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Trabalho 2617 - 1/3
ABUSO E MAUS-TRATOS NA INFÂNCIA: CARACTERIZAÇÃO
DESTE FENÔMENO EM ADOLESCENTES DO SEXO FEMININO
OLIVEIRA, Eliany Nazaré1
VASCONCELOS, Michele Carneiro2
COSTA, Francisca Brunna de Carvalho3
ELOIA, Sara Cordeiro4
LOPES, Marcos Venicios de Oliveira 5
GUBERT, Fabiane do Amaral6
ALBUQUERQUE, Izabelle Monte’alverne Napoleão7
Introdução: A violência constitui hoje uma grande preocupação para a saúde
da população brasileira e para o setor saúde, onde mulheres adultas e jovens
sofrem agressão física, sexual, psicológica e econômica. Desta forma, é
conhecida como violência de gênero porque resulta, em parte, da condição
subordinada ainda vivida pela mulher na sociedade. A violência ora discutida
se transforma em uma das principais causas de sofrimento psíquico, de
adoecimento físico e mental, que, de modo geral, acontece lentamente, em
espaços privados, protegidos, chamados de “lares”. Objetivos: analisar as
características da violência vivenciada por adolescentes do sexo feminino na
faixa etária de 12 a 19 anos que freqüentam Escolas Públicas no Município de
Sobral - Ceará. Metodologia: Pesquisa do tipo Surveys, com delineamento
transversal,
com
amostragem
por
conglomerado
foi
nosso
desenho
metodológico. Utilizamos como instrumento o QUESI - Tradução para o
português do Childhood Trauma Questionnaire: Questionário Sobre Traumas
na Infância. Os resultados foram organizados com a ajuda do Programa Excel
e em seguida processados pelo Programa SPSS versão 13. A amostra foi
composta por 949 adolescentes.
1.
2.
3.
4.
5.
6.
7.
Enfermeira, Doutora em Enfermagem, Docente do Curso de Enfermagem da Universidade Estadual
Vale do Acaraú e Orientadora – Pesquisadora de BPI/FUNCAP – Email : [email protected]
Acadêmica de Enfermagem da Universidade Estadual Vale do Acaraú e Bolsista de IC/FUNCAP
Acadêmica de Enfermagem da Universidade Estadual Vale do Acaraú e Bolsista de BPI/FUNCAP
Acadêmica de Enfermagem da Universidade Estadual Vale do Acaraú e Bolsista de BPI/FUNCAP
Enfermeiro, Doutor em Enfermagem,Docente do Curso de Enfermagem da Universidade Federal do
Ceará.
Enfermeira, Doutoranda do Programa de Pós-Graduação de Enfermagem da UFC.
Enfermeira, Mestra em Enfermagem, Docente do Curso de Enfermagem da Universidade Estadual Vale do Acaraú.
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Trabalho 2617 - 2/3
A Resolução 196/96 que norteia pesquisa com seres humanos foi respeitada.
Resultados: A pesquisa com as 949 jovens evidenciou que 698 delas, já havia
sofrido algum tipo de violência, o que corresponde a 73,6% dos casos. Apenas
251 (26,4%) das participantes revelaram nunca terem sofrido nenhum tipo de
violência. A Negligência emocional foi a mais referida com 589(84,4%) das
ocorrências,
o
abuso
emocional
obteve
465(66.6%),
o
abuso
físico
189( 27,1%), negligência física 170(24%) e abuso sexual revelado por apenas
56(8%) das adolescentes. Ao identificar os tipos de violência que caracterizam
os maus tratos sofridos por estas meninas, concluímos que a violência familiar,
assim como a psicológica estão interligadas aos outros tipos de violência,
interferindo no seu crescimento pessoal, dificultando a execução de projetos de
vida saudável e a geração do sofrimento psíquico determinada pelos processos
violentos vivenciados durante a infância, podendo contribuir, então, para
aquisição de distúrbios de ordem mental e física entre este grupo.
Conclusões: Os resultados evidenciaram que 73,6% das adolescentes
sofreram algum tipo de violência enquanto cresciam. A negligência emocional
aparece com um percentual muito significativo (84,4%), muito próximo do
abuso
emocional
(66,6%),
ambas
relacionadas
diretamente
com
comportamentos e atitudes de pessoas que estiveram presentes durante a
infância e crescimento dessas jovens. Os dois tipos de violências que fizeram
parte com maior ênfase da infância desse grupo de jovens, não podem ser
analisadas de forma simples, pois fazem parte da violência psicológica,
fenômeno de importante significado para o sofrimento psíquico. Podemos
sugerir que este grupo teve em sua infância situações onde a violência
psicológica foi responsável pelo sofrimento psíquico, e este por sua vez, as
deixou vulneráveis para levarem a cabo um crescimento e desenvolvimento
saudável. Sabemos que acontecimentos na infância, quando negativos, podem
afetar a estrutura psíquica do adulto. Estudos têm demonstrado que é
exatamente durante a adolescência que situação de crises se instalam, sendo
como fator predisponente uma infância permeada de vivências negativas.
Nesta perspectiva nossa pesquisa buscou produzir um conhecimento com
enfoque nas principais violências sofridas por adolescentes de escolas
públicas. Este além de ser base para o seguimento da segunda fase de uma
pesquisa maior, irá contribuir para compreensão deste fenômeno em jovens do
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Trabalho 2617 - 3/3
sexo feminino que possuem características sócio culturais similares as das
participantes deste estudo. Acreditamos que o estudo servirá para os
profissionais de saúde, e em particular a(o) enfermeira(o), por disporem de um
diagnóstico que os auxiliarão na construção de ações de promoção da saúde
junto a esse grupo, detecção e prevenção aos maus-tratos na infância e
adolescência. Bibliografia: GRASSI-OLIVEIRA, Rodrigo; STEIN, Lilian Milnitsky
e PEZZI, Júlio Carlos. Tradução e validação de conteúdo da versão em
português do Childhood Trauma Questionnaire. Rev Saúde Pública, 2006;
40(2):249-55.
ELLERY, C.M. (Org.) Como identificar, prevenir e combater a
violência sexual contra crianças e adolescentes. Cartilha para gestores,
técnicos e educadores da Rede de Enfrentamento à Violência Sexual.
Fortaleza: 2004. 31p. CEARÁ, Secretaria da Saúde do Estado. Protocolo de
assistência à pessoas em situação de violência. Fortaleza: Secretaria de
Saúde do Ceará, 2004. 83p.
Descritores: Maus-tratos infantis, Violência Doméstica, Saúde Mental, Mulheres
I
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caracterização deste fenômeno em adolescentes