20. Fazer com as mãos, um jeito de estar no mundo Unimed Segurança com o Cartão da Gestante Sociedade Pequenas lições para a boa convivência Mesa Um cardápio em favor da vida dos animais 12 Turismo Destinos para o encontro com a fé 24 44 18 Estilo O fazer artesanal por um mundo melhor Lazer Ciência e lazer lado a lado 42 Em Sociedade Lições simples para o convívio 08 Cultura Mestres em fazer rir 48 Unimed Parto seguro com mais informação 50 Unimed Mudança do Atendimento ao Cliente para a nova sede. 26 Esporte 36 Pet Cuidar do seu “velhinho” de estimação Correr para o bem do corpo e da alma 34 Seu Corpo Vacinar para prevenir doenças infecciosas 38 Sua Mesa Pratos veganos por amor aos animais 30 Meio Ambiente A construção no compasso da preservação Pequenas lições como dizer obrigado, por favor, dá licença, respeitar os mais velhos, são muito importantes para o bom convívio em sociedade. Será que damos o devido valor a elas na educação dos nossos filhos, atualmente? A educadora Lia Rosenberg, de São Paulo, fala sobre o tema na coluna Viva Bem em Sociedade. Na coluna Viva Bem com Pets, o médico veterinário Ricardo Barros, de Londrina, dá algumas orientações importantes para o bem-estar dos animais idosos. Na coluna Viva Bem com Meio Ambiente você vai encontrar dicas sobre materiais e técnicas que tornam reformas e construção de casas mais sustentáveis, minimizando o impacto ambiental. Eles são os mestres do riso. Dedicam suas vidas para tirar gargalhadas de crianças e adultos. Na coluna Viva Bem com Cultura você saber um pouco sobre como alguém se torna um palhaço, como é sua formação. Você quer unir viagem com fé? Então veja na coluna Viva Bem com Turismo alguns destinos religiosos como a Terra Santa e o Caminho de Santiago de Compostela. Eles são loucos por corrida de rua e contam como transformaram esta atividade em uma forma de cuidar da saúde física e corporal, e da estética, também. Na coluna Viva Bem com Esporte, você vai conhecer estas histórias e saber um pouco mais sobre os benefícios de correr. Nesta busca por qualidade de vida, um olhar que talvez ainda não esteja muito apurado é para a prevenção de algumas doenças infecciosas. Na coluna Viva Bem com seu Corpo, o médico infectologista Joaquim Guimarães, de Londrina, lembra algumas delas: meningite meningocócica, hepatite e herpes zoster. E alerta: o simples ato de tomar vacina pode evitá-las. O nascimento de um filho é um dos momentos mais sensíveis da vida da mulher. Para que esta experiência seja tranquila é preciso alguns cuidados durante toda a gestação. Um deles, que deve ser tomado desde a primeira consulta médica do pré-natal, é manter sempre atualizado o Cartão da Gestante. Saiba mais na coluna Viva Bem com a Unimed. Esta edição traz estes temas e muitos outros. Boa Leitura! 4 . Revista VivaBem www.colegiosmaristas.com.br/londrina Nada mais atual do que fazer 60 anos em ótima forma. Nos seus 60 anos de vida, o Colégio Marista de Londrina ajudou a escrever um capítulo na história da cidade. E isto só foi possível graças a uma proposta pedagógica de formação integral com base em valores humanos, éticos e solidários. Sem nunca perder de vista o foco nos sujeitos do processo educativo – professor e aluno – busca desenvolver em seus educandos o ser Pesquisador, Comunicador e Solidário. Para tanto, conta como aliados com uma estrutura física privilegiada, recursos tecnológicos de ponta e, principalmente, com investimento formativo permanente para os seus colaboradores. AG E N D E UM A V IS ITA 43 3374 3600 Av. Maringá, 78 Jardim Bancários Da Educação Infantil ao Ensino Médio, diversos projetos educacionais, pastorais, esportivos e artísticos acolhem os alunos, promovem seu desenvolvimento crítico e os preparam para grandes desafios como o Enem, os Vestibulares e outras provas da vida. ATUAL DESDE SEMPRE. MARISTA. Colégios Maristas. Preparação para todas as provas da vida. CONSELHO EDITORIAL: Wilson Liuti Costa Jr., Dayane Santana, Rose Pontes, Rosana Modelli, Carolina Guadanhin, Fabianne Piojetti, José Vitor Hidalgo, Lorraine More, Felipe Teixeira Q. de Oliveira e Weber Guimarães. COORDENAÇÃO EDITORIAL: Carolina Guadanhin EDIÇÃO: Felipe Teixeira Q. de Oliveira TEXTOS: Grão Assessoria PROJETO GRÁFICO E DIAGRAMAÇÃO: Egg Comunicação Criativa FOTOGRAFIAS: Rafael Bastos, Elizeo Garcia Junior e Daniela Toviansky TIRAGEM: 7.500 exemplares (Circulação dirigida) IMPRESSÃO: Midiograf ERRATA Edição nº 19 Na matéria Viva Bem em Rede, a foto foi creditada incorretamente na página 44. A legenda diz “A arquiteta Márcia Bounassar”, mas a foto é da Assistente Social Maria Fernanda Vetrone. Participe da Viva Bem dando sugestões pelo e-mail [email protected] ou ligue (43) 3375-6251. DIRETORIA EXECUTIVA DIRETOR PRESIDENTE: Oziel Torresim de Oliveira DIRETOR ADMINISTRATIVO-FINANCEIRO: Edison Henrique Vannuchi DIRETOR DE MERCADO: Sérgio Humberto B. Parreira DIRETOR DE PROVIMENTO DE SAÚDE: Omar Genha Taha DIRETOR DE RELACIONAMENTO COM COOPERADOS: Álvaro Luiz de Oliveira CONSELHO TÉCNICO: Antonio Carlos Valezi, Celso Fernandes, Inês Paulucci Sanches, Luzia Nobuko Ochiro, Rubens Martins Junior. CONSELHO FISCAL: Éderson Crippa, Mauricio Gaeta, Danilo Malucelli, Edgard Luiz Westphalen, Fabio Ferreira Lehmann e Adriana Martin Swenson. SUPERINTENDENTES Provimento de Saúde: Jorge Luiz Gonçalves Mercado: Weber Guimarães Administrativo Financeiro: Ricardo Pinelli UNIMED DE LONDRINA Cooperativa de Trabalho Médico | Avenida Ayrton Senna da Silva, 1.065 | Londrina, Paraná www.unimedlondrina.com.br | Fale Conosco e Ouvidoria 0800 4006100. Fl Cultura 8 . Revista VivaBem mestres Como nascem os mestres Como nascem os do do riso PARA SER UM BOM PALHAÇO É PRECISO DOM, ESTUDO, TÉCNICA, SENSIBILIDADE E UM OLHAR SOBRE O SER HUMANO CAPAZ DE POTENCIALIZAR AS EMOÇÕES Revista VivaBem . 9 Luiz Henrique Silva dá vida ao palhaço Arnica 10 . Revista VivaBem Parece tudo uma grande brincadeira. E não deixa de ser. Quem faz, garante que se diverte. Mas viver de palhaçada exige estudo e técnica. E, claro, certa veia para fazer rir. Alguns defendem que sem o dom a pessoa nunca chegará a ser um palhaço de verdade. Para outros, com muita dedicação e força de vontade é possível aprender a arrancar gargalhadas, mesmo do público mais exigente. A Viva Bem conversou com Camila Mara Cequinel, a palhaça Baratinha, da Cia TripCirco de Curitiba, e com Luiz Henrique Silva, o palhaço Arnica, do CLAC de Londrina, para falar sobre a arte de divertir e também de se divertir, como diz a Palhaça Baratinha. Há 20 anos, o pó de serra entrou na veia de Luiz Henrique. Esta expressão é utilizada para designar aqueles que se apaixonam pela arte do circo e não conseguem mais viver longe do picadeiro. Foi fazendo teatro que Fernando Goes, criador do palhaço Coisa Fina, chamou a atenção de Luiz para sua aptidão para a comédia. Começou uma dupla com ele e passou por várias parcerias até chegar ao espaço CLAC Circo, do qual é fundador. Para Luiz Henrique ser palhaço exige dom e sensibilidade extra para externar de forma potencializada as emoções humanas. “É isso que o palhaço faz”, diz. Mas também é preciso técnica, pesquisa, observação. Foi assim que ele construiu o Arnica. “Passei por alguns tipos de palhaços: o de cetim, o de brechó. Só não passei pelo de algodão. E fui descobrindo o figurino que virava o meu palhaço. O sapato que era para mim, a minha maquiagem. Todo palhaço tem uma maleta com várias coisas dentro, o Arnica tem a sua”, conta. O figurino é fundamental na criação deste mestre em fazer rir. Tanto que Luiz Henrique tem em sua casa um quarto só com vestimentas do Arnica. Ele é um palhaço de rua, o que tem algumas especificidades e contribuiu para a sua formação. “Isso te dá uma ‘tarimba’ muito grande. Você tem que estar 110% atento a tudo. Tem a sirene que toca, o bêbado que quer participar. E você precisa incorporá-los na cena”, diz. Nesta brincadeira, os palhaços tornam-se experts no improviso. A participação em festivais, a observação da atuação de outros companheiros de fazer rir e se emocionar, a pesquisa, a escola com grandes mestres, a aprendizagem de técnicas como perna de pau e malabarismo e a verve para a comédia foram elementos essenciais na trajetória de Luiz Henrique para chegar até Arnica. Camila Cequinel, a Palhaça Baratinha, da Cia TripCirco de Curitiba, acredita que alguns nascem com dom e “PASSEI POR DIVERSOS TIPOS DE PALHAÇO, ATÉ CHEGAR AO ARNICA” têm mais facilidade, mas ainda assim o estudo é essencial para formar o artista. “Mas aquele que não tem dom, mas tem muita força de vontade, pode se dedicar e ser um bom palhaço.” Para esta formação técnica, Camila diz que existem muitos cursos com diferentes metodologias. “Cada um tem um tempo especifico de duração e não tem como dizer quantas horas-aula de curso são necessárias para a pessoa se tornar um bom palhaço. Isso depende muito da pessoa, do que ela busca e como ela assimila as informações”, diz. Ela conta que não estudou muito técnicas de palhaço ou comédia. “Fiz alguns cursos, mas foi apresentando que aprendi. Sei que me falta muito, mas creio que a comédia é algo mais decorado com textos ou um roteiro e improvisação. Já o clown, para mim, depende muito de a pessoa acreditar nela mesma, de romper barreiras e de sua capacidade de improvisação também.” Em sua formação, Camila ainda treina as técnicas circenses, como parada das mãos, acrobacias, malabares e outras. Estas técnicas compõem as apresentações, mas a simplicidade é o que mais emociona o público. “Muitas vezes estamos apresentando números de alto risco e dificuldade, mas é quando fazemos algo simples e engraçado que os aplausos vêm.” Para ela, o palhaço é o ser puro. “Hoje, com tanta tecnologia, as pessoas estão ficando alienadas e não olham o mundo fora dos seus celulares. Isso, de certa forma, as afasta um pouco do humano e do real. O palhaço é isso: um ser humano real, sem barreiras emocionais impostas pela sociedade. Um ser sincero”, diz. “Mas, claro, isso não é regra.” Revista VivaBem . 11 Turismo Destinos para o encontro com a fé 12 . Revista VivaBem VISITANTES CONTAM SUAS EXPERIÊNCIAS NA TERRA SANTA E NO CAMINHO DE SANTIAGO DE COMPOSTELA Revista VivaBem . 13 Saint Jean Pied de Port - Roncesvalles Lugares impregnados de história e mistério, com uma aura mística, que levam muitas pessoas a um encontro consigo e ao fortalecimento da fé. É o que relatam aqueles que procuram destinos como a Terra Santa e o Caminho de Santiago de Compostela. O empresário do ramo de turismo religioso Caco Braile e o fotógrafo Claudio Nonaca falam sobre estas experiências. O Caminho de Santiago de Compostela é um percurso medieval de peregrinação que existe há mais de 11 séculos. São 830 quilômetros percorridos a pé, de bicicleta ou a cavalo, atravessando a Espanha. Depois de passar por algumas turbulências em sua vida, Cláudio Nonaca decidiu fazer o percurso a pé, foram 30 dias de uma caminhada de reflexão e fé sobre sua vida. As principais rotas que levam a Compostela são a de Navarra ou Somport com ponto de partida em SaintJean-Pied-de-Port ou Roncesvalles, e a de Aragonesa, considerada mais rústica. Os dois trajetos encontram- 14 . Revista VivaBem Fotógrafo Claudio Nonaka fez o caminho de Compostela a pé. “ALGUMAS LONGAS HORAS CAMINHANDO TOTALMENTE SOZINHO. REFLETINDO SOBRE A MINHA VIDA E TUDO O QUE A ENVOLVE”. Puente la Reina Estella se na cidade espanhola de Puente La Reina, formando um só caminho até a cidade de Santiago. A viagem é considerada intensa e misteriosa, passando por bosques, montes e campos espanhóis. Cláudio partiu de Saint-Jean-Pied-de-Port e relata as distintas paisagens com plantações de alcachofra, trigo, pêssego, uva; rios, bosques. Isso tudo nas diferentes cidades e povoados pelas quais ia passando. O caminho completo é percorrido normalmente em 30 dias, cada dia para-se em um lugar que tem albergues para os peregrinos. Isso nesta rota, pois a de Aragonesa é mais difícil, as distâncias são mais longas entre os povoados. Cláudio conta que passou por diferentes experiências. “Algumas longas horas caminhando totalmente sozinho. Só com o Senhor. Refletindo sobre a minha vida e tudo o que a envolve”, conta. Em outros momentos caminhava com vários peregrinos. Encontrou pessoas de várias nacionalidades e algumas que vinham de outros lugares e caminha- Revista VivaBem . 15 riam muito mais tempo, como a francesa que vinha de outra rota na França, a pé, e caminharia 1.800 km até Compostela, durante 70 dias. “No contato com outras pessoas tive experiências que me permitiram vivenciar a palavra do Senhor, como o prazer de servir o outro. Em uma situação fiz curativos nos pés de uma coreana que estavam cheios de bolhas. Em outra, nós juntamos dinheiro para ajudar um peregrino que tinha ficado sem nada”, conta. Para Claudio, o grande sentido da viagem, que ele transformou em livro e está se preparando para publicar, é o encontro consigo. Cidade de Jerusalém 16 . Revista VivaBem A Terra Santa, para os cristãos, compreende os lugares onde Jesus nasceu, viveu e morreu, como Belém, Nazaré e Jerusalém. É para estes lugares que muitos peregrinos viajam todos os anos. Caco Braile já foi para Israel cinco vezes e conta que seu roteiro preferido costuma incluir a Itália. “É mais interessante, pois combina Israel, onde Jesus nasceu, viveu, morreu e ressuscitou, com a Itália, onde o cristianismo toma forma e se consolida”, diz. Caco afirma que Israel, além de ser uma região Praça São Pedro - Vaticano exótica na geografia e em toda a sua cultura, é o berço das três religiões monoteístas: Cristianismo, Judaísmo e Islamismo. A Itália, por sua vez, segundo ele, possui vários santuários, e, claro, tem Roma e o Vaticano. Em Israel, a viagem tem dois pontos distintos. “Ao Norte visitamos a Galileia, onde Jesus viveu e fez toda a sua obra. Lá estão as ruínas de Cafarnaum, o Monte das Bem-Aventuranças, o Monte Tabor, Naim, o Mar de Tiberíades, as cidades de Tiberíades, Nazaré e Caná”, conta Caco. “Ao Sul visitamos a Judéia, centro político e religioso, onde Jesus foi crucificado e ressuscitou. No trajeto até a Judéia, sempre beirando o Rio Jordão, está Jericó, o Monte das Tentações e o Mar Morto.” Na Judéia, Caco diz que um dos locais marcantes por sua história e uma grande variedade de etnias e crenças é Jerusalém. “Lá estão presentes árabes, muçulmanos, cristãos católicos, armênios, russos, gregos ortodoxos e etíopes, sem contar os judeus, ortodoxos ou não. Uma mistura inimaginável”, diz. Em Jerusalém os peregrinos visitam o Muro das Lamentações, o Santo Sepulcro, o Cenáculo, a Via Sacra, Porta de Santo Estevão, a Piscina Probática, Igreja de Santa Ana, Santuários da Flagelação, Condenação, Ecce Homo, o Calvário e o Monte das Oliveiras. “Próximo a Jerusalém está Belém com a Igreja da Natividade, local do nascimento de Jesus, o Campo dos Pastores, as Grutas do Presépio de São José e do Natal”, completa o empresário. Caco teve experiências espirituais marcantes em todas as viagens, mas alguns lugares o tocaram especialmente e ele recomenda a todos que pensam em fazer este passeio. Em Israel um dos lugares é Naim, na Galileia, perto do Monte Tabor, onde Jesus fez o milagre da ressurreição do filho da viúva que lá vivia. “Fiz o trajeto de Jesus, uma caminhada de 40 km de Cafarnaum até Naim, com Frei Ildo Perondi que faz seu doutorado em Teologia sobre este tema.” Outro lugar, também em Israel, é a Fortaleza de Massada, na Judéia. “Trata-se de um sítio arqueológico impressionante, que representa um dos momentos mais fortes da resistência do povo judeu contra a dominação romana. Fica ao sul do Mar Morto, em direção ao Egito.” Já na Itália, um dos lugares que mais o marcaram e que em sua opinião deveria ser visitado por todos que fazem esta viagem, foi o túmulo de São Francisco, em Assis. “A cidade por si só apresenta uma atmosfera espiritual envolvente, e tudo ali faz o peregrino respirar em profundidade a mística franciscana. Indescritível.” Muro das Lamentaçòes - Jerusalém Revista VivaBem . 17 Estilo Eveline Rotter, proprietária da empresa Casa de Boneca Fazer com as mãos, um jeito de estar no mundo 18 . Revista VivaBem SUSTENTABILIDADE E VALORIZAÇÃO DO PRODUTOR SÃO O FOCO DO TRABALHO ARTESANAL Revista VivaBem . 19 Alessandra Kochi, publicitária, se dedica ao artesanato nas horas vagas Em tempos em que as consequências do hiperconsumismo afetam de forma tão marcante o planeta, parte da sociedade se volta para a produção com foco na sustentabilidade e na valorização do produtor. No centro deste movimento estão palavras-chave como artesanal, arte, economia criativa, exclusividade, inclusão social. A Viva Bem traz três perspectivas de como o artesanato está ganhando espaço no mercado e se tornando um estilo de produção e consumo para algumas pessoas. Na Casa da Boneca, as peças de arte e decoração são produtos feitos à mão para atender conceitos de valorização do ser humano e de seus saberes técnicos; matéria-prima de fontes renováveis; inclusão social; geração de renda por meio do resgate de tradições; identidade regional; materiais naturais e de baixo impacto ambiental. “Esses são conceitos que a Casa da Boneca se esforça para atender, pois tudo isso faz parte de uma 20 . Revista VivaBem OS CONSUMIDORES MAIS EXIGENTES JÁ ESTÃO ANTENADOS, BUSCANDO UM MODO DE VIDA DIFERENTE Bonecos de madeira estilizados trazem um toque do cliente proposta para um mundo capitalista que não está mais funcionando tão bem e que os consumidores mais exigentes já estão antenados, buscando um modo de vida diferente”, diz Eveline Rotter, proprietária do empreendimento. A loja possui hoje 27 fornecedores que correspondem a esta visão. “Temos também a marca própria, com peças pessoais feitas em tecido 100% algodão e com uma combinação de cores e estampas características da marca. O cliente pode fazer encomendas de acordo com a estampa que lhe agrada.” Todo o processo é extremamente artesanal. O corte do tecido, a costura e os acabamentos são feitos à mão. “Contamos apenas com a ajuda de uma máquina de costura doméstica. Cada etapa é muito importante porque a qualidade da peça se inicia com o corte perfeito. Além disso, priorizamos materiais de qualidade e de fabricação nacional.” O trabalho é artesanal, mas Eveline está em constante processo de pesquisas para manter a competitividade e se aprimorar. Ela mantém uma loja virtual para seus produtos; está nas mídias sociais; faz parte da “Rota do Café” e do projeto “Sou Londrina”, uma iniciativa de várias entidades para produzir souvenirs que retratam a cidade. Eveline acredita que quando o consumidor adquire uma peça feita à mão, além de levar o belo para seu espaço, contribui para a melhoria da qualidade de vida do ser humano. Em uma perspectiva diferente da criação de um negócio próprio, com implicações em uma mudança na forma como se produz e consome, Alessandra Francisconi Kochi também incluiu o fazer artesanal em sua vida. Ela criou o Eu de Madeira. Em casa, produz bonecos de madeira que caracterizam seu cliente. Seu foco está na exclusividade, no produzir cada peça Revista VivaBem . 21 com traços de quem as encomendou. Publicitária, Alessandra dedica de três a quatro horas de cada noite para este trabalho. Ela avisa que não se trata de caricatura, mas de bonecos minimalistas com detalhes de cada pessoa e que traduzem um pouco de sua personalidade. “Para noivinhas, por exemplo, trabalhamos com detalhes personalizados do vestido, cores do buquê, estilo do véu, grinalda, penteado, e o mesmo para os noivos, com ou sem colete, cor da gravata”, conta. Para outros tipos de bonecos, Alessandra trabalha com acessórios específicos: o tipo de óculos, alguma estampa de roupa que o cliente peça, qualquer detalhe que tenha relação com a pessoa. “Também fazemos alguns específicos de profissões, famílias, enfim, o que o cliente quiser a gente tenta adaptar sempre.” Para isso, não basta apenas encomendar o boneco, são necessárias algumas informações para iniciar a criação. “Nos baseamos em fotos e em um questionário enviado para cada um com algumas perguntas.” Feita a pesquisa, começa a confecção do boneco. A madeira já torneada é encomendada fora de Londrina e demora 15 dias para chegar. Assim, os bonecos levam no mínimo 30 dias para ficarem prontos. A madeira é lixada para amenizar fissuras. Em seguida é feito um desenho rascunho do boneco que é apagado até chegar ao estilo do cliente identificado por Alessandra. Só então ela começa a pintura; faz os detalhes; depois vem o verniz e só então os acessórios, como o véu da noiva. “Costumo brincar que não faço bonecos de madeira com carinho, e sim bonecos de carinho feitos com madeira. Porque é bem isso, tem mais carinho do que madeira neles. O amor que tenho pelo que faço e por cada peça é enorme! Meu desejo é sempre que a pessoa fique muito satisfeita, por isso tanto cuidado e dedicação.” Objetos de decoração da Casa da Boneca 22 . Revista VivaBem ARTESANATO TAMBÉM É INCLUSÃO SOCIAL \ Nelma Liberato, coordenadora do Programa Economia Solidária Programa Municipal que existe há 10 anos, o Economia Solidária traz o artesanato como perspectiva de inclusão social e geração de renda para os produtores. Hoje, 250 pessoas, em 62 empreendimentos, estão encontrando no fazer artesanal uma forma de complementar sua renda e escapar do empobrecimento. O grande desafio, de acordo com a coorde- nadora do Programa, Nelma Liberato, é fazer com que estas pessoas e outras consigam viver exclusivamente deste trabalho. Para isso, ainda há muito que avançar na conscientização do consumidor. “Hoje, algumas famílias estão conseguindo viver quase exclusivamente do que produzem, mas o que buscamos é que todos envolvidos no Programa consigam isso”, diz. Nelma afirma que nesta primeira década de existência do Economia Solidária, o comportamento das pessoas já mudou. “Temos consumidores que se preocupam em não comprar produtos gerados da exploração de mão de obra, que estão preocupados com a valorização do trabalho humano e não querem algo massificado. Isso tudo faz parte do conceito de economia solidária.” Os consumidores podem encontrar uma diversidades de produtos na loja do Economia Solidária nos ramos de alimentação, confecção e peças para casa, entre outros. “Temos uma parceria com a Unimed Londrina e todos os seus banners são utilizados como matéria-prima para confecção de sapateiras, pastas para eventos, painéis de fotografia e outras peças.” Mulheres que fazem do artesanato uma fonte de renda Revista VivaBem . 23 Equilíbrio Grupo de artesãs da ONG Viver APOIO QUE FAZ A DIFERENÇA ONG E CENTRO MULTIDISCIPLINAR AJUDAM PACIENTES COM CÂNCER A PASSAR PELO TRATAMENTO COM MAIS CONFORTO 24 . Revista VivaBem A descoberta de um câncer traz sempre muita dor, insegurança e fragilidade para o paciente e seus familiares. Neste momento, tanto quanto o diagnóstico correto e o tratamento mais eficiente, o apoio com atendimento multidisciplinar é essencial para amenizar o sofrimento. Organizações não governamentais e centros de apoio fazem este papel. A ONG Viver existe há 14 anos com este propósito. Atende, em média, 240 crianças e adolescentes que fazem tratamento no Instituto do Câncer de Londrina (ICL) e no Hospital Universitário (HU) de Londrina. São pacientes de 57 municípios que recebem apoio multidisciplinar: psicologia, nutrição, odontologia, assistência social, cesta básica para os familiares, auxílio funerário, medicamento, prótese. A presidente da Ong, Lorena Guskuma, conta que os pacientes e familiares passam o dia com eles e saem na hora de fazer o tratamento de radioterapia ou quimioterapia. Aí vão para o hospital e, muitas vezes, voltam para a casa de apoio. Por isso, eles também recebem alimentação e hospedagem, além de atividade recreativa e algo que nutre a alma destas pessoas: doação, alegria, carinho, respeito. “Muitos dizem que gostam de ficar aqui porque conseguem esquecer um pouco da doença. E, com certeza, isto ajuda na recuperação deles”, afirma Lorena. Todos que atuam na Ong são voluntários, com exceção dos funcionários responsáveis pela manutenção da rotina do espaço, como cozinheira e faxineira. A procura pelo atendimento da Ong Viver cresceu e, por isso, segundo Lorena, eles criaram o projeto “Construtores da Esperança”, no qual recebem doações para ampliação do espaço. O Centro de Apoio ao Paciente com Câncer (CAPC) foi idealizado pelo urologista Celso Fernandes também para dar apoio aos pacientes com câncer. O espaço “A GENTE VÊ A MUDANÇA, ainda está em fase de implantação. Será construído em um terreno de 8 mil metros, doado pela Fundação Melvin Jones, com capacidade para atender 650 pessoas. O projeto arquitetônico já está pronto e agora estão sendo elaborados os projetos estruturais. “Queríamos tudo pronto em dois anos, mas é impossível. Dependemos da captação de recursos”, diz Celso Fernandes Júnior. A ideia é grandiosa. Além dos atendimentos multidisciplinares como psicologia, nutrição, assistência social, odontologia, fisioterapia e assistência jurídica para ajudar os pacientes quanto aos seus direitos (como quitação da casa própria, compra de carro, abatimento do imposto de renda, entre outros), o Centro contará com departamentos como o da dor, da beleza contra o câncer e de pesquisa. Dois deles já estão em funcionamento: o da beleza e o de pesquisa. O centro de pesquisa é liderado pela Fundação Fiocruz e tem o objetivo de desenvolver estudos para atender o paciente nas complicações da quimioterapia e da radioterapia e sequelas cirúrgicas. “O de Londrina é o único centro de pesquisa da Fiocruz no Paraná, já que em Curitiba eles têm apenas o escritório”, afirma o urologista. O cabeleireiro Lincoln Tramontini é diretor do CAPC e faz parte do Departamento de Beleza Contra o Câncer. Ele explica que este trabalho tem o apoio da Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (ABIHPEC), que se inspirou em programa dos EUA que atende milhões de mulheres. No CAPC de Londrina, este departamento terá dois programas: Fios de Ouro, que vai confeccionar perucas para as mulheres e o De Bem com Você, que já começou a funcionar. Foram realizadas duas oficinas, uma em julho e outra em agosto. Representantes da ABIHPEC estiveram presentes e treinaram maquiadoras voluntárias. Na sequência, foram atendidas mulheres que já passaram ou estão passando por tratamento contra o câncer. Elas aprenderam técnicas de automaquiagem e uso de turbante. “É emocionante ver a transformação. Elas chegaram tímidas, inseguras. E depois já estavam dando gargalhadas. A gente vê a mudança, inclusive nos familiares que as acompanham. Isso é ótimo para a autoestima delas e com certeza ajuda muito a passar por esta fase”, diz Lincoln Tramontini. INCLUSIVE NOS FAMILIARES QUE AS ACOMPANHAM” SERVIÇO: QUEM QUISER CONTRIBUIR COM O CAPC, ENTRE EM CONTATO COM MICHELLE PELO FONE 43 3324.7834 OU E-MAIL [email protected].” PARA CONTRIBUIR COM O PROGRAMA “CONSTRUTORES DA ESPERANÇA” DA ONG VIVER, LIGUE PARA 3343-0044 Revista VivaBem . 25 Esporte ESTA PRÁTICA CRESCEU NOS ÚLTIMOS ANOS E HOJE HÁ PELO MENOS 10 GRUPOS ORGANIZADOS EM LONDRINA 26 . Revista VivaBem O treinador Silvio Prado entre a corredora Fabiana Camargo (à esquerda) e a dentista Carolina Freitas (à direita) Revista VivaBem . 27 “COSTUMAMOS DIZER QUE CORREMOS PARA NÃO FAZER TERAPIA” Um número cada vez maior de pessoas está aderindo à corrida de rua. Em Londrina, há pelos menos 10 grupos organizados desta prática. A dona de casa Fabiana Camargo, 37 anos, e a cirurgiã dentista Carolina Freitas, 35 anos, ingressaram no grupo assessorado pelo treinador Silvio Prado e não se imaginam mais sem este exercício. Aconteça o que for, três vezes por semana elas treinam pelas ruas da cidade. Carolina conta que começou a correr na época da faculdade. Parou algumas vezes por lesionar o joelho, nas gestações dos dois filhos. Mas há alguns anos assumiu de vez que não pode viver em correr. A história de Fabiana com a corrida também é antiga. Tinha 20 e poucos anos quando corria na esteira. “Sempre gostei de velocidade e naquela época ainda não tinha a corrida de rua como é hoje, com treinamento, assessoria.” Há quatro anos começou a correr no Zerão, sozinha. Até que foi convidada por amigas para fazer parte do grupo do professor Silvio Prado. Isso há três anos. E não parou mais. As duas afirmam que a corrida transformou suas vidas, trazendo mais saúde física, melhorando o corpo e a estética. Mas o que não tem preço para ambas são os efeitos emocionais. “Nós costumamos dizer que corremos para não fazer terapia”, brinca Carolina. Carolina é dentista, tem dois filhos pequenos e é divorciada. Tudo isso torna a sua rotina bastante estressante e os treinos são os seus momentos para extravasar e relaxar. Fabiana é empresária, mas atualmente é dona de casa para cuidar dos três filhos pequenos. “Este ano, em especial, a corrida foi fundamental para mim. Meu marido teve 28 . Revista VivaBem UMA PRÁTICA DEMOCRÁTICA O treinador Silvio Prado conta que assim como Carolina e Fabiana, a corrida ganhou muitos adeptos nos últimos anos. “É uma prática democrática. Exige poucos recursos para se iniciar: calçado e vestimenta adequada. Isso, aliado aos benefícios que o exercício ao ar livre proporciona, atrai as pessoas.” Segundo ele, as mudanças na condição física e na saúde geral de quem pratica a corrida acontecem de forma muito rápida. Ajustes metabólicos, melhora nos níveis de colesterol e triglicerídeo, perda de peso. “Isso tudo é atingido com eficiência, se o atleta respeitar uma progressão nos treinos.” Silvio Prado acrescenta à lista de benefícios proporcionados pela corrida, a possibilidade de sair da rotina. “Fazemos treino em trilhas, pontos turísticos da cidade. Acredito que a atividade em grupo é mais motivante e ajuda a pessoa a não desistir.” No corpo, de acordo com o treinador, os efeitos da corrida são na saúde, estética e performance. “Estas três variáveis oscilam de pessoa para pessoa. E conforme atinge uma meta, passa-se a buscar outra. Assim, se você consegue uma saúde ótima, começa a buscar um corpo mais atlético, depois busca diminuir o tempo da corrida. Então, estamos em constante mudança.” Mas para que o remédio não se transforme em veneno, alguns cuidados são essenciais. Silvio Prado diz que é preciso não exagerar na dose e respeitar o corpo. “O correto é aumentar progressivamente o tempo de corrida. Outro ponto importante é o descanso, para o organismo se recuperar. “Digo que descanso também é treino.” Por mais boa vontade e disposição que se tenha, nunca se deve iniciar esta prática sem antes fazer os exames cardiológicos, sem um profissional de educação física qualificado para orientar e sem as vestimentas e calçados adequados. Feito isso, é só correr! câncer, acabou de fazer quimioterapia”, relata. Ela conta que estar com o grupo, construir novas amizades, viajar juntos para participar de provas, tudo isso faz parte de uma vida diferente que a corrida lhe proporcionou. “Não me imagino sem isso nem quando eu estiver mais velha.” Uma das preocupações para que não tenha que parar com a atividade é não sofrer lesões. Por isso Carolina destaca que é preciso, além dos treinos de corrida, fazer musculação. Carolina e Fabiana já participaram de várias provas de meia maratona, onde correm 21 quilômetros. Mas nos treinos, Fabiana conta que as distâncias percorridas chegam até 32 quilômetros. Agora o grupo que elas participam enfrenta novo desafio: treinar corrida de trilha, em terra. Parar, nem pensar! UNIMED TAMBÉM ESTÁ NESTA CORRIDA A Unimed Londrina também está de olho na corrida de rua. No dia 30 de agosto a cooperativa realizou a “Corrida Unimed Inspira”. Para saber como foi este evento acesse: www.facebook.com/corridaunimedinspira Revista VivaBem . 29 Meio Ambiente CONSTRUÇÕES E REFORMAS PODEM CAUSAR SIGNIFICATIVOS DANOS AMBIENTAIS; SOLUÇÕES ESTÃO NOS MATERIAIS ECOLÓGICOS E TÉCNICAS SUSTENTÁVEIS 30 . Revista VivaBem Para diminuir o da obra Casa sustentável da TecVerde Revista VivaBem . 31 Caio Bonatto, sócio fundador da TecVerde OS CUIDADOS COM OS RESÍDUOS SÃO OUTRO ASPECTO QUE EXIGE ATENÇÃO Construir e reformar casas de maneira mais sustentável, minimizando os impactos ambientais? Sim, é possível. Diretores das empresas Tecverde, de Curitiba, e Inovatech Engenharia, de São Paulo, falam para a Viva Bem sobre as soluções, que passam por materiais ecológicos e técnicas construtivas sustentáveis. A coordenadora da equipe técnica de sustentabilidade da Inovatech Engenharia, Eliane Suzuki, afirma que o setor da construção é o que mais consome recursos naturais. “Na sua cadeia produtiva os materiais representam apenas uma parte de todo o impacto, há outras questões ligadas aos tipos de sistemas construtivos empregados e às práticas de canteiro de obras que podem ser mais ou menos agressivas ao meio ambiente.” De acordo com Eliane Suzuki, há diversos tipos de produtos ecológicos para construção que utilizam material reciclado e fibras naturais em sua composição e emitem menos CO2 durante sua fabricação. “Materiais ecológicos e técnicas construtivas sustentáveis contribuem para diminuir os impactos de uma obra no meio ambiente”, diz. Para quem deseja utilizar este tipo de material, ela orienta procurar por sistemas de vedação e cobertura que sejam pré-fabricados ou que tenham componentes reciclados, desde que cumpram os requisitos de durabilidade, segurança estrutural, desempenho térmico e acústico. Os cuidados com os resíduos da obra também exigem atenção de quem quer construir de forma sustentável. “Cabe ao construtor ou ao responsável promover a triagem dos resíduos no canteiro, realizar ao máximo o reaproveitamento do resíduo na própria obra, promover a reciclagem e destinar o resíduo de construção a locais 32 . Revista VivaBem Casa sustentável construída pela TecVerde apropriados”, diz Eliane. Além disso, ressalta a coordenadora, é importante realizar treinamentos de conscientização com os trabalhadores da obra, para que não haja desperdício. É comum haver uma grande perda de material básico como areia, cimento, pedra e cal por falta de planejamento ou por manuseio incorreto na aplicação. É possível também lançar mão de técnicas construtivas sustentáveis. A Tecverde Engenharia vem buscando estas soluções e trouxe da Alemanha a tecnologia wood frame. Segundo Caio Bonatto, diretor da empresa, o processo de construção é feito 70% dentro da fábrica e reduz em até 80% a emissão de CO2, em até 85% os resíduos e em 90% a utilização de água. As casas verdes, como são conhecidas, ainda possuem eficiência térmica duas vezes superior às demais. Esta tecnologia já é utilizada em países como Canadá e Suécia há mais de 100 anos. “A tecnologia foi tropicalizada para se ajustar às nossas normas, clima e cultura. As paredes, por exemplo, receberam reforços estruturais para ficarem mais robustas e possibilitarem fixação de móveis em qualquer lugar da parede, costume do consumidor brasileiro”, explica Caio. Outro ajuste foi o reforço nas estruturas contra umidade, tanto no exterior quanto no interior da casa, pois no Brasil a umidade é mais agressiva do que na Europa. SOLUÇÕES SIMPLES PARA MENOR IMPACTO AMBIENTAL Diretor da Inovatech e idealizador do Instituto Casa AQUA, Luiz Henrique Ferreira afirma que é perfeitamente possível projetar e construir residências gerando o menor impacto ambiental possível, a partir de soluções simples. Um bom planejamento na compra de materiais, além de reduzir custos, gera menor quantidade de resíduos. A instalação de pequenos dispositivos (arejadores) acoplados nas torneiras pode reduzir em até 40% o consumo de água. Outra solução simples é a compra de lâmpadas econômicas, inicialmente um investimento mais alto, mas que significará menores gastos de energia. “Além disso, devemos exigir que arquitetos e construtores especifiquem materiais com menor impacto ambiental ou pelo menos justifiquem as escolhas baseando-se nos aspectos de ecoeficiência, além de estética, durabilidade e custo”, recomenda Luiz Henrique Ferreira. Para difundir informações sobre como construir de forma sustentável, Ferreira idealizou o Instituto Casa AQUA, que já lançou um portal sobre o tema e tem a casa conceito exposta em várias feiras e eventos. Nela os visitantes podem conferir, na prática, os sistemas que tornam uma casa sustentável. Casa Aqua da Inovatech Posicione a lente de seu smartphone ou tablet sobre este QR Code e saiba mais sobre como construir de forma sustentável: Obs: É necessário instalar um aplicativo de leitura de QR Code, como o QRReader, ou tê-lo instalado em seu dispositivo móvel para acessar o conteúdo. Revista VivaBem . 33 Seu corpo O INFECTOLOGISTA JOAQUIM GUIMARÃES ALERTA SOBRE A IMPORTÂNCIA DA PREVENÇÃO DE DOENÇAS INFECCIOSAS Vacinar: UM ATO SIMPLES QUE SALVA 34 . Revista VivaBem “QUEM VIAJA PARA REGIÕES ONDE OCORREM SURTOS, NÃO PODE DEIXAR DE SE VACINAR” Alimentar-se de forma equilibrada, dormir bem, praticar exercícios, buscar o equilíbrio entre trabalho e lazer. Há uma série de hábitos que promovem uma boa saúde e para os quais muitas pessoas têm dado cada vez mais atenção. Nesta busca por qualidade de vida, um olhar que talvez ainda não esteja muito apurado é para a prevenção de algumas doenças infecciosas. O médico infectologista Joaquim Guimarães, de Londrina, lembra algumas delas: meningite meningocócica, hepatite e herpes zoster. E alerta: o simples ato de tomar vacina pode evitá-las. Ele explica que a doença meningocócica é uma infecção bacteriana aguda causada pela Neissria meningitidis e pode ser fatal. “Esta bactéria pode causar inflamação nas membranas que revestem o sistema nervoso central (meningite) e infecção generalizada (meningococcemia)”, alerta. Segundo o infectologista, existem 13 sorogrupos identificados, porém os que mais frequentemente causam doença são o A, o B, o C, o Y e o W135. Guimarães explica que podem ocorrer surtos ocasionais ou epidemias em qualquer país. “Cerca de 90% dos casos mundiais são causados pelos sorogrupos A, B e C. “Mas em várias partes do mundo atualmente há o aparecimento dos sorogrupos W e Y135”” A vacinação é a melhor prevenção e o médico afirma que hoje existem vacinas conjugadas A+C, C, e, neste ano, chegou a tetravalente A+C+W+Y135. Pessoas que viajam para regiões onde ocorrem surtos, como o “cinturão da meningite”, na África, não podem deixar de tomar a vacina. As hepatites também são doenças infecciosas que precisam de atenção. O infectologista afirma que existem vários tipos: A, B, C, D, E, F, G; cada um com uma forma de transmissão. A hepatite A e a hepatite E podem ser adquiridas consumindo alimentos e água contaminadas; a B é transmitida sexualmente, por sangue e de mãe para filho; a C e D, por sangue e sexualmente. “A forma de prevenção está relacionada com saneamento adequado, condutas de higiene e vacina. Mas, atualmente, temos disponíveis somente vacina para hepatite A e B e vacina conjugada A+B”, explica Joaquim Guimarães. Uma doença que pode trazer muitos incômodos e também pode ser prevenida com vacina é a herpes zoster. Po- pularmente conhecida como “cobreiro”, ela é causada pela reativação do vírus da catapora ou varicela. Causa vesículas em determinada parte do corpo que, por acometerem as terminações nervosas sensitivas, são extremamente dolorosas. As principais vítimas são indivíduos acima dos 50 anos. “Para prevenção, deve-se isolar o doente, evitando o contato direto com ele. Como pode surgir de forma repentina, hoje existe a vacina contra o herpes zoster. A grande complicação e sequela é a neurite (dor). Hoje, temos disponível a vacina ‘Zostavax’, indicada para pessoas acima dos 50 anos”, afirma o infectologista Joaquim Guimarães, médico infectologista SAIBA QUANDO TOMAR CADA UMA DESTAS VACINAS: HPV BIVALENTE Indicação: Mulheres a partir de 10 anos, sem limite de idade. HPV QUADRIVALENTE Indicação: Mulheres de 9 a 45 anos Homens de 9 a 26 anos MENINGOCÓCICA ACWY Indicação: A partir de 1 ano Esquema: Dose única com um reforço após 5 anos. HERPES ZOSTER Indicação: A partir de 50 anos, principalmente para os indivíduos que tiveram catapora/varicela. Esquema: Dose única Fonte: Clínica de Vacinação Unimed Londrina Revista VivaBem . 35 Pet CUIDADOS COM SEU ‘VELHINHO’ DE ESTIMAÇÃO CÃES E GATOS TAMBÉM ENTRAM NA TERCEIRA IDADE E PASSAM POR MUDANÇAS FÍSICAS E PSÍQUICAS QUE EXIGEM AMOR E DEDICAÇÃO 36 . Revista VivaBem Envelhecer exige cuidados especiais e específicos também com os animais de estimação. Cães e gatos passam por alterações físicas e psíquicas em função da idade mais avançada que vão demandar muito amor e dedicação por parte de seus donos. Regina Nunes, 60 anos, sabe bem como é isso. Rubinho é um cão da raça Lhasa que está com 14 anos. É um grande companheiro de sua dona e agora requer dela muita atenção. Há três anos Rubinho enfrenta vários problemas de saúde. “É o amor que tenho por ele, o carinho e envolvimento de toda a família que o mantêm vivo. E também uma certa condição financeira. Ele toma vários remédios, só um deles custa R$ 300”, diz Regina Nunes. Raio é um gato de 15 anos que também conta com o “A GENTE PERCEBE PELOS OLHINHOS DELES QUANDO ADOECEM, FICAM TRISTES.” amor incondicional de sua proprietária, Maria Regina Costa, 62 anos, dona de casa, para enfrentar a velhice. Apesar da idade avançada, Raio tinha uma vida normal até ser diagnosticado com uma doença renal crônica, há cinco meses. “A gente percebe pelos olhinhos deles quando adoecem, ficam tristes. Depois param de comer”, conta Maria Regina. Agora ele recebe todos os cuidados exigidos pela saúde debilitada, mas a dona de casa diz que sempre deu atenção especial a seus gatos. Ela tem seis. O médico veterinário Ricardo Barros, de Londrina, que tem 27 anos de experiência, afirma que ocorrem várias transformações físicas e comportamentais na terceira idade. Os passeios longos já não são convenientes, as brincadeiras ficam mais raras. Eles ficam mais calmos e serenos. A relutância em se movimentar, segundo o veterinário, é resultado de um corpo que fica mais rígido em VEJA QUANDO O ANIMAL ENTRA NA TERCEIRA IDADE O médico veterinário Ricardo Barros afirma que a terceira idade canina e felina depende de vários fatores, como raça e porte do animal. Por isso, é difícil afirmar com exatidão quando um cão ou gato se torna idoso. “Normalmente, isso ocorre quando eles atingem 75% da expectativa de vida.” Mas há uma estimativa que pode ser considerada. Veja: • Raças pequenas, com menos de 10 kg, entram na terceira idade entre 9 e 13 anos; • Raças médias, com 10 kg a 25 kg, entram na terceira idade entre 9 e 11 anos; • Raças grandes, com 25 kg a 45 kg, entram na terceira idade entre 7,5 e 10,5 anos; • Raças gigantes, com mais de 45 kg, entram na terceira idade entre 8 e 10 anos; • Gatos entram na terceira idade a partir dos 10 anos. Fonte: Ricardo Barros, médico veterinário função de dores articulares. Não se espante, também, se o seu animal de estimação não atender mais prontamente quando for chamado. Na velhice surgem os primeiros sinais de alterações visuais e auditivas, como catarata e surdez. Barros afirma que a alimentação é outro aspecto que pode exigir mudanças, em função de problemas dentários. “As necessidades nutricionais de um animal idoso são bem distintas das outras faixas etárias, por isso é preciso, com a ajuda de um especialista, fazer algumas alterações em sua rotina alimentar. O mercado pet disponibiliza uma série de rações específicas, de acordo com a raça e idade de um cão ou gato.” A qualidade de vida, de acordo com o veterinário, deve ser o principal objetivo nos cuidados com o “velhinho” de estimação. Para isso, é importante que as visitas ao veterinário sejam mais frequentes, para orientações gerais e terapêuticas. CONHEÇA AS PRINCIPAIS ALTERAÇÕES DA TERCEIRA IDADE: Metabólicas: ganho de peso, uma maior sensibilidade ao calor e ao frio; Locomotoras: dificuldade para se movimentar, atrofia muscular, artrose; Orais: dificuldade de mastigação e perda de dentes; Comportamentais: maior agressividade, perda do treinamento higiênico, alterações do sono, latir ou uivar para o nada, caminhar sem rumo; Sensoriais: déficit auditivo, catarata; Pelagem: rarefação de pelos, esbranquiçamento, pele mais seca, crescimento das unhas; Imunodeficiência: maior suscetibilidade às infecções, ocorrências de neoplasias; Gastrointestinais: tendência a diarreias e constipação, dificuldade para digerir os alimentos; Patologias cardíacas e renais: tosse, intolerância a exercícios, maior ingestão de água, emagrecimento progressivo. Fonte: Ricardo Barros, médico veterinário Revista VivaBem . 37 Sua Mesa MAIS QUE UMA DIETA, UMA FILOSOFIA DE VIDA DO AMOR AOS ANIMAIS E DA CRENÇA DE QUE ELES NÃO ESTÃO AQUI PARA SERVIR OS HUMANOS NASCEU O VEGANISMO 38 . Revista VivaBem Bife de Soja à Parmegiana Revista VivaBem . 39 Chef Estevan Borges, especialista em alimentação vegana. SAIBA UM POUCO SOBRE OS DIFERENTES TIPOS DE VEGETARIANISMO VEGETARIANO: o vegetarianismo inclui o veganismo e define-se como a prática de não comer carne (aves, peixe, ovelha etc.) nem seus subprodutos (bacon, salsicha, presunto etc.), com ou sem uso de laticínios e ovos. OVO-LACTO-VEGETARIANO: não consome nenhum tipo de carne, mas inclui ovo, leite e derivados. LACTO-VEGETARIANO: não consome nenhum tipo de carne, mas inclui leite e derivados. Vegano: não consomem nada de origem animal. Eles evitam o uso de couro, lã, seda e de outros produtos menos óbvios de origem animal, como óleos e secreções presentes em sabonetes, xampus, cosméticos, detergentes, perfumes, filmes etc. VEGETARIANO ESTRITO: originalmente o mesmo que vegano. CRUDÍVORO: o crudivorismo admite apenas a ingestão de alimentos crus. FRUGÍVORO: sistema alimentar que admite apenas o consumo de frutas. Fonte: Sítio Veg (www.vegetarianismo.com.br) 40 . Revista VivaBem Bruna Ontivero Pereira, 21 anos, foi uma criança gordinha que adorava comer salgadinhos industrializados, coxinha e tomar refrigerante. Mas o amor pelos animais provocou uma mudança radical em sua alimentação. Há um ano parou de comer carne. Manteve apenas o peixe, que também saiu de seu cardápio no início deste ano. Há dois meses foi a vez de excluir ovos, leites e derivados. Ela aderiu à filosofia de vida vegana, na qual nada que é de origem animal deve ser consumido, tanto na alimentação quanto em outros produtos. A dieta, a jovem já segue à risca. Mas acredita que ainda tem um percurso pela frente para de fato se sentir vegana. “Me considero uma vegetariana estrita, porque ainda uso produtos que são testados em animais. A indústria praticamente não oferece opções fora disso”, argumenta. Esta é uma filosofia que vai muito além da culinária. “Entendemos que os animais são seres vivos com direitos e que não estão aqui para servir os humanos. Por isso, buscamos também não usar nada que seja resultado da exploração deles”, explica Bruna. “O veganismo é fundado em um tripé: respeito pelos animais, cuidado com o meio ambiente (uma vez que a indústria agropecuária é muito predatória) e saúde humana, já que os adeptos têm uma alimentação bastante variada e rica.” No prato da jovem estudante de Direito tem diariamente arroz, feijão, legumes, verduras com abundância de folhas verde escuro, suco de fruta, oleaginosas, linhaça, chia e outros grãos. “Não tenho nenhuma deficiência de proteína nem de ferro. As oleaginosas são ricas em proteínas, o verde escuro me dá o ferro e suco de laranja ou limão ajuda na sua absorção.” Ela diz que não é fácil deixar os prazeres antigos de lado, mas conta que foi aprendendo que há solução para tudo. “Adoro coxinha. Mas não tenho que ficar sem, tem coxinha de carne de soja, tem bolinha de queijo vegetal”, diz. “O strogonoff, por exemplo, dá para fazer com carne de soja e creme vegetal.” O chef de cozinha Estevan Borges dedica-se exclusivamente à alimentação vegana e comprova que é possível fazer pratos como pizza, parmegiana com proteína textu- “O VEGANISMO É FUNDADO EM UM TRIPÉ: RESPEITO PELOS ANIMAIS, CUIDADO COM O MEIO AMBIENTE E SAÚDE HUMANA” rizada, strogonoff, feijoada, paella, salgadinhos. “Isso tudo trabalhando basicamente com vegetais, grãos e frutos secos”, diz. Ele conta que quando aderiu à filosofia não tinha noção de como era este mercado. No curso de Gastronomia da Unifil ele teve contato com a cozinha vegetariana e por meio dos amigos adeptos desta alimentação percebeu a carência do mercado na região. “Fui mudando minha maneira de pensar e também comecei a ver a alimentação com animais como crueldade. Mas se tornar vegano é um passo muito difícil de ser dado. Eu sou vegetariano ovo-lacto (não come carnes, mas se alimenta de ovos, leite e derivados).” TUDO QUE O CORPO PRECISA A nutricionista Valéria Mortara atende muitos veganos e diante de tanta procura desenvolveu uma oficina específica para montagem de cardápios para o dia a dia. Ela sempre foi defensora de que a alimentação saudável precisa de uma quantidade bem menor de carnes e muito maior de vegetais. Segundo Valéria, a ausência de alimentos de origem animal não provoca perdas nutricionais. Os grãos, sementes, verduras, legumes e frutas possuem tudo o que o organismo necessita. Inclusive proteína, ferro e cálcio, que as pessoas costumam associar exclusivamente às carnes, ovos, leites e derivados. “Apenas a vitamina B12 é encontrada unicamente nestes alimentos”, diz a nutricionista. Assim, se o vegano apresentar alguma deficiência, deve utilizar suplemento. As leguminosas combinadas com cereal fornecem a proteína necessária para o organismo. Isso mesmo, o trivial arroz com feijão supre a necessidade de pro- teína do organismo. Mas as combinações são muitas e podem ser feitas com lentilha, milho, grão de bico, trigo, diversos tipos de feijões. Nada de monotonia. É possível variar bastante. Já o ferro, de acordo com Valéria, é encontrado no açúcar mascavo, leguminosas e folhas verde escuro (couve, salsinha, hortelã e muitas outras). Para a sua correta absorção pelo organismo deve-se sempre consumir estes alimentos junto com outros ricos em vitamina C, como laranja e limão. Já o cálcio está muito presente em sementes – o gergelim é riquíssimo – e também nas folhas verde escuro. “Digo que os veganos têm uma alimentação mais saudável porque aumentam o consumo de vegetais, legumes e frutas”, diz Valéria. Para garantir que todos os nutrientes sejam consumidos diariamente, não tem segredo: é só fazer um prato bem colorido. Revista VivaBem . 41 Em Sociedade Pequenas lições que precisam ser resgatadas LIA ROSENBERG, EDUCADORA 42 . Revista VivaBem EM NOME DO PRAZER IMEDIATO, ESTAMOS DEIXANDO DE ENSINAR ÀS CRIANÇAS COMO VIVER BEM EM SOCIEDADE “VIVEMOS UM PERÍODO DE ÊNFASE EXTRAORDINÁRIA NO CURTO PRAZO, NO VALOR DO AQUI E AGORA” Há um conjunto de regras para o bom convívio em sociedade que tem sido deixado em segundo plano na criação das crianças. Dizer ‘obrigado’, ‘por favor’, recolher as fezes do seu cachorro na calçada, atravessar a rua na faixa, dizer ‘com licença’, ‘desculpe’, esperar sua vez na fila, respeitar os mais velhos, são pequenas lições que muitos adultos se esquecem de passar para os pequenos. Alguns especialistas dizem que as crianças estão sendo criadas apenas com foco em direitos, os deveres ficaram de lado. A educadora Lia Rosenberg, de São Paulo, prefere trabalhar com a perspectiva de imediatismo em detrimento de longo prazo. Ela afirma que a tensão entre o social e o individual sempre existiu e que viver em sociedade é administrar desejos individuais em nome do bem coletivo. O que o indivíduo deseja no momento pode não ser o que é melhor para o grupo, mas em longo prazo os interesses irão convergir. No entanto, hoje há grande dificuldade em pensar no futuro. “Sinto que vivemos um período de ênfase extraordinária no curto prazo, no valor do aqui e agora, com sérios prejuízos ao nosso futuro enquanto espécie. Veja o que estamos fazendo ao planeta”, diz Lia Rosenberg. Segundo a educadora, a educação dos filhos a partir da segunda metade do século 20 – quando o conhecimento acumulado pela psicologia colocou as crianças no centro do universo - tem sido focada no imediato. “Estamos investindo na formação de pessoas mais egoístas, autocentradas, narcisistas. Isso não é bom”, diz. Ela afirma que as regras básicas para o bom convívio social ficam fora da educação das crianças quando falta amadurecimento dos adultos para compreender as vantagens de trocar um desejo de curto prazo por um benefício mais em longo prazo. “Um bom exemplo é a alimentação. Escolher o que o corpo precisa, que vai me deixar forte e saudável, vale mais do que comer apenas o que proporciona prazer imediato.” No plano social, segundo Lia Rosenberg, significa fazer algumas coisas que não dão prazer, mas garantem um vínculo saudável com os parceiros, as outras pessoas do grupo, o que certamente será recompensado. Essas lições devem estar incorporadas na educação diária das crianças e não apenas no discurso. Dizer “faça isso” ou “não faça aquilo” tem pouco efeito. “É mais do que sabido que o exemplo é o maior professor que existe”, diz a educadora. Lia Rosenberg afirma que desde bem pequenas as crianças devem ser apresentadas às regras que irão ajudá-las a viver bem com os demais moradores da casa, frequentadores do parquinho, colegas de escola. “Nos primeiros anos, funciona bem dizer às crianças para que não façam aos outros o que não querem que façam com elas. Aos poucos, a conversa pode se ampliar, mantendo o foco no indivíduo, mostrando qual o tipo de troca curto prazo / longo prazo a criança está fazendo e quais serão as consequências”, orienta. “Mais que apelar para a importância da solidariedade, deve-se falar sobre ação e reação. Como o outro vai reagir se eu fizer deste jeito? E se eu fizer diferente?” O período ideal para se ensinar as regras de convivência é antes dos 6 anos, de acordo com a educadora. “É de pequeno que se torce o pepino, diz o ditado. Mas isso não significa que se deve abandonar a batalha depois desta idade. Toda hora é boa para conversar com os filhos, ampliar seu ponto de vista e chegar a um compromisso entre o desejo imediato e a sobrevivência do grupo”. Revista VivaBem . 43 Lazer 44 . Revista VivaBem “MUSEU MOSTRA QUE FÍSICA E QUÍMICA FAZEM PARTE DO NOSSO COTIDIANO” CIÊNCIA TAMBÉM É DIVERSÃO NO MUSEU DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE LONDRINA VISITANTE TEM ACESSO A CONHECIMENTO DE FORMA DESCONTRAÍDA Revista VivaBem . 45 Que tal nas horas de lazer aproveitar para aprender um pouco mais de ciências por meio de experimentos práticos? Ou ainda ampliar seus conhecimentos sobre o universo, as estrelas, os astros? O Museu de Ciência e Tecnologia de Londrina (MCTL), localizado na Universidade Estadual de Londrina (UEL) é aberto à comunidade e pode render bons momentos de diversão associados à aprendizagem. Este Museu foi inaugurado em 2005 e conta com três setores: Centro de Ciências, Observatório e Planetário. Os três podem ser visitados por meio de visitas agendadas, normalmente por escolas, mas está aberto também a grupos da comunidade em geral. Diferente de outros museus, no Centro de Ciências o visitante não é apenas um apreciador de obras. Ele participa de experiências interessantes nas áreas de química e física. A coordenadora do Museu, Eliana Silicz Bueno, conta que este espaço foi o primeiro setor do Museu a funcionar. É lá que acontecem os “Experimentos de Física” e o “Show da Química”. Ela explica que, sob supervisão dos responsáveis pelo Museu, os estagiários ficam encarregados de fazer os experimentos. “Por meio destas experiências, os visitantes visualizam conceitos e reforçam as teorias ensinadas em sala de aula. O acervo de experimentos funciona, acima de tudo, como um instrumento de interação entre o público e a prática científica”, explica Eliana Bueno. “Isso porque após a explanação, as pessoas podem manter contato direto com alguns instrumentos que não oferecem perigo para comprovar o que foi explicado.” É senso comum que física parece coisa de outro mundo, a qual apenas alguns gênios conseguem compreender. Porém, os experimentos desta ciência mostram a sua presença no cotidiano de forma bem acessível. Desde o funcionamento de um motor elétrico até a tensão existente em um raio. Os experimentos foram montados em parceria com o Laboratório de Instrumentação do Departamento de Física da UEL, coordenado pelo prof. Dr. Carlos Eduardo Laburú e com a participação do físico Osmar Moura da Silva. Um dos instrumentos que mais atraem os visitantes, segundo Eliana Bueno, é o Gerador de Van de Graaff. Aquele que literalmente deixa os cabelos em pé. É uma máquina eletrostática que produz alta volta- 46 . Revista VivaBem DE OLHO NO CÉU O Planetário e o Observatório são setores do Museu de Ciência e Tecnologia que desvendam um pouco dos mistérios do universo para seus visitantes. Eliana Bueno explica que o Planetário permite a visualização de planetas e estrelas em movimento e simula o céu visível de qualquer ponto sobre a superfície da Terra e em qualquer época do passado e do futuro. “É um espaço de experiências que demonstra o conhecimento já existente, ao mesmo tempo em que desperta para o novo, e nos coloca em contato com o universo”, afirma a coordenadora do Museu do qual o Planetário faz parte. Coordenado pelo professor doutor Américo Tsuneo Fujii, o Planetário fica na rua Benjamin Constant, 800. O Observatório Astronômico da UEL é coordenado pelo físico Ferdinando Vinicius Zapparoli e funciona na UEL, ao lado do Centro de Ciências do MCTL. Neste espaço estão os telescópios, câmeras fotográficas, binóculos, equipamentos multimídia e outros recursos para observação dos objetos celestes, além da apresentação de filmes, documentários e palestras sobre astronomia. LOCAIS E HORÁRIOS DE FUNCIONAMENTO PLANETÁRIO: Às segunda e sextas-feiras funciona de manhã e de tarde; Às terças e quintas-feiras funciona de manhã, tarde e noite; Sábado - apenas no último do mês com sessões às 16 horas (infantil) e às 17 horas (adulto). Rua Benjamin Constant, 800 - CENTRO - Contato: (43) 3326-0567 Eliana Silicz Bueno, coordenadora do Museu. OBSERVATÓRIO: Somente com agendamento. No segundo sábado de cada mês tem observação pública na Praça Nishinomyia (quando as condições climáticas são favoráveis). Dentro do campus da Universidade Estadual de Londrina (UEL) e atrás do Colégio de Aplicação próximo ao Centro de Educação Comunicação e Artes (CECA). Contato: [email protected]. CENTRO DE CIÊNCIAS Às segundas e quartas-feiras às 15 horas Às terça e sextas-feiras às 9 horas Dependendo de agendamento. Agendamento das visitas: Ligar para 3371 4805 Dentro do campus da Universidade Estadual de Londrina (UEL) e atrás do Colégio de Aplicação próximo ao Centro de Educação Comunicação e Artes (CECA). gem através de atrito, inventada por Robert Jemison Van de Graaff. No Centro de Ciências é utilizada uma versão pequena deste gerador para demonstrações sobre eletricidade, produzindo o efeito de arrepiar os cabelos de quem toca na cúpula isolada eletricamente da terra. Isso ocorre porque o cabelo fica eletrizado com a mesma polaridade, se repelindo. O experimento também é utilizado para provocar leves choques entre um visitante voluntário isolado tocando na cúpula e outro não isolado. Ainda nas experiências com física, o atrasador de som também atrai bastante a curiosidade das pessoas. Trata-se de um tubo com 90 metros de cumprimento. A ideia demonstrada é a seguinte: se o som tem uma velocidade média de 340 m/s, ele demora 1/3 de segundo para percorrer toda a extremidade do tubo que compõe o atrasador de som. Já o “Show de Química”, de acordo com Eliana Bueno, aproxima as pessoas desta ciência porque utiliza materiais que podem ser facilmente encontrados para a realização dos experimentos. “Mas o contato com determinadas substâncias exige o acompanhamento de um responsável”, alerta. Com uma proveta de 100 ml, espátula, água oxigenada, detergente e iodeto de potássio, é demonstrada para os visitantes como ocorre a decomposição da água oxigenada. O congelamento instantâneo também é uma experiência que chama a atenção e é demonstrado com béquer de 250 ml, espátulas, bastão de vidro, pedaço de madeira, água, tiocianato de amônio e hidróxido de bário. Estes são apenas alguns dos instrumentos e experiências que os visitantes deste Museu podem ter acesso e ver de perto que Química e Física não são um bicho de sete cabeças. Revista VivaBem . 47 Unimed MAIS INFORMAÇÕES PARA UM PARTO SEGURO COM O CARTÃO DA GESTANTE, AS FUTURAS MAMÃES TERÃO EM MÃOS TODO O HISTÓRICO DE SUA GRAVIDEZ O nascimento de um filho é um dos momentos mais sensíveis da vida da mulher. Um misto de alegria, expectativas, ansiedade, alguns receios e inseguranças invadem a futura mamãe. Para que esta experiência seja tranquila e plena é preciso alguns cuidados durante toda a gestação. Pré-natal, alimentação equilibrada e saudável, exercícios físicos sempre respeitando as condições gestacionais fazem parte de uma rotina que proporciona um parto seguro. Outro cuidado fundamental que deve ser tomado desde a primeira consulta médica do pré-natal é manter sempre atualizado o Cartão da Gestante. Este documento é uma das determinações da Resolução Normativa nº 368, em vigor desde 6 de julho, da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), que estabelece normas para estímulo do parto normal. Em cumprimento à Resolução, a Unimed já distribuiu 48 . Revista VivaBem o Cartão da Gestante para todos os ginecologistas e obstetras da operadora. O médico deve entregar o Cartão para a paciente e a cada consulta deve atualizá -lo com as informações sobre a evolução da gestação. Neste documento serão anotados dados sobre curva e altura uterina; acompanhamento nutricional da gestante; controle de pressão arterial; resultados de exames diversos; fatores de risco identificados e resultados de ultrassonografias, entre outras informações. Caso o médico não entregue o cartão já na primeira consulta, a paciente deve solicitá-lo. É muito importante que a gestante não esqueça de levar o Cartão em todas as consultas, para garantir que todas estas informações sejam constantemente atualizadas. A paciente também deve estar sempre com o Cartão na bolsa para que, caso precise de um atendimento de urgência, o médico de plantão tenha acesso ao histórico da sua gestação. “O Cartão da Gestante é um instrumento muito importante do pré-natal, nele estão as principais informações das consultas e exames e a gestante deve levar consigo para qualquer lugar, pois no caso de alguma intercorrência estes dados podem ser visualizados por qualquer médico ou outro profissional de saúde que tenha contato com a gestante”, explica o ginecologista e obstetra Sérgio Parreira, que também é diretor de Mercado da Unimed Londrina. Quanto mais informações sobre a evolução da gravidez, mais tranquilidade para que o parto transcorra em segurança e seja realizado da forma que for melhor indicada para cada caso: normal ou cesariana. “O melhor parto é aquele que trará uma boa experiência à gestante. Se o parto normal for bem conduzido PLANTÃO OBSTÉTRICO DÁ MAIS SEGURANÇA PARA A GESTANTE Ainda com foco na tranquilidade e segurança da gestante, a Unimed Londrina inaugurou em dezembro de 2014 o Plantão Obstétrico 24 horas, em parceria com o Hospital Evangélico. São dez médicos especialistas que foram selecionados e dão atendimento para a gestante naquele hospital. “Com esta importante estrutura de apoio, a gestante que porventura não conseguir se comunicar com seu obstetra, tem a certeza de que terá um atendimento de qualidade. Ela não ficará desamparada se o seu médico estiver viajando ou não for localizado”, afirma o ginecologista e diretor de Mercado da Unimed Londrina, Sérgio Parreira. “O Plantão Obstétrico da Unimed no Hospital Evangélico garante melhor qualidade no atendimento, pois as intercorrências muitas vezes são de forma inesperada e, às vezes, urgentes. Nestes casos, nem sempre o médico da paciente está disponível”. AS INFORMAÇÕES DO CARTÃO DEVEM SER ATUALIZADAS A CADA NOVA CONSULTA e as possíveis complicações diagnosticadas, será uma ótima opção. Da mesma forma a cesárea, se for bem indicada e realizada na hora certa, respeitando o desejo da gestante, também será uma ótima experiência”, explica Sérgio Parreira. Ainda de acordo com a normativa da ANS, a gestante poderá solicitar informações sobre a quantidade de cesarianas e de partos normais já realizada por seu médico, pelo prestador (hospital) e pela operadora de seu plano de saúde. O acesso a estas informações e o Cartão da Gestante são direitos adquiridos pela futura mãe com a Resolução 368. “Com isso, a ANS acredita que está cumprindo o seu papel de garantir a informação às gestantes. Agora, se mesmo após esta garantia de maior acesso às informações a gestante continuar desejando a cesárea, será necessário que ela entregue à maternidade um ‘Termo de Consentimento Informado’, no qual ela deve reiterar que, mesmo tendo recebido as informações, deseja ser submetida à cesariana de uma forma autônoma”, afirma Sérgio Parreira. Sérgio Parreira, ginecologista/obstetra e diretor de Mercado da Unimed Londrina. Revista VivaBem . 49 Unimed ATENDIMENTO AO CLIENTE UNIMED SE MUDA PARA A GLEBA PALHANO PARA FACILITAR PROCESSOS OPERACIONAIS E INICIAR AS OBRAS DO PRONTO ATENDIMENTO, O SERVIÇO FUNCIONARÁ NO PRÉDIO DA NOVA SEDE A LIBERAÇÃO DE GUIAS AGORA É REALIZADA NA AVENIDA AYRTON SENNA, 1.065 O Atendimento ao Cliente da Unimed Londrina está com novo endereço. Desde 17 de agosto, todas as liberações de guias e o atendimento presencial são realizados no andar térreo da nova sede da Cooperativa, na Avenida Ayrton Senna da Silva, 1.065, na Gleba Palhano. Os serviços prestados por este setor também afetam diretamente o atendimento dos pacientes nos consultórios. Portanto, para evitar deslocamentos desnecessários dos clientes, a Unimed Londrina está comuni- 50 . Revista VivaBem cando o novo endereço a todos os seus públicos de relacionamento. A mudança do local de Atendimento ao Cliente foi necessária para facilitar o contato com as outras áreas da Cooperativa, que são essenciais para a operacionalização de processos. Esta mudança também faz parte da nova destinação do prédio da antiga sede, localizada na rua Senador Souza Naves, 1.333, onde funcionará o Pronto Atendimento da Unimed Londrina. ATENDIMENTO AO CLIENTE UNIMED (LIBERAÇÃO DE GUIAS E PRESENCIAL) Novo endereço: Avenida Ayrton Senna da Silva, 1.065. Horários e dias de atendimento: segunda a sextafeira, das 8 às 18 horas. Revista VivaBem . 51 SAC - 0800 400 6100 unimedlondrina.com.br Co C om a attiv ivid id dad ade e fí físi s ca si c , uma um a al alim imen im en nta taçã çã ão equi eq uili l brrad li da e o m me elh lhor orr acom ac om mpa panh nham nh a en am nto mé édi d co co,, vo você cê pod ode e v ve vi v r ma mais iss e mel elho hor. ho r. C me Co m ce e um ma a vid da ma mais is saud sa u áv ud ável el hoj oje e me m sm smo. o.