Super Polícia Federal 2013
Língua Portuguesa
Apostila
Parte 01
Eli Castro
2012 Copyright. Curso Agora eu Passo - Todos os direitos reservados ao autor.
Língua Portuguesa
00. Apresentação.
01. Interpretação de textos.
02. Classes de palavras.
03. Regência Verbal e Nominal.
04. Crase.
05. Concordância Verbal.
06. Concordância Nominal.
07. Pontuação.
08. Significação das Palavras
09. Sintaxe da Oração e do Período.
10. Uso do “PORQUE”.
11. Funções do SE.
12. Funções do QUE.
13. Vozes verbais.
14. Superfície textual.
15. Exercícios de Redação Oficial.
16. Acentuação gráfica.
17. Exercícios finais FCC.
18. Exercícios finais ESAF.
19. Dicas de viagem.
20. SLIDES
00. Apresentação
Esta apostila foi idealizada com o propósito de fazer com que você consiga
estudar sozinho e com o máximo de rendimento. Procure ler com atenção as
dicas, as observações e, principalmente, não deixe de fazer todos os exercícios
que aqui aparecem.
Desejo toda a sorte do mundo a você. E tenha sempre em mente que estudar,
agora, é um trabalho. Por isso, não chegue tarde, não falte, não durma em serviço
e sempre procure bater metas. Assim, o sucesso é só uma questão de tempo.
Sincero abraço!
Eli Castro.
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Esta apostila está fundamentada nas seguintes gramáticas: Nova Gramática do
Português Contemporâneo, de Celso Cunha & Lindley Cintra; Nova Gramática da
Língua Portuguesa, de Evanildo Bechara; Novíssima Gramática da Língua
Portuguesa, de Domingos Paschoal Cegalla e Gramática para Concursos, de
Marcelo Rosenthal. Das quatro, sugiro as duas últimas, uma vez que elas são ricas
em exercícios e trazem base teórica na medida certa. Também sugiro a aquisição
do Dicionário Houaiss, o melhor disponível no mercado.
Prof. Eli Castro
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Língua Portuguesa
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Eli Castro é graduado pela Universidade Estadual do Ceará (UECE) com
licenciatura em Língua Portuguesa, Literatura e Língua Espanhola. Foi professor de
espanhol do Núcleo de Línguas da UECE entre os anos de 2002 e 2005. É mestre
em Literatura Brasileira Contemporânea pela Universidade Federal do Ceará
(UFC), onde foi professor substituto entre os anos de 2008 e 2010. É professor dos
principais cursinhos preparatório para concursos em Fortaleza. Leciona, também,
em cursos de pós-graduação em faculdades particulares. Atualmente, prepara
projeto de doutorado com fortes inclinações para a psicanálise e a filosofia da
linguagem.
01. Interpretação de textos
RELEVÂNCIA DO ASSUNTO EM PROVAS: Altíssima. Muitas vezes, até as questões de
gramática dependem da interpretação do texto lido.
DICA: Resolva o máximo de questões que você puder. Se você resolver três
questões por dia, em um mês você estará muito mais atento e menos vulnerável a
perder questões, de um certo modo, simples.
DICA DE ESTUDO: Leia, com bastante atenção, a técnica que apresento na
sequência. Não subestime esse tema. Muitos alunos pensam que, para se sair bem
nas questões de interpretação, basta fazer uma boa leitura. Isso não é verdade.
Há mais coisas que envolvem o gesto de interpretar um texto que se encontra
numa prova de concurso. Há detalhes sutis nos enunciados e nos próprios itens. O
texto, curiosamente, é o menos perigoso de todos os elementos que envolvem a
interpretação.
POSSIBILIDADE DE CAIR NA PROVA: Alta. Às vezes, metade da prova é de
interpretação de textos. Por isso, esse assunto não pode ser deixado de lado.
STATUS: Em sala e com o professor.
Entendendo o que é interpretar um texto para uma prova de concurso.
O que é interpretar um texto? Como se deve proceder quando se está diante de
um conjunto de ideias arquitetadas em parágrafos? A interpretação seria um
procedimento igual, sempre, independente do texto e da situação em que está
inserido o leitor? Antes de responder a essas interessantes perguntas, comecemos
por uma delimitação inevitável: quando se está numa situação de prova, não se
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interpreta apenas o texto, mas tudo aquilo que o envolve e o evidencia. Estou
querendo dizer que, numa prova de concurso, não basta ler atentamente o texto
que ali se encontra, mas sim considerar que os enunciados das questões e os itens
(A, B, C, D e E) também fazem parte do processo interpretativo. Dessa forma, o
candidato deve ter a consciência de que seu êxito nas questões de interpretação
depende fundamentalmente da triangulação representada a seguir:
Texto
Enunciado
Itens
É com base nessa dinâmica que o candidato pode chegar a uma conclusão
satisfatória.
Vamos agora explorar esse triângulo de forma mais aprofundada. Comecemos
pela ponta da figura: o texto. Sugiro, ao ler pela primeira vez o texto da prova, que
você fique atento a tudo, que se desligue do mundo a sua volta e entre no mundo
do texto. Se possível, grife, circule ou faça qualquer outra marcação quando vir
algo que lhe chame a atenção, algo inusitado ou alguma coisa que você não
tenha entendido direito. Esse procedimento faz com que o candidato ganhe
tempo, já que não precisará mais ficar procurando aquela palavra esquisita ou
expressão importante que acabara de ler.
Continuemos, agora, com a parte de baixo da figura: o enunciado. Ler e
interpretar o enunciado de uma questão é fundamental. Contudo, esse sucesso
depende de um simples procedimento: encontre o “comando” da questão.
Chamo “comando” determinada palavra ou expressão que, disfarçadamente ou
não, orienta o candidato a encontrar o item correto. O “comando”, não sendo
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encontrado ou simplesmente esquecido ─ ou mesmo abandonado pelo
candidato ─, pode trazer vários prejuízos. Por isso, sugiro que você grife o
“comando” e não se desligue dele um só instante. Assim, sempre que terminar a
leitura de um item, volte ao “comando” para, só depois, começar a leitura do
próximo item. Repita esse procedimento até o item “E”. Dessa maneira, você terá
indicativos muito mais satisfatórios para julgar uma questão.
Vamos fazer, agora, um pequeno teste. Você lerá, em seguida, alguns enunciados
extraídos de provas reais. No final deste capítulo, há as respostas. Seu objetivo é
identificar e grifar os “comandos” de cada um deles. Boa sorte.
01- A analogia estabelecida pelo autor entre a importância do computador e a
da primeira Revolução Industrial deriva do fato de que, em ambos os casos...(
FCC).
02- Nessa carta aberta, Einstein demonstra acreditar que a ONU...( FCC).
03- O único elemento que não faz parte da estratégia argumentativa do texto lido
é...( Funrio).
04- Marque a paráfrase do texto de Darcy Ribeiro isenta de erros (ESFAF).
05- Assinale a opção que apresenta inferência coerente com as ideias do texto
(Esaf).
06- É correto deduzir das afirmações do texto que (FCC).
07- De acordo com o texto II, a única palavra que NÃO pertence ao campo
semântico de “camelô” é...( Funrio).
08- A afirmação que está no título do texto faz referência ao fato de que, para o
autor, (FCC).
Supondo que você já tenha ido conferir as respostas, vale a pena insistir um pouco
mais nesses segundo momento do triângulo. Às vezes, sentimos grande dificuldade
em interpretar os enunciados por conta de determinadas palavras ou expressões
que não são de uso comum em nosso cotidiano. É o caso, por exemplo, de
palavras como “inferir”, “aferir”, “subjacente”, “antitético”, “coesão”, “nexo”,
“léxico”, “lexical”; e de expressões como “campo semântico”, “elemento
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anafórico”, “elemento catafórico”, dentre outras. Por esse motivo, é fundamental
que você saiba o que significa cada uma dessas palavras ou expressões. Abaixo,
coloco ─ de forma resumida ─ o significado das que citei anteriormente.
1. Inferir: concluir a partir de indícios textuais; é uma espécie de dedução mais
elaborada, em que você usa até as suas experiências de vida para realizá-la.
2. Depreender: embora signifique a mesma coisa que “inferir”, em provas, esse
verbo acaba
sendo utilizado de maneira um pouco diferente. Depreender é, na visão de
muitas bancas, colher (coletar) o que está no texto. Só que essa coleta não é
simples (óbvia), é como se você precisasse de uma lupa para enxergar aquilo
que está bem escondido no texto. Depreender é, portanto, um tipo específico
de inferência.
3. Aferir: pôr em confronto; investigar as diferenças; examinar a fundo.
4. Subjacente: aquilo que fica por baixo; ou, que vem de baixo.
5. Antitético: que conclui ou encerra antítese, ou seja, contrariedade.
6. Coesão: ligação entre os elementos dos um texto.
7. Nexo: algumas organizadoras, como a Conesul, usam essa palavra como
sinônimo de conjunção.
8. Léxico: conjunto de palavras de determinada língua. Ou seja, quando uma
questão envolver essa palavra, pense logo num dicionário, já que é lá que
estão as palavras do léxico da língua portuguesa.
9. Campo lexical: que vem do léxico.
10. Campo semântico: cada contexto comunicativo exige um tipo de campo
semântico (ou território de sentido). Nele, as palavras assumem significados
próprios. Por exemplo: ao se pensar em fazer um churrasco, uma série de
palavras surgirá para compor esse “campo”: carne, sal grosso, cerveja, festa,
brinde, família, amigos, música etc. Já para a palavra concurso, outro grupo
de palavras aparece: prova, apostila, questões, aula, professor, estudo,
disciplina etc. Ou seja: campo semântico é um espaço virtual para o qual um
grupo afim de palavras converge.
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11. Elemento anafórico: consideremos a seguinte texto “Lula não virá mais a
Fortaleza, pois o Presidente está muito atarefado. Sua viagem à capital
cearense fica adiada para o segundo semestre”. Note que “Presidente” e
“Capital cearense” retomam, ou seja, fazem referência aos termos Lula e
Fortaleza. Assim, diz-se que estamos diante de elementos anafóricos, já que
eles ─ sem promover repetição ─ “apontam” para palavras que já foram
mencionadas. É o que chamamos de anáfora.
12. Elemento catafórico: usa o mesmo princípio do anafórico, só que, em vez de
“apontar” para trás, “aponta” para frente. Por exemplo: “Ele disse que nunca
mais voltaria ali, Fortaleza”. Note que o elemento gramatical “ali” faz referência
ao termo que surge imediatamente após. Daí termos uma catáfora.
Há outras muitas palavras que podem surgir ao longo dos enunciados. Sua postura,
agora, é procurar saber o que elas significam para que sua interpretação seja
plausível. Tenha sempre consigo um bom dicionário.
Bom, já estamos quase no fim desse capítulo. A última parte do triângulo que nos
falta é da dos itens. Talvez seja esta a parte mais complicada do processo de
interpretação, uma vez que ela é a que costuma tirar a concentração dos
candidatos com mais frequência. Por qual seria o motivo? Isso ocorre porque,
geralmente, o candidato se desliga do “comando”. Lembre-se sempre de que seu
objetivo é ligar o item correto ou o falso ao que propõe o enunciado da questão.
E, para que isso funcione bem, sugiro que você descarte os itens “podres” o
quanto antes. O que são itens “poderes”? São aqueles que destoam muito do
“comando” da questão. Normalmente, eles fogem ao assunto do texto, usam
palavras generalistas como “apenas”, “tudo”, “nada”, “somente”, “jamais” etc.,
trazem comentários cheios de palavras bonitas ou de efeito, ou, finalmente, dizem
uma verdade sobre o texto, mas uma verdade que não é a que a questão deseja
saber. Muita atenção para este último caso!
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Por fim, um último esclarecimento sobre interpretação é inevitável: se você tiver
sido um bom leitor ao longo de sua carreira escolar e acadêmica, suas chances
são bem significativas, e crescem mais ainda quando você segue as dicas dadas
acima. Por outro lado, se seu contato com a leitura não tiver sido dos mais
satisfatórios, sugiro que você estude mais, resolva mais exercícios e não tenha
medo de ler. Somente a prática dirigida e orientada pode fazer com que você,
em pouco tempo, recupere o tempo perdido.
Boa sorte!
Eli castro.
Respostas do teste
01- analogia / deriva do
02- demonstra
03- estratégia argumentativa
04- paráfrase
05- inferência
06- deduzir
07- campo semântico
08- faz referência a
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Exercícios de Interpretação de textos.
EXERCÍCIOS 01
TEXTO I
Os anônimos
Na história de Branca de Neve, a rainha má consulta o seu espelho e pergunta se
existe no reino uma beleza maior do que a sua. Os espelhos de castelo, nos contos
de fada, são um pouco como certa imprensa brasileira, muitas vezes dividida
entre as necessidades de bajular o poder e de refletir a realidade. O espelho
tentou mudar de assunto, mas finalmente respondeu: “Existe”. Seu nome: Branca
de Neve.
A rainha má mandou chamar um lenhador e instruiu-o a levar Branca de Neve
para a floresta, matá-la, desfazer-se do corpo e voltar para ganhar sua
recompensa. Mas o lenhador poupou Branca de Neve. Toda a história depende
da compaixão de um lenhador sobre o qual não se sabe nada. Seu nome e sua
biografia não constam em nenhuma versão do conto. A rainha má é a rainha má,
claramente um arquétipo, e os arquétipos não precisam de nome. O Príncipe
Encantado, que aparecerá no fim da história, também não precisa. É um símbolo
reincidente, talvez nem a Branca de Neve se dê ao trabalho de descobrir seu
nome. Mas o personagem principal da história, sem o qual a história não existiria e
os outros personagens não se tornariam famosos, não é símbolo de nada. Ele só
entra na trama para fazer uma escolha, mas toda a narrativa fica em suspenso
até que ele faça a escolha certa, pois se fizer a errada não tem história. O
lenhador compadecido representa dois segundos de livre-arbítrio que podem
desregular o mundo dos deuses e dos heróis. Por isso é desprezado como qualquer
intruso e nem aparece nos créditos.
Muitas histórias mostram como são os figurantes anônimos que fazem a história, ou
como, no fim, é a boa consciência que move o mundo. Mas uma das pessoas do
grupo em que conversávamos sobre esses anônimos discordou dessa tese, e disse
que a entrada do lenhador simbolizava um problema da humanidade, que é a
dificuldade de conseguir empregados de confiança, que façam o que lhes for
pedido.
(Adaptado de Luiz Fernando Verissimo, Banquete com os deuses)
1. O autor do texto considera que, em muitas histórias, certos personagens
anônimos.
(A) revestem-se de um caráter eminentemente simbólico, ainda que secundário
para o desenvolvimento da trama.
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(B) representam a desordem do acaso, entendido este como o destino que os
deuses escolhem para a história humana.
(C) equiparam-se a símbolos reincidentes, como o Príncipe, para melhor
sublinharem o ensinamento de
uma fábula.
(D) têm crucial relevância para a história, ainda que relegados à obscuridade de
transitórios figurantes.
(E) tornam-se irrelevantes depois de seu desempenho, na sequência de eventos
independentes de sua participação.
2. O autor do texto levanta a seguinte hipótese para justificar o modo pelo qual
personagens como o lenhador são anônimos em muitas histórias: eles seriam vistos
como responsáveis por
(A) uma escolha pessoal e independente, que não deixa de afrontar uma
instância superior já estabelecida.
(B) atos de subversão e anarquia, dado que, para atender a vontade dos deuses,
ignoram a dos homens.
(C) decisões éticas basicamente preocupadas em conciliar a justiça terrena e a
vontade divina.
(D) uma escolha irracional, justificável pela precária condição cultural que os
caracteriza.
(E) uma reação de tal modo imprevisível que impossibilita uma sequência lógica
de eventos.
3. Deve-se deduzir do texto que a razão pela qual os arquétipos não precisam de
nome é que
(A) seu papel, tal como o do lenhador, já está estabelecido pelo Destino.
(B) sua importância, como a do lenhador, é casual, servindo para acentuar o
realismo da narrativa.
(C) sua significação, tal como a do Príncipe Encantado, já está estabelecida pela
tradição das histórias.
(D) sua função, tal como a da imprensa, é oscilar entre a necessidade pública e o
interesse privado.
(E) sua relevância, tal como a da rainha má, está em representar uma rápida
indecisão.
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4. Considerando-se o contexto, traduz-se adequadamente o sentido de um
elemento do texto em:
(A) dividida entre as necessidades (1o parágrafo) • •açodada pelos desejos.
(B) de bajular o poder e de refletir a realidade (1o parágrafo) • •de cortejar a
instância superior e obliterar o
real.
(C) Toda a história depende da compaixão (2o parágrafo) • •toda a narrativa
suscita um compadecimento.
(D) É um símbolo reincidente (2o parágrafo) • •simboliza uma reiteração.
(E) só entra na trama para fazer uma escolha (2o parágrafo) • •não participa do
enredo senão para assumir uma opção.
TEXTO II
Pós-11/9
Li que em Nova York estão usando “dez de setembro” como adjetivo, significando
antigo, ultrapassado. Como em: “Que penteado mais dez de setembro!”. O 11/9
teria mudado o mundo tão radicalmente que tudo o que veio antes – culminando
com o day before [dia anterior], o último dia das torres em pé, a última segundafeira normal e a véspera mais véspera da História – virou preâmbulo. Obviamente,
nenhuma normalidade foi tão afetada quanto o cotidiano de Nova York, que vive
a psicose do que ainda pode acontecer. Os Estados Unidos descobriram um
sentimento inédito de vulnerabilidade e reorganizam suas prioridades para
acomodá-las, inclusive sacrificando alguns direitos de seus cidadãos, sem falar no
direito de cidadãos estrangeiros não serem bombardeados por eles. Protestos
contra a radicalíssima reação americana são vistos como irrealistas e anacrônicos,
decididamente “dez de setembro”.
Mas fatos inaugurais como o 11/9 também permitem às nações se repensarem no
bom sentido, não como submissão à chantagem terrorista, mas para não perder a
oportunidade do novo começo, um pouco como Deus – o primeiro autocrítico –
fez depois do Dilúvio. Sinais de revisão da política dos Estados Unidos com relação
a Israel e os palestinos são exemplos disto. E é certo que nenhuma reunião dos
países ricos será como era até 10/9, pelo menos por algum tempo. No caso dos
donos do mundo, não se devem esperar exames de consciência mais profundos
ou atos de contrição mais espetaculares, mas o
instinto de sobrevivência também é um caminho para a virtude.
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O horror de 11/9 teve o efeito paradoxalmente contrário de me fazer acreditar
mais na humanidade. A questão é: o que acabou em 11/9 foi prólogo,
exatamente, de quê? Seja o que for, será diferente. Inclusive por uma questão de
moda, já que ninguém vai querer ser chamado de “dez de setembro” na rua.
(Luis Fernando Veríssimo, O mundo é bárbaro)
5. Já se afirmou a respeito de Luís Fernando Verissimo, autor do texto aqui
apresentado: "trata-se de um escritor que consegue dar seriedade ao humor e
graça à gravidade, sendo ao mesmo tempo humorista inspirado e ensaísta
profundo". Essa rara combinação de planos e tons distintos pode ser
adequadamente ilustrada por meio destes segmentos do texto:
I. Que penteado mais dez de setembro! e Os Estados Unidos descobriram um
sentimento inédito de vulnerabilidade.
II. um pouco como Deus – o primeiro autocrítico – fez depois do Dilúvio e o instinto
de sobrevivência
também é um caminho para a virtude.
III. fatos inaugurais como o 11/9 também permitem às nações se repensarem e
não se devem esperar
exames de consciência mais profundos.
Em relação ao texto, atende ao enunciado desta questão o que se transcreve em
(A) I, II e III.
(B) I e II, apenas.
(C) II e III, apenas.
(D) I e III, apenas.
(E) II, apenas.
6. Considerando-se o contexto, traduz-se adequadamente o sentido de um
segmento em:
(A) significando antigo, ultrapassado (1o parágrafo) • •conotando nostálgico,
recorrente.
(B) reorganizam suas prioridades para acomodá-las (1o parágrafo) • •ratificam
suas metas para as estabilizarem.
(C) atos de contrição mais espetaculares (2o parágrafo) • •demonstrações mais
grandiosas de
arrependimento.
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(D) teve o efeito paradoxalmente contrário (2o parágrafo) • •decorreu de uma
irônica contradição.
(E) foi prólogo, exatamente, de quê? (3o parágrafo) • •a que mesmo serviu de
pretexto?
7. Ao comentar a tragédia de 11 de setembro, o autor observa que ela
(A) foi uma espécie de prólogo de uma série de muitas outras manifestações
terroristas.
(B) exigiria das autoridades americanas a adoção de medidas de segurança
muito mais drásticas que as
então vigentes.
(C) estimularia a população nova-iorquina a tornar mais estreitos os até então
frouxos laços de solidariedade.
(D) abriu uma oportunidade para que os americanos venham a se avaliar como
nação e a trilhar um novo
caminho.
(E) faria com que os americanos passassem a ostentar com ainda maior orgulho
seu decantado nacionalismo.
TEXTO III
Os homens-placa
Uma cabeleira cor-de-rosa ou verde, um nariz de palhaço, luvas de Mickey
gigantescas, pouco importa. Eis que surge numa esquina, e replica-se em outras
dez, o personagem mais solitário de nossas ruas, o homem-placa das novas
incorporações imobiliárias. Digo homem-placa, não porque ele seja vítima do
velho sistema de ficar ensanduichado entre duas tábuas de madeira anunciando
remédios ou espetáculos de teatro, nem porque, numa versão mais recente,
amarrem-lhe ao corpo um meio colete de plástico amarelo para avisar que se
compra ouro ali por perto. Ele é homem-placa porque sua função é mostrar, a
cada encruzilhada mais importante do caminho, a direção certa para o novo
prédio de apartamentos que está sendo lançado.
Durante uma época, a prática foi encostar carros velhíssimos, verdadeiras sucatas,
numa vaga de esquina, colocando o anúncio do prédio em cima da capota. O
efeito era ruim, sem dúvida. Como acreditar no luxo e na distinção do edifício
Duvalier, com seu espaço gourmet e seu depósito de vinho individual, se todo o
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sonho estava montado em cima de um Opala 74 cor de tijolo com dois pneus no
chão?
Eliminaram-se os carros-placa, assim como já pertencem ao passado os grandes
lançamentos performáticos do mercado imobiliário. A coisa tinha, cerca de dez
anos atrás, proporções teatrais. Determinado prédio homenageava a Nova York
eterna: mocinhas eram contratadas para se fantasiarem de Estátua da Liberdade,
com o rosto pintado de verde, a tocha de plástico numa mão, o folheto colorido
na outra. Ou então era o Tio Sam, eram Marilyns e Kennedys, que ocupavam a
avenida Brasil, a
Nove de Julho, as ruas do Itaim.
Esses homens e mulheres-placa não se comparam sequer ao guardador de carros,
que precisa impor certa presença ao cliente incauto. Estão ali graças à sua
inexistência social. Só que sua função, paradoxalmente, é a de serem vistos; um
cabelo azul, um gesto repetitivo apontando o caminho já bastam.
(Adaptado de: Marcelo Coelho, www.marcelocoelho.folha. blogspot.uol.com)
8. Os homens e mulheres-placa, no desempenho de sua função, evidenciam o
paradoxo
(A) da reduzida eficácia que esse antigo e bem-sucedido recurso publicitário
obtém nos dias atuais.
(B) de se preservar o romantismo do passado na utilização de uma técnica
moderna de comunicação.
(C) de se chamar a atenção para a ostensiva presença pública de quem está
imerso no anonimato.
(D) da teimosa insistência dos empreendedores financeiros numa anacrônica
tática de vendas.
(E) da resignação com que fazem de seus próprios corpos matéria de
propaganda imobiliária.
9. Atente para as seguintes afirmações:
I. Destituídos de qualquer qualidade pessoal, os homens- placa, em sua função
mais recente, funcionam
como meros sinalizadores físicos da localização dos negócios.
II. No terceiro parágrafo, as referências à Estátua da Liberdade, Marilyns e
Kennedys mostram como a
propaganda se vale de imagens estereotipadas para incutir prestígio em certos
produtos.
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III. A despersonalização a que se submetem os homens e mulheres-placa só não é
maior do que a
que sofre um guardador de carros.
Em relação ao texto, está correto o que se afirma em
(A) I, II e III.
(B) I e II, somente.
(C) I e III, somente.
(D) II e III, somente.
(E) II, somente.
10. Considerando-se o contexto, traduz-se adequadamente o sentido de um
segmento em:
(A) replica-se em outras dez (1o parágrafo) • •contestar-se em dez outras.
(B) incorporações imobiliárias (1o parágrafo) • •admissões de imóveis.
(C) lançamentos performáticos (3o parágrafo) • •propulsões cuidadosas.
(D) impor certa presença (4o parágrafo) • •submeter a aparência.
(E) graças à sua inexistência social (4o parágrafo) • •devido à falta de sua
identidade pública.
11. O autor justifica a afirmação O efeito era ruim, sem dúvida, (2o parágrafo)
mostrando
(A) o contrassenso de se anunciar um produto sofisticado por meio de um recurso
grosseiro.
(B) o modesto resultado financeiro que se obtém pela publicidade apoiada em
homens-placa.
(C) a ineficácia de uma propaganda sofisticada voltada para uma clientela de
pouco poder aquisitivo.
(D) a impossibilidade de se tentar exaltar simultaneamente aspectos contraditórios
de um produto.
(E) o pífio resultado obtido por quem busca valorizar o que é barato por meio de
recursos baratos.
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12. No 3o parágrafo, o autor se vale da expressão A coisa referindo-se,
precisamente,
(A) à eliminação mais que justificável dos carros-placa.
(B) ao prestígio inconteste dos mais antigos recursos publicitários.
(C) às características teatrais dos carros-placa.
(D) aos desempenhos teatrais das campanhas imobiliárias.
(E) ao inesperado crescimento do mercado imobiliário.
TEXTO IV
Graças à espantosa explosão de teoria e prática da informação, novos avanços
científicos foram se traduzindo numa tecnologia que não exigia qualquer
compreensão dos usuários finais. O resultado ideal era um conjunto de botões que
requeria apenas apertar-se no lugar certo para ativar um procedimento, sem
demandar maiores contribuições das qualificações e inteligência limitadas e
inconfiáveis do ser humano médio.
A cobrança nos caixas de supermercado na década de 1990 tipificava essa
eliminação do elemento humano. Não exigia do operador mais que reconhecer
as cédulas e moedas do dinheiro local. Um scanner automático traduzia o código
de barras do artigo num preço, somava todos os preços, deduzia o total da
quantia entregue pelo cliente, e dizia ao operador quanto dar de troco. O
procedimento para assegurar essas atividades se baseia numa combinação de
maquinaria sofisticada e programação elaborada. Contudo, a menos que alguma
coisa desse errado, esses milagres de tecnologia científica não
exigiam mais que um mínimo de atenção e uma capacidade um tanto maior de
concentrada tolerância ao tédio.
Para fins práticos, a situação do operador de caixa do supermercado
representava a norma humana de fins do século XX; não precisamos entender
nem modificar os milagres da tecnologia científica de vanguarda, mesmo que
saibamos, ou julguemos saber, o que está acontecendo. Outra pessoa o fará ou já
fez por nós. Pois, ainda que nos suponhamos especialistas num ou noutro campo
determinado, diante da maioria dos outros produtos diários da ciência e
tecnologia somos leigos ignorantes sem compreender nada. Assim, a ciência,
através do tecido saturado de tecnologia da vida humana, demonstra
diariamente seus milagres ao mundo. É indispensável e onipresente.
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E, no entanto, o século XX não se sentia à vontade com a ciência que fora a sua
mais extraordinária realização, e da qual dependia. O progresso das ciências
naturais se deu contra um fulgor, ao fundo, de desconfiança e medo.
A desconfiança e o medo da ciência eram alimentados por alguns sentimentos: o
de que a ciência era incompreensível; o de que suas consequências tanto
práticas quanto morais eram imprevisíveis e provavelmente catastróficas; o de que
ela acentuava o desamparo do indivíduo e solapava a autoridade.
Tampouco devemos ignorar o sentimento de que, na medida em que a ciência
interferia na ordem natural das coisas, era inerentemente perigosa. Os primeiros
dois sentimentos eram partilhados tanto por cientistas quanto leigos, os dois últimos
pertenciam basicamente aos de fora.
(Adaptado de: Eric Hobsbawm. Era dos extremos. Trad. Marcos Santarrita. São
Paulo: Cia. das Letras, 2006, p. 509-512)
13. Segundo o texto,
(A) os grandes avanços provenientes das ciências naturais no século XX foram
acompanhados pelo temor e pela suspeita de que malefícios poderiam deles
advir.
(B) a tecnologia das máquinas substitui a mão de obra humana em diversos
setores, causando, entre outras consequências desastrosas, o desemprego.
(C) em termos morais, o avanço da tecnologia trouxe consequências negativas,
pois a ciência é desprovida de ética e é preocupante o uso que se faz dela.
(D) um dos obstáculos que impedem um maior desenvolvimento da ciência até os
dias de hoje configura-se na crença de que devemos seguir as leis da natureza
para não corrermos riscos.
(E) ainda que possuam conhecimentos específicos de outras áreas, os que têm
pouca familiaridade com a tecnologia e não a compreendem devem ficar para
trás em um mercado competitivo como o dos dias atuais.
14. O segmento em que o autor NÃO exprime opinião pessoal ou posicionamento
crítico é:
(A) Graças à espantosa explosão de teoria e prática da informação, novos
avanços científicos foram se traduzindo numa tecnologia que não exigia qualquer
compreensão dos usuários finais.
(B) O procedimento para assegurar essas atividades se baseia numa combinação
de maquinaria sofisticada e programação elaborada.
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Língua Portuguesa
(C) ... diante da maioria dos outros produtos diários da ciência e tecnologia somos
leigos ignorantes sem
compreender nada.
(D) ...esses milagres de tecnologia científica não exigiam mais que um mínimo de
atenção e uma capacidade um tanto maior de concentrada tolerância ao tédio.
(E) ...requeria apenas apertar-se no lugar certo para ativar um procedimento, sem
demandar maiores
contribuições das qualificações e inteligência limitadas e inconfiáveis do ser
humano médio.
15. Graças à espantosa explosão de teoria e prática da informação, novos
avanços científicos foram se traduzindo numa tecnologia que não exigia qualquer
compreensão dos usuários finais.
Identificam-se nas frases acima, respectivamente,
(A) causa e consequência.
(B) hipótese seguida de conclusão.
(C) afirmação e concessão.
(D) argumentação e ressalva.
(E) temporalidade e finalidade.
TEXTO V
Nosso currículo escolar devia dedicar mais tempo e atenção à anatomia e à
fisiologia, para que as crianças se formassem com conhecimentos mínimos sobre o
funcionamento do organismo. Não admitimos que nossos filhos estudem em
colégio que não lhes ensine informática. Fazemos questão que se familiarizem com
os computadores, sem os quais serão atropelados pela concorrência do futuro,
mas aceitamos que ignorem a organização básica da estrutura da qual
dependerão para respirar até o dia da morte. Houvesse mais interesse em
despertar no aluno a curiosidade de decifrar como funciona essa máquina
maravilhosa, que a evolução fez chegar até nós depois de 3,5 bilhões de anos de
competição e seleção natural, desde pequenos trataríamos o corpo com mais
respeito e sabedoria e não daríamos ouvidos a teorias estapafúrdias, a
superstições, ao obscurantismo e à pseudociência que faz a alegria dos
charlatães.
A medicina é um ramo da biologia, ciência que se propõe a estudar os seres vivos
e as leis que os regem, não é domínio da crença; não é religião. O organismo
humano é a estrutura mais complexa que conhecemos ─•alguns o consideram
mais complexo do que o próprio Universo. Estudar os mecanismos responsáveis
pela circulação e oxigenação do sangue, pela digestão dos nutrientes, ter uma
Prof. Eli Castro
18
Língua Portuguesa
ideia de como ocorrem as principais reações metabólicas e aprender que nosso
corpo é uma máquina que se aperfeiçoa com o movimento é a melhor forma de
evitar que ele nos deixe no meio da estrada.
Num mundo cada vez mais dominado pela tecnologia, o ensino de ciências deve
começar na pré-escola. Aprendendo desde cedo, as crianças incorporarão o
pensamento científico à rotina de suas vidas e descobrirão belezas e mistérios
inacessíveis aos que desconhecem os princípios segundo os quais a natureza se
organizou.
(Adaptado de: Drauzio Varella. A ignorância e o corpo. FSP, 18/06/2011, p.E 20)
16. A principal conclusão do autor, no texto, é a de que
(A) pessoas supersticiosas tendem a se angustiar com alegações infundadas.
(B) o ensino de informática é imprescindível na atualidade e deve começar cedo.
(C) teorias científicas de credibilidade questionável deveriam ser banidas da
mídia.
(D) o ensino da biologia tem maior importância na vida escolar do que o da
informática.
(E) o conhecimento dos mecanismos que comandam o corpo deve ser
incentivado desde cedo na escola.
17. Leia atentamente o que se afirma abaixo:
I. Houvesse mais interesse em despertar no aluno a curiosidade de decifrar como
funciona essa máquina maravilhosa, que a evolução fez chegar até nós depois de
3,5 bilhões de anos de competição e seleção natural, desde pequenos
trataríamos o corpo com mais respeito e sabedoria...
Infere-se do segmento acima que os cuidados com o próprio corpo melhoram à
medida que aumenta o domínio sobre o seu funcionamento.
II. Fazemos questão que se familiarizem com os computadores, sem os quais serão
atropelados pela concorrência do futuro, mas aceitamos que ignorem a
organização básica da estrutura da qual dependerão para respirar até o dia da
morte.
Identifica-se entre as frases acima hipótese seguida de confirmação.
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Língua Portuguesa
III. ...belezas e mistérios inacessíveis aos que desconhecem os princípios segundo os
quais a natureza se organizou.
O segmento acima está reescrito com outras palavras, mantendo-se a correção, a
lógica e, em linhas gerais, o sentido original em: Apenas os que são capazes de
julgar as leis que organizam a natureza, com suas belezas e mistérios, pode se
familiarizar com ela.
Está correto o que consta em:
(A) II e III, apenas.
(B) I e III, apenas.
(C) II, apenas.
(D) I, apenas.
(E) I, II e III.
EXERCÍCIO 02
De volta à Antártida
A Rússia planeja lançar cinco novos navios de pesquisa polar como parte de um
esforço de US$ 975 milhões para reafirmar a sua presença na Antártida na próxima
década.Segundo o blog Science Insider, da revista Science, um documento do
governo estabelece uma agenda de prioridades para o continente gelado até
2020. A principal delas é a reconstrução de cinco estações de pesquisa na
Antártida, para realizar estudos sobre mudanças climáticas, recursos pesqueiros e
navegação por satélite, entre outros. A primeira expedição da extinta União
Soviética à Antártida aconteceu em 1955 e, nas três décadas seguintes, a
potência comunista construiu sete estações de pesquisa no continente. A Rússia
herdou as estações em 1991, após o colapso da União Soviética, mas pouco
conseguiu investir em pesquisa polar depois disso. O documento afirma que
Moscou deve trabalhar com outras nações para preservar a “paz e a
estabilidade” na Antártida, mas salienta que o país tem de se posicionar para tirar
vantagem dos recursos naturais caso haja um desmembramento territorial do
continente.
(Pesquisa Fapesp, dezembro de 2010, no 178, p. 23)
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Língua Portuguesa
1. A principal delas é a reconstrução de cinco estações de pesquisa na Antártida,
para realizar estudos sobre mudanças climáticas, recursos pesqueiros e
navegação por satélite, entre outros.
O segmento grifado na frase acima tem sentido
(A) adversativo.
(B) de consequência.
(C) de finalidade.
(D) de proporção.
(E) concessivo.
2. Em “paz e a estabilidade”, na última frase do texto, o emprego das aspas
(A) indica que esse segmento é transcrição literal do documento do governo russo
mencionado no início do texto.
(B) sugere a desconfiança do autor do artigo com relação aos supostos propósitos
da Rússia de manter a paz na Antártida.
(C) revela ser esse o principal objetivo do governo russo ao reconstruir estações de
pesquisa na Antártida que datam do período soviético.
(D) aponta para o sentido figurado desses vocábulos, que não devem ser
entendidos em sentido literal, como o constante dos dicionários.
(E) justifica-se pela sinonímia existente entre paz e estabilidade, o que torna
impensável a existência de uma sem a outra.
3. Há exemplos de palavras ou expressões empregadas no texto para retomar
outras já utilizadas sem repeti-las literalmente, como ocorre em:
I. O continente gelado / a Antártida
II. Moscou / a Rússia
III. A revista Science / o blog Science Insider
IV. A potência comunista a União Soviética Atende corretamente ao enunciado
da questão o que está
em
(A) I e III, apenas.
(B) I e IV, apenas.
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Língua Portuguesa
(C) II e III, apenas.
(D) I, II e IV, apenas.
(E) I, II, III e IV
Atenção: As questões de números 4 a 6 referem-se ao texto abaixo.
Quando eu sair daqui, vamos começar vida nova numa cidade antiga, onde
todos se cumprimentam e ninguém nos conheça. Vou lhe ensinar a falar direito, a
usar os diferentes talheres e copos de vinho, escolherei a dedo seu guarda-roupa
e livros sérios para você ler. Sinto que você leva jeito porque é aplicada, tem
meigas mãos, não faz cara ruim nem quando me lava, em suma, parece uma
moça digna apesar da origem humilde. Minha outra mulher teve uma educação
rigorosa, mas mesmo assim mamãe nunca entendeu por que eu escolhera
justamente aquela, entre tantas meninas de uma família distinta.
(Chico Buarque. Leite derramado, São Paulo, Cia. das Letras, 2009, p. 29)
4. Leia atentamente as afirmações abaixo sobre o texto.
I. Ao expressar o desejo de viver numa cidade “onde todos se cumprimentam e
ninguém nos conheça”, o narrador incorre numa evidente e insolúvel contradição.
II. A afirmação de que a “outra mulher teve uma educação rigorosa” é
reafirmação, por contraste, de que aquela a quem o narrador se dirige não a
teve, o que já estava implícito no propósito de “lhe ensinar a falar direito, a usar os
diferentes talheres e copos de vinho etc.”.
III. Ao dizer que sua interlocutora “parece uma moça digna apesar da origem
humilde”, o narrador sugere, por meio da concessiva, que a dignidade não
costuma ser característica daqueles cuja origem é humilde.
Está correto o que se afirma em
(A) I, II e III.
(B) II e III, apenas.
(C) I e III, apenas.
(D) I e II, apenas.
(E) II, apenas.
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Língua Portuguesa
5. ... escolherei a dedo seu guarda-roupa e livros sérios para você ler.
A expressão grifada na frase acima pode ser substituída, sem prejuízo para o
sentido original, por:
(A) pessoalmente.
(B) de modo incisivo.
(C) apontando.
(D) entre outras coisas.
(E) cuidadosamente
Minha outra mulher teve uma educação rigorosa, mas mesmo assim mamãe
nunca entendeu por que eu escolhera justamente aquela, entre tantas meninas
de uma família distinta.
6- O verbo grifado na frase acima pode ser substituído, sem que se altere o sentido
e a correção originais, e o modo verbal, por:
(A) escolheria.
(B) havia escolhido.
(C) houvera escolhido.
(D) escolhesse.
(E) teria escolhido.
Atenção: As questões de números 7 a 10 referem-se ao texto abaixo.
Cartão de Natal
Pois que reinaugurando essa criança
pensam os homens
reinaugurar a sua vida
e começar novo caderno,
fresco como o pão do dia;
pois que nestes dias a aventura
parece em ponto de voo, e parece
que vão enfim poder
explodir suas sementes:
que desta vez não perca esse caderno
sua atração núbil para o dente;
que o entusiasmo conserve vivas
suas molas,
e possa enfim o ferro
comer a ferrugem
o sim comer o não.
João Cabral de Melo Neto
Prof. Eli Castro
23
Língua Portuguesa
7. No poema, João Cabral
(A) critica o egoísmo, e manifesta o desejo de que na passagem do Natal as
pessoas se tornem generosas e façam “o sim comer o não”.
(B) demonstra a sua aversão às festividades natalinas, pois “nestes dias a aventura
parece em ponto de voo”, mas depois a rotina segue como sempre.
(C) critica “a atração núbil para o dente” daqueles que transformam o Natal em
uma apologia ao consumo e se esquecem do seu caráter religioso.
(D) observa com otimismo que o Natal é um momento de renovação em que os
homens se transformam para melhor e fazem o “ferro comer a ferrugem”.
(E) manifesta a esperança de que o Natal traga, de fato, uma transformação, e
que, ao contrário de outros natais, seja possível “começar novo caderno”.
8. É correto perceber no poema uma equivalência entre
(A) ferrugem e aventura.
(B) dente e entusiasmo.
(C) caderno e vida.
(D) sementes e pão do dia.
(E) ferro e atração núbil.
9. Pois que reinaugurando essa criança
O segmento grifado acima pode ser substituído, no contexto, por:
(A) Mesmo que estejam.
(B) Apesar de estarem.
(C) Ainda que estejam.
(D) Como estão.
(E) Mas estão.
10. “que desta vez não perca esse caderno”.
Com a frase acima o poeta
(A) alude a uma impossibilidade.
(B) exprime um desejo.
(C) demonstra estar confuso.
(D) revela sua hesitação.
(E) manifesta desconfiança.
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Língua Portuguesa
EXERCÍCIO 03
Um circo e um antipalhaço
Em 1954, numa cidadezinha universitária dos Estados Unidos, vi “o maior circo do
mundo”, que continua a ser o sucessor do velho Barnum & Bailey, velho conhecido
dos meus primeiros dias de estudante nos Estados Unidos. Vi então, com olhos de
adolescente ainda um tanto menino, maravilhas que só para os meninos têm
plenitude de encanto. Em 1954, revendo “o maior circo do mundo”, confesso que,
diante de certas façanhas de acrobatas e domadores, senti-me outra vez menino.
O monstro – porque é um circo-monstro, que viaja em três vastos trens – chegou
de manhã a Charlottesville e partiu à noite. Ao som das últimas palmas dos
espectadores juntou-se o ruído metálico do desmonte da tenda capaz de abrigar
milhares de pessoas, acomodadas em cadeiras em forma de x, quase iguais às
dos teatros e que, como por mágica, foram se fechando e formando grupos
exatos, tantas cadeiras em cada grupo logo transportadas para outros vagões de
um dos trens. E com as cadeiras, foram sendo transportadas para outros vagões
jaulas com tigres; e também girafas e elefantes que ainda há pouco pareciam
enraizados ao solo como se estivessem num jardim zoológico. A verdade é que
quem demorasse uns minutos mais a sair veria esta mágica também de circo: a do
próprio circo gigante desaparecer sob seus olhos, sob a forma de pacotes prontos
a seguirem de trem para a próxima cidade.
O gênio de organização dos anglo-americanos é qualquer coisa de assombrar um
latino. Arma e desarma um circo gigante como se armasse ou desarmasse um
brinquedo de criança. E o que o faz com os circos, faz com os edifícios, as pontes,
as usinas, as fábricas: uma vez planejadas, erguem-se em pouco tempo do solo e
tomam como por mágica relevos monumentais.
Talvez a maior originalidade do circo esteja no seu palhaço principal. Circo norteamericano? Pensa-se logo num palhaço para fazer rir meninos de dez anos e
meninões de quarenta com suas piruetas e suas infantilidades.
O desse circo – hoje o mais célebre dos palhaços de circo – é uma espécie de
antipalhaço. Não ri nem sequer sorri. Não faz uma pirueta. Não dá um salto. Não
escorrega uma única vez. Não cai esparramado no chão como os clowns
convencionais. Não tem um ás de copas nos fundos de suas vestes de palhaço.
O que faz quase do princípio ao fim das funções do circo é olhar para a multidão
com uns olhos, uma expressão, uns modos tão tristes que ninguém lhe esquece a
tristeza do clown diferente de todos os outros clowns. Trata-se na verdade de uma
audaciosa recriação da figura de palhaço de circo. E o curioso é que,
impressionando os adultos, impressiona também os meninos que talvez continuem
os melhores juízes de circos de cavalinhos.
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Língua Portuguesa
Audaciosa e triunfante essa recriação. Pois não há quem saia do supercirco,
juntando às suas impressões das maravilhas de acrobacia, de trabalhos de
domadores de feras, de equilibristas, de bailarinas, de cantores, de cômicos, a
impressão inesperada da tristeza desse antipalhaço que quase se limita a olhar
para a multidão com os olhos mais magoados deste mundo.
FREYRE, Gilberto. In: Pessoas, Coisas & Animais. São
Paulo: Círculo do Livro. Edição Especial para MPM Propaganda,
1979. p. 221-222. (Publicado originalmente em O
Cruzeiro, Rio de Janeiro, seção Pessoas, coisas e animais,
em 8 jul. 1956). Adaptado.
1 A palavra monstro ( início do 2º parágrafo) aplicada a circo deve-se ao fato de
este
(A) possibilitar um deslocamento rápido.
(B) provocar som alto devido ao desmonte das tendas.
(C) ser capaz de preencher três vagões.
(D) proporcionar o transporte das cadeiras misturadas aos animais.
(E) ter possibilidade de se mudar até mesmo de abrigar um zoológico.
2 Os trechos de “Em 1954 [...] menino” ( 1º parágrafo inteiro) e “O gênio de
organização [...] monumentais.” (3º parágrafo inteiro) caracterizam-se, quanto ao
tipo de texto predominante, por serem, respectivamente
(A) descrição e narração
(B) narração e argumentação
(C) narração e descrição
(D) argumentação e descrição
(E) argumentação e narração
3 Pela leitura do segundo parágrafo, pode-se perceber que o material com que é
basicamente feita a estrutura da tenda é
(A) metal
(B) madeira
(C) plástico
(D) lona
(E) tijolo
4 Analise as afirmações abaixo sobre o desmonte do circo após o espetáculo.
Prof. Eli Castro
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Língua Portuguesa
I – O circo era mágico pois desaparecia literalmente num piscar de olhos.
II – O desmonte do circo era tão organizado que parecia um truque de mágica.
III – Apenas alguns minutos eram necessários para desmontar todo o circo.
É correto APENAS o que se afirma em
(A) I
(B) II
(C) III
(D) I e III
(E) II e III
5 A partir do conhecimento do que é um palhaço, infere-se que um antipalhaço
age da seguinte maneira:
(A) ri e faz rir.
(B) expressa sua depressão.
(C) não tem talento para ser palhaço.
(D) expressa tristeza.
(E) veste-se de palhaço.
EXERCÍCIO 04
A velhice na sociedade industrial
A sociedade rejeita o velho, não oferece nenhuma sobrevivência à sua obra, às
coisas que ele realizou e que fizeram o sentido de sua vida. Perdendo a força de
trabalho, ele já não é produtor nem reprodutor. Se a posse e a propriedade
constituem, segundo Sartre, uma defesa contra o outro, o velho de uma classe
favorecida defende-se pela acumulação de bens. Suas propriedades o defendem
da desvalorização de sua pessoa.
Nos cuidados com a criança, o adulto “investe” para o futuro, mas em relação ao
velho age com duplicidade e má fé. A moral oficial prega o respeito ao velho,
mas quer convencê-lo a ceder seu lugar aos jovens, afastá-lo delicada mas
firmemente dos postos de direção. Que ele nos poupe de seus conselhos e se
resigne a um papel passivo. Veja-se no interior das famílias a cumplicidade dos
adultos em manejar os velhos, em imobilizá-los com cuidados “para o seu próprio
bem”. Em privá-los da liberdade de escolha, em torná-los cada vez mais
dependentes, “administrando” sua aposentadoria, obrigando-os a sair do seu
canto, a mudar de casa (experiência terrível para o velho) e, por fim,
submetendo-os à internação hospitalar. Se o idoso não cede à persuasão, à
mentira, não se hesitará em usar a força.
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Língua Portuguesa
Quantos anciãos não pensam estar provisoriamente no asilo em que foram
abandonados pelos seus? Quando se vive o primado da mercadoria sobre o
homem, a idade engendra desvalorização. A racionalização do trabalho, que
exige cadências cada vez mais rápidas, elimina da indústria os velhos operários.
Nas épocas de desemprego, os velhos são especialmente discriminados e
obrigados a rebaixar sua exigência de salário e aceitar empreitas pesadas e
nocivas à saúde. Como no interior de certas famílias, aproveita-se deles o braço
servil, mas não o conselho.
(Adaptado de Ecléa Bosi, Memória e sociedade)
1. A seguinte formulação resume, conceitualmente, o argumento central do texto:
(A) Que ele nos poupe de seus conselhos e se resigne a um papel passivo.
(B) Suas propriedades o defendem da desvalorização de sua pessoa.
(C) Quando se vive o primado da mercadoria sobre o homem, a idade engendra
desvalorização.
(D) Veja-se no interior das famílias a cumplicidade dos adultos em manejar os
velhos, em imobilizá-los com cuidados “para o seu próprio bem”.
(E) Quantos anciãos não pensam estar provisoriamente no asilo em que foram
abandonados pelos seus?
2. Atente para as seguintes afirmações:
I. No primeiro parágrafo, ao empregar a expressão à sua obra, a autora está-se
referindo às propriedades acumuladas pelo velho da classe mais favorecida.
II. No segundo parágrafo, o contexto permite entender que o termo “investe”,
entre aspas, está empregado na acepção que lhe conferem os economistas.
III. No terceiro parágrafo, a expressão racionalização do trabalho identifica o rigor
com que se planeja e se operacionaliza a produção industrial.
Em relação ao texto, está correto o que se afirma em:
(A) I, II e III.
(B) I e II, apenas.
(C) I e III, apenas.
(D) II, apenas.
(E) II e III, apenas.
3. Depreende-se da leitura do texto que, na sociedade industrial, a sabedoria
acumulada pelos velhos
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Língua Portuguesa
(A) vale apenas quando eles ainda mostram aptidão para trabalhar.
(B) é menosprezada porque não se costuma considerá-la produtiva.
(C) é cultuada com a mesma complacência com que se vê a criança.
(D) é bem acolhida somente quando eles pertencem à classe abastada.
(E) vale apenas quando eles assumem um papel passivo na família.
4. Considerando-se o contexto, traduz-se corretamente o sentido de um segmento
do texto em:
(A) o defendem da desvalorização de sua pessoa // subestimam seu prestígio
pessoal.
(B) age com duplicidade e má fé // porta-se ora com isenção, ora com justiça.
(C) Que ele nos poupe de seus conselhos // Que seja parcimonioso em suas
recomendações.
(D) especialmente discriminados // particularmente depreciados.
(E) empreitas pesadas // cargos de máxima responsabilidade.
EXERCÍCIO 05
Bolsa-Floresta
Quando os dados do desmatamento de maio saíram esta semana da gaveta
da Casa Civil, onde ficaram trancados por vários dias, ficou-se sabendo que maio
foi igual ao abril que passou: perdemos de floresta mais uma área equivalente à
cidade do Rio de Janeiro. Ao ritmo de um Rio por mês, o Brasil vai pondo abaixo a
maior floresta tropical. No Amazonas, visitei uma das iniciativas para tentar deter a
destruição.
O Estado do Amazonas é o que tem a floresta mais preservada. O número
repetido por todos é que lá 98% da floresta estão preservados, 157 milhões de
hectares, 1/3 da Amazônia brasileira. A Zona Franca garante que uma parte do
mérito lhe cabe, porque criou alternativa de emprego e renda para a população
do estado. Há quem acredite que a pressão acabará chegando ao Amazonas
depois de desmatados os estados mais acessíveis.
João Batista Tezza, diretor técnico-científico da Fundação Amazonas
Sustentável, acha que é preciso trabalhar duro na prevenção do desmatamento.
Esse é o projeto da Fundação que foi criada pelo governo, mas não é
governamental, e que tem a função de implementar o Bolsa-Floresta, uma
transferência de renda para pessoas que vivem perto das áreas de preservação
estadual. A idéia é que elas sejam envolvidas no projeto de preservação e que
recebam R$ 50 por mês, por família, como uma forma de compensação pelos
serviços que prestam. [...]
Tezza é economista e acha que a economia é que trará a solução:
— A destruição ocorre porque existem incentivos econômicos; precisamos
criar os incentivos da proteção. [...]
Prof. Eli Castro
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Língua Portuguesa
Nas áreas próximas às reservas estaduais, estão instaladas 4.000 famílias e,
além de ganharem o Bolsa-Floresta, vão receber recursos para a organização da
comunidade.
— Trabalhamos com o conceito dos serviços ambientais prestados pela
própria floresta em pé e as emissões evitadas pela proteção contra o
desmatamento. Isso é um ativo negociado no mercado voluntário de redução das
emissões — diz Tezza.
Atualmente a equipe da Fundação está dedicada a um trabalho exaustivo: ir
a cada uma das comunidades, viajando dias e dias pelos rios, para cadastrar
todas as famílias. A Fundação trabalha mirando dois mapas. Um mostra o
desmatamento atual, que é pequeno. Outro projeta o que acontecerá em 2050
se nada for feito. Mesmo no Amazonas, onde a floresta é mais preservada, os
riscos são visíveis. Viajei por uma rodovia estadual que liga Manaus a Novo Airão. À
beira da estrada, vi áreas recentemente desmatadas, onde a fumaça ainda sai
de troncos queimados. [...]
LEITÃO, Miriam. In: Jornal O Globo. 19 jul. 2008. (adaptado)
1. Bolsa-Floresta, título do texto, é o nome dado a um(a)
(A) recurso adotado por empresas privadas para que a população dê suporte aos
projetos de desmatamento.
(B) mensalidade destinada aos moradores das cercanias de áreas de preservação
por sua ajuda.
(C) medida social para apoio às populações da floresta, que não têm de onde
obter sobrevivência.
(D) doação governamental regular feita às pessoas que moram na floresta, como
se fosse uma bolsa de estudos.
(E) ajuda realizada por organizações não governamentais para que a população
de baixa renda possa se manter melhor.
2. A expressão em destaque no trecho “Quando os dados do desmatamento de
maio saíram esta semana da gaveta ...” (primeiro parágrafo) pode ser
adequadamente substituída, sem alteração do sentido, por
(A) foram finalmente examinados.
(B) foram apresentados às autoridades.
(C) foram tirados da situação de abandono.
(D) encaminharam-se ao setor técnico.
(E) chegaram ao conhecimento público.
3. No 2o parágrafo, o mérito da Zona Franca na preservação florestal do estado
do Amazonas deve-se ao fato de ter
(A) oferecido oportunidades de ganho para a população, afastando-a do
desmatamento.
Prof. Eli Castro
30
Língua Portuguesa
(B) atraído compradores de todas as partes do Brasil com o seu comércio
florescente.
(C) criado uma área de comércio de bens livres de impostos, o que favoreceu
novas aquisições para a população.
(D) feito a promoção do desenvolvimento econômico da região, melhorando sua
contribuição para o PIB brasileiro.
(E) aberto o mercado interno nacional para a entrada de produtos estrangeiros de
alta tecnologia.
4. “No Amazonas, visitei uma das iniciativas para tentar deter a destruição.”
(primeiro parágrafo). Tal iniciativa é a(o)
(A) manutenção da Zona Franca.
(B) criação do Bolsa-Floresta.
(C) expansão de 1/3 da Amazônia.
(D) preservação da floresta.
(E) comprometimento do governo estadual.
5. Com a leitura do parágrafo que contém a oração “porque criou alternativa de
emprego e renda para a população do estado.” (segundo parágrafo) pode-se
inferir que, no texto, a outra alternativa seria
(A) buscar outra fonte de renda.
(B) desmatar a floresta.
(C) emigrar para outro estado.
(D) trabalhar na Zona Franca.
(E) ser funcionário público.
EXERCÍCIO 06
O futuro do nosso petróleo
A recente confirmação da descoberta, anunciada inicialmente em 2006, de
reservas expressivas de petróleo leve de boa qualidade e gás na Bacia de Santos
é uma notícia auspiciosa para todos os brasileiros. A possibilidade técnica de
extrair petróleo a mais de 6 mil metros de profundidade eleva o prestígio que a
Petrobras já detém, com reconhecido mérito, no restrito clube das megaempresas mundiais de petróleo e energia, onde é vista como a pequena, mas
muito respeitada, irmã. [...]
O Brasil tem uma grande oportunidade à frente, por dois motivos. Mais do que
com dificuldades de exploração e de extração, o mundo sofre com a falta de
capacidade de refino moderno, para produzir derivados com baixos teores de
enxofre e aromáticos. Ao mesmo tempo, confirma-se em nosso hemisfério a cruel
realidade de que as reservas de gás de Bahia Blanca, ao sul de Buenos Aires, se
estão esgotando. Isso sem contar o natural aumento da demanda argentina por
gás. Estas reservas têm sido, até agora, a grande fonte de suprimento de resinas
Prof. Eli Castro
31
Língua Portuguesa
termoplásticas para toda a região, sendo cerca de um terço delas destinado ao
Brasil. A delimitação do Campo de Tupi e outros adjacentes na Bacia de Santos
vem em ótima hora, quando estes dois fantasmas nos assombram, abrindo, ao
mesmo tempo, novas oportunidades. O gás associado de Tupi, na proporção de
15% das reservas totais, é úmido e rico em etano, excelente matéria-prima para a
petroquímica. Queimá-lo em usinas térmicas para gerar eletricidade ou para uso
veicular seria um enorme desperdício.
Outra oportunidade reside em investimentos maciços em capacidade de
refino. O mundo está sedento por gasolina e diesel especiais, mais limpos, menos
poluentes. O maior foco desta demanda são os Estados Unidos, que consomem
46% de toda a gasolina do planeta, mas esta é uma tendência que se vem
espalhando como fogo em palha. O Brasil ainda tem a felicidade de dispor de
etanol de biomassa produzido de forma competitiva, que pode somar-se aos
derivados de petróleo para gerar produtos de alto valor ambiental.
(Adaptado de Plínio Mario Nastari. O Estado de S. Paulo, Economia, B2, 28 de
dezembro de 2007)
1. “Queimá-lo em usinas térmicas para gerar eletricidade ou para uso veicular seria
um enorme desperdício”. (final do 2o parágrafo). A opinião do articulista no
segmento transcrito acima se justifica pelo fato de que
(A) na Argentina, além de haver aumento da demanda por petróleo, as reservas
de gás encontram-se em processo de esgotamento.
(B) os Estados Unidos são os maiores consumidores da gasolina produzida no
planeta, tendência que ainda vem aumentando.
(C) as possibilidades técnicas de extração de petróleo a mais de 6 mil metros de
profundidade ampliam o prestígio mundial da Petrobras.
(D) as reservas recém-descobertas na Bacia de Santos contêm gás de excelente
qualidade para a indústria petroquímica.
(E) o Brasil dispõe de etanol de biomassa que, somado aos derivados de petróleo,
diminui a poluição do meio ambiente.
2. “O Brasil tem uma grande oportunidade à frente, por dois motivos”. (início do 2o
parágrafo). Ocorre no contexto a retomada da afirmativa acima na frase:
(A) Mais do que com dificuldades de exploração e de extração ...
(B) ... para produzir derivados com baixos teores de enxofre e aromáticos.
(C) Estas reservas têm sido, até agora, a grande fonte de suprimento de resinas
termoplásticas para toda a região ...
(D) Estas reservas têm sido, até agora, a grande fonte de suprimento de reservas
termoplásticas...
(E) A delimitação do Campo de Tupi e outros adjacentes na Bacia de Santos vem
em ótima hora, quando
estes dois fantasmas nos assombram...
Prof. Eli Castro
32
Língua Portuguesa
3. “Isso sem contar o natural aumento da demanda argentina por gás”. (2o
parágrafo) O pronome grifado substitui corretamente, considerando-se o
contexto,
(A) as dificuldades de exploração e extração de petróleo.
(B) o esgotamento das reservas argentinas de gás.
(C) a produção de derivados com baixos teores de enxofre e aromáticos.
(D) a grande oportunidade comercial que o Brasil tem pela frente.
(E) a exportação de gás da Argentina para o Brasil.
4. O emprego das vírgulas assinala a ocorrência de uma ressalva em:
(A) ....onde é vista como a pequena, mas muito respeitada, irmã.
(B) ... que a Petrobras já detém, com reconhecido mérito, no restrito clube...
(C) ... de que as reservas de gás de Bahia Blanca, ao sul de Buenos Aires, se estão
esgotando.
(D) ... abrindo, ao mesmo tempo, novas oportunidades.
(E) O gás associado de Tupi, na proporção de 15% das reservas totais, é úmido e
rico em etano...
EXERCÍCIO 07
Riscos da advocacia invadida
Tanto quanto se saiba, a polícia tem praticado entradas forçosas em
escritórios de advocacia, apreendido papéis e praticado outras violências. A
versão oficial diz que as chamadas invasões não existem, pois se trata de ingressos
autorizados por ordem judicial para fins determinados, relativos a investigações na
apuração de responsabilidades graves.
A regra essencial a esse respeito é, porém, a da inviolabilidade do escritório
do advogado. Sou advogado, além de jornalista e, portanto, parte interessada.
Por isso, limitarei as anotações cabíveis estritamente aos campos da Constituição e
da lei vigente, sem qualquer extrapolação. Comecemos pelo inciso 6 do artigo 5o
da Carta Magna, o qual afirma ser “livre o exercício de qualquer trabalho, ofício
ou profissão, atendidas as qualificações profissionais que a lei estabelecer”. A
advocacia exige qualificações específicas, na Carta Magna e na Lei no 8.906/94,
consistentes no diploma do bacharel em ciências jurídicas, no registro profissional
na Ordem dos Advogados, depois da aprovação no Exame da Ordem.
Não é possível o exercício da profissão advocatícia se o cliente não tiver
confiança absoluta em que as informações e os documentos passados a seu
advogado sejam invioláveis. Nem será possível se o advogado puder ser
constrangido a informar fatos relativos a seu cliente.
O sigilo do médico e o do sacerdote têm força igual à do sigilo do advogado.
Daí dizer a Lei no 8.906/94, no inciso 19 do artigo 7o, ser direito deste profissional
recusar-se a depor como testemunha, mesmo quando autorizado pelo
constituinte, bem como sobre fato que constitua sigilo profissional. Se não pode
Prof. Eli Castro
33
Língua Portuguesa
depor, mesmo em juízo, imagine-se a gravidade de ver apreendido, em seu
escritório, documento que implique em responsabilidade de seu cliente.
Tem havido, porém, escritórios que aceitam ser sede de empresas de seus
clientes, designando locais, em seu espaço interno, para esse efeito. Em outros
casos, o advogado é diretor de empresa, não se encontrando no exercício da
profissão. São alternativas diversas das que tipificam a atividade profissional, não
garantidas pela Constituição e pelas leis, quanto à inviolabilidade. Fora daí, invadir
o escritório e apreender documentos físicos ou eletrônicos é abuso de direito, que
a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal tem considerado geradora de prova
ilícita.
(Walter Ceneviva, Folha de S. Paulo, 07/05/2005)
1. O autor do texto manifesta-se contra práticas policiais
(A) a que falta o respaldo básico de uma ordem judicial explícita.
(B) de respaldo ético indiscutível, já que amparadas por determinação judicial.
(C) que ferem direito garantido, inerente a toda prática profissional.
(D) em que há abuso da autoridade e extrapolação de uma ordem judicial.
(E) em que se ignora direito já reconhecido pela jurisprudência.
2. Considere as seguintes afirmações:
I. Quanto à sua inviolabilidade, o direito ao sigilo de médicos e de sacerdotes é
garantido no inciso 19 do artigo 7o da Lei no 8.906/94 e deveria, segundo o autor,
ser estendido à prática advocatícia.
II. Para provar sua imparcialidade no tratamento da questão central de seu texto,
o autor recusa-se a se valer de argumentos próprios à sua qualificação profissional.
III. Segundo o autor, a garantia de inviolabilidade do escritório de advocacia deixa
de existir quando seu espaço for utilizado para o exercício de atividades outras.
Em relação ao texto, está correto o que se afirma APENAS em
(A) III.
(B) II e III.
(C) II.
(D) I e II.
(E) I.
3. No segundo parágrafo, lê-se: “Por isso, limitarei as anotações cabíveis
estritamente aos campos da Constituição e da lei vigente, sem qualquer
extrapolação”.
Deve-se entender que a expressão sublinhada na frase remete diretamente a uma
informação já explicitada no contexto:
Prof. Eli Castro
34
Língua Portuguesa
(A) a versão oficial nega as entradas forçosas.
(B) o autor se declara parte interessada na questão de que trata.
(C) o autor está em pleno exercício de seu ofício de jornalista.
(D) a advocacia exige sempre qualificações específicas.
(E) os dispositivos legais já citados são inequívocos.
4. “Não é possível o exercício da advocacia se o cliente não tiver confiança em
que as informações passadas a seu advogado sejam invioláveis”.
A frase continuará formalmente correta caso se substituam as expressões
sublinhadas, respectivamente, por:
(A) alimentar a desconfiança em que // compartilhadas de seu
(B) presumir de que // confiadas ao seu
(C) suspeitar de cujas // confidenciadas com seu.
(D))não supuser que // reveladas a seu.
(E) não confiar de que // transmitidas a seu.
EXERCÍCIOS 08 (Padrão CESPE)
Compreensão e interpretação de textos.
► SEDU / ES (2010) “O grande fenômeno da primeira década do século XXI na
economia mundial foi a ascensão da China como protagonista de primeira
grandeza na produção e nas finanças,com consequências marcantes para o
resto do mundo. Para o Brasil, a influência mais direta deu-se por meio das
exportações de commodities, que cresceram a ponto de a China ter-se tornado,
em 2009, o maior mercado para as empresas brasileiras.
O impacto da demanda chinesa nos preços das matérias-primas foi talvez o
principal fator da notável transformação das contas externas brasileiras, o que, por
sua vez, abriu caminho para o crescimento. Uma eventual mudança para pior no
quadro da expansão chinesa seria danosa para a economia global e para o Brasil
em particular. A China foi o caso mais marcante de superação da crise de 2008,
porque conseguiu crescer 8,7% no ano passado, enquanto o resto do mundo
patinhava”.
Folha de S.Paulo, Editorial, 2/3/2010 (com adaptações).
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Língua Portuguesa
01- Depreende-se das informações do texto que o crescimento da economia
brasileira foi influenciado pelas importações de matérias-primas realizadas pela
China.
► SEDU / ES (2010) “Passados os tremores do sismo, a dor da perda de 230 mil
mortos, enterrados muitos em valas comuns, a vida no Haiti precisa continuar”.
02- Pelos sentidos do texto, a palavra “sismo” significa sinistro, tragédia.
► SEDU / ES (2010) “Em decorrência da proliferação desenfreada do consumismo
nas metrópoles, aconteceu nos últimos anos aumento sensível do acúmulo de lixo
urbano, também chamado de lixo caseiro. Em inúmeros casos, a situação resulta
da falta de princípios elementares de educação e do desconhecimento de
mínimas noções de higiene”.
03- A palavra “proliferação” está sendo empregada com o sentido de liberação.
04- Com o emprego da palavra “consumismo”, confere-se à ideia de consumo a
noção de exagero.
► “O exercício do poder ocorre mediante múltiplas dinâmicas, formadas por
condutas de autoridade, de domínio, de comando, de liderança, de vigilância e
de controle de uma pessoa sobre outra, que se comporta com dependência,
subordinação, resistência ou rebeldia. Tais dinâmicas não se reportam apenas ao
caráter negativo do poder, de opressão, punição ou repressão, mas também ao
seu caráter positivo de disciplinar, controlar, adestrar, aprimorar. O poder em si
não existe, não é um objeto natural. O que há são relações de poder
heterogêneas e em constante transformação. O poder é, portanto, uma prática
social constituída historicamente.
Na rede social, as dinâmicas de poder não têm barreiras ou fronteiras: nós as
vivemos a todo momento. Consequentemente, podemos ser comandados,
submetidos ou programados em um vínculo, ou podemos comandá-lo para a
realização de sua tarefa, e, assim, vivermos um novo papel social, que nos faz
complementar, passivamente ou não, as regras políticas da situação em que nos
encontramos”.
Maria da Penha Nery. Vínculo e afetividade: caminhos das relações humanas. São
Paulo: Ágora, 2003, p. 108-9 (com adaptações)
Prof. Eli Castro
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Língua Portuguesa
05- A preposição “mediante” (início do texto) estabelece relação de movimento
entre “exercício do poder” e “múltiplas dinâmicas”.
06- É correto concluir, a partir da argumentação do texto, que o poder é dinâmico
e que há múltiplas formas de sua realização, com faces heterogêneas, positivas ou
negativas; além disso, ele afeta todos que vivem em sociedade, tanto os que a
ele se submetem, quanto os que a ele resistem.
07- De acordo com a argumentação do texto, o poder “não é um objeto natural”
porque é criado artificialmente nas relações de opressão social.
08- Na organização da textualidade, é coerente subentender-se a noção de
possibilidade, antes da forma verbal “vivermos”, inserindo-se “podermos”.
EXERCÍCIO 09 (Padrão CESPE)
TEXTO I
Bandos de homens armados perpetram anualmente 450 roubos a bancos e
carros-fortes no Brasil. Tais episódios põem em risco a vida de clientes, agentes de
segurança e policiais, mas o prejuízo financeiro é relativamente pequeno para as
instituições. Para os bancos, a maior ameaça está embutida nos serviços prestados
pela Internet ou por outros meios eletrônicos. As perdas resultantes de assaltos são
de 50 milhões de reais anuais. Já os crimes cujas armas são os computadores
devem, em 2010, ser responsáveis por perdas de 900 milhões de reais, dezoito
vezes mais que nos assaltos convencionais.
Os crimes eletrônicos proliferam porque oferecem pouco risco aos bandidos, e as
autoridades têm dificuldade de puni-los. O Código Penal não prevê os crimes
virtuais. Quando são presos, os criminosos respondem geralmente por estelionato,
cuja pena máxima é de cinco anos de cadeia. Se fossem condenados por assalto
a banco, eles poderiam ser punidos com até quinze anos de prisão. Por causa
dessas vantagens, há de 100 a 150 quadrilhas virtuais em atividade no país. Para
reverter esse quadro, a Federação Brasileira de Bancos tenta convencer o
Congresso Nacional a criar uma legislação específica para punir os delitos
eletrônicos, semelhante àquela adotada há nove anos pela União Europeia.
André Vargas. Assalto.com.br. In: Veja, 24/11/2010 (com adaptações).
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Língua Portuguesa
1- Afirma-se, no texto, que os crimes eletrônicos ocorrem cada vez mais amiúde,
porque a falta de legislação específica favorece os bandidos.
2- Infere-se do texto que, embora seja uma das mais avançadas e democráticas
do mundo, a legislação brasileira não tem acompanhado o avanço do crime
virtual no país.
3- De acordo com o texto, os assaltos à mão armada são menos nocivos à
população e aos bancos do que os assaltos eletrônicos.
4- Segundo o texto, o risco de uma pessoa ser vítima de assalto na Internet é maior
do que o de ela ser assaltada em uma agência bancária.
05- O vocábulo “perpetram” (1ª linha do texto) poderia ser substituído por
cometem, sem que isso acarretasse prejuízo semântico ou sintático ao texto.
TEXTO II
No Brasil, um exame, ainda que superficial, da questão da segurança pública
revela que há um crescimento contínuo da criminalidade e da violência,
principalmente nas regiões metropolitanas e nas periferias das grandes cidades do
país, e que o sistema judiciário e, em particular, a polícia têm se mostrado
ineficazes para o enfrentamento da questão.
Especialmente nas áreas urbanas do país, a sensação de medo e insegurança
tem sido experimentada como grave problema público devido à expectativa de
que qualquer pessoa pode-se tornar vítima de crime em qualquer ponto das
cidades e em qualquer momento de sua vida cotidiana.
Nesse cenário caótico de insegurança, um dos temas frequentemente levantados
é a necessidade de profissionalizar
a polícia brasileira como recurso para capacitá-la para o desempenho mais
eficiente, mais responsável e mais efetivo na condução da ordem e da segurança
públicas.
Não obstante nas últimas duas décadas se terem verificado inovações na área da
formação profissional, poucas iniciativas lograram sucesso no sentido de
implementar mudanças efetivas nas práticas e nos procedimentos dominantes. A
atividade policial mostra-se inscrita em um padrão de desempenho que se traduz
não só na ineficácia dos resultados, mas que se reveste de aspectos
suplementares, relacionados, fundamentalmente, à forma de atuação
predominantemente violenta e arbitrária da polícia, permanecendo como desafio
à sociedade contemporânea brasileira. Salvo raríssimas exceções, as propostas
para reformulação da formação profissional da polícia no país não incorporaram
Prof. Eli Castro
38
Língua Portuguesa
o debate sobre o modelo profissional a ser adotado pela polícia e as
metodologias práticas de intervenção para a realização das tarefas cotidianas
que envolvem a manutenção da ordem e da segurança públicas.
Paula Poncioni. O modelo policial profissional e a formação profissional do futuro
policial nas academias de polícia do estado do Rio de Janeiro. In: Sociedade e
Estado,
vol. 20, n.o 3. Brasília, set.-dez./2005. Internet: <www.scielo.br> (com adaptações).
06- De acordo com o texto, os sistemas judicial e policial brasileiros têm sido
inoperantes no que tange ao aumento da criminalidade.
07- Segundo o texto, a vulnerabilidade da população com relação à exposição à
violência urbana confere ao problema da criminalidade o caráter de problema
público de alta gravidade
08- Infere-se do texto que uma atuação renovada e eficaz da polícia deve
envolver atitudes menos violentas.
09- Conforme a autora, a necessidade de profissionalização da polícia brasileira
advém do aumento do número de crimes nas grandes cidades e nas periferias do
país.
10- O texto afirma que poucas iniciativas de mudança no setor policial foram bemsucedidas, conquanto tenha havido alterações na formação profissional policial
nos decêndios mais recentes.
EXERCÍCIOS 10 (ESAF)
1- (CGU 2008-Técnico de finanças e controle) Assinale a opção incorreta em
relação às ideias do texto.
Com a passagem da manufatura para a indústria, a produtividade do trabalho
humano deu um grande salto, provocando uma larga dispensa de mão-de-obra.
Legiões de trabalhadores desempregados alargavam o mar dos excluídos. Para
muitos deles, a máquina passou a ser vista como a grande inimiga. E surgiram
explosivas campanhas de quebra-máquinas. Até que as ideias se ajustaram na
campanha internacional pela jornada de oito horas de trabalho, como uma forma
de estabelecer um novo equilíbrio entre a produtividade-hora e a jornada diária
de trabalho, atenuando os rigores da exploração capitalista. Com altos e baixos e
à custa de sangue e mortes, a chamada “semana inglesa”, com as 48 horas
semanais, terminou se impondo em todo o mundo.
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Língua Portuguesa
Na década de 70 as centrais sindicais europeias, ante os novos patamares de
produtividade do trabalho, acompanhadas das ondas de demissão, levantaram a
bandeira da jornada de 35 horas semanais, sob o lema de “trabalhar menos para
trabalharem todos”. Na década de 80 a reivindicação foi assimilada. E no Brasil, a
Constituição de 1988 acompanhou a tendência, consagrando a jornada de 44
horas semanais. Daquela época até agora, a produtividade continuou
avançando com a telemática, a bioengenharia, a robótica, a informática e as
novas formas de organização e gerenciamento da força de trabalho. E as
demissões continuaram se alargando em todo o mundo, ampliando os
contingentes do chamado exército industrial de reserva.
(Marcelo Mário de Melo, Jornal do Commercio(PE), 31/01/2008.)
a) O advento da máquina na indústria provocou uma grande onda de
desemprego, pois a produtividade do trabalho aumentou exigindo menos mãode-obra.
b) A chamada “semana inglesa”, com jornada de 48 horas semanais, foi uma
conquista dos trabalhadores alcançada com muita luta.
c) Os ajustes para manter a semana de trabalho em torno de 44 horas garantiram
o decréscimo das demissões e o pleno emprego no mundo ocidental.
d) A Constituição brasileira de 1988, acompanhando a tendência mundial,
consagrou a jornada semanal de trabalho de 44 horas.
e) Para assegurar emprego para mais trabalhadores, as centrais sindicais
europeias, a partir da década de 70, defenderam a jornada semanal de 35 horas.
02- (CGU 2008-Técnico de finanças e controle) Assinale a asserção incorreta a
respeito da organização das ideias do texto, seus sentidos e elementos linguísticos.
Seriam os furtos inconhos da espécie humana? Isso mesmo que deu para
entender: inconhos, frutos que nascem pegados a outros. O trocadilho furtos/frutos
saiu-me sem querer. Peço desculpas e repito a pergunta: nasceria o furto inconho,
acoplado, pegado à espécie humana?
Sim, porque as coisas que vemos aí, das mais humildes funções aos mais altos
escalões, sugerem que o furto seja tão necessário quanto o oxigênio para a
sobrevivência de nossa espécie.
(Eduardo Almeida Reis. “Furtos inconhos”,Correio Braziliense, 10/1/2008, p. 6)
a) Há segmentos no texto em que o autor se dirige diretamente ao leitor.
b) Ao explicar o significado de “inconhos”, o autor está acionando a função
metalinguística da linguagem.
c) Ocorre também trocadilho em: Na vida tudo passa, até uva passa.
d) Iniciar texto com pergunta, como acontece nesse texto, é um recurso estilístico
que desobriga o autor de responder, deixando ao leitor o processamento mental
da resposta.
e) Ocorre comparação de igualdade no texto.
Prof. Eli Castro
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Língua Portuguesa
03- ESAF 2012 (Engenheiro de incêndios florestais)
Sabe-se muito pouco dos rumos que as grandes cidades tomarão nas próximas
décadas. Muitas vezes nem se prevê a dinâmica metropolitana do próximo
quinquênio. Mesmo com a capacitação e o preparo dos técnicos dos órgãos
envolvidos com a questão urbana, há variáveis independentes que interferem nos
planos e projetos elaborados pelos legislativos e encaminhados ao Executivo.
Logicamente não se prevê o malfadado caos urbano, mas ele pode ensejar que o
país se adiante aos eventos e tome medidas preventivas ao desarranjo
econômico, que teria consequências nefastas. Para antecipar-se, o Brasil tem
condições propícias para criar think tanks ou, em tradução livre, usinas de ideias
ou institutos de políticas públicas. Essas instituições podem antecipar-se ao que
poderá surgir no horizonte. Em outras palavras, deseja-se o retorno ao
planejamento urbano e regional visando o bem-estar da sociedade. Medidas
nessa direção podem (e devem) estar em consonância com a projeção de
tendências e mesmo com a antevisão de demandas dos destinatários da gestão
urbana – os cidadãos, urbanos ou não.
(Adaptado de Aldo Paviani, Metróples em expansão e o futuro. Correio Braziliense,
8 de dezembro, 2011)
Infere-se da argumentação do texto que:
a) os técnicos dos órgãos envolvidos com a questão urbana deveriam ser mais
capacitados para realizar os projetos encaminhados ao Executivo.
b) a dinâmica metropolitana altera-se a cada quinquênio, seguindo variáveis que
devem constar dos planos e projetos de cada período legislativo.
c) institutos de políticas públicas teriam como tarefa o planejamento urbano e
regional, antecipando-se a um possível desarranjo econômico.
d) o caos urbano que poderá afetar as grandes cidades nos próximos anos terá o
desarranjo econômico como uma de suas piores consequências.
e) as demandas crescentes dos habitantes das grandes cidades contrastam com
a baixa demanda dos cidadãos não urbanos.
04- ESAF 2010 (Fiscal de rendas)
A Eurostat, o organismo da União Europeia encarregado da elaboração de
estatísticas econômicas, mostrou que, em abril, nada menos que 101 entre cada
1.000 cidadãos em atividade na área do euro (16 países) não conseguiram
encontrar ocupação remunerada. É a pior situação em 12 anos.
Reduzir tudo a efeito natural da atual crise é simplismo. Flagelos assim são como
os desastres de avião: sempre têm múltiplas causas. O crescente desemprego no
mundo rico foi acentuado pela crise, mas é bem mais do que isso. É o resultado de
algumas degradações acumuladas nas últimas décadas: perda de
competitividade da indústria, rápido envelhecimento da população, custo
elevado da mão de obra, falta de reformas políticas e econômicas.
Prof. Eli Castro
41
Língua Portuguesa
Paradoxalmente, a crise do desemprego tende a se acentuar pelos fatores que
pretendiam atenuar seu impacto. Assim como a antecipação da aposentadoria
pretendia abrir vagas aos mais jovens, mas tudo o que produziu foi a deterioração
das finanças dos sistemas previdenciários, os mecanismos de seguro social vêm
ajudando a criar enormes rombos, que, por sua vez, atiram as finanças públicas ao
endividamento e à insolvência (e não apenas à falta de liquidez), como parece
ser o caso da Grécia e talvez o de Portugal e Espanha. E aí chegamos a uma
situação em que os instrumentos de defesa do emprego criam mais desemprego.
(Celso Ming, O Estado de S. Paulo, 2/6/2010)
Em relação às ideias do texto, assinale a opção correta.
a) Há 12 anos, a situação na União Europeia apresentava desemprego muito
maior que as taxas atuais.
b) A crise econômica atual começou a provocar o desemprego na área do euro.
c) O rápido envelhecimento da população contribui para diminuir as taxas de
desemprego na União Europeia.
d) A antecipação da aposentadoria e a abertura de vagas para os mais jovens
fortaleceram os sistemas previdenciários.
e) Medidas que pretendiam atenuar o impacto da crise do desemprego
resultaram em mais desemprego.
05- ESAF 2010 (Agente da fazenda)
A informação do Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário sobre a
arrecadação de impostos no país, através do instrumento denominado
Impostômetro, é mais um elemento de transparência da democracia brasileira. É
bom para o país que instituições independentes façam este tipo de
acompanhamento do poder público. Mas seria importante, também, que os
próprios governos mantivessem constante atualização pública do que arrecadam
e gastam, para que os cidadãos se sintam efetivamente representados pelos
governantes que elegem. O sistema de impostos é a maneira histórica com que o
poder público, no país e no mundo, arrecada recursos para sustentar-se, para
promover os serviços essenciais e para investir em obras de sua responsabilidade.
Neste sentido, o sistema é imprescindível, integrando de maneira fundamental a
estruturação do Estado e da sociedade.
Assim, numa sociedade organizada, pagar imposto faz parte dessa espécie de
contrato social que garante ao país o funcionamento adequado, a promoção da
saúde, da segurança e da educação e a manutenção das instituições e dos
poderes. O controle social dos gastos públicos e a fiscalização dos cidadãos em
relação ao uso adequado dos recursos são questões básicas para a qualidade do
crescimento do país.
(Zero Hora, RS, Editorial, 28/7/2010)
Prof. Eli Castro
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Língua Portuguesa
Em relação às ideias do texto, assinale a inferência correta.
a) O Instituto Brasileiro de Planejamento é uma instituição oficial pública.
b) O acompanhamento do poder público por instituições independentes
prejudica o desenvolvimento do País, porque elas têm seus próprios interesses.
c) A qualidade do crescimento do país está relacionada com o controle social dos
gastos públicos realizado pelos cidadãos.
d) Se os governos mantivessem informações disponíveis sobre seus gastos e sua
arrecadação, a administração fi caria prejudicada.
e) O sistema de impostos é dispensável para a estruturação do Estado e da
sociedade.
06- ESAF 2010 (Agente de trabalhos de engenharia)
A última reforma tributária entrou em vigor em 1967, com a implantação do
Imposto sobre Circulação de Mercadorias (ICM) e do Imposto sobre Produtos
Industrializados (IPI). A Constituição de 1988 manteve as características essenciais
do sistema e transformou o ICM em ICMS, com a inclusão de alguns serviços em
sua base de incidência.
Eram impostos mais modernos e mais funcionais que os anteriores. Mas com o
tempo o sistema foi desfigurado. A guerra fiscal distorceu as decisões de
investimento. Os tributos, acrescidos de várias contribuições, passaram a pesar
excessivamente sobre os investimentos e a atrapalhar as exportações. A
tributação tornou-se incompatível com uma economia cada vez mais integrada
globalmente. Com a abertura da economia, as empresas mudaram e tomaram o
caminho da competitividade. O setor público mudou muito menos, apesar das
políticas de ajustes e de reformas adotadas com sucesso a partir dos anos 90.
(O Estado de S. Paulo, 26/5/2010)
Em relação às ideias do texto, assinale a opção correta.
a) A Constituição de 1988 implantou o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e
o Imposto sobre Produtos Industrializados.
b) O sistema de impostos criado na última reforma tributária sofreu alterações em
1988 e depois foi deturpado.
c) As exportações foram beneficiadas pelos investimentos que ficaram livres de
grande parte da tributação.
d) A economia globalizada se beneficiou do sistema de tributação moderno que
foi implantado no País e que vigora desde 1988.
e) O setor público acompanhou as transformações das empresas em direção à
competitividade, atualizando-se rapidamente.
Prof. Eli Castro
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Língua Portuguesa
GABARITO EXERCÍCIO 01
01
D
02
A
03
C
04
E
05
B
06
C
07
D
11
A
12
D
13
A
14
B
15
A
16
E
17
D
08
C
09
B
10
E
GABARITO EXERCÍCIO 02
01 02 03 04 05 06 07 08 09 10
C A D B E
B E
C D B
GABARITO EXERCÍCIO 03
01
C
02
B
03
A
04
B
05
D
GABARITO EXERCÍCIO 04
01
C
02
E
03
B
04
D
GABARITO EXERCÍCIO 05
01
B
02
E
03
A
04
B
05
B
GABARITO EXERCÍCIO 06
01
D
02
E
04
B
04
A
03
B
04
D
GABARITO EXERCÍCIO 07
01
E
Prof. Eli Castro
02
A
44
Língua Portuguesa
GABARITO EXERCÍCIO 08
01
C
02
E
03
E
04
C
05
E
06
C
07
E
08
E
GABARITO EXERCÍCIO 09
01 02 03 04 05 06 07 08 09 10
C E E E
C C C C E
C
GABARITO EXERCÍCIOS 10
01
C
02
D
03
C
04
E
05
C
06
B
02. Classes de palavras
RELEVÂNCIA DO ASSUNTO EM PROVAS: Mais para alta do que para baixa. Tema
recorrente. Mas, vamos entender como é essa recorrência. Você sabe que é
nessa aula que voltamos ao ensino fundamental (mais precisamente, voltamos à
5ª série, hoje, 6º ano). Bom, naquela época você tinha que saber que um
substantivo tinha inúmeras classificações: se tal substantivo é simples ou composto,
primitivo ou derivado, concreto ou abstrato etc. O mesmo vale para os adjetivos,
pronomes, numerais, dentre outros, que apresentam inúmeras classificações. A
questão é: se a organizadora é CESPE, FCC, ESAF, FUNRIO ou CESGRANRIO, por
exemplo, não é necessário que você se entupa de classificações e mais
classificações. Não perca tempo com isso. Essas organizadoras costumam cobrar
o assunto em questão de maneira inteligente, reflexiva, levando em conta o texto
e o contexto. Por isso, foque nos conceitos. Ou seja: você tem que saber
diferenciar, com competência, um substantivo de um pronome; não confundir um
verbo com um substantivo, dentre outros.
DICA: Quanto mais desconhecida for a organizadora do seu concurso, mais há a
possibilidade de ser cobrado um conteúdo bem ao estilo da 5ª série. Por exemplo,
o CBI Concursos exige, frequentemente, questões de separação silábica; o
IMPARH adora querer saber se o coletivo de “formigas” é mesmo “correição” etc.
Logo, aconselho que você procure conhecer a organizadora desconhecida e
adequar-se a ela.
DICA DE ESTUDO: Se você é um concurseiro de primeira viagem e já não estuda
Português há bastante tempo, sugiro que você dê uma atenta lida nos conceitos
Prof. Eli Castro
45
Língua Portuguesa
básicos desse assunto. Ou seja, se você nem mesmo se lembra o que é um
pronome, é melhor, antes de começar a resolver as questões, “amarrar” os
conceitos para que você não os confunda mais tarde. Por isso, é bom ter uma
gramática ao seu lado sempre.
POSSIBILIDADE DE CAIR NA PROVA: Para nível fundamental, no mínimo, duas (isso
numa prova de 10 questões); para nível médio, no máximo, uma (isso numa prova
de 15 a 20 questões); e para nível superior a possibilidade é quase zero.
STATUS: Em casa e com leitura individual.
As classes de palavras
Qualquer idioma necessita de palavras para que a comunicação se estabeleça.
Quando essas palavras se organizam para formar um texto, adquirem significações
específicas: nomear seres, indicar características, qualidades etc.
De acordo com essas significações, as palavras da língua portuguesa estão
agrupadas em dez classes, denominadas classes de palavras ou classes
gramaticais.
São elas:
·
·
·
·
·
·
·
·
·
·
Substantivo
Artigo
Adjetivo
Numeral
Pronome
Verbo
Advérbio
Preposição
Conjunção
Interjeição.
1. SUBSTANTIVO:
É a palavra que dá nome aos seres e às coisas em geral. Ele pode ser:
· Comum: indica um nome comum a todos os seres da mesma espécie. Criança,
rio, cidade, mesa.
Entre os substantivos comuns encontram-se os coletivos que, embora no singular,
indicam uma multiplicidade de seres de uma mesma espécie. Ex.: manada,
semana, cardume, frota etc.
·
Próprio: É aquele que particulariza um ser da espécie. João, Melina, Tietê,
Recife, Juiz de Fora, Mucuripe, Gramado, Fortaleza etc.
Prof. Eli Castro
46
Língua Portuguesa
·
Concreto: Indica seres reais ou imaginários, de existência independente de
outros seres. Casa, bruxa, Saci.
·
Abstrato: Indica seres ou coisas que dependem de outros seres ou de outras
coisas para existir. Ex.: ódio, trabalho, solidão, beleza, medo, pavor etc.
Já no tocante ao gênero (masculino X feminino) os substantivos podem ser:
·
·
·
·
·
biformes: quando apresentam uma forma para o masculino e outra para o
feminino. (rato, rata ou conde X condessa).
uniformes: quando apresentam uma única forma para ambos os gêneros.
Nesse caso, eles estão divididos em:
epicenos: usados para animais de ambos os sexos (macho e fêmea) albatroz, badejo, besouro, codorniz;
comum de dois gêneros: aqueles que designam pessoas, fazendo a
distinção dos sexos por palavras determinantes - aborígine, camarada, herege,
manequim, mártir, médium, silvícola;
sobrecomuns - apresentam um só gênero gramatical para designar pessoas
de ambos os sexos - algoz, apóstolo, cônjuge, guia, testemunha, verdugo;
2. ARTIGO:
É a palavra que acompanha os substantivos, modificando-os ou determinando-os,
isto é, indicando gênero (masculino ou feminino) e número (singular ou plural).
Os artigos podem ser:
· Definidos: o, a, os, as.
· Indefinidos: um, uma, uns, umas.
3. ADJETIVO:
São palavras que caracterizam os seres, podendo expressar qualidade, estado,
modo de ser ou aparência.
Ex.: fatigado, bonito, cansado, feio, escabroso, cruel, combativo etc.
4. NUMERAL:
Palavra que quantifica ou ordena o substantivo:
Os numerais podem ser:
· Cardinais: Indicam uma quantidade determinada de seres. (um, dois, três...)
· Ordinais: Indicam a ordem (posição) que o ser ocupa numa série. (primeiro,
segundo, terceiro...)
Prof. Eli Castro
47
Língua Portuguesa
·
Multiplicativos: Expressam ideia de multiplicação, indicando quantas vezes a
quantidade foi aumentada. (dobro, triplo, quádruplo...)
Fracionário: Expressa ideia de divisão, indicando em quantas partes a
quantidade foi dividida. (meio, terço, quarto, quinto...)
5. PRONOMES:
Palavras que acompanham ou substituem o substantivo. Os pronomes evitam a
repetição de certas palavras dentro do texto.
Os pronomes podem ser:
· Pronomes pessoais do caso reto (eu, tu, ele, ela, nós, vós, eles, elas)
· Pronomes pessoais do caso oblíquo (me, mim, comigo, te, ti, contigo, o, a, lhe,
se, si, consigo, nos, conosco, vos, convosco, os, as, lhes).
· Pronomes possessivos: [meu(s), minha (s), teu(s), tua(s), seu(s), sua(s), nosso(s),
nossa(s), vosso(s), vossa(s), dele(s), dela(s).]
· Pronomes demonstrativos: [este(s), esta(s), esse(s), essa(s), aquele(s), aquela(s),
isto, isso, aquilo].
· Pronomes indefinidos: (algum, alguma, nenhum, nenhuma, todo, toda, muitos,
muitas, pouco, pouca, certa, certo, tanta, tanto, vários, diversos, bastante,
ninguém, nada, tudo, cada, algo, alguém...)
· Pronomes interrogativos: (que, quem, qual, quanto). Ex.: Quem fez isso?
· Pronomes relativos: (o qual, a qual, cujo, cuja, quanto, quanta, que, quem,
onde) Ex.: é uma pessoa a quem muito devemos.
· Pronomes de tratamento: (você, senhor, senhora, Vossa Santidade, Vossa
Magnificência etc.)
6. VERBO:
Verbos são palavras que indicam ações, estados ou fenômenos, situando-os no
tempo.
Quanto à estrutura, os verbos são compostos pelo radical (a parte invariável e que
normalmente se repete), terminação (a parte que é flexionada) e a vogal
temática (que caracteriza a conjugação).
1- ESTUD- AR
2- ESCREV- ER
3- PART- IR
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48
Língua Portuguesa
São
três
as
conjugações
1ª
Conjugação:
verbos
2ª
Conjugação:
verbos
3ª Conjugação: verbos terminados em IR
em
língua
terminados
terminados
portuguesa:
em
AR
em
ER
Presente
O presente indica um fato que ocorre no momento do enunciado, não
necessariamente no momento cronológico. (Um exemplo de verbo flexionado no
presente não indicando momento cronológico: Dom Pedro recebeu uma carta,
logo ele diz: Independência ou Morte! ). Para não ter outro verbo flexionado no
pretérito ou no futuro pode se utilizar o presente. Isso só ocorrera quando houver
um verbo flexionado no momento cronológico (que é o período em que o
enunciado está ocorrendo).
Infinitivo
Falar
comer
abrir
sair
Eu
Falo
como
abro
saio
Tu
Falas
comes
abres
sais
Você, ele, ela
Fala
come
abre
sai
Nós
falamos comemos abrimos saímos
Vós
Falais
comeis
abris
saís
Vocês, eles, elas Falam
comem
abrem
saem
Pretéritos
Perfeito
O pretérito perfeito indica uma ação totalmente realizada, que iniciou e terminou
no passado.
Infinitivo
Falar
comer
abrir
sair
Eu
Falei
comi
abri
saí
Tu
Falaste comeste
abriste
saíste
Você, ele, ela
Falou
abriu
saiu
Nós
falamos comemos abrimos saímos
Vós
falastes comestes abristes saístes
comeu
Vocês, eles, elas falaram comeram abriram saíram
Prof. Eli Castro
49
Língua Portuguesa
Imperfeito
O pretérito imperfeito indica uma ação que iniciou no passado e que ainda não
terminou. O pretérito imperfeito pode também indicar algo rotineiro que ocorreu
no passado (podendo ser descrito como sempre + pretérito perfeito. Ex.: Ele falava
com ela desesperadamente = Ele sempre falou com ela desesperadamente).
Infinitivo
Falar
comer
abrir
sair
Eu
Falava
comia
abria
saía
Tu
falavas
comias
abrias
saías
Você, ele, ela
Falava
comia
abria
saía
Nós
falávamos comíamos abríamos saíamos
Vós
faláveis
comíeis
abríeis
saíeis
Vocês, eles, elas falavam
comiam
abriam
saíam
Mais-que-perfeito
O pretérito mais-que-perfeito indica uma ação passada que começou no
passado distante e terminou no passado. Geralmente na oração existe um outro
verbo que esta flexionado no passado, servindo para saber de qual pretérito
(perfeito ou imperfeito) que é o passado, senão, não há necessidade do uso (já
que não haveria um passado do passado).
Infinitivo
Falar
comer
abrir
sair
Eu
Falara
comera
abrira
saíra
Tu
Falaras
comeras
abriras
saíras
Você, ele, ela
falara
comera
abrira
saíra
Nós
faláramos comêramos abríramos saíramos
Vós
faláreis
comêreis
abríreis
saíreis
Vocês, eles, elas falaram
comeram
abriram
saíram
Prof. Eli Castro
50
Língua Portuguesa
Futuros
Futuro do presente
O futuro do presente indica ações que acontecerão em relação ao presente.
Infinitivo
falar
comer
abrir
sair
Eu
falarei
comerei
abrirei
sairei
Tu
falarás
comerás
abrirás
sairás
Você, ele, ela
falará
comerá
abrirá
sairá
Nós
falaremos comeremos abriremos sairemos
Vós
falareis
comereis
abrireis
saireis
Vocês, eles, elas falarão
comerão
abrirão
sairão
Futuro do pretérito
O futuro do pretérito (ou condicional) inidica ações futuras em relação ao
passado. É acompanhado com um verbo flexionado no passado. (Ex.: Ontem eu
tinha dito que amanhã falaria com você). Também serve para indicar ações
hipotéticas ou irreais. (Ex.: Eu não teria tanta certeza de que ele não falaria isso!).
Infinitivo
falar
comer
abrir
Sair
Eu
falaria
comeria
abriria
Sairia
Tu
falarias
comerias
abririas
Sairias
Você, ele, ela
falaria
comeria
abriria
Sairia
Nós
falaríamos comeríamos abriríamos sairíamos
Vós
falaríeis
comeríeis
abriríeis
sairíeis
Vocês, eles, elas falariam
comeriam
abririam
Sairiam
CLASSIFICAÇÃO DO VERBO
Os verbos quando são conjugados apresentam variações de formas:
a) Alterações no radical;
b) Não possuem todos os modos;
c) Apresentam mais de um radical;
d) Apresentam duas formas de mesmo valor. Em geral, as duas formas são mais
frequentes no particípio.
Prof. Eli Castro
51
Língua Portuguesa
Em virtudes dessas variações classificamos os verbos em:
a) Verbos regulares;
b) Verbos irregulares;
c) Verbos Anômalos;
d) Verbos defectivos;
e) Verbos abundantes.
1- VERBOS REGULARES
Os verbos regulares são aqueles que não sofrem alterações em seu radical.
1ª conjugação: compreende verbos terminados, em sua forma infinitiva, em –AR.
CantAR
AmAR
AlmejAR
2ª conjugação: compreende verbos terminados, em sua forma infinitiva, em –ER.
Vendo
VendER
ContER
EscondER
3ª conjugação: compreende verbos terminados, em sua forma infinitiva, em –IR.
PartIR
SucumbIR
DiscutIR
2- VERBOS IRREGULARES
Os verbos irregulares são aqueles que sofrem alterações, em geral, em seu radical.
Faço
Fazes
Faz
Fazemos
Fazeis
Fazem
Observação: note que o verbo FAZER sofreu alterações em seu radical na 1ª
pessoa do singular.
Prof. Eli Castro
52
Língua Portuguesa
A seguir veremos alguns exemplos de verbos irregulares em todos os modos.
VERBOS IRREGULARES – 1ª CONJUGAÇÃO – DAR.
MODO INDICATIVO
Presente
Pretérito
imperfeito
Pretérito
perfeito
Dou
Dás
Dá
Damos
Dais
Dão
Dei
Deste
Deu
Damos
Destes
Deram
Dava
Davas
Dava
Dávamos
Dáveis
Davam
Pretérito
mais-queperfeito
Dera
Deras
Dera
Déramos
Déreis
Deram
MODO SUBJUNTIVO
Presente
Pretérito imperfeito
Dê
Desse
Dês
Desses
Dê
Desse
Demos
Déssemos
Deis
Désseis
Deem *
Dessem
*Já está dentro do novo acordo ortográfico.
Futuro
do Futuro
do
presente
pretérito
Darei
Darás
Dará
Daremos
Dareis
Darão
Daria
Darias
Daria
Daríamos
Daríeis
Dariam
Futuro
Der
Deres
Der
Dermos
Derdes
Derem
MODO IMPERATIVO
Afirmativo
Negativo
Dá
Não dês
Dê
Não dê
Demos
Não demos
Daí
Não deis
Deem
Não deem*
*Já está dentro do novo acordo ortográfico.
FORMAS NOMINAIS
a) Infinitivo impessoal ►DAR
b) Infinitivo pessoal ►
Dar
Dares
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53
Língua Portuguesa
Dar
Darmos
Dardes
Darem
c) Gerúndio ► Dando
d) Particípio: ► Dado
VERBOS IRREGULARES – 2ª CONJUGAÇÃO – HAVER
MODO INDICATIVO
Presente Pretérito
imperfeito
Hei
Havia
Hás
Havias
Há
Havia
Havemos Havíamos
Havei
Hão
Havíeis
Haviam
MODO SUBJUNTIVO
Presente
Haja
Hajas
Haja
Hajamos
Hajais
Hajam
MODO IMPERATIVO
Afirmativo
Há
Haja
Hajamos
Havei
Hajam
Prof. Eli Castro
Pretérito Pretérito mais- Futuro do Futuro
do
perfeito
que-perfeito presente pretérito
Houve
Houvera
Haverei
Haveria
Houveste Houveras
Haverás
Haverias
Houve
Houvera
Haverá
Haveria
Houvemos Houvéramos Haveremo Haveríamos
s
Houveste Houvéreis
Havereis Haveríeis
Houveram Houveram
Haverão Haveriam
Pretérito imperfeito
Houvesse
Houvesses
Houvesse
Houvéssemos
Houvésseis
Houvessem
Futuro
Houver
Houveres
Houver
Houvermos
Houverdes
Houverem
Negativo
Não hajas
Não haja
Não hajamos
Não hajais
Não hajam
54
Língua Portuguesa
FORMAS NOMINAIS
a)Infinitivo impessoal ►HAVER
b) Infinitivo pessoal ►
Haver
Haveres
Haver
Havermos
Haverdes
Haverem
c) Gerúndio ►Havendo
d) Particípio ►Havido
VERBOS IRREGULARES – 3ª CONJUGAÇÃO – FERIR.
MODO INDICATIVO
Presente
Pretérito
imperfeito
Pretérito
perfeito
Firo
Feres
Fere
Ferimos
Feris
Ferem
Feri
Feriste
Feriu
Ferimos
Feristes
Feriram
Feria
Ferias
Feria
Feríamos
Feries
Feriam
MODO SUBJUNTIVO
Presente
Fira
Firas
Fira
Firamos
Firais
Firam
Prof. Eli Castro
Pretérito
mais-queperfeito
Ferira
Feriras
Ferira
Feríramos
Feríreis
Feriram
Pretérito imperfeito
Ferisse
Ferisses
Ferisse
Feríssemos
Ferísseis
Ferissem
Futuro
do Futuro
do
presente
pretérito
Ferirei
Ferirás
Ferirá
Feriremos
Feríreis
Ferirão
Feriria
Feririas
Feriria
Feriríamos
Feriríeis
Feririam
Futuro
Ferir
Ferires
Ferir
Ferirmos
Ferirdes
Ferirem
55
Língua Portuguesa
MODO IMPERATIVO
Afirmativo
Fere
Fira
Firamos
Feri
Firam
Negativo
Não firas
Não fira
Não firamos
Não firais
Não firam
FORMAS NOMINAIS
a) Infinitivo impessoal ►FERIR
b) Infinitivo pessoal ►
Ferir
Ferires
Ferir
Ferirmos
Ferirdes
Ferirem
Gerúndio ►Ferindo
Particípio ►Ferido
Observação: seguem a conjugação de FERIR os seguintes verbos:
Aderir, aferir, inserir, interferir, mentir, preferir, sugerir, vestir entre outros.
VERBOS ANÔMALOS
Os verbos anômalos são aqueles que apresentam mais de um radical quando são
conjugados. São apenas dois: IR e SER. Abaixo as conjugações do verbo IR:
MODO INDICATIVO
Presente
Pretérito
imperfeito
Pretérito
perfeito
Vou
Vais
Vai
Vamos
Ides
Vão
Fui
Foste
Foi
Fomos
Fostes
Foram
Ia
Ias
Ia
Íamos
Íeis
Iam
Prof. Eli Castro
Pretérito
mais-queperfeito
Fora
Foras
Fora
Fôramos
Fôreis
Foram
Futuro
do Futuro
do
presente
pretérito
Irei
Irás
Irá
Iremos
Ireis
Irão
Iria
Irias
Iria
Iríamos
Iríeis
Iriam
56
Língua Portuguesa
MODO SUBJUNTIVO
Presente
Vá
Vás
Vá
Vamos
Vades
Vão
MODO IMPERATIVO
Afirmativo
Vai
Vá
Vamos
Ide
Vão
Pretérito imperfeito
Fosse
Fosses
Fosse
Fôssemos
Fosseis
Fossem
Futuro
For
Fores
For
Formos
Fordes
Forem
Negativo
Não vás
Não vá
Não vamos
Não vades
Não vão
FORMAS NOMINAIS
Infinitivo impessoal ► IR
Infinitivo pessoal ►
Ir
Ires
Irmos
Irdes
Irem
Gerúndio ► Indo
Particípio ► Ido
Prof. Eli Castro
57
Língua Portuguesa
3- VERBOS DEFECTIVOS
Os verbos defectivos são aqueles que não possuem a conjugação completa.
PRECAVER
MODO INDICATIVO
Presente
Pretérito
Pretérito
Pretérito mais- Futuro
do Futuro
do
imperfeito perfeito
que-perfeito presente
pretérito
Não tem
Precavia
Precavi
Precavera
Precaverei
Precaveria
Não tem
Precavias
Precaveste Precaveras
Precaverás
Precaverias
Não tem
Precavia
Precaveu Precavera
Precaverá
Precaveria
Precavemos Precavíamos Precavemos Precavêramos Precaveremos Precaveríamos
precaveis Precavíeis Precavestes Precavêreis Precavereis Precaveríeis
Não tem
Precaviam Precaveram Precaveram Precaverão Precaveriam
MODO SUBJUNTIVO
Presente
Pretérito imperfeito
Não existe conjugação Precavesse
no
presente
do Precavesses
subjuntivo
Precavesse
Precavêssemos
Precavêsseis
Precavessem
Futuro
Precaver
Precaveres
Precaver
Precavermos
Precaverdes
Precaverem
No modo imperativo o verbo PRECAVER só possui a 2ª pessoa do plural do
imperativo afirmativo: precavei.
FORMAS NOMINAIS
Infinitivo impessoal ►PRECAVER
Infinitivo pessoal ►
Precaver
Precaveres
Precaver
Precavermos
Precaverdes
Precaverem
Gerúndio ►Precavendo
Particípio ► Precavido
Prof. Eli Castro
58
Língua Portuguesa
OUTROS EXEMPLOS DE VERBOS DEFECTIVOS
AGUERRIR
FALIR
DOER
REAVER
BANIR
ABOLIR
CARPIR
COLORIR
RUIR
BRAMIR
EXTORQUIR
RETORQUIR
SOER (Costumar)
4- VERBOS ABUNDANTES
Os verbos abundantes são aqueles que apresentam duas formas de mesmo valor.
Em geral, essas formas são mais freqüentes no particípio. Vejamos alguns
exemplos:
INFINITIVO
Anexar
Dispersar
Eleger
Envolver
Imprimir
Matar
Morrer
Pegar
Soltar
PARTICÍPIO REGULAR
Anexado
Dispersado
Elegido
Envolvido
Imprimido
Matado
Morrido
Pegado
Soltado
PARTICÍPIO IRREGULAR
Anexo
Disperso
Eleito
Envolto
Impresso
Morto
Morto
Pego
Solto
Geralmente, os particípios regulares são usados com os verbos auxiliares TER e
HAVER, enquanto os particípios irregulares são usados com o verbo SER.
Prof. Eli Castro
59
Língua Portuguesa
7. ADVÉRBIO:
Palavra que modifica o verbo. Os advérbios podem ser:
·
·
·
·
·
·
·
De tempo: ontem, hoje, antes, logo, amanhã, breve, depois, agora, já, sempre,
nunca, jamais, cedo, tarde, antigamente, brevemente, etc.
Lugar: aqui, lá, atrás, perto, longe, acima, abaixo, dentro, fora, etc.
Modo: bem, mal, assim, depressa, devagar... e a maioria dos que terminam em
–mente : calmamente, realmente, tristemente, etc.
Afirmação: sim, certamente, realmente, etc.
Negação: não, absolutamente, tampouco...
Dúvida: talvez, provavelmente, possivelmente, etc.
Intensidade: Muito, pouco, bastante, mais, menos, demais, tanto, tão, etc.
8. PREPOSIÇÃO:
Palavra invariável, que liga dois termos. São elas: a, ante, após, até, com,
contra, de, desde, em, entre, para, perante, por, sem, sob, sobre, trás,
durante etc.
9. CONJUNÇÃO:
Palavra que liga duas orações ou dois termos semelhantes de uma mesma
oração. Ex.: mas, e, pois, logo, embora, como, que, contudo, porque etc.
10. INTERJEIÇÃO:
Palavra que procura expressar sentimentos, emoções. Ih! Oh! Viva! Psiu!
Aleluia!
Exercícios 01
01- Em: “Trata-se da construção de uma alternativa à lógica dominante, ao
ajustamento de todas as sociedades...” (L.32-33)
No trecho acima há:
a) Quatro adjetivos
b) Três adjetivos
c) Dois adjetivos
d) um adjetivo
e) nenhum adjetivo
Prof. Eli Castro
60
Língua Portuguesa
02- Assinale a frase em que os termos destacados estão corretamente
empregados.
a) Promoveu um evento grandioso em setembro deste ano onde gastou uma
fortuna.
b) O meu engenheiro é um cidadão em cuja capacidade podemos confiar.
c) Certificou a seus superiores no Ministério de que a Comissão de Licitações
estava prestes a pedir demissão.
d) Prefiro ficar sozinho do que perdoar os que me deixaram neste estado
deplorável de dependência física.
Obs.: Para um melhor entendimento dessa questão e da próxima, sugiro que você
consulte a tabela de PRONOMES RELATIVOS, no final dessa bateria de exercícios,
na seção CURIOSIDADES SOBRE AS CLASSES DE PALAVRAS.
03- Assinale a opção em que é possível substituir, de acordo com a norma culta, a
expressão grifada pela palavra “onde”.
a) O cinema em que nos encontramos passa bons filmes.
b) Vejo você às 11 horas, quando iremos almoçar.
c) Se o tempo melhorar, então vamos à praia.
d) A situação que ele criou não é aceitável.
e) Lembrei-me do tempo no qual íamos junto trabalhar.
04João e Maria
Agora eu era o herói
E o meu cavalo só falava inglês
A noiva do cowboy
Era você
Além das outras três
Eu enfrentava os batalhões
Os alemães e seus canhões
Guardava o meu bodoque
E ensaiava um rock
Para as matinês
(...)
Não, não fuja não
Finja que agora eu era o seu brinquedo
Eu era o seu pião
O seu bicho preferido
Sim, me dê a mão
Prof. Eli Castro
61
Língua Portuguesa
A gente agora já não tinha medo
No tempo da maldade
Acho que a gente nem tinha nascido
(Chico Buarque e Sivuca).
I. Nos versos Agora eu era o herói e A gente agora já não tinha medo, o uso do
advérbio agora mostra-se inadequado, pois os verbos conjugados no pretérito
imperfeito
designam
fatos
transcorridos
no
tempo
passado.
II. Em Finja que agora eu era o seu brinquedo e Sim, me dê a mão, os verbos
grifados
estão
flexionados
no
mesmo
modo.
III. Substituindo-se a expressão a gente pelo pronome nós nos versos A gente agora
já não tinha medo e Acho que a gente nem tinha nascido, a forma verbal
resultante,
sem
alterar
o
contexto,
será
teríamos.
Está correto o que se afirma em
a) I, II e III.
b) I e II, apenas.
c) III, apenas.
d) II, apenas.
e) I, apenas.
Obs.: Para um melhor entendimento dessa questão, sugiro que você revise o tema
MODOS VERBAIS. Lembre-se de que modo verbal é totalmente diferente de tempo
verbal.
05- “À evidência imposta, que presume que a única forma aceitável de
organização de uma sociedade é a regulação pelo mercado, podemos opor a
proposta de organizar as sociedades e o mundo a partir do acesso para todos aos
direitos fundamentais.”
As ocorrências da palavra QUE no trecho acima são classificadas como:
(A) conjunção integrante e conjunção integrante.
(B) pronome relativo e conjunção integrante.
(C) pronome relativo e pronome relativo.
(D) conjunção subordinativa e conjunção subordinativa.
(E) conjunção integrante e pronome relativo.
Obs.: Para um aprofundamento dessa questão, sugiro que você vá aos capítulos
FUNÇÕES DO “QUE” e ORAÇÕES SUBORDINADAS ADJETIVAS.
Prof. Eli Castro
62
Língua Portuguesa
06- “Com o real, os brasileiros redescobriram o valor do dinheiro e das coisas.”; a
frase a seguir em que a preposição com tem o mesmo valor semântico da
ocorrência sublinhada é:
(A) Com a chuva, todas as ruas ficaram alagadas.
(B) Os turistas encontraram-se com os amigos no aeroporto.
(C) Todos saímos com os amigos recém-chegados.
(D) Com quem eles viajaram nós não vimos.
(E) Brigaram com os adversários durante horas.
07- Em “Ninguém atinge a perfeição alicerçado na busca de valores materiais,
nem mesmo os que consideram tal atitude um privilégio dado pela existência”, os
pronomes destacados no período acima classificam-se, respectivamente, como:
a) indefinido - demonstrativo - relativo - demonstrativo
b) indefinido - pessoal oblíquo - relativo - indefinido
c) de tratamento - demonstrativo - indefinido - demonstrativo
d) de tratamento - pessoal oblíquo - indefinido - demonstrativo
e) demonstrativo - demonstrativo - relativo - demonstrativo
08- Na frase "As negociações estariam meio abertas só depois de meio período de
trabalho", as palavras destacadas são, respectivamente:
a) adjetivo, adjetivo
b) advérbio, advérbio
c) advérbio, adjetivo
d) numeral, adjetivo
e) numeral, advérbio
Obs.: Para um melhor entendimento dessa questão, sugiro que você vá ao
capítulo CONCORDÂNCIA NOMINAL e leia, com atenção, a parte que fala das
palavras “bastante”, “meio”, “caro” e “barato”.
09- Na frase: "Passaram dois homens a discutir, um a gesticular e o outro com a
cara vermelha", o termo a está empregado, sucessivamente, como:
a) artigo, preposição preposição
b) pronome, preposição, artigo
c) preposição, preposição, artigo
d) preposição, pronome, preposição
e) preposição, artigo, preposição
Prof. Eli Castro
63
Língua Portuguesa
Obs.: Não cabe o uso de acento grave nas duas primeiras evidências de “a”, uma
vez que, na sequência de tais palavras, há dois verbos.
10- Observe o período a seguir: "Podem acusar-me: estou com a consciência
tranquila". Os dois pontos do período acima poderiam ser substituídos por vírgula,
explicando-se o nexo entre as duas orações pela conjunção:
a) portanto
b) e
c) como
d) pois
e) embora
Obs.: para um melhor entendimento, sugiro que você vá ao capítulo PONTUAÇÃO
e leia, com cuidado, o uso de vírgulas em Orações Coordenadas.
11- Assinale a alternativa cuja relação é incorreta:
a) Sorria às crianças que passavam - pronome relativo
b) Declararam que nada sabem - conjunção integrante
c) Que manifestação alegre foi a sua - advérbio de intensidade
d) Que enigmas há nesta vida - pronome adjetivo indefinido
e) Uma ilha que não consta no mapa - conjunção coordenativa explicativa
Obs.: Para um melhor entendimento, sugiro que você vá ao capítulo “FUNÇÕES
DO QUE”.
12- Há três substantivos em:
(A) “... com sérias dificuldades financeiras.”
(B) “... não conseguiu prever nem a crise econômica atual.”
(C) “... vai tornar inúteis arquivos e bibliotecas.”
(D) “... o site precisa da confirmação e do endosso do ‘impresso’,”
(E) “Muitos dos blogs e sites mais influentes...”
GABARITO
01
D
02
B
11
E
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03
A
04
D
05
B
06
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07
A
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C
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C
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D
12
D
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Língua Portuguesa
CURIOSIDADES SOBRE AS CLASSES DE PALAVRAS
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Algumas curiosidades sobre os substantivos:
Palavras masculinas:
o ágape (refeição dos primitivos cristãos);
o anátema (excomungação);
o axioma (premissa verdadeira);
o caudal (cachoeira);
o carcinoma (tumor maligno);
o champanha, clã, clarinete, contralto, coma, diabete/diabetes (FeM
classificam como gênero vacilante);
o diadema, estratagema, fibroma (tumor benigno);
o herpes, hosana (hino);
o jângal (floresta da Índia);
o lhama, praça (soldado raso);
o praça (soldado raso);
o proclama, sabiá, soprano (FeM classificam como gênero vacilante);
o suéter, tapa (FeM classificam como gênero vacilante);
o teiró (parte de arma de fogo ou arado);
o telefonema, trema, vau (trecho raso do rio).
Palavras femininas:
a abusão (engano);
a alcíone (ave doa antigos);
a aluvião, araquã (ave);
a áspide (reptil peçonhento);
a baitaca (ave);
a cataplasma, cal, clâmide (manto grego);
a cólera (doença);
a derme, dinamite, entorce, fácies (aspecto);
a filoxera (inseto e doença);
a gênese, guriatã (ave);
a hélice (FeM classificam como gênero vacilante);
a jaçanã (ave);
a juriti (tipo de aves);
a libido, mascote, omoplata, rês, suçuarana (felino);
a sucuri, tíbia, trama, ubá (canoa);
a usucapião (FeM classificam como gênero vacilante);
a xerox (cópia).
Gênero vacilante:
acauã (falcão);
inambu (ave);
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laringe, personagem (Ceg. fala que é usada indistintamente nos dois
gêneros, mas que há preferência de autores pelo masculino);
víspora.
Alguns femininos:
abade - abadessa;
abegão (feitor) - abegoa;
alcaide (antigo governador) - alcaidessa, alcaidina;
aldeão - aldeã;
anfitrião - anfitrioa, anfitriã;
beirão (natural da Beira) - beiroa;
besuntão (porcalhão) - besuntona;
bonachão - bonachona;
bretão - bretoa, bretã;
cantador - cantadeira;
cantor - cantora, cantadora, cantarina, cantatriz;
castelão (dono do castelo) - castelã;
catalão - catalã;
cavaleiro - cavaleira, amazona;
charlatão - charlatã;
coimbrão - coimbrã;
cônsul - consulesa;
comarcão - comarcã;
cônego - canonisa;
czar - czarina;
deus - deusa, déia;
diácono (clérigo) - diaconisa;
doge (antigo magistrado) - dogesa;
druida - druidesa;
elefante - elefanta e aliá (Ceilão);
embaixador - embaixadora e embaixatriz;
ermitão - ermitoa, ermitã;
faisão - faisoa (Cegalla), faisã;
hortelão (trata da horta) - horteloa;
javali - javalina;
ladrão - ladra, ladroa, ladrona;
felá (camponês) - felaína;
flâmine (antigo sacerdote) - flamínica;
frade - freira;
frei - sóror;
gigante - giganta;
grou - grua;
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lebrão - lebre;
maestro - maestrina;
maganão (malicioso) - magana;
melro - mélroa;
mocetão - mocetona;
oficial - oficiala;
padre - madre;
papa - papisa;
pardal - pardoca, pardaloca, pardaleja;
parvo - párvoa;
peão - peã, peona;
perdigão - perdiz;
prior - prioresa, priora;
mu ou mulo - mula;
rajá - rani;
rapaz - rapariga;
rascão (desleixado) - rascoa;
sandeu - sandia;
sintrão - sintrã;
sultão - sultana;
tabaréu - tabaroa;
varão - matrona, mulher;
veado - veada;
vilão - viloa, vilã.
Substantivos em -ÃO e seus plurais:
alão - alões, alãos, alães;
aldeão - aldeãos, aldeões;
capelão - capelães;
castelão - castelãos, castelões;
cidadão - cidadãos;
cortesão - cortesãos;
ermitão - ermitões, ermitãos, ermitães;
escrivão - escrivães;
folião - foliões;
hortelão - hortelões, hortelãos;
pagão - pagãos;
sacristão - sacristães;
tabelião - tabeliães;
tecelão - tecelões;
verão - verãos, verões;
vilão - vilões, vilãos;
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Língua Portuguesa
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vulcão - vulcões, vulcãos.
Alguns substantivos que sofrem metafonia no plural:
abrolho, caroço, corcovo, corvo, coro, despojo, destroço, escolho, esforço,
estorvo, forno, forro, fosso, imposto, jogo, miolo, poço, porto, posto, reforço, rogo,
socorro, tijolo, toco, torno, torto, troco.
Substantivos só usados no plural:
anais, antolhos, arredores, arras (bens, penhor), calendas (1º dia do mês
romano), cãs (cabelos brancos), cócegas, condolências, damas (jogo),
endoenças (solenidades religiosas), esponsais (contrato de casamento ou
noivado), esposórios (presente de núpcias), exéquias (cerimônias fúnebres), fastos
(anais), férias, fezes, manes (almas), matinas (breviário de orações matutinas),
núpcias, óculos, olheiras, primícias (começos, prelúdios), pêsames, vísceras, víveres
etc., além dos nomes de naipes.
Coletivos:
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alavão - ovelhas leiteiras;
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armento - gado grande (búfalos, elefantes);
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assembleia (parlamentares, membros de associações);
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atilho - espigas;
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baixela - utensílios de mesa;
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banca - de examinadores, advogados;
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bandeira - garimpeiros, exploradores de minérios;
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bando - aves, ciganos, crianças, salteadores;
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boana - peixes miúdos;
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cabido - cônegos (conselheiros de bispo);
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cáfila - camelos;
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cainçalha - cães;
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cambada - caranguejos, malvados, chaves;
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cancioneiro - poesias, canções;
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caterva - desordeiros, vadios;
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choldra, joldra - assassinos, malfeitores;
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chusma - populares, criados;
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conselho - vereadores, diretores, juízes militares;
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conciliábulo - feiticeiros, conspiradores;
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concílio - bispos;
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canzoada - cães;
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conclave - cardeais;
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congregação - professores, religiosos;
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consistório - cardeais;
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fato - cabras;
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feixe - capim, lenha;
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junta - bois, médicos, credores, examinadores;
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girândola - foguetes, fogos de artifício;
grei - gado miúdo, políticos;
hemeroteca - jornais, revistas;
legião - anjos, soldados, demônios;
malta - desordeiros;
matula - desordeiros, vagabundos;
miríade - estrelas, insetos;
nuvem - gafanhotos, pó;
panapaná - borboletas migratórias;
penca - bananas, chaves;
récua - cavalgaduras (bestas de carga);
renque - árvores, pessoas ou coisas enfileiradas;
réstia - alho, cebola;
ror - grande quantidade de coisas;
súcia - pessoas desonestas, patifes;
talha -lenha;
tertúlia - amigos, intelectuais;
tropilha - cavalos;
vara - porcos.
Substantivos compostos:
Os substantivos compostos formam o plural da seguinte maneira:
sem hífen formam o plural como os simples (pontapé/pontapés);
caso não haja caso específico, verifica-se a variabilidade das palavras que
compõem o substantivo para pluralizá-los. São palavras variáveis: substantivo,
adjetivo, numeral, pronomes, particípio. São palavras invariáveis: verbo,
preposição, advérbio, prefixo;
em elementos repetidos, muito parecidos ou onomatopaicos, só o segundo
vai para o plural (tico-ticos, tique-taques, corre-corres, pingue-pongues);
com elementos ligados por preposição, apenas o primeiro se flexiona (pésde-moleque);
são invariáveis os elementos grão, grã e bel (grão-duques, grã-cruzes, belprazeres);
só variará o primeiro elemento nos compostos formados por dois
substantivos, onde o segundo limita o primeiro elemento, indicando tipo,
semelhança ou finalidade deste (sambas-enredo, bananas-maçã)
nenhum dos elementos vai para o plural se formado por verbos de sentidos
opostos e frases substantivas (os leva-e-traz, os bota-fora, os pisa-mansinho, os
bota-abaixo, os louva-a-Deus, os ganha-pouco, os diz-que-me-diz);
compostos cujo segundo elemento já está no plural não variam (os trocatintas, os salta-pocinhas, os espirra-canivetes);
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Língua Portuguesa
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palavra guarda, se fizer referência a pessoa varia por ser substantivo. Caso
represente o verbo guardar, não pode variar (guardas-noturnos, guardachuvas).
03. Regência Verbal e Nominal
RELEVÂNCIA DO ASSUNTO EM PROVAS: Muito alta. Acredito que saber a
regência dos principais verbos exigidos em provas é fundamental. É a partir
desse tema que você resolverá questões não só de regência, como também
de crase, sintaxe, funções do QUE e do SE etc. Ou seja, se há um assunto que
você deve dar atenção especial, não tenha dúvidas de que é Regência
verbal e nominal.
DICA: Como você nunca saberá todas as regências da Língua Portuguesa
(até mesmo porque ninguém as sabe), sugiro que leia com muita atenção
aquilo que chamo de “Regências clássicas”. Elas aparecem com muita
frequência em provas. Quanto às demais, só há uma dica: ler e, se possível,
perguntar-se: esse verbo é intransitivo ou transitivo indireto? Fazendo, de vez
em quando, esse exercício simples você, lentamente, armazenará um banco
de dados muito importante para ser utilizado na hora da prova.
DICA DE ESTUDO: Se você não sabe se o verbo TAL é intransitivo ou transitivo
indireto, procure o dicionário. Lá no verbete sempre há, também, esse tipo
de informação. Senão vejamos o diz o Dicionário Houaiss sobre o verbo
AVANÇAR:
1- Intransitivo: ir para adiante; adiantar-se.
Ex.: avançaram para o litoral
2- Transitivo direto: fazer mover para frente; adiantar.
Ex.: o jogador de xadrez avançou o rei
3- Transitivo direto, transitivo indireto e intransitivo: fazer progredir ou progredir.
Exs.: Avançamos o projeto no último mês.
A turma avançou em química.
Estas obras não avançam.
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Língua Portuguesa
4- Transitivo indireto: estender-se, expandir-se, alongar-se; alastrar-se
Ex.: O avarandado avança sobre a praia
POSSIBILIDADE DE CAIR NA PROVA: Para nível fundamental, no máximo, duas (isso
numa prova de 10 a 15 questões); para nível médio, de duas a quatro (isso numa
prova de 15 a 20 questões); e para nível superior a possibilidade é parecida com a
do nível médio, o que muda é o grau de dificuldade das questões.
STATUS: Em sala e com o professor.
1. REGÊNCIA VERBAL
Ocorre quando o termo regente é um verbo e este se liga a seu
complemento por uma preposição ou não. Aqui é fundamental o conhecimento
da transitividade verbal. Por isso, fique atento à tabela a seguir:
Tipo de Verbo
VTD
VTI
VTDI
VI
Exigência *
OD
OI
OD / OI
Ø**
* Essa exigência é apenas teórica. Logo, é perfeitamente possível que um verbo VTD,
por exemplo, apareça sem seu devido complemento.
Ex.: Naquela tarde, ele estudou muito.
** Quase sempre surgem adjuntos adverbiais quando se tem verbo intransitivo.
Ex.: Os pescadores saíram de madrugada. (“de madrugada” é Adjunto Adverbial de
Tempo)
Mas, para que você entenda a tabela acima, é necessário que utilizemos
um simples procedimento para identificarmos se o verbo pede ou não preposição.
A seguir, você verá aquilo que eu chamo de “ferramenta”. É com ela que você
descobre que tipo de complemento o verbo regerá.
Prof. Eli Castro
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Língua Portuguesa
LADO
A
Quem + Verbo + Verbo
Algo ou Alguém
LADO
B
A; DE; EM; PARA; COM
etc.
Modo de usar a “ferramenta”.
1. Deposite o verbo envolvido na questão onde há a palavra VERBO.
2. Leia a sequência completa da ferramenta (do LADO A ao LADO B), repetindo o
verbo duas vezes.
3. Se a leitura se efetivar de forma rápida e imediata (direta) até o LADO B (e você
não precisar usar nenhuma preposição do quadrado abaixo da ferramenta), o
verbo é transitivo direto.
Ex.: Quem estuda + estuda algo ou alguém.
Logo, ESTUDAR é VTD (não rege preposição)
4. Caso haja uma pausa na leitura e a exigência de preposição por parte do
verbo, este será transitivo indireto.
Ex.: Quem crê + crê EM algo ou crê EM alguém.
Logo, CRER é VTI (rege preposição EM)
5. Dependendo do verbo, o movimento pode ser duplo, o que gera verbos
bitransitivos.
Ex.: Quem diz + diz algo A alguém.
Logo, DIZER é VTDI (regendo dois complementos: o primeiro sem preposição
[objeto direto] e o segundo com preposição [objeto indireto]).
6. Agora, se a leitura da ferramenta nem precisar chegar ao ALGO ou ao ALGUÉM,
o verbo deve ser interpretado como intransitivo.
Ex.: Quem sai + sai.
Logo, SAIR é VI (não rege preposição, nem pede complemento)
Antes de entrar no tema Regência Verbal, é importante que conheçamos os
complementos verbais: o Objeto Direto e o Objeto Indireto.
Objeto direto: complemento (raramente introduzido por preposição*) que cumpre
o papel de tornar a frase mais detalhada. Sua ausência faz com que o verbo se
torne intransitivo.
*Aqui, referimo-nos ao objeto direto
preposicionado.
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72
Língua Portuguesa
Ex.:
a) O Brasil estabeleceu as novas metas.
Sobre as frases acima, use C para certo e E para errado.
(
) A estrutura “as novas metas” complementa os sentidos do verbo
“estabelecer”.
( ) Caso o conjunto “as novas” fosse suprimido, a correção gramatical da oração
seria mantida.
( ) Em “a”, se substituíssemos “O Brasil” por “No Brasil,”, os sentidos originais da frase
seriam alterados.
b) Os alunos, na semana passada, questionaram o reitor.
Sobre as frases acima, use C para certo e E para errado.
( ) A expressão “na semana passada” não complementa os sentidos do verbo.
( ) Caso a frase “b” fosse reescrita da seguinte maneira a correção gramatical e
os sentidos originais seriam mantidos: “O reitor, na semana passada, os alunos o
questionaram”.
( ) O deslocamento de “na semana passada” para o fim da frase descartaria o
uso de uma vírgula depois de “reitor”.
c) Ontem o Pentágono confirmou que o corpo de Bin Laden foi lançado no Mar da
Arábia.
(
) A expressão “que o corpo de Bin Laden foi lançado no Mar da Arábia”
funciona como complemento direto oracional do verbo “confirmar”.
( ) Há dois sujeitos simples e explícitos.
( ) O segundo sujeito sofre a ação verbal; é, portanto, paciente.
( ) “Ontem” poderia estar seguido de uma vírgula, já que se trata de um adjunto
adverbial deslocado.
d) Alunos e professores da USP vêm criticando as novas propostas.
Sobre as frases acima, use C para certo e E para errado.
(
) O sintagma “da USP” particulariza “Alunos e professores”, já que se refere a
eles.
( ) A expressão “da USP” poderia estar entre vírgulas sem que os sentidos originais
fossem alterados.
( ) A expressão “as novas propostas” complementa os sentidos do verbo principal
da locução “vêm criticando”.
Prof. Eli Castro
73
Língua Portuguesa
( ) O deslocamento de “da USP” para depois de “propostas” mantém os sentidos
originais do período.
Objeto indireto: complemento (introduzido sempre por uma preposição) que
cumpre o papel de tornar a frase mais detalhada. Sua ausência também faz com
que o verbo se torne intransitivo.
Ex.:
a) A oposição opta por esticar desgaste político do ministro.
Sobre as frases acima, use C para certo e E para errado.
( ) Ao deslocarmos “A oposição” para o fim da frase, os sentidos e a correção
gramatical serão preservados desde que ajustes de maiúsculas e minúsculas sejam
realizados.
(
) Em “a”, “por esticar desgaste político do ministro” funciona como
complemento indireto oracional de “opta”.
( ) A substituição de “por” por “em” mantém a correção gramatical do período.
b) A morte do terrorista interessa, principalmente, aos americanos.
Sobre as frases acima, use C para certo e E para errado.
(
) A substituição de “interessa” por “agrada” compromete a correção
gramatical do período.
( ) As vírgulas que isolam “principalmente” poderiam ser suprimidas sem causar
erro gramatical.
( ) “aos americanos” não é complemento verbal de “interessa”.
c) Obama assistiu, de casa, à operação que matou Bin Laden.
Sobre as frases acima, use C para certo e E para errado.
( ) O verbo “assistir” está empregado no sentido de “ver”, “presenciar”.
(
) A supressão do acento grave de “à operação” mantém a correção
gramatical, mas altera, muito provavelmente, os sentidos originais da frase.
( ) A substituição de “assistiu” por “ viu”, e “matou” por “assassinou” mantém os
sentidos e correção gramatical.
( ) A expressão “que matou Bin Laden” restringe o significado do substantivo
“operação”.
Prof. Eli Castro
74
Língua Portuguesa
d) Estudos anteriores concentravam-se nos homens.
Sobre as frases acima, use C para certo e E para errado.
( ) A supressão do pronome “se” implica modificações na originalidade da frase.
( ) Em “d”, o deslocamento da partícula “se” para antes do verbo provocaria erro
gramatical.
e) A maioria dos professores não crê em programas educacionais revolucionários.
Sobre as frases acima, use C para certo e E para errado.
(
) Em “e”, “em programas educacionais revolucionários” complementa os
sentidos do verbo “crer”.
RESPOSTAS DAS FRASES SOBRE OBJETO DIRETO
A) C C C
B) C C C
C) C C C C
D) C E C E
RESPOSTAS DAS FRASES SOBRE OBJETO INDIRETO
A) C C E
B) E C E
C) C C E C
D) C E
E) C
Verbos que exigem dois complementos (bitransitivos)
- A prefeitura prefere investir em festas natalinas a recuperar os hospitais da
cidade.
- O SUS vem oferecendo, gratuitamente, diagnóstico da diabete,
acompanhamento e medicação, nas unidades de saúde, aos pacientes.
- Edison Lobão, ministro de Minas e Energia, lembrou aos jornalistas que a
aprovação final do texto depende do aval da presidente Dilma Rousseff.
Prof. Eli Castro
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Língua Portuguesa
Verbos que não pedem complemento
Intransitivos: são aqueles cuja significação não exige a presença
complementos. São chamados, também, de verbos de sentido completo.
de
- As milícias existem desde a década de 1980.
- Caem os juros em Abril.
- Já Nina diz ter ido ao banheiro e encontrado duas estudantes conversando, sem
a presença de fiscais. “Elas pararam quando cheguei, mas, quando viram que
não era um fiscal, continuaram conversando”, disse.
- O resultado do concurso saiu.
- Acabaram as férias.
Verbos que (pelo contexto) NÃO pedem complemento ou mudam seus
complementos.
Às vezes, o contexto é tão específico e dinâmico que alguns complementos
verbais são dispensáveis. Assim sendo, a predicação original do verbo deverá ser
modificada para acompanhar a semântica da frase. Logo, um verbo que
originalmente é transitivo indireto, por exemplo, pode ser reconfigurado para
intransitivo.
- O filme não agradou. (Originalmente VTI; agora, VI).
- No Natal, as pessoas gastam muito. (Originalmente VTD; agora, VI).
- A Rádio Eldorado divulgou que a prova do Enem será refeita. (Originalmente
VTDI; agora, VTD).
- O candidato só falou aos sindicalistas depois da reunião. (Originalmente VTDI;
agora, VTI).
- Os órgãos vitais já não respondem. (Originalmente VTDI; agora, VI).
Verbos de ligação: são aqueles cuja função é conectar o sujeito a uma
qualificação. A estrutura qualificadora cumprirá a função sintática de Predicativo
do Sujeito. Logo, esses verbos servem para indicar estados ou qualidades do
sujeito.
Ser / Estar / Permanecer / Ficar / Andar /
Viver / Tornar-se / Continuar / Parecer etc.
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Língua Portuguesa
Ex.:
- Japão permanece caótico.
- Parecem insuficientes as medidas do governo.
- Tornaram-se frequentes as críticas ao prefeito.
- O clima, depois da reunião, ficou tenso.
Verbos supostamente de ligação: são aqueles que, pela morfologia (pela
aparência), lembram verbos de ligação. Contudo, não conseguem dar ao sujeito
qualificação alguma.
Ex.:
- Os senadores ainda estão em Fortaleza.
- As vítimas permanecem no local do acidente.
- A caneta ficou na gaveta.
Note que “em Fortaleza”, “na fábrica” e “no estojo” indicam ideia de lugar, e não
de estado. Logo, são Adjuntos Adverbiais de lugar. Quando isso ocorre, o verbo
não pode mais ser considerado de ligação. Ele deverá ser reconfigurado e, assim,
assume o caráter de verbo intransitivo.
Regências clássicas
1 – AGRADAR/DESAGRADAR (Duas possibilidades)
Sentido 1: Causar agrado; ser agradável (VTI).
Preposição exigida: a
Exemplo: Estes projetos já não agradam aos alunos.
Sentido 2: Acariciar; mimar (VTD).
Preposição exigida: Æ
Exemplo: Ele agradava o pelo do animal.
Obs.: Pode também se comportar como Verbo Intransitivo.
Exemplo: O filme não agradou.
(Fonte: Dicionário Houaiss)
Prof. Eli Castro
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Língua Portuguesa
2 – ASPIRAR (Duas possibilidades)
Sentido 1: Desejar; pretender (VTI).
Preposição exigida: a
Exemplo: O homem aspirava a este posto de trabalho.
Sentido 2: Sorver; respirar (VTD).
Preposição exigida: Æ
Exemplo: Aspire seu carro uma vez por semana.
3 – ASSISTIR (Quatro possibilidades)
Sentido 1: Ajudar; auxiliar (VTD) ou (VTI).
Preposição: Æ
Exemplo: Os pais assistem (a)os filhos desde cedo.
Sentido 2: Presenciar; ver (VTI).
Preposição exigida: a
Exemplo: Eu assisti a uma cena degradante.
Sentido 3: Morar, ter residência ou fixar-se. (Polêmica!!!)
Para esse terceiro sentido não há consenso entre os gramáticos:
- É Verbo Intransitivo para Marcelo Rosenthal, autor de Gramática para Concursos,
Editora Campus, São Paulo, 2007, pág. 391.
Preposição: Æ
- Já para Cunha e Cintra (em trabalho já citado, na pág. 509) não há uma
definição quanto a sua transitividade. Os autores afirmam apenas o seguinte: “o
locativo vem introduzido pela preposição EM”.
- Porém, para o Dicionário Houaiss (2008) o verbo é Transitivo Indireto.
Exemplo: Ele assiste em Fortaleza desde os dez anos.
Sentido 4: Ter direito; Caber (VTI).
Preposição: a
Exemplo: Este é um direito que assiste a todo trabalhador.
4 - CHEGAR
Sentido: Atingir o término do movimento de ida ou vinda (VTI).
Preposição exigida: a
Exemplo: Ele chegou ao colégio cedo./ Minha filha nunca chegava cedo ao
trabalho.
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Língua Portuguesa
5 – IR
Sentido: Deslocar-se de um lugar para outro (VTI).
Verbo: Transitivo indireto
Preposição: para, a
Exemplos:
- Para: Quando há intenção de permanecer, de fixar residência. “Ele ia para
Belém no fim deste ano".
- A: Quando há intenção de não se demorar, de não fixar residência. "Ele irá a
Sobral no próximo mês".
6 – MORAR
Sentido: Ter habitação ou residência; habitar (VTI).
Preposição: "em"
Exemplos:
- Moro em Porto Alegre desde os sete anos.
7 - NAMORAR
Sentido: Cortejar, desejar(VTD).
Preposição: Æ
Exemplos:
- Janaina namora seu primo desde a época do colégio.
- Depois da festa do casamento, os noivos namoraram à noite inteira.
8 - OBEDECER/DESOBEDECER
Sentido: Submeter-se à vontade de alguém (VTI).
Preposição: a
Exemplo: O atleta obedeceu às orientações do técnico.
9 - PAGAR (Também com AVISAR, DIZER, ADVERTIR, INFORMAR etc.).
Sentido: Satisfazer dívida, encargo etc.
De acordo com a tradição gramatical é: Transitivo Direto e Indireto.
Exemplos:
- Paguei a consulta (vtd).
- Paguei ao médico (vti).
- Paguei a consulta ao médico (vtdi).
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10 - PISAR
Sentido: Pôr os pés sobre, humilhar, moer (VTD).
Exemplos:
Não pise o tapete da sala.
Ele sempre pisava os seus adversários.
O chef pisava as especiarias para compor o tempero.
11 – PREFERIR
Sentido: Dar primazia a (VTDI).
Preposição: a
Exemplo: O governador preferiu investir em novas escolas a recuperar a
penitenciária da cidade.
12 – QUERER
Sentido 1: Ter afeto; amar; estimar (VTI).
Preposição: a
Exemplo:
- Eles não querem bem aos traficantes de armas.
- O noivo jurou querer-lhe por toda a vida.
Sentido 2: Ter posse (VTD).
Preposição: Æ
Exemplo: Ele só queria diversão.
13 – VISAR
Sentido 1: Almejar; ter em vista; objetivar (VTI).
Preposição: a.
Exemplo: Aqueles jovens profissionais visam a fins nobres.
Sentido 2: Ver; dar visto (VTD).
Preposição: Æ
Exemplo: A professora visou a tarefa da aluna.
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14- IMPLICAR
Sentido 1: Provocar, acarretar: VTD.
Essa decisão deve implicar mudanças significativas.
Sentido 2: Envolver (alguém ou a si mesmo) em complicação: VTDI, regendo
preposição “em”.
O depoimento que prestou implicava Fulano na fraude.
Sentido 3: Ser incompatível; não estar de acordo: VTI, regendo preposição “com”.
Tal atitude implica com as normas prescritas.
OUTRAS REGÊNCIAS
ABDICAR
Pode significar renunciar, desistir. Pode ser um verbo intransitivo, transitivo direto ou
transitivo indireto.
Exemplo:
- O príncipe abdicou. (VI)
- Não abdicarei das minhas ideias. (VTI)
AGRADECER
Pode aparecer como transitivo direto, transitivo indireto e transitivo direto e
indireto.
Exemplo:
- Agradeci as flores. (VTD)
- Agradeci aos diretores. (VTI)
- Agradeci o presente ao amigo. (VTDI)
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CHAMAR
Será transitivo direto no sentido de convidar, convocar.
Exemplo:
- Nós chamamos todos os presentes.
No sentido denominar há 4 construções possíveis:
Chamaram-no crápula. ( transitivo direto);
Chamaram-no de crápula . (transitivo direto);
Chamaram-lhe crápula. ( transitivo indireto);
Chamaram-lhe de crápula. (transitivo indireto).
Obs.: todas as formas acima estão corretas.
CUSTAR
No sentido de ser custoso, ser difícil será transitivo indireto.
Exemplo:
Custou ao governo aquela difícil meta.
No sentido de acarretar será transitivo direto e indireto.
Exemplo:
- A insensatez custou-lhe os bens.
ESQUECER
LEMBRAR
Serão transitivos diretos se não forem pronominais.
Exemplo:
- Esqueci o nome da rua.
- Lembrei um caso antigo.
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Serão transitivos indiretos se forem pronominais.
Exemplo:
- Esqueci-me do nome da rua.
- Lembrei-me de um caso antigo.
Transitivos indiretos quando aparecerem nos sentidos de cair no esquecimento e
vir à lembrança.
Exemplo:
- Esqueceram-me de (Eliminar esse “de”) alguns fatos marcantes
PRECISAR
No sentido de marcar com precisão é transitivo direto.
Exemplo:
- Ele precisou a hora e o local da consulta.
No sentido de necessitar é transitivo indireto.
Exemplo:
- Nós precisamos de bons políticos.
RESUMO DAS REGÊNCIAS
Transitivos diretos:
Ver (algo, alguém ou alguma coisa) *
Enxergar
Cortar
Controlar
Pular
Comer
Arranhar
Arar
Roer
Trair
Colar
Diagramar
Confeccionar
Demolir
Exonerar
Reescrever
Pintar
Flexionar
Irritar
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Ferver
Temperar
Instruir
Substituir
Etc.
* O conteúdo dos parênteses se repete para cada um dos verbos citados na lista.
Transitivos Indiretos:
Abusar (de)
Aludir (a)
Assistir (a)
Anuir (a)
Aprazer (a)
Ansiar (por)
Agradar (a)
Atirar (a, em, contra)
Bater (em) [= espancar]
Contentar-se (com, de, em)
Cuidar (de)
Cogitar (de, em)
Conspirar (contra)
Carecer (de)
Crer (em)
Confiar (em)
Contribuir (para)
Gostar (de)
Interessar (a)
Lutar (contra)
Lembrar-se (de)
Obedecer (a)
Obstar (a)
Perdoar (a)
Presidir (a)
Precisar (de)
Querer (a)
Recorrer (a)
Repugnar (a)
Residir (em)
Zombar (de)
Interessar-se (por)
Referir-se (a)
Contentou-se (com, em)
Preocupar-se (com, em)
Etc.
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Bitransitivos
Revelar (algo A alguém)
Dizer (algo A alguém)
Fornecer (algo A alguém)
Prevenir (Alguém DE algo)
Familiarizar (Alguém COM algo)
Ceder (algo A alguém)
Dar (algo A alguém)
Perdoar (algo A alguém)
Ensinar (algo A alguém)
Prometer (algo A alguém)
Narrar (algo A alguém)
Preferir (algo A alguém)
Doar (algo A alguém)
Propor (algo A alguém)
Proporcionar (algo A alguém)
Atribuir (algo A alguém)
etc.
Intransitivos
Sair
Existir
Chorar
Descansar
Dormir
Morrer
Deitar
Tremer
Chover
Nevar
Trovejar
Garoar
Pensar
Etc.
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Exercícios 01
01- FCC: “Mas o mundo globalizado também assiste a um ininterrupto e crescente
sistema de produção...”.
O mesmo tipo de regência, tal como está empregado o verbo grifado acima,
encontra-se na frase:
(A) A sociedade mundial resultante do processo de padronização não tem
propriamente uma cultura global a ela vinculada, que possa distingui-la.
(B) As práticas cotidianas dos povos, elementos de distinção entre eles, recebem
novos ingredientes que maculam a pureza cultural de cada nação.
(C) Por haver predomínio de certos hábitos e comportamentos, é que o inglês
tornou-se uma espécie de língua global.
(D) Observa-se, atualmente, que tem havido mais consciência das diferenças e
maior respeito pela especificidade de cada um.
(E) Muitos críticos do processo de globalização discordam de seus possíveis
benefícios, comparando-os a situações perversas para pessoas e povos.
02- TRE (MA – 2009) CESPE: Em “Sem a teoria da evolução, a moderna biologia,
incluindo a medicina e a biotecnologia, simplesmente não faria sentido. O enigma
reside na relutância, quase um mal-estar, que suas ideias causam entre um vasto
contingente de pessoas, algumas delas fervorosamente religiosas, outras nem
tanto”.
(
(
) A forma verbal “reside” (2º período do texto) tem sentido completo.
) A forma verbal “causam” (2º período do texto) não tem sentido completo.
03- FCC: “Todos os anos o Brasil perde com o tráfico uma quantia financeira
incalculável...” (final do texto)
A frase cujo verbo exige o mesmo tipo de complemento do verbo grifado acima
é:
(A) Grupos de preocupação ecológica investem na proteção aos recursos
naturais do país.
(B) Compete à Justiça a aplicação de penalidades aos traficantes de animais
silvestres, nos termos da lei.
(C) O comércio de animais silvestres é prática ilegal, reprovada por toda a
sociedade.
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(D) Animais silvestres transportados sem o devido cuidado acabam morrendo.
(E)) Pesquisadores destacam a necessidade de maior proteção aos recursos
naturais do país.
04- FCC: “Todo lugar-comum, porém, tem um alicerce na realidade ou nos
sentimentos humanos ...”. (1o parágrafo)
A frase cujo verbo exige o mesmo tipo de complemento que o grifado acima é:
(A) ... é um dos nossos instintos básicos.
(B) .... que cresce a passos largos ...
(C) ... que conduziram a isso ...
(D) ... as famílias encolheram drasticamente ...
(E) ... que acrescenta ansiedade ...
05- CESPE (2010) “A pobreza é um dos fatores mais comumente responsáveis pelo
baixo nível de desenvolvimento humano e pela origem de uma série de mazelas,
algumas das quais proibidas por lei ou consideradas crimes. É o caso do trabalho
infantil. A chaga encontra terreno fértil nas sociedades subdesenvolvidas, mas
também viceja onde o capitalismo, em seu ambiente mais selvagem, obriga
crianças e adolescentes a participarem do processo de produção”.
(
) O emprego de preposição em "a participarem" é exigido pela regência da
forma verbal "obriga".
06- CESPE: “Nas últimas décadas, o aumento dos índices de criminalidade e a
atuação de organizações criminosas transnacionais colocaram a segurança
pública entre as principais preocupações da sociedade e do Estado brasileiros. A
delinquência e a violência criminal afetam, em maior ou menor grau, toda a
população, provocando apreensão e medo na sociedade, e despertando o
sentimento de descrença em relação às instituições estatais responsáveis pela
manutenção da paz social”.
( ) Estaria gramaticalmente correto o emprego da preposição “a” antes de "toda
a população" - a toda a população - visto que a forma verbal "afetam" apresenta
dupla regência.
07- CESPE: “Tendo como principal propósito a interligação das distantes e isoladas
províncias com vistas à constituição de uma nação-Estado verdadeiramente
unificada, esses pioneiros da promoção dos transportes no país explicitavam
firmemente a sua crença de que o crescimento era enormemente inibido pela
ausência de um sistema nacional de comunicações e de que o desenvolvimento
dos transportes constituía um fator crucial para o alargamento da base
econômica do país”.
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(
) A preposição em "de que o desenvolvimento" é exigida pela regência da
palavra "crença".
08- CESGRANRIO: Assinale a opção que apresenta a regência verbal incorreta, de
acordo com a norma culta da língua:
a)
b)
c)
d)
e)
Os brasileiros aspiram a uma vida mais confortável.
Obedeceu rigorosamente o horário do planejamento.
O rapaz assistiu à demolição do prédio.
O fazendeiro agrediu o funcionário sem necessidade.
Ao assinar o contrato, o usineiro visou, apenas, ao lucro pretendido.
09- UECE: O “Que” devidamente empregado só não seria regido de preposição
na opção:
a)
b)
c)
d)
e)
O cargo ............................. aspiro depende de concurso.
A situação....................... passei foi bem difícil.
Rui é o orador...................... mais admiro.
O jovem ................... te referiste foi reprovado.
Ali está o abrigo ....................... necessitamos.
10- CESGRANRIO: “Foram inúmeros os problemas ________ nos defrontamos e
inúmeras as experiências ________ passamos.
De acordo com a norma culta da língua, completam a frase, respectivamente,
(A) que e em que.
(B) que e de que.
(C) de que e por que.
(D) com que e por que.
(E) com que e em que.
11- FGV: “A crise imobiliária nos Estados Unidos revela o papel que o
superendividamento exerce...”.
Assinale a alternativa em que, alterando-se o trecho destacado acima, não se
manteve adequação à norma culta. Ignore as alterações de sentido.
(A) a que o superendividamento se refere
(B) de que o superendividamento lembra
(C) a que o superendividamento procede
(D) a que o superendividamento prefere
(E) de que o superendividamento se queixa
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12- CESPE: “Em razão da complexidade, da amplitude e do poderio das redes
criminosas transnacionais, a solução para a criminalidade depende de decisões
político-econômico-sociais e, concomitantemente, de ações preventivas e
repressivas de órgãos estatais. Nesse contexto, as operações de inteligência são
instrumentos legais de que dispõe o Estado na busca pela manutenção e
proteção de dados sigilosos”.
(
) A preposição "de" empregada antes de "que" é exigência sintática da forma
verbal "dispõe"; portanto, sua retirada implicaria prejuízo à correção gramatical do
período.
GABARITO EXERCÍCIOS 01
01
E
02
F/V
03
E
11
B
04
E
05
V
06
F
07
V
08
B
09
C
10
D
12
V
EXERCÍCIOS 02
Para que você inicie esta segunda bateria de questões, é importante (para
não dizer fundamental) que você conheça o funcionamento dos pronomes
enquanto elementos que representam complementos verbais (ou seja, os
objetos diretos e os indiretos). Portanto, iniciemos com esta tabela:
o, a, os, as
lhe, lhes
me, te, se, nos, vos
terão função de OD.
terão função de OI.
podem ter função de OD ou OI.
Portanto, frases como “O professor viu-lhe na rua” não obedecem ao
padrão culto da língua, porque não podemos associar a um verbo transitivo
direto (ver) o pronome LHE.
Por outro lado, é importante salientar que os pronomes O, A, OS e AS podem
sofrer transformação para LO, LA, LOS e LAS, bem como para NO, NA, NOS e
NAS. E quando isso ocorre? Vamos ver.
Sempre que você se deparar com verbos terminados em R, S ou Z (e tenha
que associá-los aos pronomes O, A, OS e AS) faça o seguinte: retire a dita
consoante, coloque um hífen e acrescente “L” ao pronome que o contexto
pedir.
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Língua Portuguesa
Ex.: Encontramos as pessoas no parque.
Transformação: Encontramo-las no parque.
Ex.: Fiz todas as tarefas hoje à tarde.
Transformação: Fi-las hoje à tarde.
Ex.: Não vou querer essa vida.
Transformação: Não vou querê-la.
Mas, se você tiver os pronomes O, A, OS e AS ligados a verbos com finais
nasais, faça assim: acrescente a letra “N” ao pronome para indicar
nasalização. Só isso.
Ex.: O treinador propõe as mudanças antes do jogo.
O treinador propõe-nas antes do jogo!
Ex.: Levaram os alunos problemáticos à sala do diretor.
Levaram-nos à sala do diretor.
Agora, você está apto a resolver as próximas questões.
01- FCC: em “Ajudamos a criar essa nova arma no intuito de impedir que os
inimigos tivessem acesso antes de nós a essa nova arma”.
Valendo-se do emprego de pronomes, estará correta a seguinte reconstrução da
frase acima:
(A) Ajudamos a criar-lhe no intuito de impedir eles de acessarem antes de nós essa
nova arma.
(B) Ajudamos a criá-la no intuito de lhes impedir o acesso dos inimigos a essa nova
arma antes de nós.
(C) Ajudamo-la a criar no intuito de impedir-lhes que eles tivessem acesso à ela
antes de nós.
(D)) Ajudamos a criá-la no intuito de impedir que eles tivessem acesso a ela antes
de nós.
(E) Ajudamos a criá-la no intuito de os impedir de acessar-lhe antes de nós
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Língua Portuguesa
02- CESGRANRIO: Assinale a frase em que está usado indevidamente um dos
pronomes seguintes: o, lhe.
a)
b)
c)
d)
e)
Não lhe agrada semelhante providência?
A resposta do professor não o satisfez.
Ana o ajudou na semana passada.
O poeta assistiu-a nas horas amargas, com extrema dedicação.
Vou visitar-lhe na próxima semana.
03- FCC: “Maquiavel escreveu um tratado político, e a potência de análise desse
tratado político permite considerar esse tratado político como um texto que
efetivamente revela os mecanismos do poder, embora sempre haja quem
julgue indevassáveis esses mecanismo do poder, pois todos os políticos buscam
dissimular esses mecanismo do poder”.
Evitam-se as viciosas repetições do período acima substituindo-se os segmentos
sublinhados, respectivamente, por
(A) cuja potência de análise / considerá-lo / os julgue indevassáveis / dissimulálos.
(B) em cuja potência de análise / o considerar / lhes julgue indevassáveis / os
dissimular.
(C) cuja a potência de análise / considerá-lo / julgue-os indevassáveis /
dissimular-lhes.
(D) que a potência de análise / considerar-lhe / os julgue indevassáveis /
dissimulá-los.
(E) de cuja potência de análise / lhe considerar / os julgue indevassáveis / lhes
dissimular.
04- FCC: “A palavra progresso frequenta todas as bocas, todas pronunciam a
palavra progresso, todas atribuem a essa palavra sentidos mágicos que elevam
essa palavra ao patamar dos nomes miraculosos”.
Evitam-se as repetições viciosas da frase acima substituindo- se os elementos
sublinhados, na ordem dada, por:
(A) a pronunciam - lhe atribuem - a elevam
(B) a pronunciam - atribuem-na - elevam-na
(C) lhe pronunciam - lhe atribuem - elevam-lhe
(D) a ela pronunciam - a ela atribuem - lhe elevam
(E) pronunciam-na - atribuem-na - a elevam
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Língua Portuguesa
05- FCC: “O editorial foi considerado um desrespeito à soberania de Cuba,
trataram a soberania de Cuba como uma questão menor, pretenderam reduzir
a soberania de Cuba a dimensões risíveis, como se os habitantes do país não
tivessem construído a soberania de Cuba com sangue, suor e lágrimas”.
Evitam-se as viciosas repetições
sublinhados, respectivamente, por
acima
substituindo-se
os
segmentos
(A) trataram a ela / reduzir-lhe / a tivessem construído.
(B) trataram-na / reduzi-la / a tivessem construído.
(C) a trataram / a reduziram / tivessem-na construído.
(D) trataram-lhe / reduziram-lhe / lhe tivessem construído.
(E) trataram-na / reduziram-lhe / lhe tivessem construído.
01
D
02
E
03
A
04
A
05
B
2. REGÊNCIA NOMINAL
Estuda as relações em que os nomes – substantivos, adjetivos e advérbio –
exigem complemento para completar-lhes o sentido. Geralmente, essa relação
entre o nome e seus complementos é estabelecida pela presença de preposição.
Exemplos:
1- Reconheceu o respeito ------------------a + o trabalhador.
2- O aluno saiu confiante ----------------em + a aprovação.
3- Votou favoravelmente-------------------- a + a paz.
Observação: Existem nomes que admitem mais de uma
comportamento absolutamente normal para a língua portuguesa.
preposição;
Exemplo:
Tenha amor a seus filhos.
Renato não morria de amor por Paula.
VERBOS QUE ADVÊM DE NOMES
1- Ele avançou 200 metros.
1.1- O avanço de 200 metros ocorreu em seguida.
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2- O convidado gostou do que foi oferecido pelo chef árabe.
2.1- O gosto pela gastronomia árabe é comum no Brasil.
3- O motorista atrasou o ônibus.
3.1- O atraso do ônibus foi causado pelo motorista.
4- Ele não confia em você.
4.1- A confiança em Deus é fundamental.
Obs.: Perceba que, em quase todos os casos, quando o verbo transformou-se em
nome, a regência foi alterada. Portanto, atenção a esses movimentos.
► A seguir veremos a relação de alguns nomes e as suas preposições mais usuais:
acessível, adequado, alheio, análogo, apto, avesso, benéfico, cego,
conforme, desatento, desfavorável, desleal, equivalente, fiel, grato,
a
guerra, hostil, idêntico, inerente, nocivo, obediente, odioso, oposto,
peculiar, pernicioso, próximo (de), superior, surdo (de), visível.
amante, amigo, ansioso, ávido, capaz, cobiçoso, comum,
contemporâneo, curioso, devoto, diferente, digne, dotado, duro,
de
estreito, fértil, fraco, inocente, menor, natural, nobre, orgulhoso, pálido,
passível, pobre, pródigo (em), temeroso, vazio, vizinho.
afável, amoroso, aparentado, compatível, conforme, cruel, cuidadoso,
com
descontente, furioso (de), ingrato, liberal, misericordioso, orgulhoso,
parecido (a), rente (a, de).
contra
desrespeito, manifestação, queixa.
constante, cúmplice, diligente, entendido, erudito, exato, fecundo,
em
fértil, fraco, forte, hábil, indeciso, lento, morador, perito, sábio, sito,
último (de, a), único.
entre
convênio, união.
para
apto, bom, essencial, incapaz, inútil, pronto (em), útil
para com afável, amoroso, capaz, cruel, intolerante, orgulhoso
por
ansioso, querido (de), responsável, respeito (a, de)
sobre
dúvida, influência, triunfo.
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Língua Portuguesa
EXERCÍCIOS 01
01- CESPE: “Floresta nacional, floresta estadual e municipal: é uma área com uma
cobertura florestal de espécies predominantemente nativas e tem como objetivo
básico o uso múltiplo sustentável dos recursos florestais de florestas nativas. É uma
área de posse e domínio públicos”.
(
) O vocábulo "públicos" está no plural por se tratar de caso de regência
nominal.
Obs.: O detalhe dessa questão consiste numa “pegadinha”.
02- CESPE: “Hipermodernidade é o termo usado para denominar a realidade
contemporânea, caracterizada pela cultura do excesso, do acréscimo sempre
quantitativo de bens materiais, de coisas consumíveis e descartáveis”.
(
) A repetição da preposição “de” em "do acréscimo", "de bens materiais" e
"de coisas" indica que esses termos são empregados, no texto, como
complementos de "cultura", vocábulo que tem como primeiro complemento "do
excesso".
Obs.: Uma boa leitura é fundamental para resolver essa questão.
03- CESPE: Com base no texto abaixo, julgue a questão a seguir.
O Brasil tem 24,8 milhões de pessoas consideradas aptas para trabalhar. Mas,
nesse universo, há cerca de 5,5 milhões de pessoas condenadas a ficar fora do
mercado de trabalho, tal como ele se apresenta hoje, visto que lhes falta a
essencial qualificação. Para estes, 20% da força de trabalho, resta tentar ganhar o
pão de cada dia fazendo bicos o trabalhos regulares, porém de baixa exigência
e, portanto, com ganhos ínfimos.
Esses números estão em trabalho recentemente divulgado pelo Instituto de
Pesquisas Econômicas Aplicadas (IPEA), no qual se revela que outros 653 mil
trabalhadores, no topo da pirâmide do preparo profissional, igualmente tenderão
a ficar batendo de porta em porta em busca de colocação. Para eles, em razão
da crise mundial, fecharam-se postos de trabalho, pois suas empresas preferiram
liberar mão de obra qualificada, reduzir gastos — esses profissionais são os de mais
altos salários — e esperar a tempestade passar. E ela ainda não passou.
Em outras áreas, porém, como construção civil, comércio e hotelaria, o estudo do
IPEA revela que já se faz sentir a falta de profissionais por motivo semelhante ao
causado pela crise. A recuperação econômica, que ocorreu com velocidade
espantosa em áreas como a de construção, não deixou espaço e tempo para
que se preparasse tanta gente, em número e qualidade, para atender à
demanda, especialmente no Sudeste e no Sul do país, onde se constroem mais
Prof. Eli Castro
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moradias e obras de infraestrutura alimentadas por programas habitacionais, pelas
eleições e, como não poderia deixar de ser, pelo futebol, que terá o Brasil como
sede da Copa do Mundo em 2014. Casas, saúde, transportes, saneamento e
iluminação implicarão investimentos superiores a R$ 1 trilhão, conforme anunciado
pelo governo em março. Para este ano, o crescimento econômico deve gerar 2
milhões de vagas, dizem as estimativas oficiais.
Hélio Terra. Trabalho há e haverá. In:
O Estado de S.Paulo, 4/4/2010 (com adaptações)
► Acerca da regência nominal e verbal empregada no texto, assinale a opção
correta.
a) A substituição do termo “aptas” (1º parágrafo) por “capazes” manteria o
sentido original, mas não a correção gramatical do período.
b) Na oração “visto que lhes falta a essencial qualificação” (1º parágrafo), o verbo
não exige complemento indireto.
c) No trecho “por motivo semelhante ao causado pela crise” (3º parágrafo), o
elemento “ao” pode ser corretamente substituído por “com o”.
d) O uso do sinal indicativo de crase em “para atender à demanda” (3º
parágrafo) ocorre por conta da existência de regência nominal no período.
e) A inserção da preposição “em” imediatamente após a forma verbal
“implicarão” (3º parágrafo) não acarreta prejuízo ao sentido nem à estrutura
sintática do período.
04- FCC: “A ocupação do cerrado por agricultores provenientes de outras áreas
...” (3º parágrafo)
O mesmo tipo de regência assinalado acima SÓ NÃO se configura no segmento
grifado em:
a) graças ao investimento em novas tecnologias.
b) nas condições de vida de milhões de brasileiros
c) o ingresso de centenas de milhões de pessoas.
d) a expansão do comércio.
e) por uma combinação de ações políticas e empresariais.
Prof. Eli Castro
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Língua Portuguesa
Obs.: Uma dica para você não perder a paciência ao resolver essa questão é
perceber que nem todos os nomes advêm das mesmas classes de palavras. Vimos
isso no início da aula. Volte um pouco, faça uma nova leitura.
GABARITO 01
01 02 03 04
F
F
A B
EXERCÍCIOS 02
01- A sentença em que o verbo pegar apresenta-se com o mesmo sentido e
integra a mesma construção sintática com que é usado em “ele pegou um balde
grande de plástico,” é:
(A) Os alunos pegam facilmente tudo o que é ensinado.
(B) Pegar um bom emprego é o objetivo de todos.
(C) Pegou do irmão a mania de fazer coleção de figurinhas.
(D) Pegou no que era seu, deu adeus e foi embora.
(E) Pegou sem cuidado o copo e deixou-o quebrar
02- Assinale a opção em que a regência do verbo destacado difere da dos
demais.
(A) “...tal fato exige de nós a capacidade de atuarmos em áreas...”.
(B) “O sentir faz a ponte entre o pensar e o agir”.
(C) “... essa atitude consequentemente nos leva ao aprendizado”.
(D) “alguém perguntou a um velho se ele tinha crescido naquela cidade”.
(E) “...é esse ensinamento que nos ensina a resposta do velho sábio”.
03- O verbo destacado NÃO é impessoal em:
(A) Fazia dias que aguardava a sua transferência para o setor de finanças.
(B) Espero que não haja empecilhos à minha promoção.
(C) Fez muito frio no dia da inauguração da nova filial.
(D) Já passava das quatro horas quando ela chegou.
(E) Embora houvesse acertado a hora, ele chegou atrasado.
04- Em relação à regência nominal, em qual das frases a seguir a preposição
empregada NÃO está ADEQUADA?
(A) A partir daí, estava apto para ajudar alguém.
(B) Ele, então, estava sedento por um futuro melhor.
Prof. Eli Castro
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Língua Portuguesa
(C) Não seja inconstante em suas decisões.
(D) Na vida, todos nós somos passíveis a equívocos.
(E) Temeroso de um resultado negativo, não seguiu sua intuição.
05- Em relação à regência nominal, em qual das frases a seguir a preposição
empregada NÃO está ADEQUADA?
(A) Aquele personagem é destituído de complexidade.
(B) O vigilante estava atento a tudo que passava a sua volta.
(C) O homem ficou grato com todos os que o ajudaram.
(D) Aquele soldado foi cruel para com o preso.
(E) Não houve a correta adaptação ao clima frio da Europa.
06- Assinale a opção em que a preposição destacada constitui caso de regência
nominal.
(A) “ele precisava se adaptar rapidamente a uma nova situação...”.
(B) “acho que ele deve saber se comunicar com a equipe...”.
(C) “ele deve ter capacidade de negociação são características extras...”.
(D) “Para chegar a esta conclusão foram analisados três fatores:”.
(E) “Então, que tal começar a exercitar a linguagem? Faz bem para você e para
aqueles com quem se relaciona”.
07- Marque o item que contempla incorreto uso de regência verbal.
(A) O homem chamou o político de corrupto.
(B) Ele chamou ao amigo de covarde.
(C) Nós lhe chamamos crápula.
(D) O jovem anuiu ao professor.
(E) O belo projeto do governo implicou em esforço da população.
08- Marque o item que contempla incorreto uso de regência verbal.
(A) Vimos o filme mencionado pela crítica.
(B) Os protestantes só queriam a atenção de todos os presentes.
(C) Os políticos não se lembram o que fazem com o dinheiro público.
(D) O palestrante esqueceu tudo que ia dizer naquela apresentação.
(E) A Igreja dos Milagres assiste na Avenida Dom Pedro.
GABARITO 02
01
E
02
B
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03
E
04
D
05
C
06
C
07
E
08
C
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Língua Portuguesa
PRONOMES RELATIVOS E O USO DE PREPOSIÇÕES
Observe a seguinte oração:
- As reportagens que o jornalista muito discordou eram controversas.
Note que, aparentemente, o período não apresenta falhas; auditivamente, tudo
parece estar bem. Contudo, sabendo que a regência do verbo discordar pede a
preposição “de”, fica mais claro que a construção não obedece à norma culta.
Em situações como esta, é necessário antecipar a preposição para antes do
pronome relativo QUE. Assim:
- As reportagens de que o jornalista muito discordou eram controversas.
Essa nova construção obedece à norma culta e também poderia ser reescrita da
seguinte forma:
- As reportagens das quais o jornalista muito discordou eram controversas.
As duas últimas construções estão corretas, ao passo que a primeira apresenta
erro gramatical.
PRONOMES RELATIVOS
Como já sabemos, os pronomes substituem os nomes. Assim, no lugar de “Ana” em
Ana recebeu um comunicado, poderíamos escrever Ela recebeu um comunicado.
Contudo, Ela não é um pronome relativo, mas sim um pronome pessoal do caso
reto.
Os pronomes relativos, além de mais complexos, são mais decisivos no momento
da redação de um texto. Os mais utilizados em provas de concurso são os
seguintes: QUE (o qual, a qual, as quais....), QUEM, ONDE e CUJ-. Esses pronomes
seguem uma rigorosa disciplina quanto à sua referência e uso.
Vejamos:
Pronome
QUE (a qual....)
QUEM
ONDE
CUJO(A)(S)
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Referência
A um termo (substantivo comum ou próprio) anterior a ele.
A um termo (substantivo comum ou próprio), na condição
de Ser Humano, anterior a ele.
A um termo (substantivo comum ou próprio) que indique
lugar, também anterior a ele.
A um termo (substantivo comum ou próprio) anterior a ele,
mas que estabelece concordância com seu termo posterior,
que também será um substantivo.
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Exercícios reflexivos
► Leia, reflita e constate se há a necessidade de preposição antes dos pronomes
relativos a seguir. Depois, confira as respostas.
01- As cidades brasileiras _______ que receberam novas propostas de crescimento
tinham boa reputação.
02- Os esforços da população ______ que o ministro se reportou antes das eleições
valeram muito.
03- A imagem daquela população ______ que o ministro se reportou antes das
eleições demonstrou que ela é, de fato, atuante.
04- As notícias _____ que os eleitores, de fato, necessitavam ainda não foram tão
alvissareiras.
05- O homem maduro, _______ quem ela se apaixonou, era, na verdade, cheio de
problemas.
06- As muitas pessoas ______ quem o político dizia se dedicar precisavam
demasiado de ajuda.
07- As ruas do bairro ______ onde ela morou no passado eram cheias de crianças.
08- A antiga cidade chilena _______ onde meu amigo foi produzia bons vinhos.
09- O prédio novo ______ onde os computadores foram roubados tinha péssima
segurança.
10- O prédio novo ______ onde os computadores foram levados tinha péssima
segurança.
11- Aceitei o perfume_____ cuja fragrância não gostei somente por educação.
12- Quem matou o hábito das cartas foi o telefone,____ cujo reinado trouxe muitas
mudanças.
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RESPOSTAS
01- Ø
02- A
03- A
04- DE
05- POR
06- A
07- Ø
08- A ou PARA
09- DE
10- DE ou PARA
11- DE
12- Ø
EXERCÍCIOS
01- Está correto o emprego de ambos os elementos sublinhados em:
(A) O autor se pergunta por que haveriam de ser cruéis os animais que aspiram à
propagação da espécie.
(B) Quando investigamos o porquê da suposta crueldade animal, parece de que
nos esquecemos da nossa efetiva crueldade.
(C) À lagarta, de cujo ventre abriga os ovos da vespa, só caberá assistir ao martírio
de sua própria devoração.
(D) Se a ideia de compaixão é puramente humana, não há porque imputarmos
nos animais qualquer traço de crueldade.
(E) Os bichos a cujos atribuímos atos cruéis não fazem senão lançar-se na luta pela
sobrevivência.
02- Está correto o emprego do elemento sublinhado na frase:
a) Os restos de esperanças socialistas, por cujas o autor já demonstrara simpatia,
misturam-se a outras convicções.
b) Os impulsos missionários, de que o autor não se mostra carente, poderiam leválo a combater a fome do mundo.
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100
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c) As propostas políticas, de cuja falta sentiu Mario Capanna, eram, na verdade,
inúmeras e contrastantes.
d) As posições dos jovens manifestantes, das quais o autor se congratulou, eram as
mais díspares possíveis.
e) As ruas de Gênova, aonde se fixaram grupos de manifestantes, ganharam uma
nova animação.
03- “... tema que faz com que em certas ocasiões ...” (último parágrafo)
A lacuna que deverá ser corretamente preenchida pela expressão grifada acima
está em:
A) O mercado editorial de autoajuda, ......... abrange várias categorias, cresce a
olhos vistos em todo o mundo.
(B) O conteúdo dos livros de autoajuda, ......... os leitores acreditam, serve de
inspiração para o sucesso na vida e na carreira profissional.
(C) Os leitores estão convictos .......... essas publicações serão a inspiração para
uma vida mais harmônica e feliz.
(D) Os livros de autoajuda procuram conduzir as pessoas a obterem com
tenacidade tudo aquilo ........ sonham.
(E) A literatura de autoajuda constitui, no momento, os meios ........ as pessoas
recorrem para viver melhor.
04- Está correto o emprego do elemento sublinhado em:
(A) O Príncipe é um símbolo reincidente, a cujo nome pessoal talvez nem mesmo a
Branca de Neve tenha conhecimento.
(B) A necessidade de bajular o poder é um vício de que muita gente da imprensa
não consegue se esquivar.
(C) A trama com a qual o personagem anônimo participa jamais seria a mesma
sem o seu concurso.
(D) Em dois segundos o lenhador tomou uma decisão na qual decorreria toda a
trama já conhecida de Branca de Neve.
(E) Os figurantes anônimos muitas vezes são responsáveis por uma ação em que
irão depender todas as demais.
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05- “A diferença é que eles viviam em comunhão com o mundo...” (final do texto)
A frase cuja lacuna estará corretamente preenchida pela palavra grifada acima
é:
(A) As hipóteses ........ que a humanidade teve sua origem na África já foram
comprovadas por cientistas.
(B) As armas ......... que os homens primitivos se defendiam dos perigos eram feitas
de materiais encontrados na natureza.
(C) Ossos de animais serviam ......... que os nossos ancestrais reproduzissem as
melodias percebidas nos
sons da natureza.
(D) São inúmeras as cavernas ......... que se encontraram desenhos primitivos, as
chamadas pinturas rupestres.
(E) Instrumentos foram criados pelo homem de modo ......... que ele conseguisse
reproduzir os sons ouvidos no mundo exterior.
06- As expressões de que e com que preenchem corretamente, nessa ordem, as
lacunas da frase:
(A) O prestígio ...... o texto de Maquiavel desfruta até hoje é merecido, pois é um
tratado político ...... muitos têm muito a aprender.
(B) As qualidades morais ...... muitos estavam habituados a considerar como tais
foram substituídas pelas políticas, no tratado ...... Maquiavel tornou uma obra
basilar.
(C) Os valores abstratos ...... muita gente costuma cultuar não tinham, para
Maquiavel, qualquer aplicação ...... pudesse se valer na análise da política.
(D) O adjetivo maquiavélico, ...... muitos utilizam para denegrir o caráter de
alguém, ganhou uma acepção ...... costumam discordar os cientistas políticos.
(E) A leitura de O Príncipe, ...... muita gente até hoje se entrega, interessa a todos
...... se sintam envolvidos na lógica da política.
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102
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07- “Mas o mundo globalizado também assiste a um ininterrupto e crescente
sistema de produção...”.
O mesmo tipo de regência, tal como está empregado o verbo grifado acima,
encontra-se na frase:
(A) A sociedade mundial resultante do processo de padronização não tem
propriamente uma cultura global a ela vinculada, que possa distingui-la.
(B) As práticas cotidianas dos povos, elementos de distinção entre eles, recebem
novos ingredientes que maculam a pureza cultural de cada nação.
(C) Por haver predomínio de certos hábitos e comportamentos, é que o inglês se
tornou uma espécie de língua global.
(D) Observa-se, atualmente, que tem havido mais consciência das diferenças e
maior respeito pela especificidade de cada um.
(E) Muitos críticos do processo de globalização discordam de seus possíveis
benefícios, comparando-os a situações perversas para pessoas e povos.
08- Está adequado o emprego de ambos os elementos sublinhados na frase:
(A) A obsolescência e o anacronismo, atributos nos quais os americanos
manifestam todo seu desprezo, passaram a se enfeixar com a expressão dez de
setembro.
(B) O estado de psicose, ao qual imergiram tantos americanos, levou à adoção de
medidas de segurança em cuja radicalidade muitos recriminam.
(C) A sensação de que o 11/9 foi um prólogo de algo ao qual ninguém se arrisca a
pronunciar é um indício do pasmo no qual foram tomados tantos americanos.
(D) Não é à descrença, sentimento com que nos sentimos invadidos depois de
uma tragédia, é na esperança que queremos nos apegar.
(E) Fatos como os de 11/9, com que ninguém espera se deparar, são também
lições terríveis, de cujo significado não se deve esquecer.
GABARITO
01
02
03
04
05
06
07
08
A
B
D
B
B
A
E
E
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103
Língua Portuguesa
04. Crase
RELEVÂNCIA DO ASSUNTO EM PROVAS: Alta. Raras são as provas que não trazem,
direta ou indiretamente, uma questão sobre o tema Crase. Por isso, prepare-se.
DICA: Lembre-se de que Crase tem tudo a ver com Regência. Ou seja, olho atento
no dicionário e nas regências que nós denominamos de clássicas. De todas as
organizadoras, o CESPE é a que, de maneira mais reflexiva e inteligente, cobra
esse assunto. Nessa organizadora, o texto é profundamente decisivo. Às vezes, só
pela leitura dá para julgar, de maneira coerente, uma questão do CESPE.
DICA DE ESTUDO: Procure não se agarrar, devotamente, aos famosos e velhos
“bizus” sobre o tema. Pouca gente fala isso, mas “bizus” também falham. Um
“bizu” é apenas uma dica, ele não concentra todo o assunto. Portanto, use “bizus”
com muita parcimônia.
POSSIBILIDADE DE CAIR NA PROVA: Para nível fundamental, a possibilidade é
razoável; para nível médio, no máximo, uma (isso numa prova de 15 a 20
questões); e para nível superior a possibilidade sobe para duas questões, e o grau
de dificuldade é bem maior do que do médio.
STATUS: Em sala e com o professor.
AS QUATRO POSSIBILIDADES
Þ As quatro possibilidades de crase que vamos investigar agora evitam a
cansativa e perigosa memorização dos famosos “bizus”. A ideia é, portanto,
compreender o funcionamento sintático da crase e, dessa forma, estender essa
compreensão a outros conteúdos adjuntos. Bom, entendendo que “crase é a
contração de duas vogais idênticas”, trabalharemos as três primeiras possibilidades
aliados a esse conceito.
1ª POSSIBILIDADE.
Coincidência 1
Presença de Verbo Transitivo Indireto (VTI) ou VTDI
Coincidência 2
Exigência da preposição “A”
Coincidência 3
Presença de substantivo feminino.
Coincidência 4
Aceitação de artigo “A” antes do substantivo.
Obs.: Caso falhe uma dessas coincidências, a possibilidade de crase está
invalidada.
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104
Língua Portuguesa
Detalhe: Você se lembra daquela “ferramenta” que apresentamos no início da
aula de Regência? Pois bem, precisaremos dela mais uma vez. Então, “QUEM +
VERBO + VERBO ----ALGO ou ALGUÉM”.
Ex.:
Þ O projeto obedecia a + a propaganda do governo. (Crase obrigatória).
Þ A Presidente Dilma propôs entrega total a
+ as mulheres brasileiras. (Crase
possível, pois se deseja especificar: fala-se de todas as mulheres do Brasil).
Þ A Presidenta Dilma propôs entrega total a
+
Ø mulheres brasileiras. (Crase
possível, pois, agora, deseja-se generalizar: não é possível definir quem são essas
mulheres).
Þ O comando do BOPE invadiu Ø + a favela carioca. (Crase proibida, dada a
ausência de preposição)
CONCLUSÕES SOBRE A 1ª POSSIBILIDADE:
01- Sem preposição (advinda de verbo) é impossível pensar em crase.
02- Presença de VTD quer dizer ausência de crase.
03- Se você vir um “a” e, imediatamente a ele, um substantivo feminino no plural,
nem pense em crase.
EXERCÍCIOS 01
01- CEPSE: “O desinteresse pela política e a descrença no voto são registrados
como mera “escolha”, sequer como desobediência civil ou protesto. A
consagração da alienação política como um direito legal interessa aos
conservadores, reduz o peso da soberania popular e desconstitui o sufrágio como
universal”.
(
) Ao se substituir o trecho "aos conservadores" por à parcela inovadora da
sociedade, o uso do acento indicativo de crase será obrigatório.
02- ESAF: Assinale a opção que preenche corretamente as lacunas do texto.
Para incentivar o cumprimento dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio no
Brasil, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva lançou o Prêmio ODM BRASIL. A
iniciativa do governo federal em conjunto com o Movimento Nacional pela
Cidadania e Solidariedade e o Programa das Nações Unidas para o
Desenvolvimento (PNUD) vai selecionar e dar visibilidade __1___ experiências em
todo o país que estão contribuindo para o cumprimento dos Objetivos de
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105
Língua Portuguesa
Desenvolvimento do Milênio (ODM), como __2__ erradicação da extrema pobreza
e __3__ redução da mortalidade infantil. Os ODM fazem parte de um compromisso
assumido, perante __4__ Organização das Nações Unidas, por 189 países de
cumprir __5__ 18 metas sociais até o ano de 2015.
(Em Questão, Subsecretaria de Comunicação Institucional da Secretaria-Geral da
Presidência da República, n. 390, Brasília, 06 de janeiro de 2006)
a) a – à – à –a – às
b) as – a – a –à – as
c) às – à – a –à – às
d) a – a – a –a – as
e) a – a – a –à – às
03- CESGRANRIO: O item em que há crase é:
a) Responda a todas as perguntas.
b) Avise a moça que chegou a encomenda.
c) Volte sempre a esta casa.
d) Dirija-se a qualquer caixa.
e) Entregue o pedido a alguém na portaria.
04- CESPE: “O Decreto n.º 3.298/1999 considera apoios especiais a orientação, a
supervisão e as ajudas técnicas que auxiliem ou permitam compensar uma ou
mais limitações funcionais motoras, sensoriais ou mentais da pessoa com
deficiência. Adaptar provas é tornar acessível o seu conteúdo, que é o mesmo
para todos os candidatos, de tal forma que o candidato com deficiência possa se
apropriar do inteiro teor das questões formuladas e, ao mesmo tempo, ter
condições de proceder à resposta à formulação”.
(
) O emprego do sinal indicativo de crase, nas duas ocorrências, em “ter
condições de proceder à resposta à formulação”, justifica-se pela regência de
“proceder”, que exige emprego de preposição “a”, e da presença de artigo
definido feminino precedendo os substantivos “resposta” e “formulação”.
05- FCC: Opção que preenche corretamente as lacunas: “O gerente dirigiu-se .......
sua sala e pôs-se ....... falar ....... todas as pessoas convocadas”.
a) à, à, à
b) a, à, à
c) à, a, a
d) a, a, à
e) à, a, à
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Língua Portuguesa
06- CESPE: “Conquanto o desenvolvimento dos meios de comunicação tenha
tornado absolutamente frágeis os limites que separavam o público do privado,
assiste-se hoje a uma nova tendência de politização e visibilidade do privado,
com a estruturação de novas relações familiares, bem como à privatização do
público”.
(
) O uso do sinal indicativo da crase em "à privatização" mostra que o
conectivo "bem como" introduz um segundo complemento ao verbo assistir.
DICA: “Conquanto” é conjunção concessiva, mesma coisa que “Embora”.
GABARITO
01
V
02
D
03
B
04
F
05
C
06
V
2ª POSSIBILIDADE
Coincidência 1
Presença de Verbo Transitivo Indireto (VTI) ou
VTDI
Coincidência 2
Exigência da preposição “A”
Coincidência 3
Presença
dos
exclusivos
pronomes
demonstrativos: AQUILO; AQUELE(A)(S).
Coincidência 3.1
Ou dos exclusivos pronomes relativos: A QUAL;
AS QUAIS.
Obs.: Caso falhe uma dessas coincidências, a possibilidade de crase está
invalidada.
Ex.:
Þ O professor disse a + aqueles alunos toda a verdade. (Crase obrigatória)
Þ Não mostre suas fraquezas a + aquelas pessoas invejosas. (Crase obrigatória)
Þ O jovem atleta quis muito Ø + aquela medalha. (Crase proibida, pois o verbo
“querer” não rege preposição “a” )
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Língua Portuguesa
Þ As cenas a + as quais eu assisto no meu trabalho são sempre difíceis.
Então: As cenas às quais eu assisto no meu trabalho são sempre difíceis.
(Veja que o “a” depois de “cenas” advém do verbo “assistir”, e o artigo “as”
(antes de “quais”) advém do pronome relativo “que”, o qual se refere ao
substantivo feminino “cenas”).
Þ A ameaça a + a qual ela se referiu foi gravíssima.
Então: A ameaça à qual ela se referiu foi gravíssima.
(Aqui ocorre o mesmo que no exemplo anterior, só mudam as palavras).
Þ A festa a + a qual fui neste fim de semana trouxe-me muitos problemas.
Então: A festa à qual fui neste fim de semana trouxe-me muitos problemas.
(Aqui ocorre o mesmo que no exemplo anterior, só mudam as palavras).
CONCLUSÕES SOBRE A 2ª POSSIBILIDADE
1- Os verbos continuam sendo definitivos para o julgamento sobre crase, somente
eles geram a preposição “a”.
2- Mesmo que as palavras “aquilo”, “aquele” e “aqueles” sejam masculinas, elas
permitem a possibilidade de crase porque já têm um “a” iniciando sua estrutura.
3- Os pronomes relativos “a qual” e “as quais” dão margem a que ocorra crase
nas orações adjetivas.
EXERCÍCIOS 02
01- Qual das alternativas completa corretamente os espaços vazios?
I- "Ele não quis reconhecer, mas preferia esta vida insossa em casa humilde..........
outra de barão”.
II- "Habituara-se ....... boa vida, tendo de tudo, regalada."
III- "Os adultos são gente crescida que vive sempre dizendo pra gente fazer isso e
não fazer ....... ."
a)
b)
c)
d)
e)
àquela, aquela, aquilo
do que àquela, àquela, àquilo
àquela, àquela, aquilo
aquela, àquela, aquilo
do que aquela, aquela, aquilo
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108
Língua Portuguesa
02- Assinale a opção incorreta com relação ao emprego do acento indicativo de
crase:
a) O pesquisador deu maior atenção àquela cidade menos privilegiada.
b) Este resultado estatístico complementa àquela opinião exposta.
c) Mesmo atrasado, o recenseador compareceu àquela entrevista.
d) A verba aprovada destina-se somente àquelas cidades interioranas.
e) Ele não costuma se referir àquilo que aconteceu no passado.
03- Analise as sentenças abaixo e, depois, faça o que se pede:
1- Quero agradecer àquela advogada a atenção dispensada.
2- Refiro-me aquilo que houve na aula passada.
3- Não dei importância àquilo que foi mencionado pelo André.
4- Foi ele quem escreveu àquele e-mail.
5- O jornal anunciou aquela notícia que todos esperavam.
Estão corretos, segundo a norma culta, os itens:
a) 1, 2 e 3 somente.
b) 1, 3 e 5 somente.
c) 1, 3 e 4 somente.
d) Somente 1.
e) Somente 3.
PADRÃO CESPE: “Segundo preceituam diversos documentos bioéticos, éticos e, em
alguns países, até normas legais, qualquer voluntário tem que ser informado sobre
os possíveis riscos que a experiência, à qual será submetido, poderá acarretar,
para somente depois dar seu aceite; porém, se considerarmos o desnivelamento
sócio-educacional da população, veremos que é no mínimo dúbia a plena
capacidade de entendimento dos voluntários sobre a experiência à qual será
submetido”.
04- A ocorrência de crase em à qual (nas duas evidências) ocorre pelas seguintes
razões: primeiro, a estrutura será submetido é fornecedora de preposição A; e,
segundo, o pronome relativo a qual, cuja referência é feita à palavra experiência,
disponibiliza o artigo A em sua composição original.
05- Ainda sobre a ocorrência de crase do texto acima, é correto afirmar que, caso
substituíssemos o conjunto à qual (também nas duas possibilidades) por à que os
sentido bem como a correção gramatical seriam mantidos.
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109
Língua Portuguesa
GABARITO
1
C
2
B
3
B
4
V
5
F
3ª POSSIBILIDADE.
Coincidência 1
Presença de NOME*.
Coincidência 2
Exigência, por parte do NOME, da preposição “A”
Coincidência 3
Presença de Substantivo feminino (e que aceite
“A”)
Coincidência 3.1
Presença dos exclusivos pronomes demonstrativos:
AQUILO; AQUELE(A)(S).
Coincidência 3.2
Ou dos exclusivos pronomes relativos: A QUAL; AS
QUAIS.
*Todos os substantivos, adjetivos e advérbios são nomes. Alguns pedem
preposição, outros não. Só darão margem a que ocorra crase somente aqueles
que forneçam preposição “A”.
Obs.: Caso falhe uma dessas coincidências, a possibilidade de crase está
invalidada.
Þ O aluno estava muito atento a + as aulas de legislação. (às aulas)
ÞA dedicação a + a vida religiosa trouxe-lhe paz. (à vida)
Þ Sua reação foi desproporcional a + aquilo que aconteceu. (àquilo)
Þ Era contrário a + o plano do governo. (ao plano)
Obs.: Veja que as palavras fornecedoras de preposição não são mais os verbos, e
sim os NOMES.
EXERCÍCIOS 03
01- CESPE: “A Agência Brasileira de Inteligência (ABIN), órgão central do Sistema
Brasileiro de Inteligência (SISBIN), deve assumir a missão de centralizar, processar e
distribuir dados e informações estratégicas para municiar os órgãos policiais
(federais, estaduais e municipais) nas ações de combate ao crime organizado.
Além disso, a ABIN é responsável por manter contato com os serviços de
inteligência parceiros, para favorecer a troca de informações e a cooperação
multilateral”.
Prof. Eli Castro
110
Língua Portuguesa
(
) A substituição da expressão "ao crime organizado" por à criminalidade
alteraria o sentido original do texto, mas não prejudicaria a correção gramatical
do período.
02- CESPE: “Assim, os dilemas inerentes à convivência entre democracias e serviços
de inteligência exigem a criação de mecanismos eficientes de vigilância e de
avaliação desse tipo de atividade pelos cidadãos e(ou) seus representantes”.
(
) O uso do sinal indicativo de crase no trecho "os dilemas inerentes à
convivência" não é obrigatório.
03- CESPE: “A ocultação, pela indústria do asbesto (amianto), dos perigos
representados por seus produtos provavelmente custou tantas vidas quanto as
destruídas por todos os assassinatos ocorridos nos Estados Unidos da América
durante uma década inteira; e outros produtos perigosos, como o cigarro,
também provocam, a cada ano, mais mortes do que essas”.
(
) No segmento "quanto as destruídas" o emprego do acento grave é
facultativo, visto que o termo "quanto" rege complemento com ou sem a
preposição “a”.
04- CESPE: “Essa análise permite, ainda, abordar um outro ponto: a caracterização
dos grupos em função de sua representação social. Isto quer dizer que é possível
definir os contornos de um grupo, ou, ainda, distinguir um grupo de outro pelo
estudo das representações partilhadas por seus membros sobre um dado objeto
social. Graças a essa reciprocidade entre uma coletividade e sua teoria, esta é
um atributo fundamental na definição de um grupo”.
(
) Já que a estrutura sintática exige a preposição “a”, a ausência de sinal
indicativo da crase em "a essa reciprocidade" mostra que, por causa da presença
do pronome demonstrativo "essa", o artigo não é aí usado.
05- FCC: Leia atentamente as orações abaixo e, em seguida, faça o que se pede:
I - Em relação a renda familiar, o emprego intensivo de mão-de-obra não é a
melhor solução.
II - Desde a última década, sinistros presságios atormentavam-lhe a mente.
III Os investidores americanos, habituados à lentidão do ritmo
inflacionário, conseguem acumular fortuna.
De acordo com a norma culta:
a) todos os períodos estão corretos
b) nenhum dos três períodos está correto
c) estão corretos os períodos I e II
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111
Língua Portuguesa
d) estão corretos os períodos II e III
e) somente o período III está correto
06- CESGRANRIO: Na frase: "O pacote econômico tende a satisfazer as exigências
do mercado", substituindo-se satisfazer por satisfação, tem-se a forma correta:
a)
b)
c)
d)
e)
tende à satisfação as exigências do mercado.
tende a satisfação das exigências do mercado.
tende a satisfação das exigências ao mercado.
tende a satisfação às exigências do mercado.
tende à satisfação das exigências do mercado.
07- FCC: “Uma floresta secundária apresenta, segundo estudo recente,
biodiversidade semelhante ...... da floresta original, embora haja especialistas que
contestam o fato de que as matas de segunda geração evoluam de modo ......
garantir as condições ideais de sobrevivência ...... cada uma das espécies”.
As lacunas da frase acima estarão corretamente preenchidas, respectivamente,
por
a) a - à - à
b) à - a - à
c) à - a - a
d) a - à - a
e) à - à - a
Obs.: O detalhe dessa questão é lembrar que crase pode ocorrer em
palavras elididas (ou seja, apagadas).
08- FCC: Os objetivos ...... que se propunham os idealizadores da Declaração dos
Direitos Humanos referiam-se ...... criação de situações favoráveis de vida ...... mais
diversas populações do planeta.
As lacunas da frase acima estarão corretamente preenchidas, respectivamente,
por:
a) a - a - às
b) à - à – as
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Língua Portuguesa
c) à - à – às
d) à - a - as
e) a - à – às
Obs.: Lembre-se de que adjetivos não neutralizam crase. Tipo: “Eu fui à mais antiga
praia da cidade”.
09- FCC: Justificam-se ambas as ocorrências do sinal de crase em:
a
(A) Na entrevista que concedeu à TV, a juíza recorreu à uma frase de Disraeli.
(B) A frase à que se reportou a juíza diz respeito à distinções éticas.
(C) Faltam audácia e iniciativa à quem deveria propor-se às ações afirmativas.
(D) Não se abra àqueles inescrupulosos o campo favorável à impunidade.
(E) A comunidade dos justos assiste à obrigação de dar combate à tal ousadia.
Obs.: O detalhe dessa questão baseia-se no fato de que “tal” é um pronome
indefinido. Não ocorre crase diante de pronomes indefinidos.
10- ESAF: Marque o item que preenche de forma correta as lacunas do texto
seguinte:
“Institucionalizada ___ partir das lutas antiabsolutistas, no século 18, e da expansão
dos movimentos constitucionalistas, no século 19, ___ democracia representativa
foi consolidada ao longo de um processo histórico marcado pelo reconhecimento
de três gerações de direitos humanos: os relativos ___ cidadania civil e política, os
relativos ___ cidadania social e econômica e os relativos ___ cidadania "pósmaterial", que se caracterizam pelo direito ___ qualidade de vida, ___ um meio
ambiente saudável, ___ tutela dos interesses difusos e ao reconhecimento da
diferença e da subjetividade”.
(Baseado em Mário Antônio Lobato de Paiva em www.ambitojurídico.com.br)
a)
b)
c)
d)
e)
a, à, à, a, à, à, a, a
a, a, à, à, à, à, a, à
à, a, a, à, à, a, a, à
à, a, a, à, à, à, a, à
a, à, à, a, à, à, a, à
Obs.: Uma boa leitura, entendendo o conjunto das ideias, resolve suas
dúvidas.
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113
Língua Portuguesa
GABARITO
1
V
2
F
3
F
4
V
5
D
6
E
7
C
8
E
9
D
10
B
4ª POSSIBILIDADE.1
Coincidência
ÚNICA
Presença de locução adverbial, prepositiva ou
conjuntiva femininas.
Obs.: Lembre-se de que, nos casos que vamos investigar agora, levar em conta o
contexto é fundamental.
1º Momento: é de tradição acentuar o "a" nas locuções femininas para evitar
ambiguidades na frase. Vejamos:
1-Joana pinta à noite. (no turno da noite)
2-Joana pinta a noite. (faz pinturas da noite, da lua, das nuvens etc.)
3- O homem cheirava a gasolina. (inalava a gasolina)
4- O homem cheirava à gasolina. (tinha cheiro de gasolina)
7- Ele matou a fome. (saciou-se)
8- Não se mata à fome. (modo como não se deve matar alguém: à míngua,
sem comida)
2º Momento: usa-se acento indicativo de crase nas indicações de hora,
quando houver precisão (exatidão).
1- Ele saiu de Londrina às 14 horas. (Precisa)
2- Ele deixou Fortaleza à uma hora . (Precisa)
3- Nós sairemos daqui a duas horas. (Imprecisa)
4- A qualquer hora pode ocorrer um assalto. (Imprecisa)
1
Muita atenção porque aqui surge mais uma divergência entre os gramáticos: para Evanildo Bechara, Celso Cunha, Lindley Cintra e Marcelo
Rosenthal “locuções adverbiais femininas regidas de preposição A, por motivo de clareza, devem ocorrer com acento grave”. Essa afirmação foi
retirada de Gramática para concursos, página 375. Fiz essa referência porque existem muitos gramáticos que “inventam” exceções. Dizem, por
exemplo, que locuções adverbiais que indicam noção de instrumento não recebem crase. Veja os exemplos: “Ele escreveu a carta a mão”. Ou “O
bandido foi morto a faca pelo comparsa”. Tais gramáticos acreditam que a crase é desnecessária, uma vez que o entendimento da frase não é
comprometido. Nem Sempre: se eu escrevo “Trancou a casa à chave”, entendo que alguém trancou a casa usando a chave; mas se escrevo “Trancou
a casa a chave” posso entender tão-só que a chave trancou a casa. Portanto, não são iguais os sentidos.
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114
Língua Portuguesa
5- Ele estuda de três a seis horas por dia. (Imprecisa)
6- Ele estuda das três às seis horas todos os dias. (Precisa)
3º Momento: usa-se acento indicativo de crase nas locuções prepositivas e
conjuntivas.
1- O casal deixou o prédio às escondidas.
2- Depois da conversa, tudo ficou às claras.
3- O restaurante estava às moscas.
4- O jovem estava à procura de emprego.
5- À medida que se envolvia com pessoas incautas, começava a ter
problemas na família.
6- À proporção que fazia exercícios, emagrecia deveras.
4º Momento: Contudo, tenha cuidado:
1- A procura por emprego temporário cresce no fim do ano.
2- Ele não informou a medida que seria usada de sal.
Obs.: Aqui não ocorre presença de acento indicativo, pois não temos mais
expressões, mas sim apenas substantivos antecedidos de preposição e de
artigo, respectivamente.
5º Momento: não se emprega acento grave em expressões adverbiais cuja
primeira palavra for masculina.
1- Ele sempre mata a sangue-frio.
2- O quarto cheirava a óleo de cozinha.
3- Ando muito a pé.
4- Use sal e pimenta a gosto.
5- O quarto cheirava a vômito.
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Língua Portuguesa
Exemplos de outras expressões que podem receber, quando o contexto for
favorável, o acento indicativo de crase apoiados na 4ª possibilidade.
à tarde, à chave, à noite,
à escuta, à direita, à deriva,
às claras, às avessas, às escondidas
às moscas, à toa, à revelia
à beça, à luz, à esquerda
à larga, às vezes, às ordens
às ocultas, às turras, à beira de
à sombra de, à exceção de, à força de
à frente de, à imitação de, à procura de,
à semelhança de, à proporção que, à medida que
EXERCÍCIOS 04
01- CESPE: “E, enquanto os latifúndios de mais de mil hectares ─ 3% do total das
propriedades rurais do Brasil ─ ocupam 57% agriculturáveis, 4,8 milhões de famílias
sem-terra estão à espera de chão para plantar”.
(
) O emprego do sinal indicativo de crase na expressão "à espera" é
obrigatório; portanto, sua retirada acarretaria prejuízo ao sentido do texto.
Obs.: Mesmo que você não perceba, quando se retira acendo grave de
expressões como “à vontade” ou “às vezes” os sentidos serão alterados ou
danificados.
02.
Assinale a opção em que o A sublinhado nas duas frases deve receber
acento grave indicativo de crase:
a)
b)
c)
d)
e)
Fui a Lisboa receber o prêmio. / Paulo começou a falar em voz alta.
Pedimos silêncio a todos. Pouco a pouco, a praça central se esvaziava.
Esta música foi dedicada a ela. / Os romeiros chegaram a Bahia.
Saiu, às escondidas, da casa do amigo. / O carro entrou a direita da rua.
Todos a aplaudiram. / Escreva a redação a tinta.
Obs.: Aqui você usar aquela conhecida dica:
Quem volta DE
Não há crase
Quem volta DA
Há crase
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Língua Portuguesa
03- Observe as alternativas e assinale a que não contiver erro em relação à crase:
a) Rabiscava todos os seus textos à lápis para depois escrevê-los à máquina.
b) Sem dúvida que, com novos óculos, ele veria a distância do perigo, aquela
hora do dia.
c) Referia-se com ternura ao menino, afeto às meninas e, com respeito, a
várias pessoas menos íntimas.
d) Àquela distância, os carros só poderiam bater; não obedeceram as regras
do trânsito.
e) Fui à Maceió provar um sururu à região.
04a)
b)
c)
d)
e)
Assinale a frase gramaticalmente correta:
O papa caminhava à passo firme.
Dirigiu-se ao tribunal disposto à falar ao juiz.
Chegou à noite, precisamente as 10 horas.
Esta é a casa à qual me referi ontem às pressas.
Ora aspirava a isto, ora aquilo, ora a nada.
Obs.: Note que, no último item, há presença de paralelismo sintático.
05a)
b)
c)
d)
e)
06-
De acordo com a norma padrão culta, a única frase incorreta é:
Partirei daqui à uma hora.
O teste visa à esta qualidade do produto.
Ele vive à margem da comunidade.
O funcionário foi chamado às pressas pelo diretor.
Deixou a cidade à procura de um ideal.
O acento grave, indicador de crase, está empregado incorretamente em:
a)
b)
c)
d)
Tal lei se aplica, necessariamente, à mulheres de índole violenta.
As novelas, às quais assisti, problematizam a questão da droga.
Entregou as chaves da loja àquele senhor que nos desacatou na praça.
O delegado disse ao prefeito e aos vereadores que estava à procura dos
foragidos.
e) O bom atendimento às pessoas pobres deve ser prioridade da nova
administração.
Obs.: Se você vir uma “a” e, depois, uma palavra feminina no plural, nunca
haverá crase. Lembre-se!
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117
Língua Portuguesa
07- Assinale a frase que pode ser completada por Há - a - à, nessa ordem:
a) ....... tempos não ....... via, mas sempre estive ....... espera de um encontro.
b) Aqui, ....... beira do rio, ....... muitos anos, existiu ....... casa-grande do
engenho.
c) Em resposta ....... essa solicitação, só posso dizer que não ....... vaga ........
disposição.
d) Fiz ver, ....... quem de direito, que não ....... possibilidades de atender .......
solicitação.
e) ....... esperança de obtermos, ....... custa de muito empenho, ....... vaga de
segurança.
Obs.: “Haver” pode assumir valor de “existir” e de “fazer”, indicando tempo
decorrido (ou seja, tempo passado).
08- O uso da crase está incorreto está em:
a)
b)
c)
d)
e)
Chegaram a argumentar cara à cara que não aceitariam sugestões.
Já demos nossa contribuição à associação beneficente do bairro.
À custa de sacrifício, os estudantes conseguiram ser aprovados.
Transmita àqueles jovens nossa mensagem de esperança no futuro.
Esta construção é igual à que meu primo construiu na periferia.
09- Preencha a sequência da melhor forma possível. “O fenômeno ....... que aludi
é visível ....... noite e ....... olho nu”.
a) a - a - a
b) a - à - à
c) a - à - a
d) à - a - à
e) à - à – a
10a)
b)
c)
d)
e)
Assinalar a alternativa em que está correto o uso da crase:
Tenho um carro à álcool e outro à gasolina.
Os turistas ficaram um bom tempo à contemplar a praia.
Escreva sempre à tinta, nunca à lápis.
Andávamos às escuras, à procura dos índios.
Aquela expedição esteve à andar pelas selvas durante muito tempo.
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118
Língua Portuguesa
11- Assinale a frase na qual a palavra não deve receber o acento indicativo de
crase:
a) Os apelos a internacionalização da Amazônia ganham contornos de
avalanche.
b) Toda manhã, a qualquer hora, depois de ler o jornal do dia, fico pensando
na vida.
c) Aquela hora morta da madrugada, todos estavam recolhidos ao leito.
d) Muitas das reivindicações dos sindicatos trabalhistas são semelhantes as da
classe patronal.
e) Os petroleiros apresentaram ao Ministro uma pauta de reivindicações igual a
que haviam divulgado no ano anterior.
Obs.: Note que, antes de “da” (item d) e “que” (item e) notam-se as respectivas
palavras subentendidas “reivindicações” e “pauta” (ambas femininas).
GABARITO
01 02 03 04 05 06 07 08 09 10 11
V D C D B
A A A C D B
CASOS FACULTATIVOS
1 . Antes de pronomes possessivos femininos:
Ex.: Ele disse tudo a minha amiga. (à minha amiga)
2. Antes de nomes próprios femininos:
Ex.: O porteiro comunicou o corrido a Patrícia. (à Patrícia)
3. Depois da preposição ATÉ.
Ex.: O turista inglês irá até a barraca dos peixes. (até à barraca dos peixes)
Cuidado: para que sejam facultativos, não basta que apenas existam
pronomes possessivos femininos, nomes próprios femininos ou presença de
preposição “até”. Se não houver verbo ou nome que rejam preposição “a”,
é mesmo que nada. Veja:
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119
Língua Portuguesa
1- O vento arrastava até as mesas pesadas. (Não é possível usar crase, pois
“arrastar” é VTD)
2- O garoto paquerou a Ana Lúcia. (Não é possível usar crase, pois
“paquerar” é VTD)
3- O arquiteto projetou a minha varanda com perfeição. (Não é possível usar
crase, pois “projetar” é VTD).
Exercícios 05
01- CESPE: “A tintura do alecrim-pimenta é um medicamento fitoterápico, ou seja,
produzido exclusivamente de matéria-prima ativa vegetal. O líquido, obtido após
a maceração das folhas e o descanso em uma solução com álcool, é indicado
para muitas aflições”.
(
) A correção gramatical do texto seria mantida se, no trecho "após a
maceração" fosse empregado acento indicativo de crase, dado que a expressão
nominal está antecedida da palavra "após", a qual faculta o uso desse acento.
02- CESPE: “Assim, os dilemas inerentes à convivência entre democracias e serviços
de inteligência exigem a criação de mecanismos eficientes de vigilância e de
avaliação desse tipo de atividade pelos cidadãos e(ou) seus representantes”.
(
) O uso do sinal indicativo de crase no trecho "os dilemas inerentes à
convivência" não é obrigatório.
03- PADRÃO CESPE: “Em dezembro de 2010, no auge da perseguição ao Wikileaks,
os EUA conseguiram tirá-lo do ar. O site acabou voltando, mas, motivado por esse
episódio, um grupo de hackers e piratas quer tomar uma medida radical: criar
uma rede alternativa, que seria imune às autoridades. O projeto é encabeçado
pelo sueco Peter Sunde, que tem motivos para isso - é dono do site Pirate Bay, que
vive na mira da polícia”.
Revista Superinteressante (Com adaptações)
► Com relação às estruturas linguísticas, assinale a opção correta.
a) Uma maneira correta de reescrever a estrutura “...quer tomar uma medida
radical:...” seria da seguinte forma: “...quer tomar à medida radical de...”.
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120
Língua Portuguesa
b) A ocorrência de crase na estrutura “às autoridades” é, conforme as regras
gramaticais, facultativa e, por isso, poderíamos escrevê-la assim: “a autoridades”.
c) A ocorrência de crase em “às autoridades” é obrigatória porque a estrutura
verbal reclama a presença de preposição e “autoridades” é substantivo feminino
que aceita artigo “as”.
d) Caso substituíssemos a expressão “na mira da polícia” por “à mercê da polícia”,
as regras gramaticais seriam respeitadas bem como os sentidos originais seriam
preservados.
e) Embora os sentidos fossem levemente alterados (sem que houvesse prejuízo ao
texto), seria correto gramaticalmente escrever “a autoridades” no lugar de “às
autoridades”.
Obs.: Volte aos casos facultativos e confirme quais elementos gramaticais
permitem uso ou não de crase.
04- PADRÃO CESPE: “Segundo o inglês Jack Challoner, autor de diversos livros sobre
história da ciência, entre eles 1.001 invenções que mudaram o mundo (Sextante),
recém-lançado no Brasil, embora toda invenção tenha a sua importância,
algumas mudaram mais os rumos do mundo por serem essenciais em momentos
específicos. “Se você estiver no banheiro e precisa se limpar, o motor a vapor ou a
roda não tem a mínima importância. Naquele momento, a maior invenção do
mundo é o papel higiênico, algo bem mais simples”, exemplifica o escritor em
entrevista ao Correio.
A análise de Challoner mostra que não é porque algo foi criado há muito tempo e
seu uso acabou extremamente banalizado que ele deixa de ser importante. A
cola, ele lembra, foi desenvolvida pelos egípcios há cerca de 6 mil anos.
(...)
As primeiras versões, feitas à base de cera de abelha, serviam para colar as
tábuas dos barcos. “Os humanos inventam coisas há milhares de anos, e as
espécies anteriores ao homem, há mais tempo ainda. Mesmo assim, ao pensarmos
em invenções, logo imaginamos realizações do último século”, afirma Challoner.
“Isso acontece porque o mundo muda muito mais rápido do que antes. As novas
invenções chamam mais a atenção do que aquilo que foi feito há séculos”,
completa”.
Correio Braziliense (Com adaptações)
Prof. Eli Castro
121
Língua Portuguesa
►Com relação às estruturas linguísticas, assinale a opção correta.
a) O uso de acento indicado de crase em “a”, antes de “sua” é facultativo, já que
existe a presença de pronome possessivo feminino.
b) As expressões “a vapor” e “a roda” não recebem acento indicador de crase
por tratarem de expressões gramaticais cuja classificação é igual à que surge na
frase a seguir: “O petroleiro cheirava a gás”.
c) O uso de acento grave na expressão “à base de” justifica-se pela mesma razão
que ocorre tal fenômeno na sentença a seguir: “Aquela criança está à margem
da civilidade humana”.
d) O verbo “há”, depois de “coisas”, poderia ser substituído por “à cerca de” sem
que a correção gramatical bem como os sentidos textuais fossem comprometidos.
e) O uso de crase em “a” (último período) é facultativo.
Obs.: Adjuntos adverbiais (que se relacionam com verbos, adjetivos e até
advérbios) são diferentes de adjuntos adnominais (que se relacionam com
substantivos).
GABARITO
01
F
02
F
03
E
04
C
LEMBRETES BÁSICOS SOBRE CRASE
1- Nunca ocorre acento indicativo de crase antes de verbos.
- Ele saiu a procurar um novo emprego.
2- Não ocorre acento indicativo de crase antes de pronomes pessoais,
demonstrativos, indefinidos, e expressões de tratamento.
- Refiro-me a ti
- Dirigi-me a ela
- Apresento-o a você.
- Venha a nós o Vosso Reino.
- Respondo a Vossa Senhoria.
- Não me referi a esta carta.
- Direi a qualquer pessoa.
Prof. Eli Castro
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Língua Portuguesa
3- Diante de “casa”, “distância” e “terra” (com sentido de bordo; ou seja, terra
firme) só haverá a possibilidade de crase se tais palavras estiverem especificadas.
- Mais tarde irei a casa.
- Mais tarde irei à casa do João.
- Eles ainda se viam a distância.
- Eles ainda se viam à distância de 1 km.
- O marujo desejava regressar a terra.
- O marujo desejava regressar à terra de sua infância.
4- Quando estiver subentendida a expressão “à moda de” antes de um
substantivo masculino, há crase.
- Fiz uma maminha à Alex Atala.
5- Entre palavras repetidas nunca há crase.
- Eles iam se apaixonando manhã a manhã.
05. Concordância Verbal
RELEVÂNCIA DO ASSUNTO EM PROVAS: Alta. Raras são as provas que não trazem
uma questão sobre o tema Concordância Verbal. Atenção!
DICA: Não é possível estudar Concordância Verbal sem saber a classificação de
todos os tipos de sujeito. Perceba que, ao encontrar o sujeito do período ou do
parágrafo, você fica muito perto de acertar a flexão do verbo. Por isso, sugiro que
comecemos essa jornada pelo tema Sujeito.
DICA DE ESTUDO: As regras são muitas, mas você não precisa tentar memorizar
todas. Algumas são muito restritas ao universo do vestibular ou são comuns apenas
a textos literários, os quais figuram menos nas provas.
POSSIBILIDADE DE CAIR NA PROVA: Para nível fundamental, a possibilidade é
razoável (uma questão); para nível médio, no mínimo, uma (isso numa prova de 15
a 20 questões); e, para nível superior, a possibilidade é igual à do nível médio, o
grau de dificuldade é que será maior.
STATUS: Em sala e com o professor.
Prof. Eli Castro
123
Língua Portuguesa
PRINCÍPIO FUNDAMENTAL
Como a concordância verbal baseia-se essencialmente na relação Sujeito-Verbo,
apresento como proposta de melhor compreensão desse assunto a troca do
sujeito (que pode vir explicitamente, como também bastante disfarçado) pelos
seguintes pronomes pessoais:
Eu
Tu
Ele/a
Nós
Vós
Eles/as
A ideia é, depois de localizado o sujeito, tentar ver por qual desses pronomes ele
pode ser substituído. Feita essa conferência, ajuste o sujeito (ou o pronome) a sua
devida flexão verbal.
- As próprias folhas das árvores absorvem parte da chuva e reduzem o impacto
das gotas no solo.
Trocaremos o sujeito “As próprias folhas das árvores” por “Elas” (3ª pessoa do
plural); daí o verbo ter que ir, obrigatoriamente, para o plural.
Já em:
- Obras de contenção de encosta, treinamento de voluntários, monitoramento da
aproximação das chuvas, medição do índice pluviométrico por área das cidades,
cálculo do grau de saturação do solo encharcado (prevendo-se o risco de
deslizamento) estão entre as medidas que reduziram o número de mortes e de
desabrigados em Belo Horizonte e no Rio de Janeiro
Trocaremos o sujeito “Obras de contenção de encosta, treinamento de
voluntários, monitoramento da aproximação das chuvas, medição do índice
pluviométrico por área das cidades, cálculo do grau de saturação do solo
encharcado (prevendo-se o risco de deslizamento)” por “Eles” (3ª pessoa do
plural); daí o verbo ter que ir também, obrigatoriamente, para o plural.
E em:
- A União, após realizar levantamentos em determinada área do pantanal matogrossense, editou decreto expropriatório de uma fazenda ali situada.
Trocaremos o sujeito “A União” por “Ela” (3ª pessoa do singular); daí o verbo
ter que ir, obrigatoriamente, para o singular.
Prof. Eli Castro
124
Língua Portuguesa
QUANDO O SUJEITO FOR COMPOSTO.
· 1º. Caso:
Quando o sujeito composto vier anteposto ao verbo, o verbo irá para o plural.
- As ações da Petrobrás e a cotação do dólar caíram.
- Leitura, trabalho e planejamento pareciam convenientes àquele novo governo.
2º Caso:
Quando os núcleos do sujeito composto vierem resumidos por tudo, todos, nada,
alguém ou ninguém, o verbo concordará com a palavra resumidora.
Ex.:
- Leitura, trabalho, planejamento, nada parecia conveniente àquele novo
governo.
- Motoristas, taxistas, caminhoneiros, todos queriam a greve.
3º. Caso:
Quando o sujeito composto vier posposto ao verbo, o verbo irá para o plural
ou concordará apenas com o núcleo do sujeito que estiver mais próximo.
Ex.:
- Caíram as ações da Petrobrás e a cotação do dólar.
- Caíram a cotação do dólar e as ações da Petrobrás.
- Caiu a cotação do dólar e as ações da Petrobrás.
- Questionou-se a vitória do Brasil, a expulsão do jogador adversário e a demora
para o início da partida.
- Questionaram-se a vitória do Brasil, a expulsão do jogador adversário e a
demora para o início da partida.
4º. Caso: Sujeito ligado por “ou”.
Quando os núcleos do sujeito vierem ligados pela conjunção “Ou”, o verbo ficará
no singular se houver ideia de exclusão. Se houver ideia de inclusão o verbo irá
para o plural.
Ex.:
- Brasil ou Argentina sediará o próximo congresso. (Exclusão)
Prof. Eli Castro
125
Língua Portuguesa
- Peixe ou camarão são ricos em ômega 3. (Inclusão)
- Pedro ou Antônio será o presidente do clube. (Exclusão)
- Laranja ou mamão fazem bem à saúde. (Inclusão)
CONDIÇÃO ESPECIAL
- Petistas ou Tucanos vencerão as eleições. (Exclusão. Mesmo assim, verbo no
plural).
QUANDO O SUJEITO FOR UM NUMERAL OU INDICAR QUANTIDADE
1º Caso: Sujeito formado por expressão partitiva, percentual ou fracionária
Para termos que indiquem ideia partitiva ou fracionária, quando possuírem adjunto
adnominal pluralizado, admitirão que o verbo pode ir para o plural ou ficar no
singular.
Ex.:
A maioria dos candidatos fez (fizeram) a prova.
A menor parte dos torcedores garantiu (garantiram) ingresso.
Caso a palavra partitiva vier encabeçada por uma porcentagem,
concordância também se dará com o número percentual ou com o adjunto.
a
Ex.:.
40% das vagas foram ocupadas por novatos.
1,8% dos advogados pediu (pediram) a anulação do processo.
DETALHE: de 0,0% até 1,9% significa SINGULAR. De 2,0% até o
infinito, PLURAL.
Caso não haja adjunto no plural, a concordância se dará normalmente com o
número percentual.
Ex.:
25% chegaram aos seus objetivos.
1,6% desistiu da prova.
Prof. Eli Castro
126
Língua Portuguesa
Caso o sujeito seja formado por um numeral em forma de fração, concorde,
preferencialmente, com o numerador; mas organizadoras como o CESPE, por
exemplo, não veem como erro a concordância com o adjunto.
Ex.:
¼ dos alunos não entregou (entregaram) o trabalho.
2/6 da cidade questionaram (questionou) a prefeitura.
ATENÇÃO: Caso surja o artigo “OS” antes dos percentuais ou das frações, o
verbo irá, OBRIGATORIAMENTE, para o PLURAL.
Ex.: Os 10% da comunidade requereram novas eleições.
Ex.: Os 2/5 da comunidade requereram novas eleições.
CONCORDÂNCIAS PROBLEMÁTICAS
Considero problemáticas porque essas concordâncias não são consensuais
entre os gramáticos. Abram-se dez manuais e você notará divergências,
senão pouca clareza nas definições. Nesses casos, expressões conjuntivas ou
mesmo preposições NORMALMENTE ou PREFERENCIALMENTE aparecem com
muita frequência conduzindo a regra, o que revela a total insegurança dos
próprios legisladores. O que podemos fazer é torcer para que tais
concordâncias não apareçam em nossos concursos. Mas, se aparecerem,
siga a linha do que NORMALMENTE costuma acontecer.
· 1º Caso: Sujeito ligado por uma série aditiva enfática:
Se o sujeito composto tem os seus núcleos ligados por uma série aditiva
enfática (não só...mas também; tanto...quanto; não só...como também etc.), o
verbo vai, NORMALMENTE, para o plural.
Ex: Tanto o Brasil como a Argentina haviam perdido a classificação.
· 2º Caso: Sujeito ligado por “com”.
Prof. Eli Castro
127
Língua Portuguesa
Se o sujeito no singular é seguido imediatamente de outro no singular ou no
plural mediante a preposição “com” o verbo ficar no plural se não houver
presença de vírgulas:
Ex.:
Essas explicações evitavam que o desembargador com os seus velhos amigos
interrogassem os primeiros suspeitos.
Se houver presença de vírgulas, concorde com o núcleo anterior à expressão
virgulada:
O rei, com toda a sua corte, estava satisfeito por tudo que ocorria no castelo.
Os alunos, com toda a equipe pedagógica, modificaram o planejamento.
· 3º Caso: Sujeito ligado por nem...nem.
Quando o sujeito for ligado pela série aditiva nem..nem, o verbo pode ir,
NORMALMENTE, para o plural ou ficar no singular.
Ex.: É difícil entender que nem o respeito nem o amor o comoviam (comovia).
Mas cuidado!!!
Se o sujeito for constituído por nem um nem outro, o verbo fica,
NORMALMENTE, no singular.
Ex.: Nem um nem outro aluno compareceu à aula.
4º Caso: Sujeito ligado por Um ou outro.
Se o sujeito for constituído por Um ou outro, o verbo fica, NORMALMENTE, no
singular.
Ex.: Um ou outro menino usava sapatos.
5º Caso: Sujeito ligado por Um e outro
Se o sujeito for constituído por Um e outro, o verbo fica, NORMALMENTE, no
plural.
Ex.: Uma e outra aluna estudavam bastante.
Prof. Eli Castro
128
Língua Portuguesa
CONCORDÂNCIA COM O VERBO SER (concordância especial).
O verbo Ser deveria sempre concordar como o seu sujeito (deveria).
Ex.: O orador era arrogante.
Entretanto, o verbo Ser pode, em vez de concordar como o sujeito,
concordar como o seu predicativo.
a) Quando aparecerem os pronomes isto, isso, aquilo, tudo, ninguém, nenhum ou
expressão de valor coletivo, como o resto ou o mais.
Exemplos:
Tudo eram alegrias e cânticos.
Isso são mentiras.
Veja que ele falou muita coisa importante; o resto foram bobagens de homem
apaixonado.
b) Quando o sujeito for formado pelos pronomes interrogativos que, quem ou o
que.
Exemplos:
Que são essas cartas?
O que são atos éticos?
Quem eram os convidados?
Não sei quem são os vencedores. (Veja que aqui há uma interrogação indireta).
c) Quando o verbo Ser for empregado impessoalmente.
Exemplos:
São dez horas.
Hoje são 15 de novembro. [Aqui também se permite a forma “Hoje é (dia) 15 de
novembro”].
De minha casa ao Teatro José de Alencar são 5 quilômetros.
d) Quando o verbo “Ser” for usado nas expressões é muito, é pouco, é mais de, é
tanto e o sujeito for representado por termo no plural que denote preço, medida
ou quantidade.
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Língua Portuguesa
Exemplos:
Oitenta mil reais é pouco para quem quer mudar radicalmente de vida.
Duzentos gramas de queijo é muito para o café da manhã.
CONCORDÂNCIAS ESPECIAIS
1- COM A EXPRESSÃO “UM DOS QUE”.
Com a expressão "Um dos que" ou "Uma das que" o verbo ficará no singular
ou no plural (preferível). Por isso, o plural é construção dominante.
Ex.: Você é um dos que mais estudam (estuda).
Mas, cuidado!!!
A estrutura “Um dos” só admite a concordância do verbo no singular por
uma questão semântica. Veja: quando se diz “Ricardo foi um dos que fez o
exercício”, não só Ricardo fez o exercício, como os outros também o fizeram.
Porém, quando se informa: “Um dos alunos fez o exercício”, está claro que apenas
um fez o exercício, os outros não.
2- COM EXPRESSÕES APROXIMATIVAS
Quando o sujeito for constituído das expressões aproximativas "mais de", "menos
de", "cerca de" o verbo concordará com o numeral que segue as expressões.
Ex.:
Mais de uma pessoa protestou contra a lei.
Mais de vinte pessoas protestaram contra a decisão.
Cerca de seis homens discutiram.
Cuidado!!!! (estas situações são bem raras)
► Com a expressão "mais de um" pode ocorrer o plural:
- Quando o verbo dá ideia de ação recíproca (troca de ações).
Ex.: Mais de uma pessoa se abraçaram.
- Quando a expressão "mais de um" vem repetida.
Ex.: Mais de um amigo, mais de um parente estavam presentes.
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130
Língua Portuguesa
3- COM FORMAS INTERROGATIVAS
Se o pronome interrogativo ou indefinido estiver no singular o verbo só
concordará com ele. Se esses pronomes estiverem no plural, o verbo concordará
com ele ou com o pronome pessoal. As expressões mais utilizas são: Quais de nós;
qual de vós, Alguns de nós, Muitos de vós, Poucos deles; Poucos de nós, Qual
deles etc.
Ex.:
Qual de nós resolverá o assunto?
Qual de nós viajará?
Quais de nós viajarão / viajaremos?
Quais de vós estudarão/estudareis matemática?
4- COM NÚCLEOS COLETIVOS
Quando o sujeito for um coletivo o verbo ficará no singular.
Ex.: A multidão gritava desesperadamente.
Não esqueça!!!
Quando o coletivo vier seguido de um adjunto no plural, o verbo ficará no singular
ou poderá ir para o plural.
Ex.: A multidão de torcedores gritava (gritavam) desesperadamente.
5- COM O PRONOME RELATIVO “QUE”.
Quando o sujeito de um verbo for pronome relativo "que", o verbo concordará
com o antecedente deste pronome.
Ex.:
Sou eu que pago as minhas contas.
Foi ele que compartilhou o jantar conosco.
Foram Antônio e Adriano que controlaram a equipe.
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Língua Portuguesa
6- COM O PRONOME RELATIVO “QUEM”.
Quando o sujeito de um verbo for um pronome relativo "quem", o verbo
concordará com o antecedente ou ficará na 3º pessoa do singular concordando
com o sujeito “quem”.
Ex.:
Sou eu quem paga (pago).
Foram elas quem comparam (comprou) os vestidos.
Era Fernanda quem recebia as encomendas.
Fomos Pedro, André e eu quem discutimos (discutiu) o caso.
7- QUANDO O SUJEITO FOR NOME PRÓPRIO PLURAL
Quando o sujeito for formado por nome próprio que só tem plural, não antecipado
de artigo, o verbo ficará no singular; se o nome próprio vier antecipado de artigo o
verbo irá para o plural.
Ex.:
Minas Gerais possui grandes fazendas.
Camarões é um país africano.
Vidas Secas é um romance regionalista.
Os Estados Unidos são uma nação poderosa.
Os Emirados Árabes produzem muito petróleo.
8- QUANDO OS VERBOS FOREM IMPESSOAIS
Os verbos impessoais2 ficam sempre na 3ª pessoa do singular.
Ex.:
Faz dois anos que Paula foi à Europa.
Havia seis crianças na fila do cinema.
2
Entenderemos verbos impessoais aqueles que não nos autorizam as conjugações verbais. Também podemos perceber que uma
pessoa não pode realizar ações do tipo Chover, Trovejar, haver etc.
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Língua Portuguesa
Choveu muito no fim de semana.
Nesta madrugada, relampejou intensamente na região sul.
Não esqueça:
- Também fica na 3ª pessoa de singular o verbo auxiliar que se põe junto a um
verbo impessoal formando uma locução verbal.
Ex.: Deve haver crianças na fila.
Ex.: Pode haver greves até o final do dia.
VERBO EXISTIR
Ex.: Existiam crianças na fila. (O verbo existir não é impessoal).3
Ex.: Devem existir crianças na fila. (O verbo auxiliar de um verbo pessoal
concordará com o sujeito).
Ex.: Podem existir greves até o final do dia.
9- CONCORDÂNCIA COM VERBOS QUE INDICAM AS HORAS.
Com os verbos "dar", "bater", "soar", se aparecer o sujeito "relógio", ou qualquer
objeto que indique a quantidade de horas, a concordância se fará com ele; se
não aparecer com o sujeito "relógio" a concordância se fará com o número de
horas.
Ex.:
Ex.: O relógio deu cinco horas.
Ex.: Deram cinco horas no relógio da praça.
Obs.: “no relógio da matriz” funciona como adjunto adverbial de lugar.
3
O verbo EXISTIR é pessoal porque pode ser conjugado perfeitamente em todas as pessoas.
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Língua Portuguesa
10- CONCORDÂNCIA X PARTÍCULA “SE”.
A) Quando "se" funcionar como Partícula Apassivadora (P.A)4 o verbo concordará
normalmente com o sujeito da oração.
Ex.:
Pintou-se o carro.
Alugam-se casas.
Obs.: A palavra “se” será pronome apassivador sempre que o verbo associado a
ela for transitivo direto.
B) Quando o "se" funcionar como Índice de Indeterminação do Sujeito (I.I.S) o
verbo ficará, sempre, na 3º pessoa do singular.
Ex.:
Precisa-se de secretária.
Estuda-se muito aqui.
Gosta-se de carnaval.
Era-se feliz na infância.
Obs.: A palavra “se” será índice de indeterminação do sujeito sempre que o verbo
associado a ela for transitivo indireto, intransitivo ou de ligação.
11- CONCORDÂNCIA COM O VERBO AUXILIAR “PARECER”.
O verbo parecer, seguido de infinitivo admite duas construções:
A) Flexiona-se o verbo “parecer” e não se flexiona o infinitivo.
Os alunos parecem entender o assunto.
B) Flexiona-se o infinitivo e não se flexiona o verbo “parecer”.
Os alunos parece entenderem o assunto.
4
Essa classificação existe pela seguinte razão: a frase “Escrevem-se cartas de amor” (voz passiva sintética) pode ser transposta para a
forma analítica, mas sem a presença do agente da passiva: “Cartas de amor são escritas”.
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Língua Portuguesa
EXERCÍCIO DE FIXAÇÃO 01 ( Padrão CESPE)
01- Na oração "Há vinte meses que o Decreto foi revogado", a forma verbal "Há"
poderia ser corretamente substituída por Faziam.
02- “Assim, os anúncios da TV apregoam que tal loja está em liquidação, mas, se
repararmos bem, as lojas parecem estar em liquidação o tempo todo: daqui a
poucos meses teremos a liquidação de Carnaval, depois a liquidação de Páscoa,
a do dia das Mães, a do dia dos Namorados”.
► No trecho “daqui a poucos meses”, o vocábulo “a” poderia ser substituído, sem
prejuízo sintático ou semântico para o texto, pela forma verbal “há”.
03- “Estudos e o senso comum mostram que a carga genética exerce forte
influência nas características pessoais às quais damos o nome de talento”.
► A flexão de plural em "mostram" deve-se à concordância com o sujeito
composto por dois termos; se qualquer um desses termos fosse retirado, o verbo
deveria ir para o singular para que as regras de concordância da norma culta
fossem respeitadas.
04- “Da combinação entre velocidade, persistência, relevância, precisão e
flexibilidade surge a noção contemporânea de agilidade, transformada em
principal característica de nosso tempo. Uma agilidade que vem se tornando lugar
comum, se não na vida prática das organizações, pelo menos nos discursos.
Empresas, governos, universidades, exércitos e indivíduos querem ser ágeis”.
►A forma verbal "surge" poderia, sem prejuízo gramatical para o texto, ser
flexionada no plural, para concordar com "velocidade, persistência, relevância,
precisão e flexibilidade".
05- “Não direi, senhores, que a obra chegou à perfeição, nem que lá chegue tão
cedo. Os meus pupilos não são os solários de Campanela ou os utopistas de Morus;
formam um povo recente, que não pode trepar de um salto ao cume das nações
seculares”.
► A forma verbal "formam" está flexionada na terceira pessoa do plural para
concordar com a ideia de coletividade que a palavra "povo" expressa.
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06- “A recuperação econômica dos países desenvolvidos começou
perigosamente a perder fôlego. A reação dos indicadores de atividade na zona
do euro, que já não eram robustos ou mesmo convincentes, é agora algo
semelhante à paralisia. Os Estados Unidos da América cresceram a uma taxa
superior a 3% em 12 meses, mas a maioria dos analistas aposta que a economia
americana perderá força no segundo semestre”.
► Se o verbo da oração "mas a maioria dos analistas aposta" estivesse flexionado
no plural - apostam -, o período estaria incorreto, visto que, de acordo com a
prescrição gramatical, a concordância verbal, em estrutura dessa natureza, deve
ser feita com o termo "maioria".
07- “Assim, distintas teorias políticas e econômicas, fundadas em diferentes
ideologias do humano, enfatizam um aspecto ou outro dessa dualidade, seja
reclamando uma subordinação dos interesses individuais aos interesses sociais, ou,
ao contrário, afastando o ser humano da unidade de sua experiência cotidiana.
Além disso, cada uma das ideologias em que se fundamentam essas teorias
políticas e econômicas constitui uma visão dos fenômenos sociais e individuais que
pretende firmar-se em uma descrição verdadeira da natureza biológica,
psicológica ou espiritual do humano”.
► Na concordância com "cada uma das ideologias", a flexão de plural em
"fundamentam" reforça a ideia de pluralidade de "ideologias"; mas estaria
gramaticalmente correto e textualmente coerente enfatizar "cada uma",
empregando-se o referido verbo no singular.
08- “O movimento da vida passa a ser uma efervescência constante e as
mudanças a ocorrer em ritmo quase esquizofrênico, determinando os valores
fugidios de uma ordem temporal marcada pela efemeridade. Como tentativas de
acompanhar essa velocidade vertiginosa que marca o processo de constituição
da sociedade hipermoderna, surge a flexibilidade do mundo do trabalho e a
fluidez das relações interpessoais”.
► A forma verbal "surge" está flexionada no singular porque estabelece relação
de concordância com o conjunto das ideias que compõem a oração anterior.
09- “Em consonância com essa visão do desenvolvimento, a expansão da
capacidade humana pode ser descrita como a característica central do
desenvolvimento. O conceito de “capacidade” de uma pessoa pode ser
encontrado em Aristóteles, para quem a vida de um indivíduo pode ser vista como
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Língua Portuguesa
uma sequência de coisas que ele faz e que constituem uma sucessão de
funcionamentos. A capacidade refere-se às combinações alternativas de
funcionamentos a partir das quais uma pessoa pode escolher”.
► A flexão de plural em "constituem" mostra que o pronome "que" (anterior ao
verbo) concorda em número com "coisas"; mas seria igualmente correto e
coerente usar-se aí a flexão de singular, constitui, caso em que o pronome
concordaria com "sequência".
10- “Entre outros exemplos, citemos a formação da consciência moral, das
modalidades de controle de pulsões e afetos numa dada civilização, ou o dinheiro
e tempo. A cada um deles correspondem maneiras pessoais de agir e sentir, um
habitus social que o indivíduo compartilha com outros e que se integra na estrutura
de sua personalidade”.
► A flexão de plural em "correspondem" mostra que, pela concordância, se
estabelece a coesão com "maneiras"; mas seria igualmente correto e coerente
estabelecer a coesão com "cada um", enfatizando este termo pelo uso do verbo
no singular: corresponde.
GABARITO
01 02 03 04 05 06 07 08 09 10
E
E
E
E
E
E
E
E
C E
EXERCÍCIO DE FIXAÇÃO 02 ( Padrão CESPE)
TEXTO I
“Um governo, ou uma sociedade, nos tempos modernos, está vinculado a um
pressuposto que se apresenta como novo em face da Idade Antiga e Média, a
saber: a própria ideia de democracia. Para ser democrático, deve contar, a partir
das relações de poder estendidas a todos os indivíduos, com um espaço político
demarcado por regras e procedimentos claros”.
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Língua Portuguesa
01- O desenvolvimento das ideias demonstra que a flexão de singular em “deve”
estabelece relações de coesão e de concordância gramatical com o termo
“democracia”.
TEXTO II
“O governo garante que não faltarão recursos para as obras de infraestrutura. As
favelas ocupadas dispunham de cerca de 827 milhões de reais do Programa de
Aceleração do Crescimento para obras de saneamento e outras intervenções
urbanas. Também foram anunciados a construção de 19 escolas, obras de
contenção de encostas e um programa habitacional orçado em 144 milhões de
reais, entre outras medidas”.
02- A substituição de “foram anunciados” por “foi anunciado” manteria a
correção gramatical do texto.
TEXTO III
“Por um lado, congestionamentos crônicos, queda da mobilidade e da
acessibilidade, degradação das condições ambientais e altos índices de
acidentes de trânsito já constituem problemas graves em muitas cidades
brasileiras”.
03- A forma verbal “constituem” está flexionada na terceira pessoa do plural para
concordar com “problemas graves”.
TEXTO IV
“Contraposto aos sucessivos recordes de congestionamentos nas grandes cidades
brasileiras, esse resultado expõe as fragilidades de um modelo de desenvolvimento
e urbanização que privilegia o transporte motorizado individual, prejudica a
mobilidade e até a produtividade das pessoas. O carro, no entanto, não é o único
vilão”.
04- O trecho “o transporte motorizado individual” poderia, sem prejuízo à
coerência da argumentação, ser substituído por os transportes motorizados
individuais; contudo, para se preservar a correção gramatical do texto, seria
necessário flexionar a forma verbal “prejudica” na terceira pessoa do plural,
escrevendo-se prejudicam.
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138
Língua Portuguesa
TEXTO V
“A Bike será, quando entrar em linha de montagem, uma sucessora do Fusca. Tem
a mesma conjugação de linhas curvas. Encarna a próxima geração do meio de
transporte ao mesmo tempo racional, popular e simpático. Como tal, apresentouse oficialmente ao público, semanas atrás, em uma feira de automóveis na China.
Ela é elétrica. Carrega-se até em bateria de automóvel. Dobrável como um
contorcionista de circo, cabe no compartimento do estepe, no fundo do portamalas”.
05- Preservam-se a correção gramatical e as relações de coerência entre os
argumentos do texto ao se inserir a forma verbal “É” no período sintático iniciado
por “Dobrável”, escrevendo-se “É dobrável”.
TEXTO VI
“A evidência surgiu com a análise das informações colhidas pela sonda Lcross da
agência espacial norte-americana. Os cientistas apresentam quatro hipóteses
para explicar a presença de água na Lua. Ela pode ter chegado ao satélite a
bordo de cometas, astros formados por gelo e poeira”.
06- A substituição de “apresentam” por “têm apresentado” mantém a correção
gramatical do texto.
TEXTO VII
“O medo tem raízes profundas na alma dos seres. Radica-se no inconsciente e é
objeto constante da pesquisa científica, com destaque para a psicanálise”.
07- Em “Radica-se”, o pronome indica que o sujeito é indeterminado.
TEXTO VIII
“Durante a realização das provas, o chefe da sala, verificando que Roberto não
tinha condições para a escrita cursiva, solicitou a presença do coordenador para
orientá-lo quanto à exigência dos procedimentos de identificação desse
candidato. O coordenador orientou-o, dizendo que a folha de respostas e a folha
de frequência poderiam ficar em branco, sem a assinatura do candidato e sem a
transcrição da frase, e que a ocorrência deveria ser relatada na ata de sala”.
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Língua Portuguesa
08- Estaria mantida a correção gramatical do texto se, em “a folha de respostas e
a folha de frequência poderiam ficar em branco” , a forma verbal “poderiam”
fosse substituída pelo singular poderia, estabelecendo-se a concordância com o
termo mais próximo.
TEXTO IX
Quase dois terços da área sob risco de desertificação no Brasil estão na caatinga,
que já teve, a exemplo do cerrado, aproximadamente metade de sua extensão,
que é de 826.000 km², destruída.
09- Preserva-se a correção gramatical do período substituindo-se a forma verbal
“estão” pelo singular “está”.
TEXTO X
“Mantido por contribuições das empresas associadas, o CIEE lançou o Guia Prático
para Entender a Nova Lei do Estágio, com respostas a mais de 30 perguntas
acerca das mudanças e normas mais importantes. Entre elas, destacam-se a
limitação da jornada diária para seis horas, a obrigatoriedade de pagamento do
auxílio-transporte, a concessão do recesso obrigatório de 30 dias após um ano de
estágio e o limite máximo de dois anos de permanência em uma mesma
empresa”.
10- A concordância verbal permaneceria igualmente correta se, em lugar de
“destacam-se”, fosse empregada a forma “destaca-se”.
TEXTO XI
“Veja o que ocorre nos Estados Unidos da América. O país dispõe das melhores
universidades do mundo, detém metade dos cientistas premiados com o Nobel e
registra mais patentes do que todos os seus concorrentes diretos somados. Ainda
assim, só um em cada dois norte americanos acredita que o homem possa ser
produto de milhões de anos de evolução”.
11- O plural de “detém” grafa-se “deteem”.
12- Os sujeitos de “detém” e de “registra” são indeterminados.
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140
Língua Portuguesa
13- Levando-se em conta o contexto, o verbo “acredita” poderia concordar com
a ideia de plural que a frase dá a entender que exista, escrevendo-se
“acreditam”.
GABARITO
01
E
02
E
11
E
03
E
04
E
05
C
12
E
06
C
07
E
08
E
09
C
10
C
13
E
EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO 03 (padrão UECE, CESGRANRIO, FUNRIO, IMPARH)
01.
Indique a opção correta, no que se refere à concordância verbal, de
acordo com a norma culta:
a)
b)
c)
d)
e)
Haviam muitos candidatos esperando a hora da prova.
Choveu pedaços de granizo na serra gaúcha.
Faz muitos anos que a equipe do IBGE não vem aqui.
Bateu três horas quando o entrevistador chegou.
Fui eu que abriu a porta para o agente do censo.
02. Assinale a frase em que há erro de concordância verbal:
a)
b)
c)
d)
e)
Um ou outro escravo conseguiu a liberdade.
Não poderia haver dúvidas sobre a necessidade da imigração.
Faz mais de cem anos que a Lei Áurea foi assinada.
Deve existir problemas nos seus documentos.
Choveram papéis picados nos comícios.
Assinale a opção em que há concordância inadequada:
03.
a)
b)
c)
d)
e)
A maioria dos estudiosos acha difícil uma solução para o problema.
A maioria dos conflitos foram resolvidos.
Deve haver bons motivos para a sua recusa.
De casa à escola é três quilômetros.
Nem uma nem outra questão é difícil.
04- Em todas as alternativas, o termo em negrito exerce a função de sujeito,
exceto em:
a) Quem sabe de que será capaz a mulher de seu sobrinho?
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141
Língua Portuguesa
b) Raramente se entrevê o céu nesse aglomerado de edifícios.
c) Amanheceu um dia lindo, e por isso todos correram às piscinas.
d) Era somente uma velha, jogada num catre preto de solteiros.
e) É preciso que haja muita compreensão para com os amigos.
05- O “se” é índice de indeterminação do sujeito na frase:
a) Não se ouvia o sino.
b) Assiste-se a espetáculos degradantes.
c) Alguém se arrogava o direito de gritar.
d) Perdeu-se um cão de estimação.
e) Não mais se falsificará tua assinatura.
06- Indique o único segmento que apresenta concordância verbal condizente
com as normas do português padrão:
A) O funcionamento dos dois hemisférios cerebrais são necessários tanto para as
atividades artísticas como para as científicas.
B) As diferentes divisões e subdivisões a que se submetem a área de ciências
humanas provocam uma indesejável pulverização de domínios do conhecimento.
C) Normalmente, a aplicação de métodos quantitativos e exatos acaba por
distorcer as linhas de raciocínio em ciências humanas.
D) Uma das premissas básicas do conjunto de assunções teóricas e
epistemológicas do trabalho que ora vêm a lume é a concepção da Arte como
uma entre as muitas formas por meio das quais o conhecimento humano se
expressa.
E) Não existem fórmulas precisas ou exatas para avaliar uma obra de arte, não
existe um padrão de medida ou quantificação, tampouco podem haver modelos
rígidos pré-estabelecidos.
07- O verbo deve ir para o plural em:
a)
b)
c)
d)
e)
Organizou-se em grupos de quatro.
Atendeu-se a todos os clientes.
Faltava um banco e uma cadeira.
Pintou-se as paredes de verde.
Já faz mais de dez anos que o vi.
08- O verbo certo no singular está em:
a)
b)
c)
d)
Procurou-se as mesmas pessoas
Registrou-se os processos
Respondeu-se aos questionários
Ouviu-se os últimos comentários
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142
Língua Portuguesa
e) Somou-se as parcelas
09- Assinale a alternativa correta quanto à concordância verbal:
a) Soava seis horas no relógio da matriz quando eles chegaram.
b) Apesar da greve, diretores, professores, funcionários, ninguém foram
demitidos.
c) José chegou ileso a seu destino, embora houvessem muitas ciladas em seu
caminho.
d) Fomos nós quem resolvemos aquela questão.
e) O impetrante referiu-se aos artigos 37 e 38 que ampara sua petição.
10 - A concordância verbal está correta na alternativa:
a) Ela o esperava já faziam duas semanas.
b) Na sua bolsa haviam muitas moedas de ouro.
c) Eles parece estarem doentes.
d) Devem haver aqui pessoas cultas.
e) Todos parecem terem ficado tristes.
11- Assinale a incorreta:
a)
b)
c)
d)
e)
Dois reais é pouco para se divertir.
Nem tudo são sempre tristezas.
Quem fez isso foram vocês.
Era muito árdua a tarefa que os mantinham juntos.
Quais de vós ainda tendes paciência?
12- É provável que ....... vagas na academia, mas não ....... pessoas interessadas:
são muitas as formalidades a ....... cumpridas.
a) hajam - existem - ser
b) hajam - existe - ser
c) haja - existem - serem
d) haja - existe - ser
e) hajam - existem - serem
13- Complete as lacunas: ........ de exigências! Ou será que não ....... os sacrifícios
que ....... por sua causa?
a) Chega - bastam - foram feitos
b) Chega - bastam - foi feito
c) Chegam - basta - foi feito
d) Chegam - basta - foram feitos
e) Chegam - bastam - foi feito
Gabarito
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143
Língua Portuguesa
01
C
08
C
02
D
09
D
03
D
10
C
04
D
11
D
05
B
12
C
06 07
C D
13
A
EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO 04 (padrão UECE, CESGRANRIO, FUNRIO, IMPARH)
01- Coloque C ou I nos parênteses, conforme esteja correta ou incorreta a
concordância verbal.
(
) Surgiu, na semana do evento, um novo problema, dois processos e duas
críticas construtivas.
(
) Surgiram, na semana do evento, um novo problema, dois processos e duas
críticas construtivas.
( )O homem do campo e da cidade mantém diferenças flagrantes entre si.
( ) Os povos andinos e sua cultura, assim diz a tradição, contém muita riqueza.
Assinale a sequência correta.
(A) I – C – C ─ C
(B) I – C – I─ C
(C) I – I – C ─
(D) C – I – I─ I
(E) C – C – C─ I
02- Coloque C ou I nos parênteses, conforme esteja correta ou incorreta a
concordância verbal.
(
(
(
(
) Brasileiros ou americanos devem concorrer a prêmio em abril.
) Um líquido perigoso retém as finas camadas de gordura das veias.
) Colesterol ou açúcar pode ser o novo vilão da obesidade, dizem cientistas.
) Pode-se questionar o novo sistema do banco privado.
Assinale a sequência correta.
(A) I – C – C ─ C
(B) I – C – I─ C
(C) C – I – C ─ C
(D) C – I – I─ I
(E) C – C – I─ I
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144
Língua Portuguesa
03- Assinale a opção que apresenta ERRO de concordância verbal, segundo o
registro culto e formal da língua.
(A) Eu, ela e João vamos ao parque no fim de semana.
(B) Tu e elas trabalharíeis nos fins de semana?
(C) Tu, ela e vocês formáveis uma grande equipe.
(D) Eu e vocês deveríeis deixar logo a cidade.
(E) Tu e ela vão cumprir todas as metas.
04- Assinale a opção que apresenta ERRO de concordância verbal.
a) Nem os alunos nem os professores porão seus registros à mostra.
b) Talvez, um e outro assunto serão discutidos.
c) É certo que um e outro assunto será discutido.
d) Nem a vida nem a morte podem mudar a força do amor.
e) Um ou outro candidato serão avaliados pelos jornalistas.
05- Assinale a opção que apresenta ERRO de concordância verbal.
a) 2/5 da cidade quis o plebiscito.
b) Somente 1/3 da comunidade acadêmica requereu novos livros para a
biblioteca.
c) Grande parte dos impostos não são revertidos à comunidade.
d) Somente 40% do estoque mantiveram-se bem armazenados.
e) Somente os 0,98% da comunidade saldou suas dívidas.
06- Assinale a opção que apresenta ERRO de concordância verbal.
a) Mais de um torcedor invadiu o gramado.
b) Fomos nós quem requereu o aumento do salário.
c) Foste tu quem arrumaste a bancada dos livros?
d) Foste tu quem arrumou a bancada dos livros?
e) Foi eu quem questionou a equipe de médicos.
07- Assinale a opção que apresenta ERRO de concordância verbal.
a) Os assuntos principais da reunião foi Fernando Pessoa.
b) Cem mil reais era pouco para ele.
c) Já são uma e meia da manhã.
d) Hoje são 20 de abril.
e) Tudo eram vantagens para a empresa.
08- Assinale a opção que apresenta ERRO de concordância verbal, segundo o
registro culto e formal da língua.
(A) Necessita-se de novos programas de qualidade de vida.
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145
Língua Portuguesa
(B) A pressão, a ansiedade e a tensão muscular, tudo prejudicava a saúde do
trabalhador.
(C) Os Estados Unidos contrataram profissionais especializados em comunicação.
(D) Já fazem três meses que ele se adaptou a uma nova realidade profissional.
(E) Cada um dos profissionais do RH deve saber administrar o seu estresse.
09- Assinale a opção que apresenta ERRO de concordância verbal, segundo o
registro culto e formal da língua.
(A) Necessita-se de novos programas de qualidade de vida.
(B) A pressão, a ansiedade e a tensão muscular, tudo prejudicava a saúde do
trabalhador.
(C) Os Estados Unidos contrataram profissionais especializados em comunicação.
(D) Já fazem três meses que ele se adaptou a uma nova realidade profissional.
(E) Cada um dos profissionais do RH deve saber administrar o seu estresse.
10- Considere as frases abaixo.
I – Há amigos de infância de quem nunca nos esquecemos.
II – Deviam existir muitos funcionários despreparados;
por isso, talvez, existissem discordâncias entre
os elementos do grupo.
Substituindo-se em I o verbo “haver” por “existir” e em II o verbo existir por haver, a
sequência correta é
(A) existem, devia haver, houvesse.
(B) existe, devia haver, houvessem.
(C) existe, devia haver, houvesse.
(D) existem, deviam haver, houvesse.
(E) existe, deviam haver, houvessem.
11- De acordo com a norma, o verbo pode ficar, indiferentemente, no singular ou
no plural na frase da alternativa
A) Precisa-se (ou precisam-se) de funcionários dedicados
B) Perceberam-se (ou percebeu-se) os detalhes da cidade
C) Cada um dos brasileiros cuidará (ou cuidarão) do país.
D) Vendem-se (ou vende-se) frutas no mercado de nacional.
E) A maioria dos brasileiros pratica (ou praticam) esporte.
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12- Assinale a alternativa em que a reescritura do trecho “’Dos entrevistados, 84%
afirmaram sentir raiva enquanto dirigem. Pessoas que tinham mais tempo de
habilitação e dirigiam com maior frequência cometiam mais erros e eram mais
agressivas’, diz Cláudia.” mantém a correção gramatical e não compromete o
sentido original.
A) A maioria dos entrevistados afirmou que sente raiva enquanto dirige. Pessoas
mais experientes na condução de veículos automotivos cometem mais erros e são
mais agressivas.
B) 84% dos entrevistados afirmou que sentem raiva enquanto dirigem. Pessoas, que
tinham mais tempo de habilitação e dirigiam com maior frequência, cometiam
mais erros e eram mais agressivas.
C) Dos entrevistados, 84% afirmou que sentem raiva enquanto dirigem. Pessoas
que tinham mais tempo de habilitação e dirigiam com mais frequência cometiam
mais erros e eram mais agressivas.
D) Dos entrevistados, 84% afirmou que sente raiva enquanto dirige. Pessoas com
mais tempo de habilitação e que dirigiam com mais frequência, cometiam mais
erros e eram mais agressivas.
E) A maior parte dos entrevistados afirmou que sente raiva enquanto dirigem.
Pessoas que dirigiam com mais tempo de habilitação frequentemente cometiam
mais erros.
GABARITO
01
E
11
E
02
C
03
D
04
E
05
E
06
E
07
C
08
D
09
D
10
A
12
A
EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO 05 (Padrão FUNDAÇÃO CARLOS CHAGAS)
A organizadora FCC traz uma abordagem bastante particular no que diz respeito
ao tema concordância verbal. Em vez de exigir que o candidato tenha em mente
um arsenal de regras, ela se satisfaz em sondar se o candidato entende a
“simples” relação sujeito/verbo. Contudo, não pense que as questões sejam, por
isso, fáceis. Ao contrário, você notará que, muitas vezes, a dificuldade é até maior.
Sabendo que tais questões, realmente, pedem muito discernimento do candidato,
apresento a você uma sequência de dicas que farão toda a diferença. Leia com
bastante atenção e bons estudos.
Prof. Eli Castro
147
Língua Portuguesa
Dicas de Concordância Verbal para a FCC
1- Somente o sujeito é capaz de “acionar” (flexionar) o verbo ou a locução verbal.
Ex.: A atividade da aviação geral e dos aviões de voo visual está proibida dentro
de um raio de 30 milhas náuticas.
Ex.: Uma das pesquisas revisadas para o relatório examinou ciclistas quando
treinavam depois de comer e quando treinavam em jejum.
2- É comum, na FCC, que o sujeito seja distanciado do verbo ou da locução
verbal com o propósito de confundir o candidato.
Ex.: O conceito, defendido em livros populares de condicionamento físico na
última década, dita que o ato de exercitar-se com o estômago vazio força o
corpo a buscar combustível nos depósitos de gordura acumulada.
Ex.: Após anos de revisão de pesquisas sobre o assunto, um relatório publicado
nesse ano no Strength and Conditioning Journal concluiu que o corpo queima
basicamente a mesma quantidade de gordura, desconsiderando se você se
alimentou ou não antes do exercício.
3- É comum, na FCC, que o sujeito seja deslocado para o meio ou fim do período
a fim de confundir o candidato.
Ex.: Embora remonte aos hábitos das sociedades mais violentas do passado, a
pena de talião ainda goza de prestígio entre cidadãos que se dizem civilizados
Ex.: Demonstram como se formaram os primeiros agrupamentos humanos os
vestígios que a ciência estuda para tentar recompor os hábitos de nossos
ancestrais.
4- Quando o sujeito for uma oração, lembre-se de que o verbo fica,
obrigatoriamente, na 3ª pessoa do singular.
Ex.: Malhar de estômago vazio não ajuda a queimar gordura, diz estudo.
Sujeito: “Malhar de estômago vazio”.
Ex.: Cabe aos candidatos, segundo dizem os especialistas, organizar um horário
satisfatório de estudos.
Sujeito: “organizar um horário satisfatório de estudos”.
5- Quando o sujeito estiver representado por um pronome relativo, concorde com
o termo ao qual o pronome se refere.
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148
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Ex.: O estudioso apresentou os detalhes que fazem toda a diferença na hora de
estudar.
Ex.: O estudioso apresentou os detalhes. Os detalhes (que) fazem toda a diferença
na hora da prova.
Ex.: Grande foi a comoção que, depois de muitas horas passadas e discutidas,
revelou as verdadeiras facetas daquela instituição.
Ex.: “.... horas passadas e discutidas. A comoção revelou...”
6- Quando a oração não tem sujeito, o verbo fica sem “comando”; por isso,
permanecerá na 3ª pessoa singular (e raras vezes no plural).
Ex.: Contra as organizações, não havia luta possível a não ser em termos de guerra
(era a via revolucionária).
Ex.: Grandes palestras houve no auditório da universidade.
Ex.: Faz trinta dias que o edital saiu.
Ex.: Neva na serra gaúcha.
Ex.: Eram seis horas quando a polícia chegou.
07- Quando o sujeito estiver na voz passiva sintética.
Ex.: Dominou-se o suspeito rapidamente.
Ex.: O suspeito foi dominado rapidamente.
Ex.: Organizam-se em torno da busca de uma atitude que associa, num mesmo
movimento, a resistência ao poder, a constituição de si e o diagnóstico do
presente.
Ex.: A resistência ao poder, a constituição de si e o diagnóstico do presente, num
mesmo movimento, são organizados em torno da busca de uma atitude que
associa tais atitudes.
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Itens aparentemente corretos.
- Devem-se ressaltar, nos meios de comunicação, a constância com que
promovem abusos, na exploração da cultura popular. (Forma verbal correta:
Deve-se ressaltar)
- Restam das festas, dos ritos e dos artesanatos da cultura popular pouco mais que
um resistente núcleo de práticas comunitárias. (Forma verbal correta: Resta)
- Produzem-se nas pequenas células comunitárias, a despeito das pressões da
cultura de massa, lento e seguro dinamismo de cultura popular. (Forma verbal
correta: Produz-se)
- Não sensibilizavam aos possíveis interessados em apartamentos de luxo a visão
grotesca daqueles velhos carros-placa. (Forma verbal correta: sensibiliza)
- Destinam-se aos homens-placa um lugar visível nas ruas e nas praças, ao passo
que lhes é suprimida a visibilidade social. (Forma verbal correta: Destina-se)
- O motivo simples de tantos atos supostamente cruéis, que tanto impressionaram o
autor quando criança, só anos depois se esclareceram. (Forma verbal correta: se
esclareceu)
EXERCÍCIO DE FIXAÇÃO (BATERIA I)
01- Quanto à concordância verbal, está inteiramente correta a frase:
(A) Devem-se ressaltar, nos meios de comunicação, a constância com que
promovem abusos, na exploração da cultura popular.
(B) Nem mesmo um pequeno espaço próprio querem conceder à cultura popular
os que a exploram por interesses estritamente econômicos.
(C) Restam das festas, dos ritos e dos artesanatos da cultura popular pouco mais
que um resistente núcleo de práticas comunitárias.
(D) Muita gente acredita que se devem imputar aos turistas a responsabilidade por
boa parte desses processos de falseamento da cultura popular.
(E) Produzem-se nas pequenas células comunitárias, a despeito das pressões da
cultura de massa, lento e seguro dinamismo de cultura popular.
02- A concordância verbal e nominal está inteiramente correta em:
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150
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(A) A redução da emissão de partículas poluentes pelo escapamento dos carros é
uma das metas que devem ser atingidas pelos órgãos responsáveis pela
organização do trânsito nas grandes cidades.
(B) Em cidades maiores, inúmeros moradores, para fugir da violência e do estresse
urbano, se mudou para condomínios fechados próximos e passou a depender de
carro para seus deslocamentos.
(C) O planejamento urbano das grandes e médias cidades nem sempre
acompanharam os deslocamentos de grandes contingentes da população, que
depende de transporte coletivo para ir e vir do trabalho diariamente.
(D) O número de automóveis nos países desenvolvidos costumam ser mais
elevados, mas nessas cidades existe bons sistemas de transporte coletivo e as
pessoas usam seus carros apenas para viagens e passeios de fins de semana.
(E) No caso das regiões metropolitanas brasileiras, é necessário os investimentos na
expansão de sistemas integrados de transporte coletivo, para desestimular o uso
de veículos particulares no dia a dia das cidades.
03- Para cumprimento das normas de concordância verbal, será necessário
CORRIGIR a frase:
(A) Atribui-se aos esquemas de construção das fábulas populares a capacidade
de representarem profundos anseios coletivos.
(B) Reserva-se a pobres camponeses, nas fábulas populares, a possibilidade de
virem a se tornar membros da realeza.
(C) Aos desejos populares de ascensão social correspondem, em algumas das
fábulas analisadas, a transformação de pobres em príncipes.
(D) Prosperam no fundo do inconsciente coletivo incontáveis imagens, pelas quais
se traduzem aspirações de poder e de justiça.
(E) Não cabe aos leitores abastados avaliar, em quem é pobre, a sensatez ou o
descalabro das expectativas alimentadas.
04- A concordância verbal e nominal está inteiramente correta em:
(A) Presume-se que já tenha sido extinto muitas espécies da fauna e da flora com
a destruição de enormes extensões de florestas.
(B) Os desequilíbrios no ecossistema de uma floresta pode pôr em risco a
sobrevivência de certas espécies de plantas.
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151
Língua Portuguesa
(C) Deve valer para todos os países as medidas de segurança a ser tomada em
relação à preservação de florestas.
(D) Para a restauração de áreas ocupadas por atividades agrícolas, é observado
os tipos de uso do solo e as características do entorno para traçar o projeto de
ação.
(E) Projetos desenvolvidos por especialistas mostram que é possível conciliar
restauração de florestas nativas com o manejo sustentável de seus recursos
naturais.
05- As normas de concordância verbal estão plenamente observadas na frase:
(A) Há frases que se repete à exaustão e que, exatamente por isso, passam a soar
como se constituíssem cada uma delas uma verdade incontestável.
(B) Frases sempre haverão que, à força de se repetirem ao longo do tempo,
acabam sendo tomadas como verdades absolutas.
(C) Quando a muitas pessoas interessam dar crédito a frases feitas e lugarescomuns, há o risco de se cristalizar falsos juízos.
(D) O hábito da repetição mecânica de frases feitas e lugares-comuns acabam
por nos conduzirem à fixação de muitos preconceitos.
(E) Cabe aos indivíduos mais conscientes combater o chavão e o lugar-comum,
para que não se percam de vista os legítimos valores sociais.
GABARITO
01
B
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02
A
03
C
04
E
05
E
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Língua Portuguesa
EXERCÍCIO DE FIXAÇÃO (BATERIA II)
01. O verbo indicado entre parênteses deverá flexionar-se numa forma do singular
para preencher de modo correto a lacuna da frase:
a) Jamais ...... (satisfazer) as crianças aquele tipo de resposta convencional às
perguntas essenciais que elas formulam.
b) Como ...... (poder) ocorrer ao professor respostas exatas para um
questionário irrespondível?
c) Não ...... (dever) envergonhar a ninguém as lacunas do conhecimento
humano sobre os mistérios do universo.
d) A aflição a que ....... (levar) um cientista tais perguntas é a mesma que
perturba as crianças.
e) Quanto às questões que a mais ninguém ...... (conseguir) incomodar, ou já
encontraram resposta ou não eram essenciais.
02.
Quanto à concordância verbal, a frase inteiramente correta é:
a) Entre as questões essenciais, que a todo cientista deve importar, estão as
que se prendem à origem e ao destino do ser humano.
b) Não houvesse outras razões, bastaria a propriedade das perguntas que lhe
dirigiu o público para fazê-lo sentir-se um professor privilegiado.
c) Só é dado alimentarem a curiosidade e a insatisfação ao cientista que não
abdica de fazer as perguntas fundamentais.
d) Diante do interesse que representavam cada uma das perguntas que lhe
cabiam responder, o professor sentiu-se um privilegiado.
e) O autor considerou um privilégio o fato de o interrogarem, com perguntas
tão instigantes, aquele público curioso que encontrou na escola.
03.
Quanto à concordância verbal, está inteiramente correta a seguinte frase:
a) De diferentes afirmações do texto podem-se depreender que os atos de
grande violência não caracterizam apenas os animais irracionais.
b) O motivo simples de tantos atos supostamente cruéis, que tanto
impressionaram o autor quando criança, só anos depois se esclareceram.
c) Ao longo dos tempos tem ocorrido incontáveis situações que demonstram a
violência e a crueldade de que os seres humanos se mostram capazes.
d) A todos esses atos supostamente cruéis, cometidos no reino animal, aplicamse, acima do bem e do mal, a razão da propagação das espécies.
e) Depois de paralisadas as lagartas com o veneno das vespas, advirá das
próprias entranhas o martírio das larvas que as devoram inapelavelmente.
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153
Língua Portuguesa
04.
O verbo indicado entre parênteses deverá flexionar-se numa forma do plural
para preencher corretamente a lacuna da frase:
a) Não se ...... (atribuir) às lagartas a crueldade dos humanos, por depositarem
os ovos no interior das vespas.
b) O que ...... (impelir) os animais a agirem como agem são seus instintos
herdados, e não uma intenção cruel.
c) Não se ...... (equiparar) às violências dos machos, competindo na vida
selvagem, a radicalidade de que é capaz um homem enciumado.
d) ...... (caracterizar-se), em algumas espécies animais, uma modalidade de
violência que interpretamos como crueldade.
e) ...... (ocultar-se) na ação de uma única vespa os ditames de um código
genético comum a toda a espécie.
05. O verbo indicado entre parênteses deverá flexionar-se numa forma do singular
para preencher corretamente a lacuna da frase:
a) Há muito não se ...... (tolerar) atitudes arrogantes como a do editorial da
revista britânica.
b) É natural que ...... (ferir) o orgulho do povo cubano as exortações publicadas
na revista britânica.
c) Os pesquisadores não ...... (haver) de se ofender, caso os termos do editorial
da revista fossem menos prepotentes.
d) Foi precisa a argumentação de que se ...... (valer) os pesquisadores latinoamericanos em sua réplica ao editorial.
e) Aos países ricos não ...... (competir) tomar decisões que afetem a soberania
dos países em desenvolvimento.
06. Para que se respeite a concordância verbal, será preciso corrigir a frase:
a) Têm havido dúvidas sobre a capacidade do sistema de saúde cubano.
b) Têm sido levantadas dúvidas sobre a capacidade do sistema de saúde
cubano.
c) Será que o sistema de saúde cubano tem suscitado dúvidas sobre sua
eficácia?
d) Que dúvidas têm propalado os adversários de Cuba sobre seu sistema de
saúde?
e) A quantas dúvidas tem dado margem o sistema de saúde de Cuba?
07. As normas de concordância verbal estão plenamente respeitadas na frase:
a) Já faz muitos séculos que se vêm atribuindo à palavra progresso algumas
conotações mágicas.
b) Deve-se ao fato de usamos muitas palavras sem conhecer seu sentido real
muitos equívocos ideológicos.
c) Muitas coisas a que associamos o sentido de progresso não chega a
representarem, de fato, qualquer avanço significativo.
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154
Língua Portuguesa
d) Se muitas novidades tecnológicas houvesse de ser investigadas a fundo,
veríamos que são irrelevantes para a melhoria da vida.
e) Começam pelas preocupações com nossa casa, com nossa rua, com nossa
cidade a tarefa de zelarmos por uma boa qualidade da vida.
08.
As normas de concordância verbal estão plenamente atendidas na frase:
a) Fosse porcas, arruelas, parafusos, tudo o que não tivesse aplicação imediata
era remetido à “bacia das almas.”
b) O fato é que muita gente, tal como ocorre com o pai no referido texto da
Internet, têm a tendência de alimentar preconceitos contra os poetas.
c) Atira-se à “bacia das almas” as tranqueiras que não parecem úteis, e que
talvez nunca de fato os sejam.
d) Costumam-se atribuir às expressões evocativas e nostálgicas o sentido
poético que advém de tudo o que nos fala do passado.
e) Ao filho não pareceu coerente que expressões tão sugestivas fossem criadas
justamente por quem tinha por hábito desancar os poetas.
09.
O verbo indicado entre parênteses deverá flexionar-se numa forma do plural
para preencher de modo correto a lacuna da frase:
a) ...... (acabar) por mais nos favorecer o que foi esquecido do que todas as
coisas de que costumamos nos lembrar.
b) ......-se (costumar) atribuir às nossas memórias uma vantagem que, para o
autor do texto, elas não propiciam.
c) A ninguém ...... (dever) limitar essas expectativas, criadas pela memória que
cristaliza a personalidade.
d) ......-se (sedimentar) nos processos da nossa memória o perfil de uma
personalidade a que nos obrigamos a ser fiéis.
e) À força dos nomes próprios ...... (corresponder), pelas razões expostas no
texto, a força de estreitamento do espaço que há numa gaiola.
10. A concordância verbo-nominal está inteiramente correta na frase:
a) No século XX, a produção em massa permitiu que objetos, antes de posse
restrita a reis, fossem acessíveis a toda a população.
b) Sempre existiu colecionadores de objetos, que exerce maior poder de
atração sobre pessoas quanto mais estranho ele é.
c) No século XIX, foi dividido as áreas temáticas da ciência, surgindo então os
colecionadores especializados em reunir um único tipo de objetos.
d) Permaneceu imutável por séculos as razões que levam algumas pessoas a
colecionar objetos, algumas delas de gosto duvidoso.
e) O costume de enviar marinheiros pelo mundo para encontrar objetos
exóticos mudaram a paisagem de alguns países e modernizaram a Europa.
11.
As normas de concordância verbal estão plenamente respeitadas na frase:
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155
Língua Portuguesa
a) Compreenda-se as lições de O Príncipe não como exercícios de cinismo,
mas como exemplos de análises a que não se devem furtar toda gente
interessada na lógica do poder, seja para exercê-lo, seja para criticá-lo.
b) A problemática divisão da Itália em principados, que tanto preocupavam
Maquiavel, fizeram com que ele se dedicasse à ciência política, em cujos
fundamentos espelha-se, até hoje, aqueles que se preocupam com o
poder.
c) Integrava as qualidades morais a da virtude, tomada num sentido
essencialmente religioso, até que Maquiavel, recusando esse plano de
valores em que a inseriam, deslocou seu sentido para o campo da política.
d) Todas as acepções de virtude, até o momento em que surgiu Maquiavel,
compunha-se no campo da moral e da religião, e estendia-se à esfera da
política, como se tudo fosse essencialmente um mesmo fenômeno.
e) Nunca faltaram aos “príncipes” de ontem, de hoje e de sempre a ambição
desmedida pelo poder e pela glória pessoal, mas couberam a poucos
discernir as sutilezas da política, em que Maquiavel foi um mestre.
GABARITO
1
A
2
B
3
E
4
E
Prof. Eli Castro
5
E
6
A
7
A
8
E
9
C
10 11
A C
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Super Polícia Federal 2013 Língua Portuguesa Apostila Parte 01 Eli