Periodicidade: Diário Temática: Media Jornal Notícias Classe: Informação Geral Dimensão: 2939 12122014 Âmbito: Nacional Imagem: S/Cor Tiragem: 110603 Página (s): 1/16 a 20 Notícias TV NATAL DOS HOSPITAIS OS SEGREDOS E AS MEMÓRIAS DE 70 ANOS DE FESTA Periodicidade: Diário Temática: Jornal Notícias Classe: Informação Geral Dimensão: 2939 12122014 Âmbito: Nacional Imagem: Tiragem: 110603 Página (s): 1/16 a 20 Notícias TV Media S/Cor Foi a 23 de dezembro de 1944 que o Diário de Notícias lançou a iniciativa que hoje é já uma tradição A Notícias TV foi saber como se prepara este programa e ouviu as memórias de alguns dos apresentadores que já passaram poresteformato Maisdo que umafesta É uma marca O Natal dos Hospitais celebra 70 anos de histórias memórias vivências e momentos Nos pal cos que foram monta dos nos hospitais espalhados por esse país fora ao longo das últimas sete déca das já passaram nomes clássicos da mú sica portuguesa que vão desde Amália Rodrigues e Hermínia Silva aos mais con temporâneos como Marco Paulo ou Tony Carreira Foi no dia 23 de dezembro de 1944 que se realizou a primeira edição do Natal dos Hospitais iniciativa lançada pelo Diário de Notícias Em 1958 começou a ser exibida na televisão na RTP algo que se mantém até aos dias de hoje O Natal dos Hospitais de antigamente é muito diferente do de Ana Lúcia Sousae Márcia Gurget Fotos DR hoje Com esta coisa das mobilidades que temos de comunicação faz que se cum pram horários começa por explicar José Poiares que foi produtor da RTP na estru tura da direção de programas Antiga mente era complicado pedia se aos artis tas para estarem lá muito mais cedo por que havia a necessidade de garantir que a pessoa estava lá àquela hora E muitas ve zes acontecia avançarem outros que es tavam marcados para outra hora Agora também se atrasam mas avisam através do telemóvel Isso permite ter tempo para organizar naquele tempo não Era es perar para ver se a pessoa chegava Havia momentos em que uma pessoa fervilha va acrescenta à Notícias TV As fotografias da altura são a preto e branco mas as cores estavam lá Na ale gria que os doentes sentiam ao verem os seus ídolos a dedicarem lhes uma canção Ao sentirem o calor da presença de figuras emblemáticas como Artur Agostinho na cabeceira das suas camas Era o progra ma dos programas porque era visto por toda a gente e era a grande festa da mú sica recorda Eládio Clímaco Também Carlos Alberto Moniz salienta que o Natal Periodicidade: Diário Temática: Jornal Notícias Classe: Informação Geral Dimensão: 2939 12122014 Âmbito: Nacional Imagem: Tiragem: 110603 Página (s): 1/16 a 20 Notícias TV dos Hospitais era um dos grandes acon tecimentos a nível nacional Mas não basta estalar os dedos Esta é uma iniciativa que requer muito tempo de planeamento e envolve uma equipa grande para fazer nove horas de emissão em direto Temos dois grupos de produção o de Lisboa e o do Porto O de Lisboa será o que em ter mos de conteúdos tem primazia No total es tão envoLvidas cerca de 100 a 120 pessoas revela José Poiares O programa começa a ser pensado nos meses de calor Normal mente quando chegamos ao verão começa mos a falar Mas entre o falar e o começar a arrancar demora algum tempo Normal mente em setembro ou outubro é quando passamos à prática esclarece A emissão desta última quinta feira di vidiu se entre o Centro de Medicina e Rea bilitação de Alcoitão Lisboa e o Hospital de São João Porto com a apresentação de Catarina Furtado e José Carlos Malato e Sônia Araújo e Jorge Gabriel respetiva mente A escolha dos locais não é feita ao acaso e tem de cumprir vários requisitos E se nos últimos anos tem sido emitido a par tir de Alcoitão antes disso passou por vá rios outros hospitais mas era sinónimo de Media S/Cor custos avultados Os espaços eram sem pre adaptados Havia uns que se podiam adaptar mas havia outros que era muito complicado Lembro me de que fizemos um no Hospital da Estefânia já depois de 2000 em que cá fora o terreno era terra ba tida e inclinado Tivemos de juntamente com a Câmara Municipal de Lisboa melho rar o jardim e pusemos umas tendas enor mes para fazer o programa E exemplifica Lembro me muito bem de que nesse dia chovia a cântaros e passava água para den tro da tenda Houve sempre alguns incon venientes mas acabávamos por nos rirmos porque as coisas faziam se sempre Também a data escolhida segue um critério Normalmente é na quinta feira da semana antes do Natal Nesta semana calhou um bocadinho mais cedo O motivo é apenas para não estarmos muito longe do Natal justifica Periodicidade: Diário Temática: Jornal Notícias Classe: Informação Geral Dimensão: 2939 12122014 Âmbito: Nacional Imagem: Tiragem: 110603 Página (s): 1/16 a 20 Notícias TV de É um lugar comum mas é verdade ENCONTRO COM DOENTE CURADA FOI UMA GRANDE EMOÇÃO Eládio Climaco começou a fazer televisão em 1972 ano em que conduziu o Natal dos Hospitais a partir do Hospital de São José Daí para a frente apresentou o formato durante vários anos mas não esquece um momento que viveu no Instituto Português de Oncologia IPO Era terrível porque havia um pequeno anfiteatro e era preciso falar para algumas pessoas que estavam em fase terminal Lembro me de que num desses natais havia uma senhora que cho rava compulsivamente Eu dirigi me a ela e disse lhe que não podia estar assim e que tinha passageiramente uma outra fa mília que eram os enfermeiros e os médi cos começa por lembrar o apresentador que teve uma surpresa algum tempo mais tarde Há dois anos essa mesma senho ra encontrou me numa superfície comer cial e pediu se podia dar me um beijo e eu Com quase 55 anos de carreira Júlio Isidro apresentou o seu primeiro Natal dos Hospitais quando tinha apenas 16 anos E também ele não ficou indiferente ao sofrimento de alguns pacientes com quem privou Os momentos mais mar cantes foram as minhas idas a dois hospi tais o de São João e o da Universidade de Coimbra Ali eu tive a noção exata da im portância que o Natal dos Hospitais tem para aquelas pessoas que estão hospitali zadas Emocionei me muito até porque em ambos estive no serviço de pediatria E quando vemos as crianças doentes é muito difícil sorrir Mas eu disfarcei o me lhor possível DO PAPEL DE APRESENTADOR AO PAPEL DE PACIENTE As lágrimas também estão presentes mas não ofuscam a alegria de quem assis disse que sim Ela respondeu Olhe eu já te a esta festa mesmo estando numa ca muito sentador e de convidado o conheço Sabe onde nos conhecemos Lembra se de uma senhora que chorava Era eu Estou melhor Foi uma ale gria É preciso ter esperança e transmitir essa esperança No final de 1978 Helena Ramos es treou se na RTP e no ano seguinte condu ziu a sua primeira emissão do Natal dos Hospitais As recordações são todas mui to boas Acho que o que guardamos mais é o sorriso das crianças das pessoas que estão mais fragilizadas e a alegria Houve episódios muito complicados Lembro me de um momento em que tive de ir para os bastidores porque comecei a chorar copio samente por ter visto uma pessoa que es tava com um problema muito grave lem bra a apresentadora que acrescenta em seguida Chorei muito e depois de me re compor fui outra vez à maquilhagem e vol tei à antena E um bocadinho como o pa lhaço que acaba de lhe morrer o pai e ele tem de continuar a trabalhar Nós não po demos partilhar tristezas com quem já tem as suas Mas estes acontecimentos também nos fazem bem Acho que muitas pessoas deviam ir mais aos hospitais por que talvez tivessem a perceção da sua fi nitude e começassem a viver de forma mais humana e melhor Na altura Helena Ramos percebeu como era feliz por ter saúde O mesmo aconteceu a Isabel Angelino outra das apresentadoras que já conduziram este formato Os casos mais difíceis já me fize ram chorar porque sou uma pessoa que se emociona facilmente Já me emocionei muitas vezes e já levei para casa os proble mas das pessoas com quem convivi e que nos fazem pensar na nossa própria vida e a dar valor àquilo que temos e à nossa saú ma de hospital Carlos Alberto Moniz já es teve no programa na qualidade de apre O também cantor partilha alguns momentos que vi veu nos bastidores do Natal dos Hospitais Havia uma sala de convívio onde nos jun távamos todos Trocávamos impressões sobre o nosso trabalho o que estávamos a fazer o que estávamos a gravar etc Era uma hipótese de as pessoas se juntarem Media S/Cor Periodicidade: Diário Temática: Jornal Notícias Classe: Informação Geral Dimensão: 2939 12122014 Âmbito: Nacional Imagem: Tiragem: 110603 Página (s): 1/16 a 20 Notícias TV Media S/Cor algo que já não acontece muitas vezes nas pessoas de quem eu gostava ao vivo Os tro para matar saudades e combinar futu ros encontros sar ou a prepararem se para entrar e eu nossas carreiras Era um ponto de encon Ana Zanatti que também apresentou o formato exibido na RTP revela não ter tido nenhum momento marcan te mas recorda se bem do convívio com as pessoas que estavam no hospital na quele momento Era um momento espe cial e muito esperado pelas pessoas inter nadas A melhor recordação que tenho é o de poder contribuir para um momento mais agradável daquelas pessoas que não iam passar o Natal com as famílias O que nós temos de levar às pessoas é alegria esperança e fazê las participar naquele artistas estavam nos bastidores a descan aproveitava para pedir autógrafos e alguns ainda guardo até hoje Lembro me de ter pedido aos Excesso e ao Marco Paulo conta Isabel Angelino remetendo para o especialmente início da década de 1990 Anos depois foi a vez de Carlos Ribei ro ter sido protagonista de uma situação inusitada em que acabou por ser ele a dei tar se numa cama de hospital Vivi uma situação curiosa no Garcia de Orta Eu era o apresentador principal e a equipa tinha de comparecer no local de manhã Mas eu estava completamente afónico Comecei por me socorrer de um otorrino que me fez momento A maior emoção que guardo é a partilha dessa alegria destaca um checkupcompletoeaté um raio Xaos reira de Isabel Angelino foi marcado por va doente Lá tomei uma coisa que me de Há 22 anos na televisão o início da car pulmões me fizeram tal era a disponibili dade dos médicos E eu nem sequer esta um grande entusiasmo Tudo era novida de principalmente dar de cara com artis tas que via apenas na televisão Na altu ram e aguentei o dia todo ri se E se hoje ele é um dos maiores comu nicadores do país já houve uma altura em que Júlio Isidro se sentia intimidado com a presença de artistas de renome tais como Amália Rodrigues Os bastidores das pri que acorriam à sala em que estava a de elite porque para além de cantores havia a presença de muitos atores particular dançar Esqueciam completamente as suas dores e as suas mágoas Na altura era muito engraçada a sensação de ver quela gente a olhar para nomes míticos ra em que os Excesso apareceram era a grande loucura e quando eles entravam em palco era a histeria total entre os doentes e os profissionais dos hospitais correr a emissão Desatavam a cantar e a meiras emissões eram uma verdadeira mente de revista Eu estava ali no meio da A Amália muito nova ainda Eu estava ali Periodicidade: Diário Temática: Jornal Notícias Classe: Informação Geral Dimensão: 2939 12122014 Âmbito: Nacional Imagem: Tiragem: 110603 Página (s): 1/16 a 20 Notícias TV Media S/Cor a um cantinho a olhar para aquelas pes soas extraordinárias muito tímido Para mim eram grandes senhores Hoje em dia as coisas inverteram se e eu passei do mais novo a quase mais velho e estou mui to triste por não ter apresentado este últi mo Natal dos Hospitais revela Júlio Isi dro que até este ano nunca tinha falhado nenhum programa ARTISTAS DISPUTAM OS HORÁRIOS EMQUEVÃOATUAR Apresentar o Natal dos Hospitais é sinóni mo de um encontro de gerações Apesar de muitos apresentadores não terem qual quer vínculo laborai com a RTP há alguns anos a estação pública continua a chamar alguns dos rostos emblemáticos para apresentar este formato que não recusam oO tas desafio mesmo acontece com os artis Era um programa com um impacto extraordinário mesmo em termos de dura ção Não havia programas de seis e oito ho ras na altura Eram os grandes artistas os grandes cabeças de cartaz que lá iam e eram ansiosamente aguardados Era uma grande montra A população delirava com o programa afiança Carlos Ribeiro Hoje para convidar os artistas para es te formato basta saber a data do evento e fazer o contacto com as suas editoras conforme explica José Poiares Há al zinha é um programa muito light E evi dente que há artistas que gostamos sem pre de ver o Marco Paulo o Tony Carreira E os próprios artistas fazem questão de ir Ao ponto de haver uma guerra entre eles no que diz respeito ao horário em que vão atuar Havia uma técnica dos artistas não sei se ainda hoje há Quando nós os convi dávamos e marcávamos uma hora por exemplo para as 16 00 eles diziam sem pre que não podiam a essa hora só às 19 00 começa por explicar para depois exemplificar Há dois momentos durante o dia que são cruciais no sentido de au diências por causa dos noticiários Esse horário já está preenchido normalmente fecha às 20 00 com o Tony Carreira Mas já fechou com o Marco Paulo durante mui tos anos José Poiares recorda o momento em que teve de comunicar ao artista que o seu horário ia ser substituído por Tony Carrei ra Ao longo dos anos vão aparecendo no vas pessoas com um perfil com mais se guidores O Marco Paulo também tem uma hora privilegiada já que fecha o pro grama antes das 13 00 Estes horários já estão fechados há muitos anos Ele foi im pecável e percebeu tudo é um grande se nhor sublinha Além do contacto com os artistas e do agendamento dos espetáculos há outro dado a ter em conta a cenografia que co meça a ser preparada nas suas semanas anteriores à exibição do programa O pal co de Alcoitão é pequeno e nós aumenta mos esse espaço Depois a parte técnica ou é preparada na véspera ou na antevés pera altura em que fazemos os testes das luzes do som e fazemos os ensaios O car ro de exteriores fica muito perto e na ma nhã já está tudo pronto para arrancar enumera José Poiares No próprio dia chegamos uma hora antes de a emissão ir para o ar porque as coisas já estão todas feitas No fim do pro grama as pessoas querem ir para casa porque o Natal dos Hospitais dura o dia in guns que já são tradição e nós também teiro frisa muitas horas emissão Há muitos artistas que depois fi cam à conversa com as pessoas e até can tam para as que ali estão finaliza José gostamos de os ter É um programa com das 10 00 à 13 00 e das 14 00 às 20 00 Não temos grandes con versas as coisas vão acontecendo as pes soas vão passando vão olhando vão à co Mas a festa não termina com o fim da Poiares