Nome:
Português
Nº:
1º ano
Miguel Ângelo Buonaroti
João J.
Turma:
Set/09
Miguel Ângelo Buonaroti- (1475-1564) – Introduziu na arte o elemento da luta
e do sofrimento e impregnou-a de religiosidade.
Michelângelo em sua juventude para melhor aprender as características do corpo
humano tendo em vista a prática de sua arte, “concentrou-se no estudo de
anatomia. Fazia isso no hospital do Espírito Santo, onde o prior permitia que
dissecasse os corpos dos mortos. Em agradecimento, ele esculpiu um crucifixo em
madeira, que foi colocado no altar da capela”.
Michelângelo viveu uma época conturbada em Florença. “Em 1494 os florentinos
haviam expulso Piero de Médicis da cidade, revoltados porque ele negociou e pagou
uma alta soma para que o rei francês Carlos VIII não os atacasse. Além do
banimento, os Médicis tiveram seus bens confiscados. Depois de atingir o pico de
sua influência , entre 1497 e 1498, queimando em praça pública ‘objetos do
pecado’, como baralhos, cosméticos, jóias e semelhantes, o frei dominicano
Girolamo Savonarola intensificou seus ataques aos ‘vícios papais’ e acabou
excomungado.Foi preso, torturado, enforcado e queimado como herege no centro
da Piazza della Signoria, em 23 de maio de 98.Havia uma constituição republicana
em processo de mudança, foi criado o cargo de chefe do executivo, Gonfaloniere,
eleito por toda a vida, em 1501, e no ano seguinte um amigo de Michelângelo,
Pietro Soderini , tomou posse”.
Entre as várias obras de Michelângelo, sua primeira obra prima foi Baco, que
esculpiu aos 22 anos. Depois fez Pietá. Davi, concluída em 1504 “retrata um jovem
no esplendor da força e da beleza, relaxado na postura e tenso psicologicamente...
Michelângelo pintou a Sagrada Família entre 1503 e 1504 e no ano seguinte
Leonardo da Vinci começou a sua Monalisa.
Michelângelo emancipou a estátua do esquema decorativo medieval tratando-a de
forma autônoma . Certa vez , perguntaram a ele como fazia para criar obras tão
magníficas : “É muito simples , quando olho um bloco de mármore, vejo a escultura
dentro, tudo o que tenho a fazer é retirar as aparas” ( Coelho, Paulo . Cadernos de
Anotação I , p. 43 , 1999).
Ele não gostava de pintar, considerava então a pintura uma arte menor em relação
á escultura, porque uma consiste em acrescentar, a outra , em subtrair. Dizia mais
ou menos o seguinte
- Se você dá uma pincelada errada, pode consertá-la. Mas , se errar quando tira o
mármore, o trabalho está perdido. A pintura do teto da Capela Sixtina tem uma
história interessante. “Bramante (arquiteto) e Raphael Sânzio (pintor) , segundo
Vassari, tinham ciúmes de Michelângelo por que consideravam que ele havia
atingido a perfeição em termos de escultura, e quiseram evitar que continuasse
esculpindo. Então fizeram ver ao papa que não deveria continuar a construção do
túmulo, porque isso poderia apressar a sua morte ‘uma vez que todos sabem que
dá má sorte construir um túmulo para uma pessoa que ainda está viva’. O papa
(Júlio II 1503-1513) , teriam dito os dois, deveria homenagear a memória de seu
tio , Sixtus, contratando Michelângelo para pintar o teto da capela que ele fizera
construir no Vaticano, a Sixtina. Assim , conta o biógrafo, ‘pretendiam levar
Michelângelo ao desespero achando que, ao pintar , ele produziria um trabalho de
menor qualidade e teria menos sucesso do que Raphael, pois não sabia fazer
afrescos coloridos. E, mesmo que conseguisse um bom trabalho, ficaria furioso com
o papa, de maneira que, de um modo ou de outro, sua intenção de livrar-se de
Michelângelo seria bem sucedida’. Porém, embora tenha recusado a princípio, após
muita insistência do papa , Michelângelo acabou concordando. Trouxe cinco
pintores de Florença para ajudá-lo devido ao seu pequeno conhecimento na técnica
de afrescos. Porém, ao ver os primeiros resultados das pinturas de seus auxiliares
desesperou-se e destruiu tudo, trancou-se na capela e começou a trabalhar sozinho
em 1508 com o trabalho finalizado em 31.10.1512, após constantes pressões do
papa para que terminasse logo as pinturas. “Em 1533, 21 anos depois,
Michelângelo seria convocado para trabalhar novamente na Sixtina, desta vez para
pintar O Juízo Final. Nesse meio tempo fez obras importantes como Moisés e os
Escravos...Lia ou A Vida Ativa e Raquel ou a Vida contemplativa.
“Quando mais da metade do Juízo Final estava pronta, Paulo III (1534-1549) foi
vê-la acompanhado de Biagio de Cesena, seu mestre de cerimônias. O papa
perguntou a ele o que achava.
-É fora de propósito que, em tão venerando lugar, estejam pintados tantos nus,
indecentemente expondo suas vergonhas. Isso não é um trabalho para a capela do
papa, e sim para uma casa de banhos ou uma taverna.
Assim que os dois se foram, Michelângelo pegou os pincéis e pintou Biagio de
Cesena no Inferno, no papel de Minos, o corpo envolvido por uma serpente. De
nada adiantaram os protestos de Biagio ao papa e ao próprio Michelângelo: ele
queima no inferno até hoje...O papa Paulo III diante da reclamação de Biagio
respondeu – “Se você tivesse sido pintado no alto, eu poderia intervir. Mas lá
embaixo, eu não tenho nenhum poder” . .No papado de Paulo IV ... “Daniele de
Volterra , um dos assistentes de Michelângelo , foi encarregado de cobrir as partes
mais ‘delicadas’e acabou pagando um preço alto por isso: passou para a história
como Daniele, il Braghettone (Daniel, o cuecão).
“Michelângelo tinha 66 anos quando terminou o Juízo Final em 1541, oito anos
depois de tê-la iniciado. Em 1546, começou a trabalhar na Basílica de São Pedro, o
que fez por 17 anos, até a sua morte em 17.2.1563. Já velho e doente, também
começou a esculpir “A Pietá” ,uma obra enorme de quase 2,5 m de altura, nela
trabalhando apenas á noite . Um dia, sem nenhuma explicação e depois de uma
década de trabalho exaustivo e de emoções dolorosas, o artista pegou um martelo
e mutilou sua obra . Quebrou as mãos , braços e pernas e quase a destruiu , antes
que um empregado devotado o afastasse do local. A peça acabou sendo restaurada
por um de seus assistentes menos talentosos . Porque Michelângelo fez isso , é um
mistério não desvendado até hoje. (Estado SP ; 11.7.98, p. D-12).
Foi enterrado na Igreja dos Santos Apóstolos, mas os amigos roubaram o corpo e o
levaram para Florença. ”Vinte e dois dias haviam se passado, a maior parte deles
com o corpo de Michelângelo fechado no caixão, mas assim mesmo os amigos
resolveram vê-lo. E, para espanto geral, nem mesmo um leve odor foi sentido: o
corpo estava intacto, perfeito como se a morte tivesse ocorrido a alguns instantes
apenas”. Ainda vivo a um amigo que lamentava que Michelângelo não havia tido
esposa e filhos ele respondeu :
Eu tenho muito de uma esposa nesta arte que sempre me afligiu . E os trabalhos
que deixarei serão meus filhos e, mesmo que eles não sejam nada, viverão uma
longa vida”.(todas as citações Barreto, Anélio, in O estado de São Paulo; 17.8.1997
, p. D-8 a D-12). O desenho Cristo e a Mulher de Samaria de Michelângelo foi
arrematado por US$ 7,4 milhões em 1998.
Sobre Michelângelo : Delacroix, Eugene, Michelângelo ; Argan , Giulio Carlo .
Clássico Anticlássico , Companhia das Letras , e o filme Agonia e Êxtase .
http://www.usinadeletras.com.br/exibelotexto.php?cod=22086&cat=Artigos
AGONIA E ÊXTASE (1965)
The agony and the ecstasy
Direção: Carol Reed
Roteiro: Philip Dunne
Produção: Carol Reed
Música Original: Alex North, Jerry Goldsmith, Franco Potenza
Fotografia: Leon Shamroy
Edição: Samuel E. Beetley
Design de Produção: John DeCuir
Direção de Arte: John DeCuir. Jack Martin Smith
Figurino: Vittorio Nino Novarese
Efeitos Especiais: L. B. Abbott, Emil Kosa Jr.
Efeitos Sonoros: James Corcoran
País: USA
Gênero: Drama, Biografia
Nota: 7,6
Prêmios: Prêmios David di Donatello - David de Melhor Produção
Estrangeira
Indicações: Academia de Hollywood - Indicado aos Oscars de
Melhor Direção de Arte, Melhor Fotografia, Melhor
Figurino, Melhor Trilha Sonora e Melhores Efeitos
Sonoros
Globo de Ouro - Indicado aos Prêmios de Melhor
Roteiro e Melhor Ator - Drama (Rex Harrison)
Cenas do Filme:
1
Música desta Página: "Michelangelo's Magnificent Achievement
and Finale", da Trilha Original
Filme assistido em: 1966
Elenco
Ator / Atriz
Personagem
Charlton Heston
Michelangelo Buonarroti
Rex Harrison
Papa Júlio II
Diane Cilento
Condessa de Médici
Harry Andrews
Donato Bramante
Alberto Lupo
Duque de Urbino
Adolfo Celi
Cardeal João de Médici
Tomas Milian
Raphael
Venantino Venantini
Paris De Grassis
John Stacy
Sangallo
Fausto Tozzi
Contramestre
Sinopse
Depois de realizar vários trabalhos para o Papa Júlio II,
Michelangelo Buonarroti é por ele chamado ao Vaticano, no início de
1508, para pintar o teto da Capela Sistina. A idéia do Papa é a de
que o artista pinte as figuras dos doze apóstolos, complementadas
com alguns elementos decorativos. Não se achando familiarizado
com as técnicas do afresco, já que se considera, antes de tudo, um
escultor, Michelangelo tenta inutilmente fugir da encomenda,
inclusive alegando ter recebido uma proposta irrecusável, do sultão
da Turquia, para construir uma grande ponte.
Júlio II, manipulado por seu arquiteto, Donato Bramante, que por
inveja deseja ver arruinada a carreira do artista, insiste em sua
proposta que termina sendo por ele aceita. Os trabalhos começam
em maio daquele ano, quando Michelangelo recusa o andaime
construído para a obra por Bramante. Com a ajuda de seus
melhores auxiliares trazidos de Florença, ele constrói outro que, ao
contrário do de Bramante, não perfura o teto ou as paredes da
Capela.
Não satisfeito com os primeiros esboços, Michelangelo os destrói e
desaparece de Roma, indo refletir em Carrara. Furioso, Júlio II
ordena que ele seja caçado em toda a Itália. Enquanto isso, em
Carrara, ao admirar as nuvens, ele vislumbra várias imagens como,
por exemplo, as que representam a criação do homem. Seguro do
que quer para o teto da Capela, ele vai ao encontro de Júlio II, em
plena frente de batalha, onde expõe suas idéias.
O trabalho avança lentamente. Durante mais de um ano, o Papa não
lhe paga um único ducado. Impaciente com a demora da obra, Júlio
II constantemente vem perturbar a concentração do artista, gerando
discussões entre eles.
Certo dia, Michelangelo passa mal e cai de uma razoável altura. Sua
grande amiga, a Condessa de Médici chega para cuidar dele, que
passa uma semana sem comer nem dormir. Enquanto isso, depois de
conhecer uma grande obra de Raphael, Júlio II procura
Michelangelo para lhe dizer que ele está livre para voltar para
Florença, já que tomou as providências para que os trabalhos da
Capela Sistina sejam entregues a Raphael. Mesmo sem condições
físicas, Michelangelo reassume os trabalhos.
Os francesas invadem a Lombardia, enquanto os alemães estão a um
passo de Brenner. Ferrara e Bolonha se unem contra Júlio II. Milão
é sitiada. Diante dessa situação, o Papa se vê obrigado a partir para
a luta contra seus inimigos, muito embora não conte com um
exército adequado. Derrotado, volta à Roma, onde aguarda a
chegada dos conquistadores. A sorte muda de lado, no entanto,
quando espanhóis, suíços e até o rei Henrique da Inglaterra decidem
apoiar o Pontífice.
Quando finalmente a pintura do teto da Capela Sistina é concluída, é
celebrada uma missa solene. A seguir, Júlio II procura
Michelangelo, a quem pede que comece a pensar na pintura da
parede que fica por trás do altar, onde ele deve representar uma
cena do Juízo Final.
...
Críticas
Baseado num livro de Irving Stone, "Agonia e Êxtase" é um ótimo
filme sobre uma das maiores obras de arte já produzidas: A pintura
do teto da Capela Sistina, pelo grande mestre florentino,
Michelangelo Buonarroti.
Realizado pelo cineasta Carol Reed, o filme parte de um fabuloso
roteiro escrito por Philip Dunne. A direção de Reed é meticulosa, a
fotografia de Leon Shamroy é muito boa e a trilha sonora, assinada
por Alex North, é belíssima.
O período do século XVI, no qual se passam os fatos foi, sem dúvida,
um dos mais fascinantes da história universal, e o Papa Júlio II, um
dos grandes patronos da arte de seu tempo.
Rex Harrison está soberbo no papel do guerreiro Papa Júlio II.
Charlton Heston também realiza um grande trabalho como
Michelangelo. No elenco de apoio, os atores que mais se destacam
são Diane Cilento, Adolfo Celi e Harry Andrews.
http://www.65anosdecinema.pro.br/Agonia_e_extase.htm
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1º ano Miguel Ângelo Buonaroti Set/09 João J. Nome: Nº: Turma