[campus]
Radiografia da
Universidade de Aveiro,
um dos pólos mais
importantes do país.
P. 7
[boa vida]
[zoom]
[ganha!!!]
Praia, marijuana
e reggae.
Bem-vindos
à Jamaica!
P. 8
MIT. Quês e porquês
de um acordo que
promete revolucionar
a ciência nacional.
P. 10/11
Bilhetes para teatro
e entradas para
concertos. Tudo
no acontece.
P. 12/13
MÓNICA MOITAS
Director: Gonçalo Sousa Uva | Segunda-feira, 16 de Outubro de 2006 | N.º 45 | SEMANAL | distribuição gratuita | www.mundouniversitario.pt
Rita Andrade
Recusa ser
mais uma
cara bonita
2|
16 OUTUBRO 2006
[ radar ]
As últimas do Processo
de Bolonha parecem agora
constituir um factor de risco
para a sobrevivência das tunas
académicas em Portugal, dada
a redução do tempo dos cursos
imposta.
| POR DIOGO TORGAL FERREIRA |
| [email protected] |
De acordo com declarações de um
membro da Infantuna de Viseu à agência Lusa, este é «um dos problemas
mais graves» que vivem actualmente as
tunas. Na opinião de João Paulo Sousa,
«as pessoas vão passar menos tempo
nas universidades, há a pressão do
mercado de trabalho e aquilo que vão
prejudicar são as actividades extracurriculares». E antecipa «grandes dificuldades no recrutamento de novos membros que substituam os actuais, o que
irá agravar o envelhecimento já sentido
na maior parte das tunas». Sublinhando
a ideia que nas tunas académicas a formação dada é antes de mais a «huma-
na», o tuno considera que com apenas
três anos de curso torna-se difícil cumprir as habituais etapas. Estima-se que
estão recenseadas em Portugal cerca
de 350 tunas académicas e que se
assiste a um aumento da média de idades dos tunos activos, a rondar os 30
anos. Por isso, João Paulo Sousa não
tem dúvidas em adivinhar um «futuro
pouco risonho» para as tunas académicas, lançando como possível solução
do problema a possibilidade das
mesmas começarem a «admitir pessoas que fizeram a vida académica
fora», mas que pretendam continuar a
estar envolvidos.
Estudante
do IST vence
prémio
Frederico Nunes Francisco, aluno do 4.º ano de Arquitectura
do Instituto Superior Técnico,
ganhou o 1.º lugar da 6.ª edição
do Prémio Universidades da
Associação de Construções
Metálicas e Mistas. Intitulado
”Complexo de Escritórios”, o
trabalho vencedor na categoria
de arquitectura propõe a criação de um conjunto de instalações de trabalho e de algum
comércio, de modo que a intervenção se apresente como
uma mais-valia para o desenvolvimento do local (quarteirão
da Boavista) e seja um contributo activo para a revitalização
do local envolvente. O projecto
foi desenvolvido no âmbito das
disciplinas de Projecto de Arquitectura VI e VII, cuja equipa
docente é composta por Mário
Sua Kay (responsável) e Luísa
Caldas.www.cmm.pt. DTF
PUB
ISCSP debate
Médio Oriente
Organizada pelo Núcleo de
Estudantes de Ciência Política
(NCP) do Instituto Superior de
Ciências Sociais e Políticas da
Universidade Técnica de
Lisboa (ISCSP), irá decorrer
entre os próximos dias 16 a 20
de Outubro a Semana do
Médio Oriente. A ter lugar nos
auditórios do ISCSP, a iniciativa tem como principal objectivo um maior esclarecimento do
público académico sobre os
antagonismos presentes numa
das regiões mais problemáticas do globo, as suas origens
e sobre eventuais soluções
para a resolução dos respectivos conflitos. Também entre as
finalidades do evento encontra-se a necessidade de dissipar algumas dúvidas e preconceitos na comunidade estudantil relativamente ao Islão.
Do programa fazem parte inúmeras conferências e apresentações de documentários,
sempre com a participação de
convidados, nomeadamente o
embaixador do Estado de
Israel em Portugal, Aaron Ram,
e a delegada-geral da Autoridade Palestiniana em Portugal,
Randa Ibrahim Nabulsi. DTF
Editorial
As manifestações
dos outros
Observava com interesse a megamanifestação da função pública,
organizada pela Frente Comum e
pela CGTP que, na quinta-feira passada, dia 12 de Outubro, fez estremecer Lisboa. A maior desde 1982,
quando Francisco Pinto Balsemão
era primeiro-ministro de um Governo da AD –, de acordo com as
declarações que um dirigente da
CGTP ao Diário de Notícias. Ao que
parece, a política social promovida
pelo Governo está a trazer a população à rua e para os dias 9 e 10 de
Dezembro a Frente Comum dos
Sindicatos da Administração Pública já garantiu novo protesto.
Observei com igual interesse a marcha de protesto que, no Dia Mundial do Professor, 5 de Outubro,
reuniu em Lisboa mais de 20 mil
docentes. E o facto de a Federação
Nacional do Ensino e Investigação
(FENEI) ter garantido paralisação
geral para os próximos dias 17 e
18. Em causa, as negociações
entre os 14 sindicatos de professores e o Ministério da Educação
sobre a revisão do Estatuto da Carreira Docente.
Observo com atenção que a democracia ainda pode pulsar e que muitos tomam posição.
Ora, numa altura em que já se sabe
que o Orçamento de Estado para
2007 prevê uma redução em cerca
de 7 por cento para o ensino superior pergunto-me onde está a veia
contestatária das instituições públicas que vão sofrer esta delapidação. Vamos às hipóteses. As sete
instituições envolvidas no Programa
MIT – Portugal estão demasiado
concentradas em “fazer bonito”. E
as restantes estão, talvez, demasiado absorvidas em planos pedagógicos internos para pôr Bolonha
sobre rodas. Tem tudo que fazer.
Percebe-se.
Vou ficar a observar com atenção a
dinâmica estudantil. Agora que as
semanas de recepção ao caloiro
estão nos “finalmentes”, vai haver
tempo para pensar “em coisas
sérias”. Não, não se trata de impelir
à revolta, mas de constatar que o
Senhor Ministro da Ciência Tecnologia e Ensino Superior até tem tido
vida fácil. Os estudantes ainda
sabem fazer manifestações?
Raquel Louçã Silva
Chefe de Redacção
[email protected]
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Queluz de Baixo 2745 Barcarena; ISSN 1646−1649.
Bolonha ameaça tunas
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4|
16 OUTUBRO 2006
[ vinte valores ]
Rita Andrade
Nascida
para
vencer
Aos 24 anos, Rita Andrade é já uma das caras mais imediatamente reconhecíveis da televisão portuguesa. Com um promissor
futuro pela frente, na área da comunicação, nada parece parar
a fulgurante carreira da apresentadora do Curto Circuito.
| POR DIOGO TORGAL FERREIRA | [email protected] |
| FOTOS| MÓNICA MOITAS
Como é que a Rita Andrade era como
aluna?
Eu sempre fui muito boa aluna e acabei
por entrar com média de 19 valores na universidade. Era é muito baldas e o meu pai
chegou a ter que justificar faltas. Sempre
fui interessada e sempre tive gosto em
desenvolver ideias, mas não gostava de
estar nas aulas.
«
fui persuadida por uma professora que o
caminho mais indicado para mim seria o
curso que acabei por escolher... e ainda
bem. Hoje agradeço o conselho, até porque o meu percurso profissional acabou
por coincidir com a formação que escolhi.
Se calhar, daqui a uns anos sou capaz de
tirar o curso de Literatura por gosto pessoal.
Entrei com média de
19 valores na universidade
«
Qual foi o teu percurso a nível académico?
Fui para o curso de Comunicação Social
no Instituto Superior de Ciências Sociais e
Políticas (ISCSP), mas durante muito
tempo pensei ir para Literatura. Na altura,
Li algures que chegaste a ter experiências em teatro e na moda antes de
apareceres na televisão.
Para aí com 18 ou 19 anos fiz algum teatro amador e cheguei mesmo a participar
em várias peças no Teatro da Estefânia.
«Acho que tenho uma
profissão privilegiada»
«Quando entrei na televisão ainda estava no 3.º ano do meu curso», conta Rita
com alguma nostalgia. «Na altura do casting do CC houve uma colega minha de
faculdade que me disse que eu deveria concorrer», recorda quando inquirida
sobre como se candidatou a um dos programas mais populares da televisão portuguesa. Ao mesmo tempo, confessa: «nem sabia bem o que era o CC... mas
como a minha amiga fez imensa questão, eu vim com ela aos estúdios de Paço
d’Arcos trazer o meu currículo.» Como é certo e sabido,
acabou por ser seleccionada. Da experiência em
si, só tem coisas boas a dizer. «Passado um
mês de estar no programa fiquei completamente apaixonada pelo CC e hoje em dia sinto-me
perfeitamente em casa.» Como não poderia deixar de ser, o Casting CC 2006 que está a decorrer
neste preciso momento não podia escapar à conversa. Como conselhos, Rita é muito pragmática. «Os
candidatos devem ser muito naturais! Se forem inteligentes, divertidos, cultos e com sentido de encaixe,
então têm os trunfos todos.» E conclui: «ao contrário
do que se possa pensar, a imagem não é assim tão
importante.» Em relação ao
lugar de apresentadora,
Rita Andrade não se revela
poupada. «Acho que
tenho uma profissão
privilegiada.»
16 OUTUBRO
DE
2006
|5
[ vinte valores ]
Já te sentiste alguma vez discriminada profissionalmente só por seres
mulher?
Pessoalmente, nunca me senti discriminada por ser mulher. Por outro lado, já senti
algumas vezes darem-me à partida pouca
credibilidade por ser jovem ou por ser uma
mulher considerada bonita. Normalmente,
esse preconceito desaparece quando me
dou a conhecer. Nessas situações, só
peço que me deixem mostrar que não sou
só mais uma cara bonita. Agradeço que
me digam que sou bonita, mas não me
avaliem só por valores de beleza. Isso
acaba por ser pouco dignificante para a
minha pessoa e personalidade.
Directa ao assunto
Praia ou neve? Praia
Brad Pitt ou Johnny Depp? Johnny Depp
Rock n’ roll ou hip-hop? Rock n’ Roll
Jerónimo de Sousa ou Francisco Louçã? Jerónimo de Sousa
Vodka ou whisky? Não bebo álcool
Nova Iorque ou Rio de Janeiro? Rio de Janeiro
Poesia ou prosa? Poesia
A tua famosa sessão fotográfica para o
número um da FHM foi a tua primeira
experiência do tipo? Como correu
tudo?
De facto, foi a minha primeira vez numa
experiência do género. Foi bastante difícil, principalmente porque eu não sou
manequim, logo, não estou nada habituada a expor o meu corpo de uma forma
natural. Aceitei a proposta porque, sendo
o número de estreia e de lançamento em
Portugal de uma revista com o peso que
esta tem, achei que era uma verdadeira
honra. Óbvio que, no início, tive algumas
dúvidas.
Cinha Jardim ou Lili Caneças? Cinha Jardim
Comida japonesa ou indiana? Japonesa
Pinto da Costa ou Valentim Loureiro? Pinto da Costa
Biquíni ou topless? Biquíni... pelo menos em frente às pessoas (risos)
«
Anível profissional, qual o caminho que
pretendes seguir?
Gostava muito de continuar na área do
entretenimento na SIC, que é a minha casa
e onde me têm tratado muito bem. Costumo dizer que no entretenimento, uma vez
atravessada a porta, there’s no way back.
Como também gosto muito de representação, embora não pense representar
amanhã, se houver no futuro um convite,
quem sabe... não fecho nenhuma porta.
Basicamente, é na comunicação, seja em
que formato for, que quero seguir a minha
carreira. Tenho que ir apanhando as oportunidades que posso e que quero.
Já me deram pouca credibilidade por ser jovem
ou por ser uma mulher considerada bonita
«
Na moda, apesar de ser baixinha, fiz algumas fotografias e anúncios, tudo coisas
muito pequeninas. Agora estou na Central
Models, mas estou mais na área de apresentações... a moda não é muito o meu
terreno.
E se a Playboy te fizesse um convite
para posar nua? Aceitavas?
Acho que não. A sessão de fotos com a
FHM fez sentido naquela altura. Como
muitas coisas na vida, algo faz sentido
sou do público? Quer dizer, eu faço o
meu trabalho como repórter e apresentadora, mas eu não sou pertença de ninguém a não ser de mim própria. Acho
natural que a minha vida privada possa
suscitar interesse e, entendendo isso,
permito-me a uma exposição maior do
que é normal para uma “pessoa
comum”. O que é realmente negativo
nestas coisas é quando se publicam
notícias sem veracidade. Aí é que pensas até que ponto algum tipo de imprensa tem direito de inventar alguns assuntos. Entendo que seja um tipo de informação que vende e eu até poderia estar
do lado de lá... faço o maior esforço por
entender o trabalho dessas pessoas.
Mas há sempre alturas boas e alturas
más. O importante é não dares demasiada importância, ou seja, a importância que tu dás a estas coisas é a importância que elas têm na tua vida.
Sempre foste a miúda mais gira da
escola... a mais popular?
Não muito... além disso, eu não tinha muita
paciência para rapazes.
E de repente entras num programa com
o formato do Curto-Circuito (CC). Foi
uma experiência intimidante no início?
O que sempre me deu mais medo era aquilo que eu pudesse dizer, ou seja, como sou
muito frontal e digo aquilo que penso, o
que me preocupou mais foram os limites
resultantes do facto de estar a falar para
milhares de pessoas. Num programa
como o CC, temos uma acção que não se
reduz ao entretenimento. Há ali também
uma vertente didáctica de acordo com os
temas que estamos a tratar e, por isso, é
necessário ter alguma noção de bom
senso. Hoje em dia, o meu discurso,
mesmo como jornalista, flui muito mais
naturalmente... já tenho muito mais experiência. Hoje em dia, sei que posso ser
natural e que isso não vai afectar ninguém.
Tiveste alguma situação em que tenhas
ido longe de mais?
Houve uma ou outra situação. Lembro-me que, na altura que explodiu o caso
da Casa Pia, senti que nem tudo poderia ser dito. Levei o que se pode chamar
um toquezinho e percebi que havia os
tais limites. Isso até foi importante para
mim, para conhecer e perceber até onde
posso ir.
numa determinada época da vida de cada
um. Hoje não sei se uma proposta dessas
se encaixaria nesta fase da minha vida. À
partida, não aceitaria.
Sendo uma figura pública, como lidas
com o assédio da imprensa cor-de-rosa?
Só o termo figura pública já é algo que
me faz confusão. Até que ponto é que
E como mulher, como te vês daqui a ...
25 anos?
Vejo-me com filhos! Desde os 14 anos que
quero ser mãe. A minha condição de
mulher dita-me este desejo de ter filhos.
Acho que este não é o momento indicado,
mas, quando chegar a altura, saberei.
Daqui a 25 anos quero ter os meus filhos,
a minha casa, mais cultura e todas essas
coisas.
6
16 OUTUBRO 2006
[ poder à palavra ]
VIDA MALVADA Vox pop
Utilizas transporte público ou particular para ires para as aulas?
Porquê?
DIÁRIO DE UM ESTUDANTE
Acaba o Verão, começa a lobotomia nas televisões generalistas
portuguesas. Há quem diga que dá
para perceber o nível sociocultural
de um país pela análise da programação televisiva local e isso assusta-me. Por mais duvidosa que seja
esta premissa (e não é isso que
agora interessa), uma vez aplicado
este raciocínio aqui na terrinha,
com certeza os resultados seriam
sobejamente deprimentes. De cortar os pulsos mesmo.
De cada vez que fico por casa sossegado e tento encontrar um pouco
de distracção na caixa mágica, a
sensação com que fico é a de que
devo ser um inimputável ou coisa
parecida. Não se percebe como é
que obrigam as pessoas a levar
com maratonas de telenovelas,
sejam elas portuguesas ou brasileiras, ou com séries humorísticas
que nem a uma hiena conseguiam
arrancar uma gargalhada que fosse... um risinho que seja. É absolutamente dantesco. De repente,
durante um período prime-time de
três ou quatro horas, parece que
todo o País se transforma numa
sala de convívio de um hospício.
Imagina-se toda uma panóplia de
doentes mentais babosos a olhar
para um canto da sala, de cabeça
virada para trás e olhos esbugalhados no ecrã a ver a Alexandra Lencastre e os seus decotes de proporções épicas. Uns acabam por
adormecer, outros sentem as dores
de uma personagem encornada e
outros insistem numa mudança de
canal que, inevitavelmente, vai dar
ao mesmo. A única dúvida que tenho em relação a esta emboscada
audiovisual é a seguinte: são as
TV’s que tratam as pessoas como
anormais ou são as pessoas que
se deixam tratar como anormais
pelas TV’s? Ela por ela, prefiro a
primeira.
Gustavo Serra
[email protected]
http://vidamalvadadiariodeumestudante.blogspot.com
SÉRGIO MIGUEL ALVES DOS
SANTOS (Churchill)
3.º ano de Marketing
Escola Superior de Tecnologia de
Viseu
SARA SOARES (Marlene Dietrich)
5.º ano de Design de Comunicação
Escola Superior de Belas-Artes de
Lisboa
«Utilizo o meu carro. Como vivo a
cerca de 20 quilómetros de Viseu,
acaba por ser a melhor maneira.
Quando entrei no curso ia de autocarro, porque não tinha transporte
próprio. Agora que tenho carro fico
com uma vida mais confortável e
com muito mais autonomia.»
«Vou de transportes públicos, mais precisamente de metro. Faço-o porque não
tenho transporte próprio e, mesmo se o
tivesse, acho que não o utilizaria para ir
à faculdade. Tenho aulas na Baixa de
Lisboa e acho que não tem lógica nenhuma levar carro para essa zona da
cidade.»
BERNARDO MAIA (Tony
Bennett)
3.º ano de Gestão
Universidade Nova de Lisboa
«Uso transporte particular porque
a mim acaba por sair mais barato.
Se me compensasse utilizar transportes públicos, era uma opção
que utilizaria muito mais.»
Marco Silva
2.º Ano de Jornalismo da Escola Superior de Comunicação Social
[email protected]
Só se vive Erasmus uma vez
Conheci há alguns dias uma estudante eslovena em Erasmus na minha escola. É claro que muitos
outros já por lá passaram. Porém,
cada um deles traz na bagagem
muito mais do que material de estudo. Trazem também uma cultura e
saudades de um país situado a muitos quilómetros de distância.
Curioso por natureza, e ansioso por
estudar lá fora, não pude deixar de
meter conversa. Com termos pronunciados de forma curiosa, Nina
apresentou-se e revelou o seu propósito em Portugal: alargar competências no âmbito do Marketing
durante a sua curta estada (três
meses). «E tens sido bem recebida?», perguntei, ansioso por perceber o quão hospitaleiro consegue
ser o povo português. A resposta foi
naturalmente positiva, apesar de
alguns problemas na implementação
do Tratado de Bolonha.
Depois de alguns minutos de conversa, percebi que em causa estava
a falta de aulas ministradas em
Inglês (prática corrente em muitos
países da Europa, como a Alemanha
ou a Bélgica – pioneiros no ensino
superior).
Ouvir isto fez-me pensar na importân-
cia das mudanças em curso. Se quisermos continuar a receber bem os
estudantes estrangeiros, se quisermos
continuar a ser um ponto de referência
no meio universitário europeu, não
poderão ser colocados mais entraves
a Bolonha, adiando o inevitável. De
outra forma, corremos o risco de não
dar o devido apoio a cidadãos europeus como nós. O espaço é único, a
moeda é única, o ensino também o
deverá ser. Que possamos, no futuro,
facultar aos alunos estrangeiros a
experiência de uma vida… Porque,
como disse a Nina: «Só se vive Erasmus uma única vez.»
poder [email protected]
Ataca ou contra-ataca! Envia a tua opinião sobre o que te apetecer. Nós publicamos!
Não te esqueças de enviar:
> artigo até 1500 caracteres
> fotografia tipo-passe
> nome da faculdade onde estudas
16 OUTUBRO 2006
|7
[ campus ]
Na pele de uma artista
Universidade de Aveiro
PRETO no BRANCO
Pedro Oliveira
vice-presidente da
Associação Académica
da UA (AAUA)
Quais são as grandes mais-valias da UA?
Antes de mais, todos os departamentos coexistem no Campus Universitário de Santiago, o que acaba por ser uma vantagem, já
que os serviços e recursos pedagógicos
estão concentrados no mesmo espaço físico. Isto, à excepção da Escola Superior Aveiro Norte e ESTGA, fora do referido campus,
onde, juntamente com a Escola Superior de
Saúde da Universidade de Aveiro e o Instituto de Contabilidade e Administração, são
ministrados os cursos politécnicos da UA
(vertente profissionalizante que constitui
outra mais-valia). Muitos outros factores
contribuíram para que fôssemos considerados uma universidade de excelência a
nível nacional (ver recursos pedagógicos e
serviços de apoio).
O que é que falta na universidade?
Há alguns anos que se fala na necessidade
de mais blocos de residências para estudantes. Tanto nós como a direcção da UA
consideramos que deveriam ser custeados
pela tutela, dado que abrangem sobretudo
alunos carenciados. Outra luta da associação é a existência de um bar académico:
Aveiro é a única cidade universitária capital
de distrito que não tem um! Temos mantido
conversações com a Câmara Municipal e
estão a ser estudadas algumas hipóteses,
mas por enquanto dispomos apenas do bar
de estudantes no edifício sede da AAUA.
O que é que a AAUA faz pela cidade?
Temos uma relação simpática com Aveiro
que passa pela realização da serenata na
cidade, duas vezes por ano (incluindo na
semana do caloiro e do enterro), ou a organização de eventos culturais como é o caso
do workshop de massagens biodinâmicas
nos próximos dias 18, 25 de Outubro e 8 de
Novembro. Já em Novembro – mês do cinema em Aveiro – vamos ceder o auditório para
a projecção de filmes. Tudo isto é aberto à
comunidade. O próprio bar académico serviria também esse fim.
A Universidade de Aveiro (UA) é uma pequena cidade dentro da cidade.
Basta referir que entre os muitos serviços disponíveis para os mais de dez mil
alunos (além de professores) se pode encontrar um banco, um centro de infância
ou uma lavandaria. Considerando a agregação dos departamentos num único
espaço físico – excepto a Escola Superior de Tecnologia e Gestão de Águeda
(ESTGA), as instalações ao serviço do Programa Aveiro-Norte e algumas
residências – o MU optou por falar com o todo, em detrimento das partes.
| POR LINA MANSO | [email protected] |
Apesar de os serviços de
relações externas (SRE)
da Universidade de Aveiro
terem proporcionado
ao MU toda a informação
necessária para a
compilação da caixa com
“O Essencial da UA”, a
mesma eficiência e abertura
não foi demonstrada pela
reitoria. De acordo com os
SRE, vários contactos foram
estabelecidos com aquela
no sentido de obter
respostas à nossa
mini-entrevista (o que se
prolongou durante toda
a passada semana).
Contudo, até à data de
fecho do jornal, não houve
qualquer feedback.
O essencial da UA
ANO DE ABERTURA: 1973
RECURSOS PEDAGÓGICOS:
CORPO DOCENTE: 1081
16 750 publicações periódicas em suporte digital;
5312 computadores no
campus (incluindo os existentes no complexo pedagógico, científico e tecnológico para alunos do 1.º
ano); anfiteatros; laboratórios variados; gabinete de
acção social; gabinete de
promoção e educação para a saúde; centro multimedia e de ensino à distância, etc.
professores (51 por cento
de doutorados, maioria
dos restantes 49 por cento
com mestrado e os outros
com licenciatura).
SERVIÇOS DE APOIO: sistema wireless em todo o
campus; secretaria virtual
(onde todos os alunos, ex-
NÚMERO DE CURSOS: 51
formações de primeiro ciclo e 183 pós-graduações
(86 de formação especializada, 63 mestrados e 34
doutoramentos).
NÚMERO DE CURSOS
REESTRUTURADOS: 35
dos 51 (seis novos e quatro mestrados integrados).
cepto os do 1.º ano, se
podem por exemplo matricular); secretariado de
professores; Caixa Geral
de Depósitos; posto dos
correios; papelaria; livraria; quiosque; centro de
cópias; lavandaria; lojas
de informática; bar; bar/
restaurante; cantina;
residência de estudantes;
jardim-de-infância, etc.
?
8|
16 OUTUBRO 2006
[ boa vida]
ERASMOMANIA
«Queria
muito aprender
espanhol»
Rita está em Madrid desde 26 de Setembro.
Apesar da sua ascendência espanhola,
garante que não foram os motivos de sangue que a empurraram para o país vizinho.
Para ela é mais uma nota curricular importante.
Nome: Rita Castaño
Idade: 23 anos
Instituição de ensino: Universidade Lusófona
Formação: Quinto e último ano de Psicologia Organizacional
Duração do programa: Um semestre
Local de acolhimento: Universidad Autónoma de
Madrid
Por que é que escolheste Espanha?
Sempre quis fazer Erasmus e como não sabia
se ia ter companhia ou não, quis ficar o mais
perto possível. Depois, também queria muito
aprender a falar espanhol. Hoje em dia, o inglês
é o mais importante, mas o espanhol é a segunda língua que as empresas pedem.
Acabaste por ter companhia ou não?
Sim, estou a viver com uma amiga que está cá
a trabalhar. Estamos numa casa no centro, na
Grán Via.
Foi necessária preparação antes de ires?
Em Portugal fiz um curso intensivo de espanhol
de quinze dias para saber o essencial. Acabei
por perder o curso intensivo que a faculdade
oferece aos Erasmus cá, porque, como tinha
estado de férias até ao início de Setembro, não
vim logo para Espanha.
Tens uma grande sobrecarga horária?
Estou a fazer aquilo a que cá chamam o prácticum. Pode-se fazer dois, um é uma espécie
de estágio e o outro é aquilo a que chamamos
um prácticum de investigação. Tanto um como
o outro têm um semestre de duração e como o
de investigação é o mais parecido com o trabalho de fim de curso que eu tinha de fazer em
Portugal foi o que acabei por escolher.
Fazer Erasmus é sinónimo de “farra” ?
Acho que isso faz mesmo parte. Agora depende de cada um perceber que também não pode
ser só isso, porque senão também estamos
aqui a gastar dinheiro aos nossos pais que
andam a investir em nós.
Que conselhos darias a futuros Erasmus?
Há coisas que são mesmo importantes, como
o cartão internacional de saúde para garantir
assistência médica gratuita. Depois eu também
trouxe um bom guia da cidade e alguns livros
porque gosto de ler. Mas é bom que se informem sobre os cursos de línguas que a faculdade oferece.
RLS
Jamaica: One Love
Uma viagem pelas terras
do reggae
Amor, amizade, liberdade, bem-estar são
termos que se vivem no dia-a-dia das ruas jamaicanas.
Nesta que é a terra onde todos os sonhos mais liberais
tiveram lugar, as férias transformam-se num quotidiano
boémio, relaxado e muito, muito bom de se viver.
| [email protected]* |
Nada como começar com a referência ao verdadeiro embaixador da
Jamaica. Respeito, unidade, pensamento positivo, tudo isto são vestígios deste destino, temas cantados
por Bob Marley e tornados lema por
todo o mundo.
Quem sente a Jamaica e abre os
olhos e o coração desfaz-se em sorrisos a partir do momento em que
sente as cores das suas terras, a
simpatia das suas gentes. Aqui vive-se em paz e os espíritos mais fechados são rapidamente envolvidos.
Com ou sem a típica ganja – marijuana –, fumada por 50 por cento dos
habitantes.
| Dos resorts às povoações |
Sabe-se que foi na Jamaica que os
primeiros resorts de luxo começaram a surgir. Na verdade, podemos
passar toda a nossa estada junto a
uma praia paradisíaca ou piscina e
desfrutar de todos os cuidados que
quisermos. Mas a verdadeira viagem está nas casas perdidas no
meio do nada, nas praias escondidas, nas cascatas – como a de
Dunn’s River ou a Summerset – e no
contacto que se estabelece, sempre
que se quiser, com qualquer jamaicano pronto a mostrar a sua simpatia e o gosto que nutre pela vida.
| Festas e bem-estar |
Há muito que traços tipicamente
jamaicanos, como o movimento rastafari ou a música reggae, extravasaram as suas fronteiras e viraram
moda no ocidente. O stresse e as
obrigações típicas da nossa sociedade fizeram-nos, muitas vezes,
esquecer que a existência só vale a
pena se a soubermos saborear. A
cura está em viajar e muitos desses
segredos podem ter ficado perdidos
nesta ilha.
A par de Kingston, a capital, Negril
também merece ser visitada, pela
sua animação e pela quantidade de
festas reggae que parecem surgir a
cada passo. Contudo, a Jamaica é
também a terra do dub, do ska, do
rocksteady e da ragga, pelo que a
diversão está garantida. A não perder ainda, o festival Reggae Sunsplah, que anualmente preenche as
ruas de Montego Bay.
| Conselhos |
Por ser um clima tropical, a única
altura que se deve evitar é a estação
dos ciclones, que vai de Julho a
Novembro. Kingston é considerada
uma cidade perigosa, pelo que qualquer cuidado adicional é sempre
bem-vindo. Ao contrário do que se
possa pensar, o consumo de ganja
ou de outras substâncias é ilegal.
Passada a lista de conselhos e apresentadas as virtudes, o melhor é partir e desfrutar destas ilha «So… Let’s
get together and feel allright! »
*Com o apoio de:
16 OUTUBRO 2006
|9
[ sexualidade ]
Pílula do dia
seguinte
Quando se fala em relações sexuais protegidas também é preciso ter em conta que,
mesmo assim, algo pode correr mal. Um preservativo que se rompe, uma pílula que
não se tomou. É por isso que, para evitar uma gravidez não desejada, existe a
contracepção de emergência.
| POR RAQUEL LOUÇÃ SILVA | [email protected] |
Por contracepção de emergência
entende-se um conjunto de métodos
contraceptivos a que as mulheres
podem recorrer depois de uma relação
sexual não protegida ou em que o método contraceptivo utilizado falhou. Não
impede o contágio de infecções sexualmente transmissíveis, mas inviabiliza
gravidezes não desejadas que, de acordo com dados avançados pela Associação para o Planeamento das Família,
acabam por constituir um problema de
saúde pública. «Em Portugal, estima-se
que, anualmente, entre 20 000 e 40 000
mulheres recorrem ao aborto em consequência de uma gravidez indesejada.»
| Até 72 horas depois |
De entre os mais populares, conta-se as
pílulas contraceptivas de emergência
(PCE), mais conhecidas por “pílulas do
dia seguinte”. E se bem que este nome
lhe seja atribuído, porque são tanto mais
eficazes quanto mais cedo forem ingeridas – idealmente nas primeiras 24 horas
– , há muito que são eficazes quando
tomadas nas 72 horas que se seguem
às relações sexuais desprotegidas.
| Atenção! |
O recado repete-se: a PCE apenas deve
ser utilizada em caso de emergência. O
uso frequente não é de todo recomenda-
do em qualquer
documento que se
consulte a respeito,
porque diminui a eficácia contraceptiva.
E, se quisermos ir
mais além, poderia servir também de
sustento às teorias que dizem tratar-se
de um método que impele a comportamentos sexuais não responsáveis.
Importante também é saber onde obter a
pílula do dia seguinte e a quem recorrer.
Tem em conta que a contracepção de
emergência é disponibilizada de forma
gratuita nos centros de saúde, em horários normais de funcionamento, nas con-
sultas de planeamento familiar, ginecologia e obstetrícia dos hospitais, nos centros de atendimento de jovens com protocolo de articulação com o Serviço
Nacional de Saúde. Podes ainda ir a
uma farmácia depois de te aconselhares
com o teu médico ou correr para aí
directamente e explicar o sucedido, dado
que actualmente já não é preciso receita
médica para o efeito. Tens direito a ser
ouvida e a aconselhamento profissional.
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10 |
16 OUTUBRO 2006
[ zoom ]
Programa MIT – Portugal
Ciência reforçada, ensino superior
nem tanto
O choque tecnológico de José
Sócrates não era uma hipérbole. Numa altura em que o
Orçamento de Estado para 2007
declara guerra à despesa pública, o investimento na Ciência
aumenta 64 por cento. Aposta
fortalecida na passada semana
pelo acordo assinado entre
Portugal e o MIT (Massachusetts Institute of Technology),
detentor de 61 prémios Nobel.
| POR LINA MANSO |
| [email protected] |
| FOTOS | MÓNICA MOITAS |
O acordo de Portugal com o MIT envolve sete universidades portuguesas (em cima, alguns dos reitores)
Em finais de Março o primeiro-ministro
anunciava «a medida do nosso atraso»
em matéria de tecnologia e ciência (ver
caixa). Perante as evidências, três
novas parcerias internacionais emergiam. Além das também já anunciadas
colaborações com a Universidade do
Texas em Austin – na área dos conteúdos digitais e multimédia – e a Universidade de Carnegie Mellon – no campo
Os números do atraso
científico e tecnológico
em Portugal*
• Investimento total em
investigação e desenvolvimento é
de 0,79% do PIB, quando a média
europeia está já nos 1,9%;
• O número de investigadores por
mil activos é de 3,5 quando na
União Europeia chega aos 5,5;
• Número de novos doutoramentos
em áreas científicas e tecnológicas
é pouco mais de metade da média
europeia.
*Segundo discurso oficial de José Sócrates,
proferido em finais de Março passado
das tecnologias de informação e comunicação – formalizou-se na passada
quarta-feira, em Lisboa (Centro Cultural
de Belém), o “Programa MIT– Portugal”,
centrado em dois grandes domínios: a
Engenharia, dividida em quatro áreas
temáticas, e a Gestão. Da tríade, é o
que recebe a maior fatia de investimento público (nacional e comunitário):
65,5 milhões de euros, 32,5 milhões
dos quais seguem para as instituições
de ensino superior e de investigação
nacionais.
| A prioridade das prioridades |
Enquanto na passada sexta-feira, em
sessão extraordinária de Conselho de
Ministros, é aprovado um Orçamento
de Estado (OE) para 2007 que coloca
a tónica na redução da despesa pública em percentagem do PIB – de lembrar que as políticas sociais e económicas deste Executivo tinham sido fortemente contestadas no dia anterior,
em manifestação pública na capital – a
área da Ciência é a única que sai beneficiada (reforço excepcional das dotações deverá estender-se aos OE de
2008 e 2009). Apesar de o Estado português «enfrentar um sério, difícil e exigente problema de consolidação orçamental», José Sócrates não abdica do
seu Plano Tecnológico. «É necessário
fazer mudanças profundas para responder às alterações globais» referiu,
no discurso que deu por encerrada a
cerimónia de lançamento oficial do Programa MIT – Portugal. E a «prioridade
das prioridades» nesse caminho para
Parceiros institucionais
Área da Engenharia (coordenada no
MIT pela Engineering Systems
Division):
1 - Engenharia de concepção e
sistemas avançados de produção
• Universidade do Minho (UM)
• Universidade do Porto (UP)
• Universidade Técnica de Lisboa (UTL)
• Um laboratório associado
2 - Sistemas de Energia
• Universidade de Lisboa • UP • UTL
• Vários laboratórios associados
3 - Sistemas de transportes
• Universidade de Coimbra • UP • UTL
• (Único) Laboratório estatal: Laboratório
Nacional de Engenharia Civil
4 - Sistemas de bioengenharia
• UM • Universidade Nova de Lisboa
(UNL) • UP • UTL • Vários laboratórios
associados
Área da Gestão (coordenada no MIT
pela Sloan School of Management):
• implica o planeamento de um programa
internacional de MBA, a liderar em
Portugal pela UNL e a Universidade
Católica Portuguesa
16 OUTUBRO 2006
| 11
[ zoom ]
Entrevista a Phil Clay,
chanceler do MIT
o desenvolvimento «é a aposta no
conhecimento e na inovação».
| Agora está nas vossas mãos |
Pretendendo que este acordo [assinado
entre a Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT) e MIT, por um lado, a FCT
e as instituições nacionais, por outro],
«seja o início de um movimento de reforma na universidade e na comunidade
científica (que responda às novas exigências da comunidade, economia e
conhecimento globais)», o primeiro-ministro frisou que a partir de agora está
tudo nas suas mãos.
Mais especificamente, nas
mãos de centros de investigação, docentes, investigadores e alunos das sete
universidades portuguesas,
além das empresas, laboratórios associados e de
Estado também abrangidos.
O Governo remete o processo de selecção dos parceiros para o MIT, demarcando-se da sugestão de
alguma falta de transparência formulada por José
Lopes da Silva, presidente
do Conselho de Reitores das Universidades Portuguesas e da Universidade
Técnica de Lisboa (uma das sete
escolhidas). «Na hora da verdade,
muitos não ficam contentes com a avaliação. Mas quem não é considerado
suficientemente bom para entrar deve
aprender com isso e tornar-se
melhor», alegou Mariano Gago, ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino
Superior, em declarações à margem
da sessão oficial.
| A lacuna e a não lacuna |
Entretanto, questionado pelo MU quanto à possibilidade de este acordo aumentar o fosso entre as universidades seleccionadas e as restantes, Mariano Gago
desvaloriza a questão e adianta que não
se deve misturar a dotação excepcional
Phil Clay, chanceler do MIT (à
esquerda); José Sócrates (no meio) e
Mariano Gago, ministro da Ciência,
Tecnologia e Ensino Superior (à direita),
na primeira linha do lançamento oficial
do “Programa MIT - Portugal”, no CCB,
em Lisboa
| Pouca margem de manobra |
para a Ciência com o OE afecto ao Ensino Superior em 2007. Acrescenta que os
cortes necessários neste último (na
ordem dos 7 por cento) atingem todo o
ensino universitário público e não podem
ser colmatados através das verbas
implícitas ao acordo de cooperação com
o MIT. Segundo Manuel Gomes Mota,
vice-reitor da Universidade do Minho –
outro dos estabelecimentos abrangidos
que coordenará em Portugal duas das
quatro áreas temáticas no âmbito da
Engenharia – «a lacuna no OE para o
sector não tem nada a ver com a não
lacuna neste protocolo com o MIT». Até
porque «dois terços do investimento que
fica nas universidades é para os bolseiros e formandos enquanto o resto se
destina aos gastos dentro dos laboratórios a fazer os seus doutoramentos».
Leopoldo Guimarães, reitor da Universidade Nova de Lisboa, admite
que, face ao cenário actual, há que
enveredar por uma «gestão de sobrevivência». Adianta que «como a Ciência tem mais dinheiro», se está a tentar que os docentes a trabalhar simultaneamente no Ensino Superior e na
investigação sejam pagos através
desta. «Já que a servem, que sejam
remunerados por ela», disse.
Acrescentou ainda que face à «pouca
capacidade de manobra» das instituições de ensino superior público, há
que «apostar na agregação a projectos de investigação» (caso das colaborações com o MIT e as Universidades Carnegie Mellon e do Texas em
Austin). Contudo, «a maior parte dos
estabelecimentos, para pagar aos professores, tem de recorrer às propinas». Esse «é um facto».
Moldes gerais da cooperação
Engenharia
• Para cada área temática um programa anual
de formação avançada (tipo “Professional
Master”), outro de doutoramento e ainda um de
investigação: ao fim de cinco anos, deverá haver
320 diplomas de especialização (Professional
Master) e 35 alunos de doutoramento por ano
• 14 contratos anuais de professor/ investigador
para as instituições portuguesas e 18 bolsas
anuais de pós-doutoramento nos
estabelecimentos nacionais
• MIT pode receber por ano 33 alunos e 15
professores portugueses (no máximo)
Gestão
- Programa de MBA de âmbito internacional
- Programa de seminários de doutoramento
| À comitiva de jornalistas |
Porque é que entre várias parcerias internacionais já estabelecidas, o MIT escolheu desta vez Portugal?
Antes de mais, fizemos a nossa
selecção baseados nos colegas e
amigos portugueses que já conhecíamos do MIT. Além da qualidade reconhecida no seu trabalho, consideramos existir aqui um conjunto de
matérias interessantes sobre as
quais nos poderíamos debruçar [um
membro da direcção do MIT referiu, a
título de exemplo, a exploração portuguesa da energia eólica]. Paralelamente, o próprio compromisso assumido pelo Governo, o encorajamento
dado pelo primeiro-ministro foi tido
em conta.
| Ao MU |
Há alguns meses, no contexto das
negociações com o MIT, a Universidade Nova de Lisboa ofereceu
20 hectares, no Monte da Caparica,
para a instalação de um pólo de
investigação e formação de pós-graduados. O reitor adiantou-nos
que o acordo «derivou para outra
modalidade». É possível vir a existir uma estrutura física do MIT em
Portugal?
Posso garantir-lhe que isso não vai
acontecer. Temos um único campus
em Massachusetts e não pensamos
implementar-nos também aqui. As
relações com os nossos parceiros
internacionais não implicam a construção de estruturas físicas nesses
países.
Este é um acordo «inicial» de cinco anos. O MIT admite a possibilidade de uma renovação?
Não está nos nossos planos. Assim
como existia vida antes do protocolo
com o MIT, haverá vida depois dele.
16 OUTUBRO 2006
[ acontece ]
AMIGOS DE CABECEIRA
O viajante incansável
Gonçalo Cadilhe continua a residir
onde nasceu – Figueira da Foz – mas
é um verdadeiro “cidadão do mundo”.
Depois de se ter licenciado em Gestão de Empresas e experimentado um
trabalho das nove às cinco, resolveu
deixar tudo e começar a viajar. A Lua
Pode Esperar é um dos frutos dessa
escolha. Segundo a informação veiculada pela sua editora, trata-se de um
relato das suas peripécias «pela Patagónia abaixo, pela Indonésia acima,
pelas ilhas do Pacífico e do Índico, pelos
mares da Tasmânia ou das Caraíbas,
pelas cidades dos Andes, da Europa e
de África». Depois da obra Planisfério
Pessoal (editada em 2005), o actual
colaborador do semanário Expresso –
e antigo jornalista independente da
Grande Reportagem – leva-nos consigo aos quatro cantos do mundo.
Já lhe terão dito que só lhe faltava ir à
Lua. Mas não tem ambições megalómanas. «À Lua para quê? Tudo o que
me interessa está aqui, na Terra», costuma responder. Um livro que poderá
despertar
invejas. Ou um
bom escape
para quem, por
enquanto, só
pode viajar em
pensamento.
A SABER:
Peça no Teatro Garcia de Resende
Um inimigo do povo
“à solta” em Évora
Consideraram-na
uma «obra-prima
sobre as contradições
humanas».
Um Inimigo do Povo,
de Henrik Ibsen,
estreou-se em 1883
causando polémica
e muito escândalo.
Para ver no Teatro
Garcia de Resende,
em Évora, até 4 de
Novembro
| POR LINA MANSO |
[email protected] |
De acordo com o comunicado
de imprensa daquela casa de
espectáculos, o encenador António Mercado escolheu um dos
textos mais conhecidos da obra do
dramaturgo norueguês para assinalar
o centenário da sua morte.
Um Inimigo do Povo podia ser o retrato da hipocrisia da sociedade contemporânea. A história parte da denúncia
de um médico. Ao aperceber-se que
a água das termas da pequena cidade norueguesa onde exerce a sua
actividade está poluída, faz o alerta
público. Primeiramente louvado pelos
Título: A Lua Pode Esperar
Autor: Gonçalo Cadilhe
Editora: Oficina do Livro
Preço: 18 euros
habitantes, acaba por se tornar um
elemento indesejável. Afinal, a sua
revelação põe em risco muitos interesses económicos. De um lado da
barricada, um «indivíduo honesto,
que se considera dotado da verdade», do outro uma «comunidade mesquinha e cega para com as evidências».
Ainda no âmbito da celebração da
efeméride, o Centro Dramático de
Évora (Cendrev), dedica um número
especial da sua revista – Adágio – à
vida e obra de Ibsen. Isto porque,
segundo o encenador, a data da sua
morte não foi condignamente assinalada pela maioria dos agentes culturais.
De referir que o elenco conta com uma
participação especial de Mário Barradas, ao qual será feita uma homenagem no último dia de exibição da peça
(4 de Novembro).
Arrumações
Ganha!!
O MU OFERECE DOIS
BILHETES duplos para a peça
de teatro Diálogo das Compensadas, de João Aguiar, no Castelo
de São Jorge, em Lisboa, dia 19
de Outubro, às 21h18.
Envia a frase: Eu quero ir ao teatro para [email protected], até às 13h de dia 18,
indicando do teu nome e BI. Os
vencedores serão notificados por
e-mail e a listagem publicada em
http://mundouniversitario.blogspot.pt.
Ganha!!
O MU tem 2 convites duplos para
a peça Um Inimigo do Povo, dia 20
de Outubro, no Teatro Garcia de
Resende, em Évora, às 21h30.
Para ganhares responde à seguinte
pergunta:
QUEM É O ENCENADOR DESTA
PEÇA?
Envia a resposta com o teu nome e
BI para [email protected], até às 13 horas do dia 20
de Outubro. Os vencedores serão
notificados por e-mail e a listagem
publicada em http://mundouniversitário.blogspot.pt.
12 |
no Gil Vicente em Coimbra
Parte desenho, parte instalação, o trabalho
de Filipa Vicente
(licenciada em Artes
Plásticas pela Escola
Superior de Artes e
Design), consiste numa
«espécie de casulos
como protecções/arrumações que, de forma aparentemente neutra, existem
enquanto sugestão ao
espectador». Segundo
informação do Teatro Académico Gil Vicente, em Coimbra, onde a exposição se
encontra até 30 de Outubro –
durante toda a semana, pela
noite dentro, excepto sábados e
domingos de manhã – a autora não pretende do visitante uma contemplação passiva. Arrumações
estimula «o desejo de mexer, de abrir, de usar,
de “atravessar” as camadas de tecido, de chegar a algum “lugar” existente na peça».
16 OUTUBRO 2006
| 13
[ acontece ]
| Filme |
A Caravana Não Pode Parar
Loto
PEDRO MINEIRO
Ao segundo disco, o trio de
Alcobaça tenta a afirmação
definitiva num meio musical
cada vez mais à procura do
descartável. Apesar de terem
a noção que a festa um dia
há-de acabar, o espírito de
celebração está bem aceso
em Beat Riot.
| POR DIOGO TORGAL FERREIRA |
| [email protected] |
Neste Beat Riot sentiram a responsabilidade do difícil 2.º álbum ou isso
não passa um cliché do rock/pop?
Ricardo Coelho: Essa pressão do
segundo disco existe sempre ao nível
de saber se tu consegues manter a bitola do primeiro disco. De qualquer maneira, só era possível fazer este disco nesta
altura...
A vossa missão é, em última análise,
encontrar a canção pop perfeita?
João Tiago: Pode-se dizer que sim.
Prestamos muita atenção aos pormenores.
RC: Enquanto ideia, enquanto conceito, também concordo. De qualquer
maneira, seria muito chato fazer um
disco preso só a essas bases. É por isso
que temos influências funk, electro,
rock, música de dança...
Fiquei com a ideia de que este disco
continua a celebração do “The Club”,
mas já se faz o anúncio de um inevitável fim de festa. Concordam?
Palais Royal!
– Dondoca à força
JT: O que se pode dizer, e de alguma
maneira está relacionado com o que
dizes, é que talvez o local de festa
mudou de sítio. Depois do clube fechado e claustrofóbico, a acção tenha passado para um espaço muito mais aberto, como as ruas.
RC: Eu acho que isso faz muito sentido.
Talvez tenhamos passado a fase daquela movida constante dos tempos de
faculdade, para uma fase mais pessoal
com um regresso às nossas raízes em
Alcobaça e tudo mais. É hora de enfrentar o mundo como ele é.
Como surgiu a colaboração com
Peter Hook? Intimidou-vos trabalhar
com um ícone como ele?
RC: Claro que assustou.... o homem é
um mito!
Pedrosa: Conhecemo-lo no SuperBock SuperRock do ano passado,
quando os New Order vieram cá tocar,
e a partir daí fomos mantendo o contacto possível via net. Já com o álbum
quase pronto, nós demos-lhe a ouvir e
ele adorou as malhas de baixo do disco.
Para nossa surpresa, ele decidiu que
queria participar no disco.
Em relação ao termo MadBaça,
acham que a expressão faz algum
sentido?
JT: (Risos) Isso começou como uma
piada de um jornalista que uma vez decidiu chamar assim ao movimento de
bandas de Alcobaça. A coisa surgiu um
pouco do facto de nós, os The Gift, e os
próprios Spartak! termos muitas influências da cena musical de Manchester/Madchester dos anos 80 e princípios
de 90. Depois a expressão parece que
ficou mesmo...
RC: Eu acho que até soa bem (Risos)...
e não se prende só a bandas. Também
está relacionado com o Clinic em Alcobaça que também já é um espaço de
referência, com fotógrafos, realizadores de vídeo, etc. Acabou-se por criar
um movimento artístico intimamente
ligado a Alcobaça, que ficou com esse
nome.
Qualquer semelhança... não é mera coincidência. Palais Royal! – Dondoca à Força, da
autoria da actriz/realizadora/argumentista
francesa, é uma apurada sátira com uma vítima bem definida, mas jamais admitida: a monarquia inglesa e o seu passado recente.
Com o inevitável cinismo francês, Lemercier
constrói um filme humoristicamente implacável e que muitas vezes chega a ser verdadeiramente hilariante. Com uma realizadora da
França republicana a debruçar-se sobre a casa real britânica o resultado só poderia ser
mesmo este. Bem dito choque de culturas.
(Apenas como nota, é inevitável fazer referência ao patético título desencantado pelo tradutor nacional. Inconcebível.)
| Ficha técnica |
Realização/Argumento: Valérie Lemercier.
Elenco: Valérie Lemercier, Lambert Wilson,
Catherine Deneuve.
Nota MU: 14 valores!
| Disco |
Ganha!
Passatempo MAU
Ganha!
Passatempo Bonde do Role
Valete
Serviço
Público
Envia a resposta com o
teu nome e BI para [email protected], até às 13 horas
do dia 21 de Outubro. Os
vencedores serão notificados por e-mail e a listagem
publicada em http://mundouniversitário.blogspot.pt.
Para mais informações,
consulta: http://www.mundouniversitario.pt.
QUANTOS
ELEMENTOS
COMPÕEM OS BONDE
DO ROLE?
O MU tem 4 convites
duplos para BONDE DO
ROLE, dia 21 de Outubro,
no Clube Mercado, às
23h. Para ganhares
responde à seguinte
pergunta:
Envia a resposta com o teu
nome e BI para [email protected],
até às 13 horas do dia 18
de Outubro. Os vencedores
serão notificados por e-mail
e a listagem publicada em
http://mundouniversitário.blo
gspot.pt. Para mais informações, consulta: http:
//www.mundouniversitario.pt
QUAL O NOME DO ÁLBUM
DE ESTREIA DOS MAU?
O MU tem 4 convites
duplos para MAU, dia 18
de Outubro, no Clube Mercado, às 23h. Para ganhares responde à seguinte
pergunta:
14 valores!
Ora aqui está um disco
que não pede licença a
ninguém seja para o
que for. Em Serviço Público, segundo álbum
de originais de Valete (de longe um dos melhores MC portugueses), em nenhum momento
há espaço para cerimónias, salamaleques,
diplomacias ou qualquer tipo de protocolo.
Exclusão social, a vida nos guetos, a epidemia
do HIV/Sida, a indústria do hip-hop de plástico
são alguns dos temas na mira de um MC que
utiliza uma linguagem dura e que recusa qualquer tipo de palmadinhas nas costas. Cada
rima funciona como um tabefe e nada nem
ninguém sai ileso. Não é uma obra-prima, mas
muitos desejariam poder chegar a este nível.
14 |
16 OUTUBRO 2006
[ lifestyle ]
É tempo de virar a página
MODA. Há quem diga que a vida é como um livro, que se escreve
à medida que os anos vão passando. Também a moda tem a sua
própria linguagem, histórias, e memórias. A rotatividade das estações obriga-nos a olhar em frente e a deixar no fundo do armário
aquela camisola que vestimos naquele momento tão feliz. Na vida
como na moda há que saber virar a página, e por isso o MU traz-te as mais recentes tendências para que enfrentes a estação fria.
|
POR
MANUEL ARNAUT MARTINS |
[email protected]
|
FOTOS
RUI VASCO MODALISBOA |
Efeito Casulo
Este Inverno, os
designers vieram mostrar a sua irreverência, apostando em novos formatos. Este
novo traço é arredondado e volumoso. Há
quem lhe chama look bolha, sino, ou casulo. Estes novos volumes aplicam-se a saias
de efeito balão, vestidos ou casacos. Nuno
Baltazar desenhou elegantes saias, que
não contrastaram e se integraram perfeitamente na filosofia habitual de glamour cinematográfico das suas silhuetas. Katy Xiomara foi outra adepta desta tendência
criando vestidos curtos, extremamente
femininos e joviais, adjectivos correntemente utilizados para caracterizar os desfiles da estilista.
Metalizados O look rei dos anos 80 volta às passerelles. Quem não se lembra dos minúsculos hot pants de
inspiração disco de Kylie Minogue? A moda portuguesa pode
não ter sido tão arrojada, mas também abraçou a tendência.
Miguel Vieira apostou em collants de aparência metálica dourada para polvilhar de brilho e enriquecer as suas criações.
Aleksandar Protich recorreu ao cinzento metálico para trazer
frieza invernosa ao seu desfile. Em vestidos, acessórios, ou
meros pormenores, o metal pode ser encontrado nas mais
diversas formas, trazendo doses extra de luminosidade. O
resultado é extremamente vistoso, apenas recomendado a
quem não tem problemas em brilhar.
O regresso
do gentleman
“Chapéus há muitos” Muitas vezes a moda de homem é
criticada por algum “cinzentismo”. Algumas vozes menos contentes queixam-se de uma falta de oferta e de opções criativas que permitam fugir aos estereótipos da moda masculina. Este Outono/Inverno, os chapéus podem ser o elemento que animará o guarda-fatos masculino. A velha deixa “chapéus há muitos” aplica-se na perfeição porque este Inverno as opções são realmente inúmeras. Desde um look mais clássico, quase gangster, passando por gorros de
inspiração folclórica, dá para tudo. São o complemento ideal para finalizar qualquer toilette.
A moda tem destas coisas. Por vezes mais
experimental e arrojada, outras vezes
apostando de novo em fórmulas vencedoras no passado. Este Outono/Inverno
alguns criadores foram recuperar o modelo do homem clássico dando-lhe uma pitada de modernidade. Visuais clean, cheios
de classe e sex appeal na medida certa. O
fato foi ajustado ao corpo: blazers cintados
e calças justas, afuniladas e curtas que deixam a descoberto os sapatos que tendem
a ser compridos e bicudos. As gravatas
finas de nó fechado compõem o look. Em
alternativa ao fato completo há sempre a
possibilidade de optar por elegantes camisolas de gola alta ou pulôveres, como sugere Nuno Baltazar.
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16 |
16 OUTUBRO 2006
[ salada russa ]
| Blogosfera |
No Mundo
dos Porquês
A solidão do
Monge
Em Itália, um estudo efectuado concluiu que 1 em cada 3
deputados do Parlamento italiano consome habitualmente
drogas, entre haxixe e cocaína.
A Nova Confraria propõe que se realize idêntico estudo
em Portugal, a que deverão ser sujeitos os nossos Ilustres parlamentares.
Talvez o resultado não viesse a ser muito diferente... Pelo
menos, a avaliar pelo teor de determinadas leis que são
aprovadas.
| Cantinho dos Media |
«Em hebraico, Dabar significa palavra, acontecimento, notícia e coisa»,
explicou Patrício Oliveira, da direcção da Associação de Estudantes
do Instituto Superior de Estudos
Teológicos de Coimbra (estabelecimento de Ensino Superior filiado na
Universidade Católica Portuguesa).
Referia-se ao título da publicação
que coordena desde o início do ano
lectivo.
| POR LINA MANSO |
| [email protected] |
Rasputine in
http://anovaconfraria.blogspot.com
Terça-feira, Outubro 10, 2006
A RTP corrigiu o lapso. Já incluiu o nome de Oliveira Salazar na lista de sugestões para Os Grandes Portugueses.
A propósito do aniversário da morte de Thelonious Monk,
a entrevista de Bill Clinton em 1992 com uma jornalista:
Jornalista: Is there one thing you've always wanted to do?
Clinton: I always wanted to play sax with Thelonious
Monk.
Jornalista: (clearly confused) And who is the loneliest
monk?
FJV in
http://www.origemdasespecies.blogspot.com
Terça-feira, Outubro 10, 2006
DC in
www.acooperativa.blogspot.com
Quarta-feira, Outubro 11, 2006
Lapso
| Passatempos |
Sudoku
Ano de estreia?
Tem tantos anos quanto a associação
de estudantes, ou seja, 15 [completados na semana passada].
Periodicidade?
Anual. Por razões financeiras não se
tem publicado ininterruptamente desde
que arrancou. Mas este ano lectivo vai
sair, em princípio no começo de 2007.
Preço?
A subscrição anual é de 5 euros
(entregamo-los via postal).
Palavras cruzadas
Tiragem?
Em 2004/05 foram 200 exemplares
(no ano lectivo passado não saiu).
Equipa?
Na paginação e revisão de textos
somos quatro/cinco pessoas. Quanto
aos conteúdos, são produzidos pelos
alunos do instituto (somos 27, distribuídos por seis anos).
HORIZONTAIS: 1 - Arvoredos. Terceiro estômago dos ruminantes. 2 - Namorada. Gemidos. Maior. 3 - Unidade monetária dos Estados Unidos da América
do Norte. Substância pastosa que serve como cosmético. 4 - Fixai por meio de
cravo ou prego. 5 – Curso de água natural. Sirigaita (pop.). 7 – O m. q. lentilhas. Observar. 8 - Molestara. 9 - Ganem. Projéctil de arma de fogo (pl.). 10 Declama. Elemento de formação de palavras que exprime a ideia de boca.
Que não tem medula ou miolo. 11 - Estampilhar. Tonturas.
Riga. Rá. 9 - Ame. Valor. 10 - Som. Toe. Aca. 11 - Orega.
4 - Ar. Pele. 5 - Saras. Temor. 6 - Vetas. 7 - Óscar. Sábio. 8 VERTICAIS: 1 - Medir. Galos. 2 - Aló. Iva. Are. 3 - Talco. Tal.
Oiras.
8 - Lesara. 9 - Latem. Balas. 10 - Ora. Ori. Oco. 11 - Selar.
Dólar. Creme. 4 - Cravai. 5 - Rio. Sergeta. 7 - Gametas. Ver.
HORIZONTAIS: 1 - Matas. Omaso. 2 - Ela. Ais. Mor. 3 -
PALAVRAS CRUZADAS
Rasos.
SUDOKU
Soluções
VERTICAIS: 1 - Determinar ou avaliar a grandeza, extensão ou quantidade
de. Género de aves galináceas (pl.). 2 - Para barlavento. Nome de uma planta
labiada, vivaz com base lenhosa. Unidade das medias agrárias. 3 - Pó resultante da pulverização do silicato de magnésio hidratado, usado como medicamento e na higiene corporal sobre a pele. Semelhante. 4 - Atmosfera. Epiderme. 5 – Curas. Receio. 6 - Impedes. 7 - Nome próprio masculino. Filósofo. 8 Linho proveniente de Riga, cidade capital da Letónia. Deus egípcio. 9 - Deseje. Mérito. 10 - Emissão de voz. Soe. Mau cheiro. 11 - Raia que aparece na
costa portuguesa e é também conhecida por nevoeira. Lisos.
Linha editorial?
O grande objectivo do jornal é fazer a
divulgação das actividades dos estudantes. Sobretudo dos seminários e
das conferências da semana de estudos do ano lectivo anterior. Também
podemos publicar outros trabalhos
como recensões sobre livros de leitura
obrigatória.
Cavalos-de-batalha?
Os assuntos do Dabar andam sempre
na linha da Teologia e do que é leccionado nas nossas aulas. A Era do
Vazio, O Sagrado e o Profano ou O
Budismo e o Homo Religiosus são
temas de algumas conferências cujos
trabalhos respectivos foram publicados
na última edição.
16 OUTUBRO 2006
| 17
[ 5.ª dimensão ]
[ JOGOS ]
Manda-chuva!
PS2 | ACE COMBAT ZERO: The Belkan War
A se s Virtuais
Virtu ais
Ases
Não traz nada de radicalmente
novo, mas nem por isso deixa
de servir na perfeição uma série a que nenhum fã dos combates pelos ares deveria ficar
indiferente.
| POR MIGUEL ARAGÃO |
| [email protected] |
Em equipa que ganha não se mexe. A
frase costuma aplicar-se à bola, mas
também se encaixa aqui na perfeição.
Depois de, no ano passado, ter lançado
Ace Combat 5, a Namco recua agora
no tempo e apresenta os acontecimentos que antecederam o seu predecessor, com Ace Combat 0.
Diga-se que estamos diante de uma
mistura entre os preciosismos da simulação e a acção desenfreada das arcadas. O resultado, como aliás é apanágio
da série, é um rápido, envolvente e intuitivo jogo, que apesar de não introduzir grandes novidades, não deixa de
servir uma boa dose do mais puro dos
entretenimentos.
| Novidades |
Uma das principais novidades incluídas
no pacote é a opção multiplayer que
nos permite não só mergulhar em intensos combates mano-a-mano (os famosos dogfights), como abraçar a mesma
causa e partir em intensos raides contra
instalações inimigas.
Ainda que só para dois jogadores e em
ecrã dividido, ninguém vai ficar indiferente a estes trabalhos de equipa, apenas porque é do mais divertido que há
no género. Muitas vezes, durante as
missões, demoramos cerca de meia hora a cumprir os objectivos estabelecidos
e uns dez minutos só para nos vermos
livres destas carraças dos ares.
Esta novidade tem aspectos muito positivos, mas alguns mais negativos.
Imaginem-se a completar uma complicadíssima missão para depois, quando
já nada o faria prever, aparecer uma
destas melgas e vos arruinar todo o
trabalho.
| Missão Nyuma |
Apesar de não haver muito que se pos-
sa fazer com um avião nas mãos, além
de destruir forças inimigas ou proteger
bases aliadas, a Namco aposta nos
pormenores para que a acção assuma
contornos cada vez mais credíveis.
Nyuma é uma missão em que somos
chamados a libertar um país aliado das
garras do inimigo. Depois de bombardearmos com sucesso as posições adversárias, é possível ouvirmos, através
do rádio, no cockpit, os festejos no solo
do recém-liberto povo.
Pormenores que fazem toda a diferença e que nos mergulham com muito
mais intensidade na acção. Em termos
gráficos, não esperem nada de muito
diferente do que a Namco já nos habituou, esperem antes pela PS3 se quiserem ver algo de verdadeiramente revolucionário.
Contem, isso sim, com algumas boas
horas do melhor que há na aviação virtual, em mais um capítulo de uma série
que promete continuar a fazer as alegrias dos fãs de Top Gun.
Nota MU: 16 valores!
Para quem gosta de brilhar, até à chuva.
Estes revolucionários guarda-chuvas
prometem sucesso principalmente nocturno e são também uma mais-valia em
termos de segurança. Um pequeno
interruptor permite controlar as várias
intensidades da coisa… Tudo a bombar? Modo pisca-pisca? Ou apagaditas?
Com apenas três pilhas AAA, esta
pequena maravilha promete iluminar os
Invernos de quem ainda tem paciência
para andar com guarda-chuva! Até parece que já estamos aí a ver as meninas a
pedirem ao São Pedro para mandar
chuva, só para estrearem o seu chapelito novo.
www.iwantoneofthose.com
Fonte
gulosa
Ai está o que é! Agora já não é preciso
ser VIP e ter convite para uma qualquer
inauguração da moda para se poderem
deliciar com uma fonte de chocolate.
Vale tudo. Desde fruta a marisco… é o
que quiserem ver encharcado em chocolate numa questão de segundos.
Bolos, queijos, carnes, peixes, tudo…
tudo com chocolate… Com pouco mais
de 40 cm de altura e 23 de largo, a
Chocolat Fountain é a prenda ideal
para qualquer guloso sempre em festa.
E o resto é chocolate. Eu já encomendei uma para pôr na varanda!
www.iwantoneofthose.com
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18 |
16 OUTUBRO 2006
[ bar aberto ]
Mega boas vindas
O começo de aulas já vai longe, mas as festas consecutivas não parecem
satisfazer os apetites vorazes dos novos rebentos académicos. Nos dias
11 e 12 de Outubro, a mãe de todas as recepções aos caloiros – a já famosa
Mega Festa do Caloiro – invadiu a zona ribeirinha da área norte do
Parque das Nações, trazendo consigo a Chuva de Tunas, o Palco MegaFM e
a Final da Miss e Mr. Caloiro. As mais de 35 barraquinhas das Associações
de Estudantes encarregaram-se de animar o serão pela noite dentro.
| POR MARIANA SERUYA CABRAL | [email protected] |
Se queres ver a festa da tua faculdade ou politécnico catapultada para a fama, arma-te em paparazzi e envia as fotos para [email protected]. Nós publicamos!
16 OUTUBRO 2006
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[ bd ]
Espaço coordenado por Geraldes Lino, http://divulgandobd.blogspot.com
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25 MAIO 2004
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