Ano XIII - Nº 78 - Fevereiro 2015 Associação dos Oficiais de Justiça Avaliadores do Estado do Rio de Janeiro Av. Eramos Braga, 255 - Grupos 501 e 502 - Centro - Rio de Janeiro - RJ Telefone (21) 2533-5529 • Tel/fax: (21) 2240-2446 ASSOCIAÇÃO DOS OFICIAIS DE JUSTIÇA AVALIADORES DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO www.aoja.org.br - [email protected] ATO PÚBLICO DA AOJA FOI UM SUCESSO! Transformação da Graticação de Locomoção (GL) em Graticação de Atividade Externa (GAE) e sua incorporação nos Proventos de Aposentadoria - Perspectivas Aposentados na Classe C-1600 irão ao índice 1800 A CONTRAFÉ: entrevista Rui Martins, presidente da AOJA. Reenquadramento dos Ociais de Justiça Presidente do Tribunal recebe a AOJA Saúde nanceira da AOJA permite planejar ações com tranquilidade Sede de lazer da AOJA atinge novo patamar 2 Nesta edição a CONTRAFÉ apresenta aos associados matérias sobre a transformação da Gratificação de Locomoção – GL em Gratificação de Atividade Externa e sua possibilidade de incorporação aos proventos de aposentadoria, a criação da Indenização de Transporte, a luta pelo reenquadramento dos Oficiais em atividade e dos aposentados no índice 1-600. Outros destaques são a aposentadoria especial, as reviravoltas do STF em torno dos 24% dos servidores e o interminável combate ao pregão. A boa gestão financeira da AOJA permite contas em dia e fôlego financeiro para a contratação de profissionais especializados sempre que necessário na defesa de nossos direitos e a transformação da Sede de Lazer, cada dia mais confortável e bonita. O associado poderá conferir, ainda, entrevista com o Presidente Rui Martins e um artigo do Vice-Presidente Cláudio Farias. BOA LEITURA! Expediente Diretoria Executiva Presidente: Rui Batista Martins 1º Vice-Presidente: Cláudio Farias Nepomuceno 2º Vice-Presidente: Van Rommel Monteiro Paixão 1º Secretário: José Carlos Nunes da Silva Neto 2º Secretário: Dário Oliveira Mello Diretor Financeiro: João Pascoto Neto Diretor de Administração e Patrimônio: Marcelo Rodrigo de Paula Diretor de Divulgação: Claudete Pessoa da Silva Diretor de Esporte Cultura e Lazer: Gustavo Duarte Bacci dos Santos Conselho Representativo Presidente: Arthur Monteiro Guerra Vice-Presidente: Josiel Lopes de Vasconcellos Secretário: Júlio César Aguilera 1º Suplente: Mário de Lima Mattos Souza Neto 2º Suplente: Regina Ferreira Fernandes Conselho Fiscal Presidente: Enéas Lopes Pereira Filho Vice-Presidente: Luiz Fernando da Silva Secretário: Alessandra Gambino Morgade 1º Suplente: Marcelo Carvalho Fraga 2º Suplente: Julio Cezar Rodrigues Pereira 3º Suplente: Danielle Vieira Batista Tiragem: 2.500 exemplares Transformação da Graticação de Locomoção (GL) em Graticação de Atividade Externa (GAE) e sua incorporação nos Proventos de Aposentadoria - Perspectivas Entenda o que aconteceu com a Gratificação de Locomoção Em junho de 2008 o Governador Sérgio Cabral fez alterações na Previdência dos Servidores do Estado do Rio de Janeiro, editando a Lei Complementar nºs 121 e Lei Ordinária 5.260, esta posteriormente alterada pela Lei 5.352, em dezembro do mesmo ano. Com tais leis, foi inviabilizada a incorporação de gratificações no Estado do Rio de Janeiro. A AOJA, tão logo feita a supressão de incorporação das gratificações, no nosso caso a Gratificação de Locomoção (GL), contratou pareceres técnicos com o jurista José dos Santos Carvalho Filho, no intuito de orientar seus associados e reverter a situação então imposta pelo Poder Executivo. Alguns Oficiais, especialmente os que ingressaram no serviço público depois da Emenda Constitucional de 2003, que trouxe novas regras para a aposentadoria, optaram por não mais contribuir para a Previdência sobre o valor da GL e pedir de volta as contribuições feitas nos últimos cinco anos. Posteriormente o Tribunal deixou de efetuar o desconto da previdência sobre o valor da GL. Outros, porém, optaram por aguardar o resultado das tentativas feitas pela AOJA de reversão da situação. E isso começou com o reconhecimento administrativo da inconstitucionalidade da lei nº 5.352/2008), inicialmente pelo próprio Poder Executivo (Rioprevidência) e posteriormente pelo próprio Tribunal de Justiça (processo administrativo nº 2010.069363), beneficiando, porém, somente secretários e escrivães, deixando de fora os Oficiais de Justiça ao argumento de que a GL tem natureza indenizatória. A AOJA, tendo em mãos o parecer técnico do Dr. José dos Santos Carvalho Filho, argumentou que isso não seria empecilho, pois os efeitos do reconhecimento da inconstitucionalidade da lei nº5.352/2008 vale para todos e, a eventual natureza indenizatória da GL não seria impedimento, pois a lei 5. 260/2008, no então revigorado artigo 35, previu regra de transição, qual seja, os Oficiais que contribuíram sobre a GL de junho de 2005 até junho de 2010 (três anos antes da lei e mais dois) incorporariam a GL, se sobre ela continuassem contribuindo para a previdência até o advento da aposentadoria. Também os Oficiais que se aposentaram e ficaram sem a GL, mas que preenchiam a regra de transição teriam direito à incorporação, inclusive, da diferença dos proventos que não foram pagos. Por fim, o período não recolhido, e isso só ocorreu porque houve culpa da Administração, visto que criou o imbróglio, deveria ser adimplido pelos Oficiais de Justiça, mesmo que de modo parcelado e em até 60 vezes como permite a legislação previdenciária. No entanto, os pedidos no processo administrativo de nº 2012.120447 foram indeferidos e os recursos, tanto o da AOJA, como o do Sindjustiça, não foram acolhidos pelo Conselho da Magistratura, sob o argumento de que o Tribunal de Contas entendeu pela inconstitucionalidade da redação original do artigo 35 da Lei 5.260/08, fazendo prevalecer a nova redação dada pela Lei 5352/08, e que a Gratificação de Locomoção tem natureza indenizatória e não pode integrar os proventos de aposentadoria. A jurisprudência do TJRJ e dos Tribunais Superiores também entendem que a GL possui natureza indenizatória. Após a decisão do Conselho da Magistratura, o Sindjustiça ingressou com ação coletiva com a pretensão de incorporação da GL nos proventos de aposentadoria ou a repetição de todo o indébito. Considerando que a ação coletiva sindical beneficia a todos os Oficiais de Justiça, não há necessidade de que a AOJA promova ação coletiva sobre este tema, daí buscar a atual Diretoria da AOJA a via legislativa para solucionar o problema. 3 A Transformação da GL em GAE Graticação de Atividade Externa e Indenização de Transporte Enquanto se aguarda a decisão no processo coletivo sobre a GL, a transformação desta em Gratificação de Atividade Externa – GAE é uma das pretensões que a AOJA apresentará ao Presidente do Tribunal de Justiça em 2015. A Gratificação de Atividade Externa pode ser inserida na Lei 4.620/05 em substituição a GL, pois, considerando sua natureza remuneratória, poderá integrar os proventos de aposentadoria. É assim na Justiça Federal e não deve ser diferente na Justiça Estadual. E essa transformação poderá aproveitar as contribuições previdenciárias feitas sobre a GL, resolvendo a questão do indé- bito previdenciário, ao mesmo tempo em que trará mais recursos para o Rioprevidência. Não bastasse, não há necessidade de criação de fonte de custeio, pois ela já existe, bastando que voltem os descontos previdenciários, sem falar no aumento da receita estadual com o imposto de renda. Assim, um projeto de lei nesse sentido, com mudanças no plano de cargos e salários – de iniciativa do próprio Tribunal de Justiça - e sem qualquer aumento de despesas para o TJRJ (os Oficiais já recebem a verba sob a nomenclatura de GL), parece-nos ser a melhor solução para resolver este dilema que atinge violenta- Aposentados na Classe C-1600 irão ao índice 1800 A AOJA saiu vitoriosa em primeiro e segundo graus na ação coletiva que visa corrigir a situação dos Oficiais de Justiça aposentados antes da Lei 3893/2002. É que essa lei, plano de carreira que substituiu àquele previsto na lei 793/84, alçou os Oficiais de Justiça também aos índices 1800 e 2000, como já ocorria com os técnicos judiciários (hoje analistas judiciários sem especialidade). Entenda o caso: Na vigência da Lei 793/84, a carreira do cargo isolado de Oficial de Justiça dividia-se em 3 classes e respectivos índices: classe A-índice 1400; classe Bíndice 1500; classe C-índice 1600. Com a entrada em vigor da Lei 3893/2002, a carreira de Oficial de Justiça, ainda em cargo isolado, passou a ser da seguinte forma: classe A-índice 1400; classe B-índice 1600; classe Cíndice 1800; classe D-índice 2000. Assim, os Oficiais que se aposentaram na classe mais alta da carreira na vigência da lei 793/84, classe C-índice 1600, segundo a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, teriam direito à reclassificação, qual seja, se aposentaram-se na classe C-índice 1600 e esta classe, pela lei 3893/2002 passou ao índice 1800, todos os Oficiais de Justiça aposentados na classe C-1600 deveriam ser reclassificados para a classe Cíndice 1800, com a consequente revisão de proventos. O processo de nº 0131220-80. 2004.8.19.0001 teve sentença de procedência em primeira instância, confirmada na segunda instância e aguarda o trânsito em julgado ou eventuais recursos do Estado para as Cortes Extraordinárias (STJ e/ou STF). No final de 2014 surgiram novas situações, já resolvidas pela AOJA. O Estado entrou com recurso contra a decisão de segundo grau e a VicePresidência devolveu a matéria para reexame, considerando a nova jurisprudência do Supremo Tribunal Federal. A equivocada interpretação da Vice-Presidência, em um primeiro momento foi acatada pela Corte. Todavia, por conta da eficiente atuação do jurídico da AOJA, através de Embargos de Declaração com Efeitos Infringentes, voltou a prevalecer a correta interpretação do paradigma apontado pela Vice-Presidência e os Oficiais de Justiça aposentados na classe C-índice 1600 estão muito próximos de galgarem ao índice 1800, como é de direito, além do recebimento das diferenças não prescritas. mente os Oficiais de Justiça deste Estado. Por fim, a verba de indenização de transporte, em valor igual para todos, também não causará qualquer impacto na folha de pagamento do TJRJ, pois pode ser custeada pelo próprio Fundo Especial do Tribunal de Justiça e não reflete nos limites prudenciais da Lei de Responsabilidade Fiscal. Assim é na Justiça Federal e assim deve ser na Justiça Estadual. O pleito é justo, a iniciativa de lei é do TJRJ, não tem aumento de despesas e não traz qualquer impacto nos limites prudenciais da LRF. Aposentadoria Especial Tramita no Supremo Tribunal Federal o Mandado de Injunção nº 1177, de autoria da AOJA, com a pretensão de garantir aos Oficiais de Justiça do Estado do Rio de Janeiro o direito de requerer aposentadoria especial, por força do art. 40 §4º, inc. II, da CR/88, aplicando-se, por analogia, a Lei Complementar 51/85 e Lei nº 8.213/91, que prevê a aposentadoria em 15, 20 ou 25 anos em atividade de risco, com paridade. O processo está concluso e maduro para a decisão. O Relator é o Ministro Ricardo Lewandowski. Destaca-se que é o mesmo Ministro que julgou procedente o pedido dos Oficiais de Justiça avaliadores federais de Goiás. A aposentadoria especial pode, e muito, justificar o adicional de risco de vida ou mesmo a GAE, pleitos da atual diretoria da AOJA, pois se o Supremo Tribunal Federal reconhecer o direito, e isso ocorreria por força dos riscos da profissão, o caminho a trilhar para a obtenção do adicional de risco de vida (Oficiais de vários Estados já o recebem) ou a GAE será menos tortuoso, do mesmo modo que o porte facultativo de arma de fogo, nos moldes do MP e Magistratura. 4 Ação dos 24% A luta continua A AOJA patrocina centenas de ações referentes aos 24%, com pedidos de implementação imediata nos contracheques dos autores e cobrança das diferenças desde 1997 ou da data em que o Oficial de Justiça tomou posse no cargo, se em momento posterior. E isso porque a AOJA trabalha com os seguintes argumentos: reconhecimento do direito pelo TJRJ ainda em 1998, ocasião em que a Corte, por decisão administrativa antecipou 10% do valor devido e, posteriormente, em 2010, com novo reconhecimento do direito, admitindo, após aquela antecipação, que ainda era devido 24% aos serventuários da justiça. A retroatividade ao ano de 1997 ocorre pela interrupção da prescrição causada por ação coletiva sindical, em 2002, logo, cabível a pretensão desde os 5 (cinco) anos anteriores à interrupção, nos termos do decreto 20.910/1932. Outro argumento utilizado é a renúncia à prescrição pelo reconhecimento administrativo do direito em 1998. Tal linha de ação é baseada na jurisprudência do STJ e TST, portanto, mesmo eventuais improcedências, parciais ou totais, nas primeira e segunda instâncias podem ser reformadas no Superior Tribunal de Justiça. Já são muitas as sentenças de procedência mantidas no segundo grau. Atualmente, das 20 Câmaras Cíveis, quase todas já reconheceram o direito, ainda que parcialmente (cinco anos retroativos ao ajuizamento da ação). Outrossim, o Tribunal de Justiça editou o verbete 300 e inseriu em sua Súmula de Jurisprudência, com o seguinte teor: Nº. 300 "Em respeito ao princípio constitucional da isonomia, os serventuários que não integraram o polo ativo da Ação Ordinária nº. 002420-36.1988.8.19.0000, fazem jus, a exemplo dos autores da referida ação, ao reajuste de 24% em seus vencimentos, bem como à percepção das diferenças, a serem pagas de uma única vez, devidamente corrigidas desde a data do pagamento efetuado àqueles, compensando se os valores já quitados, por força do Processo Administrativo nº 2010.259214, observada a prescrição quinquenal, a contar da propositura de cada demanda, bem como as condições pessoais e funcionais de cada serventuário, incidente Imposto de Renda e verbas previdenciárias por se tratarem de diferenças vencimentais". Referência: Uniformização de Jurisprudência nº. 006483660.2012.8.19.0000 Julgamento em 02/12/2013 - Relator: Desembargador Claudio de Mello Tavares. Votação por maioria. Recentemente o Supremo Tribunal Federal editou a Súmula Vinculante Súmula Vinculante 37, com o seguinte teor: Não cabe ao Poder Judiciário, que não tem função legislativa, aumentar vencimentos de servidores públicos sob o fundamento de isonomia. Ocorre que em julgados posteriores o mesmo STF decidiu que “encontra-se em conformidade com a jurisprudência desta Corte o entendimento do Tribunal de origem, que decidiu estender aos servidores públicos do Poder Judiciário o reajuste concedido pela Lei Estadual 1.206/87, por entender que possui caráter geral e finalidade de recompor as perdas decorrentes da inflação.” (Ag.Reg. no RE com Ag. 810.579/RJ, 2ª Tu[rma. Relator M i n i s t r o T E O R I Z AVA S C K I , julgado em 18/11/2014. Em dois outros julgados, também posteriores à edição da Súmula Vinculante 37, o STF entendeu que o STF não deveria examinar lei local, prevalecendo o provimento dos pedidos de 1º grau e confirmados em 2ªInstância pelo TJRJ. Portanto, a AOJA continua lutando para que o direito dos Oficiais de Justiça aos 24% seja reconhecido em todas as instâncias do Poder Judiciário.. Ação do reenquadramento dos Ociais de Justiça Desde o início da atual gestão da AOJA estamos lutando pela correção da posição dos Oficiais de Justiça na carreira única estabelecida pela lei 4.620/2005. É que quando da transposição dos cargos, o Tribunal de Justiça não considerou a antiguidade como primeiro e preponderante critério para a exata posição de todos na carreira. O Tribunal considerou a posição nas classes previstas na lei 3852/2002, causando distorção que a atual gestão da AOJA tenta corrigir, pois a regulamentação imposta pelo Conselho da Magistratura violou a lei ordinária, que não previa os pontos que foram atribuídos para o tempo na classe. E violou porque a ratio legis é a seguinte: se é carreira única e deve preponderar a antiguidade, não pode, de modo algum, analistas (antes técnicos judiciários) com menos tempo de casa figurarem à frente de analistas com maior tempo de casa, exceto se a causa for a pontuação dos cursos da ESAJ ou outros critérios de desempate, como idade etc. O que não pode e não quis a lei foi atribuir pontuação pelo tempo na classe, daí a distorção. Tenha como exemplo um assistente social. Nas leis anteriores (793/84 e 3893/02) tinham como classe inicial o índice 1800, enquanto que os Oficiais de Justiça começavam no índice 1400. Assim, com a junção das carreiras e atribuição de pontos pela classe/índice em que estavam o Tribunal violou o critério de antiguidade na carreira previsto na lei 4.620/05. E assim o é porque se a carreira é única e o critério é a antiguidade na carreira (tempo de casa no cargo), não poderia o TJ atribuir pontos pela classe em que figurava o servidor. Não se argumente com direito adquirido, pois o Supremo Tribunal Federal já assentou que não direito adquirido a regime jurídico. Também não se argumente em prejuízo, pois a irredutibilidade de vencimentos garante a ausência de prejuízos aos que se beneficiaram com o equívoco do TJRJ. Prejuízo, na verdade, tiveram os Oficiais de Justiça que viram sua carreira ser estagnada por conta de tal equívoco, de modo que aqueles com menos tempo de casa devem ser estagnados e o TJRJ corrigir o equívoco. E tal correção a AOJA buscou na via judicial através do Processo nº 0307718-21.2010.8.19.0001. Já houve citação, resposta do Estado e o MP pediu informações ao Tribunal sobre o mencionado erro apontado pela AOJA. Ocorre que já foram expedidos três ofícios pelo Juízo de primeiro grau ao TJRJ: em 06/12/2012, 01/04/2014 e 08/10/2014. Não há notícias de resposta com as informações do TJRJ. Esperamos que em 2015, com a nova gestão no TJRJ e as promessas de celeridade no primeiro grau, o processo retome seu curso natural e, com ou sem resposta do TJRJ, o MP opine e o Juiz decida. 5 Jurídico forte garante os direitos dos associados A AOJA mudou radicalmente sua postura na defesa dos direitos de seus associados. Depois de saneada financeiramente, após anos de penúria, a AOJA passou a ter caixa e reservas suficientes para cercar-se de especialistas na defesa dos direitos de seus associados. Exemplo disso foi a aumento do corpo jurídico, e a contratação de pareceres com profissionais de renome para mostrar a conduta a ser adotada diante da variedade de problemas que surgem na relação dos associados com os Poderes constituídos. Tal postura só foi possível pelo saneamento financeiro da AOJA, bem como pelo crescimento do número de associados, pois foram muitos os que se associaram depois que o grupo denominado ÉTICA assumiu a gestão da AOJA, caracterizando-se pela transparência em suas ações. A eficiência do jurídico da AOJA deve-se ao bom trabalho da Diretoria e dos Advogados, estes sob a direção do Dr. Cristiano Mescolin. AOJA continua combatendo o pregão Não obstante a inserção da vedação do Pregão na Consolidação Normativa, alguns Juízes ainda insistem e exigir a realização de pregão pelos Oficiais de Justiça. Recentemente a AOJA conseguiu que a Corregedoria estendesse a proibição de pregão pelos Oficiais de Justiça nos NAROJAS, como já ocorria nas Centrais de Mandados e em locais aonde o Gabinete do Juízo está formado. Deveras, tendo por norte os princípios constitucionais da celeridade, eficiência e efetivi- dade, a AOJA sempre posicionou-se contrariamente à realização de pregão por Oficiais de Justiça, pois tal tarefa pode e deve ser feita pelo Gabinete do Juízo através do uso de outros sistemas de áudio e vídeo, tão comum nos tempos atuais em que nosso Tribunal detém verbas e tecnologia suficientes para dispensar o Oficial de Justiça de tal mister. O pregão, do mesmo modo que o sarqueamento de alvará de soltura, se realizados por Oficial de Justiça, atrasa o cumprimento da prestação jurisdicional, impede o cumprimento dos prazos exigidos na Consolidação Normativa da Corregedoria e pelo Conselho Nacional de Justiça. É por isso que lutamos e continuaremos lutando para que o sarqueamento volte a ser realizado pelas serventias ou, assim como já ocorre em alguns Estados, que o Alvará de Soltura seja feito por meio eletrônico, sem a atuação do Oficial de Justiça, exceto nos casos em que houver descumprimento pela autoridade responsável pelo acautelamento do preso. Saúde nanceira da AOJA permite planejar ações com tranquilidade A atual situação financeira da AOJA é muito boa e permite planejar e executar os investimentos com tranquilidade. Os investimentos feitos na sede de lazer da AOJA são perceptíveis logo que o associado ali chega com sua família, tema que será abordado em tópico próprio. A saúde financeira da AOJA permite a contratação de pareceres e profissionais especializados sempre que for necessário, bem como o apoio à família do Oficial nos momentos mais difíceis. Foram muitos os encontros com Oficiais de Justiça em todo o Estado e também na sede de lazer. As boas finanças da AOJA permitirão o seu crescimento e a expansão da sede de lazer, proporcionando mais acomodações para que os Oficiais de Justiça e suas famílias possam desfrutar de todo o conforto que merecem. A sede administrativa da AOJA, que já teve uma reforma nesta gestão, será novamente reformada, bem como continuaremos disponibilizando mais tecnologia aos nossos associados, com mais computadores e todo o material necessário para o apoio ao associado. A arrecadação aumentou no período, pois foram 600 novas associações, seja pelo reconhecimento do trabalho feito pela atual gestão, seja pelo atendimento prestado pelo corpo jurídico da AOJA ou mesmo pela opção de frequentar a bela sede de lazer da AOJA. Ressalte-se que o último aumento da GL, de 25% para 30%, é suficiente para pagar várias contribuições da AOJA, aumento que também atingiu os aposentados. Desse modo, não há motivo, nem mesmo o financeiro, para não fazer parte da AOJA. O mesmo se diga em relação à sede de lazer, pois em hotéis equivalentes, com ar condicionado, tv com sky, geladeira, piscina, sauna, quiosques e outros atrativos, paga-se por um fim de semana o valor correspondente a seis meses de contribuição na AOJA, sem falar no espaço que pode ser ocupado para datas comemorativas etc, sem qualquer outro custo que não a mensalidade. Os balanços da AOJA podem ser verificados em aoja.org.br 6 A sede de lazer da AOJA atinge novo patamar Nesta matéria o Oficial de Justiça associado poderá verificar as mudanças e melhorias feitas na sede de lazer da AOJA, cada dia mais bonita e aconchegante. Para se ter uma ideia da transformação, é preciso, primeiro, dar uma conferida nas imagens ao lado. Quando a atual gestão (ÉTICA) assumiu a AOJA a sede de lazer estava estagnada, em péssimo estado de conservação e com dois ou três associados que a frequentavam esporadicamente. Assim que saneamos as finanças da AOJA começamos a recuperar o patrimônio ali existente. Iniciamos com a reforma do transformador (para evitar as constantes quedas de luz) e depois recuperamos a estrutura da piscina (parte havia desabado). Posteriormente, reformamos (inclusive colocando janelas que não existiam) as 4 suítes existentes. Trocamos todos os móveis, forro, piso etc. Tendo em vista que o bar só funciona a partir de sexta-feira, construímos e equipamos uma cozinha coletiva, utilizada para emergências e pelos associados que estão na sede na segunda, terça, quarta e quinta-feira. Voltamos à atenção novamente para a piscina e inserimos as pedras São Tomé (só havia cimento) e adquirimos mesas, cadeiras, ombrelones e esteiras. Mais tarde reformamos o campo de futebol, com a troca das telas de proteção e colocação de barras protetoras em ferro galvanizado, mais resistente à ferrugem, pois a sede é nas proximidades da praia de Itaipuaçu. Adquirimos novo equipamento para a sauna, reformamos o reservatório de água e construímos depósitos para a guarda de materiais, tais como louças e aparelhagem de som, instrumentos etc. Construímos dois quiosques para reuniões festivas de associados, com som, tv (sky), churrasqueira, fogão, freezer etc. Ali é possível reunir até 100 pessoas, pois fornecemos toda a louça, mesas e cadeiras necessárias para o evento do Oficial associado, sem qualquer custo adicional ao valor que já é descontado mensalmente em favor da AOJA. Construímos cinco novas suítes, mais espaçosas, que visam acomodar famílias maiores. Hoje temos 9 suítes, para 3, 4 ou 5 pessoas, todas com ar condicionado, tv (sky), geladeira e banheiro (chuveiro quente). O associado não paga diária, pois já desconta mensalmente em favor da AOJA. Sede de Lazer da AOJA na gestão André Moreno e José Carlos Arruda Sede de Lazer da AOJA na gestão atual ÉTICA - RUI MARTINS x x x x x x Casa do caseiro Suítes Interior da Suíte Sauna Piscina Banheiros 7 Adquirimos uma cesta de basketball profissional e plantamos grama em toda a sede de lazer. Reformamos toda a parte elétrica, hoje subterrânea, bem como iluminamos totalmente a sede de lazer. Assim, o associado, hoje, encontra pleno conforto na sede de lazer. Agora entramos em uma nova fase CONFORTO Intencionamos construir o terceiro quiosque, junto ao campo de futebol, mais 11 suítes e/ou bangalôs, uma varanda com bar junto à piscina e um salão de festas climatizado. Já concluímos as obras dos novos banheiros e estamos terminando a nova cozinha. Em breve iniciaremos as obras do novo salão e varandas, tudo com ar condicionado, proporcionando maior conforto aos associados. Também iniciaremos a execução de um projeto de jardinagem, visando maior embelezamento da sede de lazer. A propósito a frequência da sede de lazer aumenta a cada dia e já são mais de 600 os associados que frequentam regularmente a sede de lazer, principalmente no verão. Nos último anos ali foram realizados 7 casamentos e celebrados aproximadamente 100 aniversários, sem falar nos encontros de Oficiais pelos mais diversos motivos. Confira as fotos da nova sede de lazer da AOJA (veja também em aoja.org.br). 8 Na segunda-feira, dia 02/02/2015, assumiu suas funções o novo Presidente do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro, Desembargador Luiz Fernando Ribeiro de Carvalho. Com plenário lotado entre autoridades e convidados, presente o Governador do Estado, disse o novo Presidente que o Poder Judiciário deve ser independente e democrático. Prometeu investimentos na primeira instância, na melhoria das condições de trabalho dos serventuários e melhor remuneração, tendo demonstrado preocupação com o êxodo de servidores para a Justiça Federal e Trabalhista. O Presidente deixou claro que pretende aproximar, senão igualar os vencimentos dos servidores do Judiciário Estadual com os servidores do Judiciário Federal. Também assumiram suas funções a Corregedora-Geral da Justiça, Desembargadora Maria Augusta Vaz, a 1ª Vice-Presidente, Desembargadora Maria Inês da Penha Gaspar, a 2ª VicePresidente, Desembargadora Nilza Bitar, o 3º Vice-Presidente, Desembargador Celso Ferreira Filho, a Corregedora-Geral da Justiça, Desembargadora Maria Augusta Vaz, o Diretor-Geral da EMERJ, Desembargador Caetano Ernesto da Fonseca Costa e os membros do Conselho da Magistratura e da Comissão de Legislação. A AOJA esteve no evento representada por seu Presidente, Rui Martins. Segundo o Presidente da AOJA, Rui Martins, é preciso que os Oficiais de Justiça do Estado do Rio de Janeiro tenham as mesmas condições de trabalho dos Oficiais de Justiça Federais, a começar pela GAE- Gratificação de Atividade Externa e Indenização de Transporte, resolvendo definitivamente a questão da perda da Gratificação de Locomoção na aposentadoria, uma vez que a GAE possui natureza remuneratória. Presidente do Tribunal de Justiça recebe o presidente da AOJA Na terça-feira, dia 03/02/ 2015, o Presidente do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro, Desembargador LUIS FERNANDO RIBEIRO DE CARVALHO, atendendo aos pedidos de encontro feitos pela AOJA, Sindjustiça e Sinterj, recebeu o Presidente da AOJA, Rui Martins, os Coordenadores do Sindjustiça, Alzimar Andrade, Fred Barcellos e Ramon Carrera, e o Presidente do Sinterj, Sidney Marcello. Disse o Presidente do TJRJ que o Estado atravessa um momento difícil, com queda de 50% na arrecadação do ICMS e sem o pagamento dos royalties devidos ao Estado. Pediu então um prazo de quatro meses para poder iniciar conversas com o Órgão Especial e Poder Executivo. Nesse período, pediu que a AOJA, Sindjustiça e Sinterj fizessem um estudo conjunto demonstrando a defasagem salarial existente entre os servidores da justiça estadual e federal, bem como com o MP. Ficou acertado de os sindicatos e AOJA apresentarem trabalho único. A intenção do Presidente é um aumento real parcelado. O percentual só será encontrado após os estudos e conversas com o Órgão Especial e Executivo. A AOJA sugeriu 2%, outras entidades percentual diverso e o Presidente achou viável 1,5%, mas não definiu nada, pois depende, naturalmente, do trabalho a ser feito e negociações com o Executivo. O Presidente também pretende melhorar as condições de trabalho dos servidores do Estado. O Sindicato adentrou em outras questões, como auxílio-educação e alimentação. O Sinterj demonstrou preocupação com 200 escrivães que não incorporaram a gratificação de chefia de cartório. A AOJA abordou a questão da Gratificação de Locomoção nos proventos de aposentadoria. O Presidente da AOJA, Rui Martins, sugeriu ao Presidente que a equiparação com o Judiciário Federal começasse desde logo com os Oficiais Crédito da foto: Luis Henrique Vicent. Tribunal de justiça tem nova direção de Justiça, transformando a GL em GAE (Gratificação de Atividade Externa), de natureza remuneratória, pois tal medida não teria nenhum custo para o Tribunal, ao contrário, permitiria mais arrecadação, pois os Oficiais voltariam a contribuir com a previdência e com o IR em relação a esta verba, o que aumentaria a arrecadação do Estado e do Rioprevidência. Tendo em vista a oportunidade, houve menção à indenização de transporte e de que questões específicas dos Oficiais e sem aumento de custos poderiam ser abordadas em projetos distintos feitos pela AOJA. Tendo em vista a diversidade de pauta, a AOJA pretende apresentar e conversar com os Juízes auxiliares sobre alguns pontos específicos, com a necessidade de carro e motorista do TJRJ nos plantões regionais. A AOJA saiu satisfeita do encontro e pretende, conforme já acertado, trabalhar em conjunto com o Sindjustiça e Sinterj nas questões que envolvam a categoria como um todo, repetindo a parceria realizada com o Sindjutiça nos três últimos anos, preservando sempre a independência da AOJA. O momento é de união das entidades em torno do Presidente. O próximo passo é um encontro com a Corregedora-Geral da Justiça, Desembargadora Maria Augusta Vaz, pois temos algumas propostas que podem otimizar o cumprimento de mandados, dentre elas otimizar o programa do CNJ de audiências de acautelamento, tornando desnecessárias as intimações de conversão de prisão. 9 Três perguntas ao presidente da AOJA, Rui Martins CONTRAFÉ- Quais são as perspectivas da AOJA com a nova Administração do Tribunal de Justiça? Primeiro é preciso saudar a nova Administração do Tribunal, especialmente o novo Presidente, Desembargador Luiz Fernando Ribeiro de Carvalho. Também saudamos a nova Corregedora-Geral, Desembargadora Maria Augusta Vaz, e os novos membros do Conselho da Magistratura, pois são as pessoas que mais temos contato ao longo de uma gestão. Esperamos sempre mais de uma nova Administração. Com os gestores que convivemos durante nossa gestão na AOJA sempre tivemos saudáveis avanços. Na gestão do Presidente Zveiter podemos destacar o reconhecimento do direito aos 24%, cuja terceira e penúltima parcela foi paga em janeiro de 2013 (recebida em fevereiro). O plano de saúde que beneficiou a todos é um ganho bem significativo, especialmente para os aposentados, pois todos sabem o quanto é caro um plano de saúde depois dos 55 anos. O considerável aumento do visa-vale e a implantação do auxílio-transporte. Para nós, Oficiais de Justiça, houve o aumento da Gratificação de Locomoção, de 25% para 30% sobre os vencimentos. Na gestão do Presidente Manoel Alberto pode ser destacada a inserção do triênio no plano de cargos e salários, com a participação da AOJA, e a promoção automática, esta uma reivindicação antiga de todas as entidades de classe existentes no Tribunal de Justiça, com grande mérito para o Sind-justiça, que com diálogo e argumento, conduta que sempre tivemos na AOJA, corrigiu histórica injustiça com os serventuários, que eram promovidos conforme o bom humor do gestor do Tribunal, como se fosse algum favor e não um direito já usufruído pelos serventuários da Justiça Federal, qual seja, abriu vaga tem de promover, tal como ocorre na Magistratura. A Presidente Leila Mariano concedeu um reajuste acima da inflação e a iniciativa do auxílio-educação, hoje aguardando a aprovação do legislativo. Do novo Presidente esperamos que consiga resolver o imbróglio do auxílioeducação na ALERJ e a iniciativa do adicional de qualificação para os que tenham pós-graduação, mestrado e doutorado, nos moldes dos servidores da Justiça Federal. A transformação da Gratificação de Locomoção em Gratificação de Atividade Externa, de caráter remuneratório, com aproveitamento das contribuições já realizadas e a criação de uma Indenização de Transporte são os principais pleitos da AOJA com a nova gestão do Tribunal. Fiquei entusiasmado com o discurso de posse do Presidente Desembargador Luis Fernando Ribeiro de Carvalho, pois demonstrou preocupação com o êxodo de funcionários por conta da remuneração inferior em relação aos servidores da Justiça Federal e também com nossas condições de trabalho. Abordaremos também com a Corregedoria do Tribunal de Justiça os temas Alvará de Soltura Eletrônico, o uso de tecnologia no cumprimento dos mandados e ainda a convocação de novos concursados. Temos de equacionar a expedição de mandados. A intimação de conversão de prisão em flagrante em prisão preventiva pode ser revista diante da audiência de custódia, como proposto pelo Programa do CNJ. Ainda expedem-se muitos mandados em locais em que os Correios funcionam normalmente. Há mandados de intimação para comparecimento junto ao Comissário de Menores, isso é um absurdo. Este profissional dispõe de meios para cumprir com seus afazeres. O adicional de risco de vida pode ser englobado pela GAE, como ocorre com a Justiça Federal, pois imprescindível para os Oficiais de Justiça que, faça chuva faça sol, arriscam-se no cumprimento de mandados e utilizando seu veículo, colocandoo à disposição do Estado e, por incrível que pareça, pagando IPVA, ICMS e IPI e depreciando seu automóvel. Urge a edição de leis que nos isente desses impostos e continuaremos trabalhando pelo advento dessa legislação junto ao Executivo/ Legislativo. Já tramita no legislativo projeto de lei (aprovado pela Comissão de Constituição e Justiça da ALERJ) que isenta os Oficiais de Justiça do pagamento de transporte público. Faremos o mesmo na Câmara Municipal. Penso que com a isenção de transporte e a indenização de transporte (combustível e outros) poderemos equacionar melhor as despesas dos Oficiais de Justiça, sem que estes profissionais tenham de tirar dos vencimentos a verba necessária para cumprir com suas diligências. CONTRAFÉ- O Presidente da AOJA usufrui de licença sindical ou algum tipo de pro labore? Nenhuma coisa nem outra. O exercício das funções como Diretor da AOJA é gracioso e sem licença sindical. É por isso que a Diretoria encontra dificuldade em visitar as Centrais de Mandados em todo o Estado. Mesmo assim tivemos diversos encontros ao longo da gestão, tanto na capital como no interior do Estado. Há Centrais em que estivemos 2 ou 3 vezes. Promovemos também encontros na sede de lazer. Como Presidente da AOJA nunca deixei de atender um único associado, sempre que solicitado, seja na AOJA, na Central, na sede de lazer, pelo telefone, por mail ou WhatsApp. Sempre atendi a todos, sem distinção. O que não fiz, não faço e jamais farei, é me aproveitar de alguns momentos para fazer discurso demagogo. Hoje há maior interação entre Oficiais e a Diretoria da AOJA e ela acontece na sede de lazer. Ali todos se encontram, seja porque se hospedam no local ou porque passam o sábado e/ou domingo com suas famílias. Todos interagem, discutimos nossos problemas funcionais e são muitas as opiniões, o que facilita nosso trabalho. A mídia eletrônica também ajuda muito, pois é através dela que recebemos denúncias e sugestões. São muitos os Oficiais que colaboram conosco, independentemente de fazerem parte da Diretoria da AOJA ou não. Na verdade somos uma grande família. CONTRAFÉ- Como funciona a relação institucional da AOJA com o Tribunal de Justiça? A relação institucional da AOJA com o TJRJ sempre foi respeitosa, sem firulas ou demagogia, pelo menos em nossa gestão. Sempre que agendamos um encontro com o Presidente ou o Corregedor, nos preparamos antes de maneira a que a pauta seja cumprida com objetividade, pois os gestores, em geral, tem uma agenda muita cheia e o tempo deve ser bem aproveitado. 10 É por isso que em minha opinião o Oficial de Justiça que almeja a Presidência da AOJA tem de ser uma pessoa preparada, com aptidão para a função. Não basta ser bom amigo, bom camarada ou que tenha boa vontade. É preciso mais que isso. A começar pela conduta no trabalho e fora dele. É preciso dar exemplo de boa conduta. Não dá para ser Presidente da AOJA e ficar todo dia nos bares da vida. A gestão da AOJA exige qualificação, disposição e conhecimento. Já tivemos Presidente sem curso superior, sem formação jurídica. Isso gera consequências graves para a categoria. Acho fundamental o conhecimento técnico, a formação jurídica, a atualização constante, o conhecimento do direito constitucional e administrativo, pois nossa vida funcional gira em torno destas matérias. Esse conhecimento nos faz antever certos acontecimentos, faz com que possamos ter critério para escolher e nos cercar dos melhores profissionais. Conheço ex-Presidente da AOJA que não conseguia entender o que diziam alguns Desembargadores em cargos chaves do TJRJ. Isso é grave, pois sem e entendimento necessário do tema a pessoa não consegue argumentar e deixa passar aquela oportunidade. Nós teremos eleição na AOJA agora em março de 2015. Espero que o associado analise o que foi feito, que faça sua escolha com consciência, pensando na categoria, na AOJA, e não na simpatia ou na amizade que tenha por certo candidato. Há candidato profissional que está sempre procurando uma boquinha, que faz muita propaganda, mas, resultado que é bom, não consegue. É o candidato midiático, gasta muito com propaganda, com jornal, se candidata para tudo que é cargo, associação, sindicato, legislativo. É o rei da promessa e até esforçado. Ora, isso não basta, pois de boas intenções o céu tá cheio. É preciso resultados. O caminho é árduo e difícil, mas não impossível. Além do mais, a AOJA não pode servir de trampolim para quem almeja outras coisas. O caixa da AOJA só deve ser usado em favor de seus associados e da conservação e aumento de seu patrimônio. Não pode, jamais, servir para a exposição pessoal, com a expedição mensal de jornais, com interesses particulares futuros. A AOJA é crucial para a categoria e a Diretoria é que traça a estratégia, que planeja os próximos passos. Esse trabalho tem de ser sério, profissional, sem firulas ou demagogia. Outrossim, o cargo de Presidente da AOJA é um cargo político, representa a instituição e sua categoria, de modo que mais importante do que discursar ou fazer firulas para os associados, é o trânsito que tenha com as pessoas que comandam o Tribunal e Assembleia Legislativa. Por conta da atuação como Presidente da AOJA na assembleia, especialmente quando do aumento da gratificação de locomoção e agora com o passe-livre nos meios de transporte, pelos relacionamentos ali construídos, tive o prazer de receber uma Medalha Tiradentes, assim como algumas homenagens similares em Municípios do interior do Estado. Isso é resultado da conduta do Presidente da AOJA, pois o cargo é político, é institucional. Friso que para integrar a Diretoria da AOJA é preciso honestidade, transparência, conduta ilibada e também competência, pois, afinal, a AOJA defende o interesse de 1.500 associados, não é pouca coisa. Tínhamos o problema daqueles que se associavam somente para concorrer ou votar faltando dois meses para a eleição. Com a reforma do Estatuto isso acabou. Agora é preciso um ano para votar e ser votado. Na verdade, aquele que pensa a AOJA de modo sério, pouco importa sua lotação, se cumpre mandados, se é assessor, chefe de central etc, é que deve ser o escolhido pelos associados. Qualquer associado que tenha ética e que esteja preparado pode ser Presidente da AOJA ou integrar sua Diretoria. Estou sabendo da pretensão de alguns. Me falaram de um que ficou na AOJA por seis anos, ficou mais três no Sindicato na gestão Amarildo, depois ficou mais três anos e agora é o representante do Núcleo, isso mesmo, Núcleo dos Oficiais no Sindicato. Que é isso? Há um colega que sempre me alertou da intenção do Sindicato em nos transformar em Núcleo do Sindicato e que com isso perderíamos todo nosso patrimônio, tudo, até mesmo a sede de lazer. Agora o cara quer ser Presidente da AOJA e representante do Núcleo no Sindicato. Isso conflita com os interesses da AOJA, com a ética e a moralidade. Todos sabem da necessidade de independência da AOJA. Tudo que conseguimos foi graças a AOJA. Não é possível que alguém que foi contra o aumento da Gratificação de Locomoção, que lutou pelo arquivamento desse processo na Assembleia tenha a cara de pau de querer dirigir os destinos da AOJA. Mas nós resistimos, tivemos força para reverter a situação e aumentar a GL. Outro me disse que a intenção é tão somente ficar exposto, pois pretende concorrer a Deputado Estadual nas próximas eleições. E a AOJA? Vai ser trampolim? Temos de nos proteger. Acho que candidato a Presidente da AOJA não pode ser político profissional, afinal, o cargo, embora político, é honorífico, gracioso. Não tem esse papo de rabo preso, de enfrentamento, isso é ridículo. Eu, por exemplo, sou assessor de Desembargador e nem por isso deixei de agir quando necessário, de combater pregão exigido por juiz de modo indevido. Aliás, sou bem independente na minha atuação na AOJA, tenho até o apoio que talvez se estivesse lotado em uma central eu não conseguiria ter. Não temo represálias, transferências ou seja lá o que for, pois me garanto na competência, no currículo que construí ao longo de minha vida no Tribunal. Não foi sem sacrifício que cursei Emerj, especialização e Mestrado em Direito Público e outros cursos. Isso não cai do céu, exige dedicação e preparo técnico. Tenho orgulho de ter associado, mesmo antes de ser Presidente da AOJA, aproximadamente uns 300 colegas que receberam orientação minha na Esaj. Somando aos 500 nessa gestão, representam mais da metade do nosso quadro de associados. São coisas que sempre terei na memória. Mas posso fazer muito mais pela AOJA. É questão de tempo e de vontade dos associados. Gostaria de completar um trabalho iniciado, resolver o problema dos nossos proventos de aposentadoria e algumas questões como alvará de soltura e intimações desnecessárias, plantões intermináveis por conta de atrasos de quem deveria ter mais respeito com os serventuários e o jurisdicionado, carro fornecido pelo TJ ao menos nos plantões regionais, haja vista as enormes distâncias percorridas. Outra questão importante é o relacionamento com o Sindicato. Eu não consigo pedir para um colega parar se o cartório continua, mesmo em greve, expedindo mandados, jogando a responsabilidade para o Oficial de Justiça. É preciso coerência. Todavia a atual gestão do Sindicato facilita o relacionamento, uma vez que se pauta naquilo que sempre defendemos: diálogo, argumento e negociação. E é isso que quer a categoria. Com esse tripé fomos alçados ao comando da AOJA com 70% dos votos e a atual gestão do Sindicato teve 80% dos votos. É muito apoio e a sinalização de que estamos todos no caminho certo. Ressalto o apoio que sempre tivemos para defender os interesses da categoria, e isso porque aonde trabalho tenho a oportunidade de conviver com pessoas importantes, que gostam dos Oficiais de Justiça e nos prestigiam sempre que precisamos. 11 Pretensões e conquistas Fazendo um balanço destes 12 anos em que eu estou no Tribunal, chego a uma conclusão bastante simples, muito se realizou, mas muito ainda há de ser realizado. A criação da Centrais e a consequente obrigatoriedade destas serem dirigidas por oficiais, a regionalização do cumprimento de mandados, o Sarq eletrônico, o novo sistema de marcação de Depósito Público, a lotação de estagiários nas CCMs, o Provimento 22 e a vedação do pregão, todas grandes realizações. No passado, algumas dessas conquistas pareciam bastante improváveis. Alguns colegas acreditavam que eram sonhos impossíveis. Hoje, são realidade. Por outro lado, muita coisa ainda falta. Abaixo cito algumas das inovações que considero necessárias. O Alvará de Soltura Eletrônico. É estranho que o Estado de Minas Gerais já opera com este sistema de soltura desde o ano de 2009. O mesmo já acontece com o Estado do Espírito Santo, Paraná, entre outras unidades da Federação. O assunto já foi tema, inclusive, da premiação do Instituto Innovare. E, mesmo com o exemplo destas e de várias outras experiências com ótimos resultados, o TJERJ insiste no cumprimento do Alvará pelo OJA. De eletrônico, apenas a expedição e o envio do mandado. O tema é polêmico entre juízes e desembargadores e não encontrou espaço para ser discutido como deveria durante a gestão que há pouco se encerrou. Alguns Juízes Auxiliares da Corregedoria se mantiveram irredutíveis em relação a modificação do sistema. Agora, com a posse de uma nova Administração, a AOJA trará o tema a baila novamente. Seria, sem dúvida, uma grande conquista, que melhoraria as condições de trabalho de dezenas de colegas em todo o Estado, principalmente em Bangu, Paracambi, Japeri, Meier, Alcântara e São Gonçalo. A utilização do veículo oficial para cumprimento de mandados nos plantões das Comarcas. O pleito não é novo, bastante útil aos OJAs e de pouco custo para o caixa do Tribunal. É uma medida de cunho não só logístico, mas também de claro sentido de compensação. Ainda existe clara diferenciação da quantidade de servidores e da disposição de meios entre a Comarca da Capital e as outras, mais intensamente entre aquela e as interioranas. Mais uma vez depende da oportunidade de um diálogo mais profundo Claudio Farias Estou Encarregado da CCM de Santa Cruz e 1º Vice-Presidente da AOJA. E sou Oficial de Justiça Avaliador. entre a AOJA e a nova Administração. Critérios objetivos para lotação e remoção de OJAs. O assunto é urgente. E não atinge, como a maioria pode imaginar, só os OJAs lotados nas Regionais e no Interior. Lógico, é desastroso o resultado que as remoções através de Avisos da CGJ causam a estas serventias tão carentes de pessoal. É muito comum a remoção de Oficiais de uma serventia carente para outra com lotação próxima do ideal, numa clara demonstração de que a Administração considera a existência de serventias de primeira e segunda categorias. No sentido inverso, a remoção de ofício, como é popularmente conhecida, é utilizada como meio de punição oficiosa para OJAs lotados em Centrais que tem vagas disputadas. De toda forma, a prática é danosa. Oriundas diretamente do Gabinete do Corregedor e que não se submetem as regras do devido processo administrativo interno e, por consequência, são decididas sem apreciação devida por parte do órgão consultivo e de fiscalização natural, neste caso o DIOJA através de seus pareceres, estas remoções de ofício têm de fazer parte da pauta de discussões da AOJA com a Corregedoria. O sistema de certidões eletrônicas. Sim, este mesmo que não funciona muito bem porque alguém, que não se sabe quem, resolveu deixar de lado o trabalho de uma comissão escolhida em reunião com representantes das Centrais e da Corregedoria e criar um sistema que é a cara de quem nunca fez uma certidão na vida. As certidões foram selecionadas, revisadas e enviadas ao DIOJA e deste para o DGTEC. Daí para frente os Oficiais que fizeram parte da tal Comissão, que incluiu também este humilde servidor, não mais foram chamados a participar do projeto. Bem, deu no que deu. Um sistema pouco interativo e que só se salva pelo espaço reservado as observações. Tão ruim, que seu uso acabou deixando de ser obrigatório. Há algum tempo atrás, eu mesmo tentei saber da possibilidade de retomar o projeto original e remodelar os modelos que já estavam disponíveis no sistema. Infelizmente, a resposta foi que o DGTEC estava sobrecarregado e que esta não era uma prioridade da Presidência. É hora de tentar novamente. Por fim, devemos discutir a forma de se requerer a dilação de prazo. Meu substituto na Direção da CCM, Fábio Guilherme, enviou, quando das minhas férias no final de 2013, sugestão ao DIOJA para que o DGTEC incluísse na primeira aba do SCM um espaço para que o OJA requeresse a dilação e sucintamente indicasse as suas razões. A partir daí o Juízo receberia uma mensagem e concederia ou não o pedido. A resposta também seria enviada através do meio eletrônico e, até que retornasse, o prazo estaria suspenso. Ideia bacana e inteligente esta do Fábio Guilherme. Infelizmente, a questão teve o mesmo desenlace, ou melhor, entrave da questão anterior, não era prioridade. É claro, não é só isso. Outras questões relevantes atingem pontualmente o trabalho dos nossos colegas desde aqui na Capital até os rincões mais distantes do nosso Estado. Viajando com o Rui e o Dr. Cristiano a Comarcas distantes percebemos como é peculiar a nossa atividade, como são grandes as diferenças de formas, instrumentos e condições de trabalho, como são criativos, talentosos e, principalmente, corajosos todos nós. P.S. Quem leu com atenção o texto e teve a paciência e bondade comigo de chegar até a última frase do parágrafo acima vai ter a impressão de que não foi bem encerrado. Parece mesmo que falta alguma coisa. E falta. Um fechamento de melhor estilo literário, talvez? Problemas importantes que nos afligem e eu nem citei? Com certeza. Eu achei a mesma coisa. E entendi porque. O trabalho está só começando. 12 Curtas da AOJA 1 A recuperação do espaço para os Ofi- 7 O Projeto de Lei 3169/2014 (Passe ciais de Justiça do Fórum Central estacionarem seus carros será parte da pauta com o novo Presidente do TJRJ, tendo em vista o insucesso das tentativas feitas com a gestão que o antecedeu na administração do Tribunal. Livre), de autoria do Deputado Luis Paulo (PSDB) foi aprovado na Comissão de Comissão e Justiça -Deputado Domingos Brazão (PMDB) e na Comissão de Servidores Públicos – Deputado Marcus Vinícius (PTB). Atualmente está na Mesa Diretora da ALERJ. 2 A AOJA insistirá com a Corregedoria sobre a necessidade de implementação do Alvará de Soltura Eletrônico. negam o direito quando há reestruturação na carreira, como aconteceu no Estado do Rio de Janeiro com a edição das leis 3893/02 e 4620/05. A AOJA lutará em todas as instâncias, ordinária e extraordinária, pois somente a perícia pode demonstrar se há o direito ou não e a estruturação na carreira não trouxe em seu bojo nenhuma vantagem financeira aos associados da AOJA/RJ. 13 Tramita na Câmara Federal a PEC 3 Com a Audiência de Custódia (Pro- 414, que transforma a carreira do Oficial de Justiça em carreira de Estado. A autoria é do Deputado Lourival Mendes (MA). grama do CNJ) deve ser revista a expedição de intimação de conversão de prisão. 4 A AOJA apoia a PEC 555 que benefi- cia os oficiais de justiça inativos, que deixarão, caso aprovada, de pagar previdência. 14 No final de 2014 Oficiais de Justiça de Rui Martins e o Deputado Luis Paulo (PSDB) 8 Vedação de prisão por Oficial de Justiça em favelas, sarque eletrônico, regionalização dos mandados, mandado eletrônico, ensino à distância, fim da vedação de assessoramento pelo Oja, inserção dos triênios no plano de carreira e auxílio-transporte para o Oja também foram conquistas marcantes da atual gestão da AOJA nos últimos tempos. Oficial Theófilo Bacci (Theo) representando a AOJA-PEC 555 5 O Adicional de Qualificação e a aprovação pela ALERJ do Auxílio Educação aos dependentes são reivindicações inadiáveis e também constarão da pauta com a nova Administração do Tribunal. 6 A Oficial de Justiça Claudete Pessoa representou a AOJA na posse da nova Diretoria do Sindjustiça. 9 A AOJA, através do jurídico, derru- bou as vedações estabelecidas pela Corregedoria de o Oficial de Justiça ser Síndico ou Professor. 10 A luta contra o pregão continua. Recentemente a AOJA conseguiu que a Corregedoria desse interpretação extensiva e vedasse o pregão nos Narojas, assim como já ocorre nas Centrais de Mandados e nos locais que o Gabinete do Juízo está completo. 11 O Mandado de Injunção 1177 (apo- sentadoria especial) está concluso para decisão. O plenário do STF está decidindo a questão. 12 A AOJA ajuizou ação coletiva da Professora Claudete Pessoa, diretora da AOJA e Oficiais de Justiça na ESAJ URV. O motivo foi a posição dos Tribunais. Há julgados, e é a maioria no TJRJ, exigindo a prova pericial com a participação de todas as partes. Há julgados que todo o Estado fizeram ato público para chamar a atenção da falta de segurança na atuação dos Oficiais de Justiça. A AOJA organizou o ato no Fórum Central junto com os Oficiais da Justiça Federal e do Trabalho. O Oficial do TRT, Francisco Ladislaw, vítima fatal durante uma diligência, foi homenageado. Os Oficiais de Volta Redonda e Campos dos Goytacazes também fizeram manifestação.