Assuntos que gostaria de fomentar discussão no Conselho Universitário
da UNICAMP (e por esta razão sou candidato)
Sou professor titular na área de Física Atômica e Molecular do
Departamento de Eletrônica Quântica, Instituto de Física da UNICAMP, onde
ingressei em 1986. Publiquei um pequeno resumo de minhas atividades
acadêmicas e administrativas na minha página (www.ifi.unicamp.br/~maplima).
A seguir, apresento algumas das propostas que gostaria de discutir no CONSU,
caso seja eleito:
1. A UNICAMP precisa fortalecer sua agenda de mais longo prazo.
Durante a gestão do Reitor Brito Cruz, coordenei a reforma do prédio do
ciclo básico da UNICAMP. A reforma foi pautada na modernização dos
ambientes de ensino de graduação da UNICAMP com a intenção de
oferecer aos nossos alunos os desafios e as vantagens da utilização da
internet e recursos de multimídia em sala de aula. Comecei por esse
assunto por achar que este tipo de ação deve ter planejamento de estado
e não de governo. Creio que a UNICAMP, com ajuda do CONSU, precisa
ter uma agenda de mais longo prazo que permita ao reitor planejar
projetos em uma escala de tempo superior à duração de seu mandato.
Para efeito de ilustração, chamo a atenção que, em seguida à reforma do
prédio do Ciclo Básico, fizemos o projeto de reforma de outro prédio que
atende a muitos institutos, o chamado Pavilhão Básico. Este projeto
custou cerca de 50 mil reais e agora está aguardando recursos disponíveis
e/ou prioridade sobre outras ações para ser levado adiante. Deveria ser
assim? Além disso, um programa de apoio à graduação precisa ir além da
infra-estrutura. Precisamos de um plano acadêmico, como contrapartida
do investimento em infra-estrutura, que convoque os alunos através de
uma chamada institucional do tipo “É preciso estudar mais”. Essa
responsabilidade, hoje, está exclusivamente nas mãos dos professores.
Não é assim que devem funcionar as melhores escolas.
2. Ensino de graduação à distância. A UNICAMP precisa estudar
este assunto. Ensino à distância é uma realidade cada vez mais
estimulada nas melhores universidades do mundo. O Governo Federal
criou a Universidade Aberta do Brasil (UAB). A UAB já possui mais de 300
núcleos de apoio presencial, inclusive vários deles no Estado de São
Paulo. A UNICAMP não está nem inscrita junto ao MEC, como possível
candidata ao ensino de graduação à distância (atividade já
regulamentada). O CONSU precisa estudar o assunto e começar a planejar
a entrada desta universidade neste projeto nacional, ou quem sabe,
ajudar na criação de um projeto estadual. Isto não é uma opinião com
finalidade política. Apenas, pelo que estudei do assunto, parece que a
UAB é uma idéia promissora e pode ser melhorada com a nossa
participação.
3. A melhor maneira de proteger a autonomia é através de
avaliações externas. No governo do Presidente Fernando Henrique
nossos alunos participaram do “provão”. Na ocasião, nossos
representantes afirmaram que não temíamos a avaliação e apesar da
nossa autonomia participaríamos do processo. De fato, isso aconteceu e
nossos alunos se saíram muito bem. No Governo do Presidente Lula, após
desmandos e demissões por telefone, uma nova proposta de avaliação do
ensino superior foi colocada em prática. Nesta ocasião, a UNICAMP,
seguindo a lógica da “defesa” de autonomia da USP, aprovou a não
participação de nossos estudantes no novo processo de avaliação. Eu
acho que esta ação agride a autonomia ao invés de defendê-la. A melhor
defesa de nossa autonomia é mostrar claramente que estamos formando
bem nossos alunos. Não deveríamos nos eximir de fazer qualquer
avaliação externa. Isto vale para todas as nossas atividades.
4. Como melhorar nossos serviços? Fizemos, recentemente, uma grande
reforma de carreira para os funcionários. Pergunto: nossos serviços
melhoraram? Reformas de carreira sempre custam dinheiro. Foi um bom
investimento? Em minha opinião, precisamos de uma ação junto aos
funcionários, semelhante ao que foi feito com os docentes. Por que os
docentes aceitam a pressão de relatórios trienais que podem custar seu
tempo integral e ao mesmo tempo convivem com serviço interno
precário? Não sei exatamente como atacar esta questão, mas um bom
começo seria o CONSU discutir o assunto sob a ótica dos usuários dos
serviços prestados. Não me interpretem mal, existem ótimos funcionários
em nossos quadros, mas nossa estrutura interna de prestação de serviços
precisa ser melhorada.
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