Federação Nacional dos Professores
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Acordo é histórico, mas é preciso agir
Chegou-se a um Acordo histórico sobre o clima em Paris. Com ele, declara-se a pretensão de reduzir a emissão
de gases com efeito de estufa, de modo que a temperatura não aumente mais que 1,5ºC até ao final do século,
relativamente à média da era pré-industrial, de forma a reduzir os riscos de impactos das alterações climáticas.
No entanto, a curto prazo, nos próximos anos, até 2020, não se vislumbram ações significativas. Há também questões
relacionadas com o financiamento, pelos países ricos, de medidas para os países em desenvolvimento e a não
contabilização de responsabilidades históricas que podem não contribuir para uma justiça ambiental global.
Paris foi também um local onde os governantes de todo o mundo quiseram tomar um banho de conferência verde.
Esperemos que não tenha sido greenwashing, para ficarem enverdecidos aos olhos dos cidadãos.
Ao mesmo tempo que se faziam discursos na conferência, governos de todo o mundo continuavam a autorizar projetos
nefastos para o ambiente: aeroportos, projetos destruidores de zonas húmidas, abertura de minas de ouro, projetos de
gás de xisto…
Há que questionar, também, a finalidade da produção de energia: investe-se em energias renováveis para substituir de
facto as energias fósseis? Ou é para comercializar e consumir mais energias? Se as energias renováveis não romperem
com a lógica mercantilista e o produtivismo sem sentido, as energias não serão ecológicas nem estarão ao serviço das
populações.
A alternativa ao presente passa por, colectivamente, se tomar o futuro em mãos decidindo o que produzir e como o fazer,
numa preocupação de sobriedade, de restauro dos ecossistemas, de abolição das desigualdades e de satisfação das
necessidades de todos.
Há outros aspetos a assinalar: a coberto do estado de emergência vivido em França após as tragédias de 13 de
novembro, houve manifestações proibidas e manifestantes pacíficas a serem reprimidas violentamente. A liberdade de
manifestação foi posta em causa. Aliás, as próprias liberdades sindicais estão a ser atingidas: na Bélgicas os piquetes de
greve passaram a ser proibidos.
Agora vamos agir
A FENPROF saúda o acordo alcançado em Paris, faz votos para que se consiga prosseguir os resultados alcançados. A
FENPROF estará atenta à forma como o Acordo de Paris será implementado em Portugal, nomeadamente o artigo 12.º
que diz que têm de ser tomadas medidas para intensificar a educação e a formação sobre as alterações climáticas, a
consciencialização, a participação pública e o acesso à informação, pois são importantes para reforçar as ações do
Acordo.
Site oficial da Conferência
Blogue
Site oficial da ONU
Vídeo
Revista de imprensa
Blogue da Quercus
O Acordo de Paris vai acontecer, mas será suficiente?
Programa, calendário das sessões e documentos em discussão
Sindicatos pelo clima
Principais reivindicações da Confederação Europeia dos Sindicatos para a COP
21
Locais de trabalho verdes, do Trade Union Congress, central sindical britânica
Ação Não-Violenta COP21
Contra-cimeira prevista para 14 de novembro, anulada devido aos
acontecimentos dramáticos de dia 13 em Paris
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