20.
Fazer
com as mãos, um jeito
de estar no mundo
Unimed
Segurança com o Cartão da Gestante
Sociedade
Pequenas lições para a boa convivência
Mesa
Um cardápio em favor da vida dos animais
12
Turismo
Destinos para o encontro com a fé
24
44
18
Estilo
O fazer artesanal por um
mundo melhor
Lazer
Ciência e lazer lado a lado
42
Em Sociedade
Lições simples para o convívio
08
Cultura
Mestres em fazer rir
48
Unimed
Parto seguro com mais
informação
50
Unimed
Mudança do Atendimento ao
Cliente para a nova sede.
26
Esporte
36
Pet
Cuidar do seu “velhinho” de estimação
Correr para o bem do
corpo e da alma
34
Seu Corpo
Vacinar para prevenir doenças infecciosas
38
Sua Mesa
Pratos veganos por amor aos animais
30
Meio Ambiente
A construção no compasso da preservação
Pequenas lições como dizer obrigado, por favor, dá licença,
respeitar os mais velhos, são muito importantes para o bom
convívio em sociedade. Será que damos o devido valor a elas
na educação dos nossos filhos, atualmente? A educadora Lia
Rosenberg, de São Paulo, fala sobre o tema na coluna Viva Bem
em Sociedade.
Na coluna Viva Bem com Pets, o médico veterinário Ricardo
Barros, de Londrina, dá algumas orientações importantes para
o bem-estar dos animais idosos. Na coluna Viva Bem com Meio
Ambiente você vai encontrar dicas sobre materiais e técnicas
que tornam reformas e construção de casas mais sustentáveis,
minimizando o impacto ambiental.
Eles são os mestres do riso. Dedicam suas vidas para tirar
gargalhadas de crianças e adultos. Na coluna Viva Bem com
Cultura você saber um pouco sobre como alguém se torna um
palhaço, como é sua formação. Você quer unir viagem com fé?
Então veja na coluna Viva Bem com Turismo alguns destinos
religiosos como a Terra Santa e o Caminho de Santiago de
Compostela.
Eles são loucos por corrida de rua e contam como transformaram
esta atividade em uma forma de cuidar da saúde física e corporal,
e da estética, também. Na coluna Viva Bem com Esporte, você
vai conhecer estas histórias e saber um pouco mais sobre os
benefícios de correr.
Nesta busca por qualidade de vida, um olhar que talvez ainda
não esteja muito apurado é para a prevenção de algumas
doenças infecciosas. Na coluna Viva Bem com seu Corpo, o
médico infectologista Joaquim Guimarães, de Londrina, lembra
algumas delas: meningite meningocócica, hepatite e herpes
zoster. E alerta: o simples ato de tomar vacina pode evitá-las.
O nascimento de um filho é um dos momentos mais sensíveis
da vida da mulher. Para que esta experiência seja tranquila é
preciso alguns cuidados durante toda a gestação. Um deles, que
deve ser tomado desde a primeira consulta médica do pré-natal,
é manter sempre atualizado o Cartão da Gestante. Saiba mais na
coluna Viva Bem com a Unimed. Esta edição traz estes temas e
muitos outros.
Boa Leitura!
4 . Revista VivaBem
www.colegiosmaristas.com.br/londrina
Nada mais atual do
que fazer 60 anos em
ótima forma.
Nos seus 60 anos de vida, o Colégio Marista de Londrina ajudou a
escrever um capítulo na história da cidade. E isto só foi possível graças
a uma proposta pedagógica de formação integral com base em valores
humanos, éticos e solidários.
Sem nunca perder de vista o foco nos sujeitos do processo educativo
– professor e aluno – busca desenvolver em seus educandos o ser
Pesquisador, Comunicador e Solidário. Para tanto, conta como aliados
com uma estrutura física privilegiada, recursos tecnológicos de ponta
e, principalmente, com investimento formativo permanente para os seus
colaboradores.
AG E N D E UM A V IS ITA
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Da Educação Infantil ao Ensino Médio, diversos projetos educacionais,
pastorais, esportivos e artísticos acolhem os alunos, promovem seu
desenvolvimento crítico e os preparam para grandes desafios como o
Enem, os Vestibulares e outras provas da vida.
ATUAL DESDE SEMPRE. MARISTA.
Colégios Maristas.
Preparação para todas as provas da vida.
CONSELHO EDITORIAL:
Wilson Liuti Costa Jr., Dayane Santana, Rose Pontes, Rosana Modelli, Carolina Guadanhin, Fabianne Piojetti,
José Vitor Hidalgo, Lorraine More, Felipe Teixeira Q. de Oliveira e Weber Guimarães.
COORDENAÇÃO EDITORIAL:
Carolina Guadanhin
EDIÇÃO:
Felipe Teixeira Q. de Oliveira
TEXTOS:
Grão Assessoria
PROJETO GRÁFICO E DIAGRAMAÇÃO:
Egg Comunicação Criativa
FOTOGRAFIAS:
Rafael Bastos, Elizeo Garcia Junior e Daniela Toviansky
TIRAGEM:
7.500 exemplares (Circulação dirigida)
IMPRESSÃO:
Midiograf
ERRATA Edição nº 19
Na matéria Viva Bem em Rede, a
foto foi creditada incorretamente
na página 44. A legenda diz “A arquiteta Márcia Bounassar”, mas a
foto é da Assistente Social Maria
Fernanda Vetrone.
Participe da Viva Bem dando sugestões pelo e-mail
[email protected] ou ligue (43) 3375-6251.
DIRETORIA EXECUTIVA
DIRETOR PRESIDENTE:
Oziel Torresim de Oliveira
DIRETOR ADMINISTRATIVO-FINANCEIRO:
Edison Henrique Vannuchi
DIRETOR DE MERCADO:
Sérgio Humberto B. Parreira
DIRETOR DE PROVIMENTO DE SAÚDE:
Omar Genha Taha
DIRETOR DE RELACIONAMENTO COM COOPERADOS:
Álvaro Luiz de Oliveira
CONSELHO TÉCNICO:
Antonio Carlos Valezi, Celso Fernandes, Inês Paulucci Sanches,
Luzia Nobuko Ochiro, Rubens Martins Junior.
CONSELHO FISCAL:
Éderson Crippa, Mauricio Gaeta, Danilo Malucelli, Edgard Luiz Westphalen, Fabio Ferreira Lehmann e Adriana Martin Swenson.
SUPERINTENDENTES
Provimento de Saúde: Jorge Luiz Gonçalves
Mercado: Weber Guimarães
Administrativo Financeiro: Ricardo Pinelli
UNIMED DE LONDRINA
Cooperativa de Trabalho Médico | Avenida Ayrton Senna da Silva, 1.065 | Londrina, Paraná
www.unimedlondrina.com.br | Fale Conosco e Ouvidoria 0800 4006100.
Fl
Cultura
8 . Revista VivaBem
mestres
Como nascem os
mestres
Como nascem os
do
do
riso
PARA SER UM BOM PALHAÇO É PRECISO
DOM, ESTUDO, TÉCNICA, SENSIBILIDADE
E UM OLHAR SOBRE O SER HUMANO
CAPAZ DE POTENCIALIZAR
AS EMOÇÕES
Revista VivaBem . 9
Luiz Henrique Silva dá vida ao palhaço Arnica
10 . Revista VivaBem
Parece tudo uma grande brincadeira. E não deixa de
ser. Quem faz, garante que se diverte. Mas viver de
palhaçada exige estudo e técnica. E, claro, certa veia
para fazer rir. Alguns defendem que sem o dom a pessoa nunca chegará a ser um palhaço de verdade. Para
outros, com muita dedicação e força de vontade é possível aprender a arrancar gargalhadas, mesmo do público mais exigente. A Viva Bem conversou com Camila
Mara Cequinel, a palhaça Baratinha, da Cia TripCirco de
Curitiba, e com Luiz Henrique Silva, o palhaço Arnica,
do CLAC de Londrina, para falar sobre a arte de divertir
e também de se divertir, como diz a Palhaça Baratinha.
Há 20 anos, o pó de serra entrou na veia de Luiz Henrique. Esta expressão é utilizada para designar aqueles
que se apaixonam pela arte do circo e não conseguem
mais viver longe do picadeiro. Foi fazendo teatro que
Fernando Goes, criador do palhaço Coisa Fina, chamou
a atenção de Luiz para sua aptidão para a comédia. Começou uma dupla com ele e passou por várias parcerias
até chegar ao espaço CLAC Circo, do qual é fundador.
Para Luiz Henrique ser palhaço exige dom e sensibilidade extra para externar de forma potencializada as
emoções humanas. “É isso que o palhaço faz”, diz. Mas
também é preciso técnica, pesquisa, observação. Foi assim que ele construiu o Arnica. “Passei por alguns tipos
de palhaços: o de cetim, o de brechó. Só não passei
pelo de algodão. E fui descobrindo o figurino que virava o meu palhaço. O sapato que era para mim, a minha
maquiagem. Todo palhaço tem uma maleta com várias
coisas dentro, o Arnica tem a sua”, conta. O figurino é
fundamental na criação deste mestre em fazer rir. Tanto
que Luiz Henrique tem em sua casa um quarto só com
vestimentas do Arnica.
Ele é um palhaço de rua, o que tem algumas especificidades e contribuiu para a sua formação. “Isso te dá uma
‘tarimba’ muito grande. Você tem que estar 110% atento
a tudo. Tem a sirene que toca, o bêbado que quer participar. E você precisa incorporá-los na cena”, diz. Nesta
brincadeira, os palhaços tornam-se experts no improviso. A participação em festivais, a observação da atuação
de outros companheiros de fazer rir e se emocionar, a
pesquisa, a escola com grandes mestres, a aprendizagem de técnicas como perna de pau e malabarismo e
a verve para a comédia foram elementos essenciais na
trajetória de Luiz Henrique para chegar até Arnica.
Camila Cequinel, a Palhaça Baratinha, da Cia TripCirco
de Curitiba, acredita que alguns nascem com dom e
“PASSEI POR DIVERSOS
TIPOS DE PALHAÇO, ATÉ
CHEGAR AO ARNICA”
têm mais facilidade, mas ainda assim o estudo é
essencial para formar o artista. “Mas aquele que
não tem dom, mas tem muita força de vontade,
pode se dedicar e ser um bom palhaço.” Para esta
formação técnica, Camila diz que existem muitos
cursos com diferentes metodologias. “Cada um
tem um tempo especifico de duração e não tem
como dizer quantas horas-aula de curso são necessárias para a pessoa se tornar um bom palhaço.
Isso depende muito da pessoa, do que ela busca e
como ela assimila as informações”, diz.
Ela conta que não estudou muito técnicas de
palhaço ou comédia. “Fiz alguns cursos, mas foi
apresentando que aprendi. Sei que me falta muito, mas creio que a comédia é algo mais decorado com textos ou um roteiro e improvisação. Já
o clown, para mim, depende muito de a pessoa
acreditar nela mesma, de romper barreiras e de
sua capacidade de improvisação também.”
Em sua formação, Camila ainda treina as técnicas
circenses, como parada das mãos, acrobacias,
malabares e outras. Estas técnicas compõem as
apresentações, mas a simplicidade é o que mais
emociona o público. “Muitas vezes estamos apresentando números de alto risco e dificuldade, mas
é quando fazemos algo simples e engraçado que
os aplausos vêm.”
Para ela, o palhaço é o ser puro. “Hoje, com tanta
tecnologia, as pessoas estão ficando alienadas e
não olham o mundo fora dos seus celulares. Isso,
de certa forma, as afasta um pouco do humano
e do real. O palhaço é isso: um ser humano real,
sem barreiras emocionais impostas pela sociedade. Um ser sincero”, diz. “Mas, claro, isso não é
regra.”
Revista VivaBem . 11
Turismo
Destinos
para o encontro com a fé
12 . Revista VivaBem
VISITANTES CONTAM SUAS EXPERIÊNCIAS NA
TERRA SANTA E NO CAMINHO DE SANTIAGO
DE COMPOSTELA
Revista VivaBem . 13
Saint Jean Pied de Port - Roncesvalles
Lugares impregnados de história e mistério, com
uma aura mística, que levam muitas pessoas a um
encontro consigo e ao fortalecimento da fé. É o
que relatam aqueles que procuram destinos como
a Terra Santa e o Caminho de Santiago de Compostela. O empresário do ramo de turismo religioso Caco Braile e o fotógrafo Claudio Nonaca falam
sobre estas experiências.
O Caminho de Santiago de Compostela é um percurso medieval de peregrinação que existe há mais
de 11 séculos. São 830 quilômetros percorridos a
pé, de bicicleta ou a cavalo, atravessando a Espanha. Depois de passar por algumas turbulências
em sua vida, Cláudio Nonaca decidiu fazer o percurso a pé, foram 30 dias de uma caminhada de
reflexão e fé sobre sua vida.
As principais rotas que levam a Compostela são a de
Navarra ou Somport com ponto de partida em SaintJean-Pied-de-Port ou Roncesvalles, e a de Aragonesa,
considerada mais rústica. Os dois trajetos encontram-
14 . Revista VivaBem
Fotógrafo Claudio Nonaka fez o caminho de Compostela a pé.
“ALGUMAS LONGAS
HORAS CAMINHANDO
TOTALMENTE SOZINHO.
REFLETINDO SOBRE A
MINHA VIDA E TUDO O
QUE A ENVOLVE”.
Puente la Reina Estella
se na cidade espanhola de Puente La Reina, formando um só caminho até a cidade de Santiago.
A viagem é considerada intensa e misteriosa, passando por bosques, montes e campos espanhóis.
Cláudio partiu de Saint-Jean-Pied-de-Port e relata
as distintas paisagens com plantações de alcachofra, trigo, pêssego, uva; rios, bosques. Isso tudo nas
diferentes cidades e povoados pelas quais ia passando. O caminho completo é percorrido normalmente em 30 dias, cada dia para-se em um lugar
que tem albergues para os peregrinos. Isso nesta
rota, pois a de Aragonesa é mais difícil, as distâncias são mais longas entre os povoados.
Cláudio conta que passou por diferentes experiências. “Algumas longas horas caminhando totalmente sozinho. Só com o Senhor. Refletindo sobre
a minha vida e tudo o que a envolve”, conta. Em
outros momentos caminhava com vários peregrinos. Encontrou pessoas de várias nacionalidades e
algumas que vinham de outros lugares e caminha-
Revista VivaBem . 15
riam muito mais tempo, como a francesa que vinha
de outra rota na França, a pé, e caminharia 1.800
km até Compostela, durante 70 dias.
“No contato com outras pessoas tive experiências
que me permitiram vivenciar a palavra do Senhor,
como o prazer de servir o outro. Em uma situação
fiz curativos nos pés de uma coreana que estavam
cheios de bolhas. Em outra, nós juntamos dinheiro para ajudar um peregrino que tinha ficado sem
nada”, conta. Para Claudio, o grande sentido da
viagem, que ele transformou em livro e está se
preparando para publicar, é o encontro consigo.
Cidade de Jerusalém
16 . Revista VivaBem
A Terra Santa, para os cristãos, compreende os lugares onde Jesus nasceu, viveu e morreu, como
Belém, Nazaré e Jerusalém. É para estes lugares
que muitos peregrinos viajam todos os anos. Caco
Braile já foi para Israel cinco vezes e conta que seu
roteiro preferido costuma incluir a Itália. “É mais interessante, pois combina Israel, onde Jesus nasceu,
viveu, morreu e ressuscitou, com a Itália, onde o
cristianismo toma forma e se consolida”, diz.
Caco afirma que Israel, além de ser uma região
Praça São Pedro - Vaticano
exótica na geografia e em toda a sua cultura, é o
berço das três religiões monoteístas: Cristianismo,
Judaísmo e Islamismo. A Itália, por sua vez, segundo ele, possui vários santuários, e, claro, tem Roma
e o Vaticano. Em Israel, a viagem tem dois pontos
distintos. “Ao Norte visitamos a Galileia, onde Jesus viveu e fez toda a sua obra. Lá estão as ruínas
de Cafarnaum, o Monte das Bem-Aventuranças, o
Monte Tabor, Naim, o Mar de Tiberíades, as cidades de Tiberíades, Nazaré e Caná”, conta Caco. “Ao
Sul visitamos a Judéia, centro político e religioso,
onde Jesus foi crucificado e ressuscitou. No trajeto
até a Judéia, sempre beirando o Rio Jordão, está
Jericó, o Monte das Tentações e o Mar Morto.”
Na Judéia, Caco diz que um dos locais marcantes
por sua história e uma grande variedade de etnias
e crenças é Jerusalém. “Lá estão presentes árabes,
muçulmanos, cristãos católicos, armênios, russos,
gregos ortodoxos e etíopes, sem contar os judeus,
ortodoxos ou não. Uma mistura inimaginável”, diz.
Em Jerusalém os peregrinos visitam o Muro das Lamentações, o Santo Sepulcro, o Cenáculo, a Via
Sacra, Porta de Santo Estevão, a Piscina Probática,
Igreja de Santa Ana, Santuários da Flagelação, Condenação, Ecce Homo, o Calvário e o Monte das
Oliveiras. “Próximo a Jerusalém está Belém com a
Igreja da Natividade, local do nascimento de Jesus,
o Campo dos Pastores, as Grutas do Presépio de
São José e do Natal”, completa o empresário.
Caco teve experiências espirituais marcantes em
todas as viagens, mas alguns lugares o tocaram especialmente e ele recomenda a todos que pensam
em fazer este passeio. Em Israel um dos lugares é
Naim, na Galileia, perto do Monte Tabor, onde Jesus fez o milagre da ressurreição do filho da viúva
que lá vivia. “Fiz o trajeto de Jesus, uma caminhada de 40 km de Cafarnaum até Naim, com Frei Ildo
Perondi que faz seu doutorado em Teologia sobre
este tema.” Outro lugar, também em Israel, é a Fortaleza de Massada, na Judéia. “Trata-se de um sítio
arqueológico impressionante, que representa um
dos momentos mais fortes da resistência do povo
judeu contra a dominação romana. Fica ao sul do
Mar Morto, em direção ao Egito.”
Já na Itália, um dos lugares que mais o marcaram
e que em sua opinião deveria ser visitado por todos que fazem esta viagem, foi o túmulo de São
Francisco, em Assis. “A cidade por si só apresenta uma atmosfera espiritual envolvente, e tudo ali
faz o peregrino respirar em profundidade a mística
franciscana. Indescritível.”
Muro das Lamentaçòes - Jerusalém
Revista VivaBem . 17
Estilo
Eveline Rotter,
proprietária da empresa
Casa de Boneca
Fazer
com as mãos, um jeito de
estar no mundo
18 . Revista VivaBem
SUSTENTABILIDADE E
VALORIZAÇÃO DO PRODUTOR
SÃO O FOCO DO TRABALHO
ARTESANAL
Revista VivaBem . 19
Alessandra Kochi, publicitária, se dedica ao artesanato nas horas vagas
Em tempos em que as consequências do hiperconsumismo afetam de forma tão marcante o planeta, parte da sociedade se volta para a produção
com foco na sustentabilidade e na valorização do
produtor. No centro deste movimento estão palavras-chave como artesanal, arte, economia criativa,
exclusividade, inclusão social. A Viva Bem traz três
perspectivas de como o artesanato está ganhando
espaço no mercado e se tornando um estilo de
produção e consumo para algumas pessoas.
Na Casa da Boneca, as peças de arte e decoração
são produtos feitos à mão para atender conceitos
de valorização do ser humano e de seus saberes
técnicos; matéria-prima de fontes renováveis; inclusão social; geração de renda por meio do resgate
de tradições; identidade regional; materiais naturais
e de baixo impacto ambiental.
“Esses são conceitos que a Casa da Boneca se esforça para atender, pois tudo isso faz parte de uma
20 . Revista VivaBem
OS CONSUMIDORES
MAIS EXIGENTES JÁ
ESTÃO ANTENADOS,
BUSCANDO UM MODO
DE VIDA DIFERENTE
Bonecos de madeira estilizados trazem um toque do cliente
proposta para um mundo capitalista que não está
mais funcionando tão bem e que os consumidores
mais exigentes já estão antenados, buscando um
modo de vida diferente”, diz Eveline Rotter, proprietária do empreendimento.
A loja possui hoje 27 fornecedores que correspondem a esta visão. “Temos também a marca própria,
com peças pessoais feitas em tecido 100% algodão e com uma combinação de cores e estampas características da marca. O cliente pode fazer
encomendas de acordo com a estampa que lhe
agrada.”
Todo o processo é extremamente artesanal. O
corte do tecido, a costura e os acabamentos são
feitos à mão. “Contamos apenas com a ajuda de
uma máquina de costura doméstica. Cada etapa é
muito importante porque a qualidade da peça se
inicia com o corte perfeito. Além disso, priorizamos
materiais de qualidade e de fabricação nacional.”
O trabalho é artesanal, mas Eveline está em constante processo de pesquisas para manter a competitividade e se aprimorar. Ela mantém uma loja
virtual para seus produtos; está nas mídias sociais;
faz parte da “Rota do Café” e do projeto “Sou
Londrina”, uma iniciativa de várias entidades para
produzir souvenirs que retratam a cidade. Eveline
acredita que quando o consumidor adquire uma
peça feita à mão, além de levar o belo para seu
espaço, contribui para a melhoria da qualidade de
vida do ser humano.
Em uma perspectiva diferente da criação de um
negócio próprio, com implicações em uma mudança na forma como se produz e consome, Alessandra Francisconi Kochi também incluiu o fazer
artesanal em sua vida.
Ela criou o Eu de Madeira. Em casa, produz bonecos de madeira que caracterizam seu cliente. Seu
foco está na exclusividade, no produzir cada peça
Revista VivaBem . 21
com traços de quem as encomendou. Publicitária,
Alessandra dedica de três a quatro horas de cada
noite para este trabalho.
Ela avisa que não se trata de caricatura, mas de bonecos minimalistas com detalhes de cada pessoa
e que traduzem um pouco de sua personalidade.
“Para noivinhas, por exemplo, trabalhamos com detalhes personalizados do vestido, cores do buquê,
estilo do véu, grinalda, penteado, e o mesmo para
os noivos, com ou sem colete, cor da gravata”, conta.
Para outros tipos de bonecos, Alessandra trabalha
com acessórios específicos: o tipo de óculos, alguma estampa de roupa que o cliente peça, qualquer
detalhe que tenha relação com a pessoa. “Também
fazemos alguns específicos de profissões, famílias,
enfim, o que o cliente quiser a gente tenta adaptar
sempre.”
Para isso, não basta apenas encomendar o boneco,
são necessárias algumas informações para iniciar a
criação. “Nos baseamos em fotos e em um questionário enviado para cada um com algumas perguntas.” Feita a pesquisa, começa a confecção do
boneco. A madeira já torneada é encomendada fora
de Londrina e demora 15 dias para chegar. Assim,
os bonecos levam no mínimo 30 dias para ficarem
prontos. A madeira é lixada para amenizar fissuras.
Em seguida é feito um desenho rascunho do boneco que é apagado até chegar ao estilo do cliente
identificado por Alessandra. Só então ela começa a
pintura; faz os detalhes; depois vem o verniz e só
então os acessórios, como o véu da noiva.
“Costumo brincar que não faço bonecos de madeira
com carinho, e sim bonecos de carinho feitos com
madeira. Porque é bem isso, tem mais carinho do
que madeira neles. O amor que tenho pelo que faço
e por cada peça é enorme! Meu desejo é sempre
que a pessoa fique muito satisfeita, por isso tanto
cuidado e dedicação.”
Objetos de decoração da Casa da Boneca
22 . Revista VivaBem
ARTESANATO TAMBÉM É INCLUSÃO SOCIAL
\
Nelma Liberato, coordenadora do Programa Economia Solidária
Programa Municipal que existe há 10 anos, o Economia Solidária traz o artesanato como perspectiva de
inclusão social e geração de renda para os produtores. Hoje, 250 pessoas, em 62 empreendimentos,
estão encontrando no fazer artesanal uma forma de
complementar sua renda e escapar do empobrecimento. O grande desafio, de acordo com a coorde-
nadora do Programa, Nelma Liberato, é fazer com
que estas pessoas e outras consigam viver exclusivamente deste trabalho. Para isso, ainda há muito
que avançar na conscientização do consumidor.
“Hoje, algumas famílias estão conseguindo viver
quase exclusivamente do que produzem, mas o
que buscamos é que todos envolvidos no Programa consigam isso”, diz. Nelma afirma que nesta primeira década de existência do Economia Solidária,
o comportamento das pessoas já mudou. “Temos
consumidores que se preocupam em não comprar
produtos gerados da exploração de mão de obra,
que estão preocupados com a valorização do trabalho humano e não querem algo massificado. Isso
tudo faz parte do conceito de economia solidária.”
Os consumidores podem encontrar uma diversidades de produtos na loja do Economia Solidária
nos ramos de alimentação, confecção e peças para
casa, entre outros. “Temos uma parceria com a Unimed Londrina e todos os seus banners são utilizados como matéria-prima para confecção de sapateiras, pastas para eventos, painéis de fotografia e
outras peças.”
Mulheres que fazem do artesanato uma fonte de renda
Revista VivaBem . 23
Equilíbrio
Grupo de artesãs da ONG Viver
APOIO
QUE FAZ A DIFERENÇA
ONG E CENTRO MULTIDISCIPLINAR AJUDAM PACIENTES COM CÂNCER
A PASSAR PELO TRATAMENTO COM MAIS CONFORTO
24 . Revista VivaBem
A descoberta de um câncer traz sempre muita dor,
insegurança e fragilidade para o paciente e seus familiares. Neste momento, tanto quanto o diagnóstico
correto e o tratamento mais eficiente, o apoio com
atendimento multidisciplinar é essencial para amenizar
o sofrimento.
Organizações não governamentais e centros de apoio
fazem este papel. A ONG Viver existe há 14 anos com
este propósito. Atende, em média, 240 crianças e adolescentes que fazem tratamento no Instituto do Câncer
de Londrina (ICL) e no Hospital Universitário (HU) de
Londrina. São pacientes de 57 municípios que recebem apoio multidisciplinar: psicologia, nutrição, odontologia, assistência social, cesta básica para os familiares, auxílio funerário, medicamento, prótese.
A presidente da Ong, Lorena Guskuma, conta que os
pacientes e familiares passam o dia com eles e saem
na hora de fazer o tratamento de radioterapia ou
quimioterapia. Aí vão para o hospital e, muitas vezes,
voltam para a casa de apoio. Por isso, eles também
recebem alimentação e hospedagem, além de atividade recreativa e algo que nutre a alma destas pessoas:
doação, alegria, carinho, respeito. “Muitos dizem que
gostam de ficar aqui porque conseguem esquecer um
pouco da doença. E, com certeza, isto ajuda na recuperação deles”, afirma Lorena.
Todos que atuam na Ong são voluntários, com exceção dos funcionários responsáveis pela manutenção
da rotina do espaço, como cozinheira e faxineira. A
procura pelo atendimento da Ong Viver cresceu e, por
isso, segundo Lorena, eles criaram o projeto “Construtores da Esperança”, no qual recebem doações para
ampliação do espaço.
O Centro de Apoio ao Paciente com Câncer (CAPC)
foi idealizado pelo urologista Celso Fernandes também
para dar apoio aos pacientes com câncer. O espaço
“A GENTE VÊ A MUDANÇA,
ainda está em fase de implantação. Será construído em
um terreno de 8 mil metros, doado pela Fundação Melvin Jones, com capacidade para atender 650 pessoas. O
projeto arquitetônico já está pronto e agora estão sendo
elaborados os projetos estruturais. “Queríamos tudo pronto em dois anos, mas é impossível. Dependemos da captação de recursos”, diz Celso Fernandes Júnior.
A ideia é grandiosa. Além dos atendimentos multidisciplinares como psicologia, nutrição, assistência social,
odontologia, fisioterapia e assistência jurídica para ajudar
os pacientes quanto aos seus direitos (como quitação da
casa própria, compra de carro, abatimento do imposto de
renda, entre outros), o Centro contará com departamentos
como o da dor, da beleza contra o câncer e de pesquisa.
Dois deles já estão em funcionamento: o da beleza e o
de pesquisa.
O centro de pesquisa é liderado pela Fundação Fiocruz e
tem o objetivo de desenvolver estudos para atender o paciente nas complicações da quimioterapia e da radioterapia e sequelas cirúrgicas. “O de Londrina é o único centro
de pesquisa da Fiocruz no Paraná, já que em Curitiba eles
têm apenas o escritório”, afirma o urologista.
O cabeleireiro Lincoln Tramontini é diretor do CAPC e faz
parte do Departamento de Beleza Contra o Câncer. Ele
explica que este trabalho tem o apoio da Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (ABIHPEC), que se inspirou em programa dos EUA que
atende milhões de mulheres.
No CAPC de Londrina, este departamento terá dois programas: Fios de Ouro, que vai confeccionar perucas para
as mulheres e o De Bem com Você, que já começou a
funcionar. Foram realizadas duas oficinas, uma em julho
e outra em agosto. Representantes da ABIHPEC estiveram
presentes e treinaram maquiadoras voluntárias. Na sequência, foram atendidas mulheres que já passaram ou estão
passando por tratamento contra o câncer. Elas aprenderam técnicas de automaquiagem e uso de turbante.
“É emocionante ver a transformação. Elas chegaram tímidas, inseguras. E depois já estavam dando gargalhadas.
A gente vê a mudança, inclusive nos familiares que as
acompanham. Isso é ótimo para a autoestima delas e com
certeza ajuda muito a passar por esta fase”, diz Lincoln Tramontini.
INCLUSIVE NOS FAMILIARES
QUE AS ACOMPANHAM”
SERVIÇO: QUEM QUISER CONTRIBUIR COM O CAPC, ENTRE EM CONTATO COM
MICHELLE PELO FONE 43 3324.7834 OU E-MAIL [email protected].”
PARA CONTRIBUIR COM O PROGRAMA “CONSTRUTORES DA ESPERANÇA” DA ONG
VIVER, LIGUE PARA 3343-0044
Revista VivaBem . 25
Esporte
ESTA PRÁTICA CRESCEU NOS ÚLTIMOS
ANOS E HOJE HÁ PELO MENOS 10 GRUPOS
ORGANIZADOS EM LONDRINA
26 . Revista VivaBem
O treinador Silvio Prado entre a corredora
Fabiana Camargo (à esquerda) e a dentista Carolina Freitas (à direita)
Revista VivaBem . 27
“COSTUMAMOS DIZER
QUE CORREMOS PARA
NÃO FAZER TERAPIA”
Um número cada vez maior de pessoas está aderindo à corrida de rua. Em Londrina, há pelos menos 10 grupos organizados desta prática. A dona
de casa Fabiana Camargo, 37 anos, e a cirurgiã
dentista Carolina Freitas, 35 anos, ingressaram no
grupo assessorado pelo treinador Silvio Prado e
não se imaginam mais sem este exercício. Aconteça o que for, três vezes por semana elas treinam
pelas ruas da cidade.
Carolina conta que começou a correr na época da
faculdade. Parou algumas vezes por lesionar o joelho, nas gestações dos dois filhos. Mas há alguns
anos assumiu de vez que não pode viver em correr. A história de Fabiana com a corrida também é
antiga. Tinha 20 e poucos anos quando corria na
esteira. “Sempre gostei de velocidade e naquela
época ainda não tinha a corrida de rua como é
hoje, com treinamento, assessoria.”
Há quatro anos começou a correr no Zerão, sozinha. Até que foi convidada por amigas para fazer
parte do grupo do professor Silvio Prado. Isso há
três anos. E não parou mais. As duas afirmam que
a corrida transformou suas vidas, trazendo mais
saúde física, melhorando o corpo e a estética. Mas
o que não tem preço para ambas são os efeitos
emocionais. “Nós costumamos dizer que corremos para não fazer terapia”, brinca Carolina.
Carolina é dentista, tem dois filhos pequenos e é
divorciada. Tudo isso torna a sua rotina bastante
estressante e os treinos são os seus momentos
para extravasar e relaxar. Fabiana é empresária,
mas atualmente é dona de casa para cuidar dos
três filhos pequenos. “Este ano, em especial, a corrida foi fundamental para mim. Meu marido teve
28 . Revista VivaBem
UMA PRÁTICA DEMOCRÁTICA
O treinador Silvio Prado conta que assim como
Carolina e Fabiana, a corrida ganhou muitos adeptos nos últimos anos. “É uma prática democrática.
Exige poucos recursos para se iniciar: calçado e
vestimenta adequada. Isso, aliado aos benefícios
que o exercício ao ar livre proporciona, atrai as
pessoas.”
Segundo ele, as mudanças na condição física e na
saúde geral de quem pratica a corrida acontecem
de forma muito rápida. Ajustes metabólicos, melhora nos níveis de colesterol e triglicerídeo, perda
de peso. “Isso tudo é atingido com eficiência, se o
atleta respeitar uma progressão nos treinos.”
Silvio Prado acrescenta à lista de benefícios proporcionados pela corrida, a possibilidade de sair
da rotina. “Fazemos treino em trilhas, pontos turísticos da cidade. Acredito que a atividade em grupo
é mais motivante e ajuda a pessoa a não desistir.”
No corpo, de acordo com o treinador, os efeitos
da corrida são na saúde, estética e performance.
“Estas três variáveis oscilam de pessoa para pessoa.
E conforme atinge uma meta, passa-se a buscar
outra. Assim, se você consegue uma saúde ótima,
começa a buscar um corpo mais atlético, depois
busca diminuir o tempo da corrida. Então, estamos
em constante mudança.”
Mas para que o remédio não se transforme em veneno, alguns cuidados são essenciais. Silvio Prado
diz que é preciso não exagerar na dose e respeitar
o corpo. “O correto é aumentar progressivamente
o tempo de corrida. Outro ponto importante é o
descanso, para o organismo se recuperar. “Digo
que descanso também é treino.” Por mais boa
vontade e disposição que se tenha, nunca se deve
iniciar esta prática sem antes fazer os exames cardiológicos, sem um profissional de educação física
qualificado para orientar e sem as vestimentas e
calçados adequados. Feito isso, é só correr!
câncer, acabou de fazer quimioterapia”, relata.
Ela conta que estar com o grupo, construir novas
amizades, viajar juntos para participar de provas,
tudo isso faz parte de uma vida diferente que a
corrida lhe proporcionou. “Não me imagino sem
isso nem quando eu estiver mais velha.” Uma das
preocupações para que não tenha que parar com
a atividade é não sofrer lesões. Por isso Carolina
destaca que é preciso, além dos treinos de corrida,
fazer musculação.
Carolina e Fabiana já participaram de várias provas
de meia maratona, onde correm 21 quilômetros. Mas
nos treinos, Fabiana conta que as distâncias percorridas chegam até 32 quilômetros. Agora o grupo que
elas participam enfrenta novo desafio: treinar corrida
de trilha, em terra. Parar, nem pensar!
UNIMED TAMBÉM ESTÁ
NESTA CORRIDA
A Unimed Londrina também está de olho na
corrida de rua. No dia 30 de agosto a cooperativa realizou a “Corrida Unimed Inspira”. Para
saber como foi este evento acesse:
www.facebook.com/corridaunimedinspira
Revista VivaBem . 29
Meio Ambiente
CONSTRUÇÕES E REFORMAS PODEM CAUSAR SIGNIFICATIVOS
DANOS AMBIENTAIS; SOLUÇÕES ESTÃO NOS MATERIAIS
ECOLÓGICOS E TÉCNICAS SUSTENTÁVEIS
30 . Revista VivaBem
Para diminuir o
da obra
Casa sustentável da TecVerde
Revista VivaBem . 31
Caio Bonatto, sócio fundador da TecVerde
OS CUIDADOS COM OS
RESÍDUOS SÃO OUTRO
ASPECTO QUE EXIGE ATENÇÃO
Construir e reformar casas de maneira mais sustentável,
minimizando os impactos ambientais? Sim, é possível. Diretores das empresas Tecverde, de Curitiba, e Inovatech
Engenharia, de São Paulo, falam para a Viva Bem sobre as
soluções, que passam por materiais ecológicos e técnicas
construtivas sustentáveis.
A coordenadora da equipe técnica de sustentabilidade
da Inovatech Engenharia, Eliane Suzuki, afirma que o setor da construção é o que mais consome recursos naturais. “Na sua cadeia produtiva os materiais representam
apenas uma parte de todo o impacto, há outras questões
ligadas aos tipos de sistemas construtivos empregados e
às práticas de canteiro de obras que podem ser mais ou
menos agressivas ao meio ambiente.”
De acordo com Eliane Suzuki, há diversos tipos de produtos ecológicos para construção que utilizam material
reciclado e fibras naturais em sua composição e emitem
menos CO2 durante sua fabricação. “Materiais ecológicos
e técnicas construtivas sustentáveis contribuem para diminuir os impactos de uma obra no meio ambiente”, diz.
Para quem deseja utilizar este tipo de material, ela orienta
procurar por sistemas de vedação e cobertura que sejam
pré-fabricados ou que tenham componentes reciclados,
desde que cumpram os requisitos de durabilidade, segurança estrutural, desempenho térmico e acústico.
Os cuidados com os resíduos da obra também exigem
atenção de quem quer construir de forma sustentável.
“Cabe ao construtor ou ao responsável promover a triagem dos resíduos no canteiro, realizar ao máximo o reaproveitamento do resíduo na própria obra, promover a
reciclagem e destinar o resíduo de construção a locais
32 . Revista VivaBem
Casa sustentável construída pela TecVerde
apropriados”, diz Eliane.
Além disso, ressalta a coordenadora, é importante realizar
treinamentos de conscientização com os trabalhadores
da obra, para que não haja desperdício. É comum haver uma grande perda de material básico como areia,
cimento, pedra e cal por falta de planejamento ou por
manuseio incorreto na aplicação.
É possível também lançar mão de técnicas construtivas
sustentáveis. A Tecverde Engenharia vem buscando estas
soluções e trouxe da Alemanha a tecnologia wood frame.
Segundo Caio Bonatto, diretor da empresa, o processo
de construção é feito 70% dentro da fábrica e reduz em
até 80% a emissão de CO2, em até 85% os resíduos e
em 90% a utilização de água. As casas verdes, como são
conhecidas, ainda possuem eficiência térmica duas vezes
superior às demais.
Esta tecnologia já é utilizada em países como Canadá e
Suécia há mais de 100 anos. “A tecnologia foi tropicalizada para se ajustar às nossas normas, clima e cultura.
As paredes, por exemplo, receberam reforços estruturais
para ficarem mais robustas e possibilitarem fixação de
móveis em qualquer lugar da parede, costume do consumidor brasileiro”, explica Caio.
Outro ajuste foi o reforço nas estruturas contra umidade,
tanto no exterior quanto no interior da casa, pois no Brasil
a umidade é mais agressiva do que na Europa.
SOLUÇÕES SIMPLES PARA
MENOR IMPACTO AMBIENTAL
Diretor da Inovatech e idealizador do Instituto
Casa AQUA, Luiz Henrique Ferreira afirma que
é perfeitamente possível projetar e construir
residências gerando o menor impacto ambiental possível, a partir de soluções simples.
Um bom planejamento na compra de materiais, além de reduzir custos, gera menor
quantidade de resíduos. A instalação de pequenos dispositivos (arejadores) acoplados
nas torneiras pode reduzir em até 40% o
consumo de água.
Outra solução simples é a compra de lâmpadas econômicas, inicialmente um investimento mais alto, mas que significará menores gastos de energia. “Além disso, devemos exigir
que arquitetos e construtores especifiquem
materiais com menor impacto ambiental ou
pelo menos justifiquem as escolhas baseando-se nos aspectos de ecoeficiência, além
de estética, durabilidade e custo”, recomenda
Luiz Henrique Ferreira.
Para difundir informações sobre como construir de forma sustentável, Ferreira idealizou o
Instituto Casa AQUA, que já lançou um portal
sobre o tema e tem a casa conceito exposta
em várias feiras e eventos. Nela os visitantes
podem conferir, na prática, os sistemas que
tornam uma casa sustentável.
Casa Aqua da Inovatech
Posicione a lente de seu smartphone
ou tablet sobre este QR Code e saiba
mais sobre como construir de forma
sustentável:
Obs: É necessário instalar um aplicativo
de leitura de QR Code, como o QRReader, ou tê-lo instalado em seu dispositivo móvel para acessar o conteúdo.
Revista VivaBem . 33
Seu corpo
O INFECTOLOGISTA JOAQUIM
GUIMARÃES ALERTA SOBRE A
IMPORTÂNCIA DA PREVENÇÃO DE
DOENÇAS INFECCIOSAS
Vacinar:
UM ATO SIMPLES QUE SALVA
34 . Revista VivaBem
“QUEM VIAJA PARA REGIÕES ONDE
OCORREM SURTOS, NÃO PODE DEIXAR
DE SE VACINAR”
Alimentar-se de forma equilibrada, dormir bem, praticar
exercícios, buscar o equilíbrio entre trabalho e lazer. Há uma
série de hábitos que promovem uma boa saúde e para
os quais muitas pessoas têm dado cada vez mais atenção.
Nesta busca por qualidade de vida, um olhar que talvez
ainda não esteja muito apurado é para a prevenção de algumas doenças infecciosas. O médico infectologista Joaquim
Guimarães, de Londrina, lembra algumas delas: meningite
meningocócica, hepatite e herpes zoster. E alerta: o simples
ato de tomar vacina pode evitá-las.
Ele explica que a doença meningocócica é uma infecção
bacteriana aguda causada pela Neissria meningitidis e pode
ser fatal. “Esta bactéria pode causar inflamação nas membranas que revestem o sistema nervoso central (meningite) e
infecção generalizada (meningococcemia)”, alerta. Segundo
o infectologista, existem 13 sorogrupos identificados, porém
os que mais frequentemente causam doença são o A, o B,
o C, o Y e o W135.
Guimarães explica que podem ocorrer surtos ocasionais
ou epidemias em qualquer país. “Cerca de 90% dos casos
mundiais são causados pelos sorogrupos A, B e C. “Mas em
várias partes do mundo atualmente há o aparecimento dos
sorogrupos W e Y135”” A vacinação é a melhor prevenção e
o médico afirma que hoje existem vacinas conjugadas A+C,
C, e, neste ano, chegou a tetravalente A+C+W+Y135. Pessoas que viajam para regiões onde ocorrem surtos, como
o “cinturão da meningite”, na África, não podem deixar de
tomar a vacina.
As hepatites também são doenças infecciosas que precisam
de atenção. O infectologista afirma que existem vários tipos:
A, B, C, D, E, F, G; cada um com uma forma de transmissão.
A hepatite A e a hepatite E podem ser adquiridas consumindo alimentos e água contaminadas; a B é transmitida
sexualmente, por sangue e de mãe para filho; a C e D, por
sangue e sexualmente. “A forma de prevenção está relacionada com saneamento adequado, condutas de higiene e
vacina. Mas, atualmente, temos disponíveis somente vacina
para hepatite A e B e vacina conjugada A+B”, explica Joaquim Guimarães.
Uma doença que pode trazer muitos incômodos e também pode ser prevenida com vacina é a herpes zoster. Po-
pularmente conhecida como “cobreiro”, ela é causada pela
reativação do vírus da catapora ou varicela. Causa vesículas
em determinada parte do corpo que, por acometerem as
terminações nervosas sensitivas, são extremamente dolorosas. As principais vítimas são indivíduos acima dos 50 anos.
“Para prevenção, deve-se isolar o doente, evitando o contato direto com ele. Como pode surgir de forma repentina,
hoje existe a vacina contra o herpes zoster. A grande complicação e sequela é a neurite (dor). Hoje, temos disponível a
vacina ‘Zostavax’, indicada para pessoas acima dos 50 anos”,
afirma o infectologista
Joaquim Guimarães, médico infectologista
SAIBA QUANDO TOMAR CADA
UMA DESTAS VACINAS:
HPV BIVALENTE
Indicação: Mulheres a partir de 10 anos, sem limite
de idade.
HPV QUADRIVALENTE
Indicação: Mulheres de 9 a 45 anos
Homens de 9 a 26 anos
MENINGOCÓCICA ACWY
Indicação: A partir de 1 ano
Esquema: Dose única com um reforço após 5
anos.
HERPES ZOSTER
Indicação: A partir de 50 anos, principalmente
para os indivíduos que tiveram catapora/varicela.
Esquema: Dose única
Fonte: Clínica de Vacinação Unimed Londrina
Revista VivaBem . 35
Pet
CUIDADOS
COM SEU
‘VELHINHO’
DE ESTIMAÇÃO
CÃES E GATOS TAMBÉM ENTRAM
NA TERCEIRA IDADE E PASSAM POR
MUDANÇAS FÍSICAS E PSÍQUICAS QUE
EXIGEM AMOR E DEDICAÇÃO
36 . Revista VivaBem
Envelhecer exige cuidados especiais e específicos também com os animais de estimação. Cães e gatos passam
por alterações físicas e psíquicas em função da idade
mais avançada que vão demandar muito amor e dedicação por parte de seus donos. Regina Nunes, 60 anos,
sabe bem como é isso. Rubinho é um cão da raça Lhasa
que está com 14 anos. É um grande companheiro de sua
dona e agora requer dela muita atenção.
Há três anos Rubinho enfrenta vários problemas de saúde. “É o amor que tenho por ele, o carinho e envolvimento de toda a família que o mantêm vivo. E também uma
certa condição financeira. Ele toma vários remédios, só
um deles custa R$ 300”, diz Regina Nunes.
Raio é um gato de 15 anos que também conta com o
“A GENTE PERCEBE PELOS
OLHINHOS DELES QUANDO
ADOECEM, FICAM TRISTES.”
amor incondicional de sua proprietária, Maria Regina Costa, 62 anos, dona de casa, para enfrentar a velhice. Apesar
da idade avançada, Raio tinha uma vida normal até ser
diagnosticado com uma doença renal crônica, há cinco
meses. “A gente percebe pelos olhinhos deles quando
adoecem, ficam tristes. Depois param de comer”, conta
Maria Regina. Agora ele recebe todos os cuidados exigidos pela saúde debilitada, mas a dona de casa diz que
sempre deu atenção especial a seus gatos. Ela tem seis.
O médico veterinário Ricardo Barros, de Londrina, que
tem 27 anos de experiência, afirma que ocorrem várias
transformações físicas e comportamentais na terceira
idade. Os passeios longos já não são convenientes, as
brincadeiras ficam mais raras. Eles ficam mais calmos e
serenos. A relutância em se movimentar, segundo o veterinário, é resultado de um corpo que fica mais rígido em
VEJA QUANDO O ANIMAL
ENTRA NA TERCEIRA IDADE
O médico veterinário Ricardo Barros afirma que
a terceira idade canina e felina depende de
vários fatores, como raça e porte do animal. Por
isso, é difícil afirmar com exatidão quando um
cão ou gato se torna idoso. “Normalmente, isso
ocorre quando eles atingem 75% da expectativa
de vida.” Mas há uma estimativa que pode ser
considerada. Veja:
• Raças pequenas, com menos de 10 kg, entram
na terceira idade entre 9 e 13 anos;
• Raças médias, com 10 kg a 25 kg, entram na
terceira idade entre 9 e 11 anos;
• Raças grandes, com 25 kg a 45 kg, entram na
terceira idade entre 7,5 e 10,5 anos;
• Raças gigantes, com mais de 45 kg, entram na
terceira idade entre 8 e 10 anos;
• Gatos entram na terceira idade a partir dos 10 anos.
Fonte: Ricardo Barros, médico veterinário
função de dores articulares. Não se espante, também, se
o seu animal de estimação não atender mais prontamente quando for chamado. Na velhice surgem os primeiros
sinais de alterações visuais e auditivas, como catarata e
surdez.
Barros afirma que a alimentação é outro aspecto que
pode exigir mudanças, em função de problemas dentários. “As necessidades nutricionais de um animal idoso são bem distintas das outras faixas etárias, por isso é
preciso, com a ajuda de um especialista, fazer algumas
alterações em sua rotina alimentar. O mercado pet disponibiliza uma série de rações específicas, de acordo com a
raça e idade de um cão ou gato.”
A qualidade de vida, de acordo com o veterinário, deve
ser o principal objetivo nos cuidados com o “velhinho” de
estimação. Para isso, é importante que as visitas ao veterinário sejam mais frequentes, para orientações gerais e
terapêuticas.
CONHEÇA AS PRINCIPAIS
ALTERAÇÕES DA TERCEIRA
IDADE:
Metabólicas: ganho de peso, uma maior
sensibilidade ao calor e ao frio;
Locomotoras: dificuldade para se movimentar, atrofia muscular, artrose;
Orais: dificuldade de mastigação e perda de
dentes;
Comportamentais: maior agressividade,
perda do treinamento higiênico, alterações do
sono, latir ou uivar para o nada, caminhar sem
rumo;
Sensoriais: déficit auditivo, catarata;
Pelagem: rarefação de pelos, esbranquiçamento, pele mais seca, crescimento das unhas;
Imunodeficiência: maior suscetibilidade
às infecções, ocorrências de neoplasias;
Gastrointestinais: tendência a diarreias e
constipação, dificuldade para digerir os alimentos;
Patologias cardíacas e renais: tosse,
intolerância a exercícios, maior ingestão de
água, emagrecimento progressivo.
Fonte: Ricardo Barros, médico veterinário
Revista VivaBem . 37
Sua Mesa
MAIS QUE UMA DIETA, UMA
FILOSOFIA
DE
VIDA
DO AMOR AOS ANIMAIS E DA CRENÇA
DE QUE ELES NÃO ESTÃO AQUI PARA
SERVIR OS HUMANOS NASCEU O
VEGANISMO
38 . Revista VivaBem
Bife de Soja à Parmegiana
Revista VivaBem . 39
Chef Estevan Borges, especialista em alimentação vegana.
SAIBA UM POUCO SOBRE
OS DIFERENTES TIPOS DE
VEGETARIANISMO
VEGETARIANO: o vegetarianismo inclui o
veganismo e define-se como a prática de não
comer carne (aves, peixe, ovelha etc.) nem seus
subprodutos (bacon, salsicha, presunto etc.), com
ou sem uso de laticínios e ovos.
OVO-LACTO-VEGETARIANO: não consome
nenhum tipo de carne, mas inclui ovo, leite e
derivados.
LACTO-VEGETARIANO: não consome nenhum
tipo de carne, mas inclui leite e derivados.
Vegano: não consomem nada de origem animal.
Eles evitam o uso de couro, lã, seda e de outros
produtos menos óbvios de origem animal, como
óleos e secreções presentes em sabonetes,
xampus, cosméticos, detergentes, perfumes,
filmes etc.
VEGETARIANO ESTRITO: originalmente o
mesmo que vegano.
CRUDÍVORO: o crudivorismo admite apenas a
ingestão de alimentos crus.
FRUGÍVORO: sistema alimentar que admite
apenas o consumo de frutas.
Fonte: Sítio Veg (www.vegetarianismo.com.br)
40 . Revista VivaBem
Bruna Ontivero Pereira, 21 anos, foi uma criança gordinha
que adorava comer salgadinhos industrializados, coxinha
e tomar refrigerante. Mas o amor pelos animais provocou
uma mudança radical em sua alimentação. Há um ano parou de comer carne. Manteve apenas o peixe, que também saiu de seu cardápio no início deste ano. Há dois meses foi a vez de excluir ovos, leites e derivados. Ela aderiu
à filosofia de vida vegana, na qual nada que é de origem
animal deve ser consumido, tanto na alimentação quanto
em outros produtos.
A dieta, a jovem já segue à risca. Mas acredita que ainda
tem um percurso pela frente para de fato se sentir vegana.
“Me considero uma vegetariana estrita, porque ainda uso
produtos que são testados em animais. A indústria praticamente não oferece opções fora disso”, argumenta.
Esta é uma filosofia que vai muito além da culinária. “Entendemos que os animais são seres vivos com direitos e que
não estão aqui para servir os humanos. Por isso, buscamos
também não usar nada que seja resultado da exploração
deles”, explica Bruna. “O veganismo é fundado em um tripé: respeito pelos animais, cuidado com o meio ambiente
(uma vez que a indústria agropecuária é muito predatória)
e saúde humana, já que os adeptos têm uma alimentação
bastante variada e rica.”
No prato da jovem estudante de Direito tem diariamente
arroz, feijão, legumes, verduras com abundância de folhas
verde escuro, suco de fruta, oleaginosas, linhaça, chia e
outros grãos. “Não tenho nenhuma deficiência de proteína
nem de ferro. As oleaginosas são ricas em proteínas, o verde escuro me dá o ferro e suco de laranja ou limão ajuda
na sua absorção.”
Ela diz que não é fácil deixar os prazeres antigos de lado,
mas conta que foi aprendendo que há solução para tudo.
“Adoro coxinha. Mas não tenho que ficar sem, tem coxinha
de carne de soja, tem bolinha de queijo vegetal”, diz. “O
strogonoff, por exemplo, dá para fazer com carne de soja
e creme vegetal.”
O chef de cozinha Estevan Borges dedica-se exclusivamente à alimentação vegana e comprova que é possível
fazer pratos como pizza, parmegiana com proteína textu-
“O VEGANISMO É FUNDADO EM UM TRIPÉ: RESPEITO PELOS
ANIMAIS, CUIDADO COM O MEIO AMBIENTE E SAÚDE HUMANA”
rizada, strogonoff, feijoada, paella, salgadinhos.
“Isso tudo trabalhando basicamente com vegetais, grãos e frutos secos”, diz.
Ele conta que quando aderiu à filosofia não tinha noção de como era este mercado. No curso
de Gastronomia da Unifil ele teve contato com
a cozinha vegetariana e por meio dos amigos
adeptos desta alimentação percebeu a carência
do mercado na região.
“Fui mudando minha maneira de pensar e também comecei a ver a alimentação com animais
como crueldade. Mas se tornar vegano é um passo muito difícil de ser dado. Eu sou vegetariano
ovo-lacto (não come carnes, mas se alimenta de
ovos, leite e derivados).”
TUDO QUE O CORPO PRECISA
A nutricionista Valéria Mortara atende muitos veganos
e diante de tanta procura desenvolveu uma oficina
específica para montagem de cardápios para o dia a
dia. Ela sempre foi defensora de que a alimentação
saudável precisa de uma quantidade bem menor de
carnes e muito maior de vegetais.
Segundo Valéria, a ausência de alimentos de origem
animal não provoca perdas nutricionais. Os grãos,
sementes, verduras, legumes e frutas possuem tudo
o que o organismo necessita. Inclusive proteína, ferro
e cálcio, que as pessoas costumam associar exclusivamente às carnes, ovos, leites e derivados. “Apenas a
vitamina B12 é encontrada unicamente nestes alimentos”, diz a nutricionista. Assim, se o vegano apresentar
alguma deficiência, deve utilizar suplemento.
As leguminosas combinadas com cereal fornecem a
proteína necessária para o organismo. Isso mesmo,
o trivial arroz com feijão supre a necessidade de pro-
teína do organismo. Mas as combinações são muitas
e podem ser feitas com lentilha, milho, grão de bico,
trigo, diversos tipos de feijões. Nada de monotonia. É
possível variar bastante.
Já o ferro, de acordo com Valéria, é encontrado no
açúcar mascavo, leguminosas e folhas verde escuro
(couve, salsinha, hortelã e muitas outras). Para a sua
correta absorção pelo organismo deve-se sempre
consumir estes alimentos junto com outros ricos em
vitamina C, como laranja e limão.
Já o cálcio está muito presente em sementes – o
gergelim é riquíssimo – e também nas folhas verde
escuro. “Digo que os veganos têm uma alimentação
mais saudável porque aumentam o consumo de vegetais, legumes e frutas”, diz Valéria. Para garantir que
todos os nutrientes sejam consumidos diariamente,
não tem segredo: é só fazer um prato bem colorido.
Revista VivaBem . 41
Em Sociedade
Pequenas lições
que precisam ser
resgatadas
LIA ROSENBERG, EDUCADORA
42 . Revista VivaBem
EM NOME DO PRAZER IMEDIATO,
ESTAMOS DEIXANDO DE ENSINAR
ÀS CRIANÇAS COMO VIVER BEM
EM SOCIEDADE
“VIVEMOS UM PERÍODO DE ÊNFASE EXTRAORDINÁRIA NO
CURTO PRAZO, NO VALOR DO AQUI E AGORA”
Há um conjunto de regras para o bom convívio
em sociedade que tem sido deixado em segundo
plano na criação das crianças. Dizer ‘obrigado’, ‘por
favor’, recolher as fezes do seu cachorro na calçada, atravessar a rua na faixa, dizer ‘com licença’,
‘desculpe’, esperar sua vez na fila, respeitar os mais
velhos, são pequenas lições que muitos adultos
se esquecem de passar para os pequenos. Alguns
especialistas dizem que as crianças estão sendo
criadas apenas com foco em direitos, os deveres
ficaram de lado. A educadora Lia Rosenberg, de
São Paulo, prefere trabalhar com a perspectiva de
imediatismo em detrimento de longo prazo.
Ela afirma que a tensão entre o social e o individual sempre existiu e que viver em sociedade é
administrar desejos individuais em nome do bem
coletivo. O que o indivíduo deseja no momento
pode não ser o que é melhor para o grupo, mas
em longo prazo os interesses irão convergir. No
entanto, hoje há grande dificuldade em pensar no
futuro. “Sinto que vivemos um período de ênfase
extraordinária no curto prazo, no valor do aqui e
agora, com sérios prejuízos ao nosso futuro enquanto espécie. Veja o que estamos fazendo ao
planeta”, diz Lia Rosenberg.
Segundo a educadora, a educação dos filhos a
partir da segunda metade do século 20 – quando o conhecimento acumulado pela psicologia
colocou as crianças no centro do universo - tem
sido focada no imediato. “Estamos investindo na
formação de pessoas mais egoístas, autocentradas,
narcisistas. Isso não é bom”, diz.
Ela afirma que as regras básicas para o bom convívio social ficam fora da educação das crianças
quando falta amadurecimento dos adultos para
compreender as vantagens de trocar um desejo
de curto prazo por um benefício mais em longo
prazo. “Um bom exemplo é a alimentação. Escolher o que o corpo precisa, que vai me deixar forte
e saudável, vale mais do que comer apenas o que
proporciona prazer imediato.”
No plano social, segundo Lia Rosenberg, significa
fazer algumas coisas que não dão prazer, mas garantem um vínculo saudável com os parceiros, as
outras pessoas do grupo, o que certamente será
recompensado.
Essas lições devem estar incorporadas na educação diária das crianças e não apenas no discurso.
Dizer “faça isso” ou “não faça aquilo” tem pouco
efeito. “É mais do que sabido que o exemplo é o
maior professor que existe”, diz a educadora. Lia
Rosenberg afirma que desde bem pequenas as
crianças devem ser apresentadas às regras que irão
ajudá-las a viver bem com os demais moradores
da casa, frequentadores do parquinho, colegas de
escola.
“Nos primeiros anos, funciona bem dizer às crianças para que não façam aos outros o que não querem que façam com elas. Aos poucos, a conversa
pode se ampliar, mantendo o foco no indivíduo,
mostrando qual o tipo de troca curto prazo / longo prazo a criança está fazendo e quais serão as
consequências”, orienta. “Mais que apelar para a
importância da solidariedade, deve-se falar sobre
ação e reação. Como o outro vai reagir se eu fizer
deste jeito? E se eu fizer diferente?”
O período ideal para se ensinar as regras de convivência é antes dos 6 anos, de acordo com a educadora. “É de pequeno que se torce o pepino, diz o
ditado. Mas isso não significa que se deve abandonar a batalha depois desta idade. Toda hora é boa
para conversar com os filhos, ampliar seu ponto de
vista e chegar a um compromisso entre o desejo
imediato e a sobrevivência do grupo”.
Revista VivaBem . 43
Lazer
44 . Revista VivaBem
“MUSEU MOSTRA QUE FÍSICA
E QUÍMICA FAZEM PARTE DO
NOSSO COTIDIANO”
CIÊNCIA
TAMBÉM É DIVERSÃO
NO MUSEU DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA
DE LONDRINA VISITANTE TEM
ACESSO A CONHECIMENTO DE
FORMA DESCONTRAÍDA
Revista VivaBem . 45
Que tal nas horas de lazer aproveitar para aprender
um pouco mais de ciências por meio de experimentos práticos? Ou ainda ampliar seus conhecimentos
sobre o universo, as estrelas, os astros? O Museu de
Ciência e Tecnologia de Londrina (MCTL), localizado
na Universidade Estadual de Londrina (UEL) é aberto
à comunidade e pode render bons momentos de
diversão associados à aprendizagem.
Este Museu foi inaugurado em 2005 e conta com
três setores: Centro de Ciências, Observatório e Planetário. Os três podem ser visitados por meio de visitas agendadas, normalmente por escolas, mas está
aberto também a grupos da comunidade em geral.
Diferente de outros museus, no Centro de Ciências
o visitante não é apenas um apreciador de obras. Ele
participa de experiências interessantes nas áreas de
química e física. A coordenadora do Museu, Eliana
Silicz Bueno, conta que este espaço foi o primeiro
setor do Museu a funcionar. É lá que acontecem os
“Experimentos de Física” e o “Show da Química”. Ela
explica que, sob supervisão dos responsáveis pelo
Museu, os estagiários ficam encarregados de fazer os
experimentos.
“Por meio destas experiências, os visitantes visualizam
conceitos e reforçam as teorias ensinadas em sala de
aula. O acervo de experimentos funciona, acima de
tudo, como um instrumento de interação entre o
público e a prática científica”, explica Eliana Bueno.
“Isso porque após a explanação, as pessoas podem
manter contato direto com alguns instrumentos que
não oferecem perigo para comprovar o que foi explicado.”
É senso comum que física parece coisa de outro
mundo, a qual apenas alguns gênios conseguem
compreender. Porém, os experimentos desta ciência mostram a sua presença no cotidiano de forma
bem acessível. Desde o funcionamento de um motor elétrico até a tensão existente em um raio. Os
experimentos foram montados em parceria com o
Laboratório de Instrumentação do Departamento de
Física da UEL, coordenado pelo prof. Dr. Carlos Eduardo Laburú e com a participação do físico Osmar
Moura da Silva.
Um dos instrumentos que mais atraem os visitantes,
segundo Eliana Bueno, é o Gerador de Van de Graaff. Aquele que literalmente deixa os cabelos em pé.
É uma máquina eletrostática que produz alta volta-
46 . Revista VivaBem
DE OLHO NO CÉU
O Planetário e o Observatório são setores do Museu de Ciência e Tecnologia que desvendam um
pouco dos mistérios do universo para seus visitantes. Eliana Bueno explica que o Planetário permite
a visualização de planetas e estrelas em movimento e simula o céu visível de qualquer ponto sobre
a superfície da Terra e em qualquer época do passado e do futuro. “É um espaço de experiências
que demonstra o conhecimento já existente, ao
mesmo tempo em que desperta para o novo, e
nos coloca em contato com o universo”, afirma a
coordenadora do Museu do qual o Planetário faz
parte. Coordenado pelo professor doutor Américo Tsuneo Fujii, o Planetário fica na rua Benjamin
Constant, 800.
O Observatório Astronômico da UEL é coordenado pelo físico Ferdinando Vinicius Zapparoli e funciona na UEL, ao lado do Centro de Ciências do
MCTL. Neste espaço estão os telescópios, câmeras
fotográficas, binóculos, equipamentos multimídia e
outros recursos para observação dos objetos celestes, além da apresentação de filmes, documentários e palestras sobre astronomia.
LOCAIS E HORÁRIOS DE
FUNCIONAMENTO
PLANETÁRIO:
Às segunda e sextas-feiras funciona de manhã
e de tarde;
Às terças e quintas-feiras funciona de manhã,
tarde e noite;
Sábado - apenas no último do mês com sessões às 16 horas (infantil) e às 17 horas (adulto).
Rua Benjamin Constant, 800 - CENTRO - Contato: (43) 3326-0567
Eliana Silicz Bueno, coordenadora do Museu.
OBSERVATÓRIO:
Somente com agendamento.
No segundo sábado de cada mês tem observação pública na Praça Nishinomyia (quando as
condições climáticas são favoráveis).
Dentro do campus da Universidade Estadual de
Londrina (UEL) e atrás do Colégio de Aplicação
próximo ao Centro de Educação Comunicação
e Artes (CECA). Contato: [email protected].
CENTRO DE CIÊNCIAS
Às segundas e quartas-feiras às 15 horas
Às terça e sextas-feiras às 9 horas
Dependendo de agendamento.
Agendamento das visitas:
Ligar para 3371 4805
Dentro do campus da Universidade Estadual de
Londrina (UEL) e atrás do Colégio de Aplicação
próximo ao Centro de Educação Comunicação
e Artes (CECA).
gem através de atrito, inventada por Robert Jemison
Van de Graaff. No Centro de Ciências é utilizada uma
versão pequena deste gerador para demonstrações
sobre eletricidade, produzindo o efeito de arrepiar
os cabelos de quem toca na cúpula isolada eletricamente da terra. Isso ocorre porque o cabelo fica
eletrizado com a mesma polaridade, se repelindo. O
experimento também é utilizado para provocar leves
choques entre um visitante voluntário isolado tocando na cúpula e outro não isolado.
Ainda nas experiências com física, o atrasador de som
também atrai bastante a curiosidade das pessoas. Trata-se de um tubo com 90 metros de cumprimento.
A ideia demonstrada é a seguinte: se o som tem uma
velocidade média de 340 m/s, ele demora 1/3 de
segundo para percorrer toda a extremidade do tubo
que compõe o atrasador de som.
Já o “Show de Química”, de acordo com Eliana Bueno, aproxima as pessoas desta ciência porque utiliza materiais que podem ser facilmente encontrados
para a realização dos experimentos. “Mas o contato
com determinadas substâncias exige o acompanhamento de um responsável”, alerta.
Com uma proveta de 100 ml, espátula, água oxigenada, detergente e iodeto de potássio, é demonstrada para os visitantes como ocorre a decomposição
da água oxigenada. O congelamento instantâneo
também é uma experiência que chama a atenção e
é demonstrado com béquer de 250 ml, espátulas,
bastão de vidro, pedaço de madeira, água, tiocianato
de amônio e hidróxido de bário.
Estes são apenas alguns dos instrumentos e experiências que os visitantes deste Museu podem ter acesso
e ver de perto que Química e Física não são um bicho de sete cabeças.
Revista VivaBem . 47
Unimed
MAIS
INFORMAÇÕES
PARA UM PARTO
SEGURO
COM O CARTÃO DA GESTANTE, AS FUTURAS MAMÃES TERÃO EM MÃOS
TODO O HISTÓRICO DE SUA GRAVIDEZ
O nascimento de um filho é um dos momentos mais
sensíveis da vida da mulher. Um misto de alegria, expectativas, ansiedade, alguns receios e inseguranças
invadem a futura mamãe. Para que esta experiência
seja tranquila e plena é preciso alguns cuidados durante toda a gestação. Pré-natal, alimentação equilibrada
e saudável, exercícios físicos sempre respeitando as
condições gestacionais fazem parte de uma rotina que
proporciona um parto seguro.
Outro cuidado fundamental que deve ser tomado
desde a primeira consulta médica do pré-natal é manter sempre atualizado o Cartão da Gestante. Este documento é uma das determinações da Resolução Normativa nº 368, em vigor desde 6 de julho, da Agência
Nacional de Saúde Suplementar (ANS), que estabelece
normas para estímulo do parto normal.
Em cumprimento à Resolução, a Unimed já distribuiu
48 . Revista VivaBem
o Cartão da Gestante para todos os ginecologistas e
obstetras da operadora. O médico deve entregar o
Cartão para a paciente e a cada consulta deve atualizá
-lo com as informações sobre a evolução da gestação.
Neste documento serão anotados dados sobre curva e altura uterina; acompanhamento nutricional da
gestante; controle de pressão arterial; resultados de
exames diversos; fatores de risco identificados e resultados de ultrassonografias, entre outras informações.
Caso o médico não entregue o cartão já na primeira
consulta, a paciente deve solicitá-lo.
É muito importante que a gestante não esqueça de
levar o Cartão em todas as consultas, para garantir que
todas estas informações sejam constantemente atualizadas. A paciente também deve estar sempre com o
Cartão na bolsa para que, caso precise de um atendimento de urgência, o médico de plantão tenha acesso
ao histórico da sua gestação.
“O Cartão da Gestante é um instrumento muito importante do pré-natal, nele estão as principais informações das consultas e exames e a gestante deve levar
consigo para qualquer lugar, pois no caso de alguma
intercorrência estes dados podem ser visualizados por
qualquer médico ou outro profissional de saúde que
tenha contato com a gestante”, explica o ginecologista
e obstetra Sérgio Parreira, que também é diretor de
Mercado da Unimed Londrina.
Quanto mais informações sobre a evolução da gravidez, mais tranquilidade para que o parto transcorra em
segurança e seja realizado da forma que for melhor
indicada para cada caso: normal ou cesariana.
“O melhor parto é aquele que trará uma boa experiência à gestante. Se o parto normal for bem conduzido
PLANTÃO OBSTÉTRICO DÁ
MAIS SEGURANÇA PARA A
GESTANTE
Ainda com foco na tranquilidade e segurança da gestante, a Unimed Londrina inaugurou em dezembro de 2014 o Plantão Obstétrico 24 horas, em parceria com o Hospital
Evangélico. São dez médicos especialistas
que foram selecionados e dão atendimento
para a gestante naquele hospital.
“Com esta importante estrutura de apoio, a
gestante que porventura não conseguir se
comunicar com seu obstetra, tem a certeza
de que terá um atendimento de qualidade.
Ela não ficará desamparada se o seu médico
estiver viajando ou não for localizado”, afirma o ginecologista e diretor de Mercado da
Unimed Londrina, Sérgio Parreira. “O Plantão
Obstétrico da Unimed no Hospital Evangélico garante melhor qualidade no atendimento, pois as intercorrências muitas vezes são
de forma inesperada e, às vezes, urgentes.
Nestes casos, nem sempre o médico da
paciente está disponível”.
AS INFORMAÇÕES DO CARTÃO
DEVEM SER ATUALIZADAS A
CADA NOVA CONSULTA
e as possíveis complicações diagnosticadas, será uma
ótima opção. Da mesma forma a cesárea, se for bem
indicada e realizada na hora certa, respeitando o desejo da gestante, também será uma ótima experiência”,
explica Sérgio Parreira.
Ainda de acordo com a normativa da ANS, a gestante
poderá solicitar informações sobre a quantidade de
cesarianas e de partos normais já realizada por seu
médico, pelo prestador (hospital) e pela operadora de
seu plano de saúde. O acesso a estas informações e o
Cartão da Gestante são direitos adquiridos pela futura
mãe com a Resolução 368. “Com isso, a ANS acredita
que está cumprindo o seu papel de garantir a informação às gestantes. Agora, se mesmo após esta garantia
de maior acesso às informações a gestante continuar
desejando a cesárea, será necessário que ela entregue
à maternidade um ‘Termo de Consentimento Informado’, no qual ela deve reiterar que, mesmo tendo recebido as informações, deseja ser submetida à cesariana
de uma forma autônoma”, afirma Sérgio Parreira.
Sérgio Parreira, ginecologista/obstetra e diretor de
Mercado da Unimed Londrina.
Revista VivaBem . 49
Unimed
ATENDIMENTO
AO CLIENTE
UNIMED SE
MUDA PARA
A GLEBA
PALHANO
PARA FACILITAR PROCESSOS
OPERACIONAIS E INICIAR AS OBRAS
DO PRONTO ATENDIMENTO, O
SERVIÇO FUNCIONARÁ NO PRÉDIO
DA NOVA SEDE
A LIBERAÇÃO DE GUIAS AGORA É REALIZADA NA AVENIDA AYRTON SENNA, 1.065
O Atendimento ao Cliente da Unimed Londrina está
com novo endereço. Desde 17 de agosto, todas as
liberações de guias e o atendimento presencial são
realizados no andar térreo da nova sede da Cooperativa, na Avenida Ayrton Senna da Silva, 1.065, na Gleba
Palhano.
Os serviços prestados por este setor também afetam
diretamente o atendimento dos pacientes nos consultórios. Portanto, para evitar deslocamentos desnecessários dos clientes, a Unimed Londrina está comuni-
50 . Revista VivaBem
cando o novo endereço a todos os seus públicos de
relacionamento.
A mudança do local de Atendimento ao Cliente foi
necessária para facilitar o contato com as outras áreas
da Cooperativa, que são essenciais para a operacionalização de processos.
Esta mudança também faz parte da nova destinação
do prédio da antiga sede, localizada na rua Senador
Souza Naves, 1.333, onde funcionará o Pronto Atendimento da Unimed Londrina.
ATENDIMENTO AO
CLIENTE UNIMED
(LIBERAÇÃO DE GUIAS
E PRESENCIAL)
Novo endereço: Avenida Ayrton
Senna da Silva, 1.065. Horários e dias
de atendimento: segunda a sextafeira, das 8 às 18 horas.
Revista VivaBem . 51
SAC - 0800 400 6100
unimedlondrina.com.br
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