S471dSeminário Regional (3. : 2013 : Passo Fundo, RS). Direitos políticos para educação básica[recurso eletrônico] /organização Ana Sara Castaman...[et al.]. – Sertão: Goellner, 2013. Modo de acesso : < http://http://www.editoragoellner.com.br/c.humanas.php>. ISBN: 978-85-66785-03-6 Demais organizadores: Alcindo Neckel, Claudia Moraes Rigo, Denise de Oliveira, Marcos Antônio de Oliveira. 1. Educação - Congressos e seminários. 2. Desenvolvimento sustentável. 3. Orientação para o trabalho. I. Castaman, Ana Sara, org. II.Neckel, Alcindo, org. III. Rigo, Claudia Moraes, org. IV. Oliveira, Denise de, org. V. Oliveira, Marcos Antônio de, org. VI. Simpósio Bibliotecária responsável Fernanda Spíndola - CRB 10/2122 Ana Sara Castaman Alcindo Neckel Claudia Moraes Rigo Denise de Oliveira Marcos Antônio de Oliveira (Organizadores) DIREITOS E POLÍTICAS PARA EDUCAÇÃO BÁSICA: III Seminário Regional e I Simpósio PIBID 2013 MEMBROS DA COMISSÃO DO EVENTO Alexandra Ferronato Beatrici Ana Sara Castaman Claudio Kuckkowski Denise de Oliveira Elisa Iop Elísio de Camargo Debortoli Everton Pavan Jeferson Xavier Leila Iabel Marcos Antonio de Oliveira Marilandi Maria Mascarelo Vieira Rodrigo Ferronato Beatrici Rubilar Tomasi Sonia Gotler Taira Dione Pegoraro COORDENADORES DO III SEMINÁRIO REGIONAL DE DIREITOS E POLÍTICAS PARA A EDUCAÇÃO BÁSICA e I SIMPÓSIO PIBID Ana Sara Castaman Elísio de Carmargo Debortoli COMITÊ CIENTÍFICO Ms. Alcindo Neckel – IFRS - Sertão Dra. Ana Sara Castaman – IFRS - Sertão Dr. Carlos Medrano – Uniasselvi - Blumenau Ms. Cláudia Taís Siqueira Tagliari – FAI - Itapiranga Ms. Cláudio Kuckowski – IFRS - Sertão Dr. Josimar de Aparecido Vieira – IFRS - Sertão Dra. Marizete Bortolanza Spessato – IFC - Videira Ms. Marilandi Maria Mascarello Vieira – IFRS - Sertão Dra. Roberta Pasqualli – IFSC - Chapecó Dra. Rosilene Kaiser Perin – IFRS - Sertão Dr. Vinícius Lima Lousada – IFRS - Reitoria ORGANIZADORES RESPONSÁVEIS PELAS SESSÕES 1- Educação Coordenadora: Profa. Dra. Ana Sara Castaman 2- Desenvolvimento Sustentável Coordenador: Prof. Dr. Vinícius Lima Lousada 3- Orientação para o Trabalho Coordenador: Prof. Dr. Josimar de Aparecido Vieira ORGANIZADORES DO LIVRO DO III SEMINÁRIO REGIONAL DE DIREITOS E POLÍTICAS PARA A EDUCAÇÃO BÁSICA e I SIMPÓSIO PIBID Dra. Ana Sara Castaman – IFRS - Sertão Ms. Alcindo Neckel – IFRS - Sertão Claudia Rigo – IFRS – Sertão Ms. Denise Oliveira – IFRS - Sertão Ms. Marcos Antonio de Oliveira DIREITOS E POLÍTICAS PARA EDUCAÇÃO BÁSICA: III Seminário Regional e I Simpósio PIBID SUMÁRIO PREFÁCIO .......................................................................................................................... 14 Ana Sara Castaman PALESTRANTES O PAPEL DA EDUCAÇÃO E DAS POLÍTICAS PÚBLICAS PARA O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL ........................................................................ 18 Rodrigo Burin EDUCAÇÃO E SUSTENTABILIDADE – O QUE QUEREMOS CONSERVAR NO FLUIR DO NOSSO VIVER ............................................................................................. 221 Valdo Barcelos TRABALHO E EDUCAÇÃO NO MUNDO CONTEMPORÂNEO ................................. 25 Icaro Bittencourt EIXO I: EDUCAÇÃO DESAFIOS E POSSIBILIDADES DA JUVENILIZAÇÃO DA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS ....................................................................................................................... 29 Alexandra Ferronato Beatrici, IFRS, Campus Sertão A FORMAÇÃO DO PROFESSOR ALFABETIZADOR DA ESCOLA MUNICIPAL DE ENSINO FUNDAMENTAL ELOY PINHEIRO MACHADO .......................................... 29 Aldiciane Pazinato, UPF, Ariane Mileidi Pazinato, UPF A INFLUÊNCIA QUE A ESCOLA EXERCE SOBRE O INDIVÍDUO ........................... 30 Alcindo Neckel, IFRS, Campus Sertão, Claudia Moraes Rigo, IFRS, Campus Sertão, Leocir Prigol, IFRS, Campus Sertão O DESAFIO DA ALFABETIZAÇÃO ............................................................................. 332 Aldiciane Pazinato, UPF, Ariane Mileidi Pazinato, UPF ENXERGANDO A SOCIEDADE A PARTIR DE UMA NOVA LENTE: A CONSTRUÇÃO DA CÂMERA PINHOLE E DESNATURALIZAÇÃO DO OLHAR ... 33 Aline Andreia Arpini, UFFS, Campus Erechim, Marjorie Tessie Sozo, UFFS, Campus Erechim, Clovis Schmitt Souza, UFFS, Campus Erechim, Bolsa PIBID FORMAÇÃO CONTINUADA DE DOCENTES ESTADUAIS E MUNICIPAIS: CONSIDERAÇÕES ACERCA DE UMA EXPERIÊNCIA REALIZADA A PARTIR DO PROEXT.............................................................................................................................. 33 6 DIREITOS E POLÍTICAS PARA EDUCAÇÃO BÁSICA: III Seminário Regional e I Simpósio PIBID Ana Sara Castaman, IFRS, Campus Sertão, Josimar de Aparecido Vieira, IFRS, Campus Sertão PRÁTICA DIDÁTICA PEDAGÓGICA: DESMISTIFICANDO A TECNOLOGIA ........ 34 Anderson Campeol, IFRS, Campus Sertão, Denise Oliveira, IFRS, Campus Sertão, Jéssica Thimóteo Assunção, IFRS, Campus Sertão EDUCAÇÃO PROFISSIONAL: CONSIDERAÇÕES SOBRE A SUA TRAJETÓRIA HISTÓRICA E SOCIAL ..................................................................................................... 35 Camila Gomes Nogueira, IFRS, Campus Sertão, Ana Sara Castaman, IFRS, Campus Sertão EDUCAÇÃO DO SENSÍVEL CONTRIBUIÇÕES DA EDUCAÇÃO ESTÉTICA NO PROCESSO ENSINO-APRENDIZAGEM ESCOLAR ..................................................... 35 Carina Copatti, UPF, Debora Oliveira Moreira, UPF EDUCAÇÃO AMBIENTAL NO PARQUE MUNICIPAL DE SERTÃO – RS................ 36 Carmem Fátima Casanova, IFRS, Campus Sertão, UPF, Noelli Zanella, UPF, Vanderleia Trevisan da Rosa, IDEAU, IFRS, Campus Sertão HISTÓRIAS DE UM SÁBADO À TARDE: A ESCRITA COMO FERRAMENTA DE EMANCIPAÇÃO ................................................................................................................ 38 Cheila Daniane Marianof Milczarek, E.E.E.M. Érico Veríssimo, Paula Maria Zanotelli, E.E.E.M. Érico Veríssimo, Adelice Bertuol, E.E.E.M. Érico Veríssimo RELAÇÕES DE GÊNERO CONCERNENTE A CASA FAMILIAR RURAL ................ 38 Claudia Klein, UPF, IFRS, Campus Sertão UM OLHAR SOBRE O PROEJA: CONTRIBUIÇÕES E IMPASSES ........................... 399 Cristina Napp, IFRS, Campus Sertão, Alexandra Ferronato Beatrici, IFRS, Campus Sertão PONDERAÇÕES SOBRE O ENSINO EM SOLOS NO ENSINO MÉDIO ..................... 40 Daiane Pezzini, IFRS, Campus Sertão, Claudia Klein, UPF, IFRS, Campus Sertão, Daiany Rosseto Rosa, IFRS, Campus Sertão PERFIL DE DISCENTES DO TÉCNICO EM AGROPECUÁRIA E DESÍGNIO A GRADUAÇÃO.................................................................................................................... 40 Daiany Rosetto da Rosa, IFRS, Campus Sertão, Claudia Klein, IFRS, Campus Sertão, Daiane Pezzini, IFRS, Campus Sertão ALUNOS MOTIVADOS E ATENTOS EM AULA: COMO O PROFESSOR PODE CONTRIBUIR PARA ISSO?.............................................................................................. 41 Denize Bauermann, IFRS, Campus Sertão, Marilandi Maria Mascarello Vieira, IFRS, Campus Sertão, Ana Sara Castaman, IFRS, Campus Sertão INCLUSÃO ESCOLAR ...................................................................................................... 42 Dulce Fávero Zamboni,Escola Municipal de Educação Infantil Gabriel Ferri de Marcelino Ramos 7 DIREITOS E POLÍTICAS PARA EDUCAÇÃO BÁSICA: III Seminário Regional e I Simpósio PIBID A FALTA DE PERCEPÇÃO DOS PROFISSIONAIS DA EDUCAÇÃO NA INCLUSÃO DE PESSOAS COM NECESSIDADES ESPECIAIS ........................................................ 42 Elenice Szatkoski, , Instituto Arcoverde de Passo Fundo/RS, Faculdade João Paulo II de Passo Fundo/RS O OLHAR DISCENTE FRENTE ÀS ATIVIDADES EXTRACURRICULARES NO CURSO TÉCNICO EM AGROPECUÁRIA INTEGRADO AO ENSINO MÉDIO DO INSTITUTO FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL – CAMPUS SERTÃO................. 44 Elísio de Camargo Debortoli, IFRS, Campus Sertão, Ana Sara Castaman, IFRS, Campus Sertão VALORIZAÇÃO DO CAMPO OU REPRODUÇÃO DE UM DISCURSO CONSERVADOR? UMA REFLEXÃO A PARTIR DOS DTG’S ESTUDANTIS NO RS44 Elvio Izaias da Silva, Universidade Federal de Santa Maria FERRAMENTAS AUDIOVISUAIS NO PROCESSO ENSINO-APRENDIZAGEM: ESTUDO DE CASO NAS INSTITUIÇÕES DO ENSINO SUPERIOR DO MUNICÍPIO DE PASSO FUNDO/RS...................................................................................................... 45 Emanuelle Goellner, UPF, Passo Fundo, Alcindo Neckel, IFRS, Campus Sertão EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA: UMA REFLEXÃO SOBRE AVANÇOS, ENTRAVES E PRECONCEITOS ............................................................................................................... 46 Fernanda Piccinin Michelin, UFSM, Sheila de Oliveira Goulart, UFSM, Taísa Maria Rossato, UFSM BULLYNG NA ESCOLA .................................................................................................... 47 Ilana Gatti, IFRS, Campus Sertão , Ilidrimari Antunes, IFRS, Campus Sertão, Jonas José Seminotti, IFRS, Campus Sertão REFORÇO ESCOLAR – UMA NOVA PERSPECTIVA PARA SE APRENDER ........... 48 Janaine Rumhke Dembinski, Escola Municipal Rui Barbosa de Marcelino Ramos ESPECIALIZAÇÃO EM EDUCAÇÃO PROFISSIONAL, VISANDO INCLUSÃO SOCIAL ............................................................................................................................... 48 João Luiz Damasceno Lima, SENAI Erechim ALGUNS FATORES QUE LEVAM À EVASÃO ESCOLAR EM UMA ESCOLA PÚBLICA NO INTERIOR DO ESTADO DO RS ............................................................. 49 Kamylla Laleska Pissais Xavier da Silva, IFRS, Campus Sertão, Ana Sara Castaman, IFRS, Campus Sertão O EMAIL PEDAGÓGICO COMO FERRAMENTA DE FORMAÇÃO DOCENTE.....;.50 Leila de Almeida Castillo Iabel, IFRS, Campus Sertão LITERATURA E ARTE:EDUCAÇÃO A PARTIR DE LINGUAGENS MÚLTIPLAS ........ 51 Lilian Cláudia Xavier Cordeiro, IFRS, Campus Ibirubá, Izandra Alves, IFRS, Campus Ibirubá, Isamara Luana Wink, IFRS, Campus Ibirubá AMBIENTE ALFABETIZADOR: OPÇÕES PARALELAS PARA A APRENDIZAGEM ............................................................................................................................................. 51 8 DIREITOS E POLÍTICAS PARA EDUCAÇÃO BÁSICA: III Seminário Regional e I Simpósio PIBID Luciani Zuanazzi, Escola Municipal de Ensino Fundamental Rui Barbosa ,Marcelino Ramos / RS. Juliana Lea Bonkoski, Escola Municipal de Ensino Fundamental Rui Barbosa, Marcelino Ramos / RS. LÍNGUA & CULTURA ALEMÃ: UM ESTUDO ANTROPOLÓGICO E LINGUÍSTICO EM UM GRUPO DE FALANTES TEUTO-BRASILEIROS. ........................................... 52 Mágat Nágelo Junges, IFRS, Campus Sertão INTERAÇÕES: POTENCIALIZANDO A APRENDIZAGEM ........................................ 52 Magda Cristina Santin Hübner, UPF PROGRAMA ESPECIAL DE FORMAÇÃO DE DOCENTES PARA A EDUCAÇÃO PROFISSIONAL: CONSIDERAÇÕES ACERCA DE UMA EXPERIÊNCIA NO IFRS, CAMPUS SERTÃO ............................................................................................................ 53 Marcos Antônio de Oliveira, IFRS, Campus Sertão, Denise Oliveira, IFRS, Campus Sertão, Ana Sara Castaman, IFRS, Campus Sertão O ENSINO DA HORTA ESCOLAR COMO POSSIBILIDADE DE INTERVENÇÃO NO PROCESSO ENSINO E APRENDIZAGEM DO ALUNO DO ENSINO FUNDAMENTAL ............................................................................................................... 54 Paulo Ricardo Oliveira de Moura, IFRS, Campus Sertão O PROJETO INTEGRADOR: AÇÕES QUE CONTRIBUEM PARA O EMPODERAMENTO DOS ESTUDANTES. .................................................................... 54 Raquel Breitenbach, IFRS, Campus Sertão, Elisane Roseli Ulrich Zanelato, IFRS, Campus Sertão PRÁTICAS INTEGRADORAS COM TURMAS DE PROEJA – UMA AÇÃO PEDAGÓGICA POSSÍVEL ............................................................................................... 55 Raquel de Andrade Ferreira, IFRS, Campus Rio Grande, Vanda Aparecida Fávero Pino, IFRS, Campus Sertão BRINCAR: QUAIS OS BENEFÍCIOS TRAZIDOS PELA EDUCAÇÃO FÍSICA NA EDUCAÇÃO INFANTIL E ANOS INICIAIS? ................................................................. 56 Rodrigo Moraes Borges, Secretaria Municipal de Educação e Cultura de Marcelino Ramos DANÇA: QUIÇÁ UM FATOR DE EDUCAÇÃO INCLUSIVA? ..................................... 56 Rodrigo Moraes Borges, Secretaria Municipal de Educação e Cultura de Marcelino Ramos MORAL E EDUCAÇÃO .................................................................................................... 56 Rubilar Tomasi, IFRS, Campus Sertão POLÍTICAS PÚBLICAS DE EDUCAÇÃO INCLUSIVA: UMA REFLEXÃO SOBRE PALAVRAS E EFETIVAS AÇÕES DE IMPLEMENTAÇÃO......................................... 57 Sheila de Oliveira Goulart, UFSM, Fernanda Piccinin Michelin, UFSM, Taísa Maria Rossato, UFSM O PIBID-SOCIOLOGIA E AS AÇÕES DE INTERVENÇÃO NO ESPAÇO ESCOLAR DE ENSINO MÉDIO ÉRICO VERÍSSIMO ...................................................................... 58 9 DIREITOS E POLÍTICAS PARA EDUCAÇÃO BÁSICA: III Seminário Regional e I Simpósio PIBID Sonia Maria Tussi, UFFS, Erechim, Isaac Santos, UFFS, Erechim Bolsa: Programa Institucional de Bolsa de Iniciação a Docência – PIBID DISCUTINDO DEMOCRACIA REPRESENTATIVA NA ESCOLA: A UTILIZAÇÃO DA TÉCNICA DA OFICINA NAS ATIVIDADES DIDÁTICAS .................................... 59 Clovis Schmitt Souza; Aline Andrea Arpini; Gabriel Claro da Rosa; Glaucimara Drews; Isaac Santos; Luciano Perosa; Marjorie Tessie Sozo; Sonia Maria Tussi; Vilmar Rubens Graboski; Evely Silva dos Santos; Quésidi Araujo da Rosa POLÍTICAS PÚBLICAS EDUCACIONAIS: REDE E-TEC BRASIL COMO INSTRUMENTO DE GESTÃO PARA INOVAÇÃO NO DESENVOLVIMENTO REGIONAL ......................................................................................................................... 59 Taísa Maria Rossato, UFSM, Fernanda Piccinin Michelin, UFSM , Sheila de Oliveira Goulart, UFSM EQUOTERAPIA: INCLUSÃO SOCIAL DANDO NOVO SENTIDO À VIDA .............. 60 Marcos Antonio de Oliveira, IFRS, Campus Sertão, João Leonardo Graeff, IFRS, Campus Sertão, Marina Koch, IFRS, Campus Sertão PACTO NACIONAL E A ALFABETIZAÇÃO NA PERSPECTIVA DO LETRAMENTO ............................................................................................................................................. 61 Veronice Beal Gudoski, Escola Municipal de Ensino Fundamental São Sebastião, Marcelino Ramos/RS. ACESSO E PERMANÊNCIA INDÍGENA NA EDUCAÇÃO PROFISSIONAL ............. 62 Vanda Aparecida Fávero Pino, IFRS, Campus Sertão, Rodrigo Ferronato Beatrici, IFRS, Campus Sertão EDUCAÇÃO, CULTURA E DIREITOS HUMANOS ...................................................... 62 Volnei Fortuna, IFRS, Campus Sertão PROEXT: FORMAÇÃO CONTINUADA DE PROFESSORES DA REDE MUNICIPAL E ESTADUAL DE ÁGUA SANTA/RS ................................................................................. 63 Emanuele Alecsandra Beck - IFRS, Ana Sara Castaman - IFRS, Agência Financiadora: PROEXT - MEC/SESu 10 DIREITOS E POLÍTICAS PARA EDUCAÇÃO BÁSICA: III Seminário Regional e I Simpósio PIBID EIXO II: DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL INDICADORES DE DESENVOLVIMENTO NA MICRORREGIÃO DE PASSO FUNDO- RS: ALGUNS APONTAMENTOS .................................................................... 65 Bruno Gustavo Geraldo – IFRS, Campus Sertão, Maurício Polidoro – IFRS, Campus Sertão, Daniel Canavese – UFPR A INFLUÊNCIA DO MARKETING DIGITAL NA DECISÃO DE CONSUMO ............ 67 Camila Fernanda Serro, IDEAU, Campus Getúlio Vargas, Andrei Diego Dalmuth, IDEAU, Campus Getúlio Vargas, Denise Michael Santos, IDEAU, Campus Getúlio Vargas SUSTENTABILIDADE AMBIENTAL DAS ÁREAS DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE (APPS): UMA ABORDAGEM ATUAL DO NOVO CÓDIGO FLORESTAL ...................................................................................................................... 67 Carina Scolari, IFRS, Campus Sertão, Juliano José Piccoli, IFRS, Campus Sertão, Alcindo Neckel, IFRS, Campus Sertão, Roberto Valmorbida de Aguiar, IFRS, Campus Sertão A MODA SUSTENTÁVEL: UM CAMINHO PARA A INOVAÇÃO EM PRODUTOS 68 Caroline Prezzotto Vieira, UPF O USO DOS RECURSOS NATURAIS COM SUSTENTABILIDADE URBANA ......... 69 Claudia Rigo, IFRS, Campus Sertão, Alcindo Neckel, IFRS, Campus Sertão UM PROCESSO DE ENSINO/APRENDIZAGEM EM ARTES VISUAIS: DIÁLOGOS COM A ARTE ECOLÓGICA DE VICK MUNIZ ............................................................. 70 Elisa Iop, IFRS, Sertão ANÁLISE NUTRICIONAL DE HORTALIÇAS ORGÂNICAS E CONVENCIONAIS OFERTADAS NO MERCADO LOCAL DE CONCÓRDIA E POSSÍVEIS IMPACTOS SOBRE A SAÚDE HUMANA ........................................................................................... 70 Elisson Stephânio Savi Pauletti, Universidade do Contestado, IFRS, Campus Sertão Fabiana Bortolini Foralosso, Universidade do Contestado, IFC, Projeto Financiado pelo Fundo de Amparo à Pesquisa e ao Desenvolvimento da Educação Superior do Estado de Santa Catarina (FAP) O MEIO AMBIENTE NA PERCEPÇÃO DOS ASSENTADOS PELO MST/INCRA: UM ESTUDO SOBRE OS ASSENTAMENTOS DA ANTIGA FAZENDA ANNONI – PONTÃO/RS ....................................................................................................................... 71 Fabio Roberto Krzysczak, IFRS, Campus Sertão AÇÃO SUSTENTÁVEL: ALTERNATIVA DE RENDA PARA UMA INSTITUIÇÃO SOCIAL ............................................................................................................................... 72 Géssica Fiabane, IDEAU Campus Getúlio Vargas, Luciane Pegorini, IDEAU Campus Getúlio Vargas, Andriele Maria Vieira da Silva, IDEAU Campus Getúlio Vargas LOGÍSTICA REVERSA: RESPONSABILIDADE PÓS-CONSUMO .............................. 72 Josieli Furlan, IFRS, Campus Sertão, Marieli Rosseto, IFRS, Campus Sertão, Elisson Pauletti, IFRS, Campus Sertão 11 DIREITOS E POLÍTICAS PARA EDUCAÇÃO BÁSICA: III Seminário Regional e I Simpósio PIBID SUSTENTABILIDADE: SUAS INTERFERÊNCIAS NA URBANIZAÇÃO .................. 73 Lurian Fenske, IFRS, Campus Sertão, Diego Tessaro, IFRS, Campus Sertão, Tatieli Rodighiero, IFRS, Campus Sertão, Alcindo Neckel, IFRS, Campus Sertão ANÁLISE DE CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO MORFOLÓGICO DA CULTURA DE MILHO E TRIGO ..................................................................................... 74 Marilia Silva, UPF, Rosiani Castoldi da Costa, UPF, Tiago Fazolo, UPF ADOÇÃO DE PLANTAS TRANSGÊNICAS E A PERCEPÇÃO DO AGRICULTOR NA REGIÃO DE PASSO FUNDO ........................................................................................... 75 Marilia Rodrigues de Silva, UPF, Dielli Aparecida Didoné, UPF, Cassia Ceccon,. UPF A EDUCAÇÃO AMBIENTAL E A AGENDA 21 ESCOLAR COMO INSTRUMENTO PARA A CONSCIENTIZAÇÃO DOS IMPACTOS AMBIENTAIS E DA IMPORTÂNCIA DA POLÍTICA NACIONAL DE RESÍDUOS SÓLIDOS ..................... 75 Rafaela Aparecida Ortolan, IFRS, Campus Sertão, Alcindo Neckel, IFRS, Campus Sertão MARKETING VERDE: UMA NOVA FERRAMENTA PARA A SUSTENTABILIDADE ............................................................................................................................................. 76 Rosangela Alves Lemos, IFRS, Campus Sertão, Gilberto Speggiorin de Oliveira, Campus Bento Gonçalves e Sertão EIXO III: ORIENTAÇÃO PARA O TRABALHO ENSINO MÉDIO POLITÉCNICO: DAS DIFICULDADES ÀS REALIZAÇÕES NA ESCOLA ESTADUAL DE ENSINO MÉDIO ARMINDO EDWINO SCHWENGBER . 78 Ariane Mileidi Pazinato, UPF, Aldiciane Pazinato, UPF AS TRANSFORMAÇÕES DO MUNDO DO TRABALHO: DESAFIOS E PERSPECTIVAS DIANTE DA DINÂMICA CONTEMPORÂNEA................................ 79 Denise Oliveira, IFRS, Campus Sertão, Cláudia Moraes Rigo, IFRS, Campus Sertão A IMPORTÂNCIA DO PIBID NA EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E NO MUNDO GLOBALIZADO DO TRABALHO ................................................................................... 79 Giovana Manto, IFRS, Campus Sertão, João Luiz Damasceno Lima, IFRS, Campus Sertão, Jonas José Seminotti, IFRS, Campus Sertão PROGRAMA INSTITUCIONAL DE FORMAÇÃO A DOCENTES: UMA EXPERIÊNCIA DE ORIENTAÇÃO PROFISSIONAL .................................................... 80 Maria Teresa Flores, IFRS, Campus Sertão, Ana Sara Castaman, IFRS, Campus Sertão A EXPANSÃO DA OFERTA DE CURSOS TÉCNICOS DE NÍVEL MÉDIO COM A CRIAÇÃO DOS INSTITUTOS FEDERAIS ...................................................................... 80 Naiara Migon, IFRS, Campus Sertão RELAÇÕES CULTURAIS ENTRE EMPREGADOR, EMPREGADO E SEGURANÇA NO TRABALHO................................................................................................................. 81 12 DIREITOS E POLÍTICAS PARA EDUCAÇÃO BÁSICA: III Seminário Regional e I Simpósio PIBID Oscar Binsfeld Camargo, IFRS, Campus Sertão, João Luiz Damasceno Lima, IFRS, Campus Sertão, Marcelo Bataglin, IFFarroupilha, Campus Panambi EXPERIÊNCIAS COM O PIBID NAS ESCOLAS ESTADUAIS DE COXILHA E SERTÃO - RS ..................................................................................................................... 81 Vanderleia Trevisan da Rosa, IDEAU, IFRS, Campus Sertão, Lurde Rozina Dal Magro Vieira IFRS, Campus Sertão, Carmem Casanova IFRS, Campus Sertão, Bolsa Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência - PIBID 13 DIREITOS E POLÍTICAS PARA EDUCAÇÃO BÁSICA: III Seminário Regional e I Simpósio PIBID PREFÁCIO Caro (a)s Colegas: É com satisfação que lançamos o primeiro volume digital dos anais do III Seminário Regional de Direitos e Políticas para a Educação Básica e do I Simpósio PIBID, o qual contém os resumos aprovados no evento, realizado em Sertão/RS, nos dias 24 e 25 de outubro de 2013. O evento abordou os temas: Educação, Trabalho, Desenvolvimento e Sustentabilidade na perspectiva dos Direitos e Políticas para a Educação Básica. A metodologia de organização do evento se deu, através de comunicações orais, rodas de conversa e palestras, que visaram valorizar a prática e o cotidiano dos participantes de modo a fomentar o debate acerca das demandas regionais. Os eixos temáticos privilegiados para a discussão e reflexão foram: Educação, Desenvolvimento Sustentável e Orientação para o Trabalho. O sumário ilustra o que os pesquisadores e professores têm pensado, discutido e produzido, no ambiente escolar básico e universitário nas esferas pública e privada, as novas tendências do pensamento educacional, a formação de professores inicial e continuada, a alfabetização, os direitos humanos, a educação profissional, a educação do campo, a politecnia, o meio ambiente e as suas interfaces, o desenvolvimento regional entre outros que circundam os temas do evento. Entendemos que esta produção promove a divulgação das reflexões fomentadas em projetos de pesquisa, extensão, ensino ou mesmo no espaço escolar da região do Norte do Estado do Rio Grande do Sul e, ainda, servirá para coroar com êxito futuros debates, inclusive no próximo seminário que será organizado em 2014. Cabe ressaltar que, o êxito deste primeiro trabalho só foi possível pela efetiva participação da comunidade escolar do IFRS, das parcerias com prefeituras municipais e instituições públicas e privadas da região. Assim, expressamos o nosso agradecimento a todos aqueles que, direta ou indiretamente, contribuíram para o sucesso desta iniciativa. Sem dúvidas, as reflexões, os debates e os pensamentos multidisciplinares abordados neste evento contribuíram e contribuirão tanto para atualização e formação dos participantes, como também na materialização das ideias e dos ideais no cotidiano em que se insere a comunidade participante. Boa leitura! Ana Sara Castaman Coordenadora do III Seminário Regional de Direitos e Políticas Para a Educação Básica e I Simpósio PIBID 14 DIREITOS E POLÍTICAS PARA EDUCAÇÃO BÁSICA: III Seminário Regional e I Simpósio PIBID Todos os resumos neste material foram reproduzidos de cópias fornecidas pelos autores. O conteúdo dos mesmos é de exclusiva responsabilidade de seus autores. A Coordenação do III SEMINÁRIO REGIONAL DE DIREITOS E POLÍTICAS PARA A EDUCAÇÃO BÁSICA e I SIMPÓSIO PIBID e a comissão ad hoc não se responsabiliza por consequências decorrentes do uso de quaisquer dados, afirmações e/ou opiniões inexatas (ou que conduzam a erro) publicados neste material. Coordenação do III SEMINÁRIO REGIONAL DE DIREITOS E POLÍTICAS PARA A EDUCAÇÃO BÁSICA e I SIMPÓSIO PIBID 15 DIREITOS E POLÍTICAS PARA EDUCAÇÃO BÁSICA: III Seminário Regional e I Simpósio PIBID CRONOGRAMA DO EVENTO Quinta-feira – 24 de outubro 8h - Credenciamento 9h - Cerimônia de Abertura Oficial 9h 30 min - Apresentação Cultural: Instituto Educar Conferência: Educação básica, políticas públicas e educação profissional Palestrante: Jorge Alberto Rosa Ribeiro - UFRGS Coordenadora da mesa: Ana Sara Castaman - IFRS Campus Sertão 13h - Apresentação: Grupo Apolo de Artes Cênicas - IFRS Campus Sertão 13h 30min - Mesa redonda O papel da educação e das políticas públicas para o desenvolvimento sustentável Palestrante: Rodrigo Burin - EMATER Diferenças do ensino da educação ambiental Palestrante: Cibele Schwanke - IFRS Campus Porto Alegre Debatedor: Valdo Hermes de Lima Barcelos - UFSM Coordenador de mesa: Elísio de Camargo Debortoli - IFRS Campus Sertão Sexta-feira – 25 de outubro 13h – Apresentação cultural: Orquestra Sinfônica de Estação Comunicação Oral e Rodas de Conversa Eixos Educação Desenvolvimento Sustentável Orientação para o trabalho 18h - Apresentação Cultural Grupo de Danças da Escola Estadual Indígena Fág Mag 18h 20min - Lançamento do livro do Projeto do PIBID Orientação para o mundo do trabalho 18h 45min - Mesa redonda Os diferentes conceitos de formação na educação e suas implicações no mundo do trabalho contemporâneo Palestrante: Jefferson Pereira de Almeida - IFRS Campus Farroupilha Orientação para mundo do trabalho Palestrante: Elaine Schuck Rambo - Itapiranga SC Debatedor: Ícaro Bittencourt - IFRS Campus Farroupilha Coordenadora de mesa: Alexandra Ferronato Beatrici - IFRS Campus Sertão 22h 30mim às 23h– Leitura da Carta Compromisso e encerramento do evento 16 DIREITOS E POLÍTICAS PARA EDUCAÇÃO BÁSICA: III Seminário Regional e I Simpósio PIBID CAPÍTULO I Palestrantes 17 DIREITOS E POLÍTICAS PARA EDUCAÇÃO BÁSICA: III Seminário Regional e I Simpósio PIBID O PAPEL DA EDUCAÇÃO E DAS POLÍTICAS PÚBLICAS PARA O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL Rodrigo Burin1 Há muito tempo, a relação dos seres humanos com o meio ambiente deixou de ser harmoniosa e configura-se cada vez mais nociva. No início dos tempos, os seres humanos não passavam de poucos grupos com pequena capacidade de interferência no meio ambiente, ou seja, o homem interfere sobre o meio que o cerca desde os primórdios da evolução. Mas, um marco expressivo ocorre a partir do advento da revolução industrial, quando a atividade produtiva organizada passa a gerar impactos ambientais por sua capacidade de gerar substâncias potencialmente nocivas e alterar o ambiente natural numa velocidade maior que a capacidade do ecossistema se recompor. A relação entre sociedade e meio ambiente vem se afirmando como uma das principais preocupações atuais, em função dos riscos eminentes que a própria humanidade percebe. Entretanto, a preocupação com o meio ambiente é relativamente recente. De todo o processo evolutivo humano, foi apenas a partir de 1950 que a preocupação ambiental tomou proporções significativas das sociedades e dos governos. Antes de meados da década de 80, os problemas ambientais eram regionais ou locais e se relacionavam à contaminação das águas, ao desmatamento, à poluição ambiental urbana, aos efeitos de produtos químicos sobre a saúde, etc. Eram, portanto, mais discretos. A partir dos anos 80, a mudança climática tornou-se o denominador comum de toda a problemática ambiental. Tudo está ligado ao clima e a mudança climática representa a relação de cada aspecto com o todo. Ela incide sobre a biodiversidade e produz impacto sobre a situação das florestas e sofre os efeitos causados pela a atividade produtiva humana, está conectada a muitas doenças infecciosas, etc. A mudança climática unifica os diversos problemas ambientais. Alguns estudos do IPCC sobre cenários futuros do planeta até o ano de 2100 indicam um aumento de temperatura média no planeta da ordem de 3,5 – 5,0ºC, o que traria um efeito devastador sobre os ecossistemas da Terra. Para se ter ideia das implicações das mudanças climáticas a longo prazo, é preciso resgatar que durante as eras geológicas da Terra, a maior extinção em massa já ocorrida no planeta deu-se em função do aumento da temperatura, que na época era compatível com a temperatura atual do planeta. Conforme Benton (2012), a elevação de 5ºC ocasionou um grande efeito em cadeia que culminou com a maior de todas as extinções. Trata-se da extinção do Permiano-Triássico que ocorreu no final do período Paleozoico, há cerca de 251 milhões de anos. Este foi o evento de extinção mais severo já ocorrido, resultando na morte de aproximadamente 95% de todas as espécies marinhas e de 70% das espécies sobre continentes. Atualmente, a humanidade depara-se com a chamada “crise ambiental”. Esta crise é, em certo grau, variável com a região do planeta. Porém, problemas em comum afetam toda a civilização terrestre, como o aquecimento global, o transporte longínquo de 1 Graduado em Tecnologia em Meio Ambiente pela Universidade Estadual do Rio Grande do Sul UERGS (2007). Mestre em Engenharia Civil com Área de Concentração em Recursos Hídricos e Saneamento Ambiental pela Universidade Federal de Santa Maria - UFSM (2011). Aluno do Curso de Formação Pedagógica de Docentes Para a Educação Básica e Profissional pelo Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul - IFRS. Atua em Assistência Técnica e Extensão Rural pela EMATER/RSASCAR. 18 DIREITOS E POLÍTICAS PARA EDUCAÇÃO BÁSICA: III Seminário Regional e I Simpósio PIBID contaminantes, a camada de ozônio, etc. A crise ambiental é caracterizada também pelo esgotamento dos recursos naturais, pela poluição das águas e pela redução da disponibilidade hídrica, ainda, pela concentração e uso de recursos por uma parte diminuta da população. Como indutores de causa da crise ambiental, dois elementos merecem destaque: Trata-se da superpopulação humana e dos sistemas socioeconômicos vigentes. A superpopulação tem contribuído de várias maneiras para a rápida degradação do meio ambiente natural (Capra, 1982). Entre 500 a.C. e 1.700 d.C., a população do planeta sempre esteve abaixo de 500 milhões de habitantes. Com a evolução da ciência, principalmente a partir do século XVIII, a vida humana tornou-se mais longa. Mais pessoas passaram a sobreviver em função do controle de doenças e avanços da medicina. A produção agrícola, cada vez mais tecnificada, garantia o fornecimento crescente de alimentos e a segurança alimentar. Com sua ciência, o homem tem se distanciado dos limites que a natureza impõe. Em consequência disso, a população, nos últimos 300 anos, cresceu de forma muito rápida, o que sem dúvida colaborou para o comprometimento dos recursos naturais e para a degradação das águas, do ar e do solo. Tendências sugerem que o crescimento populacional continuará, pelo menos, até o ano 2100 e atingirá a cifra de 12 bilhões de habitantes, quando, então, tenderá a se estabilizar. Neste cenário, a pressão sobre os recursos naturais do planeta (terras aráveis, florestas, água, fertilizantes, minerais) só tende a aumentar. A intervenção no ambiente natural e a modificação do uso da cobertura do solo tendem a intensificarem-se ampliando os efeitos da atividade antropogênica no planeta. Somado a isso, há que se destacar a busca incessante por uma melhor qualidade de vida baseada no acesso ao consumo de bens que pressiona, ainda mais, os recursos naturais do planeta. Em contraponto, estrutura-se uma grandeza inversamente proporcional, ou seja, na medida em que ocorre um aumento na demanda por recursos naturais e por um melhor padrão de vida, justamente, a disponibilidade destes recursos naturais diminui acentuadamente. A lógica aponta para uma situação caótica com intensificação da degradação ambiental e desestabilização social, num mundo, cada vez, mais limitado por recursos. Entretanto, qualquer cenário desta natureza é difícil prever, já que as populações tendem a buscar formas de sobrevivência e adaptaremse às novas condições impostas. O modelo socioeconômico, denominado capitalismo, pode, também, ser considerado um dos indutores da crise ambiental. A lógica do sistema é a produção e o consumo. O crescimento econômico, tão almejado por todos, se traduz no aumento da produção e do consumo num eterno ciclo em que são gerados postos de trabalho, renda e crescimento material, mas não, necessariamente, a distribuição desta renda. Entretanto, este ciclo sem fim, para gerar mais renda e crescimento econômico, necessita progressivamente, cada vez mais produção e mais consumo. Esta obseção pelo crescimento é uma noção newtoniana de espaço e tempo absolutos e infinitos (Capra, 1982). Durante muito tempo, acreditou-se que a natureza fosse infinita, que os recursos naturais fossem inesgotáveis e o progresso material nunca teria fim. Mas, a biosfera tem limites muito claros. O mais grave é que a humanidade já começou a atingir este limite. Esta lógica de crescimento se converte, então, em aumento do consumo de recursos não renováveis, degradação do ambiente natural, extinção em massa e poluição até que se chegue a um ponto insuportável. Nas palavras de Boff (2010), o capital parece seguir uma lógica suicida pelo esgotamento de recursos da biosfera. Complementa dizendo, que o sistema é essencialmente poluidor, pois o lucro é prioritário em relação a qualquer outra coisa. Assim, nada pode deter o avanço da economia e do crescimento econômico, pois este gera renda e empregos, é, aos olhos de nossa civilização, mais importante que a conservação do ambiente natural. Neste modelo, 19 DIREITOS E POLÍTICAS PARA EDUCAÇÃO BÁSICA: III Seminário Regional e I Simpósio PIBID um dos valores culturais é a capacidade de consumo. Intensifica-se atualmente, o chamado “hiperconsumo” num contexto em que tudo fica obsoleto rapidamente (Bauman, 2008). De forma nenhuma se faz apologia ao socialismo como sistema salvador. Segundo Gorbachev (2008), os danos ambientais na URSS também foram muito grandes. Na prática, o balanço do socialismo real em termos ecológicos também é negativo, embora não estivesse nos ideais socialistas este tipo de prática (Boff, 2010). Dissemina-se, atualmente, algumas correntes de pensamento “ecossocialistas” que as quais visam uma ruptura com a civilização material capitalista e propõem um projeto de nova sociedade. Para Capra (1982), a degradação ambiental é resultado da falta de uma visão complexa da relação sociedade e meio ambiente. Em outras palavras, a crise ambiental é, acima de tudo, uma crise da percepção humana. Para o autor, as últimas décadas de nosso século vêm registrando uma profunda crise mundial. Todos os problemas atuais - violência, desemprego, crise energética, poluição – são facetas da mesma crise: a crise de percepção, pois é, a partir de uma determinada percepção das coisas e do mundo, que o ser humano interage com o mundo físico. Em diversos momentos, Capra (1982) associa o “pensamento cartesiano” à crise de percepção. Neste caso, a percepção apresenta-se fragmentada, incapaz de compreender os nós de complexidade de cada ação. Isso leva o indivíduo a pensar de forma linear. Trata-se da simplicidade racional do pensamento científico, o que impede o aprofundamento do debate ou mesmo a adoção de práticas sustentáveis pela sociedade presa a uma visão tecnocrática e reducionista do meio ambiente (Gadotti apud Penteado & Fortunato, 2010). É o modelo de pensamento que impera nas mentes da atual conjuntura da humanidade. Em contraponto, destaca o pensamento emergente “sistêmico” no qual se leva em consideração a complexidade das relações estabelecidas. Diz respeito a uma nova visão da realidade que entende o estado de inter-relação e vê o mundo em termos de relação de integração, no qual a natureza do todo é diferente, apenas, da soma das suas partes. No entendimento de Capra, há soluções para os principais problemas de nosso tempo, algumas delas, até mesmo simples. Mas, requerem uma mudança radical em nossas percepções. Como já mencionado, a consciência ambiental vem tomando proporções crescentes na humanidade. Atualmente, o termo “desenvolvimento sustentável” torna-se cada vez mais comum, sendo muito utilizado em todos os contextos (economia, política, educação) refletindo certo grau de comprometimento com o meio ambiente. Isso se deve à percepção de que a própria sobrevivência dos sistemas econômicos e sociais depende, fundamentalmente, da conservação dos recursos naturais e de um ambiente preservado. A maior parte da literatura aborda o Desenvolvimento Sustentável como o “atendimento às necessidades da geração atual sem comprometer o direito de as futuras gerações atenderem às suas próprias necessidades” (Valle, 2002). Nesta definição estão embutidos dois conceitos importantes: o primeiro é o conceito das necessidades que podem variar de sociedade para sociedade, e, o segundo, diz respeito ao tipo de necessidades das gerações futuras, já que recursos sem a menor importância para as gerações atuais podem ser decisivos para as gerações futuras. Desde o início, porém, a expressão sofreu críticas significativas por causa da contradição que se verifica nos seus próprios termos. Os termos ocultam uma dinâmica do processo crescimento/desenvolvimento que entra em choque com a sustentabilidade (Boff, 2010). Muitos entendem não ser possível conciliar a busca pelo crescente desenvolvimento material com a sustentabilidade, pois para haver sustentabilidade é preciso que haja um limite à interferência antropogênica no mundo natural de forma a não comprometer o perigoso equilíbrio da biosfera e da renovação de seus recursos. A educação, de um modo geral, traduzida também como Educação Ambiental, tem fundamental importância no processo de formação de uma nova consciência da condição 20 DIREITOS E POLÍTICAS PARA EDUCAÇÃO BÁSICA: III Seminário Regional e I Simpósio PIBID humana. Sua meta é desenvolver uma população mundial consciente e preocupada com meio ambiente para atuar individual e coletivamente na busca de soluções para os problemas atuais e para a prevenção de novos problemas. Renomados cientistas, como Fritjof Capra e Edgar Morin, indicam que existe a necessidade de uma alfabetização ecológica, uma reforma do pensamento de modo que novos valores promovam o ecocidadão e sejam inseridos, especialmente, via educação formal. Para eles, há uma inadequação profunda e grave entre os saberes separados, fragmentados entre as disciplinas, e, por outro lado, realidades cada vez mais polidisciplinares, transversais, multidimensionais, globais, havendo a necessidade da migração do paradigma simplista para a compreensão do todo. Entretanto, a educação por si só pode ter seus objetivos de transformação frustrados, se esta não for acompanhada por uma mudança dos outros elementos que “dão forma” a uma sociedade. REFERÊNCIAS: BAUMAN, Zymunt. Vida para consumo: a transformação das pessoas em mercadoria. Rio de Janeiro: Zahar, 2008. BENTON, Michael J. História da vida. Porto Alegre, RS: L&PM Pocket, 2012. BOFF, Leonardo. Cuidar da Terra, proteger a vida: como evitar o fim do mundo. Rio de Janeiro: Record, 2010. BRAGA, Benedito. et al. Introdução à engenharia ambiental: o desafio do desenvolvimento sustentável. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2005. CAPRA, Fritjof. O Ponto de Mutação: A Ciência, a Sociedade e a Cultura Emergente. 25 ed. São Paulo: Cultrix, 1982. GORBATCHEV, Mikhail S. Meu manifesto pela terra. 2.ed. São Paulo: Editora Planeta do Brasil, 2008. PENTEADO, C. L. C. Fortunato, I. Crise ambiental e percepção: fragmentação ou complexidade? Rev. eletrônica Mestre. Educ. Ambiental. ISSN 1517-1256, v. 24, janeiro a julho de 2010. VALLE, Cyro Eyer do. Qualidade ambiental: ISSO 14000. São Paulo: Editora Senac, 2002. EDUCAÇÃO E SUSTENTABILIDADE – O QUE QUEREMOS CONSERVAR NO FLUIR DO NOSSO VIVER Valdo Barcelos2 2 Prof. Associado-PPGE-UFSM- Pesq. Produtividade-1-CNPq. Prof. Associado-CE-PPGE-UFSM- Em 2008 atuou como Prof/Pesq. Visitante no Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia-INPA. Em 2006 participou como Professor/Conferencista convidado no Instituto PIAGET-(Portugal). Consultor do Programa Iberoamericano de Ciência e Tecnologia para el Desarrollo (CYTED-OEA, CEPAL, BID-UNESCO), Consultor do INPA, MMA e MEC-Coordena o Núcleo KITANDA: Educação e Intercultura (UFSM-CNPq). É Membro pesquisador do Núcleo MOVER: Educação Intercultural e Movimentos Sociais (UFSC). 21 DIREITOS E POLÍTICAS PARA EDUCAÇÃO BÁSICA: III Seminário Regional e I Simpósio PIBID Quando nos propomos a refletir sobre as questões ambientais contemporâneas, locais e globais, não raro, somos acometidos da ideia de que estamos na iminência do acontecimento de catástrofes ecológicas. Iminências, estas, que, em muitos casos, já se tornaram realidade ou estão em vias de transformar-se. Outra abordagem possível é questionar esta possibilidade de catástrofe. Não é difícil encontrar estudos e pesquisas que colocam em dúvida os cenários de destruição global do planeta em que nos encontramos. Contudo, se há algo sobre o qual todos concordam, e sobre o que não há como tergiversar ou discordar, é sobre a necessidade de começar-se a repensar algumas das nossas premissas de organização social. Isto não significa, pelo menos de nossa parte, e neste texto, negar a importância desta ou daquela criação ou eleger este ou aquele artefato tecnológico como o responsável pelos males civilizacionais. Por outro lado, não há como se furtar de reconhecer que vivemos numa sociedade altamente tecnificada. Uma sociedade em que, a cada dia, a cada hora, a cada minuto um novo artefato tecnológico é produzido e lançado no mercado mundial. Se quiséssemos, poderíamos fazer aqui uma lista de exemplos disto. Contudo, não é este o objetivo no momento, nem teríamos espaço suficiente para enumerar tão grande elenco de necessidades criadas – algumas de forma totalmente artificial e desnecessária. Vale lembrar o alerta feito pelo cientista Werner Einsenberg (1901-1976) quando, ao se referir à adesão rápida e fácil das novas necessidades criadas artificialmente, alertava que seria de ótima conduta indagar-se, toda vez que se pode construir uma nova engenhoca tecnológica, sobre qual a sua importância real, qual sua finalidade e, principalmente, a quem ela servirá. Uma vez que, na sua opinião, não é verdade que “Tudo que pode ser inventado deva ser inventado, ou que tudo que é tecnologicamente possível deve ser produzido e colocado no mercado” (EINSENBERG,1996: 123). Esta postura, certamente, em muitos casos nos levaria a repensar a produção de muitas de nossas “grandes invenções científicas”. Outra afirmação, muito frequente nos tempos atuais, é a de que estamos vivendo na “sociedade do conhecimento”. Ora, isto se configura numa impropriedade, quando não num equívoco de análise epistemológica. Faz-se questão de reafirmar isso, neste texto, pois, nele, parte-se da ideia de que toda a sociedade humana, ao instituir-se como tal, é produtora de relações as quais denominamos de conhecimento. Nesta perspectiva, conhecimento e cultura são dimensões do humano e, como tal, são indissociáveis de nossas ideias e atitudes. Ou seja: estão intimamente imbricadas com nossas ações como seres biológicos e culturais no mundo que vivemos. Como, muito bem, alerta o ecologista e antropólogo, Carlos Walter Porto-Gonçalves (2006), a expressão sociedade do conhecimento, como forma de definir os tempos atuais é no mínimo, infeliz, posto que uma sociedade sem conhecimento é mesmo uma impossibilidade lógica, biológica e histórica. Neste sentido, o grande desafio a ser enfrentado é fazer a opção por qual tipo de conhecimento queremos conservar em nossas relações sociais. Sim, pois o conhecimento não traz em si nem a dominação nem a negação do outro. A ciência não é uma construção transcendental a nós seres humanos. Ela está inscrita em nosso devir cultural. O conhecimento, portanto, é algo que ocorre em congruência com o nosso emocionar. Assim sendo, é compreensível o fato de termos nos acostumados a ver o conhecimento como algo relacionado ao domínio e ao controle do outro e não como algo que nos aproxime, que nos congregue através de ações de cooperação, de solidariedade e de gestação de espaços de amorosidade e acolhimento. Acredito que agir na perspectiva de um pensamento e de uma ação que se oriente em outra direção começa por mostrar que a ideia humana de dominar, controlar a natureza, se mostra insensata. Já que, segundo Maturana (1998), se continuarmos guiados pela representação de controle, de dominação, esta nos tornará cegos à nossa circunstância porque nela buscamos a dominação que elimina o outro. Em nossa cultura ocidental somos ensinados a acreditar firmemente naquilo que o conhecimento nos 22 DIREITOS E POLÍTICAS PARA EDUCAÇÃO BÁSICA: III Seminário Regional e I Simpósio PIBID permite controlar, dominar. Isto nada mais é que mais uma ilusão do pensamento científico ocidental moderno, pois, no nosso cotidiano percebemos concretamente, a todo instante, que não controlamos nada. Para Maturana “O conhecimento não leva ao controle. Se o conhecimento leva a alguma parte, é ao entendimento, à compreensão, e isto leva a uma ação harmônica e ajustada com os outros e o meio” (1998,55). Frente a este paradoxo, o autor se pergunta, então: “O que faz a ciência, se de fato não nos permite o controle?”. A sua própria pergunta responde: “A ciência – e a validade das explicações científicas – não se constitui nem se funda na referência a uma realidade independente que se possa controlar, mas na construção de um mundo de ações comensurável com nosso viver”. Para ele, a ciência e suas explicações, acabam tendo validade porque apresentam “coerências operacionais da experiência no suceder do viver do observador, e é, por isso, que a ciência tem poder” (1998:55). Poder, este, que nada mais é que uma consequência do desejo humano de dominar, de controlar e que é uma ação social decorrente de um determinado espaço de emocionar. Queremos dizer que frente à ideia hegemônica de controle e de dominação, a qual marcou o pensamento moderno ocidental, propomos que se faça uma opção. E esta opção não decorre de uma deriva racional, mas sim, emocional. Mais uma vez, nos reportamos ao que defende Maturana acerca da relação entre razão e emoção em nosso fluir do viver como animais biológicos e culturais. Para Maturana (1988), não é absurda a hipótese de que a razão dialoga com o irracional. Ao refletir sobre a relação de complementaridade entre racionalidade e emoção, este autor, classifica certas afirmações de “antolhos”. Está referindo-se a afirmações do tipo: “somos humanos porque somos racionais”. Tal afirmação, ao contrário de nos auxiliar, nos impede de ver aquilo que passa ao nosso lado, daí a comparação com os antolhos que são colocados nos cavalos para impedi-los de ver os carros que passam por eles. Dizer que é a razão que nos caracteriza como humanos em pouco, ou nada, nos ajuda. Ao contrário, pode nos impedir de aceitar a emoção como algo natural, instituinte em nós e, ao mesmo tempo, desvaloriza o papel da emoção em nossa vida. Maturana é enfático sobre a necessidade de repensarmos nossa compreensão preconceituosa e limitada sobre a influência da emoção em nosso devir, para ele, toda vez que nos declaramos como seres movidos pela razão, estamos desvalorizando as emoções, pois “não vemos o entrelaçamento cotidiano entre razão e emoção, que constitui nosso viver humano, e não nos damos conta de que todo sistema racional tem um fundamento emocional “ (MATURANA: 1998, p.15). É a este fundamento do emocional que propomos olhar a partir de agora. Um olhar que veja o conhecimento como uma ação humana que, ao mesmo tempo em que conhece, também reconhece. Um conhecimento o qual, ao contrário daquele que se produziu até o momento, deixe de olhar para aquilo que se denominou de mundo natural ou de natureza como algo estúpido, pensando, assim, na possibilidade de uma nova aliança (PRIGOGINE, 1991). Uma aliança não como aquela que até então nos acostumamos a fazer: uma aliança para combater o outro, mas, uma aliança a favor de todos (MORIN, 1995). Nesse tipo de aliança, nessa outra forma de lidar com o conhecimento nós, animais de deriva humana, passamos a nos ver não como seres fora da natureza, mas, sim, como integrados a ela. Uma das primeiras consequências disto é assumirmos nossa condição de responsabilidade frente às nossas atitudes cotidianas e não mais aceitar o caráter de transcendentalidade daquilo que nos acontece no fluir de nosso viver. Neste sentido, é que Maturana e Ximena propõem uma conduta ética para nossas ações que esteja relacionada ao amor ou que tenha como ação o ato de amar. É desta ação de amar que resulta a opção por aquilo que queremos conservar, pois, segundo estes autores(as), se queremos conservar uma determinada relação social deveríamos nos perguntar até que ponto esta relação que estamos querendo conservar 23 DIREITOS E POLÍTICAS PARA EDUCAÇÃO BÁSICA: III Seminário Regional e I Simpósio PIBID faz sentido à rede de ações sociais na qual vivemos. Deste modo, quando refletimos sobre uma educação sustentável e as questões ambientais, é fundamental que pensemos na vida ou no modo de vida que queremos conservar ao viver e ao agir socialmente. Um pensar e agir social que nos leve a construção de um modo de vida sustentável culturalmente. A decisão sobre o que queremos conservar do mundo que vivemos dependerá, da seguinte pergunta: “Queremos conviver neste mundo com respeito à participação nas relações com autonomia responsável em nosso fazer? Queremos conviver na obediência, na falta de reflexão sobre si mesmo, na dependência irresponsável?”. Quando nos defrontamos com os conflitos e dilemas ambientais, podemos nos fazer a mesma pergunta anteriormente formulada. Afinal, nossa história, como espécie humana, acabou gerando uma determinada forma de viver em sociedade em que o sofrimento, não raro, é o que acaba predominando. Um sofrimento decorrente das opções e das escolhas que fizemos no fluir do nosso viver cotidiano e num presente em permanente transformação. Vale aqui ressaltar, que esta transformação se dá de forma tanto mais ampla e mais vinculada a uma ação social de cooperação e de responsabilidade quanto mais amplo e responsável for o nosso olhar (nosso modo de ver) e nossa aceitação da trama relacional tecida no emocionar que ocorre enquanto pensamos, desejamos e realizamos aquilo que fazemos em nosso viver cotidiano. Esperamos, sinceramente, que, com estas reflexões, tenhamos lançado algumas ideias que contribuam para o desafio de pensarmos o que queremos conservar daquilo que até então conhecemos e vivemos em nosso cotidiano de ações e relações sociais. E referimo-nos a um conservar de maneira que nosso modo de viver social seja, não só sustentável, como respeite a premissa básica de que estamos em permanente transformação e na busca de um mundo de relações democráticas e ecologicamente sustentáveis. Enfim, um mundo social e ecologicamente mais justo. BIBLIOGRAFIA EINSEMBERG, W. A Parte e o Todo. Rio Janeiro. Contraponto, 1996. GONÇALVES, C.W.P. A globalização da natureza e a natureza da globalização. Rio de Janeiro. Civilização Brasileira, 2006 MATURANA, H.; Reflexões sobre o amor. In:.MAGRO, C; GRACIANO,M; VAZ, N. (Orgs). A ontologia da realidade Belo Horizonte. UFMG, 1997. MATURANA, H. R. & VARELA, F. G. A árvore do conhecimento: as bases biológicas do conhecimento humano. Campinas, SP: Workshopsy, 1995. ----Emoções e linguagem na educação e na política. Belo Horizonte. UFMG, 1998. ----A ONTOLOGIA DA REALIDADE. Belo Horizonte. UFMG, 1997. ----Da biologia à psicologia. Porto Alegre. ARTES MÉDICAS, 1998. ----COGNIÇÃO, CIÊNCIA E VIDA COTIDIANA. Belo Horizonte. UFMG, 2001. MATURANA, R.M.; VERDEN-ZÖLLER,G. Amar e brincar – fundamentos esquecidos do humano. São Paulo. Palas Athena, 2004. MATURANA, H.R.; VARELA, F. De máquinas e seres vivos – Autopoiese – a organização dos seres vivos. Porto Alegre. Artes Médicas, 1997. 24 DIREITOS E POLÍTICAS PARA EDUCAÇÃO BÁSICA: III Seminário Regional e I Simpósio PIBID TRABALHO E EDUCAÇÃO NO MUNDO CONTEMPORÂNEO Ícaro Bittencourt3 Entre os principais aspectos abordados atualmente sobre as características do mundo do trabalho contemporâneo encontram-se a expansão do setor de serviços na ocupação da população economicamente ativa e a redefinição da exploração dos trabalhadores através da ampliação e intensificação da jornada de trabalho e sua relação com a expansão do crédito e do consumo nas últimas décadas. Essas características teriam como desdobramentos a diversificação de ocupações e o caráter incerto e desigual da distribuição de oportunidades de emprego, situação muito diferente daquela vinculada à identidade profissional e à segurança previdenciária que definiram, em alguns países durante o século XX, a estabilidade do capitalismo industrial baseado nas referências do “Estado de bem-estar social”. Além disso, o referido caráter incerto e diversificado da trajetória profissional nas últimas décadas teria fomentado uma complexificação no processo de aprendizagem ao longo da vida. Nesse sentido, uma formação inicial, durante um período de “inatividade” na juventude, que garantia os conhecimentos necessários (com pequenas modificações) para toda a trajetória do trabalhador seria substituída pela entrada, cada vez mais tardia, no mercado de trabalho e na continuidade do aprendizado em todas as etapas da vida profissional, configurando um objetivo externo à formação educacional relacionado à valorização da força de trabalho e a atualização de habilidades necessárias a um mercado de competitividade acentuada e de renovação incessante.4 Se, por um lado, as transformações ocorridas no mercado de trabalho (e também nas fontes de sua orientação dos percursos formativos) valorizaram a aprendizagem ao longo da vida (majoritariamente vinculada aos interesses empresariais), por outro, trouxeram um significativo questionamento da legitimidade dos sistemas escolares que, no horizonte do “trabalho incerto”, não podem mais garantir, a partir do seu reconhecimento e certificação de conhecimentos, oportunidades sociais e de emprego dignas e estáveis aos seus egressos. Não obstante, apesar da relativização do paradigma da modernidade industrial a partir da expansão do setor de serviços e da organização industrial pós-fordista, bem como, na questão educacional, através de propostas pedagógicas fundadas no questionamento da padronização, da repetição e da disciplina em busca da valorização da diversidade e das potencialidades individuais, vários dos modelos de sistemas escolares considerados bemsucedidos atualmente partilham justamente das referências daquela modernidade industrial: aprendizagem visando a carreira, mercado de trabalho competitivo, disciplina, padronização, fundo público de financiamento da inatividade, entre outros. Até mesmo propostas vinculadas explicitamente à transformação do capitalismo, como a contribuição de alguns intelectuais no Brasil em relação à politecnia, à proposta de escola unitária gramsciana ou à experiência educacional em países socialistas incorporam o paradigma produtivo da modernidade industrial como um fim aparentemente inquestionável e como princípio fundamental da organização do trabalho e da geração de valor na sociedade. 3 Licenciado e Bacharel em História pela UFSM, Mestre em História pela UFRGS e Professor Temporário do IFRS-Campus Farroupilha. 4 POCHMANN, Marcio. O trabalho no Brasil pós-neoliberal. Brasília: Liber Livros, 2011. 25 DIREITOS E POLÍTICAS PARA EDUCAÇÃO BÁSICA: III Seminário Regional e I Simpósio PIBID Algumas propostas recentes, no contexto educacional brasileiro, a partir da articulação entre educação e trabalho, tentam efetivar um modelo de sistema escolar que supere as contradições da vinculação entre sociedade industrial e acesso desigual à educação, como a proposta de politecnia e a formação integrada dos Institutos Federais. No que diz respeito à politecnia, o educador Dermeval Saviani5 explica as relações fundamentais entre trabalho e educação a partir da perspectiva marxista, identificando o trabalho como uma atividade própria da humanidade, ao mesmo tempo que imbricada com a educação, necessária para garantir o aprimoramento e a transmissão do processo de humanização. O trabalho, nesse caso, é uma categoria simultaneamente ontológica e histórica que se refere à produção da existência humana tanto no contato com a natureza quanto no contato intersubjetivo. Por isso, na escola elementar moderna, o estudo das ciências naturais, das ciências sociais e também da linguagem (para dominar os códigos escritos do contrato social e as formas de expressão), forma a base do currículo5. No entanto, historicamente, a relação entre trabalho e educação também aconteceu a partir do distanciamento, este consolidado a partir das diferentes formas de divisão do trabalho, destinando a atividade produtiva para os dominados e o cultivo do ócio e da instrução aos grupos dominantes. Uma mudança importante nesse aspecto acontece com a divisão do trabalho no capitalismo, que faz do conhecimento e da ciência um meio de produção indispensável. Assim, como manter a divisão social e a propriedade privada da ciência mesmo que o trabalhador necessite de conhecimentos para exercer a função? A partir da separação entre trabalho intelectual e trabalho manual, entre academia e escolas profissionais, através da fragmentação e parcelamento dos conhecimentos sobre os processos produtivos. Nesse sentido, a escola de orientação socialista, nomeada pelo autor de “politécnica”, deveria concentrar-se na abordagem plural dos fundamentos técnicos e científicos que fomentassem no aluno a compreensão da totalidade do processo produtivo bem como sua interação com a natureza e a sociedade. Porém, Paolo Nosella faz uma crítica contundente ao conceito e à palavra politecnia, que expressariam para o senso comum letrado apenas a reunião, no processo de ensinoaprendizagem, de diversas técnicas produtivas, contribuindo para uma articulação entre instrução média e ensino profissionalizante muito próxima daquela tentativa infrutífera promovida pela legislação de 1971 durante a ditadura civil-militar brasileira. Além disso, a politecnia seria uma proposta pedagógica criticada no interior da própria tradição marxista e poderia levar muitos intelectuais a limitar a consideração do trabalho como princípio educativo apenas à escola média6. Dessa maneira, inspirado, principalmente, em Gramsci e Manacorda, Nosella propõe uma perspectiva pedagógica interessada na educação e na liberdade plenas, compreendendo o trabalho não só no seu aspecto produtivo, mas também nas suas expressões comunicativas e de fruição. Assim, o trabalho alienado e restrito à produção de mercadorias, bem como o consumismo e o monopólio dos meios de expressão poderiam ser superados por uma abordagem mais unitária e libertadora. No caso brasileiro, Gaudêncio Frigotto argumenta que a integração entre formação profissional e universalização da educação básica não faria parte do projeto das elites nacionais baseado em uma modernização conservadora. Inspirado na leitura de Francisco de Oliveira, o autor defende que o subemprego, a desigualdade de acesso ao conhecimento 5 SAVIANI, Dermeval. O choque teórico da politecnia. In: Trabalho, Educação e Saúde. Rio de Janeiro: Fiocruz, 1(1):131-152, 2003. 6 NOSELLA, Paolo. Trabalho e perspectivas de formação dos trabalhadores: para além da formação politécnica. In: Revista Brasileira de Educação. v. 12 n. 34 jan./abr. 2007. 26 DIREITOS E POLÍTICAS PARA EDUCAÇÃO BÁSICA: III Seminário Regional e I Simpósio PIBID e a formação profissional precária são requisitos fundamentais para a acumulação de riquezas próprias da modernização do arcaico que representa o projeto societário das classes dominantes brasileiras. [...] o ensino médio se constitui numa ausência socialmente construída, na sua quantidade e qualidade e como indicador mais claro da opção da formação para o trabalho simples e da não preocupação das bases da ampliação da produção científica, técnica e tecnológica e o direito de cidadania efetiva em nosso país (FRIGOTTO, 2007, p. 1139). Assim, a oferta de empregos que gerem valor agregado para os trabalhadores, acompanhando “a atual mudança técnico-científica de natureza digital-molecular” depende de uma reconfiguração da relação entre trabalho e educação, superando a dicotomia entre trabalho intelectual e trabalho manual, bem como o abismo entre instrução geral e formação profissional. Uma proposta atual inspirada nessa perspectiva é a formação técnica de nível médio integrada à educação básica, uma das prioridades dos Institutos Federais criados no Brasil em 2008. Orientados pela articulação do Trabalho, da Ciência, da Cultura e da Tecnologia pretendem combinar formação básica e profissional para além da abordagem tecnicista e investir em processos educativos voltados à cidadania e ao trabalho criativo em sintonia com as demandas das comunidades nas quais estão inseridos. No entanto, aspectos imprecisos da proposta de tornar a tecnologia um elemento transversal dos currículos, as dificuldades estruturais (orçamentárias, de gestão e de recursos humanos) e alguns problemas vinculados à tradição escolar e à formação docente ainda dificultam a aplicação concreta desses princípios orientadores. 27 DIREITOS E POLÍTICAS PARA EDUCAÇÃO BÁSICA: III Seminário Regional e I Simpósio PIBID CAPÍTULO II Eixo I: Educação 28 DIREITOS E POLÍTICAS PARA EDUCAÇÃO BÁSICA: III Seminário Regional e I Simpósio PIBID DESAFIOS E POSSIBILIDADES DA JUVENILIZAÇÃO DA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS Alexandra Ferronato Beatrici, IFRS, Campus Sertão Este trabalho apresenta resultados de investigação que integra a pesquisa “A Educação de Jovens e Adultos: do legado histórico aos debates na década da educação”. Tem como interrogação de estudo compreender o processo de juvenilização da EJA durante a década da educação (1997-2007), seus impasses e possibilidades. Uma vez que, o processo de juvenilização da Educação de Jovens e Adultos começa a ser observado na década de 1990, e vários fatores contribuíram e continuam contribuindo para o aumento significativo da presença dos jovens nesta modalidade de ensino. A juventude é abordada como construção social, como uma categoria heterogênea envolvendo a diversidade do universo social dos jovens, com base no aporte teórico de Di Pierro, Joia e Ribeiro (2001); Romão e Gadotti (2001); Dayrell (2003), Arroyo (2007). Esse novo perfil de aluno passa a exigir demandas de novas formas de atuação metodológica, de conteúdos e de formação de professores. Fatos que evidenciam a necessidade de um olhar sobre as práticas pedagógicas. Trata-se de uma pesquisa de abordagem qualitativa, em que os dados apresentados demonstraram que os sujeitos investem em educação na expectativa de garantir um futuro melhor, para a inserção no mercado de trabalho e para a aquisição do diploma. Aponta, também, que a aspiração pelo diploma, como via legítima de ascensão social, provocada por fortes apelos da ideologia dominante, constitui-se num arcabouço do sistema capitalista. Não se trata de negar a importância dos fatores históricos e sociais que levam à juvenilização da EJA, mas não se deve minimizar a tensão que se inscreve no seu interior, pois ele, por um lado, demarca diferenças sociais, e por outro, cumpre um papel conjuntural de suprir lacunas em termos de acesso ao saber socialmente produzido. A FORMAÇÃO DO PROFESSOR ALFABETIZADOR DA ESCOLA MUNICIPAL DE ENSINO FUNDAMENTAL ELOY PINHEIRO MACHADO Aldiciane Pazinato, UPF Ariane Mileidi Pazinato, UPF O Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa, 2013- 2014, é um acordo brasileiro realizado pelo Governo Federal, Estados e Municípios com o objetivo de alfabetizar crianças até 8 anos de idade, concluindo o 3º ano do ciclo de alfabetização. Além de contribuir com a formação continuada dos professores alfabetizadores e dos orientadores de estudo, o MEC disponibiliza para as escolas participantes materiais didáticos, obras literárias, obras de apoio pedagógico, jogos e tecnologias educacionais. Conforme o Caderno de Apresentação Formação do Professor Alfabetizador do PACTO (2012, p.40) este programa constitui um espaço de construção e reconstrução de conhecimento, diálogo, reflexão e troca de experiências: “[...] para favorecer ao aluno oportunidades significativas de aprendizagem, o trabalho proposto nesse Programa, além de permitir reflexões aprofundadas sobre o processo de alfabetização com base no letramento, 29 DIREITOS E POLÍTICAS PARA EDUCAÇÃO BÁSICA: III Seminário Regional e I Simpósio PIBID deve propiciar melhores condições de uso de materiais didáticos distribuídos pelo MEC e de elaboração de recursos importantes para auxiliar o professor em sala de aula”. A Escola Municipal de Ensino Fundamental Eloy Pinheiro Machado de Passo Fundo subsidiada pela Secretaria Municipal de Educação e a Universidade Federal de Santa Maria desenvolvem este trabalho de formação continuada para os professores. A referida escola participa com cinco professoras atuantes nos três primeiros anos do Ensino Fundamental. O curso é organizado e dividido por turmas: 1º, 2º, 3º e classes multisseriadas. Os temas centrais tratados nos encontros são os mesmos porém, com focos distintos, adaptados às particularidades do ano de ensino. Nestes encontros são oportunizados debates de assuntos referentes ao processo de alfabetização, à formação, aos relatos de professores, às sugestões de atividades seguindo as oito temáticas propostas nos cadernos do material didático fornecido pelo MEC. Ao finalizar as discussões de cada unidade, os educadores realizam uma atividade referente ao tema, como por exemplo, conto e registro de uma história, sequência didática de uma obra literária, construção de um jogo, apreciação do cantinho da leitura, etc. Além disso, faz-se a autoavaliação mensalmente por parte dos professores alfabetizadores e dos orientadores de estudo como forma de verificar a presença, a participação e o empenho no curso, bem como ter direito à certificação ao final do processo de formação e à bolsa oferecida pelo MEC aos envolvidos. REFERÊNCIA: BRASIL. Secretaria de Educação Básica. Diretoria de Apoio à Gestão Educacional. Pacto nacional pela alfabetização na idade certa: formação do professor alfabetizador: caderno de apresentação/Ministério da Educação, Secretaria de Educação Básica, Diretoria de Apoio à Gestão Educacional. Brasília: MEC, SEB, 2012. A INFLUÊNCIA QUE A ESCOLA EXERCE SOBRE O INDIVÍDUO Alcindo Neckel, IFRS, Campus Sertão Claudia Moraes Rigo, IFRS, Campus Sertão Leocir Prigol, IFRS, Campus Sertão Pela organização social, o indivíduo precisa pensar na sua própria realidade. Isso ocorre quando ele começa a pensar e agir sobre um contexto social a partir dos seus pensamentos. Entretanto, será que este ser pensante não é manipulado pelo sistema de ensino? Para tentar responder a esta pergunta foi aplicado o Método de Análise de Conteúdo, de Bardin (2000). Quadro 1: Manipulação do sistema de ensino para com o discente. Teóricos Gallo Silva e Carvalho Pensamento A manipulação torna-se exercida pelo sistema capitalista; faz da educação conjunto voltado para que o discente possa acumular capital pelo ensino. Mas, não mascara a realidade do discente Constatam-se a existência de uma manipulação do ensino entre o discente, o que o aprisiona em uma 30 Reflexões sobre o pensamento Em se tratando da escola como agente manipulador, percebe-se um equilíbrio na conjuntura educacional em relação ao aluno como independente e pensante para acumular ou não capital Os cursos de curta duração, com níveis de empregabilidades diferentes com o objetivo de alimentar o sistema capitalista de produção, tornam DIREITOS E POLÍTICAS PARA EDUCAÇÃO BÁSICA: III Seminário Regional e I Simpósio PIBID Benevides e Neto Marques e Tiradentes Cieglinski Hennigen e Guareschi realidade capitalista contemporânea A sociedade contemporânea traz um sistema de manipulação que vem de meios de comunicação para o acúmulo de capital voltado para o ensino em redes particulares. O discente torna-se entendido como um objeto, que tem de estimular o acúmulo do capital. Rompimento do aprisionamento do indivíduo torna-se possível por meios da educação, em que o discente desenvolve uma visão crítica sobre o contexto em que se encontra inserido. O capitalismo é uma barreira a ser vencida ou minimizada com a diminuição das diferenças de classes sociais. O sistema de ensino torna-se determinado pela relação capitalista. Estas relações tornam-se contextualizadas pelas lutas de classes, tornado-se o discente como um seguidor do sistema capitalista, no qual está inserido. Entretanto, não existe igualdade social, com diferença econômica. A coletividade contemporânea, mostra a identidade e passa a ser constituída nas redes discursivas no mundo contemporâneo. O indivíduo não tem mais a identidade, perdendo a identidade única, há transformação em várias identidades. o discente um objeto a ser moldado O discente torna-se manipulado até mesmo antes de ingressar no sistema de ensino, não tendo como se omitir do sistema capitalista, que se encontra impregnado dentro de uma super valorização da imagem da indivíduo. A responsabilidade do próprio discente sobre o contexto que se encontra inserido traz a ideia de responsabilizá-lo pelo sistema contemporâneo de sociedade capitalista ao meio em que vive (econômico, social e cultural). Não se pode existir liberdade discente sem que se diminuam as diferenças sociais. O sistema de ensino torna-se regido pela classe econômica mais favorecida. Ocasionando assim, melhor qualidade para a classe rica e pior para a classe pobre. O sistema de ensino é regido pelo sistema econômico. A identidade e a subjetividade não são correspondentes, mas podem ser articuladas conforme as condições do indivíduo. A subjetividade é crítica à identidade do indivíduo na sociedade contemporânea. Fonte: Ideia adaptada de Gallo (1998), Silva e Carvalho (2013), Benevides e Neto (2011), Marques e Tiradentes (2008) e Hennigen e Guareschi (2006). Portanto, percebe-se uma contrariedade sobre o papel servido pelo docente, pois em algumas perspectivas teóricas este manipula o outro e atua como um agente impulsionador do capitalismo contemporâneo. Os autores afirmam que a subjetividade do discente pode influenciar de maneira direta a relação com o sistema de ensino. Referências BENEVIDES, P. S.; NETO, J. M. Educação, subjetivação e resistência nas sociedades de controle. ECOS, Rio de Janeiro, v. 1, n. 1, p. 27-40, out. 2011. BARDIN, Laurence. Análise de Conteúdo. 3. ed. Lisboa: Edições 70, 2000. CIEGLINSKI, A. Educação e capitalismo: contradições e determinações da educação numa sociedade dividida em classes. Revista Portuguesa e Educação, Coinbra, v. 14, n. 1, p. 18, dez. 2010. GALLO, S. Subjetividade, Ideologia e Educação. Perspectiva, Florianópolis, v. 16, n. 29, p. 133-152, jan./jun. 1998. HENNIGEN, I.; GUARESCHI, N.M.F. A subjetivação na perspectiva dos estudos culturais e foucaultianos. Psicologia da Educação, São Paulo, 23, 2º sem. de 2006, pp. 57-74, Set.2006. MARQUES, L. M.; TIRADENTES, L. Escola, sociedade e ideologia: o ensino como instrumento de construção da igualdade social. In: SEMANA DO SERVIDOR E SEMANA ACADÊMICA, 5, 2008, Uberlândia. Anais... Minas Gerais: UFU, 2008, p. 1-6. 31 DIREITOS E POLÍTICAS PARA EDUCAÇÃO BÁSICA: III Seminário Regional e I Simpósio PIBID SILVA, R. B.; CARVALHO, A. B. Educação e modos de subjetivação no capitalismo contemporânea: reflexões a partir de Zygmunt Bauman. Revista Espaço Acadêmico, Maringá, v. 6, n. 146, p. 20-26, jul. 2013. O DESAFIO DA ALFABETIZAÇÃO Aldiciane Pazinato, UPF Ariane Mileidi Pazinato, UPF A aprendizagem é um processo construtivo que perpassa aspectos sociais, históricos e pessoais. O professor reflexivo desempenha função primordial neste processo, superando a condição de repassador de conhecimentos prontos e acabados, permitindo que o aluno elabore conceitos, hipóteses e estratégias de leitura e escrita. Nesse sentido, docente e discente tornam-se investigadores na busca do conhecimento. É preciso conhecer quais são as experiências de letramento que as crianças trazem de sua vivência, para instrumentalizar o processo de construção da leitura e escrita de forma significativa. É preciso despertar o desejo, o querer, o interesse em perceber as letras, com algo capaz de sensibilizá-la, ou ainda, algo que lhe permita comunicar-se. Quando a criança percebe que ler e escrever pode ser interessante, os horizontes se abrem no processo de ensino-aprendizagem e a comunicação entre quem ensina e aprende fica mais forte e significativa, torna-se verdadeira. A alfabetização é entendida como a aquisição do sistema convencional da escrita; distinguindo-se de letramento que é entendido como o desenvolvimento de comportamentos e habilidades de uso competente da leitura e da escrita em práticas sociais: distinguem-se tanto em relação aos objetos de conhecimento quanto em relação aos processos cognitivos e linguísticos de aprendizagem. “A alfabetização refere-se à aquisição da escrita enquanto aprendizagem de habilidades para leitura, escrita e as chamadas práticas de linguagem. Isto é levado a efeito, em geral, através do processo de escolarização, e, portanto, da instrução formal. A alfabetização pertence, assim, ao âmbito do individual. O letramento, por sua vez, focaliza os aspectos sócio-históricos da aquisição da escrita. [...] tem por objetivo investigar não somente quem é alfabetizado, mas também quem não é alfabetizado e, neste sentido, desliga-se de verificar o individual e centraliza-se no social mais amplo” (TFOUNI, apud BROTTO, 2008, p. 31-32). Embora distintos, alfabetização e letramento são interdependentes e indissociáveis. Assim, o professor assume o papel de mediador na construção deste processo. O contato da criança com o mundo letrado é decisivo, no qual esta poderá interagir e socializa-se com práticas e materiais reais de leitura e escrita a fim de que ocorra o processo de conceitualização da língua escrita. Os professores alfabetizadores precisam estar habilitados, serem competentes, criativos e cientes de sua responsabilidade na formação dos sujeitos como intelectuais e cidadãos comprometidos com a transformação social. REFERÊNCIA BROTTO, Ivete Janice de Oliveira. Alfabetização: um tema muitos sentidos. Curitiba: Universidade Federal do Paraná, 2008. Tese (Doutorado). 32 DIREITOS E POLÍTICAS PARA EDUCAÇÃO BÁSICA: III Seminário Regional e I Simpósio PIBID ENXERGANDO A SOCIEDADE A PARTIR DE UMA NOVA LENTE: A CONSTRUÇÃO DA CÂMERA PINHOLE E DESNATURALIZAÇÃO DO OLHAR Aline Andreia Arpini, UFFS, Campus Erechim Marjorie Tessie Sozo, UFFS, Campus Erechim Clovis Schmitt Souza, UFFS, Campus Erechim Bolsa PIBID O artigo descreve a atividade desenvolvida pelo subprojeto Sociologia do Programa de Iniciação à Docência (PIBID) que se trata de uma oficina de fotografia com a câmera artesanal Pinhole. Tal oficina teve sua aplicação no ano de 2012 e foi direcionada aos alunos de ensino médio da Escola Estadual Érico Veríssimo, situada no município de Erechim-RS. A aplicação da atividade se deu em virtude da intervenção oportunizada no espaço do período politécnico este ,que por sua vez, tem como objetivo integrar várias áreas do conhecimento como linguagens, matemáticas, ciências da natureza e humanas, proporcionando aos alunos, além das aulas curriculares do Ensino Médio, o desenvolvimento de projetos com atividades práticas e vivências relacionadas com a vida, com o mundo e com o trabalho. A oficina se aplicou com o propósito de despertar a noção de Sociologia nos estudantes através da desnaturalização do olhar almejando a fim de possibilitar uma visão mais crítica acerca do meio social no qual estão inseridos. Para tanto, no desenvolvimento da oficina, os bolsitas do PIBID instruíram os alunos da escola na escolha de um itinerário a ser observado. Na sequência, houve uma efetiva análise do caminho para posterior montagem da câmera artesanal, registro das imagens e reflexão em registro escrito. Após a concretização das atividades propostas, os trabalhos foram expostos a toda população erechinense através do transporte urbano. Os resultados indicam que o trabalho proporcionou, de fato, uma nova perspectiva acerca de acontecimentos rotineiros. Com a finalização do trabalho, os alunos foram instigados a perceber a pluralidade de interpretações sociais existentes, e esta ,por sua vez, caracterizou-se num importante passo para a formação crítica de todos os alunos. FORMAÇÃO CONTINUADA DE DOCENTES ESTADUAIS E MUNICIPAIS: CONSIDERAÇÕES ACERCA DE UMA EXPERIÊNCIA REALIZADA A PARTIR DO PROEXT Ana Sara Castaman, IFRS, Campus Sertão Josimar de Aparecido Vieira, IFRS, Campus Sertão O presente trabalho apresenta análises e relatos de uma experiência de formação continuada de docentes articulada entre o Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul (IFRS), Campus Sertão e a Secretaria Municipal de Educação de Água Santa - RS. A formação continuada se efetivou a partir do Programa de Estudos e Assessoria em Educação Básica que foi aprovado pelo Programa de Extensão universitária, Edital PROEXT nº 04/2011 – MEC – SESu. A metodologia empregada neste estudo parte de análises críticas dos relatos dos professores e de um questionário aplicado durante o processo de formação continuada acerca da relevância das atividades 33 DIREITOS E POLÍTICAS PARA EDUCAÇÃO BÁSICA: III Seminário Regional e I Simpósio PIBID desenvolvidas no curso. Para tanto, em um primeiro momento apresenta-se a metodologia utilizada e, após as análises das categorias: importância do processo de formação continuada e a formação continuada enquanto facilitadora do processo de ensino e aprendizagem. Conclui-se, a partir das análises dos dados, que a formação continuada contribuiu nas práticas pedagógicas, servindo de alicerce para a construção de conhecimento. PRÁTICA DIDÁTICA PEDAGÓGICA: DESMISTIFICANDO A TECNOLOGIA Anderson Campeol, IFRS, Campus Sertão Denise Oliveira, IFRS, Campus Sertão Jéssica Thimóteo Assunção, IFRS, Campus Sertão Na dinâmica da sociedade da informação, caracterizada por tecnologias que possibilitam o acréscimo da capacidade de conhecimento, de serviços e, acima de tudo, de interações entre os indivíduos, observa-se a importância da inserção das tecnologias no cotidiano de todos os indivíduos, especialmente, no dia-dia das pessoas pertencentes ao segmento denominado de terceira idade ou idade mais avançada. Observam-se importantes motivações geradas pelo uso da tecnologia na qualidade de vida desses indivíduos. Contudo, verifica-se também muito receio na aprendizagem e na utilização das tecnologias por parte desse grupo. Na perspectiva de desmistificar o uso da tecnologia por indivíduos da terceira idade, o estudo objetiva analisar o processo de ensino-aprendizagem considerando as atividades práticas efetivadas durante as atividades de informática. A pesquisa foi realizada, inicialmente, por meio de levantamento bibliográfico sobre as abordagens que envolvem o tema (tecnologias de informação e comunicação, terceira idade e aprendizagem ao longo da vida). Na sequência, foi empregado um estudo de caso com um grupo de Terceira Idade que participam do projeto de inclusão digital do IFRS – Campus Sertão denominado Inclusão Digital - Informática para Terceira Idade, no município de Sertão/RS. A interação com o computador (que é uma das ferramentas de acesso à dinâmica da sociedade da informação) ocorreu, inicialmente, por meio do manuseio separado dos componentes que integram o hardware. Posteriormente, foram motivadas associações dos componentes do computador com fatos relacionados às experiências vividas pelos participantes. A atividade mostrou-se importante na assimilação do conhecimento das funções gerando alternativas para o uso do computador, ao mesmo que, desinibiu o uso da máquina, possibilitando, assim, melhor aprendizagem dos participantes. Constataram-se, também, diversas motivações na vida dos alunos da terceira idade que participam do projeto de inclusão, entre elas, destacam-se aspectos de superação das dificuldades com o receio de uso básico da máquina e melhor interação com outras pessoas. Pode-se perceber que a maioria dos idosos possui interesses, necessidades e dificuldades comuns em relação à utilização da tecnologia associada às suas necessidades de uso. 34 DIREITOS E POLÍTICAS PARA EDUCAÇÃO BÁSICA: III Seminário Regional e I Simpósio PIBID EDUCAÇÃO PROFISSIONAL: CONSIDERAÇÕES SOBRE A SUA TRAJETÓRIA HISTÓRICA E SOCIAL Camila Gomes Nogueira, IFRS, Campus Sertão Ana Sara Castaman, IFRS, Campus Sertão A Educação Profissional é um tema em evidência o qual é estudado e socializado por intelectuais e pela mídia em geral. Desta forma, torna-se necessário conhecer a partir de bibliografias o histórico educacional que permeia a educação para o trabalho. Trata-se de estudar as primeiras escolas específicas para o ensino técnico, a aceleração da industrialização que objetivou a criação de novos cursos para atender as primeiras demandas, a criação do Sistema S, a tentativa de integração entre ensino básico e médio, a regulamentação pela Lei de Diretrizes de Base da Educação, a criação dos centros de ensino chegando a criação dos institutos federais e a expansão da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica. Durante esse percurso histórico, a divisão entre ensino básico e profissional torna-se evidente, assim como a ênfase na educação técnica voltada para a mão de obra barata, destinada aos menos afortunados. Ao emergir a globalização e a necessidade de qualificação nos meios produtivos, além da necessidade de uma reformulação do ensino médio, surgem os Institutos Federais com a finalidade de ofertar educação profissional e tecnológica em todos os níveis e modalidades e promover a integração e a verticalização da educação profissional desde a educação básica até o ensino superior otimizando a infraestrutura física, o quadro de pessoal e os recursos de gestão existentes. Ao longo do tempo, a divisão entre a Educação Básica e o Ensino Técnico Profissional ficou evidente. O ensino técnico tem suas próprias especificações, depois da elaboração do projeto de reestruturação do ensino médio no Brasil e da instituição da Rede Federal, uma vez que os educadores não só têm o desafio de preparar os jovens para o mercado de trabalho, mas também para a possível vida acadêmica, unindo o conhecimento científico ao intelectual. Desta forma, compreende-se que as atuais práticas do Ensino Técnico no Brasil se baseiam na educação como instrumento de transformação e de enriquecimento do conhecimento, sendo capaz de modificar a vida social de maneira mais ampla ao conjunto da experiência humana. EDUCAÇÃO DO SENSÍVEL CONTRIBUIÇÕES DA EDUCAÇÃO ESTÉTICA NO PROCESSO ENSINO-APRENDIZAGEM ESCOLAR Carina Copatti, UPF Débora Oliveira Moreira, UPF A ação pedagógica pressupõe a aproximação dos saberes construídos e adquiridos na prática docente, pelos educadores, com as vivências socioculturais de cada educando, que, no contexto escolar, se aproximam e encontram sentido. Assim, a ação pedagógica requer a interação entre educadores e educandos por meio do diálogo, da reflexão e da capacidade de escuta, na busca pela construção de conhecimentos que tenham significado. Nesse contexto, as diferentes relações que estabelecemos no mundo contemporâneo, tanto em diferentes comunidades quanto no ambiente escolar, denotam a diversidade de culturas 35 DIREITOS E POLÍTICAS PARA EDUCAÇÃO BÁSICA: III Seminário Regional e I Simpósio PIBID e de necessidades presentes em cada indivíduo, em cada grupo social e no ambiente de ensino. No contexto escolar a compreensão de diferentes conceitos se faz necessária para que seja possível a aproximação do educando com o mundo em que vive, para compreendêlo e agir nele de maneira consciente. Tal abordagem, nas instituições escolares tem se mostrado de extrema importância na atualidade, isso se deve à expansão global das relações sociais e dos movimentos culturais complexos. Nesse contexto, há uma necessidade crescente de transformar as aulas em momentos de discussão crítica e reflexiva Para tanto, procuramos contribuir para esse debate a partir da Educação Sensível no processo de ensino-aprendizagem. Buscamos, nesse contexto, desenvolver atividades fundamentadas na Educação Estética a fim de refletir em torno de uma educação mais humana, tornando os educandos sensíveis às discussões referentes aos diversos assuntos presentes nas sociedades atuais. Compreendemos que, a mudança necessária ocorre através da conscientização dos educandos e da construção de novas maneiras de compreender o espaço que, posteriormente, serão revertidas em ações mais conscientes, tanto na comunidade quanto no âmbito global. Dessa maneira, compreendemos que se torna essencial aos educadores promover discussões e reflexões sobre a atuação humana no espaço e na promoção de sua contínua transformação, a qual precisa ser analisada, compreendida e reavaliada na relação professor-aluno-escola-comunidade. Portanto, torna-se necessário desenvolver ações que auxiliem o trabalho dos educadores no processo de ensino-aprendizagem, tendo por base atitudes e discussões conscientes e contínuas. EDUCAÇÃO AMBIENTAL NO PARQUE MUNICIPAL DE SERTÃO – RS Carmem Fátima Casanova, IFRS, Campus Sertão, UPF Noelli Zanella, UPF Vanderleia Trevisan da Rosa, IDEAU, IFRS, Campus Sertão O município Sertão encontra-se no Norte do Estado do Rio Grande do Sul com uma população aproximada de 6500 habitantes.Tem como principal economia a agricultura e pecuária (BRASIL, 2013). Na zona rural, a comunidade de Vila Incra, assim conhecida por ter sido habitada, por muitos anos, em quase todo o entorno da reserva, por moradores de assentamento do INCRA, uma das poucas riquezas existentes do Bioma Mata Atlântica, a área é de aproximadamente 590ha em dois lotes, identificados como Parque Municipal de Sertão, de acordo com Lei Municipal 1733 de 19 de julho de 2006, tem predominância de floresta típica Ombrófila Mista com Araucárias com sub bosques de Nectandras e Ocotea. Conforme a Lei 9795 de 27 de abril de 1999, entende-se por educação ambiental os processos por meio dos quais o indivíduo e a coletividade constroem valores sociais, conhecimentos, habilidades, atitudes e competências voltadas para a conservação do meio ambiente, bem de uso comum do povo, essencial à sadia qualidade de vida e a sua sustentabilidade (BRASIL, 1999). Tendo em vista a Lei Federal do Sistema Nacional de Unidades de Conservação de 2000 (BRASIL, 2000), o local reconhecido como Unidade de Conservação deverá ser preservado para manutenção da biodiversidade, assim como, o gerenciamento do local pelo Poder Público deverá prever o envolvimento da comunidade do entorno para encontrar alternativas e soluções para as problemáticas ali existentes, tais como, os conflitos de interesse de apropriações das áreas no entorno, caçadas à fauna, retirada de sementes na época do pinhão, além do próprio desmate, em que através da 36 DIREITOS E POLÍTICAS PARA EDUCAÇÃO BÁSICA: III Seminário Regional e I Simpósio PIBID Educação Ambiental possam ser avaliados todos estes apontamentos como formulação da transformação das pessoas ali inseridas. A área de estudo reconhecida como Parque Municipal de Sertão (590 ha, o lote 1-A, composto por uma área de 77,77ha e lote 8-A, composto por uma área de 513,10ha) caracteriza-se por ser a segunda maior área de preservação da região de mata Ombrófila Mista com araucária e apresenta na grande maioria a sua originalidade sendo, estrategicamente, um ponto importante de preservação da flora, fauna e recursos hídricos para a região norte do Rio Grande do Sul. A mata da Unidade de Conservação caracteriza-se de planalto e é considerada semelhante a que se encontra no quadrante nordeste do Estado como remanescentes do Bioma Mata Atlântica. Tendo em vista os acontecimentos globais envolvendo a natureza como um todo nos últimos anos, vimos a necessidade de contribuir para a preservação deste fragmento remanescente de araucárias do norte do estado. Quanto maior o espaço de área preservada, maior será a quantidade de espécies que poderão sobreviver neste local. Há necessidade de envolver a comunidade local em atividades que auxiliem na conservação da área sem confrontos com os interesses dos lindeiros na aplicação da Lei de Políticas Públicas como a Lei de SNUC. Uma vez que, através dos encontros com a comunidade em geral realizados nos meses de janeiro, fevereiro, março e abril, foram propiciados debates com o intuito de desvelar a percepção dos moradores com relação a problemática encontrada, foram avaliados os apontamentos para um melhor gerenciamento do local e transformação de agentes capazes de trabalhar com a realidade local. Mais do que uma simples forma de transmitir informações e conhecimentos sobre os recursos naturais, a Educação Ambiental é uma ferramenta indispensável na construção de novos valores e atitudes, voltados ao desenvolvimento de uma sociedade comprometida com a solução de seus problemas ambientais. É através da vivência com a comunidade que verificamos o processo educativo da educação ambiental “vivencial” a qual considera os indivíduos de forma integral, incluindo e priorizando o aprendizado através do corpo, dos sentidos e da percepção mais sutil de si mesmos, dos outros, do mundo, da natureza, e dos processos vitais que dão origem e sustentam a vida, cuidando para que as informações científicas não se interponham na interação de aprendizagem e mascarem ou inibam os processos de natureza mais delicada. Nos encontros foram sistematizadas percepções dos lindeiros, observou-se que, após estas reuniões, as impressões com relação à educação ambiental contribuíram de forma significativa para a sensibilização da comunidade, pois em vistorias verificamos que, em áreas invadidas, antes utilizadas para o plantio de monoculturas agora foram deixadas em regeneração natural. O aprendizado sobre o fluxo de energia e de matéria sobre as relações ecossistêmicas, sobre a presença humana na natureza, sobre os contextos planetários e cósmico seria diferente se tudo fosse “ensinado” na sala de aula. Referências BRASIL. Cidade-Brasil. Acessado em 13/09/2013. Disponível em: http://www.cidadebrasil.com.br/municipio-sertao.html. Acesso em: 13 set. 2013. BRASIL. Lei 9795 de 27 de abril de 1999 Dispõe sobre a educação ambiental, institui a Política Nacional de Educação Ambiental e dá outras providências. Disponível em http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9795.htm. Acesso em: 13 fev. 2011. BRASIL. LEI No 9.985, DE 18 DE JULHO DE 2000. Disponível em: http://www.mma.gov.br/port/conama/legiabre.cfm?codlegi=322. Acesso em 13 set. 2013. 37 DIREITOS E POLÍTICAS PARA EDUCAÇÃO BÁSICA: III Seminário Regional e I Simpósio PIBID HISTÓRIAS DE UM SÁBADO À TARDE: A ESCRITA COMO FERRAMENTA DE EMANCIPAÇÃO Cheila Daniane Marianof Milczarek, E.E.E.M. Érico Veríssimo Paula Maria Zanotelli, E.E.E.M. Érico Veríssimo Adelice Bertuol, E.E.E.M. Érico Veríssimo O projeto “Histórias de um sábado à tarde” foi pensado com o objetivo de envolver os estudantes no contato direto com a função social da escrita, oportunizando-lhes um momento diferente e dotado de significados, atrelado a percepção da escrita como instrumento de emancipação. Entende-se esse processo como resultado de uma relação dialógica entre os sujeitos envolvidos (relator, escritor e leitor) em que cada um contribui a partir da sua leitura de mundo. Para legitimar teoricamente o trabalho realizado Paulo Freire foi nossa principal referência. O projeto foi realizado com estudantes da Educação de Jovens e Adultos (EJA) e Ensino Médio Regular, noturno, da Escola Estadual de Ensino Médio Érico Veríssimo, do município de Erechim/RS. Estudantes, professores e equipe diretiva da escola foram até o Lar dos Velhinhos, localizado no mesmo município da escola, com o propósito de iniciar um processo de aproximação com os moradores do asilo, vislumbrando a escuta de suas histórias de vida através de uma entrevista. Depois de relatadas as histórias pelos “velhinhos”, os estudantes, apropriados de saberes significativos, voltaram para a escola e durante as aulas de Língua Portuguesa, reproduziram, através da reescrita, as histórias vivenciadas e elaboradas por cada um deles. Concluída a etapa de escrita e reescrita, as histórias de vida dos moradores do asilo foram publicadas com o auxílio de uma jornalista, na coluna do Jornal Diário da Manhã com o título: “Histórias de um sábado à tarde”. Os estudantes aguardavam semanalmente, ansiosos pelo jornal para descobrir qual seria a história publicada naquele sábado. Editadas todas as publicações, cada grupo de estudantes realizou a contação da história e proporcionou ao idoso a apreciação da ilustração da mesma. A emoção de ver sua vida sendo contada e revivida por outros fez com que muitos chorassem e tivessem atitudes de profunda gratidão, renovando a esperança e a alegria de perceberem-se como sujeitos capazes e dotados de saberes. O projeto proporcionou aos estudantes condições concretas de existência social e cultural, ou seja, o estudante entendido como sujeito historicamente construído, mas não concluído, em processo permanente de busca, e que estando consciente da sua (in) conclusão, pode vir a ser protagonista da sua humanização. RELAÇÕES DE GÊNERO CONCERNENTE A CASA FAMILIAR RURAL Claudia Klein, UPF, IFRS, Campus Sertão A falta de qualidade do ensino na área rural e até mesmo a ausência deste em alguns locais pelo Brasil são fatores que estimulam o êxodo rural, fator que provocou o crescimento desordenado das cidades, sem infraestrutura adequada. Muitos agricultores acabam encaminhando seus filhos para escolas urbanas. Porém, em alguns locais mediante a organização da comunidade surgem as escolas familiares rurais, baseadas na pedagogia da 38 DIREITOS E POLÍTICAS PARA EDUCAÇÃO BÁSICA: III Seminário Regional e I Simpósio PIBID alternância que tem a educação voltada para a realidade do meio rural, com valores e cultura específicos do campo, que prepara os jovens e adolescentes do campo para o campo no entanto, a ‘‘mulher’’ muitas vezes é rejeitada neste contexto, por ter, historicamente, exercido funções essencialmente femininas e agora passa a frequentar a escola rural e aprender sobre o dia-a-dia do campo. O objetivo da pesquisa é identificar e compreender relações de gênero dentro da escola e como estas interferem na escola e na família. Para tanto, foram coletadas informações junto aos agentes envolvidos no processo, pressupõe-se, portanto, a necessidade de perscrutar por meio do contato entre o pesquisador e o fenômeno observado. Ainda, existem pessoas que não conhecem esse tipo de escola (esta metodologia de ensino), frente a isto, se torna necessária essa fundamentação para que as pessoas tornem-se capazes de refletir e criar um novo olhar para a educação da população do campo e entender o papel que a mulher passa a exercer no contexto atual. Por fim, é necessário estabelecer parâmetros que possam contribuir na construção de uma nova visão do contexto educacional para as Casas Familiares Rurais. Deve-se pensar na qualificação, na quebra de paradigmas para desmistificarmos a questão de gênero dentro das escolas familiares rurais. UM OLHAR SOBRE O PROEJA: CONTRIBUIÇÕES E IMPASSES Cristina Napp, IFRS, Campus Sertão Alexandra Ferronato Beatrici, IFRS, Campus Sertão O trabalho apresenta os resultados parciais da coleta de dados referentes à pesquisa realizada durante o Estágio Supervisionado, nível II e III, do curso de Licenciatura em Ciências Agrícolas do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul – Campus Sertão. Tem como objetivos: analisar as contribuições do Programa Nacional de Integração da Educação Profissional com a Educação Básica na Modalidade de Educação de Jovens e Adultos (PROEJA) na formação profissional, política e humana dos sujeitos que dele fazem parte, verificar as expectativas dos jovens e adultos quando ingressam no Programa e quais são as dificuldades por eles encontradas. Objetiva, também, verificar a opinião dos professores sobre o processo de ensino-aprendizagem destes estudantes. Adotou-se a pesquisa qualitativa de tendência dialógica para análise dos dados coletados. Utilizou-se como suporte metodológico um questionário estruturado e a análise textual de narrativas escolares, para os estudantes, e para os professores o questionário estruturado. Como referencial teórico a presente pesquisa segue parâmetros da teoria crítica da educação, tendo as contribuições de Romão (2007), Manfredi (2002), Gadotti (2007), Freire (2010), Esteban (2010), os quais permitem e possibilitam um conhecimento mais crítico e profundo dos processos históricos e sociais da Educação de Jovens e Adultos e da Educação Profissional no Brasil. Frente aos dados já coletados e em processo de análise, percebe-se que apesar das mudanças provenientes de políticas educacionais para a modalidade EJA e para os programas federais para ela pensados, ainda encontram-se lacunas que necessitam ser refletidas por parte dos educadores, pois, assim como a juvenilização da modalidade é crescente, também a taxa de evasão e a prática metodológica contextualizada são necessárias a fim de possibilitarem a autonomia e a emancipação. Isso torna-se um desafio. 39 DIREITOS E POLÍTICAS PARA EDUCAÇÃO BÁSICA: III Seminário Regional e I Simpósio PIBID PONDERAÇÕES SOBRE O ENSINO EM SOLOS NO ENSINO MÉDIO Daiane Pezzini, IFRS, Campus Sertão Claudia Klein, UPF, IFRS, Campus Sertão Daiany Rosseto Rosa, IFRS, Campus Sertão Este epítome tem objetivo de rever o referencial teórico sobre a educação em solos, resgatando termos, concepções e tendências de formação, além de abordar a vivência do estágio curricular do curso de formação de professores. O ensino em solos, normalmente, destina-se a estudantes universitários e a uma parcela restrita de cursos superiores. Este assunto é tratado com pouca ênfase nos ensinos fundamental e médio, exceto quando em cursos técnicos ligados a essa temática. A vivência do estágio do curso de formação pedagógica, dentro do IFRS-Sertão, nos expôs uma condição preocupante no curso de técnico em agropecuária que se insere, totalmente, neste tema, pois é base de qualquer cultivo/atividade agropecuária. O campus Sertão passou de escola agrícola para IFRS, repentinamente, portanto, ainda, faltam laboratórios e materiais específicos para a realização de aulas práticas em solos, também se observou a falta de comunicação entre os professores do nível técnico com os professores do nível superior para que possam usar as mesmas estruturas didáticas para o ensino. Já, o ensino fundamental, não profissional, precisa compreender a dinâmica e a importância do tema. No entanto, é necessário desenvolver/aprimorar o material didático próprio com visitas à universidades e a capacitação de professores das áreas de biologia, de geografia, de química e de física. A educação em solos busca conscientizar as pessoas da importância do solo em suas vidas. Este conteúdo, embora abordado nos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) e nos currículos escolares, apresenta problemas de falhas nos livros didáticos e na formação dos professores. Por vezes, o conteúdo é ministrado de forma limitada, sem relacionar com a prática ou com o cotidiano causando desinteresse tanto ao aluno quanto ao professor. Cursos de formação continuada podem proporcionar atualização das bases teóricometodológicas sobre solos para que possam produzir conhecimento sistematizado e senso crítico, condições indispensáveis para a formação de cidadãos conscientes de seu papel junto à sociedade. PERFIL DE DISCENTES DO TÉCNICO EM AGROPECUÁRIA E DESÍGNIO À GRADUAÇÃO Daiany Rosetto da Rosa, IFRS, Campus Sertão Claudia Klein, IFRS, Campus Sertão Daiane Pezzini, IFRS, Campus Sertão Este epítome investigou o perfil de alunos do Curso Técnico em Agropecuária e verificou-se que as características interferem na motivação da busca pelo curso superior. Realizou-se uma pesquisa com alunos do Centro de Educação Profissional Getúlio Vargas, Descanso – SC, com uma amostra de 136 indivíduos. Dos entrevistados 96,3% têm menos de 18 anos, estes advêm de municípios próximos, 15,4% de Descanso, 11,8% Guaraciaba, 9,6% São Miguel do Oeste, 7,4 % São José do Cedro, 4,4% do estado do PR e 1,5 % RS e 49,9% de outros municípios do Grande Oeste Catarinense. 75,5% dos alunos afirmam ter 40 DIREITOS E POLÍTICAS PARA EDUCAÇÃO BÁSICA: III Seminário Regional e I Simpósio PIBID ligação com a agricultura, o que justifica o curso em agropecuária. Quanto à instrução dos pais, os dados demonstram que 41,9 % possuem ensino fundamental incompleto, 11,8 % completo, 12,5 % ensino médio incompleto e 21,3 % completo, 12,5 % graduação, o que se percebe é que apesar da baixa instrução escolar dos pais, estes incentivam seus filhos a procurarem bons centros de ensino, acreditam na sucessão familiar da propriedade, incentivando, assim, o ensino voltado a realidade do campo. Dos alunos, 92,6 % querem atuar como técnicos agrícolas, uma minoria dos entrevistados afirma não querer atuar na área e têm outros planos para o futuro. Quanto à posterioridade dos estudos, 77,9 % dos alunos pretendem fazer graduação, 21,3% declaram interesse em continuar os estudos, porém, esta decisão depende das condições financeiras e do acesso às políticas públicas de acesso à educação superior. Somente um aluno afirmou não querer continuar a estudar. Quanto à pretensão para cursos de graduação, 41,9 % dos alunos demonstram intenção de realizar vestibular para Agronomia, 16,3 % para Engenharia Ambiental, 25 % para Veterinária, 5,9 % para Zootecnia e 5,9 % para outros cursos. Esses percentuais demonstram que a maioria dos alunos possuem grande interesse em aperfeiçoarem-se, consequentemente, ingressarem no nível superior, especialmente na área das ciências agrárias, já que estes possuem grande vínculo com este meio. ALUNOS MOTIVADOS E ATENTOS EM AULA: COMO O PROFESSOR PODE CONTRIBUIR PARA ISSO? Denize Bauermann, IFRS, Campus Sertão Marilandi Maria Mascarello Vieira, IFRS, Campus Sertão Ana Sara Castaman, IFRS, Campus Sertão O presente trabalho traz resultados parciais de uma pesquisa que se encontra em desenvolvimento para o trabalho de conclusão de curso em Licenciaturas em Ciências Agrícolas. O foco do estudo está nas temáticas: aprendizagem, motivação e atenção dos alunos. A proposta de pesquisa tem como hipótese que o professor, a partir de estratégias educacionais, pode contribuir no processo ensino e aprendizagem de modo que os alunos sejam motivados e atentos neste processo. Para verificação desta hipótese, utiliza-se em um primeiro momento, de pesquisa bibliográfica e em um segundo momento aplicar-se-á e analisar-se-á um questionário online, o qual contém perguntas abertas e fechadas (para alunos a maioria fechadas e para professores a maioria abertas) aplicados para diferentes turmas do curso Técnico em Agropecuária, nas modalidades Integrado ao Ensino Médio, Subsequente e PRONATEC, bem como para professores que ministram aulas para este curso e respectivas modalidades. Dos resultados obtidos, até o momento, verifica-se, em autores como Libâneo, Gil, entre outros que se ocupam com o tema que o docente pode tornar suas aulas mais interessantes e atrativas para os discentes, fazendo com que os alunos sintam-se mais motivados e atentos em aula a partir de estratégias de aprendizagem específicas (em relação às questões metodológicas de trabalhar o conteúdo, ao relacionamento entre mestre e aprendiz, a influência que isso pode exercer sobre o aprendizado, condições de infraestrutura do local de trabalho, entre outros pontos que podem interferir na motivação dos alunos). Baseando-se nos autores utilizados para o desenvolvimento da pesquisa, concluí-se que o relacionamento entre professor e aluno contribui de forma significativa para a motivação do discente em relação ao que está sendo ensinado em sala de aula, bem como o fato de que algumas estratégias educacionais podem ser adotadas pelos professores, pois elas exercem influência direta na aprendizagem e na motivação dos alunos. 41 DIREITOS E POLÍTICAS PARA EDUCAÇÃO BÁSICA: III Seminário Regional e I Simpósio PIBID INCLUSÃO ESCOLAR Dulce Fávero Zamboni, Escola Municipal de Educação Infantil Gabriel Ferri de Marcelino Ramos É difícil pensarmos que pessoas são excluídas do meio social em razão das características físicas que possuem como cor da pele, cor dos olhos, altura, peso e formação física. Já nascemos com essas características e não podemos, de certa forma, ser culpados por tê-las. A inclusão está ligada a todas as pessoas que não têm as mesmas oportunidades dentro da sociedade. Mas, os excluídos socialmente são, também, os que não possuem condições financeiras dentro dos padrões impostos pela sociedade, além dos idosos, os negros e pessoas com deficiências físicas, como cadeirantes, deficientes visuais, auditivos e mentais. Existem leis específicas para cada área, como a das cotas de vagas nas universidades a respeito dos negros, e as que tratam da inclusão de pessoas com deficiência no mercado de trabalho. Nossa cultura tem uma experiência, embora, pequena em relação à inclusão social com pessoas que ainda criticam a igualdade de direitos e não querem cooperar com aqueles que fogem dos padrões de normalidade estabelecidos por um grupo que é maioria. E, diante dos olhos deles, também somos diferentes. É bom lembrar que as diferenças são minimizadas quando essas pessoas são colocadas em um grupo que as aceita, pois nos acrescentam valores morais e de respeito ao próximo, com todos tendo os mesmos direitos e recebendo as mesmas oportunidades diante da vida. Incluir quer dizer fazer parte, inserir, introduzir. Inclusão é o ato ou efeito de incluir. Assim, a inclusão social das pessoas com deficiências significa torná-las partícipes da vida social, econômica e política, assegurando o respeito aos seus direitos no âmbito da Sociedade, do Estado e do Poder Público. A inclusão é um processo que acontece gradualmente, com avanços e retrocessos isto porque os seres humanos são de natureza complexa e com heranças antigas, têm preconceitos e diversas maneiras de entender o mundo. Assim sendo, torna-se difícil acabar com a exclusão e, mesmo existindo leis contra ela, não são as leis que vão mudar, de um dia para o outro, a mentalidade da sociedade bem como o preconceito. Assim, a sociedade vem aprendendo a ser mais inclusiva, compreensiva e solidária com a deficiência. Hoje, as crianças com deficiência frequentam a escola, saem à rua, brincam, vivem como uma criança dita “normal”. No entanto, ainda temos um longo caminho a percorrer para que todas as pessoas sintam-se integradas e apoiadas por todo o mundo. A FALTA DE PERCEPÇÃO DOS PROFISSIONAIS DA EDUCAÇÃO NA INCLUSÃO DE PESSOAS COM NECESSIDADES ESPECIAIS Elenice Szatkoski, Instituto Arcoverde de Passo Fundo/RS, Faculdade João Paulo II de Passo Fundo/RS Desde a publicação da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Brasileira em 1996, há 17 anos, vem se discutindo a problemática da inclusão de pessoas com necessidades especiais e parece que não avançamos em nada quando visitamos ou nos deparamos com situações que nos colocam frente a frente com o problema. Neste resumo será abordada a 42 DIREITOS E POLÍTICAS PARA EDUCAÇÃO BÁSICA: III Seminário Regional e I Simpósio PIBID falta de percepção dos profissionais da educação na inclusão de pessoas portadoras de necessidades especiais e, para tanto, faremos aportes no que tange ao caso específico de uma pessoa com um grau de autismo leve ou síndrome de asperger. Geralmente, o diagnóstico de um “aspie” na primeira infância é muito difícil de diagnosticar que ele é um autista, pois todas as atividades da primeira infância são realizadas e ele é cercado pelos familiares e convive, essencialmente, em ambientes familiares. Mostra-se indisposto a lugares com muito barulho, a amigos próximos para realizar brincadeiras em grupos, prefere atividades isoladas, tem fascínio por movimentos circulares como o movimento de um ventilador ou o movimento da máquina de lavar. Também, assiste filmes ou vídeos, aprecia retornar a cenas de filmes, com movimentos repetitivos que trazem algum tipo de estímulo cerebral os quais são considerados importantes. Quando não estimulados para as atividades corretas tendem a dormir ou se irritar com o ambiente. Nas “escolinhas” infantis a desculpa dada pelos professores é que o aluno não consegue se adaptar e, assim, não tem a primeira percepção necessária para ajudar os pais no diagnóstico precoce. Desta forma, com o passar do tempo, o ingresso na escola para o início da alfabetização e o processo de socialização fica difícil. No caso do “aspie” ele não tem dificuldades com o conhecimento, pois são considerados gênios uma vez que buscam a perfeição na área específica de interesse deles, que pode chegar a uma ou duas áreas de interesse. O grande desafio do “aspie” ou do autista leve é a socialização. É nesta área que todos os pedagogos e alfabetizadores estudam e sabem o quanto é importante a socialização e que há uma falta de percepção total do educador nesse sentido. A falta de socialização ou a relutância, de um aluno portador de autismo leve, em executar tais tarefas ou de manter contato, ou até mesmo, falar com os colegas leva os educadores a “tratarem” o “aspie” ou autista leve como um “problema” e o profissional, inclusive da Educação Inclusiva, tende a torna-se agressivo com o aluno promovendo a rejeição dele e, posteriormente, a solicitação para a retirada desse aluno da escola, que fadada ao abandono e ao descaso governamental, sem Direção qualificada e coordenação e orientação abordam os pais e apontam a saída da escola por falta de adaptação. Desta forma é dolorosa para as famílias de “aspie” a maratona de uma escola para outra por conta da falta de percepção do professor o qual é responsável direto em identificar o que não está correto no comportamento no que tange a socialização. Deve ficar claro que o “aspie” ou autista leve deseja a aproximação com os seus pares, porém, algo ainda não explicado pela neurologia e psiquiatria, leva a uma incapacidade dos mesmos em conseguirem se aproximar e construírem laços de amizades mais solidificados. O “aspie” é um autista que vai muito além do que o normal dos alunos no seu desempenho intelectual. Chega a estudos avançados no ensino superior e tem áreas do conhecimento com uma linguagem e escrita muito formal que desperta a atenção dos profissionais atentos ao desempenho intelectual dos alunos estimulando cada vez mais o desenvolvimento de suas habilidades. Esta capacidade leva, muitas vezes, professores mal informados a “desconfiarem” que tais alunos têm autismo leve pelo fato da exclusão histórica dos autistas e da visão errônea sobre a síndrome que as pessoas portadoras possuem. Retomando, a falta de percepção do professor quanto às necessidades das pessoas com “aspie” ou autismo leve e o descaso das escolas públicas mais a falta de qualificação e formação continuada promovem a pior das ações desencadeadas no ambiente escolar: o bullying. O “aspie”, pela sua característica única e de não sociabilidade, é constantemente vítima de colegas que são “valentões” e acabam vitimando o colega, o que trás certa satisfação do professor que, inconscientemente, aceita a agressão desencadeada culpando o “aspie” e não a sua falta de percepção para a inclusão de pessoas portadoras de necessidades especiais. Concluindo, estudos chamam estes “aspie” como “gênios” e apontam que esta síndrome está presente na personalidade de Albert Einstein, Isaac Newton, Stanley Kubrick, Tim Burton (Diretor/vencedor do Oscar com o filme Batman em 43 DIREITOS E POLÍTICAS PARA EDUCAÇÃO BÁSICA: III Seminário Regional e I Simpósio PIBID 1989), Andy Warhol, Mark Zuckerberg (criador do Facebook), Bill Gates e o melhor jogador do mundo Leonel Messi. Na escola temos muito que avançar na busca de uma inclusão de qualidade reconhecendo as resistências, a acomodação, a necessidade de formação inicial e continuada e a falta de percepção dos educadores para a inclusão do “aspie” /autista leve. O OLHAR DISCENTE FRENTE ÀS ATIVIDADES EXTRACURRICULARES NO CURSO TÉCNICO EM AGROPECUÁRIA INTEGRADO AO ENSINO MÉDIO DO INSTITUTO FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL – CAMPUS SERTÃO Elísio de Camargo Debortoli, IFRS, Campus Sertão Ana Sara Castaman, IFRS, Campus Sertão A educação profissional e tecnológica assumiu valor estratégico para o desenvolvimento nacional, cuja visibilidade social apenas, recentemente, começou a tomar forma, a partir da intensificação e diversificação das atividades indissociáveis de ensino, pesquisa e extensão. Cada vez mais, a prática docente está sendo considerada uma ação que transcende os conteúdos técnico-científico das disciplinas do currículo e tem ampliado seu campo de ação para atividades extracurriculares. Assim, este artigo tem por objetivo identificar sob a ótica dos discentes a influência das atividades extracurriculares oferecidas aos alunos do curso Técnico em Agropecuária Integrado ao Ensino Médio do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul, Campus Sertão, no processo ensino e aprendizagem. A partir de um questionário aplicado para 25 alunos do referido curso, identificamos: aspectos positivos e negativos desta participação, interação entre a participação nos projetos extracurriculares e o processo de aprendizagem nas atividades curriculares, na visão dos alunos. Conclui-se que há uma complexidade nos processos de ensino e aprendizagem e verificou-se a importância das atividades extracurriculares diante do contexto geográfico em que está inserido o Campus. Isso ocorre em virtude de os alunos permanecerem no Campus durante cinco dias da semana. Ainda, ressaltou-se a importância das atividades extracurriculares para a formação pessoal e cidadã, para a vida em sociedade e para o mundo do trabalho, ainda, para a criação de laços sociais, para a auto-afirmação e para o reconhecimento perante um grupo. VALORIZAÇÃO DO CAMPO OU REPRODUÇÃO DE UM DISCURSO CONSERVADOR? UMA REFLEXÃO A PARTIR DOS DTG’S ESTUDANTIS NO RS Elvio Izaias da Silva, Universidade Federal de Santa Maria Ao buscar um afastamento das discussões bairristas ou regionalistas e tentar interpretar os fenômenos sociais, a partir de uma ótica orientada pelas ciências sociais, surge a possibilidade de refletir sobre a proliferação dos Departamentos de Tradições Gaúchas – DTGs – nas escolas, institutos de educação e universidades do Rio Grande do 44 DIREITOS E POLÍTICAS PARA EDUCAÇÃO BÁSICA: III Seminário Regional e I Simpósio PIBID Sul. Os DTGs servem a uma ressignificação da tradição, contribuindo para a ressignificação das práticas agrícolas, ou ao contrário, apenas reproduzem um discurso conservador ligado às oligarquias agrárias do Rio Grande do Sul? Sem a pretensão de encontrar respostas precisas a esta questão trilhamos caminhos reflexivos à luz de trabalhos acadêmicos sobre o tema, centrando a análise no ensino técnico em agropecuária integrado ao ensino médio. Vive-se um processo de invenção da tradição centrada num estereotipado gauchismo. Um dos posicionamentos teóricos a respeito da exaltação desse gauchismo aponta para aspectos negativos, dado que o caráter gaúcho tem focalizado, exclusivamente, uma das subculturas do Rio Grande, o complexo pastoril, um modo de vida ao qual somente uma minoria de rio-grandenses estaria ligada. Se pensarmos os DTG’s em cada contexto onde são criados, veremos que ficam prementes alguns conflitos entre a “ideologia” do gauchismo e as estruturas sociais e culturais locais que dão sentido às ações dos indivíduos, gerando algo novo. “A estrutura de papel presente em todo contexto social é constituída por componentes cristalizados, internalizados num processo de identificação como grupo instituído. Mas, ao mesmo tempo, contém necessariamente os ‘componentes de resistência, que resultariam do movimento dialético em direção à superação da imposição social dos papéis’”. Por outro lado, sustenta-se que uma atividade extracurricular pode despertar o interesse do aluno pela escola ou tornar viável a concretização dos conteúdos abstratos que ele estuda. Dessa forma, poderia residir nos DTG’s uma possível fonte de interesse pelos assuntos relacionados aos cursos técnicos em agropecuária integrados ao ensino médio. Guardadas as proporções e razões no debate, cremos que esse movimento progressivo de difusão de DTG’s dentro das instituições de ensino carece de maior atenção, tanto como promoção de espaço extracurricular, como no posicionamento crítico sobre discursos e ideologias progressistas e conservadoras ligadas à sociedade rural sulriograndense. FERRAMENTAS AUDIOVISUAIS NO PROCESSO ENSINOAPRENDIZAGEM: ESTUDO DE CASO NAS INSTITUIÇÕES DO ENSINO SUPERIOR DO MUNICÍPIO DE PASSO FUNDO/RS Emanuelle Goellner, UPF, Passo Fundo Alcindo Neckel, IFRS, Campus Sertão O uso de ferramentas audiovisuais nas instituições de ensino hoje estão ganhando grande destaque e junto a ela esta associada a figura da Educomunicação que utiliza as mais variadas ferramentas para que o processo ensino-aprendizagem aconteça. Junto disso, surge a figura do Educomunicador, aquele professor que se utiliza destas tecnologias para transmitir o conhecimento. Utilizou-se como instrumento da pesquisa dois questionários um voltado aos professores e outro voltado aos alunos de diferentes instituições de ensino buscando abranger diferentes cursos. A grande maioria dos entrevistados continua se especializando,cerca de 59% . Este é um resultado muito significativo uma vez que o nível de especialização do professor esta relacionado, também, as suas didáticas utilizadas em sala de aula. No entanto, temos um número significativo de professores que não estão se especializando, 41%, um número preocupante, pois, hoje, praticamente, todas as instituições de ensino superior exigem professores que estejam em aprimoramento constante. Observou-se que todos os professores utilizam em suas aulas duas ferramentas consideradas, atualmente, básicas: o computador e o data show e, em segundo lugar a 45 DIREITOS E POLÍTICAS PARA EDUCAÇÃO BÁSICA: III Seminário Regional e I Simpósio PIBID internet, a TV e DVD, em terceiro lugar o quadro eletrônico e em quarto lugar o retroprojetor. Nota-se que, cerca de 10 professores dos 22 entrevistados trabalham na instituição entre 1 e 2 anos, sendo que 8 trabalham entre 2 e 5 anos, 3 entre 5 e 10 anos e, somente, 1 trabalha há mais de 10 anos. Esses dados demonstram que as instituições de ensino buscam, cada vez mais, professores jovens e bem informados, que utilizam técnicas inovadoras para ministrar as aulas. Duas, das oito perguntas do questionário, representaram 100% das respostas como positivas quando questionamos os professores se dominavam o uso das ferramentas audiovisuais e se acreditavam que elas auxiliavam nos conteúdos trabalhados em sala de aula. Todos os entrevistados afirmaram positivamente que dominam o uso destas ferramentas e que elas auxiliam no processo de ensino. As ferramentas mais utilizadas pelos professores em sala de aula são, também, as mais básicas. Em primeiro lugar, o data show e o computador, em segundo lugar, a internet, em terceiro lugar o quadro eletrônico, em quarto lugar, a internet e, em quinto lugar, o retroprojetor. O crescimento e a importância do uso de tecnologias na educação passou até mesmo a ser visto pelo MEC (Ministério da Educação, 2006), que lançou dentro do Plano de Desenvolvimento da Educação a meta de distribuir computadores para todas as escolas públicas até o ano de 2010. REFERÊNCIA: MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO. Manual de Educomunicação. Luiziânia. Goiania, 2006. EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA: UMA REFLEXÃO SOBRE AVANÇOS, ENTRAVES E PRECONCEITOS Fernanda Piccinin Michelin, UFSM Sheila de Oliveira Goulart, UFSM Taísa Maria Rossato, UFSM A Educação a Distância é um método de ensino que possibilita a aprendizagem com a utilização de recursos didáticos da tecnologia da informação como sua principal ferramenta. No Brasil, ela é considerada, nos termos da Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB), uma forma de ensino que possibilita a autoaprendizagem, com a mediação de recursos didáticos sistematicamente organizados, apresentados em diferentes suportes de informação, utilizados isoladamente ou combinados e veiculados pelos diversos meios de comunicação. Segundo Moran (2002), a Educação a Distância, antes vista como uma modalidade de ensino secundária ou especial, para situações específicas, destaca-se hoje como um caminho estratégico para realizar mudanças profundas na educação como um todo. Sob esse cenário, as transformações que favoreceram a aprendizagem e a profissionalização possibilitaram a qualificação do trabalhador e da sua família, sem a necessidade que estes saissem de sua região, podendo ter acesso ao conhecimento, crescimento social, econômico e cultural, além de outros proveitos individuais e à comunidade em que residem. A Educação a Distância tende, doravante, a se tornar, cada vez mais, um elemento regular dos sistemas educativos, necessário ou não, apenas para atender as demandas e/ou grupos específicos, mas também assume funções importantes, especialmente, no ensino pós-secundário na educação da população adulta, o que inclui o ensino superior regular e toda a grande e variada demanda de formação contínua gerada pela obsolência acelerada da tecnologia e do conhecimento (BELLONI, 2008). Diante isso, 46 DIREITOS E POLÍTICAS PARA EDUCAÇÃO BÁSICA: III Seminário Regional e I Simpósio PIBID apesar de a Educação a Distância possuir grande importância no contexto social, percebe-se que ela ainda precisa vencer barreiras para mudar paradigmas já consolidados, uma vez que, essa nova estratégia de educar ainda encontra resistências, entraves e preconceitos diante da grande desigualdade cultural, econômica, de acesso, de maturidade, de motivação das pessoas, pois, apenas, alguns estão preparados para essa mudança, outros não. Portanto, vislumbra-se que a Educação a Distância, assim como no ensino presencial, seja vista como um processo de construção de conhecimento, de transformação de cidadãos críticos e reflexivos a fim de contribuir com a democratização do ensino em sua integralidade. BULLYNG NA ESCOLA Ilana Gatti, IFRS, Campus Sertão Ilidrimari Antunes, IFRS, Campus Sertão Jonas José Seminotti, IFRS, Campus Sertão O presente trabalho tem por objetivo saber qual o conhecimento das escolas de ensino fundamental, do município de Sertão/RS, sobre o bullyng e como elas tratam este problema em suas dependências. Segundo Calhau (2010, p. 6), “bullying é um assédio moral, são atos de desprezar, denegrir, violentar, agredir, destruir a estrutura psíquica de outra pessoa sem motivação alguma e de forma repetida”. As crianças e adolescentes que sofrem bullying, geralmente, são quietas, inseguras, sem reação para denunciar o agressor. Já, as que praticam, segundo especialistas já sofreram em algum momento bullying, têm pouca empatia, pertencem à famílias desestruturadas nas quais o relacionamento afetivo entre seus membros é a ser escasso ou precário. As pessoas que sofrem ou sofreram com o bullying apresentam, como consequência dessa prática, depressão, angústia, estresse, evasão escolar, diminuição na auto-estima e, tendem a tornarem-se adultos com sentimentos negativos, apresentam sérios problemas de relacionamento e , muitas vezes, exibem comportamento agressivo. Sabendo disto, realizou-se um estudo de caso com alunos do 9º ano, da Escola Estadual de Ensino Fundamental Bandeirantes, e da Escola Municipal de Ensino Fundamental João Antônio de Col, com os alunos do 5° ano, da cidade de Sertão/RS. Foi aplicado um questionário com quatro questões para alunos e outro para professores com questões abertas e fechadas para ambos. Os resultados obtidos com os alunos foi que, em ambas as escolas, os alunos e professores têm conhecimento do que é o bullying 100% na Escola Estadual de Ensino Fundamental Bandeirantes e 82% Escola Municipal de Ensino Fundamental João Antônio de Col, na qual, respectivamente, 67% e 65% já sofreram algum tipo de bullyng. Já, o resultado do questionário aplicado aos professoresmostrou que, 75% dos professores da Escola Estadual de Ensino Fundamental Bandeirantes, e 100% dos professores da Escola Municipal de Ensino Fundamental João Antônio de Col, já visualizaram a prática de bullyng na sala de aula,. Ambas as escolas abordam o assunto com um projeto criado chamado “bullying não” em que o tema é apresentado aos alunos por meio de vídeos, slides e cartazes e, também, através de muito diálogo. Com o término deste estudo, concluímos que nas escolas de ensino fundamental, é comum a prática de bullying e, como este é um assunto grave, deve ser tratado com muita seriedade, tanto no âmbito escolar quanto no familiar, a fim de que sejam evitados todos os danos que este problema provoca. 47 DIREITOS E POLÍTICAS PARA EDUCAÇÃO BÁSICA: III Seminário Regional e I Simpósio PIBID REFORÇO ESCOLAR – UMA NOVA PERSPECTIVA PARA SE APRENDER Janaine Rumhke Dembinski, Escola Municipal Rui Barbosa de Marcelino Ramos Desde o início do ano letivo, é imprescindível que os professores fiquem atentos aos seus estudantes, a fim de verificar possíveis dificuldades de aprendizagem que ao longo do ano acarretarão em perdas no crescimento cognitivo, bem como no acompanhamento da turma. Nos anos finais, do 1º ciclo, esse diagnóstico é mais fácil em virtude das notas obtidas pelos alunos nas avaliações. Já, nos anos iniciais, do 1º ciclo, a observação deve ser de acordo com o crescimento e apropriação das habilidades que a criança desenvolve na leitura, na escrita e na interpretação. Na proposta que atuamos, o reforço atende, no contraturno escolar, todos os estudantes do 1º ao 5º ano, do Ensino Fundamental, que apresentam dificuldades de aprendizagem. Estes estudantes são, previamente, selecionados pelos seus professores titulares, e tem como objetivo principal melhorar seu desempenho na vida escolar, assim como, elevar a autoestima desses estudantes. As atividades realizadas no reforço são focadas nas dificuldades apresentadas pelos alunos. São desenvolvidas atividades escritas, práticas de leitura, jogos, rodas de conversas e situações que estimulem o raciocínio lógico de maneira rápida. As aulas têm quatro horas de duração, com no máximo dez estudantes por turma. O projeto tem aceitação e apoio tanto dos pais quanto da escola, todavia, a maior dificuldade encontrada é garantir a assiduidade de todas as crianças envolvidas no projeto, pois há, algumas, que já apresentam pouca frequência no seu turno regular de ensino e, também, há outras que, em virtude da distância que residem da escola, necessitam de mais tempo para realizar o trajeto de casa para a escola. Esse tempo adicional no percurso diminui o tempo do intervalo destinado para o almoço, o descanso e o retorno à escola. Contudo, os resultados são, na sua grande maioria, positivos para aqueles que participam regularmente das aulas e que tem o apoio da família, visto que se consegue garantir um atendimento mais individualizado. Além disso, já se percebe que quanto antes se inicia o trabalho com o reforço, maiores são as chances de êxito (quando os estudantes ainda estão no 1º ciclo dos anos iniciais), pois na medida em que as crianças ficam maiores, torna-se mais difícil motivá-las e conseguir sua dedicação e empenho em estudar para sanar suas dificuldades e apropriar-se dos conhecimentos que, devido à idade, deveria apreender. Desta maneira, constatamos a importância de se começar o reforço escolar o mais cedo possível, para que se aumentem as probabilidades da criança superar suas dificuldades e despertar nela a motivação e o gosto pelo aprendizado. ESPECIALIZAÇÃO EM EDUCAÇÃO PROFISSIONAL, VISANDO INCLUSÃO SOCIAL João Luiz Damasceno Lima, SENAI Erechim O Brasil está passando por um momento único no setor elétrico. Com o grande número de novos empreendimentos de geração de energia e as modernizações das Usinas Hidrelétricas mais antigas este cenário traz grandes desafios: a necessidade de formar profissionais nas regiões dos empreendimentos para atuar na área de geração de energia elétrica e a renovação dos quadros funcionais de Operação e Manutenção. Esta realidade 48 DIREITOS E POLÍTICAS PARA EDUCAÇÃO BÁSICA: III Seminário Regional e I Simpósio PIBID nos leva a planejar, de forma efetiva e eficaz, um modelo para o desenvolvimento de pessoas, em curto prazo, a fim de suprirem a demanda elevada de profissionais capacitados e qualificados para atuarem nas áreas de Operação, Manutenção Elétrica e Mecânica destas Usinas. Com o objetivo de preparar profissionais para atuar na Operação e Manutenção de Usinas Hidrelétricas, a Tractebel Energia S.A. e Foz do Chapecó Energia S.A., juntamente, com o SENAI (Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial), do RS e SC, criaram um curso de Aperfeiçoamento em Sistemas e Operação de Centrais Hidrelétricas. As aulas são ministradas por professores das escolas e técnicos dos empreendimentos. O curso, idealizado em dois módulos, é voltado aos alunos oriundos de escolas técnicas da região de abrangência das Usinas Operadas pelas Empresas acima citadas, gerando oportunidade aos moradores dos municípios lindeiros e promovendo a inclusão social nas comunidades próximas aos empreendimentos. Para tanto, este estudo, tem o objetivo de apresentar o curso de Aperfeiçoamento em Sistemas e Operação de Centrais Hidrelétricas, realizado pelo SENAI. O trabalho está dividido em três momentos, no primeiro, apresentamos a capacitação nas Normas Regulamentadoras e, no segundo, abordamos os aspectos de Operação e Manutenção dos diversos sistemas utilizados nas Usinas Hidrelétricas, além da interface das Unidades Geradoras com o SIN – Sistema Interligado Nacional. Por fim, destacamos acerca das atividades práticas nas Usinas Hidrelétricas junto aos setores de Operação e Manutenção ou como Mantenedores finalizando o estágio. Concluímos que após a primeira turma ter finalizado as atividades, constatamos que o número de estagiários aproveitados, nas próprias empresas, foi de 60% e os outros 40%, foram admitidos em outras empresas do mesmo segmento. ALGUNS FATORES QUE LEVAM À EVASÃO ESCOLAR EM UMA ESCOLA PÚBLICA NO INTERIOR DO ESTADO DO RS Kamylla Laleska Pissais Xavier da Silva, IFRS, Campus Sertão Ana Sara Castaman, IFRS, Campus Sertão A evasão escolar é uma realidade presente nas escolas na atualidade. Conforme dados do INEP – Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Anísio Teixeira, de 100 alunos que ingressam na escola na 1ª série, apenas 5 concluem o ensino fundamental, ou seja, apenas 5 concluem a 8ª série (IBGE, 2007). O trabalho intitulado “Alguns fatores que levam à evasão escolar em uma escola pública no interior do estado do RS” apresenta resultados parciais do projeto de extensão “Apoio Motivacional aos Discentes da Escola de Ensino Fundamental Engº Luiz Englert”, que tem por objetivo aplicar dinâmicas de grupo aos alunos do ensino fundamental, tentando conhecer alguns fatores que desmotivam e levam a evasão escolar, além de servir como um programa de apoio ao discente de modo a resgatar valores pessoais dos alunos para que eles retomem o seu processo de ensino e aprendizagem na Escola Estadual de Ensino Fundamental Engenheiro Luiz Englert, no município de Sertão, RS. Empregou-se, como metodologia, uma pesquisa bibliográfica e a aplicação e análise de um questionário sobre os fatores que podem levar a evasão escolar. a A pesquisa permitiu enumerar alguns fatores que, possivelmente, fazem com que o aluno deixe de ir à escola. Trouxe, ainda, considerações significativas sobre como o projeto está sendo visto pelos alunos. Para concluir, o projeto de extensão promove reflexões acerca da formação do aluno e fortalece os processos motivacionais dos estudantes para que permaneçam na escola e entendam o seu papel e valor em sociedade. Ainda, foi possível identificar satisfação nos resultados obtidos até o momento, visto que o projeto caminha em parceria com a escola e o seu objetivo é auxiliar os alunos a fim de minimizar a evasão 49 DIREITOS E POLÍTICAS PARA EDUCAÇÃO BÁSICA: III Seminário Regional e I Simpósio PIBID escolar a partir da descoberta de um motivo vindo da própria escola para a sequência na vida institucional. REFERÊNCIA: BRASIL, Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Anísio Teixeira. Sinopse Estatística da Educação Básica 2007. Disponível em: http://www.inep.gov.br/. Acesso em 14 ago. 2013. O EMAIL PEDAGÓGICO COMO FERRAMENTA DE FORMAÇÃO DOCENTE Leila de Almeida Castillo Iabel, IFRS, Campus Sertão O presente trabalho pretende discutir questões que estão inseridas nas escolas que, ainda, conservam regime de internato, em especial, o Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul – Campus Sertão. Respondendo a questão: Se o cuidado e a afetividade podem interferir nos processos do ensinar docente? O desenho da pesquisa, para a conclusão de minha dissertação de mestrado, baseou-se em emails denominados pedagógicos, suscitando Paulo Freire na escrita das cartas pedagógicas. A proposta que trago é a comunicação entre os docentes através do email pedagógico. Utilizando-se de uma modalidade de escrita “informal”, mas comprometida, desenvolvendo um diálogo sobre o tema cuidado afetuoso, por meio de questionamentos sobre as memórias dos docentes enquanto alunos e professores, lembrando suas experiências e vivências. O enfoque a ser abordado diz respeito às relações de cuidado, pretendendo-se, portanto, compreender como ocorrem essas relações, de que forma elas se estabelecem, bem como se há ou não necessidade de que haja relações de cuidado afetuoso para que se estabeleça a aprendizagem. Sabe-se que os espaços destinados às reuniões pedagógicas, nos ambientes escolares, não têm sido suficientes para a identificação de dificuldades de professores relacionadas aos seus processos de ensino e aprendizagem, em função, principalmente, de ser um período de tempo muito pequeno para a demanda de questões que se necessita discutir. É nesse momento, que proponho o diálogo através da escrita dos emails pedagógicos no qual se objetiva, única e exclusivamente, conversar sobre o tema proposto. As reflexões baseadas nas experiências individuais dos, hoje, docentes quando eram discentes, e, também, a influência no percurso de formação docente de cada um deles. O diálogo mostrou-se muito rico e evidenciou uma satisfação entre os que aceitaram o desafio do proposto em escrever (os e-mails), como uma forma de compartilhar experiências, partilhar saberes construídos e desconstruir verdades cristalizadas pelo tempo. Também, evidenciou-se a possibilidade de construção de conhecimento através dos emails pedagógicos. 50 DIREITOS E POLÍTICAS PARA EDUCAÇÃO BÁSICA: III Seminário Regional e I Simpósio PIBID LITERATURA E ARTE: EDUCAÇÃO A PARTIR DE LINGUAGENS MÚLTIPLAS Lilian Cláudia Xavier Cordeiro, IFRS, Campus Ibirubá Izandra Alves, IFRS, Campus Ibirubá Isamara Luana Wink, IFRS, Campus Ibirubá A educação profissional da forma como está posta, mais voltada para a técnica, muitas vezes, deixa em segundo plano questões direcionadas ao desenvolvimento da sensibilidade. Dessa forma, esta proposta de trabalho pretende trazer, na interface da Literatura e da Arte, contribuições no que diz respeito à formação, não apenas do técnico, mas do ser com suas múltiplas dimensões. Levando em conta essa preocupação, as disciplinas de Literatura e Arte, do IFRS – Campus Ibirubá, em diferentes momentos e situações do cotidiano pedagógico, realizam intervenções artístico-literárias nos espaços do Instituto e na comunidade externa, englobando as duas linguagens. Assim, acredita-se que a escola técnica não articule somente os conhecimentos das disciplinas voltadas ao trabalho, mas englobe as dimensões da estética, da sensibilidade e da criatividade, tornando-as presente na formação do profissional. AMBIENTE ALFABETIZADOR: OPÇÕES PARALELAS PARA A APRENDIZAGEM Luciani Zuanazzi, Escola Municipal de Ensino Fundamental Rui Barbosa Marcelino Ramos / RS. Juliana Lea Bonkoski, Escola Municipal de Ensino Fundamental Rui Barbosa Marcelino Ramos / RS. O Ambiente Alfabetizador deve ser um espaço aconchegante, alegre e apropriado, com diversos recursos didáticos, que possam facilitar a aprendizagem dos estudantes. Um lugar onde a criança sente prazer em aprender. Baseadas nesse contexto, decidimos criar em nossas salas de aula verdadeiros “cantinhos”, espaços alternativos, lúdicos e educativos, que convidam para que cada criança busque, de maneira espontânea, aproveitar o tempo entre uma atividade e outra. No papel de alfabetizadoras, sentimos a necessidade de auxiliar o educando a ter contato com letras e números nas mais variadas formas possíveis. Assim, dispomos na sala de aula, do 1º Ano do Ensino Fundamental, o cantinho da leitura onde, num primeiro momento, as crianças tem acesso visual aos livros e, agora no processo silábico, eles já conseguem ler alguns livros sozinhos, no cantinho de jogos, com jogos matemáticos e o alfabeto móvel, além de outros relacionados com a leitura e escrita, os quais proporcionam a realização de cálculos mentais simples e a formação de palavras e pequenas frases. O caderno de desenho é utilizado pelos estudantes para ilustram sua imaginação através de desenhos e construção de pequenas cartas para os próprios colegas. Através desta experiência percebemos que o rendimento de nossos estudantes tem avançado gradativamente na construção da alfabetização nesta primeira etapa do processo de alfabetização, que é o 1º Ano. O Ambiente de uma sala de Alfabetização é muito importante. Não basta ser uma sala linda se não for funcional ou ser funcional e não ser agradável. Desta forma, além dos “cantinhos”, também decoramos a sala de aula com temas alegres e estimuladores. O ambiente formativo é também um ambiente saudável, acolhedor, que busca atender às diferentes necessidades e desejos de todos aqueles que por ali 51 DIREITOS E POLÍTICAS PARA EDUCAÇÃO BÁSICA: III Seminário Regional e I Simpósio PIBID circulam e atuam, não apenas favorecendo as trocas e descobertas, mas, sobretudo, impulsionando os processos de apropriação e de produção de sentidos e significados. LÍNGUA & CULTURA ALEMÃ: UM ESTUDO ANTROPOLÓGICO E LINGUÍSTICO EM UM GRUPO DE FALANTES TEUTOBRASILEIROS. Mágat Nágelo Junges, IFRS, Campus Sertão Este artigo apresenta um estudo antropológico e linguístico sobre a língua e a cultura alemã por falantes teuto-brasileiros de dialetos do alemão no sul do Brasil. Visou relatar, descrever e analisar aspectos culturais, linguísticos e simbólicos que identificam esses falantes teuto-brasileiros em relação à língua alemã. Inseriu-se, dessa forma, o seguinte problema: Falantes de dialetos do alemão no sul do Brasil sentem vergonha e/ou inferioridade ao expressarem a sua identidade como falantes de dialeto? Sim ou não? A propósito, há eventualmente possíveis razões para isso? A hipótese, baseada em constatações informais de falantes de dialetos do alemão como: “Ja. Ich spreche Deutsch, aber es ist Dialekt” (‘Sim. Eu falo alemão, mas é dialeto.’) passou a ser a de que pode haver algum sentimento de inferioridade ou vergonha ao falarem em alemão. A base teórica empregada apoiou-se em: Willems (1980), Laplantine (1988, 2003), Geertz (2011), O’Grady (1997) e Freese (2012). Para isso, criou-se um questionário antropológicolinguístico, aplicado em visitas domiciliares com os falantes entrevistados (todos brasileiros, participantes ativos da Associação Sociocultural Alemã de Passo Fundo, descendentes de alemães e residentes na cidade de Passo Fundo - Rio Grande do Sul) e, posteriormente, investigado. Concluiu-se que os falantes teuto-brasileiros entrevistados não sentem qualquer sentimento de vergonha ou inferioridade ao falarem alemão, além de terem sido relatados, no questionário, elementos da cultura material e comportamental deles. INTERAÇÕES: POTENCIALIZANDO A APRENDIZAGEM Magda Cristina Santin Hübner, UPF O estudo teve por objetivo principal analisar o papel das interações ocorridas em situações reais da sala de aula de ensino fundamental, tendo o processo de resolução de problemas matemáticos como potencializador da aprendizagem e do desenvolvimento dos estudantes. Na análise realizada, observou-se que a compreensão da estrutura do problema, identificando o que é solicitado, assim como os seus dados e variáveis, viabilizou aos estudantes, além da esquematização do problema, o estabelecimento de hipóteses de solução. Na construção de estratégias de resolução estabeleceram-se conexões entre os dados e as variáveis do problema, momento em que houve aproximação da linguagem corrente com a linguagem matemática, promovendo a escrita de sentenças matemáticas, a formulação de equações e algoritmos e possibilitando, assim, a construção de conceitos científicos. Essa construção, segundo Vigotski, “favorece enormemente o desenvolvimento das funções psicológicas superiores” (2000, p. 131), permitindo ao sujeito fazer generalizações e, assim, ascender para níveis mais elevados de aprendizagem e desenvolvimento. As interações ocorridas entre pares no processo de resolução dos problemas, auxiliaram significativamente os estudantes no processo de internalização dos 52 DIREITOS E POLÍTICAS PARA EDUCAÇÃO BÁSICA: III Seminário Regional e I Simpósio PIBID conceitos matemáticos. De fato, eles participaram de um processo dialógico em pequenos e/ou grande grupos, mediados pela liderança e argumentação de colegas, discutindo as diversas estratégias de solução, o que se configurou como um processo de aprendizagem inter e intrapessoal. Percebeu-se, nessa situação, que para haver aprendizagem são importantes as contribuições do âmbito social que favorecem o entendimento individual. A socialização de ideias, argumentos, procedimentos, estratégias e conceitos matemáticos entre os sujeitos possibilitou um aprendizado efetivo, pois, durante a interação social, alguns estudantes atuaram como líderes e, desenhando e argumentando com clareza sua hipótese, tornaram-se porta-vozes da turma potencializando o aprendizado seu e dos seus colegas. Apoiando-se na perspectiva vigotskiana, os estudantes intervieram, convenientemente, na zona de desenvolvimento proximal de seus colegas, construindo novas e mais avançadas elaborações. PROGRAMA ESPECIAL DE FORMAÇÃO DE DOCENTES PARA A EDUCAÇÃO PROFISSIONAL: CONSIDERAÇÕES ACERCA DE UMA EXPERIÊNCIA NO IFRS, CAMPUS SERTÃO Marcos Antônio de Oliveira, IFRS, Campus Sertão Denise Oliveira, IFRS, Campus Sertão Ana Sara Castaman, IFRS, Campus Sertão As Diretrizes Curriculares Nacionais para Formação de Professores da Educação Básica (DCNFPEB), em nível superior (Brasil/MEC, 2002), estabelecem como parâmetros norteadores para o exercício profissional daqueles que incorporam a coerência entre a formação e a prática, a competência como concepção nuclear e a pesquisa como foco no processo de ensino e aprendizagem. Conforme essa legislação, “ensinar requer tanto dispor de conhecimentos e mobilizá-los para ação, como compreender o processo de construção de conhecimento” (Artigo 3º, Inciso III). A criação do curso de formação Pedagógica decorre da necessidade firmada na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei 9.394/96) de que a formação dos professores para atuar na Educação Básica far-se-á em nível superior, em curso de licenciatura, de graduação plena, conforme o Artigo 62. A formação de docentes à educação profissional encontra-se em estágio embrionário no Brasil. O Curso de Formação Pedagógica de Docentes para a Educação Básica e Profissional, em regime especial, foi criado em 2010, no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul - Campus Sertão. Para tanto, este trabalho objetiva apresentar o Programa Especial de Formação de Docentes para a Educação Profissional. A pesquisa foi realizada a partir de documentos tais como o Projeto Pedagógico do curso e regulamentações vigentes do programa, bem como nos dados colhidos em documentos da Coordenação de Registros Acadêmicos do Instituto durante o desenvolvimento da formação. Nessa perspectiva, apresenta-se uma contextualização histórica da instituição e do curso, salientando acerca da organização curricular, práticas pedagógicas, discorrendo, ainda, sobre a amplitude do programa que abrange, principalmente, as áreas de conhecimento das Ciências Sociais, das Engenharias, das Ciências Humanas e das Ciências da Saúde. Conclui-se que este curso, em virtude de estar em sua quinta turma, tem atendido as necessidades locais e regionais quanto à formação de professores para a educação profissional técnica, já que discute com profundidade sobre o que se ensina, como se ensina e as relações estabelecidas no processo ensino-aprendizagem. 53 DIREITOS E POLÍTICAS PARA EDUCAÇÃO BÁSICA: III Seminário Regional e I Simpósio PIBID O ENSINO DA HORTA ESCOLAR COMO POSSIBILIDADE DE INTERVENÇÃO NO PROCESSO ENSINO E APRENDIZAGEM DO ALUNO DO ENSINO FUNDAMENTAL Paulo Ricardo Oliveira de Moura, IFRS, Campus Sertão A horta em uma escola pode ser transformadora no cotidiano dos alunos, pois a mesma propicia práticas multiplicadoras e de reeducação com os educandos de forma a ser uma aula de vida e de respeito para os alunos. O presente trabalho intitulado “O ensino da horta em uma perspectiva da agroecologia”, traz resultados parciais obtidos durante o desenvolvimento do projeto de extensão. Este projeto objetivou ensinar acerca de hortas escolares agroecológicas articulando a educação do campo, de modo a este ser um espaço de formação para os alunos da graduação, com a possibilidade de intervenção na cultura alimentar e nutricional dos alunos do ensino fundamental. A metodologia empregada na condução dos dados desta pesquisa remeteu a um estudo bibliográfico e à aplicação e análise de um questionário sobre os conhecimentos com relação à horta escolar e da importância do projeto de extensão na/para a escola. A pesquisa permitiu compreender os conhecimentos dos alunos a respeito da horta escolar. Verificou-se que as atividades desenvolvidas com os alunos facilitam o processo ensino-aprendizagem, em especial, na conscientização da importância da cultura alimentar e nutricional dos discentes. O PROJETO INTEGRADOR: AÇÕES QUE CONTRIBUEM PARA O EMPODERAMENTO DOS ESTUDANTES. Raquel Breitenbach, IFRS, Campus Sertão Elisane Roseli Ulrich Zanelato, IFRS, Campus Sertão O Brasil tem sua história marcada pela desigualdade de condições de vida o que, consequentemente, impõe dificuldades extremas de acesso à educação, à saúde e a outros bens de necessidade básica, por uma parcela significativa da população. Atualmente, se observa a intensificação de um processo crescente de exclusão social, de desemprego estrutural, de desassalariamento, de desemprego juvenil, de baixa escolaridade e de qualificação insuficiente dos trabalhadores. Isso tudo fruto da concentração da riqueza nacional pelas elites. Iniciativas que visam suprir lacunas nesse sentido são sempre positivas. O presente trabalho visou analisar o Projeto Integrador (PI) desenvolvido com estudantes do Curso Técnico em Comércio do Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul (IFRS) - Campus Sertão. O PI é uma experiência que promove a integração entre diferentes níveis de ensino (médio, superior e pós-graduação). Portanto, objetiva-se aqui descrever o projeto específico, demonstrando como ocorre a integração entre os diferentes níveis de ensino da Instituição e de que forma contribui para o desenvolvimento social dos envolvidos a partir do empoderamento dos alunos. Para a realização dessa pesquisa, o PI foi acompanhado por um período de dois semestres, em que foram observadas as atividades em sala de aula e realizadas pesquisas de campo e nos locais de comercialização dos produtos produzidos pelos alunos a partir do incentivo do Projeto. Como resultados, observou-se que o PI promoveu consequências muito positivas, em especial, o empoderamento dos estudantes, tanto do Curso Técnico em Comércio, 54 DIREITOS E POLÍTICAS PARA EDUCAÇÃO BÁSICA: III Seminário Regional e I Simpósio PIBID quanto de outros cursos e níveis de ensino do IFRS – Campus Sertão. Os primeiros sentiram-se empodeirados a partir do ganho de responsabilidade sobre um negócio próprio, outros pela possibilidade de vivenciar situações reais relacionadas ao comércio, enquanto que os demais, pela possibilidade de colaborar no desenvolvimento social e humano dos primeiros. As trocas foram muito positivas e refletiram como pequenos gestos dentro da educação podem contribuir, não só para o ingresso dos estudantes no mundo do trabalho, mas também e, fundamentalmente, para o seu crescimento como indivíduo crítico e participativo. Destaca-se, ainda, a melhoria da renda graças ao novo negócio desenvolvido. Muitos dos estudantes já buscam, junto a seus municípios, viabilizar a continuidade de seus negócios depois que o Projeto Integrador encerrar. PRÁTICAS INTEGRADORAS COM TURMAS DE PROEJA – UMA AÇÃO PEDAGÓGICA POSSÍVEL Raquel de Andrade Ferreira, IFRS, Campus Rio Grande Vanda Aparecida Fávero Pino, IFRS, Campus Sertão Este trabalho, um relato de experiência realizado com uma turma de estudantes do Programa Nacional de Integração da Educação Profissional com a Educação Básica na Modalidade Educação de Jovens a Adultos - PROEJA - do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul - Campus Sertão, tem como objetivo refletir sobre a importância de práticas pedagógicas integradoras, que visem valorizar o aluno enquanto cidadão crítico que participa do processo de ensino-aprendizagem. Será relatado um plano de ensino de quatro aulas, no qual treze alunos do referido curso, no primeiro semestre de 2013, utilizando a técnica do autorretrato, orientados pela professora de Artes, construíram, integrando teoria e prática, sua identidade enquanto turma, pois em virtude de pertencerem ao grupo e, posteriormente, produzirem seu autorretrato em que ao retratarem, pessoalmente, sua imagem, refletiram sobre sua identidade, sobre a própria arte e sobre o mundo. Após isso, organizaram um vídeo em que relataram os valores pessoais construídos ao longo de suas vida, a visão que tinham da escola, suas trajetórias anterior e atual enquanto estudantes e seus anseios para o futuro após concluírem o curso. Outrossim, este estudo socializa como o êxito dessa prática pedagógica possibilitou que os alunos, motivados com a sua criação, resolvessem organizar uma mostra dos seus trabalhos. Esse estudo, também, visa refletir sobre a prática pedagógica da professora que buscou atuar não como quem procura transferir ao aluno a teoria, mas como mediadora do processo de criação, construindo com os alunos conceitos sobre arte, ao passo que eles, então conhecedores dessa arte, puderam também criar, buscando aliar o que já traziam de seu conhecimento prévio com o que foi socializado nas aulas de artes e, através dessa interação, tornaram-se sujeitos colaboradores e atuantes do seu processo de aprendizagem. 55 DIREITOS E POLÍTICAS PARA EDUCAÇÃO BÁSICA: III Seminário Regional e I Simpósio PIBID BRINCAR: QUAIS OS BENEFÍCIOS TRAZIDOS PELA EDUCAÇÃO FÍSICA NA EDUCAÇÃO INFANTIL E ANOS INICIAIS? Rodrigo Moraes Borges, Secretaria Municipal de Educação e Cultura de Marcelino Ramos O trabalho apresentado vem relatar a prática da Educação Física desenvolvida na Escola Municipal de Ensino Fundamental Rui Barbosa da cidade de Marcelino Ramos. Através de aulas curriculares desenvolvidas na instituição, desde maio de 2011, os estudantes, que frequentam a instituição, são atendidos com aulas de Educação Física as quais enfatizam o brincar e o dançar como metodologia de trabalho. As aulas são oferecidas uma vez por semana na referida escola, por profissional habilitado, despertando, nos estudantes, uma otimização na sua qualidade de vida tornando-os mais autônomos, dispostos para as ações do dia-a-dia além de fortalecer suas relações sociais com o meio em que estão inseridos. DANÇA: QUIÇÁ UM FATOR DE EDUCAÇÃO INCLUSIVA? Rodrigo Moraes Borges, Secretaria Municipal de Educação e Cultura de Marcelino Ramos O trabalho apresentado vem relatar o projeto desenvolvido pela Secretaria Municipal de Educação de Marcelino Ramos, na área da dança, na APAE, da cidade de Gaurama. Através do projeto desenvolvido na instituição, desde 2011, os estudantes que frequentam a instituição são atendidos com aulas de dança, uma vez por semana, na referida escola. Tais aulas ministradas por profissional habilitado provocam nos estudantes uma melhora na sua qualidade de vida. Torna- os mais autônomos, com mais disposição para as atividades cotidianas além de melhorar suas relações sociais com o meio que estão inseridos através de apresentações na região do Alto Uruguai. Objetivando elucidar questões sobre a Educação Inclusiva como forma de melhoria na qualidade de vida da Pessoa Portadora de Necessidade Especial (PPNE) e contribuir para o fornecimento de dados aos educadores que tanto estudam e entendem que faltam informações e métodos para trabalhar com as PPNEs, bem como incluí-las dentro das suas dinâmicas de aula. MORAL E EDUCAÇÃO Rubilar Tomasi, IFRS, Campus Sertão Cada sociedade possui regras ou normas morais as quais delineiam o que os indivíduos podem ou não fazer. Elas são necessárias para a organização da vida em comunidade. Mas, por outro lado, estas normas podem estar “recheadas” de preconceitos, intolerâncias e exclusões, fundamentadas geralmente no senso comum. A educação, quando alicerçadas em princípios éticos, embasados na liberdade e igualdade, têm um papel decisivo para a realização de uma análise crítica sobre a moral. 56 DIREITOS E POLÍTICAS PARA EDUCAÇÃO BÁSICA: III Seminário Regional e I Simpósio PIBID Muitas regras morais não são consideradas leis perante o Estado, entretanto, “[...] a moral é o conjunto de regras de conduta adotado pelos indivíduos de um grupo social com a finalidade de organizar as relações interpessoais segundo os valores do bem e do mal” (ARANHA, 1996). O conjunto de normas morais é o pilar de uma cultura, organizando a vida coletiva. A grande diversidade de normas existente, explica, também, a grande diversidade cultural no mundo. No entanto, as normas morais podem trazer vícios e, consequentemente, marginalizar quem é diferente ou, ainda, excluir as pessoas de não se “adaptam” ao que é estabelecido pelo senso comum. O machismo, o preconceito contra negros e indígenas, a homofobia, a xenofobia, a intolerância religiosa e o fanatismo são exemplos fáceis de serem encontrados e variam de intensidade de uma cultura para outra. Geralmente, são transmitidos pelas gerações passadas, transformando estes vícios em violações aos direitos humanos, mas, em muitos casos, considerados “normais” pelo senso comum. Enfrentar esta problemática exige conhecimento e reflexão sobre a dimensão humana. As escolas, institutos e universidades tem grande responsabilidade em viabilizar este debate, da mesma forma que tem o compromisso de ensinar conhecimentos técnicos e científicos. É através da educação que se torna possível o entendimento do significado de uma cultura e suas normas morais, sua importância no relacionamento humano em comunidade, mas, também, os vícios que podem dificultar o desenvolvimento humano de algumas minorias. Inserir e entender os princípios éticos de liberdade, igualdade e tolerância, aprender a respeitar o outro e conviver de forma intersubjetiva, é uma necessidade no sistema educacional e um dever de todas as áreas do conhecimento. Visto isso, fica claro a importância das normas morais na vida em comunidade, mas, também fica evidente a existência de vícios que excluem e marginalizam indivíduos. A educação formal tem grande responsabilidade em abordar este tema e não se deter especificamente em conhecimento técnico e científico. O desenvolvimento humano integral exige respeito às individualidades e, consequentemente, às diversidades e é através do conhecimento reflexivo que poderemos entender os limites das normas morais. REFERÊNCIA ARANHA, Maria Lúcia de Arruda. Filosofia da educação. São Paulo: Moderna, 1996. ________; MARTINS, Maria Helena Pires. Filosofando. 4. Ed. São Paulo: Moderna, 2009. REALE, Giovani; ANTISERI, Dário. História da Filosofia: do Humanismo a Kant. 2ª Ed. São Paulo: Paulus, 1990. POLÍTICAS PÚBLICAS DE EDUCAÇÃO INCLUSIVA: UMA REFLEXÃO SOBRE PALAVRAS E EFETIVAS AÇÕES DE IMPLEMENTAÇÃO Sheila de Oliveira Goulart, UFSM Fernanda Piccinin Michelin, UFSM Taísa Maria Rossato, UFSM A educação brasileira tem diante de si o desafio de viabilizar o acesso e a permanência dos alunos com necessidades educacionais especiais na escola na perspectiva inclusiva. As inúmeras vertentes de abordagens e questões que envolvem as políticas públicas educacionais inserem-se num contexto amplo, polêmico e muito complexo. O paradigma educacional atual requer políticas educacionais que atendam aos anseios 57 DIREITOS E POLÍTICAS PARA EDUCAÇÃO BÁSICA: III Seminário Regional e I Simpósio PIBID exigidos nas diversas áreas da educação, focando no seu essencial, o ser humano. Diante disso, a implementação de políticas públicas de educação inclusiva, flexíveis e mutáveis, no âmbito educacional, fará a diferença, pois romperá com a dicotomia entre palavras e ações e contribuirá com processos educativos e valorização dos direitos humanos. Ademais, idealizará a formação de uma escola de qualidade para todos, frente a uma filosofia inclusiva, devendo gradativa, contínua, sistemática e, principalmente, planejada com o objetivo de possibilitar aos alunos, com necessidades educacionais especiais, uma educação de qualidade que proporcione na prática, na ação docente, na aprendizagem e nas relações intersociais a superação de toda e qualquer dificuldade que se interponha à construção de uma escola acessível, de qualidade, epistemológica e com ações democráticas contínuas. Na construção humana, o fato de ter consciência, é poder distanciar-se das coisas, para que, assim, estas possam se fazer presentes. É a mudança do comportamento humano no mundo onde ele vive, podendo afetar este de alguma forma, de modo a transformá-lo e, também, transformando-se enquanto humano (FREIRE, 1998). Portanto, enquanto não mudarmos nosso comportamento e termos consciência de que se não houver políticas públicas educacionais efetivas que respeitem o ser humano em suas diferenças, que possibilitem aos alunos, com necessidades especiais, estar na escola, interagir, socializar-se e aprender. Não poderemos afirmar que as políticas públicas educacionais de inclusão,estão cumprindo o seu papel primordial. Somente a partir dessa reflexão, poderemos almejar o surgimento de outras políticas na perspectiva inclusiva, reformas e propostas que possam ser discutidas, não de forma segregada, mas reinventadas, compartilhadas e que sejam bem sucedidas no cenário educacional inclusivo. O PIBID-SOCIOLOGIA E AS AÇÕES DE INTERVENÇÃO NO ESPAÇO ESCOLAR DE ENSINO MÉDIO ÉRICO VERÍSSIMO Sonia Maria Tussi, UFFS, Erechim Isaac Santos, UFFS, Erechim Bolsa: Programa Institucional de Bolsa de Iniciação a Docência – PIBID O artigo tem como principal objetivo relatar as ações de intervenção realizadas pelo PIBID – Sociologia, junto ao 3º ano A, da Escola de Ensino Médio Érico Veríssimo, no ano de 2012. Com o intuito de introduzir o conteúdo sobre as “Bases do Trabalho” desenvolveram-se diversas atividades junto aos alunos, as quais culminaram em uma pesquisa de campo, realizada com trabalhadores de diversos segmentos, a qual teve como roteiro um questionário desenvolvido pelos próprios estudantes. A ideia da aplicação da pesquisa de campo foi embasada nas premissas das Organizações Curriculares Nacionais (OCN) que determinam a importância do aprendizado através destes métodos. A atividade visou ampliar o espírito investigativo dos alunos e aumentar sua capacidade crítica e oportunizar o diálogo entre as discussões teóricas do conteúdo da disciplina e compreender o contexto social no qual os educandos estão inseridos. Desta forma propõe-se utilizar a proposta da pesquisa como uma ferramenta didática ao alcance do professor. 58 DIREITOS E POLÍTICAS PARA EDUCAÇÃO BÁSICA: III Seminário Regional e I Simpósio PIBID DISCUTINDO DEMOCRACIA REPRESENTATIVA NA ESCOLA: A UTILIZAÇÃO DA TÉCNICA DA OFICINA NAS ATIVIDADES DIDÁTICAS Clovis Schmitt Souza; Aline Andrea Arpini; Gabriel Claro da Rosa; Glaucimara Drews; Isaac Santos; Luciano Perosa; Marjorie Tessie Sozo; Sonia Maria Tussi; Vilmar Rubens Graboski; Evely Silva dos Santos; Quésidi Araujo da Rosa, UFFS, Erechim A proposta da comunicação é apresentar a oficina “Democracia e representação política” desenvolvida pelo subprojeto PIBID-Sociologia, na Escola Estadual de Ensino Médio Érico Veríssimo, na cidade de Erechim, entre os meses de abril a julho de 2013. A oficina visa contribuir para discussão da temática da democracia e representação política entre os estudantes do ensino médio como forma de aproximá-los das reflexões a respeito do papel exercido pelas instituições políticas da sociedade brasileira. Deste modo, objetivase que os participantes compreendam qual o papel exercido pelo representante eleito pelo voto da população. As atividades foram desenvolvidas com os líderes de turma, das séries finais (7 e 8 séries) e ensino médio (1, 2 e 3 ano), e foram organizadas em três etapas de trabalho: (i) discussão do funcionamento da democracia representativa, as funções e atividades desempenhadas pelos representantes (vereadores e prefeito); (ii) visita a Câmara de Vereadores e sede da Prefeitura Municipal e conversa com vereadores e, (iii) análise e reflexão da atividade. O emprego da dinâmica da atividade oportunizou aos envolvidos a compreensão da estrutura de funcionamento do poderes políticos existentes em uma democracia representativa, seu conjunto de atribuições e forma de organização. Ao final da atividade, será produzido um vídeo protagonizado pelos participantes da oficina relatando a experiência realizada que será exibida na Escola Érico Veríssimo. POLÍTICAS PÚBLICAS EDUCACIONAIS: REDE E-TEC BRASIL COMO INSTRUMENTO DE GESTÃO PARA INOVAÇÃO NO DESENVOLVIMENTO REGIONAL Taísa Maria Rossato, UFSM Fernanda Piccinin Michelin, UFSM Sheila de Oliveira Goulart, UFSM As Políticas Públicas orientam as ações da gestão pública com a utilização de métodos e normas para estabelecer a sinergia entre administração pública e sociedade, Estado e atores sociais. A partir da elaboração e implementação, as Políticas Públicas demonstram a execução do poder político que envolve a distribuição e redistribuição de poder, os processos de decisão e seus conflitos, além da repartição de custos e recursos para oferta de bens e serviços públicos. Para Baker (2004) e Schwartzman (2006), dentre as políticas sociais para o desenvolvimento regional, a educação ocupa posição especial, não se restringindo às teorias de capital humano que atribuem à educação um papel fundamental para o desenvolvimento econômico, mas também pela constatação mais recente de que as desigualdades educacionais são o principal correlato das desigualdades de renda, oportunidades e condições de vida. Nesse cenário, o Brasil está vivenciando um 59 DIREITOS E POLÍTICAS PARA EDUCAÇÃO BÁSICA: III Seminário Regional e I Simpósio PIBID momento singular na área da educação, as diferenças regionais de renda intra-país incentivam os governos a intervirem, por meio de políticas regionais, de forma a fomentar a distribuição geográfica das atividades, uma vez que o conhecimento e a capacidade de aprendizado passaram a ser encarados como uma fonte de riqueza e condição essencial para ações de desenvolvimento regional e humano. Diante disso, a Rede e-Tec Brasil foi implantada para atender a crescente qualificação dos profissionais de cursos técnicos, romper distâncias geográficas, mudar culturas sociais e políticas permitindo uma profissionalização e flexibilização nos processos de ensino-aprendizagem para inovação de arranjos produtivos. Ademais ela está sendo convocada para atender as novas configurações do mundo do trabalho contribuindo para a elevação da escolaridade dos trabalhadores em geral. Considera-se, portanto, que a Rede E-Tec Brasil representa uma mudança paradigmática no ensino, pois busca expandir e democratizar a oferta de educação profissional e tecnológica à distância, aliada às crescentes exigências impostas pelo setor produtivo da sociedade, com vistas a inovação de políticas públicas de desenvolvimento regional a fim de equalizar desigualdades sociais e econômicas. EQUOTERAPIA: INCLUSÃO SOCIAL DANDO NOVO SENTIDO À VIDA Marcos Antonio de Oliveira, IFRS, Campus Sertão João Leonardo Graeff, IFRS, Campus Sertão Marina Koch, IFRS, Campus Sertão A educação profissional e o dever de incluir supõem considerações que extrapolam a simples inovação educacional e que implica o reconhecimento de que o outro é sempre e, implacavelmente, diferente. Nessa perspectiva, a equoterapia apresenta-se como uma ação interdisciplinar, em função da natureza de integração da saúde com educação. A utilização do cavalo como recurso educacional, psicoterapêutico e esportivo, somados à participação afetiva e efetiva da família, promove a socialização da pessoa com necessidades específicas. A relevância deste trabalho consiste em contribuir para a atual discussão sobre a utilização da equoterapia como ferramenta de apoio, em suas linhas de atuação e suas clientelas. O movimento tridimensional do cavalo influencia diretamente nos músculos do controle postural, nos músculos da capacidade oral, nos músculos da laringe e nos músculos da respiração. Portanto, a ação direta do cavalo favorece a adequação do tônus, da postura, da sensibilidade, da propriocepção e da respiração. Para que ocorra a produção da fala, também, é necessária a adequação do tônus postural, ritmo, posicionamentos da cabeça e corpo, respectivamente, controle respiratório, coordenação fonorrespiratória. A equoterapia, com vista à interdisciplinaridade, possibilita ao praticante o acompanhamento por diferentes profissionais, num mesmo momento, o que contribui para a melhoria da qualidade de vida, tanto para o praticante como para sua família. Assim, a equoterapia, significativamente, busca contribuir nos campos físico, psíquico e moral e na relação estabelecida entre o homem e a natureza, reforça a necessidade de que o praticante aprenda a conhecer, a fazer, a viver e a constituir-se como um ser único e insubstituível, além de ser útil à sociedade. Diante do exposto, a equoterapia, método interdisciplinar, difere de outros métodos de inclusão, pois possibilita a interação social por meio do envolvimento simultâneo de um grupo de profissionais, objetivando dar sentido à vida do praticante. A equoterapia vem crescendo com a missão de contribuir para o desenvolvimento do ser social, integrado, dando sentido à vida das 60 DIREITOS E POLÍTICAS PARA EDUCAÇÃO BÁSICA: III Seminário Regional e I Simpósio PIBID pessoas com deficiências, auxiliando-os de forma decisiva na formação do cidadão que se faz a cada dia. A partir das pesquisas nos centros de equoterapia existentes na região, avaliaram-se as possibilidades e benefícios da implantação definitiva do Centro de Equoterapia, visando à qualificação profissional dos futuros técnicos e a ampliação do universo de trabalho. Concluiu-se, após os resultados positivos, que o Centro de Equoterapia tem proporcionado espaço para o trabalho de pesquisa das áreas de saúde e educação. Há um ganho para as instituições de ensino da região, no que tange às oportunidades para capacitação profissional, incluindo estágios para os estudantes da área de saúde, como fisioterapia, fonoaudiologia, psicologia, terapia ocupacional, educação física, enfermagem, nutrição e outras. Portanto, a tríade /ensino/pesquisa/extensão é plenamente atendida com a equoterapia. PACTO NACIONAL E A ALFABETIZAÇÃO NA PERSPECTIVA DO LETRAMENTO Veronice Beal Gudoski, Escola Municipal de Ensino Fundamental São Sebastião, Marcelino Ramos/RS. Na última década, a educação brasileira, passou por muitas transformações, principalmente com o ingresso das crianças aos seis anos no Ensino Fundamental, o que provocou aos gestores a proporem técnicas para melhorar a aprendizagem dos discentes e a qualidade do ensino. Essa ação gerou a necessidade do compromisso de união de Instituições de Ensino Superior e da Educação Básica para pensar nas estratégias de melhoria da Educação Brasileira. Sabe-se que os problemas da alfabetização no Brasil têm sido discutidos por diferentes segmentos da sociedade e pesquisadores de várias áreas. A alfabetização passa a ser uma das prioridades nacionais no contexto atual. Surge, então, o Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa. Tal Pacto trata-se, em verdade, de um acordo formal assumido pelo Governo Federal, pelos Estados, pelos Municípios e pelas entidades responsáveis pela educação formal, com o compromisso de alfabetizar crianças até, no máximo, os oito anos de idade, ao final do ciclo de alfabetização. Este estudo tem por objetivo apresentar o Programa do Pacto, as ações e suas temáticas. São desenvolvidas ações que contribuem para a aprendizagem das crianças e na melhoria da qualidade de ensino no ciclo de alfabetização. E, para efetivação do Programa, há a necessidade de parcerias entre Ministério da Educação, Universidades Públicas e Secretarias de Educação. Uma das importantes temáticas em discussão no Pacto é em torno da alfabetização e do letramento. O professor alfabetizador não pode ser apenas um reprodutor de métodos; é preciso que tenha clareza sobre qual concepção de alfabetização está subjacente à sua prática. Uma pessoa alfabetizada não é aquela que domina apenas os rudimentos da leitura da e escrita, ou seja, que é capaz de ler e escrever palavras, mas que é capaz de ler e escrever em diferentes situações sociais e participar ativamente do mundo letrado, nas diversas práticas de linguagens. Para alfabetizar a partir do letramento, é preciso que o professor assuma novas posturas e forme um sujeito que não apenas decodifica/codifica o código escrito, e utilize a escrita nas diversas situações sociais. Dentro desse contexto, o Pacto passa a ser um canal, um caminho, uma possibilidade que, aliada ao profissionalismo, poderá transformar-se em uma forma de ensinar, respeitando o tempo de maturação física, emocional e cognitiva da criança. O Programa não apresenta fórmulas prontas, mas apresenta possibilidades de uma melhor forma de ensinar. 61 DIREITOS E POLÍTICAS PARA EDUCAÇÃO BÁSICA: III Seminário Regional e I Simpósio PIBID ACESSO E PERMANÊNCIA INDÍGENA NA EDUCAÇÃO PROFISSIONAL Vanda Aparecida Fávero Pino, IFRS, Campus Sertão Rodrigo Ferronato Beatrici, IFRS, Campus Sertão A presente comunicação trata do acesso e da permanência de estudantes indígenas no Curso Técnico em Agropecuária Integrado ao Ensino Médio do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul (IFRS) – Campus Sertão, desde a promulgação da Lei nº 12.711, de 20 de agosto de 2012, que dispõe sobre o ingresso nas universidades federais e nas instituições federais de ensino técnico de nível médio e dá outras providências. O objetivo principal deste estudo é socializar as reflexões, os sentimentos e os desafios acerca do acompanhamento pedagógico realizado pelo Núcleo de Estudos Afro-brasileiros e Indígenas (NEABI) aos estudantes indígenas kaingangs, ingressos no processo seletivo 2013/01 do IFRS – Campus Sertão. Para tal propósito, recorre-se a documentos internos do IFRS que, direta ou indiretamente, tratam dessa questão, como, por exemplo, o Projeto Pedagógico Institucional do IFRS (Res. CONSUP nº 109, de 20 de dezembro de 2011), e estudos de outros autores sobre o acesso, a permanência e a conclusão com êxito dos povos autóctones nas instituições de educação formal não indígena. Por meio do texto, busca-se trazer para o diálogo elementos e situações do quotidiano de um Instituto Federal que provocam questionamentos e impulsionam processos de mudança na práxis educativa da educação profissional e tecnológica. Isso é feito a partir da visão de mundo e das expectativas individuais (estudantes) e coletivas (comunidade) dos povos indígenas. Um dos principais fios condutores da narrativa constitui-se em torno da problemática do direito ao acesso aos conhecimentos historicamente elaborados pela humanidade, também necessários para a autonomia desses povos, sem que esse acesso implique a manutenção de uma condição subalterna. EDUCAÇÃO, CULTURA E DIREITOS HUMANOS Volnei Fortuna, IFRS, Campus Sertão Neste artigo, apresenta-se reflexão que envolve a questão de educação, da cultura e dos direitos humanos a partir das concepções de Gilberto Freyre e de Paulo Freire. Este diálogo busca dar visibilidade às práticas nas quais o ser humano pode ter e exercer o direito de ser, de se expressar no universo educativo, da diversidade cultural e de suas potencialidades, independentemente de sua raça, etnia, cor ou gênero. Diante do processo gnosiológico construído pelo sujeito, é perceptível como a educação se encontra em grande parte defasada e muitos de nossos jovens não têm acesso à educação equitativa e de qualidade. Por isso, quando se abordam as temáticas da educação, da cultura e dos direitos humanos, quer-se expressar a relação/preocupação com a vida social, política e econômica, a recíproca relação entre sujeito-objeto, sujeito-sujeito e sujeito-mundo, que oferece a possibilidade de construção de uma sociedade que visa à emancipação do sujeito em um contexto de humanização e condição humana. O ser humano é um ser da práxis, com a capacidade de conhecimento/transformação pelo trabalho que realiza, e o diálogo é um pacto para a liberdade que provoca a mudança da realidade. Estar aberto ao diálogo sobre a emancipação humana em uma perspectiva educacional diversificada é, ao mesmo tempo, 62 DIREITOS E POLÍTICAS PARA EDUCAÇÃO BÁSICA: III Seminário Regional e I Simpósio PIBID um fazer social, pedagógico, humano e ético que nos possibilita um vínculo relacional e histórico com o cotidiano. Educação, cultura e direitos humanos vinculam-se quando diz respeito ao reconhecimento e conquista dos sujeitos, homens e mulheres de seus direitos, de sua dignidade humana ou do “ser mais”, a partir da dimensão de liberdade. PROEXT: FORMAÇÃO CONTINUADA DE PROFESSORES DAS REDES MUNICIPAL E ESTADUAL DE ENSINO DE ÁGUA SANTA/RS Emanuele Alecsandra Beck - IFRS Ana Sara Castaman - IFRS Agência Financiadora: PROEXT - MEC/SESu O artigo intitulado “PROEXT: formação continuada de professores das redes municipal e estadual de ensino de Água Santa” apresenta reflexões acerca de uma experiência de formação pedagógica com professores da rede pública do município de Água Santa/RS. Focaliza a importância da formação continuada para professores, a qual contribui para o processo de ensino e de aprendizagem. Com o trabalho concluído, percebeu-se a satisfação dos professores envolvidos e a grande necessidade de haver formação continuada nas escolas. A maioria dos participantes já pode pôr em prática os assuntos desenvolvidos no curso e puderam refletir esclarecer muitas dúvidas acerca do processo de ensino e de aprendizagem. 63 DIREITOS E POLÍTICAS PARA EDUCAÇÃO BÁSICA: III Seminário Regional e I Simpósio PIBID CAPÍTULO III Eixo II: Desenvolvimento Sustentável 64 DIREITOS E POLÍTICAS PARA EDUCAÇÃO BÁSICA: III Seminário Regional e I Simpósio PIBID INDICADORES DE DESENVOLVIMENTO NA MICRORREGIÃO DE PASSO FUNDO – RS: ALGUNS APONTAMENTOS Bruno Gustavo Geraldo – IFRS, Campus Sertão Maurício Polidoro – IFRS, Campus Sertão Daniel Canavese – UFPR Localizada na Macrorregião Norte do Rio Grande do Sul, a microrregião de Passo Fundo abrange 26 municípios: Água Santa, Camargo, Casca, Caseiros, Charrua, Ciríaco, Coxilha, David Canabarro, Ernestina, Gentil, Ibiraiaras, Marau, Mato Castelhano, Muliterno, Nicolau Vergueiro, Passo Fundo, Pontão, Ronda Alta, Santa Cecília do Sul, Santo Antônio do Palma, São Domingos do Sul, Sertão, Tapejara, Vanini, Vila Lângaro, Vila Maria. Da sua formação histórica, Sobarzo (2010) explica a polarização de Passo Fundo na região, desde a sua gênese. Parte considerável dos municípios da região do norte gaúcho foi, outrora, pertencente ao território passo-fundense, emancipando-se gradativamente no século XX tais como Guaporé (1903), Erechim (1918), Carazinho (1931), Getúlio Vargas (1934), Sarandi (1939), Marau (1954), Tapejara (1955), Sertão (1963), Ciríaco (1965), David Canabarro (1965), Ernestina (1988), Coxilha (1992), Mato Castelhano (1992) e Pontão (1992). A microrregião tem como principal característica econômica a produção de leite, de soja, de trigo, de milho e vem-se especializando no plantio da canola, relacionada à produção de biodiesel, em fase de exploração no mercado local. Buschinelli et. al. (2010) analisam os impactos socioambientais da cadeia produtiva da canola nessa região. Tendo como produção principal a atividade leiteira, é a microrregião mais especializada nessa área no Rio Grande do Sul, com um rebanho melhorado geneticamente e com produção elevada. Existe uma concentração de pequenas e médias propriedades que têm mudado a diversidade de culturas para a soja e o trigo, principalmente devido à mecanização e à rentabilidade desses grãos. Nos aspectos demográficos, a tabela 1 indica os dados históricos, desde a década de 70, da população residente na microrregião. Notória, Passo Fundo desponta com maior numero de habitantes (184.826, em 2010), seguido de Marau (36.364, em 2010) e Tapejara (19.250, em 2010). Tabela 1 - População total na microrregião de Passo Fundo (1970 - 2010) POPULAÇÃO, EM NÚMERO DE HABITANTES MUNICÍPIO 1970 1980 1990 2000 2010 Água Santa * * 4.093 4.127 3.722 Camargo * * 2.552 2.498 2.592 Casca 15.539 14.301 10.217 8.440 8.651 Caseiros * * 2.835 2.899 3.007 Charrua * * * 3.783 3.471 Ciríaco 7.587 7.796 7.163 5.252 4.922 Coxilha * * * 2.979 2.826 David Canabarro 6.281 5.297 5.106 4.740 4.683 Ernestina * * 3.870 3.941 3.088 Gentil * * * 1.771 1.677 Ibiraiaras 8.495 7.615 7.700 7.163 7.171 Marau 26.418 27.001 24.739 28.361 36.364 Mato Castelhano * * * 2.454 2.470 65 DIREITOS E POLÍTICAS PARA EDUCAÇÃO BÁSICA: III Seminário Regional e I Simpósio PIBID Muliterno Nicolau Vergueiro Passo Fundo Pontão Ronda Alta Santa Cecília do Sul Santo Antônio do Palma São Domingos do Sul Sertão Tapejara Vanini Vila Lângaro Vila Maria TOTAL * * 93.850 * 16.028 * * * 121.156 * 16.657 * * * 144.583 * 11.696 * 1.768 1.812 168.458 3.904 10.051 - 1.813 1.721 184.826 3.857 10.221 1.655 * * * 2.207 2.139 * 10.041 22.566 * * * 206.805 * 9.039 21.140 * * * 230.002 2.545 8.947 18.804 1.832 * 4.041 260.723 2.831 7.466 15.115 1.887 2.277 4.173 300.357 2.926 6.294 19.250 1.984 2.152 4.221 327.703 * sem dados, município não emancipado na época do Censo. Fonte: Fundação de Economia e Estatística do Rio Grande do Sul (FEE) com Censo IBGE (1970, 1980, 1990, 2000 e 2010) Diante do eixo temático de Desenvolvimento Sustentável, no qual se insere esta proposta, o artigo propõe analisar a microrregião de Passo Fundo por meio de indicadores disponibilizados pelo Programa das Nações Unidas (PNUD), o Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (PNUD 2000; 2010) e desenvolverá um índice sintético por meio da metodologia proposta pelo Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano e Regional da Universidade Federal do Rio de Janeiro (IPPUR/UFRJ), o Índice de Carência Habitacional (ICH). Assim, serão apresentados mapas na discussão do evento, vislumbrando a situação dos municípios da microrregião de Passo Fundo nas variáveis que envolvem o IDH-M (educação, longevidade e renda) e o ICH, indicador que abrange dados relacionados ao saneamento básico, tais como abastecimento de água, esgotamento sanitário e destinação do lixo. Objetiva-se gerar discussão sobre o desenvolvimento social e ambiental da microrregião, buscando compreender, de forma multiescalar, os desafios e as possibilidades do desenvolvimento regional sustentável da microrregião. REFERÊNCIAS BUSCHIELLI, C. de A.; RAMOS, N. P.; TOMM, G. O.; VIEIRA, H. B.; FONTES, L. P.; RODRIGUES, I. A.; RODRIGUES, G. S. Avaliação de impacto socioambiental da cadeia produtiva da canola – uma análise na região de Passo Fundo (RS). Anais do 5o Congresso Internacional de Bioenergia. Curitiba, Paraná. 2010. FUNDAÇÃO DE ECONOMIA E ESTATÍSTICA – FEE. FEE Dados. Disponível em: <http://www.fee.rs.gov.br/feedados/consulta/frame_ResultadoVar.asp>. Acesso em 8 de setembro de 2013. 66 DIREITOS E POLÍTICAS PARA EDUCAÇÃO BÁSICA: III Seminário Regional e I Simpósio PIBID IPPUR – Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano e Regional. Índice de Carência Habitacional – Nota Metodológica. Observatório da Metrópole. Universidade Federal do Rio de Janeiro, 2003. OSBARZO, O. Reflexões sobre a pesquisa em cidades médias: a experiência em Passo Fundo. Anais do XVI Encontro Nacional dos Geógrafos. Porto Alegre, RS. 2010. PROGRAMA DAS NAÇÕES UNIDAS PARA O DESENVOLVIMENTO – PNUD. Índice de Desenvolvimento Humano Municipal. Disponível em: <http://www.pnud.org.br/IDH/DH.aspx>. Acesso em 6 de setembro de 2013. A INFLUÊNCIA DO MARKETING DIGITAL NA DECISÃO DE CONSUMO Camila Fernanda Serro, IDEAU, Campus Getúlio Vargas Andrei Diego Dalmuth, IDEAU, Campus Getúlio Vargas Denise Michael Santos, IDEAU, Campus Getúlio Vargas As empresas enfrentam um grande desafio de eliminar o antigo conceito clássico de administração e a nova forma de como os negócios são gerenciados na ótica do mercado eletrônico. A maioria das empresas precisa alterar drasticamente as distâncias, reformulando conceitos sobre onde é possível criar e inovar. O objetivo deste estudo foi verificar se o e-marketing influencia na compra de produtos no mercado digital. Para tanto, utilizou-se uma pesquisa exploratória realizada por meio de survey. Os resultados apontados na pesquisa demonstram que a maioria dos respondentes faz compras pela internet dos mais variados produtos. Percebe-se que a maioria compra por comodidade e também em razão dos preços baixos. Pode-se verificar que a propaganda influencia na hora de efetuar uma compra pela web, pois chama a atenção, já que recebida por e-mail, nas páginas de pesquisa ou pela indicação de amigos que eventualmente fizeram compras em sites. SUSTENTABILIDADE AMBIENTAL DAS ÁREAS DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE (APPS): UMA ABORDAGEM ATUAL DO NOVO CÓDIGO FLORESTAL Carina Scolari, IFRS, Campus Sertão Juliano José Piccoli, IFRS, Campus Sertão Alcindo Neckel, IFRS, Campus Sertão Roberto Valmorbida de Aguiar, IFRS, Campus Sertão As Áreas de Preservação Permanente (APPs) são áreas que atualmente se associam ao desenvolvimento sustentável, protegidas por lei, caracterizadas como patrimônios de grande interesse ambiental e social, tanto para as gerações atuais como para as futuras (CONAMA, 2002). A função ambiental dessas áreas, segundo o Código Florestal é “[...] preservar os recursos hídricos, a paisagem, a estabilidade geológica, a biodiversidade, facilitar o fluxo gênico de fauna e flora, proteger o solo e assegurar o bem-estar das 67 DIREITOS E POLÍTICAS PARA EDUCAÇÃO BÁSICA: III Seminário Regional e I Simpósio PIBID populações humanas” (BRASIL, 2012, p. 1). Com a finalidade de proteger os ambientes naturais, as Áreas de Preservação Permanente têm uma grande importância quando se trata dos recursos hídricos, pois elas auxiliam nos processos de combate à erosão, prevenindo, assim, a deposição de sedimentos nos cursos d’água. São responsáveis também pela manutenção da qualidade da água e contribuem para a recarga de aquíferos (ARAÚJO et al., 2012). O principal problema relacionado à retirada da APP é que, “Em algumas destas áreas desmatadas, verificou-se o impedimento do fluxo natural do rio através da formação de bancos de areias, provocados, principalmente pela retirada da vegetação, deixando o solo exposto e passível de ser transportados para o rio.” (ARAÚJO et al., 2012, p. 4). Além disso, em áreas em que toda a vegetação foi removida pode ocorrer o assoreamento e também a eutrofização do curso d’água (ARAÚJO et al., 2012). À medida que a percepção da necessidade de se proteger essas áreas de vegetação foi aumentando, a legislação foi sendo alterada e aprimorada, visando sempre a solucionar os problemas ambientais causados pelas atividades humanas. Assim, o desenvolvimento sustentável torna imprescindível que se protejam e restaurem cada vez mais as Áreas de Preservação Permanente, assumindo a grande importância que elas têm, principalmente sobre os recursos hídricos. REFERÊNCIAS ARAÚJO, D. R. et al. Estudo da área de preservação permanente do rio Mossoró no sítio urbano de Mossoró-RN por meio de técnicas de geoprocessamento. Revista Caatinga, Mossoró, v. 25, n. 2, p. 177-183, mar.-jun. 2012. BRASIL. Lei nº. 12.651, de25 de maio de 2012. Dispõe sobre a proteção da vegetação nativa; altera as Leis nºs 6.938, de 31 de agosto de 1981, 9.393, de 19 de dezembro de 1996, e 11.428, de 22 de dezembro de 2006; revoga as Leis nºs 4.771, de 15 de setembro de 1965, e 7.754, de 14 de abril de 1989, e a Medida Provisória nº 2.166- 67, de 24 de agosto de 2001; e dá outras providências. Diário Oficial da União, Brasília, p. 1, 28 maio 2012. Seção 1. CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE – CONAMA. Dispõe sobre os parâmetros, definições e limites de Áreas de Preservação Permanente de reservatórios artificiais e o regime de uso do entorno. Resolução nº 302, de 20 de março de 2002. Diário Oficial da União, Brasília, 13 maio 2002. A MODA SUSTENTÁVEL: UM CAMINHO PARA A INOVAÇÃO EM PRODUTOS Caroline Prezzotto Vieira, UPF Este trabalho apresenta um novo consumidor, um produto e um mercado de moda. Seu objetivo é a preocupação com o mundo e com o meio ambiente, que vêm passando por muitas modificações, dentre elas a quantidade de resíduos descartados e a poluição sem um determinado destino. Conforme Jones (2010), a indústria têxtil é um dos maiores emissores de gases de efeito estufa na Terra, devido ao seu enorme tamanho e escopo, e está entre as quatro que mais consomem recursos naturais, como água e combustíveis fósseis, de acordo com o Environmental Protection Agency, órgão americano que monitora a emissão de poluentes no mundo. Passa-se a compreender, nos últimos anos, que mudanças radicais são necessárias para um desenvolvimento realmente sustentável, ampliando a atenção na fase 68 DIREITOS E POLÍTICAS PARA EDUCAÇÃO BÁSICA: III Seminário Regional e I Simpósio PIBID de concepção de produto para muito além do próprio produto, incluindo uma reflexão sobre o modelo de consumo (VEZOLLI, 2008). E, pensando em amenizar o problema com o meio em que se vive, as indústrias criaram novas formas de produção. Empresas, grifes e mercado do ramo têxtil estão investindo em tecnologia, pesquisa e inovação de produto ou de processo para transformar os recursos descartados e os resíduos em novos produtos ecologicamente corretos ou sustentáveis, mostrando que produtos sustentáveis podem ter conforto, tecnologia, funcionalidade e design. Os designs sustentáveis, sempre que possível, optam por utilizar matérias-primas renováveis, substituindo as não renováveis. O mercado da moda mostra que o consumidor de hoje busca, além da beleza estética, o conforto, a funcionalidade e o valor emocional. Esse valor emocional relaciona-se com as responsabilidades para com o meio ambiente e o bem-estar da sociedade. Nos dias de hoje, para criar produtos de moda que atendam consumidores exigentes em um mercado cada vez mais competitivo, é necessário que haja muita criatividade e inovação na fase de pesquisa e elaboração de produto, agregando valores como conforto, funcionalidade e sustentabilidade. Todos esses elementos se tornam aliados poderosos no processo de diferenciação e de desenvolvimento de novos produtos. Esse segmento de mercado demonstrou-se suficientemente importante para gerar um verdadeiro boom de produtos, embalagens, propagandas e estratégias de marketing voltadas para o consumidor ecologicamente correto, o que gerou um leque amplo de oportunidades para os designers (CARDOSO, 2004, p. 217). Hoje, a camiseta mais vendida da linha de produtos da WalMart é a que traz o símbolo da reciclagem. Isso mostra que as pessoas querem ser vistas como “antenadas”, já que ser sustentável está na moda. REFERÊNCIAS CARDOSO, Rafael. Uma introdução à história do design. São Paulo: Edgard Blücher, 2004. JONES, Sue. J. Fashion design – manual do estilista. São Paulo: Cosac Naify, 2010. VEZZOLI, Carlos. Cenário do design para uma moda sustentável. In: PIRES, Dorotéia Baduy. Design de moda: olhares diversos. São Paulo: Estação das Letras e Cores, 2008. p.197-205 O USO DOS RECURSOS NATURAIS COM SUSTENTABILIDADE URBANA Claudia Rigo, IFRS, Campus Sertão Alcindo Neckel, IFRS, Campus Sertão O processo de transformação urbana tornou-se desigual. Isso fica evidente no Brasil, pois, em 50 anos, o país teve a sua população migrando do meio rural para urbano. Atualmente, constitui-se de 82% da população morando em cidades. Nesse período, fatores como a falta de planejamento urbano e políticas de habitação tornaram-se o motivo maior do grande acarretamento dos sérios problemas urbanos, que se deram pela falta de infraestrutura adequada para a população (ARRIAL; CALLONI, 2007). Os impactos ambientais, principalmente em se tratando da questão da água, em países desenvolvidos e os em desenvolvimento, requerem formas adequadas de planejamento. Destaca-se que os espaços urbanos diferem-se uns dos outros, havendo variação nos impactos ambientais. Sustentabilidade torna-se a capacidade de se auto-sustentar, de se automanter. Uma 69 DIREITOS E POLÍTICAS PARA EDUCAÇÃO BÁSICA: III Seminário Regional e I Simpósio PIBID atividade sustentável qualquer é aquela que pode ser mantida por um longo período indeterminado de tempo, ou seja, para sempre, de forma a não se esgotar nunca, apesar dos imprevistos que podem vir a ocorrer no decorrer do tempo. A sustentabilidade ecológica, ambiental, do meio urbano pode possuir sustentabilidade, desde que o planejamento urbano seja objeto de planejamento sustentável, pesado com ações concretas por técnicos. REFERÊNCIAS ARRIAL, L. R; CALLONI, H. Considerações sobre o conceito de habitação a partir da noção da complexidade: uma contribuição à educação ambiental para a sustentabilidade sócioambiental. Revista eletrônica do Mestrado em Educação Ambiental, Rio Grande, v. 19, n. 19, p. 14-22, jul. a dez. 2007. UM PROCESSO DE ENSINO/APRENDIZAGEM EM ARTES VISUAIS: DIÁLOGOS COM A ARTE ECOLÓGICA DE VIK MUNIZ Elisa Iop, IFRS, Sertão A experiência relatada, realizada na disciplina de Artes do curso Técnico em Agropecuária Integrado do Ensino Médio do IFRS – Campus Sertão – primeiro semestre de 2013, aborda o desenvolvimento de um processo de ensino/aprendizagem em artes visuais que tem como principal objeto de estudo o documentário “Lixo Extraordinário” (2011). A metodologia utilizada envolveu a apreciação crítica do documentário, a sua contextualização e, o desenvolvimento de uma produção artística que estabeleceu diálogos com o percurso criativo vivenciado pelo artista Vik Muniz no aterro Sanitário de Jardim Gramacho (RJ). A proposta para a criação artística foi a releitura de paisagens de Claude Monet e Tarsila do Amaral, utilizando-se de elementos naturais coletados de forma sustentável no espaço do campus (galhos, cascas, sementes, flores, terra etc); o registro fotográfico das releituras realizadas e a sua impressão. Essa experiência contribuiu para que alunos conhecessem uma produção artística crítica e criativa que dialoga com os princípios e valores da ecologia, a do artista Vik Muniz e vivenciassem um processo criativo fundamentado nos preceitos da arte ecológica. ANÁLISE NUTRICIONAL DE HORTALIÇAS ORGÂNICAS E CONVENCIONAIS OFERTADAS NO MERCADO LOCAL DE CONCÓRDIA E POSSÍVEIS IMPACTOS SOBRE A SAÚDE HUMANA Elisson Stephânio Savi Pauletti, Universidade do Contestado, IFRS, Campus Sertão Fabiana Bortolini Foralosso, Universidade do Contestado, IFC Projeto Financiado pelo Fundo de Amparo à Pesquisa e ao Desenvolvimento da Educação Superior do Estado de Santa Catarina (FAP) A existência de maiores teores de nutrientes nos alimentos orgânicos é um assunto que divide opiniões na sociedade e no mundo científico. Embora existam algumas citações na literatura, as pesquisas realizadas ainda não são convincentes, tornando o assunto 70 DIREITOS E POLÍTICAS PARA EDUCAÇÃO BÁSICA: III Seminário Regional e I Simpósio PIBID bastante controverso. Diante dessa situação, torna-se imprescindível a realização de pesquisas sérias e criteriosas para a elucidação da questão. O presente artigo é de caráter multidisciplinar e engloba as áreas de agricultura, nutrição, saúde e educação com foco no desenvolvimento sustentável. Elaborado com base em pesquisa experimental/exploratória de iniciação científica realizada no ano de 2008 no município de Concórdia/SC, o artigo expõe e analisa detalhadamente os resultados preliminares sobre a composição nutricional de hortaliças produzidas no sistema orgânico e no sistema convencional, comercializadas naquele município. A pesquisa é composta por análises químicas de amostras de alface, cenoura e repolho orgânicos e convencionais, realizadas pelo Laboratório Regional Descentralizado de Análise de Qualidade e Pesquisa em Alimentos da Universidade do Contestado (UnC) / Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina (CIDASC), pelo método da colorimetria, tendo sido quantificados os teores de nitrogênio total, sódio, potássio e lítio das amostras encaminhadas. As amostras de hortaliças convencionais foram coletadas na feira do produtor rural, produzidas no sistema convencional. As amostras orgânicas foram coletadas junto à feira agroecológica municipal, mantida pela Associação dos Pequenos Agricultores de Rancho Grande (APARG), grupo de agricultores com certificação de produção orgânica. O resultado das análises revelou maiores teores de potássio, nitrogênio e lítio na maioria das amostras orgânicas e maior concentração de sódio em todas as amostras convencionais. Isso permitiu a formulação de hipóteses sobre os possíveis impactos na saúde humana a partir da ingestão desses alimentos e sobre as diferentes práticas de manejo executadas nos distintos sistemas de produção que poderiam estar relacionadas com as diferenças encontradas. O MEIO AMBIENTE NA PERCEPÇÃO DOS ASSENTADOS PELO MST/INCRA: UM ESTUDO SOBRE OS ASSENTAMENTOS DA ANTIGA FAZENDA ANNONI – PONTÃO/RS Fabio Roberto Krzysczak, IFRS, Campus Sertão Este trabalho é direcionado ao estudo das Percepções Ambientais dos agricultores assentados da Fazenda Annoni, localizada no município de Pontão/RS. O estudo enfoca questões sobre o Meio Ambiente e examina qual a relação dos assentados com a natureza. O município de Pontão situa-se ao Norte do Estado do Rio Grande do Sul, conhecido como Região da Produção, um dos berços da Reforma Agrária no país. A metodologia adotada para a implementação da pesquisa envolveu um estudo de caso e seguiu os pressupostos da pesquisa qualitativa, abrangendo oito assentamentos da Fazenda Annoni. Das 317 famílias existentes, 30 assentados participaram neste estudo. Buscou-se, no desenvolver do trabalho, analisar a trajetória socioambiental dos assentados e suas relações com a natureza local, associando-as com a percepção que apresentam de meio ambiente. Para isso, foram utilizadas diferentes técnicas de coleta de dados: entrevistas individuais semiestruturadas, análise de imagens colhidas pelos próprios assentados através do uso de câmeras fotográficas descartáveis, coleta de dados bibliográficos e documentais (análise de reportagens, publicações, documentos e entrevistas que versassem sobre o tema). Por meio do estudo das Percepções Ambientais (processo participativo, envolvendo uma série de fatores sensoriais, subjetivos e valores sociais, culturais e atitudinais dos agricultores) obtive-se melhor compreensão sobre como se dá essa relação dentro de um assentamento de reforma agrária. Dessa forma, as reflexões, fundamentações teóricas, as análises a respeito das relações decorrentes entre o homem e o meio ambiente foram respaldadas e 71 DIREITOS E POLÍTICAS PARA EDUCAÇÃO BÁSICA: III Seminário Regional e I Simpósio PIBID descritas de forma que se possa visualizar e compreender melhor essas inter-relações. Foi possível diagnosticar que os assentados possuem uma relevante percepção naturalista de meio ambiente e um grande interesse na sua conservação. Falta-lhes esclarecimentos da abrangência do meio ambiente nos aspectos natural e produzido: ecológico, político, econômico, tecnológico, social, cultural e estético, ao mesmo tempo em que existe uma carência de orientação técnica e incentivos. O estudo possibilitou constatar que, mesmo numa região com estrutura agrária mais democrática, as vulnerabilidades ambientais persistem, possivelmente pelo fato de as estratégias de reprodução da agricultura familiar ainda estarem estreitamente associadas ao desempenho do mercado exportador de grãos. A pesquisa aponta para a necessidade de serem implementados, na região, trabalhos de Educação Ambiental com viés crítico e emancipatório e programas participativos, voltados a questões ambientais. Considera-se essa uma condição essencial para que, em médio e longo prazo, essas percepções ambientais dos assentados sobre Meio Ambiente sejam aprimoradas, no sentido de que passem a perceber o meio com mais abrangência. AÇÃO SUSTENTÁVEL: ALTERNATIVA DE RENDA PARA UMA INSTITUIÇÃO SOCIAL Géssica Fiabane, IDEAU Campus Getúlio Vargas Luciane Pegorini, IDEAU Campus Getúlio Vargas Andriele Maria Vieira da Silva, IDEAU Campus Getúlio Vargas Na atualidade, observa-se que a sustentabilidade vem sendo introduzida como uma abordagem cotidiana no universo social, ao mesmo tempo em que ocupa espaço em um cenário envolvendo a conscientização e a responsabilização dos indivíduos. Nesse contexto, buscou-se gerar uma ação sustentável, proporcionando uma alternativa de renda para uma entidade social, a Associação de Pais e Amigos dos Especiais (APAE) de Sananduva/RS. O projeto foi realizado a partir do envolvimento de acadêmicas do curso de Administração, da Faculdade IDEAU de Getúlio Vargas/RS, que, por meio do reaproveitamento de sobras de mármores e tecidos na confecção de artesanato, proporcionaram uma fonte de renda para a entidade. O desenvolvimento de possibilidades na geração de alternativas rentáveis para as instituições promoveu a integração entre as questões sociais e, sabendo dos paradigmas existentes na inclusão social e na sustentabilidade, o estudo prova que ambas podem-se unir. Com este trabalho, conclui-se que a ação sustentável pode ser uma estratégia de renda para organizações sociais a fim de que possam manter a sua estrutura física e humana. LOGÍSTICA REVERSA: RESPONSABILIDADE PÓS-CONSUMO Josieli Furlan, IFRS, Campus Sertão Marieli Rosseto, IFRS, Campus Sertão Elisson Pauletti, IFRS, Campus Sertão Logística é definida como a função sistêmica do fluxo de produtos desde a matériaprima (origem) até o consumidor final (destino). Já a logística reversa faz o caminho 72 DIREITOS E POLÍTICAS PARA EDUCAÇÃO BÁSICA: III Seminário Regional e I Simpósio PIBID contrário: parte do consumidor ao ponto de origem, visando à responsabilidade compartilhada no descarte dos resíduos. É vista como alternativa para enfrentar os problemas ambientais ocasionados pelo consumismo, onde o avanço tecnológico faz com que os produtos tornem-se obsoletos com maior rapidez. Esta pesquisa baseia-se na Lei n° 12.305/2010 e tem por objetivo analisar os parâmetros da logística reversa versus o consumismo, apontando ideias rentáveis para as indústrias, unindo a gestão empresarial e mercadológica com a gestão ambiental buscando reeducar a sociedade para consumir sustentavelmente. SUSTENTABILIDADE: SUAS INTERFERÊNCIAS NA URBANIZAÇÃO Lurian Fenske, IFRS, Campus Sertão Diego Tessaro, IFRS, Campus Sertão Tatieli Rodighiero, IFRS, Campus Sertão Alcindo Neckel, IFRS, Campus Sertão O tema meio ambiente encontra-se em evidência tanto em esfera local, como em esfera global. Alguns eventos importantes sobre esse tema já ocorreram em diferentes países, por exemplo, a Conferência da ONU – Organização das Nações Unidas, em 1972, que contemplou o comprometimento dos países com o meio ambiente, e o “Relatório Nosso Futuro Comum”, em que o termo desenvolvimento sustentável é utilizado pela primeira vez. O meio ambiente não pode ser visto como causa de problemas ambientais, nem como a solução. A crise ambiental representa conflitos na sociedade, relacionados à apropriação das riquezas naturais. Podem-se citar diferentes agentes divididos em definidores, determinantes e executores. O surgimento de conflitos deve-se a questões impostas, a regras em estatutos que não respeitados pelas entidades ambientais ou crescimento urbano não respeitado pelos gestores, entrando, assim, em conflito com o meio ambiente. Destacam-se alguns termos, como meio ambiente e desenvolvimento sustentável, que estão sendo abordados em muitos documentos e projetos. A cidade, hoje, é estudada sob dois pontos de vista, o geográfico e o ecológico, conforme Rodrigues (2001). Assim, a construção da cidade dá-se de forma coletiva, com participação de agentes promotores e produtores, preocupados em atingir desenvolvimento sustentável sem saber do que se trata. Quanto ao conceito de pegada ecológica, destaca-se o impacto que cada indivíduo traz ao planeta. Agregado a isso estão o crescimento demográfico e o consumo, este o principal problema. Pode-se contar com diferentes ferramentas que venham a auxiliar o crescimento sustentável, ou seja, para Wirth (1976), a busca da relação entre o crescimento demográfico urbano e sustentável chega a três aspectos: tamanho da população, planejamento familiar e vulnerabilidade de grupos sociais. Segundo Park (1976), torna-se importante que cada cidade busque seu crescimento de forma organizada e sustentável, respeitando o meio e seus recursos naturais, o que pode ser deixado para as futuras cidades grandes, com muita tecnologia, mas sem nenhum recurso natural. Ressalta-se a necessidade de olhar ao nosso redor e observar de que forma nossa cidade está sendo construída e em que se pode contribuir para as suas melhorias. REFERÊNCIAS PARK, Robert Ezra. A Cidade: sugestões para a investigação do comportamento humano no meio urbano. In: O Fenômeno Urbano. Editora Zahar, Rio de janeiro, 1976. 73 DIREITOS E POLÍTICAS PARA EDUCAÇÃO BÁSICA: III Seminário Regional e I Simpósio PIBID RODRIGUES, Arlete Moysés. A Matriz Discursiva sobre o “Meio Ambiente”: Produção do espaço urbano-Agentes, escalas e conflitos. In: A Produção do espaço urbano. Editora Contento, São Paulo, 2011. WIRTH, Louis. O urbanismo como modo de vida. In: O Fenômeno Urbano. Editora Zahar, Rio de Janeiro, 1976. ANÁLISE DE CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO MORFOLÓGICO DA CULTURA DE MILHO E TRIGO Marilia Silva, UPF Rosiani Castoldi da Costa, UPF Tiago Fazolo, UPF O milho e o trigo estão entre as culturas agrícolas mais importantes do país. Estudos sobre crescimento e desenvolvimento produzem conhecimentos de valores práticos e informações exatas sobre diferentes genótipos, permitindo aos produtores escolherem as cultivares mais adaptadas para suas regiões (Sharma et al., 1993). Estudos anatômicos servem para comparar espécies quanto ao número e à distribuição de células, para maior entendimento do crescimento e desenvolvimento (Benincasa, 2003). O objetivo deste trabalho foi aprofundar os conhecimentos sobre diferenças morfológicas de milho e devtrigo e acompanhar o desenvolvimento das culturas. O experimento foi desenvolvido em ambiente protegido. O material vegetal utilizado foram plantas de milho (AX 890 – Nidera sementes) e de trigo (Guamirim – Embrapa trigo). As unidades experimentais foram floreiras com uma planta de cada espécie, foram utilizadas vinte e quatro floreiras. Três plantas de cada espécie foram analisadas por semana quanto à altura, número de folhas, altura do colmo, comprimento de raiz, volume de raiz, massa fresca, área foliar de folhas fotossinteticamente ativa, massa seca (MS) das raízes, das folhas e parte aérea, anatomia foliar aos 57 dias. A partir das análises, foram calculados: TCC (Taxa de crescimento cultura g.cm2-1.dia-1); TCR (Taxa de crescimento relativo - g.g-1.dia-1), AFE (Área foliar específica - cm2.g-1), RAF (Razão de área foliar - cm2.g-1). A maior concentração de água nos tecidos das plantas ocorreu 21 dias após a germinação, efeito relacionado a maior acúmulo de graus dias da semana (GD). Não houve relação entre TCR e TCC. Os GD acumulado e a TCC obtiveram uma correlação significativa. O mesmo ocorreu com GD semanal e RAF. O aumento do acúmulo de MS foi correlacionado com o aumento da área foliar (AF): quanto maior AF maior a capacidade fotossintética e assim de MS. Com o acúmulo de GD, as alturas de planta e de caule e o comprimento de raiz aumentam. Com o passar dos dias, ocorreu um decréscimo da RAF e da AFE, paras ambas as culturas. A TCR e a TCC de milho obtiveram uma relação inversa de 48%. A TCC obteve uma correlação de 67,7% em relação aos dias após a emergência. A correlação da TCC do trigo em relação aos dias após a emergência foi de 82,2%. Observou-se que o milho possui uma cutícula mais espessa, achatada e com maior número de fibras com relação à folha de trigo. As conclusões do presente experimento foram: a concentração de água nos tecidos das plantas de milho e trigo é superior quando os GD são maiores; à medida que aumenta o acúmulo de GD, eleva-se a TCC, altura da planta, altura do caule e comprimento da raiz, de acordo com a espécie; a razão AF e AFE diminui à medida que o número de folhas aumenta, o milho resiste mais as intensidades luminosas e ao acamamento. 74 DIREITOS E POLÍTICAS PARA EDUCAÇÃO BÁSICA: III Seminário Regional e I Simpósio PIBID ADOÇÃO DE PLANTAS TRANSGÊNICAS E A PERCEPÇÃO DO AGRICULTOR: REGIÃO DE PASSO FUNDO Marilia Rodrigues de Silva, UPF Dielli Aparecida Didoné, UPF Cassia Ceccon, UPF As pressões exercidas pelos recursos limitados de terra e de água, população em expansão e estresses ambientais, grande demanda para plantas com maior qualidade e quantidade requerem uma melhoria genética mais rápida. A transgenia é útil na obtenção de genótipos melhorados com diferentes objetivos, dentre eles a obtenção de alimentos mais nutritivos, tolerância a estresses bióticos e abióticos, uso de áreas marginais e redução do impacto ambiental (VALOIS, 2001). A transformação genética é a introdução controlada de ácidos nucleicos em um genoma receptor, excluindo-se a fecundação Tacchini & Walbot (1986; 1987). Dessa forma, a transformação de plantas permite vencer as barreiras reprodutivas, ampliando a variabilidade genética disponível para as culturas. A utilização de plantas geneticamente modificadas ainda incita discussões, haja vista que setores da sociedade ainda resistem à sua utilização, apresentando incertezas sobre alguns aspectos da adoção. Esta pesquisa objetivou tomar depoimentos e conhecer a visão de dois grupos contrastantes para exemplificar a pesquisa bibliográfica realizada. O trabalho foi dividido em duas etapas principais; a primeira etapa foi realizada por meio de um levantamento bibliográfico sobre culturas geneticamente modificadas e fatores que podem estar envolvidos na adoção de novas tecnologias pelos produtores rurais; a segunda etapa é formada de entrevistas com produtores rurais com intuito verificar o conhecimento prévio e a opinião desses a respeito dessa tecnologia. A abordagem dos produtores buscou realidades e visões contrastantes. Uma abordagem foi realizada na feira do produtor rural (Parque da Gare - Passo Fundo/RS), onde se acreditava que a adoção dessa tecnologia não teve tanta resistência. A outra abordagem realizou-se na feira de produtos orgânicos (Praça da Mãe Preta - Passo Fundo/RS), cujos produtos são baseados na agricultura orgânica e onde se acreditava que os agricultores teriam mais resistência da adoção dessa tecnologia. A difusão de produtos transgênicos pelos agricultores da região analisada está relacionada aos valores, às crenças socioculturais, às ideias prévias, aos mitos referentes à tecnologia, ao conhecimento em relação à inovação, aos fatores relacionados à economia e às políticas públicas. A transgenia é uma realidade; a ideia a ser difundida é o maior conhecimento na área e a produção de alimentos de forma segura, tanto pelo cultivo convencional como pelo transgênico, ser avesso às novas tecnologias que vêm a contribuir para o aumento da produção para suprir a demanda crescente por alimentos. A EDUCAÇÃO AMBIENTAL E A AGENDA 21 ESCOLAR COMO INSTRUMENTO PARA A CONSCIENTIZAÇÃO DOS IMPACTOS AMBIENTAIS E DA IMPORTÂNCIA DA POLÍTICA NACIONAL DE RESÍDUOS SÓLIDOS Rafaela Aparecida Ortolan, IFRS, Campus Sertão Alcindo Neckel, IFRS, Campus Sertão A preservação ambiental pela busca de uma sustentabilidade adequada e racional necessita ser trabalhada de forma constante nas escolas públicas e particulares. Em razão disso, em uma escola localizada no município de Sertão/RS, no ano de 2012, resolveu-se programar 75 DIREITOS E POLÍTICAS PARA EDUCAÇÃO BÁSICA: III Seminário Regional e I Simpósio PIBID ações da Agenda 21 entre os alunos das mais diversas faixas etárias, por meio do ensino e de ações práticas de educação ambiental. Essas ações contemplaram vários temas em relação ao meio ambiente, com ênfase nos assuntos ligados aos recursos hídricos, biodiversidade e resíduos sólidos. Por meio do diagnóstico dos questionários aplicados ao corpo discente, percebeu-se que a implementação da Agenda 21 apresentou resultados satisfatórios, pois os alunos engajaram-se no projeto de forma animadora, demonstrando e aplicando as ações em prol do meio ambiente em seu dia a dia, mesmo que essas sejam desenvolvidas em longo prazo pelos mesmos. Este estudo poderá servir de exemplo para outras escolas que queiram adotar a Agenda 21, desenvolvendo ações voltadas à preservação ambiental. MARKETING VERDE: UMA NOVA FERRAMENTA PARA A SUSTENTABILIDADE Rosangela Alves Lemos, IFRS, Campus Sertão Gilberto Speggiorin de Oliveira, Campus Bento Gonçalves e Sertão O presente trabalho aplica uma metodologia para saber a opinião sobre a utilização do marketing verde como ferramenta para o auxílio na divulgação de produtos de empresas que fazem uso de políticas ambientais sustentáveis, pesquisa feita junto à turma do Curso de Formação Pedagógica de Docentes para e Educação Básica e Profissional 2013. No sentido de apresentar uma opinião sobre o grau de conhecimento, e a influência da cultura nas pessoas entrevistadas. Por meio da análise dos resultados, verifica-se que os entrevistados consideram que a sustentabilidade assim como o consumo consciente é importante para a preservação do meio ambiente apesar das campanhas educativas não serem eficazes. Os entrevistados não se veem como um ator importante neste contexto. No entanto, as afirmativas que os envolvem diretamente apresentam resultado negativo. Vale ressaltar também que a visão do que é atitude sustentável independe do nível de escolaridade dos entrevistados já que os entrevistados, na totalidade, possuem curso superior completo. O diferencial está na cultura em que estão inseridos e que ainda existe a falta de articulação institucional entre empresas, setor público e sociedade civil. 76 DIREITOS E POLÍTICAS PARA EDUCAÇÃO BÁSICA: III Seminário Regional e I Simpósio PIBID CAPÍTULO IV Eixo III: Orientação para o Trabalho 77 DIREITOS E POLÍTICAS PARA EDUCAÇÃO BÁSICA: III Seminário Regional e I Simpósio PIBID ENSINO MÉDIO POLITÉCNICO: DAS DIFICULDADES ÀS REALIZAÇÕES NA ESCOLA ESTADUAL DE ENSINO MÉDIO ARMINDO EDWINO SCHWENGBER Ariane Mileidi Pazinato, UPF Aldiciane Pazinato, UPF O Ensino Médio Politécnico na rede pública estadual do Rio Grande do Sul é um projeto político educacional do atual governo, considerado neste âmbito de ensino, novo. Muitos educadores, apesar de terem apoiado este governo, posicionam-se contra esta modalidade de ensino. Uns por não conhecerem o que realmente é. Outros por total desejo de permanecerem em sua zona de conforto, pois este exige do aprendiz e do educador uma capacidade mental de ler, interpretar e resolver problemas, além de construir um pré-projeto e um projeto de pesquisa aplicável à realidade, na qual está inserido. A Escola Estadual de Ensino Médio Armindo Edwino Schwengber do município de Colorado, pertencente à 39ª Coordenadoria de Educação adotou, no ano de 2012, o Ensino Médio Politécnico, proposta pedagógica para o ensino médio politécnico e educação profissional integrada ao ensino médio. A primeira experiência da Escola dentro dessa modalidade de ensino se deu no ano de 2012, com a execução do Seminário Integrado, e a reforma da grade de disciplinas implantadas no currículo escolar – com a participação apenas do Primeiro Ano. O Seminário Integrado possibilita o diálogo entre os diversos componentes curriculares e consolida a proposta curricular interdisciplinar. Sua prática prevê um olhar crítico e participativo, aproximando os atores sociais e familiarizando os alunos com a produção de projetos de pesquisa, execução das mesmas e produção de relatórios, a fim de socializá-las. Isso tudo com o objetivo de que os alunos interajam com o mundo do trabalho, criando oportunidades para que produzam a construção do conhecimento, tornando-os cidadãos com maior autonomia e pensamento crítico (RIO GRANDE DO SUL, 2011). No ano de 2013, houve uma gradativa ampliação do Ensino Médio Politécnico, com a participação do Primeiro e Segundo Anos (estes que já haviam experienciado a nova modalidade no ano anterior). No início do ano letivo de 2013, realizou-se uma avaliação de como estava funcionando o Seminário Integrado, repensou-se e planejou-se um Plano de Estudos que contemple primeiro, segundo e terceiros anos do referido nível de ensino. Com a implantação do Ensino Médio Politécnico, mudou-se a maneira pela qual as disciplinas são trabalhadas: atualmente, trabalha-se com interdisciplinaridade e apresenta-se aos alunos a prática, por meio do desenvolvimento da pesquisa. Além de ampliar a carga horária, os alunos têm aula em um turno inverso, com o objetivo principal da construção da pesquisa. REFERÊNCIA: RIO GRANDE DO SUL. Secretaria da Educação. Proposta pedagógica para o ensino médio politécnico e educação profissional integrada ao ensino médio – 2011-2014. Out./Nov. 2011. Disponível em: http://www.educacao.rs.gov.br/dados/ens_med_proposta.pdf. Acesso: jul. 2013. 78 DIREITOS E POLÍTICAS PARA EDUCAÇÃO BÁSICA: III Seminário Regional e I Simpósio PIBID AS TRANSFORMAÇÕES DO MUNDO DO TRABALHO: DESAFIOS E PERSPECTIVAS DIANTE DA DINÂMICA CONTEMPORÂNEA Denise Oliveira, IFRS, Campus Sertão Claudia Moraes Rigo, IFRS, Campus Sertão As transformações que se incorporam ao mundo do trabalho confirmam um novo contexto de estruturação das relações econômicas, sociais e políticas. Mudanças essas fundamentadas especialmente pela associação da abertura de mercados e do desenvolvimento da tecnologia. Nessa perspectiva, surgem novos cenários produtivos e organizacionais e novas formas competitivas, alterando as relações e a natureza do trabalho. O universo do mundo do trabalho contemporâneo demanda trabalhadores com amplo conhecimento, distintas habilidades, comprometimento organizacional, participação criadora, capacidade de diagnosticar e, consequentemente, de resolver. Em contrapartida, para o desenvolvimento desse perfil, ao indivíduo implica novas aquisições, novas capacidades e, especialmente, habilidade de interagir entre o tradicional e o novo (ABRAHÃO, PINTO; 2002). O estudo objetivou analisar as perspectivas e desafios da dinâmica do mundo do trabalho. A pesquisa foi realizada por meio de levantamento bibliográfico sobre as transformações, desafios e perspectivas do mundo do trabalho. Dessa forma, apresenta-se uma contextualização sobre essa abordagem, salientando as perspectivas no mundo do trabalho. Conclui-se que, se por um lado há inúmeros desafios no mundo do trabalho atual, observa-se, também, que há uma diversidade de perspectivas de trabalho na atualidade, por meio de novas demandas, novos serviços, principalmente, para indivíduos que buscam o desenvolvimento contínuo de suas competências. Tais demandas são baseadas especialmente nas interações entre o conhecimento, a tecnologia, as relações e as interações humanas, tornando a educação da sociedade moderna um elemento indispensável e contínuo (SILVA, CARVALHO, 2013). A IMPORTÂNCIA DO PIBID NA EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E NO MUNDO GLOBALIZADO DO TRABALHO Giovana Manto, IFRS, Campus Sertão João Luiz Damasceno Lima, IFRS, Campus Sertão Jonas José Seminotti, IFRS, Campus Sertão Este artigo visa a contar uma breve história sobre o trabalho, relatando as suas dificuldades no mundo globalizado, trazendo as relações de trabalho, os conflitos e as necessidades deste meio. Nesse contexto, a educação profissional por sua proporção, acompanha as práticas humanas e se consolida pela necessidade de construir um profissional capacitado a fim de suprimir o mercado de trabalho trazendo o Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência (PIBID), para fins de aperfeiçoamento profissional e valorizando a formação dos profissionais da educação, promovendo a inserção dos estudantes de educação básica e tecnológica, preparando-os para as oportunidades oferecidas pelo mercado profissional. Compreendemos que no contexto brasileiro, a educação profissional cumpre um papel fundamental na qualificação e aperfeiçoamento de jovens e adultos, preparando-os para o desenvolvimento do país. Portanto, o trabalho desenvolve de um modo sintético a relação que se estabelece entre as 79 DIREITOS E POLÍTICAS PARA EDUCAÇÃO BÁSICA: III Seminário Regional e I Simpósio PIBID transformações do mundo do trabalho e a globalização, analisando o contexto brasileiro, a educação profissional e o mercado de trabalho. PROGRAMA INSTITUCIONAL DE FORMAÇÃO A DOCENTES: UMA EXPERIÊNCIA DE ORIENTAÇÃO PROFISSIONAL Maria Teresa Flores, IFRS, Campus Sertão Ana Sara Castaman, IFRS, Campus Sertão O presente trabalho aborda reflexões acerca de uma experiência de orientação profissional realizada com alunos do terceiro ano do ensino médio de uma escola estadual do município de Coxilha/RS. A metodologia empregada remete a questionários realizados em grupos nos meses de maio e junho de 2012. Os encontros com os grupos de alunos foram mediados por bolsistas do PIBID e por uma dupla de estagiárias do sétimo semestre do curso de Psicologia. O intuito dos encontros foi a orientação profissional e para o mundo do trabalho, pois a escolha profissional geralmente ocorre na adolescência, fase que, para a maioria dos jovens, é permissiva de conflitos internos e externos. A orientação profissional auxilia os jovens para que possam refletir sobre suas características, interesses, mercado de trabalho, significado do trabalho na vida, estimulando o autoconhecimento para que possam tomar uma decisão mais segura. Refletir sobre os seus valores, em uma etapa de escolhas, em que, à medida que os conflitos inerentes à crise da adolescência vão sendo elaborados e a autoimagem consegue se estruturar em bases sólidas, o adolescente enfrenta a necessidade de tomar decisões concretas e reais sobre o seu futuro. Discutir a preparação para o mundo do trabalho nessa etapa é de fundamental importância na formação pessoal dos adolescentes, afirmando ser uma estratégia de inclusão nas atividades escolares. Como resultado, verificou-se que as práxis reflexivas foram pertinentes para o processo de orientação da escolha da profissão e enfatizaram a importância de se ter orientação profissional nas escolas. A EXPANSÃO DA OFERTA DE CURSOS TÉCNICOS DE NÍVEL MÉDIO COM A CRIAÇÃO DOS INSTITUTOS FEDERAIS Naiara Migon, IFRS, Campus Sertão Em 2008, foram criados vários campus de Institutos Federais em todas as regiões do Brasil, sendo que um dos principais objetivos é oferecer cursos para educação profissional técnica de nível médio, para atender um mercado de trabalho que exige cada vez mais qualificação de seus funcionários. Essa nova era de cursos técnicos permite aos estudantes uma alternativa de profissionalização enquanto concluem o segundo grau, oportunidade que complementa o término ou a continuidade da educação básica e encaminha os discentes para um mercado de trabalho que está de portas abertas à procura de novos profissionais. Nesses quase cinco anos de criação dos Institutos Federais, muitas vagas foram abertas pensando na demanda regional e local. Atualmente, os campi oferecem vagas de duas formas: a primeira é articulada nas modalidades integrada e concomitante; a segunda é a subsequente. Além dessas, ainda são oferecidos cursos profissionalizantes através do PRONATEC – Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego, criado em 2011 pelo governo federal. Os cursos técnicos são mais atrativos por serem de curta duração e por focarem temas pertinentes à prática das organizações, sendo os alunos 80 DIREITOS E POLÍTICAS PARA EDUCAÇÃO BÁSICA: III Seminário Regional e I Simpósio PIBID preparados para essa atividade, podendo posteriormente aumentar as chances de uma carreira promissora, adquirindo maiores conhecimentos na área escolhida. A abertura dos Institutos Federais oportunizou muito o acesso à educação profissional e permitiu que muitas pessoas tivessem a chance de se qualificar. Assim, nessa nova fase da educação, o papel da escola é fundamental para os discentes na construção da carreira profissional, pois é ela quem articula com o mercado de trabalho, formando os futuros profissionais. Porém, é necessário ter currículos que orientem os alunos para serem não apenas trabalhadores, mas sim cidadãos conscientes de suas ações e com perspectivas de melhoria de vida. RELAÇÕES CULTURAIS ENTRE EMPREGADOR, EMPREGADO E SEGURANÇA NO TRABALHO Oscar Binsfeld Camargo, IFRS, Campus Sertão João Luiz Damasceno Lima, IFRS, Campus Sertão Marcelo Bataglin, IFFarroupilha, Campus Panambi No final da década de noventa, o Brasil pretendia crescer frente ao mundo globalizado, isto é, passar uma imagem de um país em pleno desenvolvimento em todos os setores, principalmente no econômico e no tecnológico. Mas, com uma enorme preocupação no que se refere aos recursos humanos. Nesse sentido, as novas tecnologias trazem benefícios positivos no que se refere à economia em si, mas é necessário considerarse que essa influência pode contribuir para um resultado contrário, pois haverá uma influência direta no meio de trabalho do homem. Sendo assim, torna-se necessário algo que venha a proteger o trabalho humano, quando surge o conceito de segurança. O Ministério do Trabalho e Emprego, por meio de índices de acidentes no mercado de trabalho (em específico Geração de Energia, Siderurgia, Metalurgia, Distribuidora de Energia e Construção Civil) evidenciou que era o setor que mais vitimava pessoas e profissionais. Foram então estabelecidas, em 1998, metas para o governo na redução de acidentes elétricos em 40%, até 2002. Algumas ações emergenciais foram realizadas naquele momento, mas no sentido apenas de “bloqueios” imediatos e com fiscalizações sem um aprofundamento técnico. Nesse sentido, em 2001, iniciou-se a reformulação da Norma Regulamentadora que trata da segurança em instalações e serviços em eletricidade (NR 10, 2004), sendo publicada no Diário Oficial da União no ano de 2004. Mas, fica claro o grande desafio cultural entre empregador e empregados para cumprir essa nova Norma Regulamentadora, que vem beneficiar ambas as partes, além das famílias e em contrapartida os órgãos governamentais responsáveis pela saúde e segurança do trabalhador, diminuindo os índices de acidente no setor elétrico brasileiro. EXPERIÊNCIAS COM O PIBID NAS ESCOLAS ESTADUAIS DE COXILHA E SERTÃO - RS Vanderleia Trevisan da Rosa, IDEAU, IFRS, Campus Sertão Lurde Rozina Dal Magro Vieira IFRS, Campus Sertão Carmem Casanova IFRS, Campus Sertão Bolsa Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência - PIBID Este estudo trata de uma política pública educacional voltada principalmente ao aperfeiçoamento e à valorização da formação de professores para a Educação Básica, 81 DIREITOS E POLÍTICAS PARA EDUCAÇÃO BÁSICA: III Seminário Regional e I Simpósio PIBID denominada Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência (PIBID). Aborda-se especificamente o projeto do PIBID no âmbito do curso de Formação Pedagógica de Docentes para a Educação Básica e Profissional do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio grande do Sul – IFRS – Campus Sertão. Descreve-se, também, como se deu a organização do trabalho conjunto entre estudantes bolsistas, coordenador de área e professores supervisores nas escolas da rede pública de ensino. Para finalizar, relatam-se algumas experiências obtidas pela equipe desde o início do projeto, em razão do desenvolvimento de atividades nas escolas. 82 DIREITOS E POLÍTICAS PARA EDUCAÇÃO BÁSICA: III Seminário Regional e I Simpósio PIBID IFRS – CÂMPUS ERTÃO PRÉDIO CENTRAL A AUDITÓRIO SALA DE CONFERÊNCIAS ACESSO SECUNDÁRIO SALA A 106 EIXO III – ORIENT. TRABALHO SALA A 105 EIXO II – DES. SUSTENTÁVEL CORREDOR SALA A 104 EIXO II – DES. SUSTENTÁVEL SALA A 103 EIXO I - EDUCAÇÃO ACESSO SECUNDÁRIO SALA A 102 EIXO I - EDUCAÇÃO SALA A 101 EIXO I - EDUCAÇÃO Contatos Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul, Campus Sertão. Rodovia RS 135, Km 25/ Distrito Eng. Luiz Englert/CEP: 99170-000- Sertão/RS Fone (54) 3345-8000 E-mail: [email protected] Site: http://www.doity.com.br/seminario-sertao 83 ACESSO PIRINCIPAL A