[campus] Radiografia da Universidade de Aveiro, um dos pólos mais importantes do país. P. 7 [boa vida] [zoom] [ganha!!!] Praia, marijuana e reggae. Bem-vindos à Jamaica! P. 8 MIT. Quês e porquês de um acordo que promete revolucionar a ciência nacional. P. 10/11 Bilhetes para teatro e entradas para concertos. Tudo no acontece. P. 12/13 MÓNICA MOITAS Director: Gonçalo Sousa Uva | Segunda-feira, 16 de Outubro de 2006 | N.º 45 | SEMANAL | distribuição gratuita | www.mundouniversitario.pt Rita Andrade Recusa ser mais uma cara bonita 2| 16 OUTUBRO 2006 [ radar ] As últimas do Processo de Bolonha parecem agora constituir um factor de risco para a sobrevivência das tunas académicas em Portugal, dada a redução do tempo dos cursos imposta. | POR DIOGO TORGAL FERREIRA | | [email protected] | De acordo com declarações de um membro da Infantuna de Viseu à agência Lusa, este é «um dos problemas mais graves» que vivem actualmente as tunas. Na opinião de João Paulo Sousa, «as pessoas vão passar menos tempo nas universidades, há a pressão do mercado de trabalho e aquilo que vão prejudicar são as actividades extracurriculares». E antecipa «grandes dificuldades no recrutamento de novos membros que substituam os actuais, o que irá agravar o envelhecimento já sentido na maior parte das tunas». Sublinhando a ideia que nas tunas académicas a formação dada é antes de mais a «huma- na», o tuno considera que com apenas três anos de curso torna-se difícil cumprir as habituais etapas. Estima-se que estão recenseadas em Portugal cerca de 350 tunas académicas e que se assiste a um aumento da média de idades dos tunos activos, a rondar os 30 anos. Por isso, João Paulo Sousa não tem dúvidas em adivinhar um «futuro pouco risonho» para as tunas académicas, lançando como possível solução do problema a possibilidade das mesmas começarem a «admitir pessoas que fizeram a vida académica fora», mas que pretendam continuar a estar envolvidos. Estudante do IST vence prémio Frederico Nunes Francisco, aluno do 4.º ano de Arquitectura do Instituto Superior Técnico, ganhou o 1.º lugar da 6.ª edição do Prémio Universidades da Associação de Construções Metálicas e Mistas. Intitulado ”Complexo de Escritórios”, o trabalho vencedor na categoria de arquitectura propõe a criação de um conjunto de instalações de trabalho e de algum comércio, de modo que a intervenção se apresente como uma mais-valia para o desenvolvimento do local (quarteirão da Boavista) e seja um contributo activo para a revitalização do local envolvente. O projecto foi desenvolvido no âmbito das disciplinas de Projecto de Arquitectura VI e VII, cuja equipa docente é composta por Mário Sua Kay (responsável) e Luísa Caldas.www.cmm.pt. DTF PUB ISCSP debate Médio Oriente Organizada pelo Núcleo de Estudantes de Ciência Política (NCP) do Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas da Universidade Técnica de Lisboa (ISCSP), irá decorrer entre os próximos dias 16 a 20 de Outubro a Semana do Médio Oriente. A ter lugar nos auditórios do ISCSP, a iniciativa tem como principal objectivo um maior esclarecimento do público académico sobre os antagonismos presentes numa das regiões mais problemáticas do globo, as suas origens e sobre eventuais soluções para a resolução dos respectivos conflitos. Também entre as finalidades do evento encontra-se a necessidade de dissipar algumas dúvidas e preconceitos na comunidade estudantil relativamente ao Islão. Do programa fazem parte inúmeras conferências e apresentações de documentários, sempre com a participação de convidados, nomeadamente o embaixador do Estado de Israel em Portugal, Aaron Ram, e a delegada-geral da Autoridade Palestiniana em Portugal, Randa Ibrahim Nabulsi. DTF Editorial As manifestações dos outros Observava com interesse a megamanifestação da função pública, organizada pela Frente Comum e pela CGTP que, na quinta-feira passada, dia 12 de Outubro, fez estremecer Lisboa. A maior desde 1982, quando Francisco Pinto Balsemão era primeiro-ministro de um Governo da AD –, de acordo com as declarações que um dirigente da CGTP ao Diário de Notícias. Ao que parece, a política social promovida pelo Governo está a trazer a população à rua e para os dias 9 e 10 de Dezembro a Frente Comum dos Sindicatos da Administração Pública já garantiu novo protesto. Observei com igual interesse a marcha de protesto que, no Dia Mundial do Professor, 5 de Outubro, reuniu em Lisboa mais de 20 mil docentes. E o facto de a Federação Nacional do Ensino e Investigação (FENEI) ter garantido paralisação geral para os próximos dias 17 e 18. Em causa, as negociações entre os 14 sindicatos de professores e o Ministério da Educação sobre a revisão do Estatuto da Carreira Docente. Observo com atenção que a democracia ainda pode pulsar e que muitos tomam posição. Ora, numa altura em que já se sabe que o Orçamento de Estado para 2007 prevê uma redução em cerca de 7 por cento para o ensino superior pergunto-me onde está a veia contestatária das instituições públicas que vão sofrer esta delapidação. Vamos às hipóteses. As sete instituições envolvidas no Programa MIT – Portugal estão demasiado concentradas em “fazer bonito”. E as restantes estão, talvez, demasiado absorvidas em planos pedagógicos internos para pôr Bolonha sobre rodas. Tem tudo que fazer. Percebe-se. Vou ficar a observar com atenção a dinâmica estudantil. Agora que as semanas de recepção ao caloiro estão nos “finalmentes”, vai haver tempo para pensar “em coisas sérias”. Não, não se trata de impelir à revolta, mas de constatar que o Senhor Ministro da Ciência Tecnologia e Ensino Superior até tem tido vida fácil. Os estudantes ainda sabem fazer manifestações? Raquel Louçã Silva Chefe de Redacção [email protected] Ficha Técnica: Título registado no I.C.S. sob o n.º 124469 | Propriedade: Moving Media Publicações Lda | Empresa n.º 223575 | Matrícula n.º 10138 da C.R.C. de Lisboa | NIPC 507159861 | Conselho de Gerência: António Stilwell Zilhão; Francisco Pinto Barbosa; Gonçalo Sousa Uva | Gestor de projecto: Nuno Félix | Chefe de Redacção: Raquel Louçã Silva | Redacção: Diogo Torgal Ferreira, Lina Manso | Colaboradores: Geraldes Lino, Manuel Arnaut Martins, Mariana Seruya Cabral, Miguel Aragão, Mónica Moitas (fotografia) | Revisão: Piedade Góis | Projecto Gráfico: Sara del Rio | Paginação: Sónia Santos | Marketing: Ricardo Martins | Sede Redacção: Estrada da Outurela n.º 118 Parque Holanda Edifício Holanda 2790-114 Carnaxide | Tel: 21 416 92 10 | Fax: 21 416 92 27 | Tiragem: 34 000 | Periodicidade: semanal | Distribuição: Gratuita | Impressão: Grafedisport; Morada: Casal Sta. Leopoldina – Queluz de Baixo 2745 Barcarena; ISSN 1646−1649. Bolonha ameaça tunas PUB 4| 16 OUTUBRO 2006 [ vinte valores ] Rita Andrade Nascida para vencer Aos 24 anos, Rita Andrade é já uma das caras mais imediatamente reconhecíveis da televisão portuguesa. Com um promissor futuro pela frente, na área da comunicação, nada parece parar a fulgurante carreira da apresentadora do Curto Circuito. | POR DIOGO TORGAL FERREIRA | [email protected] | | FOTOS| MÓNICA MOITAS Como é que a Rita Andrade era como aluna? Eu sempre fui muito boa aluna e acabei por entrar com média de 19 valores na universidade. Era é muito baldas e o meu pai chegou a ter que justificar faltas. Sempre fui interessada e sempre tive gosto em desenvolver ideias, mas não gostava de estar nas aulas. « fui persuadida por uma professora que o caminho mais indicado para mim seria o curso que acabei por escolher... e ainda bem. Hoje agradeço o conselho, até porque o meu percurso profissional acabou por coincidir com a formação que escolhi. Se calhar, daqui a uns anos sou capaz de tirar o curso de Literatura por gosto pessoal. Entrei com média de 19 valores na universidade « Qual foi o teu percurso a nível académico? Fui para o curso de Comunicação Social no Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas (ISCSP), mas durante muito tempo pensei ir para Literatura. Na altura, Li algures que chegaste a ter experiências em teatro e na moda antes de apareceres na televisão. Para aí com 18 ou 19 anos fiz algum teatro amador e cheguei mesmo a participar em várias peças no Teatro da Estefânia. «Acho que tenho uma profissão privilegiada» «Quando entrei na televisão ainda estava no 3.º ano do meu curso», conta Rita com alguma nostalgia. «Na altura do casting do CC houve uma colega minha de faculdade que me disse que eu deveria concorrer», recorda quando inquirida sobre como se candidatou a um dos programas mais populares da televisão portuguesa. Ao mesmo tempo, confessa: «nem sabia bem o que era o CC... mas como a minha amiga fez imensa questão, eu vim com ela aos estúdios de Paço d’Arcos trazer o meu currículo.» Como é certo e sabido, acabou por ser seleccionada. Da experiência em si, só tem coisas boas a dizer. «Passado um mês de estar no programa fiquei completamente apaixonada pelo CC e hoje em dia sinto-me perfeitamente em casa.» Como não poderia deixar de ser, o Casting CC 2006 que está a decorrer neste preciso momento não podia escapar à conversa. Como conselhos, Rita é muito pragmática. «Os candidatos devem ser muito naturais! Se forem inteligentes, divertidos, cultos e com sentido de encaixe, então têm os trunfos todos.» E conclui: «ao contrário do que se possa pensar, a imagem não é assim tão importante.» Em relação ao lugar de apresentadora, Rita Andrade não se revela poupada. «Acho que tenho uma profissão privilegiada.» 16 OUTUBRO DE 2006 |5 [ vinte valores ] Já te sentiste alguma vez discriminada profissionalmente só por seres mulher? Pessoalmente, nunca me senti discriminada por ser mulher. Por outro lado, já senti algumas vezes darem-me à partida pouca credibilidade por ser jovem ou por ser uma mulher considerada bonita. Normalmente, esse preconceito desaparece quando me dou a conhecer. Nessas situações, só peço que me deixem mostrar que não sou só mais uma cara bonita. Agradeço que me digam que sou bonita, mas não me avaliem só por valores de beleza. Isso acaba por ser pouco dignificante para a minha pessoa e personalidade. Directa ao assunto Praia ou neve? Praia Brad Pitt ou Johnny Depp? Johnny Depp Rock n’ roll ou hip-hop? Rock n’ Roll Jerónimo de Sousa ou Francisco Louçã? Jerónimo de Sousa Vodka ou whisky? Não bebo álcool Nova Iorque ou Rio de Janeiro? Rio de Janeiro Poesia ou prosa? Poesia A tua famosa sessão fotográfica para o número um da FHM foi a tua primeira experiência do tipo? Como correu tudo? De facto, foi a minha primeira vez numa experiência do género. Foi bastante difícil, principalmente porque eu não sou manequim, logo, não estou nada habituada a expor o meu corpo de uma forma natural. Aceitei a proposta porque, sendo o número de estreia e de lançamento em Portugal de uma revista com o peso que esta tem, achei que era uma verdadeira honra. Óbvio que, no início, tive algumas dúvidas. Cinha Jardim ou Lili Caneças? Cinha Jardim Comida japonesa ou indiana? Japonesa Pinto da Costa ou Valentim Loureiro? Pinto da Costa Biquíni ou topless? Biquíni... pelo menos em frente às pessoas (risos) « Anível profissional, qual o caminho que pretendes seguir? Gostava muito de continuar na área do entretenimento na SIC, que é a minha casa e onde me têm tratado muito bem. Costumo dizer que no entretenimento, uma vez atravessada a porta, there’s no way back. Como também gosto muito de representação, embora não pense representar amanhã, se houver no futuro um convite, quem sabe... não fecho nenhuma porta. Basicamente, é na comunicação, seja em que formato for, que quero seguir a minha carreira. Tenho que ir apanhando as oportunidades que posso e que quero. Já me deram pouca credibilidade por ser jovem ou por ser uma mulher considerada bonita « Na moda, apesar de ser baixinha, fiz algumas fotografias e anúncios, tudo coisas muito pequeninas. Agora estou na Central Models, mas estou mais na área de apresentações... a moda não é muito o meu terreno. E se a Playboy te fizesse um convite para posar nua? Aceitavas? Acho que não. A sessão de fotos com a FHM fez sentido naquela altura. Como muitas coisas na vida, algo faz sentido sou do público? Quer dizer, eu faço o meu trabalho como repórter e apresentadora, mas eu não sou pertença de ninguém a não ser de mim própria. Acho natural que a minha vida privada possa suscitar interesse e, entendendo isso, permito-me a uma exposição maior do que é normal para uma “pessoa comum”. O que é realmente negativo nestas coisas é quando se publicam notícias sem veracidade. Aí é que pensas até que ponto algum tipo de imprensa tem direito de inventar alguns assuntos. Entendo que seja um tipo de informação que vende e eu até poderia estar do lado de lá... faço o maior esforço por entender o trabalho dessas pessoas. Mas há sempre alturas boas e alturas más. O importante é não dares demasiada importância, ou seja, a importância que tu dás a estas coisas é a importância que elas têm na tua vida. Sempre foste a miúda mais gira da escola... a mais popular? Não muito... além disso, eu não tinha muita paciência para rapazes. E de repente entras num programa com o formato do Curto-Circuito (CC). Foi uma experiência intimidante no início? O que sempre me deu mais medo era aquilo que eu pudesse dizer, ou seja, como sou muito frontal e digo aquilo que penso, o que me preocupou mais foram os limites resultantes do facto de estar a falar para milhares de pessoas. Num programa como o CC, temos uma acção que não se reduz ao entretenimento. Há ali também uma vertente didáctica de acordo com os temas que estamos a tratar e, por isso, é necessário ter alguma noção de bom senso. Hoje em dia, o meu discurso, mesmo como jornalista, flui muito mais naturalmente... já tenho muito mais experiência. Hoje em dia, sei que posso ser natural e que isso não vai afectar ninguém. Tiveste alguma situação em que tenhas ido longe de mais? Houve uma ou outra situação. Lembro-me que, na altura que explodiu o caso da Casa Pia, senti que nem tudo poderia ser dito. Levei o que se pode chamar um toquezinho e percebi que havia os tais limites. Isso até foi importante para mim, para conhecer e perceber até onde posso ir. numa determinada época da vida de cada um. Hoje não sei se uma proposta dessas se encaixaria nesta fase da minha vida. À partida, não aceitaria. Sendo uma figura pública, como lidas com o assédio da imprensa cor-de-rosa? Só o termo figura pública já é algo que me faz confusão. Até que ponto é que E como mulher, como te vês daqui a ... 25 anos? Vejo-me com filhos! Desde os 14 anos que quero ser mãe. A minha condição de mulher dita-me este desejo de ter filhos. Acho que este não é o momento indicado, mas, quando chegar a altura, saberei. Daqui a 25 anos quero ter os meus filhos, a minha casa, mais cultura e todas essas coisas. 6 16 OUTUBRO 2006 [ poder à palavra ] VIDA MALVADA Vox pop Utilizas transporte público ou particular para ires para as aulas? Porquê? DIÁRIO DE UM ESTUDANTE Acaba o Verão, começa a lobotomia nas televisões generalistas portuguesas. Há quem diga que dá para perceber o nível sociocultural de um país pela análise da programação televisiva local e isso assusta-me. Por mais duvidosa que seja esta premissa (e não é isso que agora interessa), uma vez aplicado este raciocínio aqui na terrinha, com certeza os resultados seriam sobejamente deprimentes. De cortar os pulsos mesmo. De cada vez que fico por casa sossegado e tento encontrar um pouco de distracção na caixa mágica, a sensação com que fico é a de que devo ser um inimputável ou coisa parecida. Não se percebe como é que obrigam as pessoas a levar com maratonas de telenovelas, sejam elas portuguesas ou brasileiras, ou com séries humorísticas que nem a uma hiena conseguiam arrancar uma gargalhada que fosse... um risinho que seja. É absolutamente dantesco. De repente, durante um período prime-time de três ou quatro horas, parece que todo o País se transforma numa sala de convívio de um hospício. Imagina-se toda uma panóplia de doentes mentais babosos a olhar para um canto da sala, de cabeça virada para trás e olhos esbugalhados no ecrã a ver a Alexandra Lencastre e os seus decotes de proporções épicas. Uns acabam por adormecer, outros sentem as dores de uma personagem encornada e outros insistem numa mudança de canal que, inevitavelmente, vai dar ao mesmo. A única dúvida que tenho em relação a esta emboscada audiovisual é a seguinte: são as TV’s que tratam as pessoas como anormais ou são as pessoas que se deixam tratar como anormais pelas TV’s? Ela por ela, prefiro a primeira. Gustavo Serra [email protected] http://vidamalvadadiariodeumestudante.blogspot.com SÉRGIO MIGUEL ALVES DOS SANTOS (Churchill) 3.º ano de Marketing Escola Superior de Tecnologia de Viseu SARA SOARES (Marlene Dietrich) 5.º ano de Design de Comunicação Escola Superior de Belas-Artes de Lisboa «Utilizo o meu carro. Como vivo a cerca de 20 quilómetros de Viseu, acaba por ser a melhor maneira. Quando entrei no curso ia de autocarro, porque não tinha transporte próprio. Agora que tenho carro fico com uma vida mais confortável e com muito mais autonomia.» «Vou de transportes públicos, mais precisamente de metro. Faço-o porque não tenho transporte próprio e, mesmo se o tivesse, acho que não o utilizaria para ir à faculdade. Tenho aulas na Baixa de Lisboa e acho que não tem lógica nenhuma levar carro para essa zona da cidade.» BERNARDO MAIA (Tony Bennett) 3.º ano de Gestão Universidade Nova de Lisboa «Uso transporte particular porque a mim acaba por sair mais barato. Se me compensasse utilizar transportes públicos, era uma opção que utilizaria muito mais.» Marco Silva 2.º Ano de Jornalismo da Escola Superior de Comunicação Social [email protected] Só se vive Erasmus uma vez Conheci há alguns dias uma estudante eslovena em Erasmus na minha escola. É claro que muitos outros já por lá passaram. Porém, cada um deles traz na bagagem muito mais do que material de estudo. Trazem também uma cultura e saudades de um país situado a muitos quilómetros de distância. Curioso por natureza, e ansioso por estudar lá fora, não pude deixar de meter conversa. Com termos pronunciados de forma curiosa, Nina apresentou-se e revelou o seu propósito em Portugal: alargar competências no âmbito do Marketing durante a sua curta estada (três meses). «E tens sido bem recebida?», perguntei, ansioso por perceber o quão hospitaleiro consegue ser o povo português. A resposta foi naturalmente positiva, apesar de alguns problemas na implementação do Tratado de Bolonha. Depois de alguns minutos de conversa, percebi que em causa estava a falta de aulas ministradas em Inglês (prática corrente em muitos países da Europa, como a Alemanha ou a Bélgica – pioneiros no ensino superior). Ouvir isto fez-me pensar na importân- cia das mudanças em curso. Se quisermos continuar a receber bem os estudantes estrangeiros, se quisermos continuar a ser um ponto de referência no meio universitário europeu, não poderão ser colocados mais entraves a Bolonha, adiando o inevitável. De outra forma, corremos o risco de não dar o devido apoio a cidadãos europeus como nós. O espaço é único, a moeda é única, o ensino também o deverá ser. Que possamos, no futuro, facultar aos alunos estrangeiros a experiência de uma vida… Porque, como disse a Nina: «Só se vive Erasmus uma única vez.» poder [email protected] Ataca ou contra-ataca! Envia a tua opinião sobre o que te apetecer. Nós publicamos! Não te esqueças de enviar: > artigo até 1500 caracteres > fotografia tipo-passe > nome da faculdade onde estudas 16 OUTUBRO 2006 |7 [ campus ] Na pele de uma artista Universidade de Aveiro PRETO no BRANCO Pedro Oliveira vice-presidente da Associação Académica da UA (AAUA) Quais são as grandes mais-valias da UA? Antes de mais, todos os departamentos coexistem no Campus Universitário de Santiago, o que acaba por ser uma vantagem, já que os serviços e recursos pedagógicos estão concentrados no mesmo espaço físico. Isto, à excepção da Escola Superior Aveiro Norte e ESTGA, fora do referido campus, onde, juntamente com a Escola Superior de Saúde da Universidade de Aveiro e o Instituto de Contabilidade e Administração, são ministrados os cursos politécnicos da UA (vertente profissionalizante que constitui outra mais-valia). Muitos outros factores contribuíram para que fôssemos considerados uma universidade de excelência a nível nacional (ver recursos pedagógicos e serviços de apoio). O que é que falta na universidade? Há alguns anos que se fala na necessidade de mais blocos de residências para estudantes. Tanto nós como a direcção da UA consideramos que deveriam ser custeados pela tutela, dado que abrangem sobretudo alunos carenciados. Outra luta da associação é a existência de um bar académico: Aveiro é a única cidade universitária capital de distrito que não tem um! Temos mantido conversações com a Câmara Municipal e estão a ser estudadas algumas hipóteses, mas por enquanto dispomos apenas do bar de estudantes no edifício sede da AAUA. O que é que a AAUA faz pela cidade? Temos uma relação simpática com Aveiro que passa pela realização da serenata na cidade, duas vezes por ano (incluindo na semana do caloiro e do enterro), ou a organização de eventos culturais como é o caso do workshop de massagens biodinâmicas nos próximos dias 18, 25 de Outubro e 8 de Novembro. Já em Novembro – mês do cinema em Aveiro – vamos ceder o auditório para a projecção de filmes. Tudo isto é aberto à comunidade. O próprio bar académico serviria também esse fim. A Universidade de Aveiro (UA) é uma pequena cidade dentro da cidade. Basta referir que entre os muitos serviços disponíveis para os mais de dez mil alunos (além de professores) se pode encontrar um banco, um centro de infância ou uma lavandaria. Considerando a agregação dos departamentos num único espaço físico – excepto a Escola Superior de Tecnologia e Gestão de Águeda (ESTGA), as instalações ao serviço do Programa Aveiro-Norte e algumas residências – o MU optou por falar com o todo, em detrimento das partes. | POR LINA MANSO | [email protected] | Apesar de os serviços de relações externas (SRE) da Universidade de Aveiro terem proporcionado ao MU toda a informação necessária para a compilação da caixa com “O Essencial da UA”, a mesma eficiência e abertura não foi demonstrada pela reitoria. De acordo com os SRE, vários contactos foram estabelecidos com aquela no sentido de obter respostas à nossa mini-entrevista (o que se prolongou durante toda a passada semana). Contudo, até à data de fecho do jornal, não houve qualquer feedback. O essencial da UA ANO DE ABERTURA: 1973 RECURSOS PEDAGÓGICOS: CORPO DOCENTE: 1081 16 750 publicações periódicas em suporte digital; 5312 computadores no campus (incluindo os existentes no complexo pedagógico, científico e tecnológico para alunos do 1.º ano); anfiteatros; laboratórios variados; gabinete de acção social; gabinete de promoção e educação para a saúde; centro multimedia e de ensino à distância, etc. professores (51 por cento de doutorados, maioria dos restantes 49 por cento com mestrado e os outros com licenciatura). SERVIÇOS DE APOIO: sistema wireless em todo o campus; secretaria virtual (onde todos os alunos, ex- NÚMERO DE CURSOS: 51 formações de primeiro ciclo e 183 pós-graduações (86 de formação especializada, 63 mestrados e 34 doutoramentos). NÚMERO DE CURSOS REESTRUTURADOS: 35 dos 51 (seis novos e quatro mestrados integrados). cepto os do 1.º ano, se podem por exemplo matricular); secretariado de professores; Caixa Geral de Depósitos; posto dos correios; papelaria; livraria; quiosque; centro de cópias; lavandaria; lojas de informática; bar; bar/ restaurante; cantina; residência de estudantes; jardim-de-infância, etc. ? 8| 16 OUTUBRO 2006 [ boa vida] ERASMOMANIA «Queria muito aprender espanhol» Rita está em Madrid desde 26 de Setembro. Apesar da sua ascendência espanhola, garante que não foram os motivos de sangue que a empurraram para o país vizinho. Para ela é mais uma nota curricular importante. Nome: Rita Castaño Idade: 23 anos Instituição de ensino: Universidade Lusófona Formação: Quinto e último ano de Psicologia Organizacional Duração do programa: Um semestre Local de acolhimento: Universidad Autónoma de Madrid Por que é que escolheste Espanha? Sempre quis fazer Erasmus e como não sabia se ia ter companhia ou não, quis ficar o mais perto possível. Depois, também queria muito aprender a falar espanhol. Hoje em dia, o inglês é o mais importante, mas o espanhol é a segunda língua que as empresas pedem. Acabaste por ter companhia ou não? Sim, estou a viver com uma amiga que está cá a trabalhar. Estamos numa casa no centro, na Grán Via. Foi necessária preparação antes de ires? Em Portugal fiz um curso intensivo de espanhol de quinze dias para saber o essencial. Acabei por perder o curso intensivo que a faculdade oferece aos Erasmus cá, porque, como tinha estado de férias até ao início de Setembro, não vim logo para Espanha. Tens uma grande sobrecarga horária? Estou a fazer aquilo a que cá chamam o prácticum. Pode-se fazer dois, um é uma espécie de estágio e o outro é aquilo a que chamamos um prácticum de investigação. Tanto um como o outro têm um semestre de duração e como o de investigação é o mais parecido com o trabalho de fim de curso que eu tinha de fazer em Portugal foi o que acabei por escolher. Fazer Erasmus é sinónimo de “farra” ? Acho que isso faz mesmo parte. Agora depende de cada um perceber que também não pode ser só isso, porque senão também estamos aqui a gastar dinheiro aos nossos pais que andam a investir em nós. Que conselhos darias a futuros Erasmus? Há coisas que são mesmo importantes, como o cartão internacional de saúde para garantir assistência médica gratuita. Depois eu também trouxe um bom guia da cidade e alguns livros porque gosto de ler. Mas é bom que se informem sobre os cursos de línguas que a faculdade oferece. RLS Jamaica: One Love Uma viagem pelas terras do reggae Amor, amizade, liberdade, bem-estar são termos que se vivem no dia-a-dia das ruas jamaicanas. Nesta que é a terra onde todos os sonhos mais liberais tiveram lugar, as férias transformam-se num quotidiano boémio, relaxado e muito, muito bom de se viver. | [email protected]* | Nada como começar com a referência ao verdadeiro embaixador da Jamaica. Respeito, unidade, pensamento positivo, tudo isto são vestígios deste destino, temas cantados por Bob Marley e tornados lema por todo o mundo. Quem sente a Jamaica e abre os olhos e o coração desfaz-se em sorrisos a partir do momento em que sente as cores das suas terras, a simpatia das suas gentes. Aqui vive-se em paz e os espíritos mais fechados são rapidamente envolvidos. Com ou sem a típica ganja – marijuana –, fumada por 50 por cento dos habitantes. | Dos resorts às povoações | Sabe-se que foi na Jamaica que os primeiros resorts de luxo começaram a surgir. Na verdade, podemos passar toda a nossa estada junto a uma praia paradisíaca ou piscina e desfrutar de todos os cuidados que quisermos. Mas a verdadeira viagem está nas casas perdidas no meio do nada, nas praias escondidas, nas cascatas – como a de Dunn’s River ou a Summerset – e no contacto que se estabelece, sempre que se quiser, com qualquer jamaicano pronto a mostrar a sua simpatia e o gosto que nutre pela vida. | Festas e bem-estar | Há muito que traços tipicamente jamaicanos, como o movimento rastafari ou a música reggae, extravasaram as suas fronteiras e viraram moda no ocidente. O stresse e as obrigações típicas da nossa sociedade fizeram-nos, muitas vezes, esquecer que a existência só vale a pena se a soubermos saborear. A cura está em viajar e muitos desses segredos podem ter ficado perdidos nesta ilha. A par de Kingston, a capital, Negril também merece ser visitada, pela sua animação e pela quantidade de festas reggae que parecem surgir a cada passo. Contudo, a Jamaica é também a terra do dub, do ska, do rocksteady e da ragga, pelo que a diversão está garantida. A não perder ainda, o festival Reggae Sunsplah, que anualmente preenche as ruas de Montego Bay. | Conselhos | Por ser um clima tropical, a única altura que se deve evitar é a estação dos ciclones, que vai de Julho a Novembro. Kingston é considerada uma cidade perigosa, pelo que qualquer cuidado adicional é sempre bem-vindo. Ao contrário do que se possa pensar, o consumo de ganja ou de outras substâncias é ilegal. Passada a lista de conselhos e apresentadas as virtudes, o melhor é partir e desfrutar destas ilha «So… Let’s get together and feel allright! » *Com o apoio de: 16 OUTUBRO 2006 |9 [ sexualidade ] Pílula do dia seguinte Quando se fala em relações sexuais protegidas também é preciso ter em conta que, mesmo assim, algo pode correr mal. Um preservativo que se rompe, uma pílula que não se tomou. É por isso que, para evitar uma gravidez não desejada, existe a contracepção de emergência. | POR RAQUEL LOUÇÃ SILVA | [email protected] | Por contracepção de emergência entende-se um conjunto de métodos contraceptivos a que as mulheres podem recorrer depois de uma relação sexual não protegida ou em que o método contraceptivo utilizado falhou. Não impede o contágio de infecções sexualmente transmissíveis, mas inviabiliza gravidezes não desejadas que, de acordo com dados avançados pela Associação para o Planeamento das Família, acabam por constituir um problema de saúde pública. «Em Portugal, estima-se que, anualmente, entre 20 000 e 40 000 mulheres recorrem ao aborto em consequência de uma gravidez indesejada.» | Até 72 horas depois | De entre os mais populares, conta-se as pílulas contraceptivas de emergência (PCE), mais conhecidas por “pílulas do dia seguinte”. E se bem que este nome lhe seja atribuído, porque são tanto mais eficazes quanto mais cedo forem ingeridas – idealmente nas primeiras 24 horas – , há muito que são eficazes quando tomadas nas 72 horas que se seguem às relações sexuais desprotegidas. | Atenção! | O recado repete-se: a PCE apenas deve ser utilizada em caso de emergência. O uso frequente não é de todo recomenda- do em qualquer documento que se consulte a respeito, porque diminui a eficácia contraceptiva. E, se quisermos ir mais além, poderia servir também de sustento às teorias que dizem tratar-se de um método que impele a comportamentos sexuais não responsáveis. Importante também é saber onde obter a pílula do dia seguinte e a quem recorrer. Tem em conta que a contracepção de emergência é disponibilizada de forma gratuita nos centros de saúde, em horários normais de funcionamento, nas con- sultas de planeamento familiar, ginecologia e obstetrícia dos hospitais, nos centros de atendimento de jovens com protocolo de articulação com o Serviço Nacional de Saúde. Podes ainda ir a uma farmácia depois de te aconselhares com o teu médico ou correr para aí directamente e explicar o sucedido, dado que actualmente já não é preciso receita médica para o efeito. Tens direito a ser ouvida e a aconselhamento profissional. PUB 10 | 16 OUTUBRO 2006 [ zoom ] Programa MIT – Portugal Ciência reforçada, ensino superior nem tanto O choque tecnológico de José Sócrates não era uma hipérbole. Numa altura em que o Orçamento de Estado para 2007 declara guerra à despesa pública, o investimento na Ciência aumenta 64 por cento. Aposta fortalecida na passada semana pelo acordo assinado entre Portugal e o MIT (Massachusetts Institute of Technology), detentor de 61 prémios Nobel. | POR LINA MANSO | | [email protected] | | FOTOS | MÓNICA MOITAS | O acordo de Portugal com o MIT envolve sete universidades portuguesas (em cima, alguns dos reitores) Em finais de Março o primeiro-ministro anunciava «a medida do nosso atraso» em matéria de tecnologia e ciência (ver caixa). Perante as evidências, três novas parcerias internacionais emergiam. Além das também já anunciadas colaborações com a Universidade do Texas em Austin – na área dos conteúdos digitais e multimédia – e a Universidade de Carnegie Mellon – no campo Os números do atraso científico e tecnológico em Portugal* • Investimento total em investigação e desenvolvimento é de 0,79% do PIB, quando a média europeia está já nos 1,9%; • O número de investigadores por mil activos é de 3,5 quando na União Europeia chega aos 5,5; • Número de novos doutoramentos em áreas científicas e tecnológicas é pouco mais de metade da média europeia. *Segundo discurso oficial de José Sócrates, proferido em finais de Março passado das tecnologias de informação e comunicação – formalizou-se na passada quarta-feira, em Lisboa (Centro Cultural de Belém), o “Programa MIT– Portugal”, centrado em dois grandes domínios: a Engenharia, dividida em quatro áreas temáticas, e a Gestão. Da tríade, é o que recebe a maior fatia de investimento público (nacional e comunitário): 65,5 milhões de euros, 32,5 milhões dos quais seguem para as instituições de ensino superior e de investigação nacionais. | A prioridade das prioridades | Enquanto na passada sexta-feira, em sessão extraordinária de Conselho de Ministros, é aprovado um Orçamento de Estado (OE) para 2007 que coloca a tónica na redução da despesa pública em percentagem do PIB – de lembrar que as políticas sociais e económicas deste Executivo tinham sido fortemente contestadas no dia anterior, em manifestação pública na capital – a área da Ciência é a única que sai beneficiada (reforço excepcional das dotações deverá estender-se aos OE de 2008 e 2009). Apesar de o Estado português «enfrentar um sério, difícil e exigente problema de consolidação orçamental», José Sócrates não abdica do seu Plano Tecnológico. «É necessário fazer mudanças profundas para responder às alterações globais» referiu, no discurso que deu por encerrada a cerimónia de lançamento oficial do Programa MIT – Portugal. E a «prioridade das prioridades» nesse caminho para Parceiros institucionais Área da Engenharia (coordenada no MIT pela Engineering Systems Division): 1 - Engenharia de concepção e sistemas avançados de produção • Universidade do Minho (UM) • Universidade do Porto (UP) • Universidade Técnica de Lisboa (UTL) • Um laboratório associado 2 - Sistemas de Energia • Universidade de Lisboa • UP • UTL • Vários laboratórios associados 3 - Sistemas de transportes • Universidade de Coimbra • UP • UTL • (Único) Laboratório estatal: Laboratório Nacional de Engenharia Civil 4 - Sistemas de bioengenharia • UM • Universidade Nova de Lisboa (UNL) • UP • UTL • Vários laboratórios associados Área da Gestão (coordenada no MIT pela Sloan School of Management): • implica o planeamento de um programa internacional de MBA, a liderar em Portugal pela UNL e a Universidade Católica Portuguesa 16 OUTUBRO 2006 | 11 [ zoom ] Entrevista a Phil Clay, chanceler do MIT o desenvolvimento «é a aposta no conhecimento e na inovação». | Agora está nas vossas mãos | Pretendendo que este acordo [assinado entre a Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT) e MIT, por um lado, a FCT e as instituições nacionais, por outro], «seja o início de um movimento de reforma na universidade e na comunidade científica (que responda às novas exigências da comunidade, economia e conhecimento globais)», o primeiro-ministro frisou que a partir de agora está tudo nas suas mãos. Mais especificamente, nas mãos de centros de investigação, docentes, investigadores e alunos das sete universidades portuguesas, além das empresas, laboratórios associados e de Estado também abrangidos. O Governo remete o processo de selecção dos parceiros para o MIT, demarcando-se da sugestão de alguma falta de transparência formulada por José Lopes da Silva, presidente do Conselho de Reitores das Universidades Portuguesas e da Universidade Técnica de Lisboa (uma das sete escolhidas). «Na hora da verdade, muitos não ficam contentes com a avaliação. Mas quem não é considerado suficientemente bom para entrar deve aprender com isso e tornar-se melhor», alegou Mariano Gago, ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, em declarações à margem da sessão oficial. | A lacuna e a não lacuna | Entretanto, questionado pelo MU quanto à possibilidade de este acordo aumentar o fosso entre as universidades seleccionadas e as restantes, Mariano Gago desvaloriza a questão e adianta que não se deve misturar a dotação excepcional Phil Clay, chanceler do MIT (à esquerda); José Sócrates (no meio) e Mariano Gago, ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (à direita), na primeira linha do lançamento oficial do “Programa MIT - Portugal”, no CCB, em Lisboa | Pouca margem de manobra | para a Ciência com o OE afecto ao Ensino Superior em 2007. Acrescenta que os cortes necessários neste último (na ordem dos 7 por cento) atingem todo o ensino universitário público e não podem ser colmatados através das verbas implícitas ao acordo de cooperação com o MIT. Segundo Manuel Gomes Mota, vice-reitor da Universidade do Minho – outro dos estabelecimentos abrangidos que coordenará em Portugal duas das quatro áreas temáticas no âmbito da Engenharia – «a lacuna no OE para o sector não tem nada a ver com a não lacuna neste protocolo com o MIT». Até porque «dois terços do investimento que fica nas universidades é para os bolseiros e formandos enquanto o resto se destina aos gastos dentro dos laboratórios a fazer os seus doutoramentos». Leopoldo Guimarães, reitor da Universidade Nova de Lisboa, admite que, face ao cenário actual, há que enveredar por uma «gestão de sobrevivência». Adianta que «como a Ciência tem mais dinheiro», se está a tentar que os docentes a trabalhar simultaneamente no Ensino Superior e na investigação sejam pagos através desta. «Já que a servem, que sejam remunerados por ela», disse. Acrescentou ainda que face à «pouca capacidade de manobra» das instituições de ensino superior público, há que «apostar na agregação a projectos de investigação» (caso das colaborações com o MIT e as Universidades Carnegie Mellon e do Texas em Austin). Contudo, «a maior parte dos estabelecimentos, para pagar aos professores, tem de recorrer às propinas». Esse «é um facto». Moldes gerais da cooperação Engenharia • Para cada área temática um programa anual de formação avançada (tipo “Professional Master”), outro de doutoramento e ainda um de investigação: ao fim de cinco anos, deverá haver 320 diplomas de especialização (Professional Master) e 35 alunos de doutoramento por ano • 14 contratos anuais de professor/ investigador para as instituições portuguesas e 18 bolsas anuais de pós-doutoramento nos estabelecimentos nacionais • MIT pode receber por ano 33 alunos e 15 professores portugueses (no máximo) Gestão - Programa de MBA de âmbito internacional - Programa de seminários de doutoramento | À comitiva de jornalistas | Porque é que entre várias parcerias internacionais já estabelecidas, o MIT escolheu desta vez Portugal? Antes de mais, fizemos a nossa selecção baseados nos colegas e amigos portugueses que já conhecíamos do MIT. Além da qualidade reconhecida no seu trabalho, consideramos existir aqui um conjunto de matérias interessantes sobre as quais nos poderíamos debruçar [um membro da direcção do MIT referiu, a título de exemplo, a exploração portuguesa da energia eólica]. Paralelamente, o próprio compromisso assumido pelo Governo, o encorajamento dado pelo primeiro-ministro foi tido em conta. | Ao MU | Há alguns meses, no contexto das negociações com o MIT, a Universidade Nova de Lisboa ofereceu 20 hectares, no Monte da Caparica, para a instalação de um pólo de investigação e formação de pós-graduados. O reitor adiantou-nos que o acordo «derivou para outra modalidade». É possível vir a existir uma estrutura física do MIT em Portugal? Posso garantir-lhe que isso não vai acontecer. Temos um único campus em Massachusetts e não pensamos implementar-nos também aqui. As relações com os nossos parceiros internacionais não implicam a construção de estruturas físicas nesses países. Este é um acordo «inicial» de cinco anos. O MIT admite a possibilidade de uma renovação? Não está nos nossos planos. Assim como existia vida antes do protocolo com o MIT, haverá vida depois dele. 16 OUTUBRO 2006 [ acontece ] AMIGOS DE CABECEIRA O viajante incansável Gonçalo Cadilhe continua a residir onde nasceu – Figueira da Foz – mas é um verdadeiro “cidadão do mundo”. Depois de se ter licenciado em Gestão de Empresas e experimentado um trabalho das nove às cinco, resolveu deixar tudo e começar a viajar. A Lua Pode Esperar é um dos frutos dessa escolha. Segundo a informação veiculada pela sua editora, trata-se de um relato das suas peripécias «pela Patagónia abaixo, pela Indonésia acima, pelas ilhas do Pacífico e do Índico, pelos mares da Tasmânia ou das Caraíbas, pelas cidades dos Andes, da Europa e de África». Depois da obra Planisfério Pessoal (editada em 2005), o actual colaborador do semanário Expresso – e antigo jornalista independente da Grande Reportagem – leva-nos consigo aos quatro cantos do mundo. Já lhe terão dito que só lhe faltava ir à Lua. Mas não tem ambições megalómanas. «À Lua para quê? Tudo o que me interessa está aqui, na Terra», costuma responder. Um livro que poderá despertar invejas. Ou um bom escape para quem, por enquanto, só pode viajar em pensamento. A SABER: Peça no Teatro Garcia de Resende Um inimigo do povo “à solta” em Évora Consideraram-na uma «obra-prima sobre as contradições humanas». Um Inimigo do Povo, de Henrik Ibsen, estreou-se em 1883 causando polémica e muito escândalo. Para ver no Teatro Garcia de Resende, em Évora, até 4 de Novembro | POR LINA MANSO | [email protected] | De acordo com o comunicado de imprensa daquela casa de espectáculos, o encenador António Mercado escolheu um dos textos mais conhecidos da obra do dramaturgo norueguês para assinalar o centenário da sua morte. Um Inimigo do Povo podia ser o retrato da hipocrisia da sociedade contemporânea. A história parte da denúncia de um médico. Ao aperceber-se que a água das termas da pequena cidade norueguesa onde exerce a sua actividade está poluída, faz o alerta público. Primeiramente louvado pelos Título: A Lua Pode Esperar Autor: Gonçalo Cadilhe Editora: Oficina do Livro Preço: 18 euros habitantes, acaba por se tornar um elemento indesejável. Afinal, a sua revelação põe em risco muitos interesses económicos. De um lado da barricada, um «indivíduo honesto, que se considera dotado da verdade», do outro uma «comunidade mesquinha e cega para com as evidências». Ainda no âmbito da celebração da efeméride, o Centro Dramático de Évora (Cendrev), dedica um número especial da sua revista – Adágio – à vida e obra de Ibsen. Isto porque, segundo o encenador, a data da sua morte não foi condignamente assinalada pela maioria dos agentes culturais. De referir que o elenco conta com uma participação especial de Mário Barradas, ao qual será feita uma homenagem no último dia de exibição da peça (4 de Novembro). Arrumações Ganha!! O MU OFERECE DOIS BILHETES duplos para a peça de teatro Diálogo das Compensadas, de João Aguiar, no Castelo de São Jorge, em Lisboa, dia 19 de Outubro, às 21h18. Envia a frase: Eu quero ir ao teatro para [email protected], até às 13h de dia 18, indicando do teu nome e BI. Os vencedores serão notificados por e-mail e a listagem publicada em http://mundouniversitario.blogspot.pt. Ganha!! O MU tem 2 convites duplos para a peça Um Inimigo do Povo, dia 20 de Outubro, no Teatro Garcia de Resende, em Évora, às 21h30. Para ganhares responde à seguinte pergunta: QUEM É O ENCENADOR DESTA PEÇA? Envia a resposta com o teu nome e BI para [email protected], até às 13 horas do dia 20 de Outubro. Os vencedores serão notificados por e-mail e a listagem publicada em http://mundouniversitário.blogspot.pt. 12 | no Gil Vicente em Coimbra Parte desenho, parte instalação, o trabalho de Filipa Vicente (licenciada em Artes Plásticas pela Escola Superior de Artes e Design), consiste numa «espécie de casulos como protecções/arrumações que, de forma aparentemente neutra, existem enquanto sugestão ao espectador». Segundo informação do Teatro Académico Gil Vicente, em Coimbra, onde a exposição se encontra até 30 de Outubro – durante toda a semana, pela noite dentro, excepto sábados e domingos de manhã – a autora não pretende do visitante uma contemplação passiva. Arrumações estimula «o desejo de mexer, de abrir, de usar, de “atravessar” as camadas de tecido, de chegar a algum “lugar” existente na peça». 16 OUTUBRO 2006 | 13 [ acontece ] | Filme | A Caravana Não Pode Parar Loto PEDRO MINEIRO Ao segundo disco, o trio de Alcobaça tenta a afirmação definitiva num meio musical cada vez mais à procura do descartável. Apesar de terem a noção que a festa um dia há-de acabar, o espírito de celebração está bem aceso em Beat Riot. | POR DIOGO TORGAL FERREIRA | | [email protected] | Neste Beat Riot sentiram a responsabilidade do difícil 2.º álbum ou isso não passa um cliché do rock/pop? Ricardo Coelho: Essa pressão do segundo disco existe sempre ao nível de saber se tu consegues manter a bitola do primeiro disco. De qualquer maneira, só era possível fazer este disco nesta altura... A vossa missão é, em última análise, encontrar a canção pop perfeita? João Tiago: Pode-se dizer que sim. Prestamos muita atenção aos pormenores. RC: Enquanto ideia, enquanto conceito, também concordo. De qualquer maneira, seria muito chato fazer um disco preso só a essas bases. É por isso que temos influências funk, electro, rock, música de dança... Fiquei com a ideia de que este disco continua a celebração do “The Club”, mas já se faz o anúncio de um inevitável fim de festa. Concordam? Palais Royal! – Dondoca à força JT: O que se pode dizer, e de alguma maneira está relacionado com o que dizes, é que talvez o local de festa mudou de sítio. Depois do clube fechado e claustrofóbico, a acção tenha passado para um espaço muito mais aberto, como as ruas. RC: Eu acho que isso faz muito sentido. Talvez tenhamos passado a fase daquela movida constante dos tempos de faculdade, para uma fase mais pessoal com um regresso às nossas raízes em Alcobaça e tudo mais. É hora de enfrentar o mundo como ele é. Como surgiu a colaboração com Peter Hook? Intimidou-vos trabalhar com um ícone como ele? RC: Claro que assustou.... o homem é um mito! Pedrosa: Conhecemo-lo no SuperBock SuperRock do ano passado, quando os New Order vieram cá tocar, e a partir daí fomos mantendo o contacto possível via net. Já com o álbum quase pronto, nós demos-lhe a ouvir e ele adorou as malhas de baixo do disco. Para nossa surpresa, ele decidiu que queria participar no disco. Em relação ao termo MadBaça, acham que a expressão faz algum sentido? JT: (Risos) Isso começou como uma piada de um jornalista que uma vez decidiu chamar assim ao movimento de bandas de Alcobaça. A coisa surgiu um pouco do facto de nós, os The Gift, e os próprios Spartak! termos muitas influências da cena musical de Manchester/Madchester dos anos 80 e princípios de 90. Depois a expressão parece que ficou mesmo... RC: Eu acho que até soa bem (Risos)... e não se prende só a bandas. Também está relacionado com o Clinic em Alcobaça que também já é um espaço de referência, com fotógrafos, realizadores de vídeo, etc. Acabou-se por criar um movimento artístico intimamente ligado a Alcobaça, que ficou com esse nome. Qualquer semelhança... não é mera coincidência. Palais Royal! – Dondoca à Força, da autoria da actriz/realizadora/argumentista francesa, é uma apurada sátira com uma vítima bem definida, mas jamais admitida: a monarquia inglesa e o seu passado recente. Com o inevitável cinismo francês, Lemercier constrói um filme humoristicamente implacável e que muitas vezes chega a ser verdadeiramente hilariante. Com uma realizadora da França republicana a debruçar-se sobre a casa real britânica o resultado só poderia ser mesmo este. Bem dito choque de culturas. (Apenas como nota, é inevitável fazer referência ao patético título desencantado pelo tradutor nacional. Inconcebível.) | Ficha técnica | Realização/Argumento: Valérie Lemercier. Elenco: Valérie Lemercier, Lambert Wilson, Catherine Deneuve. Nota MU: 14 valores! | Disco | Ganha! Passatempo MAU Ganha! Passatempo Bonde do Role Valete Serviço Público Envia a resposta com o teu nome e BI para [email protected], até às 13 horas do dia 21 de Outubro. Os vencedores serão notificados por e-mail e a listagem publicada em http://mundouniversitário.blogspot.pt. Para mais informações, consulta: http://www.mundouniversitario.pt. QUANTOS ELEMENTOS COMPÕEM OS BONDE DO ROLE? O MU tem 4 convites duplos para BONDE DO ROLE, dia 21 de Outubro, no Clube Mercado, às 23h. Para ganhares responde à seguinte pergunta: Envia a resposta com o teu nome e BI para [email protected], até às 13 horas do dia 18 de Outubro. Os vencedores serão notificados por e-mail e a listagem publicada em http://mundouniversitário.blo gspot.pt. Para mais informações, consulta: http: //www.mundouniversitario.pt QUAL O NOME DO ÁLBUM DE ESTREIA DOS MAU? O MU tem 4 convites duplos para MAU, dia 18 de Outubro, no Clube Mercado, às 23h. Para ganhares responde à seguinte pergunta: 14 valores! Ora aqui está um disco que não pede licença a ninguém seja para o que for. Em Serviço Público, segundo álbum de originais de Valete (de longe um dos melhores MC portugueses), em nenhum momento há espaço para cerimónias, salamaleques, diplomacias ou qualquer tipo de protocolo. Exclusão social, a vida nos guetos, a epidemia do HIV/Sida, a indústria do hip-hop de plástico são alguns dos temas na mira de um MC que utiliza uma linguagem dura e que recusa qualquer tipo de palmadinhas nas costas. Cada rima funciona como um tabefe e nada nem ninguém sai ileso. Não é uma obra-prima, mas muitos desejariam poder chegar a este nível. 14 | 16 OUTUBRO 2006 [ lifestyle ] É tempo de virar a página MODA. Há quem diga que a vida é como um livro, que se escreve à medida que os anos vão passando. Também a moda tem a sua própria linguagem, histórias, e memórias. A rotatividade das estações obriga-nos a olhar em frente e a deixar no fundo do armário aquela camisola que vestimos naquele momento tão feliz. Na vida como na moda há que saber virar a página, e por isso o MU traz-te as mais recentes tendências para que enfrentes a estação fria. | POR MANUEL ARNAUT MARTINS | [email protected] | FOTOS RUI VASCO MODALISBOA | Efeito Casulo Este Inverno, os designers vieram mostrar a sua irreverência, apostando em novos formatos. Este novo traço é arredondado e volumoso. Há quem lhe chama look bolha, sino, ou casulo. Estes novos volumes aplicam-se a saias de efeito balão, vestidos ou casacos. Nuno Baltazar desenhou elegantes saias, que não contrastaram e se integraram perfeitamente na filosofia habitual de glamour cinematográfico das suas silhuetas. Katy Xiomara foi outra adepta desta tendência criando vestidos curtos, extremamente femininos e joviais, adjectivos correntemente utilizados para caracterizar os desfiles da estilista. Metalizados O look rei dos anos 80 volta às passerelles. Quem não se lembra dos minúsculos hot pants de inspiração disco de Kylie Minogue? A moda portuguesa pode não ter sido tão arrojada, mas também abraçou a tendência. Miguel Vieira apostou em collants de aparência metálica dourada para polvilhar de brilho e enriquecer as suas criações. Aleksandar Protich recorreu ao cinzento metálico para trazer frieza invernosa ao seu desfile. Em vestidos, acessórios, ou meros pormenores, o metal pode ser encontrado nas mais diversas formas, trazendo doses extra de luminosidade. O resultado é extremamente vistoso, apenas recomendado a quem não tem problemas em brilhar. O regresso do gentleman “Chapéus há muitos” Muitas vezes a moda de homem é criticada por algum “cinzentismo”. Algumas vozes menos contentes queixam-se de uma falta de oferta e de opções criativas que permitam fugir aos estereótipos da moda masculina. Este Outono/Inverno, os chapéus podem ser o elemento que animará o guarda-fatos masculino. A velha deixa “chapéus há muitos” aplica-se na perfeição porque este Inverno as opções são realmente inúmeras. Desde um look mais clássico, quase gangster, passando por gorros de inspiração folclórica, dá para tudo. São o complemento ideal para finalizar qualquer toilette. A moda tem destas coisas. Por vezes mais experimental e arrojada, outras vezes apostando de novo em fórmulas vencedoras no passado. Este Outono/Inverno alguns criadores foram recuperar o modelo do homem clássico dando-lhe uma pitada de modernidade. Visuais clean, cheios de classe e sex appeal na medida certa. O fato foi ajustado ao corpo: blazers cintados e calças justas, afuniladas e curtas que deixam a descoberto os sapatos que tendem a ser compridos e bicudos. As gravatas finas de nó fechado compõem o look. Em alternativa ao fato completo há sempre a possibilidade de optar por elegantes camisolas de gola alta ou pulôveres, como sugere Nuno Baltazar. PUB 16 | 16 OUTUBRO 2006 [ salada russa ] | Blogosfera | No Mundo dos Porquês A solidão do Monge Em Itália, um estudo efectuado concluiu que 1 em cada 3 deputados do Parlamento italiano consome habitualmente drogas, entre haxixe e cocaína. A Nova Confraria propõe que se realize idêntico estudo em Portugal, a que deverão ser sujeitos os nossos Ilustres parlamentares. Talvez o resultado não viesse a ser muito diferente... Pelo menos, a avaliar pelo teor de determinadas leis que são aprovadas. | Cantinho dos Media | «Em hebraico, Dabar significa palavra, acontecimento, notícia e coisa», explicou Patrício Oliveira, da direcção da Associação de Estudantes do Instituto Superior de Estudos Teológicos de Coimbra (estabelecimento de Ensino Superior filiado na Universidade Católica Portuguesa). Referia-se ao título da publicação que coordena desde o início do ano lectivo. | POR LINA MANSO | | [email protected] | Rasputine in http://anovaconfraria.blogspot.com Terça-feira, Outubro 10, 2006 A RTP corrigiu o lapso. Já incluiu o nome de Oliveira Salazar na lista de sugestões para Os Grandes Portugueses. A propósito do aniversário da morte de Thelonious Monk, a entrevista de Bill Clinton em 1992 com uma jornalista: Jornalista: Is there one thing you've always wanted to do? Clinton: I always wanted to play sax with Thelonious Monk. Jornalista: (clearly confused) And who is the loneliest monk? FJV in http://www.origemdasespecies.blogspot.com Terça-feira, Outubro 10, 2006 DC in www.acooperativa.blogspot.com Quarta-feira, Outubro 11, 2006 Lapso | Passatempos | Sudoku Ano de estreia? Tem tantos anos quanto a associação de estudantes, ou seja, 15 [completados na semana passada]. Periodicidade? Anual. Por razões financeiras não se tem publicado ininterruptamente desde que arrancou. Mas este ano lectivo vai sair, em princípio no começo de 2007. Preço? A subscrição anual é de 5 euros (entregamo-los via postal). Palavras cruzadas Tiragem? Em 2004/05 foram 200 exemplares (no ano lectivo passado não saiu). Equipa? Na paginação e revisão de textos somos quatro/cinco pessoas. Quanto aos conteúdos, são produzidos pelos alunos do instituto (somos 27, distribuídos por seis anos). HORIZONTAIS: 1 - Arvoredos. Terceiro estômago dos ruminantes. 2 - Namorada. Gemidos. Maior. 3 - Unidade monetária dos Estados Unidos da América do Norte. Substância pastosa que serve como cosmético. 4 - Fixai por meio de cravo ou prego. 5 – Curso de água natural. Sirigaita (pop.). 7 – O m. q. lentilhas. Observar. 8 - Molestara. 9 - Ganem. Projéctil de arma de fogo (pl.). 10 Declama. Elemento de formação de palavras que exprime a ideia de boca. Que não tem medula ou miolo. 11 - Estampilhar. Tonturas. Riga. Rá. 9 - Ame. Valor. 10 - Som. Toe. Aca. 11 - Orega. 4 - Ar. Pele. 5 - Saras. Temor. 6 - Vetas. 7 - Óscar. Sábio. 8 VERTICAIS: 1 - Medir. Galos. 2 - Aló. Iva. Are. 3 - Talco. Tal. Oiras. 8 - Lesara. 9 - Latem. Balas. 10 - Ora. Ori. Oco. 11 - Selar. Dólar. Creme. 4 - Cravai. 5 - Rio. Sergeta. 7 - Gametas. Ver. HORIZONTAIS: 1 - Matas. Omaso. 2 - Ela. Ais. Mor. 3 - PALAVRAS CRUZADAS Rasos. SUDOKU Soluções VERTICAIS: 1 - Determinar ou avaliar a grandeza, extensão ou quantidade de. Género de aves galináceas (pl.). 2 - Para barlavento. Nome de uma planta labiada, vivaz com base lenhosa. Unidade das medias agrárias. 3 - Pó resultante da pulverização do silicato de magnésio hidratado, usado como medicamento e na higiene corporal sobre a pele. Semelhante. 4 - Atmosfera. Epiderme. 5 – Curas. Receio. 6 - Impedes. 7 - Nome próprio masculino. Filósofo. 8 Linho proveniente de Riga, cidade capital da Letónia. Deus egípcio. 9 - Deseje. Mérito. 10 - Emissão de voz. Soe. Mau cheiro. 11 - Raia que aparece na costa portuguesa e é também conhecida por nevoeira. Lisos. Linha editorial? O grande objectivo do jornal é fazer a divulgação das actividades dos estudantes. Sobretudo dos seminários e das conferências da semana de estudos do ano lectivo anterior. Também podemos publicar outros trabalhos como recensões sobre livros de leitura obrigatória. Cavalos-de-batalha? Os assuntos do Dabar andam sempre na linha da Teologia e do que é leccionado nas nossas aulas. A Era do Vazio, O Sagrado e o Profano ou O Budismo e o Homo Religiosus são temas de algumas conferências cujos trabalhos respectivos foram publicados na última edição. 16 OUTUBRO 2006 | 17 [ 5.ª dimensão ] [ JOGOS ] Manda-chuva! PS2 | ACE COMBAT ZERO: The Belkan War A se s Virtuais Virtu ais Ases Não traz nada de radicalmente novo, mas nem por isso deixa de servir na perfeição uma série a que nenhum fã dos combates pelos ares deveria ficar indiferente. | POR MIGUEL ARAGÃO | | [email protected] | Em equipa que ganha não se mexe. A frase costuma aplicar-se à bola, mas também se encaixa aqui na perfeição. Depois de, no ano passado, ter lançado Ace Combat 5, a Namco recua agora no tempo e apresenta os acontecimentos que antecederam o seu predecessor, com Ace Combat 0. Diga-se que estamos diante de uma mistura entre os preciosismos da simulação e a acção desenfreada das arcadas. O resultado, como aliás é apanágio da série, é um rápido, envolvente e intuitivo jogo, que apesar de não introduzir grandes novidades, não deixa de servir uma boa dose do mais puro dos entretenimentos. | Novidades | Uma das principais novidades incluídas no pacote é a opção multiplayer que nos permite não só mergulhar em intensos combates mano-a-mano (os famosos dogfights), como abraçar a mesma causa e partir em intensos raides contra instalações inimigas. Ainda que só para dois jogadores e em ecrã dividido, ninguém vai ficar indiferente a estes trabalhos de equipa, apenas porque é do mais divertido que há no género. Muitas vezes, durante as missões, demoramos cerca de meia hora a cumprir os objectivos estabelecidos e uns dez minutos só para nos vermos livres destas carraças dos ares. Esta novidade tem aspectos muito positivos, mas alguns mais negativos. Imaginem-se a completar uma complicadíssima missão para depois, quando já nada o faria prever, aparecer uma destas melgas e vos arruinar todo o trabalho. | Missão Nyuma | Apesar de não haver muito que se pos- sa fazer com um avião nas mãos, além de destruir forças inimigas ou proteger bases aliadas, a Namco aposta nos pormenores para que a acção assuma contornos cada vez mais credíveis. Nyuma é uma missão em que somos chamados a libertar um país aliado das garras do inimigo. Depois de bombardearmos com sucesso as posições adversárias, é possível ouvirmos, através do rádio, no cockpit, os festejos no solo do recém-liberto povo. Pormenores que fazem toda a diferença e que nos mergulham com muito mais intensidade na acção. Em termos gráficos, não esperem nada de muito diferente do que a Namco já nos habituou, esperem antes pela PS3 se quiserem ver algo de verdadeiramente revolucionário. Contem, isso sim, com algumas boas horas do melhor que há na aviação virtual, em mais um capítulo de uma série que promete continuar a fazer as alegrias dos fãs de Top Gun. Nota MU: 16 valores! Para quem gosta de brilhar, até à chuva. Estes revolucionários guarda-chuvas prometem sucesso principalmente nocturno e são também uma mais-valia em termos de segurança. Um pequeno interruptor permite controlar as várias intensidades da coisa… Tudo a bombar? Modo pisca-pisca? Ou apagaditas? Com apenas três pilhas AAA, esta pequena maravilha promete iluminar os Invernos de quem ainda tem paciência para andar com guarda-chuva! Até parece que já estamos aí a ver as meninas a pedirem ao São Pedro para mandar chuva, só para estrearem o seu chapelito novo. www.iwantoneofthose.com Fonte gulosa Ai está o que é! Agora já não é preciso ser VIP e ter convite para uma qualquer inauguração da moda para se poderem deliciar com uma fonte de chocolate. Vale tudo. Desde fruta a marisco… é o que quiserem ver encharcado em chocolate numa questão de segundos. Bolos, queijos, carnes, peixes, tudo… tudo com chocolate… Com pouco mais de 40 cm de altura e 23 de largo, a Chocolat Fountain é a prenda ideal para qualquer guloso sempre em festa. E o resto é chocolate. Eu já encomendei uma para pôr na varanda! www.iwantoneofthose.com PUB 18 | 16 OUTUBRO 2006 [ bar aberto ] Mega boas vindas O começo de aulas já vai longe, mas as festas consecutivas não parecem satisfazer os apetites vorazes dos novos rebentos académicos. Nos dias 11 e 12 de Outubro, a mãe de todas as recepções aos caloiros – a já famosa Mega Festa do Caloiro – invadiu a zona ribeirinha da área norte do Parque das Nações, trazendo consigo a Chuva de Tunas, o Palco MegaFM e a Final da Miss e Mr. Caloiro. As mais de 35 barraquinhas das Associações de Estudantes encarregaram-se de animar o serão pela noite dentro. | POR MARIANA SERUYA CABRAL | [email protected] | Se queres ver a festa da tua faculdade ou politécnico catapultada para a fama, arma-te em paparazzi e envia as fotos para [email protected]. Nós publicamos! 16 OUTUBRO 2006 | 19 [ bd ] Espaço coordenado por Geraldes Lino, http://divulgandobd.blogspot.com PUB 25 MAIO 2004