das não pacificadas) 27, assim distribuídas: Aruak, 37 tribos; Chapakura, 3; J P , 20; Karib, 29; Maku, 4: Nambikuara, 5; Pano, 21 : Tupi, 50: Tukana, 23; Yanomam, 14; Isolada, 17, e desconhecidas, 28. Total 25: tribos. A população indígena é cerca de 200.000. O novo Testamento completo já está traduzido para as seguintes 1 0 Baniwa/Kuripaco/Karutana, tribos: Maquiritori/Mayongong, Nyengatul Werekena, Kaingang, Hixkaryana, Piro/Mantineri, Munduruku, Palikur, Ticuna e Witoto. - A Lei 6.802, de 30 de junho de 1980 estabelece: "É declarado feriado nacional o dia 1 2 de outubro, para culto público e oficial à Nossa Senhora Aparecida, Padroeira do Brasil " Tal lei é inconstitucional. Nossa constituição proíbe ao governo o estabe!ecimento de culto religioso. Ela fere, frontalmente, os princípios de liberdade religiosa. Essa lei atenta contra o princípio de "uma igreja livre dentro de u m Estado livre". Uma lei como essa gera grandes problemas para os evangéiicos do Brasil que são minoria, mâs minoria de elite. De elite no sentido moral. Não dá trabalho ao governo, pelo contrário, trabalha ordeira e educadamente. Não gera presidiários, mas transforma criminosos e viciados em cidadãos honrados E minoria que deve ser respeitada. E minoria de, pelo menos, dez milhões. É, portanto, minoria expressiva. Que farão estudantes e militares evang6lico.s quando vierem as comemoracões desse feriado idólatra nas escolas e quartéis? Os evangélicos não concordam com a idolatria tão veementemente condenada pelas Escrituras Sagradas. Sugiro que todos os pastores, diretores e presidentes de instituições evangélicas telegrafem ou escrevam aos Deputados Federais e aos Senadores mostrando o nosso repúdio pela lei idólatra e inconstitucional. (Alberto Blanco de Oliveira, Diretor "Cruzada Mundial de Literatura") VOCE SABE QUE O LIVRO DE CONCÓRDIA DE 1580 EXISTE EM LíNGUA NACIONAL? VOCP JÁ O ADQUIRIU? MAS VOCE QUER SABER COMO SURGIU CADA UMA DAS CONFISSÓES LUTERANAS E QUAL A SUA IMPORTÂNCIA HOJE? AS CONFISSÕES LUTLRANAS - J. Th. Mualler e Mário L. Rehfeldt, 66 páginas, formato 10,5xl8cm, prego Cr$ 75,OO. 1 - Como igreja confessional e confessante, a Igreja Luterana tem consciência do que crê, ensina e confessa. Mo Copítulo II, Artigo 3.O de seus Estatutos, a Igreja Evangélica Luterana do Brasil assim define os seus fundamentos doutrinários: "A IELB aceita todos os livros canôniccs das Escrituras Sagradas, do Antigo e do Novo Testamrnto, como palavra infalível, revelada e inspirada por Deus. Como única exposição correta da Escritura Sagrada, aceita ela os livios simbólicos da Igreja Evangélica Luterana, reunidos no Livro de Concórdia da ano mil quinhentos e oitenta (1580), e não admitirá alteraçáo alguma desta norma." 2 - Não, a Igreja Luterana não defende a existência de duas fontes doutrinárias. Pelc contrário, ela faz absoluta diferença entre as Sagradas Escrituras e as Confissóes Luteranas. Ainda que os escritos confessionais tenham sido elaborados, explicados e harmonizodos de acordo com a palavra de Deus, eles "não devem ser equiparados h Escritura Sagrada, porém todos lhe devem ser completamente subordinados" (Livro de Concórdia, pág. 499). Esta clara diferença entre as Sagradas Escrituras e as Confissóes Luteranas é assim expressa pelos próprios autores dos documentos confessionais: "Cremos, ensinamos e confessamos que somente os escritos proféticos e apostólicos do Antigo e do Novo Testamento são a única regra e ncrma segundo a qual devem ser ajui- zadas e julgadas igualmente todas as doutrinas e todos os mestres. Os demais Syrnbola, todavia, e os outros escritos citados, náo são juízes como o é a Escritura Sagrada, porém apenas testemunho e exposição da fé, que mostram como em cada tempo a Escritura Sagrada foi entendi- e explicada na igreja de Deus, no respeitante a artigos controvertidos, pelos que então viviam, e ensinamentos contrários a ela reieitados e condenados" (Livro de Concórdia, pág. 499 e 501). 3 - 0 s Livros Simbólicos, que se encontram reunidos no Livro de Concórdia de 1580, dividem-se em confissões universais e confissões luteranas. O primeiro grupo é formado pelos três Credcs Ecumênicos, aceitos e confessados por todas as igrejas cristãs: i - Credo Apostólico - data des- conhecida 2 - Credo Niceno - ano 325 3 - Credo Afanasiano - século V. Além destas "confissões breves e categóricas, que foram consideradas como a fé e confissáo unânimes, universais, cristãs da igreia ortodoxa e verdadeira" (Livro de Concórdia, pág. 499), a Igreja Luterana aceita mais documentos, elaborados pelos teólogos luteranos do século XVI: 1 - Catecismo Maior - Lutero 1529 2 - Catecismo Menor - Lutero 1529 3 - Confissáo 4 - Apologia de Augsburgo Melanchton, 1530 de Augsburgo Melanchton, 153 1 de Esmalcalde - Lutero, 1537 6 - Fórmula de Concórdia - Equipe de Teólogos, 1577 5 - Artigos - 4 - A Igreja Evangélica Luterana do Brasil designou o ano de 1980 como sendo o "Ano das Confissões Luteranas", e escolheu como lema de sua programaçáo nacional as palavras de Hebreus 10.23: "Guardemos firme a confissáo da esperança". Por quê? Para assim celebrar, com júbilo e gratidão a Deus, os 450 anos da Confissão de Augsburgo - a confissão b6sica e fundamental do luteranismo - e os 400 anos do Livro de Concórdia - e seu lançamento em língua nacional. 5 - Como não basta ser apenas urna igreja confessional, mas como é absolutamente necessário- ser também uma igreia confecsante, isto é, uma igreja viva e di-nâmica no ensino, na confissão e no testemunho, a nossa igreja está procurando, cada vez mais mobilizar e envolver todos os seus 180.000 membros - pastcres, professores e leigos - na urgente e necessária obra de evangelização de nosso povo. Mas só é apto para ensinar, pregar e testemunhar aquele que tem conhecimento da sã dõutrina. Esta é a razão porque, além da Sagrada Escritura, recomendamos, especialmente, o estudo destes livros: 1 - Livro de Concórdia - contendo todas as Confissões Luteranas, agora em língua nacional 2 - Confisstio da Esperança - contendo o texto da Confissão de Augsburgo e um comentário sobre seus 28 artigos, para USO no lar e na congregação 3 - Cremos Por Isso Falamos Fórmula de Concórdia contendo o texto da F. C., uma análise de todas as controvérsias teológicas do século XVI e um estudo homilético sobre cada um de seus artigos 4 - Fórmula para a Concórdia contendo três estudos sobre a F. C., preparados por três - - - teólogos: A Base para a Concórdia, o Caminho para a Concórdia e a Celebraçáo do Concórdia. 6 - O livro "AS COMilSSÓtS LUTERANAS" quer mostrar a história, o ensino, a importância e a atualidade das Confissões Luteranas. Além de ser uma instrutiva leitura individual, este estudo é próprio para ser usado no instrução dos confirmandos e nos diversos departamentos da congregaçãc. Ele pretende levar o leitor ao estudo da Sagrada Escritura e ao exame dos documentos confessionais da lgreia Luterana. - O livro se divide em duas partes: 1P Parte: História e Ensino das Confissões Luteranas, um estudo preparado em 1953, pelo conhecido teólogo J. Th. Mueller, quando administrava aulas de Simbólica no Semin.Úrio Concórdia de São Luís, USA. A tradução é do Rev. Erni W. Seibert. 2.4 Parte: Importância e Atualidade das Confissões Luteranas, um estudo elaborado pelo professor Mário Luiz Rehfeldt, iesponsável pela Cadeira de Teologia Histórica na Faculdade de Teologia do Seminário Concórdia, de Porto Alegre, RS. 7 - Que o Senhor da igreja nos faça crescer no conhecimento e fé, no amor e testemunho, na fidelidade e consagração para que possamos ser, cada vez mais, uma igreja verdadeiramente confessional e confessante, guardando firme a confissúo da esperancu. L. -000- -- QUEM DEVE SER BATIZADO? O BATISMO SE DESTINA Só A ADgLTOS? S ó A CRIANÇAS? QUE ENSINA A SAGRADA ESCRITURA? BATISMO DE CRI.ANÇAS - Johannes H. Roitmann, 88 páginas, formato . . . . . . 1015x18cm, preço Cr$ 75,OO A lgreia Luterana crê, ensina e confessa a existência de três meios da graça, através dos quais o Espirito Santo atua no pecador: a palavra de Deus e os sacramentos do santo batismo e da santa ceia. Todas as religiões realizam alguma forma de cerimônias batismais. Para as religiões não-cristãs, o "batismo" não passa de uma solenidade supersticiosa com muitas significações mágicas. Para as religiões pseudo-cristás, o batismo é administrado como um simples simbolismo cristão, negando-lhe qualquer valor sacramental. As igrejas verdadeiramente cristãs, porém, com base na Sagrada Escritura, aceitam o santo batismo ccmo uma instituição do próprio Deus e o administram como um "lavar regenerador e renovador do Espirito Santo" (Tifo 3.5). Ainda que haja conc~rdância quanto o sacramentalidade do batismo, nem todas as igrejas cristãs, porém, têm o mesmo posicionamento diante da pergunta: Quem deve ser batizudo? Esta é a questão: O batismo se destina só a adultos? só a cnanças? ou a adultos e crianças? Qual é a resposta correta? Que respendem os Escrituras? Que respondem OS pais eclesiásticos? Que respondem as Confissões Luteranas? No Catecismo Menor, Lutero ignora a pergunta. No Catecismo Maior, porém, o reformador eln ba ir que "aqui ocorre uma questão com que o diabo, através de suas seitas, confunde o mundo, a saber, a questáo do batismo infantil: se os infantes também crêem, ou se é acertado batizá-tos", e aconselha que "quanto a isso dizemos, brevemente: quem é simples desista da questão e o remeta aos doutos". E então oferece uma resposta: "Se, porém, queres dar uma resposta, então replica: Que o batismo infantil agrada a Cristo, prova-o suficientemente sua própria obra" (Livro de Concórdia, pág. 480). A Confissão de Augsburgo, contudo, além de afirmar que "o batismo é necessário e que por ele se oferece graça", afirma categoricamente "que também se devem batizar as crianças". E a Apologia confirma: "Em cegundo lugar, é manifesto que Deus aprova o batismo dos pequeninos" (Livro de Concórdia, pág. 66 e 187). v o c ~PECOU? SEU IRMÁO PECOU? QUE FAZER? QUE DIZ A BIBLIA SOBRE A ADEAOESTAÇÃO FRATERNAL NA DISCIPLINA CRISTA? SE TEU IRMO PECAR - Johannes H. Rottmann, 86 páginas, formato 10,5xl8cm, preço Cr$ 75,OO. Se teu irmão pecar, vai argüi-lo enSabendo que nem sempre os cristãos tre ti e ele só. Se ele te ouvir, ganhaste a luteranos sabem valorizar as bénçãos do teu irmão. Se, porém, não te ouvir, toma batismo, e que constantemente são assaltaainda contigo uma ou duas pessoas, para dos por dúvidas sobre o batismo de crianque, pelo depoimento de duas ou três testeças especialmente quando recebem visitas munhas, toda palavra se estabelega. E, se d i "missionárics anabatistas" ou quando se ele não os atender, dize-o & igreja; e, se encontram diante de problemas como os carecusar ouvir também a igreja, considera-o samentos mistos, solicitamos ao Professor -corno gentio e publicano (Mt 18.15-17). Johannes H. Rottmann que ncs preparasse É um aconselhamento pastoral de uma pequena matéria sobre o batismo de Cristo. crianças. Feita c! pesquisa, o professor resÉ uma metodolqia válida para o crispondeu: "O tema é tão importante e maratão, para as congregações cristãs, para a vilhoso que foi impossível escrever menos". igreja em geral. O Dr. Rottmann - Professcr da CaÉ uma recomendação que exige prindeira do Novo Testamento na Faculdade cípios de ordem e decência, de firmeza e de Teologia do Seminário Concórdia, Porprudbncia, de amor e sabedoria no tratato Alegre, autor de diversos livros teológimento com o irmão faltoso. cos e de uma infinidade de estudos puNa prática, porém, quantas vezes este blicados nos periódicos de nossa igreja além de examinar os documento^ dos pais texto é ignorada? quantas vezes é lembrado tardiamente? quantas vezes é transgreeclesiásticos, analisa os principais textos bídido? quantas vezes é mal citado e mal blicos referentes ao assunto, concluindo que aplicado? "para o batismo de crianças as igrejas tradicionais têm provas claras e suficientemete fortes, tanto da própria Bíblia como da história." Estamos certos de que através do estudo de o Batismo de-Crianps, o povo de Deus saberá valorizar e encontrar grande consolo no sacramento do batismo, e estará mais habilitado para guardar firme a confissão da esperansa. A Escritura é rica em textos que apontam para a necessidade da disciplina cristã na igreja. Não é admissível que haja confusão, indecência e irresponsabilidade entre os irmãos da família de Deus. A palavra do Senhor também apresenta uma relação muito extensa de passagens que falam sobre a importtincia e finalidade última da admoestação fraternal entre os filhos de Deus: Salvar o irmão! Os cristãos precisam refletir sobre o significado do "setenta vezes sete" e sobre o "ganhaste a teu irmão", sabendo que o valor de uma alma está acima de todas as riquezas do mundo (Mc 8.36) e que há alegria e júbilo entre os anios do céu pelo arrependimento e reconquista de um pecadcr (Lc 15.7). Não, não é tão fácil assim compreender, aceitar e praticar este aconselhamento pastoral de Cristo. Surgem tantas perguntas: Quem é o irmão? quando ele deve ser admoestado? quem o deve disciplinar? quais são os caminhos a seguir? que significa ganhar o irmão? quando deve ser considerado gentio e publicano? qual a finalidade última de toda a disciplina? Estas e tantas outras perguntas, o Professor Johannes H. Rottmann procura respsnder neste SE TEU IRMÃO PECAR. Os quase vinte anos de pastor em diversas congregações e os trinta anos como Professor do Novo Testamento na Faculdade de Teologia do Seminário Concórdia, deram ao Dr. Rottmann experiências pastorais e habilidades teológicas suficientes para falar com conhecimento de causa sobre uma temática tão delicada e necessária do aconselhamento pastoral. Que o Senhor da igreia derrame rica medida de seu Santo Espírito sobre os leitores de SE TEU I R M O PECAR para que o Salvador também possa dizer, muitas vezes, de cada um de nós: Tu também ganhaste a teu irmão. L. -000- VOCE VIVE A ERA DA MAGIA E DA SUPERSTIÇÁO. HÁ REALMENTE CURAS E MILAGRES? QUAL É SUA RESPOSTA? CURAS E MILAGRES - Otto A. Goerl, 39 páginas, formato 10,5x18 cm, preso Cr$ 50,OO Há razões para dúvidas. . inquietantes. Mesmo que sempre ocorressem, apenas eram praticodos por um reduzido número de adeptos. Hoje, porém, o grande público é atingido, pois o assunto Tornou-se matéria quente para todos os grandes veículos de comunicaçáo massiva. Diante da acelerada multiplicação de milagreiros, da agressiva exploração da f6 ingênua, da abusiva distorção das verdades bíblicas, o povo de Deus passou a viver momentos de confusão, angústia e desorientação. E o povo de Deus quer e precisa conhecer a verdade biblica. Além de almeiar sua própria tranqüilidade espiritual, os cristács querem "estar preparados para responder a todo aquele que vos pedir razão da esperanca que há em vós'' (1 Pe 3.15). CURAS E MILAGRES surgiu dentro deste contexto. Foi, originalmente, preparado como resposta a perguntas concretas. A tematica foi estudada em grupos, congregações e conferências regionais, e, poster iorrrente, publicada no Mensageiro Luterano. Diante de muitos e insistentes pedidos por parte de leigos e pastores, estamos publicando CURAS E MILAGRES em forma de livreto. Estamoç certos que CURAS E MILAGRES, elaborado pelo Dr. O. A. Goerl, Professor da Faculdade de Teologia do Seminário Concórdia e conhecido autor de vários livros, desfará muitas dúvidas e servirá para aperfeiçoar, firmar, fortificar e Fundamentar (1 Pe 5.10) o povo de Deus no conhecimento da santa vontade de Deus. L. WALTHER, G. F. W. DIE EVANGELlSCH-LUTHERiSCHE KIRCHE DIE WAHRE SICHTSARE KIRCHE GOTTES AUF ERDEN. ST. LOUIS, MO.: . Nossa sociedade está sendo sacudida por uma série de fenômenos religiosos Lutherischer Concordia 1891. Pp. 168. Brochura. - Verlag, É sabido que a Igreja Evangélica Luterana do Brasil (IELB) é fruto da lgreia Luterana-Sínodo Missúri dos Estados Unidos da América. Este fato por s i já dá características especiais à IELB, tanto em matéria de ênfases teológicas como na sua prática. Uma das doutrinas que distingue fundamentalmente o Sínodo Missúri e, portanto também, a IELB de outras denominações cristãs é a doutrina da igreia. Diferente de outras denominações, falamos em igreja invisível, verdadeira igreia visível, autonomia e autoridade da congregação local, que chama e instala ministros que julga doutrina, etc. A clareza que temos nesta doutrina deve-se principalmente a tr& tratados escritos pelo Rev. Dr. Carl Ferdinand Wilhelm Walther, um dos fundadores e primeiro presidente do Sínodo de Missúri e primeiro presidente do Seminário Concórdia de São Luís, Missúri. Jamais Walther considerou-se o criador desta doutrina, pois ela é claramente ensinada na Escritura e nas Confissões da Igreja Evangélica Luterana. Ele foi, sim, o seu sistematizador. O primeiro tratado Walther entitulou de Die Stimme unserer Kirche in der Frage von Kirche und Amt ("A voz de nossa igreja na questão da igreia e mistério"). Foi um tratado polêmico, publicado em 1852, que define o relscionamento entre igreja e ministério. O segundo tratado, Die rechte Gestalt einer vorn Staate unabhaengigeh Evangelisch-Lutherischen Ortsgemeinde ("A forma correta de uma congregação evangélica Iuterana independente do estado"), foi publicado em 1863. Este descreve a congregação cristã ideal. Finalmente, em 1866, surge Die Evangelisch-Lutherische Kirche die wahre sichtbare Kirche Gottes auf Erden ("A Igreja Evangélica Luterana, a verdadeira igreia visível de Deus sobre a terra"). Tendo recebido um grande número destes últimos dois tratados, a Concórda S. A. lançou-os no ano passado em brochura plastificada feita aqui mesmo. Talvez o leitor se pergunte: Mas estes tratados ainda são relevantes para nós hoje? Respondemos que sim. Pois certamente nenhum pastor tem sido imune de perguntas como estas: Será que tem alguma diferença em ser membro da Igreja Luterana ou de alguma outra denominação? Eu nãc poderia servir a Deus da mesma forma em qualquer congregação de outra denominação? Por que a igreja Luterana, quando entra em contato com outra denominação, logo parte para a discussão doutrinária? Por que se insiste tanto na palavra de Deus e nos sacramentos? Não é muita arrogância a Igreja Luterana considerar-se a verdadeira igreia visível sobre a terra? Perguntas como estas receberão resposta na obra (a última das trgs) que estamos apresentando. A matéria do livro é apresentada em forma de teses, seguidas de provas tiradas da Escritura Sagrada acompanhadas de citações das Confissões Luterana:, dos dogmáticos da ortodoxia luterana e de outros teólogos cristãos, demonstrando que as verdades expostas têm sua fonte na Escritura e foram ensinadas através de toda a história da igreja. A propósito, este é o método que Walther emprega na maior parte de suas obras. Eis, portanto, uma obra que não pode faltar na estante do pastor que n6o deixa de estudar e está atento às tendências da eclesiologia em nossos dias. E mesmo o leigo que ainda lê a língua alemã poderá tirar imenso proveito intelectual como edificação espiritual desta obra, sendo que Walther não escreve apenas para teólogos mas principalmente para leigos. Rudi Zimmw APRESENTANDO EDITORIAL Aos novos missionários / 1 DESTAQUE Deus age através da Igreja na História / 4 ESTUDOS Culpa e Medo / 26 Leia Comparando / 30 Nunca Tal se Fez / 32 ATUALIDADES O Mar Morto Será Novamente Enchido / 35 A China Está Mudando7 / 36 A Blblia Também Para o Indio / 39 Feriados à Aparecida / 39 As Confissões Luteranas / 41 Batismo d e Crianças / 43 S e Teu Irmão Pecar / 44 Curas e Milagres / 45 Die Evangelisch-Lutherische Kirche die wahre çichtbare Kirche Gottes auf Erden / 45 Composicán, impressáo e acabamento Iia Tipografia e Editora LA SALLE - Canoas, RS 1 9 8 1