Seminário Teológico Nazareno do Brasil – ETED
Cátedra: HISTÓRIA DO MOVIMENTO WESLEYANO
VIDA E OBRA DE JOHN WESLEY
Por
SANDRO ROGÉRIO RIBEIRO
Hortolândia, SP
2013
SUMÁRIO
1
INTRODUÇÃO ............................................................................................................... 3
2
BIOGRAFIA ................................................................................................................... 4
3
O AVIVAMENTO WESLEYANO .................................................................................... 8
4
A TEOLOGIA DE JOHN WESLEY ............................................................................... 11
5
6
4.1
CONTEXTO HISTÓRICO DA TEOLOGIA PRÁTICA............................................ 11
4.2
JOHN WESLEY E A TEOLOGIA PRÁTICA.......................................................... 12
OBRAS DE JOHN WESLEY ........................................................................................ 14
5.1
SERMÕES ........................................................................................................... 14
5.2
NOTAS EXPLICATIVAS DO NOVO TESTAMENTO ............................................ 14
5.3
NOTAS EXPLICATIVAS DO ANTIGO TESTAMENTO ......................................... 15
5.4
AS CARTAS ......................................................................................................... 15
5.5
O DIÁRIO ............................................................................................................. 15
5.6
BIBLIOTECA CRISTÃ .......................................................................................... 15
5.7
COMPÊNDIO DA FILOSOFIA NATURAL ............................................................ 15
5.8
EXPLICAÇÃO DA PERFEIÇÃO CRISTÃ ............................................................. 16
5.9
O CARÁTER DE UM METODISTA ...................................................................... 16
5.10
UMA PALAVRA PARA OS CLÉRIGOS ................................................................ 16
5.11
PENSAMENTOS SOBRE ESCRAVIDÃO ............................................................ 16
5.12
MANUAL DE MEDICINA POPULAR .................................................................... 16
CONCLUSÃO .............................................................................................................. 17
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..................................................................................... 18
APÊNDICE – RESUMO CRONOLÓGICO DA VIDA DE JOHN WESLEY ............................ 19
3
1 INTRODUÇÃO
A vida de um homem que com sua paixão por Deus mexeu com a vida espiritual
dos ingleses e com a estrutura social de seu país. John Wesley foi o homem que trouxe o
reavivamento evangélico no meio do século XVIII.
Homem bíblico, influenciado pelo primitivismo da Igreja, o puritanismo, pietismo
e pelo moravianismo, John Wesley foi um pregador popular e um líder nacional. Apesar
disso, viveu em simplicidade e rígida disciplina. Por mais de 60 anos acordou as 4 horas da
manhã. Por mais de 50 anos, pregou todas as manhãs, as 5 horas. Esforçou em
estenuantes viagens, a maioria a cavalo, percorrendo cerca de 6750 quilômetros por ano.
Wesley, porém, nunca perdeu uma noite de sono.
Deixou um legado de inúmeras publicações dos mais variados temas, sendo
motivo de admiração especial seus sermões e obras teológicas.
John Wesley foi um homem amável, generoso e trabalhador. Seu persistente
amor pelo próximo, sua firmeza e tranquilidade de espírito tornou-o um instrumento valioso
nas mãos de Deus, tendo levado o arrependimento a milhões de pessoas.
Wesley levou o avivamento de Deus a igreja de sua época, pregando a
justificação e a santificação por meio da fé. Fez homens ignorantes e escravizados pelos
vícios tornarem-se cristãos fervorosos e fiéis.
John Wesley
4
2 BIOGRAFIA
“Oh! Dá-me o livro. Por qualquer preço dá-me o livro de
Deus! Nele há conhecimento o bastante para mim. Deixeme ser o homem de um só livro”. – John Wesley
John Wesley nasceu em Epworth, Inglaterra, em 17 de junho de 1703, durante o
reinado da boa rainha Anne. Foi o décimo quinto de uma família de dezenove filhos. Sua
infância foi dirigida por sua mãe, Suzanna, uma mulher rígida e piedosa e seu pai, Samuel,
um homem difícil de agradar. Sua mãe acreditava que os desejos das crianças deviam ser
subjugados, que eles deveriam ser açoitados quando não se comportassem e que deviam
chorar baixinho depois de açoitados. Ele teria morrido num incêndio em Epworth Rectory se
não tivesse sido arrancado das chamas por um vizinho que subiu nos ombros de outro
vizinho. Ele tinha seis anos então, e depois disso, sua mãe o lembrou várias vezes que ele
era “um tição colhido do fogo”. Ela sentia – e mais tarde ele veio a sentir – que ele tinha sido
poupado por um propósito, servir a Deus.
Samuel, o pai de John, era um erudito, que por muitos anos trabalhou numa obra
monumental sobre o livro de Jó. Um pregador severo, para não dizer implacáve. Com seu
pai e sua mãe, John Wesley desenvolveu excelentes hábitos de estudo e também se
acostumou com sofrimento físico.
Com dezessete anos ele começou estudar teologia na faculdade de Oxford, e
recebeu sua diploma de bacharel em 1724 e doutorado em 1727. Foi consagrado ministro
da igreja Anglicana (Igreja da Inglaterra) em 1724. John continuou na faculdade de Oxford,
onde ele era membro do Conselho da Faculdade Lincoln e professor de grego.
Depois de aceitar uma posição de pastor auxiliar em Wroote, Lincolnshire, de
1727 a 1729, Wesley voltou à Oxford não apenas para continuar seus estudos, mas também
começar a viver a vida santa. Muitos outros jovens brilhantes tinham um curriculum como o
de Wesley, mas poucos tinham a sua dedicação. Ele dominava pelo menos sete idiomas e
desenvolveu uma visão verdadeiramente abrangente em todas as áreas da investigação.
Quando voltou de Wroote para Oxford, assumiu a liderança de um grupo chamado Holy
Club (Clube Santo), iniciado por seu irmão Charles. Aqui, eles buscavam reforçar a fé
através do estudo das Escrituras e medindo a qualidade da santidade da vida de cada
membro.
O Holy Club fazia mais que pensar e orar. Eles foram às prisões levar salvação
aos prisioneiros. Embora eles fossem ridicularizados por seus companheiros de Oxford, de
seu grupo de baixa posição saíram homens que se tornaram importantes para aquele
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tempo, particularmente os irmãos Wesley e George Whitefield. O seu regime exigia jejuns
periódicos, encontros regulares para estudo e auto-exame. Somente muito tempo depois foi
que John Wesley percebeu que eles seguiam mais a letra do que o espírito do cristianismo.
Em 1735 grandes mudanças atingiram John e Charles Wesley. O seu pai morreu
e ambos foram com o governador Ogilthorpe para a colônia Georgia com a bênção e
encorajamento de sua mãe. A Georgia foi uma prova para John, que logrou que realmente
não gostava dos índios e que sua rigidez não era muito apreciada pelas pessoas da
Georgia. Mas importante que isto, foi o contato de John com uma pequena banda de
morávios na viagem para a colônia. Estes homens e mulheres destemidamente cantavam
hinos durante terríveis tempestades no mar, enquanto ele se desesperava.
Ele queria conhecer a fé que eles pareciam ter. Em 1738 ele retornou à
Inglaterra. O morávio Peter Boehler exerceu grande influência sobre Wesley: pregar a fé até
que ele a tivesse, e então ele pregava a fé. Em 24 de maio, uma quarta-feira, em 1738, no
famoso encontro de Aldersgate, ele teve uma conversão, uma profunda e inconfundível
experiência de fé. Sobre isso John Wesley escreveu:
“Ao entardecer eu fui sem grande vontade a uma
sociedade na Rua de Aldersgate, onde alguém estava a
ler o prefácio de Lutero à Epístola aos Romanos. Cerca
de um quarto para as nove, enquanto ele estava a
descrever a mudança que Deus opera no coração
através da fé em Cristo, eu senti o meu coração
estranhamente aquecido. Eu senti que confiava em
Cristo, somente em Cristo para a salvação; e uma
certeza foi-me dada que Ele havia retirado os meus
pecados, mesmo os meus, e me havia salva da lei do
pecado e da morte.”
Como tinha uma mente livre, John Wesley ainda conseguia retirar os melhores
recursos das melhores mentes do seu tempo. William Law, por exemplo, foi seu professor,
amigo e mentor por vários anos; mas Wesley achou que um ingrediente importante estava
faltando no programa de Law para uma vida devota.
Os seguidores de Platão conseguiram comunicar a Wesley uma estrutura
intelectual que era mais espiritual do que material, mas os hábitos mentais de Wesley
estavam moldados tanto pelo modelo de análise de Newton do que pelo platonismo. Os
morávios eram o mais perto de uma síntese de todos os elementos que ele desejava e pôde
encontrar. Ele até mesmo visitou Herrnhut para saber como sua comunidade trabalhava.
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Mas algo tabmém faltava aos morávios, como em todo lugar. Em 1740, ele e
seus seguidores romperam com os morávios, mas não antes que ele tivesse aprendido a
pregar sermões ao ar livre, o que veio a ser uma parte essencial de seu programa mais
tarde.
John Wesley tinha 37 anos de idade quando começou a viajar e pregar. Muitas
vezes, as mesmas pessoas que precisaram de sua ajuda eram as mesmas que mais o
perseguiam. Ele pregava em púlpitos até que eles fossem fechados para ele, e ele então
pregava nos campos abertos. Wesley três vezes por dia, começando às 5 da manhã, uma
vez que os trabalhadores poderiam parar para ouvi-lo enquanto andavam para o seu
trabalho.
Algumas ezes ele andava 60 milhas (90 quilômetros) por dia a cavalo. As
condições do tempo não importavam; ele fazia seu horário e o cumpria, não importavam as
dificuldades. John Wesley fugia de uma multidão zangada pulando num lago gelado, nadava
para fora dele e continuava a pregar novamente.
John Wesley foi para Gales do Sul em 1741, para o norte da Inglaterra em 1742,
Irlanda em 1747, e Escócia em 1751. No total, ele foi à Irlanda quarenta e duas vezes e à
Escócia vinte e duas vezes. Houve ocasiões em que ele retornava anos depois de sua
última visita e registrava que a pequena sociedade que ele ajudara ainda estava intacta e
fiel. Wesley examinava cada membro de cada sociedade pessoalmente para buscar
crescimento espiritual e de fé. As sociedades então formadas proviam a organização local
para seu movimento.
Wesley pregava limpeza, honestidade, salvação, boas relações familiares,
dúzias de outros temas, mas acima de tudo, a fé em Cristo.
Ele não pedia aos seus ouvintes para deixarem suas igrejas, mas para
continuarem indo nelas. Ele lhes deu o refrigério espiritual que eles não achavam fora do
círculo. Quando suas décadas de provação produziram décadas de triunfo, as multidões
aumentaram. Ricos e pobres vinham para ouvi-lo falar. Wesley desenvolveu redes de
assistentes leigos.
Wesley ensinou tanto pelo exemplo como pelos seus sermões tão medidos. Ele
publicou muitos volumes para serem usados em devocionais e direcionou o lucro para
projetos, como um local de ajuda para os pobres. Sua vida pessoal estava além de
reprovação. Traduziu hinos, interpretou as Escrituras, escreveu centenas de cartas, treinou
centenas de homens e mulheres e manteve em seus diários um registro da energia
dispensada, que dificilmente tem um rival na literatura ocidental. Sua maneira de falar na
linguagem do homem comum teve um impacto imensurável no surgimento do inglês
moderno, assim como os hinos de Charles Wesley tiveram um grande impacto na música
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com suas muitas canções sem mencionar a poesia da subseqüente era Romântica.
Mas o impacto dos Wesleys nas classes mais baixas foi além de afetar seus
hábitos de vida e modo de falar. John Wesley proveu uma estrutura religiosa que era local e
pessoal, bem como energeticamente moral. Sua teologia não tirava a liberdade e o direito
de ninguém, pois qualquer um podia achar a graça de Deus para resistir ao diabo e ser
salvo, se tão somente buscasse e recebesse.
O conservadorismo de Wesley era tanto político como religioso. Ele publicou
uma carta aberta às colônias americanas, aconselhando-as a permanecerem leais à GrãBretanha, logo antes da Revolução Americana. Ele não tolerava nenhuma conversa sobre
agitação civil na Inglaterra.
John Wesley morreu em 2 de março de 1791, cerca de três anos depois que seu
irmão Charles morreu. Até seus anos finais, ele fez a mesma frase de abertura em seu
diário a cada ano no seu aniversário, agradecendo a Deus por sua longa vida e sua
contínua boa saúde, afirmando que sermões pregados de manhã cedo e muita atividade ao
ar livre o mantiveram em forma para a obra de Deus.
Desde o momento em que ele tornou-se livre de influências, exceto a de Deus,
ele teve cinqüenta anos de serviço constante e fez um bem imensurável à Inglaterra através
da perseverança, resistência e fé. Seu legado não se limitou ao seu século ou país, mas
sobrevive até hoje na fé de milhões em uma variedade de igrejas.
A seguinte frase foi escrita em seu diário em 28 de junho de 1774:
“Sendo hoje meu aniversário, o primeiro dia do
septuagésimo segundo ano, eu estava pensando, Como
pode ser isso, que eu ache a mesma força que tinha
trinta
anos
atrás?
Que
a
minha
vista
esteja
consideravelmente melhor agora, e meus nervos mais
firmes do que eram antes? Que eu não tenha nenhuma
enfermidade da velhice, e não tenha mais aquelas que
tive na juventude? A grande causa é, o bom prazer de
Deus, que faz o que lhe agrada. Os meios principais são:
meu constante levantar às quatro da madrugada, por
cerca de cinqüenta anos; o fato de geralmente pregar às
cinco da manhã, um dos exercícios mais saudáveis do
mundo; o fato de que nunca viajo menos, por mar ou
terra, do que 4500 milhas (6.750 km) por ano.”
8
3 O AVIVAMENTO WESLEYANO
"Eu me coloco em chamas, e o povo vem para me ver
queimar" - John Wesley (respondendo à pergunta de
como ele atraía as multidões)
"Eu considero todo o mundo como a minha paróquia; em
qualquer parte que eu esteja, eu considero que é certo,
correto e o meu sagrado dever declarar a todos que
estejam dispostos a ouvir, as boas novas da salvação." John Wesley
"Dai-me cem homens que nada temam senão o pecado,
e que nada desejam senão a Deus, e eu abalarei o
mundo." - John Wesley
O Grande Reavivamento ocorrido entre os anos de 1739 e 1791 é
freqüentemente chamado de Reavivamento Wesleyano. É que, embora Deus tivesse usado
grandemente George Whitefield, os dois irmãos Wesley e dúzias de pregadores leigos para
acender o fogo de reavivamento, John Wesley pregou em mais lugares, a mais pessoas e
durante um maior número de anos do que os outros. Ele também fez mais para conservar o
fruto do reavivamento. John Wesley foi claramente o líder escolhido por Deus para este
impressionante despertamento espiritual.
Em 1729 Charles Wesley, o irmão de John, e mais dois estudantes começaram
um pequeno grupo que se reunia para oração, estudo bíblico e encorajamento mútuo. John
logo tornou-se o líder do grupo, que era chamado o "Clube Santo". Eles usavam um sistema
metódico de auto-exame e auto-disciplina, e por este motivo foram chamados de
'metodistas' por alguns. O grupo nunca cresceu muito, variando entre 10 e 15 membros,
com um máximo de 25. Um outro jovem chamado George Whitefield juntou-se ao grupo
depois de alguns anos, tornando-se um grande amigo de John Wesley.
Em outubro de 1735 John e Charles Wesley viajavam para América como
missionários, porém depois de um pouco mais que dois anos, John voltou a Inglaterra, em
fevereiro de 1738, preocupado com sua própria salvação. "Fui para a América converter os
índios", ele lamentou, "mas, oh, quem vai me converter?". Poucos meses depois, no dia 24
de maio, John teve uma experiência na qual ele obteve a certeza da sua salvação pelá fé.
Poucos anos depois, John e outros membros do Clube Santo tiveram uma experiência
poderosa de enchimento com o poder do Espírito Santo:
No dia do Ano Novo, 1739, John e Charles Wesley, George Whitefield e mais
9
quatro membros do Clube Santo fizeram uma festa de amor [santa ceia] em Londres.
“Cerca de três da manhã, enquanto estávamos orando, o
poder de Deus caiu tremendamente sobre nós, a tal
ponto que muitos gritaram de alegria e outros caíram ao
chão (vencidos pelo poder de Deus). Tão logo nos
recobramos um pouco dessa reverência e surpresa na
presença da Sua majestade, começamos a cantar a uma
voz: ‘Nós te louvamos, ó Deus; Te reconhecemos como
Senhor’”. – John Wesley
Este evento foi chamado de Pentecoste Metodista.
A partir deste dia, um grande avivamento começou. Dentro de um mês e meio,
George Whitefield estava pregando para multidões de milhares, com John Wesley fazendo o
mesmo dentro de três meses. Com apenas 22 anos de idade, Whitefield começou a pregar
ao ar livre.
As multidões aumentavam diariamente até chegar a vinte mil ouvintes. Os mais
ricos ficavam sentados em seus coches e outros em seus cavalos. Alguns sentavam nas
árvores e em toda parte o povo se reunia para ouvir Whitefield pregar. Todos eram às vezes
levados a chorar, conforme o Espírito de Deus descia sobre eles.
Whitefield continuava insistindo com Wesley para ir a Bristol e ajudá-lo. Em abril,
Wesley ficou ao lado de Whitefield em Kingswood, ainda questionando se era adequado
falar fora do prédio da igreja. Naquela noite Whitefield pregou sobre o Sermão do Monte. De
repente compreendeu que Jesus também pregara ao ar livre. Whitefield voltou a Londres e
no dia seguinte Wesley pregou então a três mil ao ar livre em Kingswood. Wesley
permaneceu em Bristol durante dois meses, mais ocupado do que nunca. Seus cultos das 7
horas da manhã de domingo geralmente tinham de cinco mil a seis mil ouvintes.
Ali, para surpresa de Wesley, começou a observar o Espírito Santo convencendo
poderosamente as pessoas de seus pecados enquanto pregava. Indivíduos bem vestidos,
amadurecidos, repentinamente gritavam como se estivessem em agonia. Tanto homens
como mulheres, dentro e fora dos prédios das igrejas, tremiam e caíam no chão, Quando
Wesley interrompeu seu sermão e orava em favor deles, logo encontravam paz e
rejubilavam-se em Cristo.
Um quacre (membro de uma seita evangélica), grandemente aborrecido com os
gemidos e gritos das pessoas que eram convencidas de seus pecados, foi repentinamente
atirado ao chão em profunda agonia por seus próprios pecados. Depois de Wesley ter
orado, o quacre exclamou: "Agora sei que és um profeta do Senhor". Cenas similares
10
ocorreram em Londres e Newcastle. Wesley não encorajava essas reações emocionais e
declarou que poderia haver casos de fingimento. Ele falava sempre em voz calma e
controlada, sem mostrar emoção. Mas reconheceu também que o poder de Deus estava
operando, convencendo e transformando pessoa após pessoa.
John Wesley e George Whitefield tiveram diferenças teologicas, com o Whitefield
se tornando calvinista e associando-se à igreja Presbiteriana. Porém os dois permaneceram
grandes amigos. Sabendo das suas diferenças doutrinárias, alguém perguntou a Whitefield
se ele achava que iria ver o John Wesley no céu. "Temo que não", ele respondeu, "ele
estará tão perto do trono eterno, e nos tão distantes, que quase não o veremos!".
O ministério de evangelismo do Wesley continuou a crescer, e ele começou a
criar "sociedades de avivamento" nos lugares onde ele ministrava. Estes grupos pequenos
se reuniam para oração, encorajamento e estudo bíblico.
No início Wesley encorajava os grupos a permanecer na Igreja na Inglaterra,
mas diferenças com a igreja a respeito a seu estilo de pregação ao ar livre, sua mensagem
de salvação pela fé, e utilização de leigos como pregadores e líderes das sociedades, levou
ao estabelecimento da igreja Metodista.
John Wesley viajou extensivamente, na Inglaterra e na Ámerica, e o fogo de
avivamento se espalhou rapidamente. Em agosto de 1770 havia 29.406 membros, 121
pregadores e 50 zonas na Inglaterra e 4 pregadores e 100 capelas nos Estados Unidos.
Quando Wesley morreu, no dia 2 de março de 1791, havia mais de 120.000 metodistas nas
suas sociedades.
11
4 A TEOLOGIA DE JOHN WESLEY
Não será esta outra das razões pela qual se torna tão
difícil aos ricos entrarem no Reino dos Céus? A grande
maioria deles está debaixo de maldição, sob a maldição
particular de Deus por que...
Não roubam unicamente a Deus, mas também ao pobre,
ao faminto e ao despido... e se tornam culpados por toda
a necessidade, afliçãom e dor que poderiam eliminar,
mas não o fazem”. John Wesley
A identidade de John Wesley como teólogo prático, leva em consideração a
identidade histórica da Teologia Prática e o contexto teológico presente na Inglaterra do
século XVIII. A abordagem teológica de Wesley localiza-se no meio dos parâmetros da
Teologia Moral, Popular e Pastoral daquela época. Destaca-se a dificuldade de localizar a
teologia de Wesley dentro das categorias teológicas vigentes, no seu contexto histórico,
devido à sua preocupação com a integração da teoria e prática.
Está relativamente claro que John Wesley não se considerava Teólogo
Sistemático e as discussões atuais geralmente o localizam na categoria de Teólogo Prático.
A Teologia Prática, em
comparação com a Teologia Sistemática,
é
freqüentemente entendida como sendo menos acadêmica e mais orientada para a prática
ministerial.
4.1 CONTEXTO HISTÓRICO DA TEOLOGIA PRÁTICA
No Cristianismo Primitivo, a teologia era compreendida como a combinação
entre entender e comunicar. A teologia, como conhecimento ou linguagem sobre Deus, era
compreendida como uma cosmovisão interna que guiava a vida de crentes. Considerando
que Deus não implantou este conhecimento no momento da conversão, ele teve que ser
desenvolvido. Assim, a teologia combinou a teoria, conhecimento ou linguagem sobre Deus,
com a comunicação, ou ensinamento, deste conteúdo. A teologia era a integração da
reflexão sobre a antropologia, a soteriologia e a natureza de Deus. A teologia era
essencialmente prática no sentido de buscar entender a natureza de Deus e a vida Cristã no
mundo, mas em nenhum momento havia uma separação entre os dois.
Esta compreensão de teologia continuou relativamente inalterada, até a Idade
Média, quando o local social da teologia deslocou-se das vidas dos crentes para as
12
Universidades novas que emergiram de catedrais e monastérios. Essas Universidades
novas adotaram modelos de teologia baseados no entender teórico de Aristóteles sobre a
ciência como a geração racional de conhecimento e a convicção implícita de que tal
conhecimento era freqüentemente independente de “preocupações práticas”.
A Reforma Protestante tentou sarar a divisão entre Teologia Prática e Doutrinal,
mas a Ortodoxia Protestante logo reafirmou esta separação. O resultado foi a criação de
dois grupos distintos dentro da Igreja Protestante. A Ortodoxia Protestante entendia a fé
Cristã como um grupo de afirmações intelectuais, enquanto o Pietismo rejeitava essa visão
em favor de um modelo altamente individual da espiritualidade Cristã, que logo veio a ser
entendido como a Teologia Prática, ou Espiritual. O efeito era separar a reflexão doutrinal da
disciplina da vida cristã.
Em diversos períodos históricos, a Teologia Prática era compreendida como: 1)
A Teologia Moral, ou o estudo das ações morais e da vida devota; 2) A Teologia Popular, ou
a simplificação de argumentos teológicos complexos para a educação da classe média e; 3)
A Teologia Pastoral, ou a aplicação da Razão Prática de Kant que separou a teoria da
prática e reforçou a Teologia Prática como tendo seu campo de ação no cuidado dos
crentes baseado em doutrinas elaboradas pela Teologia Sistemática. Durante essa
evolução, vários movimentos dentro do Pietismo tentaram pôr a prática da devoção no
centro de teologia, mas estes esforços não tinham êxito. Em todo caso, definir a devoção
como o fundamento da teologia, em vez da teoria, simplesmente colocaria a prática no
centro da teologia e manteria a hegemonia de um modelo dualista.
4.2 JOHN WESLEY E A TEOLOGIA PRÁTICA
Os escritos de Wesley contêm três tipos de literatura: 1) Doutrinal, a articulação
e defesa de doutrinas específicas; 2) Controversa, a crítica das convicções e práticas de
teologias de outros grupos, e; 3) Prática, ajudar pessoas a viverem a vida Cristã. Ele
extrapolou as tradições formais e informais da academia e da Igreja. Ele recusou isolar a
teoria da prática e muitos autores de hoje consideram sua Literatura Prática como a
categoria definitiva de sua teologia. Isso era muito incomum para alguém que passou uma
temporada como Tutor na Universidade de Oxford e escreveu livros e artigos bem
elaborados e respeitados sobre questões de doutrina e teologia.
Wesley teve grande interesse pela Teologia Prática. Isso está claro na sua
preocupação por treinar seus pregadores e pela educação de leigos, mas essa preocupação
foi além. Wesley buscava dar-lhes uma fundação sólida nas convicções básicas que
apoiavam toda a ação cristã. Ele foi além do modelo tradicional de Teologia Prática de sua
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época, que prestava pouca atenção às questões teológicas e doutrinais. Para Wesley, não
era suficiente apenas treinar pastores e leigos em como pregar, ou orar. Era de importância
fundamental o entendimento de por que pregar, orar, ou teologizar. Qual é a base – na fé,
na teologia, na Bíblia e na história da Igreja – para pensar e agir?
A Teologia Prática de Wesley pode ser considerada como Teologia Moral por
causa de sua clara preocupação pelos problemas morais na sociedade e na vida das
pessoas.
Nas igrejas locais, era muito comum ensinar a Ética Cristã, ou como se
comportar como cristão, citar alguns textos Bíblicos como apoio e não avançar mais a
discussão. Mas Wesley era muito intencional em conectar as perguntas doutrinais com os
problemas éticos e os textos Bíblicos. A doutrina, a teoria, não podia ser separada da ética,
da prática.
A categoria de Teologia Prática que provavelmente melhor descreve a teologia
de John Wesley é a Teologia Popular, na época um movimento teológico muito forte na
Inglaterra. Segundo Albert Outler, o gênio da teologia e prática pastoral de Wesley era sua
habilidade de traduzir, sintetizar e comunicar as discussões teológicas complexas em
linguagem acessível aos leigos. Wesley era firme em sua convicção de ensinar aos pobres
as verdades fundamentais da fé cristã. Wesley debateu, discutiu, clarificou, reformulou,
desafiou e produziu teologia.
John Wesley nunca separou a doutrina da ética. Suas éticas são baseadas na
sua teologia da graça. Sua defesa das necessidades dos pobres é baseada na sua
confiança no poder transformador de Deus. Seu entendimento da santidade cristã inclui a
ética, a ação correta, e a doutrina, o entendimento correto.
O ambiente definitivo de Wesley era a Igreja. Para ele, a Igreja oferecia as
respostas definitivas para os desafios e as respostas presentes na cultura. Apesar do fato
de que, para Wesley, a Ação Social era uma expressão fundamental da fé cristã, a idéia de
um diálogo entre a autoridade da Revelação de Deus e a autoridade da cultura era quase
inimaginável. Ele entendeu a Igreja, ou a revelação de Deus, como a resposta aos desafios
experimentados pela cultura.
A recusa de Wesley em isolar a Igreja do mundo, ou das necessidades do povo,
e integrar a teologia com a prática, continuam a ser fundamentais para qualquer discussão
teológica em qualquer tempo.
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5 OBRAS DE JOHN WESLEY
5.1 SERMÕES
John Wesley editou os seus sermões em dois momentos: logo depois do início
da fase mais evangelista e da formação do movimento metodista, e mais tarde, a partir de
1778, no Arminian Magazine, revista editada por ele até o ano da sua morte, em 1791.
Desses sermões, os primeiros 53 compõem, na tradição norte-americana do
metodismo, os Standard Sermons, conjunto reduzido a 52 sermões na versão brasileira. O
metodismo inglês, porém, mantêm uma lista ligeiramente diferenciada dessa coletânea num
total de 44 sermões. A importância dessa primeira coletânea de sermões está no fato de
que ela foi usada na história do metodismo para definir o perfil doutrinal do movimento na
Inglaterra, quando uma das sociedades religiosas metodistas aceitou somente pregadores
com esse perfil.
Hoje em dia, valorizam-se também cada vez mais os sermões da segunda fase
da vida ativa de Wesley como marcas doutrinárias. Sem abandonar o foco pessoal, Wesley
amplia agora a visão do movimento e aborda temas incluindo a criação, a trindade, zelo
cristão, os perigos da riqueza etc.
5.2 NOTAS EXPLICATIVAS DO NOVO TESTAMENTO
As Notas explicativas sobre o Novo Testamento foram publicadas pela primeira
vez em 1754.
Wesley consultou para esta obra o "Gnomon" de Johann Albrecht Bengel (16871752), um comentário do Novo Testamento publicado pela primeira vez em 1712. Para a
interpretação da Revelação, Wesley usa ainda um outro livro de Bengel, a sua Explicação
da Revelação (Erklärte Offenbarung). O texto tem alguns problemas, especialmente a sua
previsão do fim do mundo para 1836, que causou dificuldades nas sociedades metodistas.
No prefácio do livro da Revelação de João, Wesley tinha comentado que ele não defenderia
cada parte do texto, mas isso não era o suficiente. Em duas cartas do ano 1788 Wesley
interpreta: Bengel não falou do fim do mundo, mas do início do milênio.
Há mais um segundo desafio de interpretação. Wesley integra em seu
comentário o texto da Bíblia King James de 1611 (também chamada a versão autorizada).
Porém, Wesley nem sempre segue o texto. Em vez disso, oferece, por vezes, uma tradução
própria.
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5.3 NOTAS EXPLICATIVAS DO ANTIGO TESTAMENTO
Menos conhecidas são as Notas explicativas do Antigo Testamento, publicadas
em 1765. Wesley baseia este comentário na obra de Mathew Henry.
5.4 AS CARTAS
Hoje encontra-se uma grande parte das cartas escritas por John Wesley na
internet.
5.5 O DIÁRIO
John Wesley publicou em etapas um volumoso diário, mas manteve também um
diário pessoal. Do primeiro, o princípio de seleção de textos segue mais uma lógica
avivalista e exclui as tendências sociais. Ela somente servirá até que edições mais
abrangentes estejam acessíveis. O diário nos familiariza com o cotidiano do trabalho de
Wesley, mas não pode ser esquecido que o primeiro objetivo não foi descritivo, mas
explicativo, se não apologético.
5.6 BIBLIOTECA CRISTÃ
A Biblioteca Cristã (1750) foi composta originalmente por 50 livros. O texto
reproduz livros de mártires, cartas dos pais da igreja, biografias e textos de diversos autores,
muitas vezes abreviados pelo próprio Wesley. O número de confissões contempladas
(puritanos - maioria -, anglicanos, luteranos, calvinistas, católicos,) faz dessa coletânea uma
prova da visão ecumênica de John Wesley. Apesar disso, Wesley fala aqui mais mediante
seleção, pelo abreviamento e pelas mudanças nos textos (por exemplo: "santificação" em
vez de "divinação" no texto de Marcarios).
5.7 COMPÊNDIO DA FILOSOFIA NATURAL
O Compêndio da Filosofia Natural (1775) de John Wesley introduz as
descobertas das ciências naturais. Wesley popularizou seu conteúdo também no seu
Arminian Magazine. O título "Visão geral da sabedoria de Deus na criação" mostra a
tentativa de unir a "piedade vital e o conhecimento" (segundo uma canção de Charles
Wesley escrita para a inauguração da escola Kingswood).
16
5.8 EXPLICAÇÃO DA PERFEIÇÃO CRISTÃ
Nessa obra de 1777, Wesley enfatiza a continuidade do seu pensamento entre
1725 e 1777 e descreve como eixo temático a santificação e perfeição cristã.
5.9 O CARÁTER DE UM METODISTA
Este texto, publicado pela primeira vez em 1739, descreve o metodismo como
religião bíblica e integrada na sociedade inglesa da sua época.
5.10UMA PALAVRA PARA OS CLÉRIGOS
Este texto de 1756 estabelece um diálogo com os presbíteros anglicanos
ordenados. Por um tempo, Wesley esperava criar uma aliança mais ampla do cristianismo
inglês para desenvolver a sua missão com mais força.
5.11PENSAMENTOS SOBRE ESCRAVIDÃO
O texto de 1774 se baseia, em grande parte, num texto de Anthony Benezet, um
Quaker (Sociedade de Amigos). O testemunho, porém, é claramente mantido: Wesley
considera essa instituição da escravidão, na sua época, até mais desumana do que na
época do Império Romano.
5.12MANUAL DE MEDICINA POPULAR
Este manual surgiu pela primeira vez em 1747. Wesley tentou atender às
necessidades do povo quanto a remédios e tratamentos. A qualidade desta obra, inúmeras
vezes reeditada, não foi sempre aceita pelos médicos da época, porém Wesley defendeu o
seu conteúdo como aprovado pela práxis e mudou partes na base de novas evidências.
17
6 CONCLUSÃO
John Wesley foi um herói da fé. Sua contribuição maior foi-se deixar usar, com
coragem, ousadia, sinceridade e fé por uma causa muito maior do que ele mesmo: a
salvação aos perdidos por meio da fé e uma vida que reflete o caracter do Senhor Jesus
Cristo por meio da santificação.
Numa época difícil para se viver como foi o século XVIII na Inglaterra, Wesley
surgiu como a tocha de Epworth para aquecer corações sem esperança. Dedicou sua vida,
com amor, seriedade e disciplina a pregar o Evangelho a toda uma nação.
O testemunho de vida de homens como John Wesley inspira a todo aquele que
ama a Deus acima de todas as coisas e ao próximo como a si mesmo (Mateus 22:37-40), e
convida a uma busca pelo enchimento com o Espírito Santo, para uma vida de serviço e
santidade diante de Deus.
18
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
OLIVEIRA, Marcos Fernando de. Apostila História do Movimento Wesleyano.
Hortolândia: STNB, 2013.
BOYER, Orlando. Hérois da Fé. 2ª. Ed. Rio de Janeiro: CPAD, 1985.
Sites:
Portal Vida Nova
http://www.portalnovavida.org.br/index.php?option=com_content&task=view&id=3474&Itemi
d=55. Acessado em 13/11/2013.
Juventude Metodista
http://www.juventudemetodista.org.br/home/2011/03/john-wesley-o-jovem-que-transformouuma-nacao-em-poucas-palavras/. Acessado em 13/11/2013.
Avivamento Já
http://www.avivamentoja.com/pmwiki.php?n=Passado.Wesley. Acessado em 13/11/2013.
Universidade Metodista de São Paulo
http://www.metodista.br/cew/acervo/john-wesley. Acessado em 14/11/2013.
http://www.metodista.br/ppc/caminhando/caminhando-14/caminhando-14/john-wesley-e-ateologia-pratica. Acessado em 14/11/2013.
Igreja Evangélica Metodista Portuguesa
http://www.igrejametodista.pt/index.php?option=com_content&view=article&id=53&Itemid=69.
Acessado em 15/11/2013.
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APÊNDICE – RESUMO CRONOLÓGICO DA VIDA DE JOHN WESLEY
ANO
ACONTECIMENTO
1703
17 Junho. John Wesley nasceu da união do Rev. Samuel Wesley e de sua
esposa Susanna, em Epworth, no Lincolnshire.
1709
9 Fevereiro. O lar dos Wesleys, The Rectory (O Presbitério), sofreu um
incêndio, ficando John preso no seu interior. Ele foi socorrido através de uma
janela de um dos pisos superiores.
1714
28 Janeiro. Wesley iniciou a sua escolaridade oficial na Escola de
Charterhouse, em Londres.
1720
24 Junho. Wesley iniciou os seus estudos universitários no Colégio Christ
Church, na Universidade de Oxford.
1724
Wesley foi graduado com um Bacharelato em Artes.
1725
19 Setembro. Wesley foi ordenado Diácono da Igreja Anglicana.
1726
17 Março. Tornou-se Membro (Fellow) do Colégio Lincoln, em Oxford. Ele dava
aulas sobre os clássicos, a lógica e a divindade.
1727
14 Fevereiro. Galardoado com o grau de Mestre em Artes.
17 Agosto 1727 - Novembro 1729. Wesley foi destacado como pároco
coadjutor de seu pai, o Prior de Epworth, em Wroot.
1728
22 Setembro. Ordenado Presbítero na Igreja Anglicana.
1729
Nos primeiros meses, Charles Wesley juntou-se aos seus amigos e formou o
Clube Santo.
22 Novembro. John Wesley reassumiu os seus deveres no Colégio Lincoln e
tornou-se o líder natural do Clube Santo.
1735
5 Abril. O Rev. Samuel Wesley, o pai de John, morreu em Epworth.
14 Outubro. John e Charles Wesley embarcaram no navio The Simmonds, de
Gravesend com destino à Geórgia, a convite do General James Oglethorpe’s.
John como capelão dos colonos em Savannah e Charles como seu secretário.
1736
6 Fevereiro. Desembarcaram na América, perto da cidade de Savannah.
26 Julho. Charles Wesley deixou a América e partiu para Inglaterra.
1737
22 Dezembro. Wesley deixou a América a bordo do navio The Samuel com
rumo a Inglaterra.
1 Fevereiro. Wesley alcançou a Inglaterra e desembarcou em Deal.
20
ANO
ACONTECIMENTO
1738
1 Maio. Com o morávio Peter Bohler, Wesley formou a Sociedade religiosa de
Fetter Lane.
21 Maio em casa de João Bray, na Pequena Bretanha. Charles Wesley
experimentou a sua conversão, sendo inspirado a escrever o Hino:
“Por onde começará a minha alma maravilhada?
Como poderemos todos nós aspirar ao céu?
Um escravo redimido da morte e do pecado
Um tição retirado do fogo eterno…”
24 Maio, uma sociedade perto da Rua Aldersgate. John Wesley experimentou
a sua conversão, que ele descreveu no seu Jornal:
“Ao entardecer eu fui sem grande vontade a uma sociedade na Rua de
Aldersgate, onde alguém estava a ler o prefácio de Lutero à Epístola aos
Romanos. Cerca de um quarto para as nove, enquanto ele estava a descrever
a mudança que Deus opera no coração através da fé em Cristo, eu senti o
meu coração estranhamente aquecido. Eu senti que confiava em Cristo,
somente em Cristo para a salvação; e uma certeza foi-me dada que Ele havia
retirado os meus pecados, mesmo os meus, e me havia salva da lei do pecado
e da morte.”
13 Junho - 16 Setembro. John Wesley viajou pelo Norte da Europa, visitando
os morávios em Herrnhut, na fronteira com a Boémia
1739
28 Março. John Wesley escreveu a um amigo anónimo que o havia criticado
pelas
suas
incursões
inconvenientes
na
vida
das
paróquias
sob
responsabilidade de outros clérigos. “Eu considero todo o mundo como a
minha paróquia, por conseguinte eu quero dizer, que, em qualquer parte que
eu esteja, eu considero o que vejo, correcto, e é o meu sagrado dever declarar
a todos que estejam dispostos a ouvir, as alegres novas da salvação. Eu sei
que este é o trabalho para o qual Deus me chamou.”
2 Abril. John Wesley proferiu o seu primeiro sermão ao ar livre, em Bristol,
tendo sido introduzido neste estilo de pregação pelo Jorge Whitefield. Desta
forma começou uma carreira que duraria até o fim de sua vida, uns 52 anos.
3 Junho. John Wesley pregou pela primeira vez no New Room (Nova Sala), em
Bristol.
11 Novembro. Wesley pregou pela primeira vez na sua nova sede em Londres,
a Capela da Fundição.
21
ANO
ACONTECIMENTO
1742
15 Fevereiro. Wesley estabeleceu as primeiras Classes em Bristol, para
melhor controlar as necessidades pastorais dos membros da Sociedade.
23 Julho. Susanna Wesley, a mãe de John e de Charles, morre. O seu último
desejo foi: “Filhos, assim que eu seja resgatada, cantem um salmo de louvor a
Deus.” John sepultou-a no cemitério de Bunhill Fields, em Londres.
20 Dezembro. Wesley colocou a primeira pedra para o Orfanato, em
Newcastle-upon-Tyne.
1743
20 Outubro. John Wesley enfrenta a multidão desordeira em Wednesbury.
1744
25-30 Junho. John Wesley convida os seus assistentes para uma primeira
conferência Metodista, na Capela da Fundição, em Londres.
1747
8-27 Agosto. John Wesley visitou a Irlanda pela primeira vez.
1748
24 Junho. Wesley abriu ao público a Escola de Kingswood, nas proximidades
de Bath, com a intenção de educar as crianças dos mineiros metalúrgicos da
área.
1749
8 Abril. John Wesley celebrou o casamento de seu irmão Charles com Sarah
Gwynne.
1751
10-17 Fevereiro. Wesley escreveu dois livros para os alunos da Escola de
Kingswood, uma “Gramática Hebraica” e “Lições para Crianças”.
19 Fevereiro. John Wesley casou com Mary (Molly) Vazeille, viúva de um
mercador londrino de ascendência huguenote. A 1 de Junho ele resigna à
condição de Membro (Fellow) do Colégio Lincoln, em Londres.
1753
Outubro. Wesley publica o seu “Dicionário” da língua inglesa, “o mais pequeno
e económico, mas também, de longe, o mais correcto que jamais existiu”. Ele
concebeu-o para uso das “pessoas de senso comum e analfabetas”.
1755
O primeiro Serviço do Pacto com Deus foi dirigido por Wesley.
1756
14 Maio. John Wesley publica “Notas Explicativos sobre o Novo Testamento”.
1760
O Metodismo progride e espalha-se em Antígua e no Norte da América.
1769
4 Agosto. Wesley enviou os primeiros dois pregadores metodistas itinerantes à
América.
1771
Fevereiro. O casamento de Wesley desfez-se e Mary Vazeille deixou-o.
1777
21 Abril. Wesley colocou a primeira pedra da sua nova capela (a Capela de
Wesley) num hectare de terra situada na Royal Row (City Road), onde outrora
haviam existido moinhos de vento.
22
ANO
ACONTECIMENTO
1778
1 Novembro. John Wesley abriu a sua Nova Capela em Londres.
1779
8 Outubro. John Wesley escreveu no seu Jornal: “Esta noite eu instalei-me na
nova casa em Londres. Quantas mais noites passarei eu ali?”
1780
1 Maio. Wesley publicou “Uma Colecção de Hinos para o Uso do Povo
chamado Metodista”.
1781
7 Outubro. A mulher de John Wesley morreu em Newcastle.
1784
9 Março. Wesley executou o Direito de Declaração (um direito de sondagem)
definindo os poderes constitucionais da Conferência Metodista, que o
precederia na liderança do povo chamado metodista.
1-2 Setembro. John Wesley ordenou pastores para trabalharem nos novos
Estados independentes da América.
1788
29 Março. Charles Wesley morreu. Ele foi sepultado no Cemitério da Rua
Marylebone Churchyard, em Londres.
1790
6 Outubro. João Wesley pregou o seu último sermão ao ar livre sob uma
frondosa árvore em Winchelsea.
1791
23 Fevereiro. Wesley pregou o seu último sermão entre quatro paredes, em
Leatherhead, para “uma família que havia recentemente começado a ouvir a
verdade.”
24 Fevereiro. Wesley escreveu o seu último registo no diário.
Quarta-feira, 2 Março. João Wesley morreu pouco antes das 10 horas da
manhã na sua casa em Londres, com a idade de 87.
9 Março. Wesley foi sepultado de madrugada, nas traseiras da sua Capela;
num local que ele havia escolhido para si.
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Vida e Obra de John Wesley