2012 10 DESTAQUES - A evolução demográfica em Portugal: o declínio da natalidade - As respostas sociais para a 1ª infância Carta Social FOLHA INFORMATIVA Mais Informação sobre a Rede de Serviços e Equipamentos Nota introdutória Atendendo às alterações demográficas ocorridas nas últimas décadas, designadamente no que diz respeito à quebra da natalidade e às repercussões que daí advêm, procurou-se, nesta Folha Informativa, fazer Carta Social Folha Informativa n.º 10, Dezembro 2012 uma breve análise à situação atual da natalidade em Portugal e tentar perceber qual a relação com o desenvolvimento da Rede de Serviços e Equipamentos Sociais (RSES) ao nível da primeira infância. www.cartasocial.pt Gabinete de Estratégia e Planeamento Carta Social | Folha Informativa n.º 10,Dezembro 2012| www.cartasocial.pt | Gabinete de Estratégia e Planeamento 2 4 A evolução demográfica em Portugal: O declínio da natalidade 1|Evolução da Taxa de Natalidade em Portugal, no período 1960-2011 2|Evolução do Índice Sintético de Fecundidade em Portugal, Fonte: INE no período 1960-2010 Fonte: INE Desde a década de sessenta que a taxa de natalidade em Portugal regista um decréscimo contínuo, passando de 24,1 ‰ em 1960, para 9,2 ‰ em 2011. Se em 1980, Portugal ainda era considerado um país com fecundidade elevada no espaço europeu, registando valores que lhe permitia assegurar a substituição das gerações (2,1 crianças por mulher), o rápido declínio da fecundidade portuguesa, a partir dos anos 80, para níveis abaixo da substituição das gerações, põe em evidência as modificações na dimensão das famílias. 3|Evolução do Índice Sintético de Fecundidade em Portugal e na UE-27, no período 2002-2009 Fonte: INE e EUROSTAT 4|Evolução do número total de nados-vivos em Portugal, no período 1960 – 2011 Fonte: INE 5|Número total de nados-vivos em 1960 e 2011, por concelho no Continente Fonte: INE O declínio da fecundidade está patente, desde logo, no número anual dos nascimentos, com efeitos diretos na dimensão da população. A alteração das condições socioeconómicas das populações nos últimos 50 anos, veio modificar drasticamente a realidade do país neste âmbito. Se em 1960 o número de nados vivos de mães residentes em Portugal ultrapassava os 213 mil, em 2011 esse número diminuiu para menos de metade, não atingindo pela primeira vez os 100 mil nascimentos. Ao nível do Continente, é de referir que em 2011 do total de concelhos, 132 não registaram mais de 100 nascimentos, o que em 1960 acontecia apenas em 16 concelhos. Carta Social | Folha Informativa n.º 10, Dezembro 2012 | www.cartasocial.pt | Gabinete de Estratégia e Planeamento 3 4 6|Evolução do peso das crianças dos 0-4 anos em Portugal, no período 1960 – 2011 Fonte: INE O peso das crianças dos 0 aos 4 anos na população portuguesa tem, de igual modo, registado um decréscimo a partir da década de 60, acentuando-se na década de 80 (- 39 %). Se em 1960 as crianças até aos 4 anos representavam cerca de 10 % da população total, em 2011 não vão além dos 5 %, aproximadamente. As respostas sociais para a 1ª infância Contrariamente ao número de crianças, as respostas socias dirigidas à 1ª infância (03 anos) conheceram ao longo da última década (2000-2011) um crescimento significativo, designadamente a resposta Creche (59 %), que correspondeu a um aumento de mais 1000 respostas aproximadamente, e a resposta Ama (7 %) até 2005, ano em que começa a revelar um pequeno decréscimo em virtude do aumento da oferta de Creche, entre outros fatores. Relativamente à capacidade instalada (nº de lugares) o período 2000-2011 apresentou igualmente um crescimento assinalável. Ao nível da resposta Creche registou-se um aumento de 79 % (cerca de 45 000 lugares), resposta que no ano 2011 apresentou mais 6 000 novos lugares relativamente ao ano de 2010, para uma oferta total que ultrapassa os 100 000 lugares no Continente. 7| Evolução do número de respostas sociais para a primeira infância, 2000-2011 Fonte: GEP - MSSS, Carta Social 8| Evolução da capacidade das respostas sociais para a primeira infância, 2000-2011 Fonte: GEP - MSSS, Carta Social 4 _4 Relação entre a taxa de natalidade e as taxas de cobertura e de utilização das respostas sociais para a primeira infância 9|Taxa de natalidade em 1981 e 2011, por concelho no Continente (em permilagem) Fonte: INE A taxa de natalidade em Portugal, que em 2011 se cifrou em 9,2 ‰, apresenta a nível concelhio diferenças de assinalar, nomeadamente entre os concelhos do interior do país, com taxas relativamente mais baixas, e os concelhos dispostos ao longo da faixa litoral, particularmente das áreas metropolitanas de Lisboa e Porto e do distrito de Faro, que apresentam os valores mais elevados. De destacar, ainda, que no total de concelhos do continente, 128 apresentavam em 2011 um taxa de natalidade que não foi além dos 7,5 ‰, situação que em 1960 se verificou apenas em 3 concelhos. 10| Taxa de cobertura e taxa de utilização das respostas sociais para a primeira infância, por concelho 2011 Fonte: GEP - MSSS, Carta Social INE, Estimativa da População Residente para 2011 Face à diminuição da população dos 0 aos 3 anos e o decréscimo continuo da taxa de natalidade, mas também atendendo ao aumento da capacidade das respostas dirigidas a esta população alvo que se tem vindo a observar, a taxa de cobertura de respostas dirigidas à 1ª infância atingiu 39,5 % em 2011. A nível concelhio é de salientar a relação existente em diversos concelhos entre taxas de natalidade elevadas e níveis de utilização das respostas também elevados. Consulte a Carta Social FICHA TÉCNICA TÍTULO: Carta Social – Folha Informativa n.º 10 – Dezembro 2012 EDITOR: Gabinete de Estratégia e Planeamento (GEP) AUTOR: Equipa de Estudos e Políticas (EEP) DESIGN GRÁFICO: Equipa de Estudos e Políticas (EEP) PERIODICIDADE: Trimestral ISSN: 1747-3434 Gabinete de Estratégia e Planeamento Ministério da Solidariedade e da Segurança Social Praça de Londres, n.º 2 - 5.º andar 1049-056 Lisboa Tel. 21 115 50 00 Fax. 21 115 50 92 E-mail: [email protected] www.cartasocial.pt MINISTÉRIO DA SOLIDARIEDADE E DA SEGURANÇA SOCIAL