BOLETIM INFORMATIVO^ CompanheiroTodo trabalhador já sentiu, e está sentindo hoje mais ain da do que nunca, que deste regime capitalista de generais não se pode esperar nada. Nas cidades os salários são dia a dia rebaixados,e no cam po, os filhos do agricultor não podem nem de longe pehsar em fi , car na terra e produzir. Todo trabalhador já sabe que não adianta ficar parado, e que é preciso arregaçar as mangas e lutar por seus direitos. Mas, esta luta tem que ser muito bem organizada e, também, tem que ter a união de todos. Por isso foi fundada a COT: para unir e organizar, a ní- vel nacional, a luta dos trabalhadores contra a exploração ca pitalista. 0 GEA, através deste Boletim Informativo, está procurando levar a todos os Companheiros algumas informações básicas sobre o histórico (XNCLfiT-Cangresso Nacional das Classes Trabalhadoras - realizado em São Bernardo do Campo, SP, nos dias 26, 27 e 28 de agosto passado, que tomou a iirçportante decisão de fundar a COT-Central Ohica dos Trabalhadores. Acreditamos que a fundação da COT-Central Ohica dos Trata Ihadores - é um dos passos mais importantes que a classe trabalhadora está dando na caminhada pela sua emancipação e é ho ra de todos nós, sindicatos, lideranças e trabalhadores, que queremos e lutamos par uma sociedade mais livree igualitária, nos integramos na construção da nossa Central Ünica, que cer tamente será chegar lá. V um instrunento inportante para nos ajudar a 1^1. Os trabalhadores jd têm sua Central Sindical: a CUT A fundação da CUT - Central Omca dos Trabalhadores foi a mais importante decisão dos 5.059 delegados de 912 entidades sindicais que estiveram reunidos em São Bernardo do Campo, nos dias 26, 27 e 28 de agosto passado durante o ... CONCLAT - Congresso Nacional das Classes Trabalhadoras. Foi ura ato histórico era que os trabalhadores dispostos a assumirem a força política que têm, resolveram se orga nizar a nTvel nacional para lutar por seus interesses e, tara bem, para raudar este sistema que através da história vem penalizando os trabalhadores do campo e da cidade e favorecendo uma minoria. 2. Um pouco de histoVía Os txabalhadores brasileiros por diversas vezes na his tória já tentaram se organizar a nível nacional. Bn 1906, um Congresso de Trabalhadores fundou a OOB - Central Operaria Brasileira. Em 1927 um novo Congresso Operário fundou a Confederação Geral do Trabalho. Qn 1935 houve outra tentativa de união através da Confederação Unitária Sindical do Brasil. Mais recentemente, no principio dos anos 60, os trabalhadores criaram o PUA-Pacto de Unidade e Ação e, o CGT-Ccmando Geral dos Trabalhadores. Bn todas estas tentativas, o governo usou a força para reprimir. Depois do golpe de 64, por quase 20 anos os trabalhadores foram impedidos de se manifestar, em todos os sentidos. Muitos foram os presos, torturados e mortos por tentarem defender os direitos mais elementares de qualquer ser humano.' Dezenas de diretorias sindicais foram cassadas e enquadradas na Lei de Segurança Nacional e ainda continuam sendo. r\ De 1964 para cá, o governo interviu e cassou as Diretorias de: . 70% dos sindicatos com mais de 5.000 membros . 19% dos sindicatos com menos de 5.000 membros Contudo, os trabalhadores em nenhum memento deixaram de protestar e, da maneira que podiam, mostrar sua incoformi dade e desejo de mudar a situação. Pequenas greves sempre fo ram realizadas, manifestações mais ou menos isoladas cotinua ram acontecendo em todo este período de brutal repressão. A partir de 1978, começando por São Paulo, começaram a se espaltiar por todo o país greves e movimentos massivos ' de protesto. E, foi nesta época que se começou a sentir nova mente a necessidade de um organismo para organizar as lutas a nível nacional. 3. A caminho da CUT De 1964 para cá, o governo brasileiro proibiu toda e qualquer forma de união entre sindicatos de categorias diferentes. Assim, por exemplo, num mesmo município, os sindicatos não podiam se unir para reivindicar juntos. Nem os sindi catos da mesma categoria, em municípios diferentes tãn o direito de se unir. Isto é interessante para o governo. Fica mais fácil do minar os trabalhadores porque eles estão divididos e, assim mais fracos. Mas aos poucos, os sindicatos foram se unindo, womeio dos trabalhadores rurais, foram criadas as regionais e, no meio dos trabalhadores urbanos, as intersindicais. Eram formas de os sindicatos ficarem mais fartes e com isto os traba lhadores terem mais força. Por que isto? Os trabalhadores viram que as lutas isoladas, embora importantes, tinham um alcance muito limitado, pois se conquistavam uma vitória numa greve, logo depois já tinham que estar novamente brigando, pois, o que era fundamental não ti nha sido mudado, ou seja, a política do governo que é quem coordena todo este arrocho. Então, era necessário lutar não só por um aumento no salário que logo era comido pela inflação, mas sim por uma política salarial que desse segurança e estabilidade para o trabalhador. Quer dizer,os trabalha dores foram se unindo por que era necessário.Eles precisavam de mais força. Bn agosto de 1981, depois de muitos anos, os traba lhadores novamente se reuniram numa Conferência para dis cutir os problemas. Foi o CX^JCIAT-Conferência Nacional das Classes Trabalhadoras- e tomaram decisões muito importantes. Qna delas foi a criação de uma Conissão Nacional Pró-Central Onica dos Trabalhadores. Esta foi encarregada de levar adiante um Plano de Lutas que havia sido aprovado na Conferência e, também, de organizar um Congresso Nacional para agosto de 82, onde se ria discutida a formação da COT. Na Comissão estavam representadas todas as correntes do movimento sindical brasileiro. Tinha dirigentes combativos caco Lula e Avelino Ganzer (trabalhador rural do Pará) e pelegos notórios como o Joaqulnzão (metalúrgicos de São Paulo). Esta Comissão não funcionou muito bem. Os pelegos estavam sempre puxando para trás e buscando a conciliação com o governo. Teve alguns que eram da Comissão, mas que nunca ' participaram de reuniões, como foi o caso do Orgênio Roth , que naquele tempo era presidente da Fetag. Parece que para eles não interessava a união. 4. Divisão no Sindicalismo Nós vimos que no I CONCLAT, em 1981, havia sido deciídido que em 1982 seria realizado o II CONCLAT, para discutir e quem sabe formar a COT. Pois, na época de começar a orgard. zar este Congresso, os pelegos vieram ocm uma conversa de que era melhor adiá-lo por um ano por que ia haver eleições para governadores e que isso atrapalharia o Congresso. Os dirigen tes combativos não concordaram com esta argimientação, mas em nane de manter a unidade do movimento sindical, aceitaram o adiamento. Ao invés de Congresso, aconteceu una reforma na Comissão Nacional Pró-COT e o Congresso foi remarcado para ' agosto de 83. Posteriormente foram acertados os dias (26, 27 e 28) para a sua realização. , 5. De lá para cá, os pelegos oomeçaram a usar muito a ço lítica da chantagem. Sempre que havia discussões polêmicas eles ameaçavam "rachar". Foi cem esta política que, numa reunião realizada no dia 8 de agosto, em São Paulo, a somente 17 dias OONCLAT, os pelegos e reformistas apresentaram a proposta de novamente adiar a realização do Congresso, agora por dois meses. Eles argumentavam que tinha que ser modificado o Regimento Interno, que já estava aprovado e que eles mesmos tinham ajudado a elaborar. Acontece que a maioria dos Encontros de Trabalhadores realizados nos estados tinham decidido pela realização do... CONCLAT em agosto, pela criação da COT e pela decretação da greve geral contra o decreto. Aqui no Rio Grande do Sul, no ENCLAT - Encontro Estadual de Trabalhadores, realizado nos dias 15, 16 e 17 de julho, estas propostas haviam sido aprovadas, ã 5. A responsabilidade pela divisão A divisão do movimento sindical, neste memento, é uma coisa muito grave. Nós estamos cansados de saber dos efeitos que para os trabalhadores urbanos representam os decretos dos salários. Pelo lado dos trabalhadores rurais, neste memento, estão em andamento importantes lutas pela Previdência e pela terra. De outro lado, toda a política do governo para a agrl cultura está mudando, principalmente, cem o oorte dos subsí^ dios sobre o crédito agrícola. Quer dizer, este é um memento muito importante tanto para os trabalhadores rurais quanto para os da cidade. E a união é fundamental. % Pois Jaem^t §§. a união é importante, que motivos poderiam levar importantes setores do movimento sindical a rempê -Ia. Vamos ver isto oem calma. * No mo^iKfâíriWsindical brasileiro nós temos atualmente dois grupos. (M 'gi^úpo é formado pelos pelegos e reformistas. O outro grupo nós podemos chamar de combativo ou autêntico. 0 GRUPO dos pelegos e reformistas é assim chamado por que sempre procura trançar a luta dos trabalhadores. Até admitem assembléias de protestos, mas, algo mais concreto como uma greve nunca. Fazem parte deste grupo sindicalistas liga- V 1 6 !— dos ao PDS, ao PCB-Partido Ccmunista Brasileiro, PC do B-Par tido Ccmunista do Brasil, MR-S-Movimento Revolucionário 8 de Outubro (Hora do Povo) e, ainda alguns sindicalistas ligados ao PMDB e PDT. Quase toda a cúpula (Federações e Confederações) fazem parte deste grupo, inclusive a CONTAG, e a maioria das FBTAGs. Parece muita gente, mas na verdade representam muito pouco do verdadeiro movimento sindical brasileiro. O pessoal das Federações e Confederações são quase todos "dirigentes" que conseguiram seus postos através das in tervenções do governo. São qua se todos "filhos" do regime mi litar e vão morres junto cem e le.Vivem em Brasília e nas capitais dos estados cemo verdadeiros ministros.De trabalhado res não têm nada.Levam vida de rico, igual a latifundiário e capitalista.Eles não podou ser contra o governo que lhes faci lita toda esta mordemia. O pessoal dos Sindicatos que pertence a este grupo em geral estão nos sindicatos há muitos anos e também ainda são fruto do regime militar. Estes têm mesmo é medo de mobilizar os trabalhadores porque poderiam se ecraplicar. Os outros, aqueles ligados ao PCB, PC do B, MR-8, não querem colocar em risco a "abertura", pois, estão muito mais interessadosan le galizar seus partidos que defender os interesses do trabalha < or ^ * Foi este pessoal que marcou xsa. outro Congresso para no vembro, onde talvez consigam formar a sua central amarrada às federações e confederações e a toda a estrutura sindical do governo. Isto se não se dividirem antes, de novo. GRUPO dos Ccmbativos ou Autênticos; É formado por aque les sindicatos que sempre estiveram a frente da luta dos tra balhadores. É o pessoal que aprendeu com a história que só iu tando é que o trabalhador consegue fazer valer seus direitos. Ê o pessoal que valoriza as bases do sindicato. Que pratica a Democracia dentro do sindicato. E que queria formar e tor*mou a Central Onica cem a particigação das bases. Aliás, foi a única coisa em que este grupo nao cedeu durante todo o pro cesso de divisão. Não aceitava una CUT amarrada a Confederações e Federações, sem participação da base. Neste grupo participam os sindicalistas ligados ã Igre ja, ao PT e, ainda setores do PMDB e PDT. Foram os sindicatos ligados a este grupo que fundaram a CUT e promoveram a manifestação do dia 15 contra a política econônica do governo. 6. A atuação da CONTAG A CONTAG atua de forma deplorável em todos esses acontecimentos, sendo inclusive uma das patrocinadoras da divisão, pois, fechou questão em cima do adiamento do CÜNCLAT, ' desrespeitando a decisão da maioria. üa fama unificadora da CONTAG, hoje não resta mais na da. 0 José Francisco, seu presidente, sempre "roncou grosso" nos encontros em nome de representar 50 milhões de trabalhadores rurais, agora tem que assumir a responsabilidade (ou ir responsabilidade) de patrocinar a divisão dos trabalhadores. A CONTAG teve uma atuação extremamente cupulista e au toritária, pois, simplesmente mandou telegramas para as ... FETTAGs ordenando que não era mais para participarem do Congresso. Cano as FETAGs, na sua aboluta maioria estão nas mãos de pelegos e acomodados, se sutmeteram às ordens do " Chefe " Zé Francisco. Os trabalhadores de base, entretanto, não. Ê isto que atesta os números que indicam a participação dos tra fcalhadores rurais. É importante frisar a participação da FETAG do Espíri to Santo, onde recentemente uma diretoria octnbativatonou pos se e assumiu a luta. 7 Como foi o Congresso Algumas coisas que acontecem quando se juntam mais de 5.000 trabalhadores brasileiros é possível imaginar. Outras só vendo para crer. Imaginem, por exenplo, um colono do interior do RS mui to constrangido junto cem a euforia e o forró dos nordestinos. v Teve delegações que viajaram 90 horas para chegar a São Bernardo, no entanto, a disposição era a mesma de quem tinha vindo ali do interior de São Paulo. As plenárias eram muito concorridas, ninguém queria perder um minuto daquela histórica reunião. Só às vezes quan do o calor apertava muito é que o pessoal dava uma saída pra pegar um picolé ou até mesmo uma cerveja. Nos intervalos, enquanto a turma toda almoçava, era um memento importantíssimo para a troca de experiência. Foi particularmente inportante para os agricultores gaúchos ouvirem dos nortistas e nordestinos as histórias de suas lutas, suas conquistas e, também, as derrotas. E contar história ninguém faz melhor que os nordestinos. Gesticulam multo, falam alto e, apesar de tudo dão grandes gargalhadas. Os delegados colonos aqui do RS, no caneco, também es tranharam um pouco a desenvoltura das mulheres que iam, colo cavam suas idéias e as defendiam enfaticamente, depois já nao estranhavam mais, só ficavam um pouco admiradas. O CCNCIAT foi de uma riqueza muito grande, eram trata lhadores de todos os cantos que sofrem oan esta política eco rônica do governo e que estavam ali, juntos, para colocarem' também as suas propostas e organizar melhor as suas luteis. Quando chegava pro lado da noite, podia contar que Io go aparecia um grupo cem uma gaita, vioão e outros instrumen tos para animar um pouco a turma. Outra coisa que ajudava na animação foi a cachaça "MA TA PELEQO", muito vendida durante o CONCLftS. 0 momento de fundação da CUT foi uma enorme festa.Não ficou ninguém sentado, todo mundo atirava o chapéu prá cima e cantava: ^__^ "A COT semos nós NOSSA FORÇA NOSSA VOZ", ou então: "CHORA PELBGO, PEIEGADA CHO RA, CHORA PtíLEGO QUE CHEGOU A TUA HORA." Esta movimentação toda e o número de delegados que foi ao CONCLAT surpreende ram muito o grupo dos pelegos e reformistas,pois/eles apostavam que poucos iriam a São Bernardo, e que então, o Congresso não seria representativo e as deci- soes ali tonadas não seriam levadas adiante. Entretanto, o que se viu foi justamente o contrário. No curto espaço de tem po de menos de 1 mês, as providências para o CCWCLAT foram tonadas e todo o país passou a discutir e se preparar para ir a São Bernardo. Contando con o apoio da Prefeitura Municipal de Sao Bernardo foi organizada toda a infraestrutura necessária para abrigar 4.000 delegados que a Conissão Organizadora esperava que fossem corparecer. Mas, mesno sem a participação de um grande raamero de sindicalistas que resolveram seguir o grupo dos pelegos e re formistas, o número de delegados ultrapassou em mais de mil a previsão inicial. Ccrpareceram ao OONCLAT b.059 delegados de 912 entida des sindicais sendo 602 urbanas e 310 rurais. Do Rio Grande do Sul participaram 419 delegados de 99 entidades sindicais. Estas entidades representavam, só do RS, 1.234.149 trabalhadores . ,*■ Do Brasil todo, 12.192.849 trabalhadores estiveram re presentados no OONCLflT. 8. A participação dos trabalhadores rurais A grande participação dos trabalhadores rurais no Con gresso surpreendeu a todos e demonstrou que o sindicalismo ru ral, em boa parte, está se desprendendo das amarras das ... FBEAGs e da CONTaS-Gonfederação Nacional dos Trabalhadores ' na Agricultura - que não apoiaram o CONCLAT e trabalharam con tra o Congresso. A participação de 1.65a delegados de 310 STR represen tando 3.144.438 trabalhadores rurais ronpeu a tradição de que os rurais iam sempre atrás da CüNTAG. vê-se con isso que quase não teve influência nenhuma a decisão da FBEAG de não participar. 9.0 que foi resolvido Os 5.059 participantes se distribuíram em gruposeche garam às seguintes conclusões: 10 I — Formas de Lm» Gerais 1 — Formação de gmpos nos locais de trabalho para articular a mobilizaçio interna, difundir material de consdentizaçáo e incentivar a síndicaliTação. 2 — CnaçSo de comiiiflei permanentes por local de trabalho como canal de transmissão das dedsSes das assembléias sindicais e integraçSo dos trabalhadores da empresa á lula do conjunto da categoria. 3 — Formação de comasôEs de mobilização permanentes nos locais de trabalho, visando trocar experiências, buscar sotaçdes para nossas dificuldades e fazer nossas discussêcs políticas e ctassistas. 4 — Lutar pela democratizaçio dos simücatas através da criação de conselhos de repwscwtaiwes. formados por delegados eleitos por local de trabalho e reptcscntanic dosdtauiHingadus. 5 — Lutar pela democratbaçie das fcderaçaes. através de eleiçOes diretas. 6 — Unificação das data-base dos dissidios por categorias a irfvdcstadtwil.BO primeiro momento, e a nivd nactonaL no segundo momento. 7 Apoiar a Campanha Nacional pela Reforma Agrária. 8 fcxtinçáodaFLiNAIecriaçáodeuní órgão dirigido pelos povos indígenas, para defender seus próprios interesses. 9 Pela imediata formação de Comitês de Desempregados. , 8 Que a Direção deita da Central Única dos Trabalhadores convoque um Dia Nacional de Luta pela Reforma Agrária. Que essa data. se possível, coincida com o aniversário do Estatuto da Terra. III — A greve geral contra ô decreto-lei n» 2.045 1 — A Direção eleita neste Congresso deverá encaminhar ao Governo Federal a reivindicação pela retirada do Decmo-Lci 1045 (que já está em vigor), fim da política econômica do Governo, rompimento dos acordos-cani o Fundo*Monetário Internacional — FMI . liberdade e autonomia sindical, liberdade de organização política, reforma agrária sob o controle dos trabalhadores, não pagamento da divida externa, fim da Ui de Segurança Nacional — LSN —. fim do Regime Militar, e por um governo controlado pelos trabalhadores, por eleições diretas para Presidente e contra a intervenção nos sindicatos, estabelecendo o dia 14 de outubro de 1983 como prazo máximo para que o Governo responda. 2 - A partir deste Congresso, até o fim do prazo, deve ser feita ampla agitação contra o decreto-lei 2.045. contra a intervenção nos sindicatos, pelo rompimento dos acordos com o FMI e pela reforma agrária, através de pichações. panfletos, carta/cs e outros meios, nos locais de t rabalho.-nas ruas. etc. Ao mesmo tempo, devem ser promovidas reuniões e assembléias nos sindicatos, nos bairros e em locais de trabalho para preparar e respaldar a mobilização. II — Formas de Lutas Imediatas 1 — Cobrar dos governos municipais, estaduais e federal, planos de expansão do número de empregos. 2 Promover campanha nacional unificada c dirigida pela Direção eleila neste Congresso para denunciar o Decreto 1045. 3 Denunciar através de fotos e textos os parlamentares que traírem a classe trabalhadora, colocando numa lista negra todos os parlamentares ausentes no decurso de prazo ou votação do Decreto 2.045. para ser amplamente divulgada. 4 Promover caravanas de sindicalistas de todos os Estados para comparecer ao Congresso no dia da votação. 5 Em cada Estado, os trabalhadores devem exigir dos seus representantes parlamentares um posicionamento contra o Decreto-lei 2.045. 6 Organizar assembléias, jornadas, comícios relâmpagos, passeatas, paralisações, etc. para denunciar o Decreto 2.045. 7 Ocupar espaços regionais. TV e rádio para denunciar o Decreto 1045. ■11 3 Terminado o pra/oe não tendo sido atendida a reivindicação, a Direção eleita neste Congiesso marcará a data dà greve geral, tomando como rcíercncia o limite máximo do dia 25 de outubro de 1983 .(decorrido o pra/o de tramitação do Decreto-lei no Congresso Nacional). Junto à comunicação da data. a Direção deverá definir todas as orientações para a greve geral, através de boletim divulgado massivamente. matéria paga em jornais de circulação nacional, etc. Com base nessas orientações, deverá ser estruturado o apoio à greve geral nos bairros. 4 arrecadação de fundos, etc. 4 A Direção e todas as entidades participantes deste CONCI.AT deverão fazer gestões junto aos dirigentes e. principalmente, junto às bases sindicais ausentes deste Congresso, visando ampla unidade de ação na luta contra o Decretolei 2.045. contra a intervenção nos sindicatos, pelo rompimento dos acordos com o FMI e pela reforma agrária, e na preparação da greve geral. 5 Deverá se procurar o apoio de outros setores da sociedade, tanto no âmbito nacional como em cada Estado, num trabalho combinado entre a Direção Nacional e as Intersindicais Estaduais. 6 Um trabalho especial deverá estar voltado para o Congresso Nacional. buscando comprometer os deputados federais. 7 — A Direção deverá acompanhar e analisar profundamente a situação a nível nacional, estadual e regional, para deflagrar a greve, bem como para transmitir orientações de comando quanto à coniinuidade e duração da greve. 8 Todo delegado do CONCI.AT é responsável por encaminhar imediatamente estas Resoluções na >ua categoria e no movimento sindical como um todo. A Greve Geral A Comissão Executiva Nacional da CUT encaminhou um do cumento ao Presidente da República fixando para o dia 14 de outubro o prazo máximo para o governo retirar o decreto do Congresso Nacional. Se caso até este dia o governo não tomar providências, então os sindicatos, em todo o país, começa rão a preparar uma GREVE GERAL para o dia 25 de outubro. A data do dia 25 foi fixada por dois motivos: primeiro, por que nesse dia esgota-se o prazo para o Congresso votar contra o Decreto. Depois do dia 25 ele passará por decur 12 r- so de prazo. 0 segundo motivo foi por que a Assembléia Estadual da Previdência, realizada em Porto Alegre no dia 31 de agosto, deliberou que os trabalhadores rurais deveriam fazer um protesto em cada cidade e, que este projeto deveria ser no mesmo dia que o dos trabalhadores urbanos, indicando o dia 25 cano a melhor data. IV — Central Única dos 4 A Direção da CU T será eleita neste Trabalhadores — CUT Cone Ia i com mandato de I (um) ano. com 1 A Plenária do dia 28 de agosto de I9t(3 aprovou a criação da Central Cnka das Trabalhadores — CUT. que passará a se constituir na direção que vai encaminhar, de forma organizada, a nivel nacional, as lutas comuns dos trabalhadores. 2 Este Organismo (CUT) deve ser representativo, democrático e independente do Estado, dos patrões e dos partidos políticos. 3 — A Plenária aprovou, em bloco, a proposta de Estatutos apresentada pelos Sindicatos dos Metalúrgicos de São Bernardo do Campo e Diadema e Bancários de São Paulo, apenas introduzindo alterações que constam dos itens 4 e S abaixo. Estes Estatutos só poderão sofrer novas alterações no Congresso Nacional a ser reaH/ado em agosto de l9K4.i(Em breve segue a integra dos Estatudos aprovados). a incumbência de. no plano político, encaminhar o Plano de Lutas aprovado e. no plano organi/ativo. estruturar e implantar a CUT em todos os seus níveis. Durante este primeiro ano. serão realizados Congressos e Plenárias Regionais e Estaduais até 15 de março de 1984. com eleições das respectivas Direções e estruturação da CUT A Plenária Nacional será realizada até dia IS de abril de 1984.0 Congresso Nacional será realizado em agosto de 1984. com eleição da nova Direção. 5 A Direção Nacional Colegiada será composta por 83 membros efetivos e 83 membros suplentes, por uma Executiva Nacional de 15 membros e por uma Coordenação Nacional de 7 membros (dentre os IS), sendo eleitos I (um) Coordenador e i (um) Secretário, dentre os 7. 10. A direção nacional da CUT A fim de encaminhar este Plano de Lutas e organizar na cionalmente a CUT, foi eleita uma Direção Nacional estrutura da da seguinte forma: . Direção Nacional conposta de 83 membros de todos os estados . Executiva Nacional cemposta de 15 membros . Coordenação Nacional conposta por 7 membros Dentro desta Coordenação Nacional foi escolhido para Coordenador Nacional o Presidente cassado do Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo, Jair Meneguelli. 0 gaúcho Paulo Paim, Presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Canoas for escolhido para Secretário-Geral da CUT. Também ficaramdois trabalhadores rurais, o José Novaes, Presidente do STR de Vitória da Conquista-BA, e Avelino Ganzer, do STR de Santarém no Pará. 13- Aián de Paun ficou na Kxecutiva Nacicwial, entre os 15 sindicalistas, a vice-presidente do CEPERGS-Centro de Prof^ sores do RS. Entre os «3 ncmes da Direção Nacional, ficaram ao todo, seis gaúchos "como titulares e mais 6 svplentes. Foram eles: Titulares Paulo Renato Palm - Sindicato dos ftetalúrgicos de Canoas Julieta Balestro - CEPERGS Olívio Dutra - Sindicato dos Bancários-PQA João Paulo Marques - Sindicato dos Vestuários-PQA Mario Gabardo - STR de Bento Gonçalves Remi Balüasso - Sindicato dos Jomalistas-PQA Suplentes FOrtunatti - Bancários-PQA João Machado - Metalúrgioos-Novo Hamburgo Robertina - Assistente Social-PQA Léo Piovesão - Agricultor de Palmeira das Missões Saul Barbosa - Agricultor de Ronda Alta Osvaldo Oliveira - Rodoviários de POA 11. A Importância da união dos trabalhadores ^ da cidade e do campo Tem muita gente pensando que não adianta se unir aos trabalhadores urbanos. Outros dizem que os interesses dos ru rais e urbanos são diferentes. Vamos ver se isto é verdade. Quando os trabalhadores da cidade lutam por melhores' salários, contra quem estão brigando? Contra os capitalistas donos de empresas e o governo que está do lado deles. Quando os colonos são roubados no preço do leite, na acidez, na gordura e nas quotas de inverno, quem está rouban do deles? São também os capitalistas e o governo, muitas vezes através das cooperativas. ■14 Quem è que lucra ocm os altos preços da ração, das má quinas, dos fertilizantes? São os capitalistas, não é? E, quem é que lucra cem os baixos salários dos trabalhadores da cidade? De novo os capitalistas. Se nós quiséssemos, poderíamos fazer uma centena de cemparações demonstrando que tanto os trabalhadores urbanos' cano os rurais são explorados pelos capitalistas e pelo governo. Outra coisa. Quando é que os trabalhadores da cidade ou do campo são atendidos pelas autoridades do governo. Quan do é que uma autoridade sentou junto cem os trabalhadores pa ra estudar com eles os problemas. Sempre que vêm a uma reunião, fazem grandes discursos, prometem isto e aquilo, e, vão embora antes do final. Mas, nada fazem. Tudo o que os trabalhadores conseguem é meio na marra. E, quanto pacote levam na cabeça, sem nunca serem perguntados se isto lhes interessa. Una Reforma Agraria que fixasse o hanera no campo, com condições para produzir, não interessaria tanto aos rurais co mo aos urbanos? Salários dignos para os trabalhadores, que dêem condi ções para que todos possam se alimentar cem dignidade, não in têressa para os agricultores? Só para termos uma idéia, se o decreto-lei 2045 for aprovado, isto vai significar para os trabalhadores uma perda mensal de 11 milhõese 856 mil salários mínimos, o que dá um total de 412 bilhões e 200 milhões, por mês. Com este dinheiro que os trabalhadores deixarão de ga nhar, daria para comprar 2 bilhões e 17 milhões de litros de leite a Cr? 190,00, ou então, 1 bilhãoe 374 milhões de kg de arroz, num único mês. E, o que os trabalhadores rurais vão ganhar com isto? Nada. Quer dizer, os trabalhadores urbanos e rurais têm mui tos motivos para estarem juntos. Para lutarem juntos. Para melhorarem sua vida juntos. 15 ALGÜMRS POFMAS DE SE ENGAJAR NA GONSTRÜÇÃ) DA CUT Para os Sindicatos; 1. Se filiar à COT e tentar influenciar para que outros se filiem. 2. Divulgar entre os trabalhadores rurais o I OONCLAT e a ún portância da fundação da COT para os trabalhadores brasileiros. Isto pode ser feito através de reuniões, debates, convites aos dirigentes da COT para dar palestras, etc. 3. Ajudar na implantação das COT-Kegionais, sempre incentivando os dirigentes sindicais que ainda não estão na luta a entrar e caminhar junto. 4. Se manter sempre informado e participar da a atividades ' marcadas pela COT. Para os Trabalhadores; 1. Onãs o Sindicato já está na luta, apoiar e participar de todas as atividades. Onde o Sindicato ainda está vacilando,iii centivar de_todas as formas para que ele participe e, onde ã Diretoria não quer nada mesmo, fazer um trabalho de divulga ção e buscar apoio em outras localidades onde o Sindicato é ccmbativo. 2. Incentivar para que o Sindicato se filie à COT 3. Se munir de subsídios para explicar a todos os Ccrapanfteiros porque é importante apoiar e participar desta luta. ESSAS SÃD APENAS ALGUMAS FORMAS, MUITAS GOTRAS CEREAMENTE SERÃO USADAS. O IMPORTAÍTEE É QUE TODO TRABAIUADORFIQUE SA BEM» QUE JÁ EXISTE A COT E TAMBÉM QUE VA iNTENDENDO A IM _ PQRESNCIA DISSO. SE OS COMPANHEIROS PRECISAREM DE MAIORES INFORMAÇÕES E MA ÍERIAL DE APOIO, DEVEM ENTRAR EM CONTATO COM A SECRETARIA GERAL DA COT QUE ESTA SEDIADA, AQUI NO RS, NO SBGUINIE EN CEREÇD: Rua Pinto Bandeira, 513 90.000 - Porto Alegre-RS Fone (0512)24.73.29 A COORDENAÇÃ) NACIONAL DA COT FICOU EM S&) PAULONO SBGUIN TE ENDEREÇO: AVf L^ jarcLiJtl/ 4OI_A Vila Bastos 09000 - Santo André-SP \uma publicação do geCNgrupode estudos agrários/ caixa postai 10.507 - 9QOOO porto alegre, rs "